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ALPHA EDUCAÇÃO E TREINAMENTOS
PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA E DA FAMÍLIA COM ÊNFASE EM SANITARISMO
MICHELINE SHEILLA DE SOUZA E SILVA
O PERFIL DOS PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS NO MUNICÍPIO DE SERRA TALHADA-PE
SERRA TALHADA - PE
2017
MICHELINE SHEILLA DE SOUZA E SILVA
O PERFIL DOS PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS NO MUNICÍPIO DE SERRA TALHADA-PE
Projeto de pesquisa apresentado ao curso de Pós Graduação em Saúde Pública e da Família com ênfase em Sanitarismo como requisito para aprovação da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso I.
Orientadora: Profª Especialista Cibelly de Souza Brandão
SERRA TALHADA - PE
2017
PERFIL DOS PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS NO MUNICÍPIO DE SERRA TALHADA-PE
PROFILE OF PATIENTS WITH HYPERTENSION AND DIABETES MELLITUS IN THE MUNICIPALITY OF SERRA TALHADA-PE
Micheline Sheilla de Souza e Silva1, Cibelly de Souza Brandão1*.
1-Alpha Educação e Treinamentos
RESUMO: O presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes cadastrados no hiperdia no município de Serra Talhada, PE. A população analisada foi composta por 191 indivíduos cadastrados no programa Hiperdia. Trata-se de uma pesquisa quantitativa do tipo descritiva, transversal. Os dados foram coletados no 1°semestre de 2018(de janeiro a fevereiro), através da ficha do HIPERDIA e por um questionário semi estruturado com 11 perguntas realizados nas USFs do município. Foram entrevistadas 191 pessoas, sendo 32 indivíduos com Diabetes Mellitus, 117 com Hipertensão Arterial e 40 portadores das duas patologias. A faixa etária foi de 20 a 60 anos ou mais, sendo que prevaleceu o sexo feminino com (64,92%) e o masculino com (35,08%). Dentre eles existe um alto índice de baixa escolaridade (69,11% alfabetizados) e renda (76,44%). Todos os participantes realiza terapia medicamentosa e tem vida sedentária. Diante do exposto, foi possível consolidar os dados, traçando o perfil socioeconômico e a correlação das patologias, visto que possuem vários aspectos em comum, como origem, fatores de risco, tratamento medicamentoso, algumas complicações e, geralmente, a ausência de sintomas. Os dados do presente estudo corroboram os achados já evidenciados na literatura que destacam a maior prevalência das patologias em mulheres. Podemos destacar que indivíduos com baixo nível socioeconômico tem maiores dificuldades para realizar diagnósticos e possíveis tratamento. De acordo com esses resultados recomenda-se programas e campanhas sociais com o intuito de incentivar mudanças comportamentais que favoreçam a redução da prevalência ou incidência do diabetes mellitus e da hipertensão e de suas complicações.
Palavras chave: Epidemiologia, Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Melittus,
ABSTRACT: The present study aimed to evaluate the epidemiological profile of patients registered in the municipality of Serra HIPERDIA Talhada, PE. The study sample consisted of 191 subjects enrolled in the program Hiperdia. This is a quantitative descriptive, cross. Data were collected in the 1st half of 2017 through the plug HIPERDIA and a semi-structured questionnaire with 11 questions USFs made ​​in the city. We interviewed 191 people, sendo32 subjects with diabetes mellitus, 117 with arterial hypertension and 40 patients the two diseases. The age range was greater than or equal to 60 years (48.84%), and prevailed with females (64.92%) and male with (35.08%). Among them there is a high rate of low education (69.11% literate) and income (76.44%). all participants perform drug therapy and have a sedentary lifestyle. Given the above, it was possible to consolidate the data, tracing the socioeconomic profile and correlation of pathology, as have several features in common, such as origin, risk factors, drug treatment, some complications, and usually no symptoms. We conclude that the data of this study confirm the findings previously seen in the literature highlighting the prevalence of diseases in women. We emphasize that individuals with low socioeconomic status have greater difficulty in performing diagnosis and possible treatment. According to these results it is recommended that programs and social campaigns in order to encourage behavioral changes that favor the reduction of prevalence or incidence of diabetes mellitus and hypertension and its complications.
Keywords: Epidemiology, Hypertension, Diabetes Mellitus.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 4
2 OBJETIVOS 6
2.1 OBJETIVO GERAL 6
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 6
3 JUSTIFICATIVA 7
4 REVISÃO LITERÁRIA 8
4.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICA 9
4.1.1Perfil Epidemiológico 10
4.1.2 Fisiopatologia 10 
4.1.3 Fatores de Risco 11
4.1.4 Manifestações Clinicas 13
4.1.5 Avaliação, Diagnóstico e Tratamento 14
4.2 DIABETES MELLITUS 15
4.2.1Perfil Epidemiológico 16
4.2.2 Classificação Etiológica Para o Diabetes Mellitus 17
4.2.2.1 Diabetes Tipo I 17
4.2.2.2 Diabetes Tipo II 18
4.2.3Fisiopatologia do Diabetes 18
4.2.4 Manifestações Clinicas 19
4.2.5 Diagnostico 19
4.2.6 Rastreamento e Prevenção do Diabetes 19
4.2.7 Cuidados de Enfermagem 21
4.3 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NO HIPERDIA NO PSF 21
5 METODOLOGIA 22
5.1 TIPOLOGIA DO ESTUDO 22
5.2 LOCAL DE ESTUDO 22
5.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA 22
5.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO E INCLUSÃO 23
5.5 COLETA DE DADOS 23
5.6 PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE DOS DADOS 23
5.7 ASPECTOS ÉTICOS 23
6 RESULTADOS ESPERADOS 25
7 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 26
8 ORÇAMENTO 27
9 REFÊRENCIAS 28
INTRODUÇÃO
SegundoMendes (1993) saúde é de direito de todos e dever do Estado promovê-la, estabelecendo também que a mesma é serviço de interesse público e essencial, devendo o Estado proporcionar este serviço aos cidadãos. 
