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Universidade Federal de Pelotas Tecnologia em Transporte Terrestre Técnicas de Comunicação Científica e Empresarial Redação: composição e tipos Profa. Clara Natalia Steigleder 1. FRASE É um enunciado que estabelece comunicação. Expressa uma ideia de sentido completo. A frase pode ser representada por: - Uma palavra: Corram! - Uma oração: O relatório está pronto. - Um período: O diretor viajou após realizar a inspeção e conhecer várias fábricas. 2. ORAÇÃO É a expressão de um juízo que pode ser completo ou incompleto. A oração distingue-se da frase por apresentar sujeito e predicado. Exemplo: Um público numeroso assistiu à peça e aplaudiu demoradamente, uma vez que os artistas representaram com muito realismo. São orações: (sentido completo): Um público assistiu à peça. (sentido incompleto: e aplaudiu demoradamente. (sentido incompleto): uma vez que os artistas representavam com muito realismo. 3. PERÍODO É o conjunto de orações e pode ser simples ou composto. O período será simples quando for constituído de uma só oração. Exemplo: O aluno saiu. 4. PARÁGRAFO É uma unidade de composição. Pode ser constituído por um ou mais períodos em que se desenvolve ou se explana uma ideia central, geralmente agregando outras, chamadas secundárias, mas intimamente relacionadas pelo sentido. O conteúdo da redação técnica é desenvolvido em parágrafos. Em geral, o parágrafo constitui-se de duas partes: a introdução e o desenvolvimento. A introdução é sucinta (dois ou três períodos). O desenvolvimento é a explanação da ideia central. Exemplo de parágrafo: Correspondência é o conjunto de normas regedoras das comunicações escritas entre pessoas ou entidades; orientam a feitura e a elaboração dos documentos. Por extensão, é o grupo de documentos ou é apenas um documento. 5. TIPOS DE REDAÇÃO 5.1 Redação literária Está presa ao estilo. Quando escreve, o autor lança mão de recursos pessoais. Divaga, embeleza o pensamento, reforça-o, apresentando-o com frases diversas. Há a preocupação pelo ritmo, pela sonoridade das palavras, pela geração de ideias. Há arte! Exemplo de redação literária: De todas as artes, a mais bela, a mais expressiva, a mais difícil, é sem dúvida a arte da palavra. De todas as mais, se entretece e compõe. São as outras como ancilas e ministras: ela a soberana universal. A estátua fala, mas fala com uma interjeição, que apenas expressa um sentimento vago, indefinido, momentâneo. A pintura fala, mas fala como uma frase breve em que a eclipse houvera suprimido boa parte dos elementos essenciais. O edifício fala, mas fala como uma inscrição abreviada, que desperta a memória do passado sem particularizar os acontecimentos a que alude. A música fala, mas fala apenas à sensibilidade, sem que o entendimento a possa claramente discernir. Só a palavra, nas artes que é matéria-prima, fala ao sentimento e à paixão. Só a palavra, comovedora e persuasiva, encadeia à sua lira mágica estas feras humanas ou desumanas, que se chamam homens, arrebatados e enfurecidos nas mais truculentas alucinações. SANTOS, Volnyr. Português na Correspondência, Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1997) 5.2 Redação técnica Em certa medida, a redação técnica pressupõe habilidade pessoal como na literária. Na literária, porém o objeto da composição é o sujeito, ao passo que na técnica é a ideia, aquilo que se escreve. A redação técnica, portanto, é aquela que trata de assuntos ou fatos técnicos ou administrativo, na qual tem relevância a clareza, a concisão e a precisão. Na redação técnica o aspecto pessoal é secundário, havendo a preocupação pela objetividade, eficácia e exatidão da comunicação. A descrição técnica deve esclarecer, convencendo; a literária deve impressionar, agradando. Exemplo de redação técnica O trânsito interfere de diferentes maneiras no cotidiano das pessoas. Em alguns locais, muitas vezes, é restringida a acessibilidade e limitada a circulação dos diferentes atores sociais, como os pedestres, ciclistas e usuários de transporte coletivo, ou mesmo dos condutores quando são implantados, por exemplo, sistemas de rodízio por placas. Mas também leva a conflitos que, muitas vezes, acabam transformando-se nos chamados acidentes de trânsito. Esses conflitos carregam em sua origem questões sociais relacionados à construção do papel de pedestre e condutor, como cada um entende sua condição e se relaciona com o outro num espaço que é público. Esta perspectiva amplia o olhar sobre os denominados acidentes de trânsito e permite ir além da questão formal da aplicação do Código de Trânsito Brasileiro, da internalização de normas e regras e da punição, incorporando questões sociais presentes nas relações entre os indivíduos. Steigleder, C. N. Trânsito e pedestres: representações sociais e segregação urbana móvel. Dissertação de mestrado: UFRGS, 2011.
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