O Programa de Saúde da Família (PSF) foi criado em 1994 e veio para renovar a forma de se fazer e ter saúde. O PSF não é uma estratégia para atender somente pobres ou comunidades excluídas, ele tem como princípio orientador a universalidade, princípio este que não pode ser perdido. O objetivo do PSF é melhorar o estado de saúde da população através de um modelo de assistência voltada à família e à comunidade, que inclua desde a proteção e a promoção da saúde até a identificação precoce e o tratamento das doenças (VIANA, 1998). 
Os profissionais da atenção básica devem ser capazes de planejar, organizar, desenvolver e avaliar ações que respondam às necessidades da comunidade, na articulação com os diversos setores envolvidos na promoção da saúde (ABBATE, 1994). 
Criado em 2001 pelo Ministério da Saúde, o HIPERDIA é um Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos captados no Plano Nacional de Reorganização da Atenção à hipertensão arterial e ao Diabetes Mellitus, em todas as unidades ambulatoriais do Sistema Único de Saúde, gerando informações para os gerentes locais, gestores das secretarias municipais, estaduais e Ministério da Saúde. Além do cadastro, o Sistema permite o acompanhamento, a garantia do recebimento dos medicamentos prescritos, ao mesmo tempo que, a médio prazo, poderá ser definido o perfil epidemiológico desta população, e o consequente desencadeamento de estratégias de saúde pública que levarão à modificação do quadro atual, a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas e a redução do custo social (MINISTERIO DA SAÚDE, 2011). 
A Hipertensão Arterial Sistêmica e o Diabetes Mellitus representa dois dos principais fatores de risco, contribuindo decisivamente para o agravamento da população em nível nacional (BRASIL, 2001). 
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença não transmissível, multifatorial que apresenta um elevado risco de mortalidade, devido suas complicações cardiovasculares, por isso se torna indispensável medidas de preventivas para minimizar este risco. É considerada uma patologia silenciosa, pois na maioria dos casos não observados quaisquer sintomas no paciente. A prevalência estimada de hipertensão no Brasil atualmente é de 35% da população, sendo que esse valor aumenta diariamente (BRASIL, 2001). 
Diabetes Mellitus é uma doença metabólica caracterizada por um aumento anormal do açúcar ou glicose no sangue. A glicose é a principal fonte de energia do organismo, porém, quando em excesso, pode trazer várias complicações à saúde. Embora ainda não haja uma cura definitiva para a/o diabetes, há vários tratamentos disponíveis, que podem proporcionar saúde e uma melhor qualidade de vida para o paciente portador. O diabetes afeta aproximadamente 12% da população no Brasil (BRASIL, 2001). 
A Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus constituem os principais fatores de risco populacionais, sendo assim, um problema de saúde publica onde cerca de 60 a 80% dos casos podem ser tratados nas redes de Saúde Básica. Em virtude disso vimos à importância do levantamento de dados epidemiológico de HA e DM no Município do Sertão de Pernambuco (BRASIL,2008). 
O presente trabalho tem como objetivo avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes cadastrado no HIPERDIA, no município de Serra Talhada no ano de 2010. 
 O crescimento desordenado da Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus, sendo assim um grande agravante nos problemas de saúde publica. A questão de avaliar as condições socioeconômicas e a interligação das patologias, citadas, bem como também a necessidade de dados para consolidar o Hiperdia. 
A hipertensão e a diabetes já é vista pelos profissionais da área de saúde como algo muito corriqueiro, pois o estudo realizado deparou com vários pacientes portadores não só com uma das patologias, mas com as duas ou mais. Isto é visto quando trabalhamos com a saúde básica, a saúde de média complexidade e a saúde de alta complexidade.
Desejamos obter dados que confirmem o que diz na literatura, que acrescentem nas nossas vidas como profissionais de saúde e que sirvam de base para que gestores locais tracem metas ou instituam medidas úteis visando à prevenção de cada uma destas patologias, pois, não devemos nos esquecer também que o paciente cheio de complicações crônicas é um paciente caro para quem faz a saúde privada ou pública
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes cadastrado no HIPERDIA, no município de Serra Talhada no ano de 2017.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Consolidar os dados do cadastrados HIPERDIA no município de Serra Talhada em 2017;
· Traçar o perfil sócio-econômico dos pacientes cadastrados no HIPERDIA;
· Investigar os tipos de anti-hipertensivos e anti-glicêmicos utilizados pelos pacientes cadastrados no HIPERDIA;
· Correlacionar a relação entre hipertensão e diabetes mellitus dos cadastrados no HIPERDIA do município de Serra Talhada.
3 JUSTIFICATIVA
A justificativa desse trabalho tem como base o crescimento desordenado da Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus, sendo assim um grande agravante nos problemas de saúde pública. A questão de avaliar as condições sócio-econômica e a interligação das patologias, citadas, bem como também a necessidade de dados para consolidar o Hiperdia.
A hipertensão e a diabetes já é vista pelos profissionais da área de saúde como algo muito corriqueiro, pois no cotidiano encontrarmos com vários pacientes portadores não só com uma das patologias, mas com as duas ou mais. Isto é visto quando trabalhamos com a saúde básica, a saúde de média complexidade e a saúde de alta complexidade.
Desejamos obter dados que confirmem o que diz na literatura, que acrescentem nas nossas vidas como profissionais de saúde e que sirvam de base para que gestores locais tracem metas ou instituam medidas úteis visando à prevenção de cada uma destas patologias, pois, não devemos nos esquecer também que o paciente cheio de complicações crônicas é um paciente caro para quem faz a saúde privada ou pública.
4 REVISÃO LITERÁRIA
O Sistema único de Saúde, os SUS, é formado pelo conjunto de todas as ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público. À inciativa privada é permitido participar desse sistema de maneira complementar. O SUS pode ser considerado uma das maiores conquistas consagradas da constituição de 1988. Seus princípio apontam para a democratização nas ações e nos serviços de saúde que deixam de ser restritos e passam a ser universais da mesma forma, deixam de ser centralizados e passam a nortear-se para descentralização. (MS,2000).
Observa-se que um dos maiores destaques do SUS, na perspectiva de atender estes princípios, foi o fortalecimento da atenção básica, tendo como prioridade a implantação e expansão da Estratégia Saúde da Família (ESF) para todo o território nacional (BORGES, 2005). Esta Estratégia sinaliza a necessidade de adoção de uma nova dinâmica de atuação nas unidades básicas de saúde, com definição de responsabilidades entre os serviços, profissionais de saúde e a população. Portanto, para que haja uma atuação diferenciada a Equipe de Saúde da Família precisa conhecer a realidade da população sob sua responsabilidade e desenvolver um processo de planejamento pactuado em cada uma de suas fases: na programação, execução e avaliação (BRASIL, 2000; SEOANE, 2009).
Na atenção básica de saúde visa-se uma assistência integral aos indivíduos e a sua família, entretanto, neste contexto, chamar-se-á atenção de enfermagem para pessoas com doenças crônico-degenerativas, hipertensos e diabéticos, em particular as cadastradas no Sistema Hiperdia. O Sistema Hiperdia tem como objetivo cadastrar eacompanhar os hipertensos e diabéticos, captados no Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e ao Diabetes Mellitus (DM). As ações deste são desenvolvidas pela Equipe Saúde da Família. Todavia, o plano traz dentre as atribuições pertinentes ao enfermeiro, a repetição de medicamentos para indivíduos controlados e sem intercorrências (BRASIL, 2002).
O Plano de Reorganização da Atenção à HAS e ao DM é considerado uma das maiores propostas de intervenção para indivíduos com estas patologias, bem como os fatores de risco das doenças cardiovasculares. É oportuno ressaltar o grande impacto na redução da morbimortalidade ocasionada por estas patologias, além de reorganizar a atenção básica, tendo como estratégias principais a prevenção dessas doenças, suas complicações e a promoção da saúde, objetivando, desta maneira, uma melhor qualidade de vida (BRASIL, 2001).
Segundo Borges (2010) a atuação do profissional enfermeiro na atenção básica representa um novo modelo de paradigma, no que se refere atenção e cuidado com a saúde. Nesta perspectiva Portarias do Ministério da Saúde, assim como Resolução do Conselho Federal de Enfermagem nº 317/07 regulamenta a consulta de enfermagem, a prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em protocolos aprovados pelas esferas de gestão. A atenção de enfermagem na ESF, em especial, no Hiperdia vislumbra garantir a adesão do paciente no tratamento, tanto no que se tange à mudança de comportamento quanto na adesão medicamentosa. Os medicamentos que fazem parte do Hiperdia e que todo cadastrado tem direito a receber são: para Hipertensão – Captopril 25mg, Hidroclorotiazida 25mg e Propanolol 40mg; para Diabetes – Glibenclamida 5mg, Metformina 850mg e Insulina NPH-100 (CASTRO et al,2007).
4.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
A Hipertensão Arterial é definida pela persistência destes níveis de pressão arterial sistólica (PAS) maior ou igual a 140mmHg e pressão arterial diastólica (PAD) maior ou igual a 90mmHg. Trata-se de uma patologia de início silencioso com repercussões clínicas importantes para os sistemas cardiovascular e renovascular, acompanhada frequentemente de co-morbidades de grande impacto para os indicadores de saúde da população (BRASIL, 2008).
Segundo o BRUNNER (2008), a hipertensão é por vezes, chamada de “o assassino silencioso” porque as pessoas que a apresentam mostram-se, com frequência, sem sintomas. Em estudo nacional realizado de 1999 a 2000, 31% das pessoas que apresentaram pressões superiores a 140/90 mm Hg não estavam cientes de sua pressão arterial elevada (HAJJAR & KOTCHEN, 2003). Uma vez identificada, a pressão arterial elevada deve ser monitorada a intervalos regulares, a hipertensão é uma condição permanente.
4.1.1 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO
Segundo Lancet (2008) a cada ano morrem 7,6 milhões de pessoas em todo o mundo devido à hipertensão, os dados do Boletim Global de Doenças Relacionadas à Hipertensão. Cerca de 80% dessas mortes ocorrem em países em desenvolvimento como o Brasil, sendo que mais da metade das vítimas têm entre 45 e 69 anos.
A hipertensão arterial é responsável, segundo o documento, por 54% de todos os casos de acidente vascular cerebral (AVC) e 47% dos casos de infarto, fatais e não fatais, em todo o mundo. Na última década, a hipertensão fez mais de 70 milhões de vítimas fatais. No Brasil, a hipertensão afeta mais de 30 milhões de brasileiros (36% dos homens adultos e 30% das mulheres) e é o mais importante fator de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares (DCV), com destaque para o AVC e o infarto do miocárdio, as duas maiores causas isoladas de mortes no país. Mas a percepção da população é outra. Dados da pesquisa Datafolha, de novembro de 2009, revelam a percepção errônea, na população, de que o câncer é a principal causa de óbitos no Brasil. Quanto à prevenção de doenças, a mesma pesquisa revela que, embora 90% identifiquem os fatores de risco (hipertensão, tabagismo, colesterol e estresse), apenas 3% temem sofrer uma DC (ZELLER et al, 2007).
4.1.2 FISIOPATOLOGIA
A elevação prolongada da pressão arterial lesiona, mas adiante, os vasos sanguíneos por todo o corpo, principalmente nos órgãos-alvos, como o coração, rins, cérebro e olhos. As consequências usuais da hipertensão prolongada e descontrolada são o infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, acidentes vasculares cerebrais e comprometimento da visão. A hipertrofia do ventrículo esquerdo do coração pode acontecer quando esse órgão trabalha para bombear o sangue contra a pressão elevada (BRUNNER, 2008).
Embora nenhuma etiologia exata possa ser identificada para a maioria dos casos de hipertensão, deduz-se que a hipertensão é uma condição multifatorial. Como a hipertensão é um sinal, é mais provável que ela tenha muitas causas. Para que ocorra a hipertensão, deve haver uma mudança em um ou mais fatores que afetam a resistência periferia ou o debito cardíaco. Além disso, também deve existir um problema com os sistemas de controle do organismo que monitoram ou regulam a pressão. As mutações das genéticas isoladas foram identificadas para alguns tipos raros de hipertensão, porém acredita-se que muitos tipos de hipertensão sejam poligênicos (mutações em mais de um gene) (DOMINICZAK et al., 2000).
Muitos fatores foram implicados como causas da hipertensão tais como: atividade aumentada do sistema nervoso simpático relacionada com a disfunção do sistema nervoso autônomo; reabsorção renal aumentada de sódio, cloreto e água relacionada com uma variação genética nas vias pelas quais os rins manuseiam o sódio; atividade aumentada dos sistema renina-angiotensina-aldosterina, resultando em expansão do volume de liquido extracelular e resistência vascular sistêmica aumenta da; vasodilatação diminuída das arteríolas relacionada com a disfunção do endotélio vascular; resistência a ação da insulina, que pode ser um fator comum que associa a hipertensão, o diabetes mellitus do tipo 2, a hipertrigliceridemia, a obesidade e a intolerância à glicose (BRUNNER, 2008).
4.1.3 FATORES DE RISCO
A hipertensão pode ser vista de três maneiras: como um sinal, um fator de risco para a doença cardiovascular aterosclerótica ou uma doença. Como um sinal, as enfermeiras e demais profissionais de saúde utilizam a pressão arterial para monitorar o estado clínico do paciente. A pressão elevada pode indicar uma dose excessiva de medicamento vasoconstritor ou outros problemas. Como um fator de risco a hipertensão contribui para a velocidade em que a placa aterosclerótica se acumula dentro das paredes arteriais. Como uma doença, a hipertensão é um importante contribuinte para a morte por doença cardíaca, renal e vascular periférica (BRUNNER, 2008).
Com frequência, a hipertensão acompanha outros fatores de risco para a cardiopatia aterosclerótica, como a dislipidemia (níveis lipídicos sanguíneos anormais), obesidade, diabetes mellitus, síndrome metabólica e um estilo de vida sedentário. A incidência da hipertensão é mais elevada entre pessoas afro-descedentes (CASPER et al.,2003).
De acordo com Guia de Hiperdia (2006), os portadores de hipertensão a serem controlados pelo Programa de Atenção à Hipertensão Arterial correspondem a todos aqueles detectados com níveis pressóricos elevados, em consulta médica realizada por qualquer motivo. A promoção da saúde e a prevenção de complicações baseadas na abordagem global dos fatores de risco modificáveis é fundamental.
Ainda existe os riscos não-modificáveis: Hereditariedade (história familiar de hipertensão arterial); Idade (o envelhecimento aumenta o risco do desenvolvimento da hipertensão em ambos os sexos. Estimativas globais sugerem taxas de hipertensão arterial mais elevadas para homens a partir dos 50 anos e para mulheres a partir dos 60 anos); Raça (nos Estados Unidos, estudos mostram que a raça negra é mais propensa à hipertensão arterial que a raça branca. No Brasil, não há essa evidência). E os riscos modificáveis: Sedentarismo (aumenta a incidênciade hipertensão arterial. Indivíduos sedentários apresentam risco aproximado 30% maior de desenvolver hipertensão arterial em relação aos indivíduos ativos: a atividade física regular diminui a pressão arterial); Tabagismo (o consumo de cigarros está associado ao aumento agudo da pressão arterial e ao maior risco de doenças cardiovasculares); Excesso de sal (o sal pode desencadear, agravar e manter a hipertensão); Bebida alcoólica (o uso abusivo de bebidas alcoólicas pode levar à hipertensão); Peso(a obesidade está associada ao aumento dos níveis pressóricos. Ganho de peso e aumento da circunferência da cintura são índices prognósticos para hipertensão arterial, sendo a obesidade um importante indicador de risco cardiovascular aumentado); Estresse (excesso de trabalho, angústia, preocupações e ansiedade podem ser responsáveis pela elevação aguda da pressão arterial) (MINAS GERAIS.SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE,2006) .
4.1.4 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
O exame físico pode não revelar anormalidades diferentes da pressão arterial elevada. Ocasionalmente, ocorrem alterações retinianas, como hemorragias, exsuda tos (acúmulo de líquido), estreitamento arteriolar e manchas algodoadas (pequenos infartos). Na hipertensão grave, pode ser observado o papiledema (edema do disco óptico). As pessoas com hipertensão podem estar assintomáticas e permanecer assim por muitos anos. No entanto, quando os sinais e sintomas específicos aparecem, eles geralmente indicam a lesão vascular, com manifestações específicas relacionadas com os órgãos servidos pelos vasos afetados. A cardiopatia coronariana com angina ou infarto do miocárdio é uma consequência comum da hipertensão. A hipertrofia ventricular colocada sobre o ventrículo quando ele se contrai contra a pressão sistêmica mais elevada. Quando a lesão cardíaca é extensa surge a insuficiência cardíaca (BRUNNER,2008).
As alterações patológicas dos rins (indicadas pelos níveis aumentados de ureia e creatinina no sangue) podem manifestar-se como noctúria. O envolvimento vascular cerebral pode levar a um acidente vascular cerebral ou crise isquêmica transitória (CIT), manifestadas por alterações na visão ou fala, tonteira, fraqueza, uma queda súbita ou paralisia temporária em um lado (hemiplegia). Os infartos cerebrais contribuem para a maioria dos acidentes vasculares cerebrais e CIT nos pacientes com hipertensão (BRUNNER, 2008).
Modelo de Avaliação Clínico-Laboratorial: Tem como objetivos: Confirmar a elevação da pressão arterial e firmar o diagnóstico; Avaliar lesões de órgãos-alvo; Identificar fatores de risco para doenças cardiovasculares; Diagnosticar doenças associadas à hipertensão; Estratificar o risco cardiovascular do paciente; Diagnosticar, quando houver, a causa da hipertensão arterial. (BRASIL, 2006)
História Clínica: Identificação (sexo, idade, raça, condição socioeconômica); História atual (duração conhecida de hipertensão arterial e níveis de pressão, adesão e reações adversas aos tratamentos prévios, sintomas de doença arterial coronária; sinais e sintomas da doença arterial coronariana (DAC), sugestivo de insuficiência cardíaca congestiva (ICC), doença vascular encefálica; insuficiência vascular de extremidades; doença renal; diabetes mellitus; indícios de hipertensão secundária); Investigação sobre diversos aparelhos e fatores de risco: tabagismo, sobrepeso, obesidade, sedentarismo, dislipidemia, função sexual, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); História atual ou pregressa (gota, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca); História familiar de diabetes mellitus (dislipidemia, doença renal, acidente vascular encefálico, doença arterial coronariana prematura (homens<55 anos e mulheres<65 anos); morte prematura e súbita de familiares próximos); Perfil psicossocial (fatores ambientais e psicossociais, sintomas de depressão, ansiedade e pânico, situação familiar, condições de trabalho e grau de escolaridade); Avaliação dietética, incluindo consumo de sal e de bebidas alcoólicas, gordura saturada, cafeína e ingestão de fibras, de frutas e de vegetais; Consumo de medicamentos ou drogas que podem elevar a pressão arterial ou interferir em seu tratamento; Grau de atividade física. (BRASIL, 2006).
4.1.5 AVALIAÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
É necessária uma história de saúde e um exame físico completo. As retinas são examinadas e os exames laboratoriais são examinados para avaliar possível comprometimento do órgão alvo. Os exames laboratoriais rotineiros incluem a urinálise, bioquímica sanguínea (i.e., analise de sódio, potássio, creatinina, glicose em jejum e níveis de lipoproteína de alta densidade [HDL] do colesterol e de colesterol total) e um eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações. A hipertrofia ventricular esquerda pode ser avaliada por ecocardiografia. A lesão renal pode ser sugerida através de elevações nos níveis de uréia e creatinina ou por microalbuminuria ou macroalbuminuria. Podem ser realizados exames adicionais, como clearance da creatinina, nível de renina, exames de urina e proteína na urina de 24 horas (BRUNNER, 2008).
A meta de tratamento da hipertensão consiste em evitar as complicações e a morte ao atingir e manter a pressão arterial em 140/90 mmHg ou menos. O plano de tratamento ótimo seria aquele que é barato e simples e que provoca a menor ruptura possível na vida do paciente. Os achados de pesquisa demonstram que a perda de peso, a ingestão reduzida de álcool e sódio e a atividade física regular são adaptações efetivas de estilo de vida para reduzir a pressão arterial (Appel, et al., 2003). Os estudos também mostram que as dietas ricas em frutas, vegetais e derivados de leite semidesnatados podem evitar o desenvolvimento de hipertensão e diminuir a pressão arterial elevada (SACKS et al., 2001).
Para os pacientes com hipertensão não complicada e nenhuma indicação especifica para outro medicamento, os medicamentos iniciais recomendados incluem diuréticos, beta bloqueadores ou ambos. A principio, os pacientes recebem dose baixa de medicamento. Quando a pressão arterial não cai para menos de 140/90 mmHg, a dose é aumentada gradualmente sendo os medicamentos adicionais incluídos, conforme necessário para o controle. (BRUNNER, 2008)
O objetivo do cuidado de enfermagem para pacientes hipertensos focaliza a diminuição e o controle da pressão arterial sem efeitos adversos e sem o custo indevido. Para atingir essas metas, a enfermeira deve apoiar e ensinar o paciente a aderir ao regime de tratamento ao implementar as mudanças do estilo de vida necessárias, tomar os medicamentos conforme a prescrição e agendar as consultas de acompanhamento regulares com a enfermeira para monitorar o progresso e identificar quaisquer complicações da doença (BRUNNER, 2008).
4.2 DIABETES MELLITUS
O diabetes mellitus é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por níveis aumentados de glicose no sangue (hiperglicemia) resultantes dos defeitos na secreção de insulina, ação da insulina ou ambas (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION [ADA], 2004r). Normalmente determinada quantidade de glicose circula no sangue. As principais fontes dessa glicose são a absorção do alimento ingerido no trato gastrointestinal e a formação de glicose pelo fígado a partir dessas distâncias alimentares (BRUNNER,2008).
A insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas, controla o nível de glicose no sangue regulando a produção e o armazenamento de glicose. No diabetes, as células podem parar de responder a insulina ou o pâncreas pode parar totalmente de produzir-la. Isso leva à hiperglicemia que pode resultar em complicações metabólicas agudas, como a cetoacidose diabética (DKA) e a síndrome não-cetótica hiperosmolar hiperglicêmica (SNCHH). Os efeitos de um longo prazo da hiperglicemia contribuem para as complicações macrovasculares (doenças da artéria coronária, doença vascular cerebral e doença vascular periférica), complicações microvasculares crônicas (doença renal e ocular) e complicações neuropáticas (doenças dos nervos) (BRUNNER, 2008).
4.2.1 PERFIL EPIDEMIOLÓGICOO diabetes é comum e de incidência crescente. Estima-se que, em 1995, atingia 4,0% da população adulta mundial e que, em 2025, alcançará a cifra de 5,4%. A maior parte desse aumento se dará em países em desenvolvimento, acentuando-se, nesses países, o padrão atual de concentração de casos na faixa etária de 45-64 anos. No Brasil, no final da década de 1980, estimou-se que o diabetes ocorria em cerca de 8% da população, de 30 a 69 anos de idade, residente em áreas metropolitanas brasileiras. Essa prevalência variava de 3% a 17% entre as faixas de 30-39 e de 60-69 anos. A prevalência da tolerância à glicose diminuída era igualmente de 8%, variando de 6 a 11% entre as mesmas faixas etárias. Hoje estima-se 11% da população igual ou superior a 40 anos, o que representa cerca de 5 milhões e meio de portadores (população estimada IBGE 2005). O diabetes apresenta alta morbi-mortalidade, com perda importante na qualidade de vida. É uma das principais causas de mortalidade, insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira e doença cardiovascular (BRASIL, 2006).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou em 1997 que, após 15 anos de doença, 2% dos indivíduos acometidos estarão cegos e 10% terão deficiência visual grave. Além disso, estimou que, no mesmo período de doença, 30 a 45% terão algum grau de retinopatia, 10 a 20%, de nefropatia, 20 a 35%, de neuropatia e 10 a 25% terão desenvolvido doença cardiovascular. Mundialmente, os custos diretos para o atendimento ao diabetes variam de 2,5% a 15% dos gastos nacionais em saúde, dependendo da prevalência local de diabetes e da complexidade do tratamento disponível. Além dos custos financeiros, o diabetes acarreta também outros custos associados à dor, ansiedade, inconveniência e menor qualidade de vida que afeta doentes e suas famílias. O diabetes representa também carga adicional à sociedade, em decorrência da perda de produtividade no trabalho, aposentadoria precoce e mortalidade prematura (BRASIL, 2006).
4.2.2 CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA PARAO DIABETES MELLITUS
Os tipos de diabetes mais frequentes são o diabetes tipo 1, anteriormente conhecido como diabetes juvenil, que compreende cerca de 10% do total de casos, e o diabetes tipo 2, anteriormente conhecido como diabetes do adulto, que compreende cerca de 90% do total de casos. Outro tipo de diabetes encontrado com maior frequência e cuja etiologia ainda não está esclarecida é o diabetes gestacional, que, em geral, é um estágio pré-clínico de diabetes, detectado no rastreamento pré-natal. Outros tipos específicos de diabetes menos frequentes podem resultar de defeitos genéticos da função das células beta, defeitos genéticos da ação da insulina, doenças do pâncreas exócrino, endocrinopatias, efeito colateral de medicamentos, infecções e outras síndromes genéticas associadas ao diabetes. (BRASIL, 2006)
4.2.2.1 DIABETES TIPO I
O termo tipo 1 indica destruição da célula beta que eventualmente leva ao estágio de deficiência absoluta de insulina, quando a administração de insulina é necessária para prevenir cetoacidose, coma e morte. A destruição das células beta é geralmente causada por processo autoimune, que pode se detectado por auto anticorpos circulantes como anti-descarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD), anti-ilhotas e anti-insulina, e, algumas vezes, está associado a outras doenças auto-imunes como a tireoidite de Hashimoto, a doença de Addison e a miastenia gravis. Em menor proporção, a causa da destruição das células beta é desconhecida (tipo 1 idiopático). O desenvolvimento do diabetes tipo 1 pode ocorrer de forma rapidamente progressiva, principalmente, em crianças e adolescentes (pico de incidência entre 10 e 14 anos), ou de forma lentamente progressiva, geralmente em adultos, (LADA, latent autoimmune diabetesin adults; doença auto-imune latente em adultos). Esse último tipo de diabetes, embora assemelhando-se clinicamente ao diabetes tipo 1 auto-imune, muitas vezes é erroneamente classificado como tipo 2 pelo seu aparecimento tardio. Estima-se que 5-10% dos pacientes inicialmente considerados como tendo diabetes tipo 2 podem, de fato, ter LADA (BRASIL, 2006).
4.2.2.2 DIABETES TIPO II
O termo tipo 2 é usado para designar uma deficiência relativa de insulina. A administração de insulina nesses casos, quando efetuada, não visa evitar cetoacidose, mas alcançar controle do quadro hiperglicêmico. A cetoacidose é rara e, quando presente, é acompanhada de infecção ou estresse muito grave. A maioria dos casos apresenta excesso de peso ou deposição central de gordura. Em geral, mostram evidências de resistência à ação da insulina e o defeito na secreção de insulina manifesta-se pela incapacidade de compensar essa resistência. Em alguns indivíduos, no entanto, a ação da insulina é normal, e o defeito secretor mais intenso (BRASIL, 2006)
4.2.3 FISIOPATOLOGIA DO DIABETES
A insulina é secretada pelas células beta, as quais constituem dos quatro tipos de células nas ilhotas de Langerhans no pâncreas. A insulina é um hormônio anabólico ou de armazenamento. Quando uma pessoa ingere uma refeição, a secreção de insulina aumenta e movimenta a glicose do sangue para o músculo, fígado e celular adiposas. Nessas células, a insulina: Transporta e metaboliza a glicose para produzir energia; Estimulam o armazenamento da glicose no fígado e músculo (na forma de glicogênio); Sinaliza o fígado para parar a liberação de glicose; Estimulam o armazenamento de lipídeos da dieta do tecido adiposo; Acelera o transporte de aminoácido (derivados da proteína da dieta) para dentro das células. A insulina também inibe a clivagem da glicose, proteína e lipídeos armazenados. (BRUNNER, 2008).
Durante os períodos de jejum o pâncreas libera continuamente uma pequena quantidade de insulina (Insulina vasal). Outro hormônio pancreático chamado de glucagon é liberado quando os níveis glicêmicos diminuem e estimulam o fígado a liberar a glicose armazenada. Em conjunto, a insulina e o glucagon mantêm um nível constante de glicose no sangue estimulando a liberação de glicose a partir do fígado. A principio, o fígado produz glicose através da clivagem do glicogênio. Depois de 8 a 12 horas sem alimentação, o fígado forma glicose a partir da clivagem de substancias diferentes de carboidratos, incluindo os aminoácidos (BRUNNER,2008).
4.2.4 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
As manifestações clínicas clássicas de todos os tipos de diabetes incluem os “três P’s”: poliúria (aumento da urina), polidipsia (aumento da sede) e polifagia (aumento do apetite). Tais manifestações dependem do nível de hiperglicemia do paciente. Os outros sintomas incluem fadiga e fraqueza, alterações súbitas da visão, formigamento ou adormecimento nas mãos ou nos pés, pele seca, lesões cutâneas ou feridas que exibem cicatrização lenta e infecções recorrentes. O início do diabetes do tipo I também pode estar associado a perda de peso súbita ou náuseas, vômitos ou dores abdominais, quanto a DKA se desenvolveu (BRUNNER, 2008).
4.2.5 DIAGNÓSTICO
Um nível glicêmico anormalmente elevado é o critério básico para o diagnóstico do diabetes. Os níveis de glicose plasmática em jejum (GPJ) de 126 mg/dl (7,0 mmoI/L) ou mais, os níveis de glicose plasmática ao acaso superiores a 200 mg/dl(11,1 mmoI/L) em mais de uma ocasião, são diagnósticos de diabetes. O teste de tolerância a glicose oral e o teste de tolerância a glicose intravenosa não são mais recomendáveis para uso clinico rotineiro (BRUNNER, 2008).
A principal meta do tratamento do diabetes é normalizar atividade de insulina e os níveis glicêmicos para reduzir o desenvolvimento das complicações vasculares e neuropáticas. O tratamento varia por causa das mudanças no estilo de vida e nos estados físico e emocional, bem como em decorrência dos avanços dos métodos de tratamento. Assim o tratamento do diabetes envolve a avaliação constante e a modificação do plano de tratamento pelos profissionais de saúde, bem como os ajustes diários da terapia pelo paciente. Embora a equipe de saúde conduza o tratamento, é o paciente q devegerenciar o complexo regime terapêutico. Por esse motivo, a educação do paciente e da família é um componente essencial do tratamento do diabetes que é tão importante quanto todos os outros tratamentos do regime (BRUNNER, 2008).
4.2.6 RASTREAMENTO E PREVENÇÃO DO DIABETES
O rastreamento do diabetes tipo 2 engloba cerca de 50% da população com diabetes que não sabem que são portadores da doença, algumas vezes permanecendo não diagnosticados até que se manifestem sinais de complicações.
Por isso, testes de rastreamento são indicados em indivíduos assintomáticos que apresentem maior risco da doença, apesar de não haver ensaios clínicos que documentem o benefício resultante e a relação custo-efetividade ser questionável. Fatores indicativos de maior risco são listados a seguir: Idade >45 anos; Sobrepeso (Índice de Massa Corporal IMC >25); Obesidade central (cintura abdominal >102 cm para homens e >88 cm para mulheres, medida na altura das cristas ilíacas); Antecedente familiar (mãe ou pai) de diabetes; Hipertensão arterial (> 140/90 mmHg); Colesterol HDL d”35 mg/dL e/ou triglicerídeos e”150 mg/dL; História de macrossomia ou diabetes gestacional; Diagnóstico prévio de síndrome de ovários policísticos; Doença cardiovascular, cerebrovascular ou vascular periférica definida (BRASIL, 2006).
Indivíduos de alto risco requerem investigação diagnóstica laboratorial com glicemia de jejum e/ou teste de tolerância à glicose. Alguns casos serão confirmados como portadores de diabetes, outros apresentarão alteração na regulação glicêmica (tolerância à glicose diminuída ou glicemia de jejum alterada), o que confere maior risco de desenvolver diabetes. A caracterização do grau de risco não está padronizada. Para merecer avaliação laboratorial e colocar um paciente assintomático sob suspeita, alguns sugerem a presença de vários dos fatores de risco acima. A tendência crescente é a de se usar um escore de fatores de risco, semelhante aos empregados na avaliação do risco cardiovascular. Casos em que a investigação laboratorial for normal deverão ser investigados a cada 3-7 anos, dependendo do grau de suspeita clínica (BRASIL, 2006).
Com a prevenção ficou bem demonstrado que os indivíduos em alto risco (com tolerância à glicose diminuída), podem prevenir, ou ao menos retardar, o aparecimento do diabetes tipo 2. Por exemplo, mudanças de estilo de vida reduziram 58% da incidência de diabetes em 3 anos. Essas mudanças visavam discreta redução de peso (5-10% do peso), manutenção do peso perdido, aumento da ingestão de fibras, restrição energética moderada, restrição de gorduras, especialmente as saturadas, e aumento de atividade física regular. Intervenções farmacológicas, p.ex., alguns medicamentos utilizados no tratamento do diabetes, como a metformina, também foram eficazes, reduzindo em 31% a incidência de diabetes em 3 anos. Esse efeito foi mais acentuado em pacientes com IMC > 35 kg/m2. Casos com alto risco de desenvolver diabetes, incluindo mulheres que
tiveram diabetes gestacional, devem fazer investigação laboratorial periódica para avaliar sua regulação glicêmica. A caracterização do risco é feita de modo semelhante àquela feita para suspeita de diabetes assintomático discutida acima (BRASIL, 2006).
4.2.7 CUIDADOS DE ENFERMAGEM
O cuidado de enfermagem aos pacientes com diabetes pode envolver o tratamento de ampla variedade de distúrbios fisiológicos, dependendo do estado de saúde do paciente e de se ele foi recentemente diagnosticado ou se está procurando cuidado para um problema de saúde não-correlato. Como todos os pacientes com diabetes devem dominar os conceitos e habilidades necessários para o tratamento a longo prazo e a prevenção das complicações potenciais do diabetes, uma base educacional sólida é necessário para o autocuidado competente e constitui um foco contínuo do cuidado de enfermagem (BRUNNER, 2008).
4.3 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NO HIPERDIA NO PSF
Realizar consulta de enfermagem, abordando fatores de risco, tratamento não medicamentoso, adesão e possíveis intercorrências ao tratamento, encaminhando o indivíduo quando necessário; Desenvolver atividades educativas individuais ou em grupo com os pacientes hipertensos ou diabéticos; Solicitar durante a consulta de enfermagem os exames mínimos estabelecidos nos consensos e definidos como possíveis e necessários pelo médico da equipe; Repetir a medicação de indivíduos controlados e sem intercorrências; Encaminhar para consultas mensais com o médico da equipe os indivíduos portadores de lesões em órgãos-alvo ou com co-morbidades; Encaminhar para consultas trimestrais com o médico da equipe, os indivíduos que estão com níveis tensionais controlados, mas que tenham lesões em órgãos alvos ou com co-morbidades; Encaminhar para consultas semestrais com o médico da equipe, os indivíduos controlados e sem sinais de lesões em órgãos alvos e sem co-morbidades; Realizar glicemia capilar aos pacientes diabéticos a cada consulta e nos hipertensos uma vez ao ano; Realizar na consulta de enfermagem avaliação de membros inferiores para identificação de pé em risco; Capacitar os auxiliares de enfermagem e os agentes comunitários e supervisionar suas atividades (MS,2006).
METODOLOGIA
A presente pesquisa foi realizada no município de Serra Talhada (PE), na região do Sertão Pernambucano no Vale do Pajeú, a 415 km do Recife, no trajeto da principal rodovia ligando a capital ao interior. Serra Talhada tem uma população estimada em 83.245 habitantes, dentre estes 6.415 são hipertensos e 1.237 diabéticos, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde de Serra Talhada (2010).
Trata-se de um estudo do tipo descritivo, transversal, realizado através de uma pesquisa quantitativa. Estudo descritivo porque foi descrito os dados cadastrais do Sistema Hiperdia  e quantitativo que significa traduzirem números.  A primeira razão para se conduzir uma Pesquisa Quantitativa é descobrir quantas pessoas de uma determinada população compartilham uma característica ou um grupo de características. Ela é especialmente projetada para gerar medidas precisas e confiáveis que permitam uma análise estatística (ETHOS, 2002).
Já  Fawcett e Downs (1992) apud Polit, Beck e Hungler (2004), descreve a teoria descritiva dirigida especificamente para o individuo, grupos, situações através do resumo das semelhanças que se observam em diferentes situações.  Com a finalidade de observar, descrever e documentar os aspectos da situação. O estudo transversal é definido por  Polit, Beck e Hungler (2004) como um estudo que envolve uma coleta de dados em um ponto do tempo, descrevendo situações, status do fenômeno e as relações entre os fenômenos em um ponto fixo. A pesquisa foi realizada no período agosto de 2011 a maio de 2012.
O trabalho foi realizado na Cidade de Serra Talhada – PE
, no setor de informática da base de dados. Quinze Unidades de Saúde da Família fizeram parte da pesquisa.
A população desse estudo foi composta pelos prontuários de pacientes cadastrados no Programa do HIPERDIA do Ministério da Saúde. 
Serão
 incluídos todos os pacientes que foram cadastrados no Sistema Hiperdia referente aos meses Janeiro a Dezembro no ano de 2017. 
Serão
 excluídos os pacientes que não aceitarem assinar o TCLE.
A amostra foi do tipo intencional a qual é baseada no pressuposto de que o conhecimento do pesquisador ajuda na indicação dos casos incluídos na amostra que foram os prontuários dos pacientes cadastrados no Programa do HIPERDIA do Ministério da Saúde no ano de 2010 (POLIT, BECK, HUNGLER, 2004, p.229).
Os dados foram acessados através de questionário
 e revisão do cadastrado de pacientes no programa do HIPERDIA do Ministério da Saúde em todo município de Serra Talhada no ano de 2017.
		
		
		
		
		
		
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
APÊNDICES
�Opção: Retirar todos esses parágrafos e concluir a introdução com os objetivos descritos. Na forma como está escrito tenho a sensação de que o trabalho acabou nos objetivos.
�Retirar. Já foi dito no primeiro parágrafo da metodologia.
�Serãoou foram?
�Serão ou foram? Vocês irão realizar o trabalho ainda?
�Colocar em anexo se possível para o avaliador poder analisar.

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