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MORFOLOGIA O trofozóito tem o formato de pêra com simetria bilateral. Apresenta um grande disco suctorial em sua face ventral; a face dorsal é convexa. Possui quatro pares de flagelos que originam-se do blefaroplastos situados entre os núcleos. Abaixo do disco suctorial encontramos o corpo mediano. Giardia lamblia Trofozoíto O cisto é oval. No seu interior encontram-se 2 ou 4 núcleos, um número variável de fibrilas. Cisto SINTOMATOLOGIA Quadro de diarréia crônica, esteatorréia, cólicas abdominais, sensação de distensão, podendo levar a perda de peso e desidratação. Pode haver má absorção de gordura, vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K), ferro, lactose e vitamina B12. PATOGENIA A diarréia causada pela Giardia é em função da má absorção intestinal, devido as lesões nas microvilosidades da mucosa. DIAGNÓSTICO CLÍNICO - em crianças a partir do 8º mês a 12 anos a sintomatologia é a diarréia com esteatorréia, irritabilidade insônia, náuseas e vômitos. LABORATORIAL - Fezes diarréicas: método direto (salina ou lugol) método de hematoxilina férrica - Fezes formadas: método de faust ou MIFC PROFILAXIA Recomenda-se a higiene pessoal, proteção dos alimentos e tratamento da água. TRATAMENTO Um dos tratamentos que obteve eficácia foi o uso da furazolidona. Entre outros pode ser utilizado o metronidazol, tinidazol, etc. Métodos Imunocromatográficos ImmunoCard STAT Cryptoporidium/Giardia Rapid Assay (Meridian®Bioscience) Sensibilidade = 100% Especificidade = 97% - Pertence à família Trichomonadidae - Protozoário parasito e flagelado, possui a capacidade de formar pseudópodos que servem para a captura de alimentos e para se fixar em partículas sólidas. Trichomonas vaginalis AF=Flagelos anteriores RF= Membrana ondulante CO= Costa AX= Axonema HY= Hidrogenossomas PB= Filamento parabasal PG= Corpo parabasal N = Núcleo É a única espécie de Trichomonas patogênica para o ser humano; Seu formato pode variar entre ovóides, arredondados ou elipsóides; medem em média 9,7µm de comprimento por 7 µm de largura; É anaeróbio facultativo utilizando glicose, maltose e galactose como fonte de energia; Cresce bem na ausência de O2 e em ph entre 5 e 7,5; Não possui mitocôndrias. Hidrogenases transformam piruvato em acetato e liberam ATP e H2. Trichomonas vaginalis HABITAT Trato geniturinário do homem e da mulher. Não sobrevive fora do sistema urogenital. REPRODUÇÃO Divisão binária longitudinal e não há formação de cistos. TRANSMISSÃO Relação sexual – é uma doença venérea. Em raros casos, pode ser transmitida durante o parto ou com o uso de objetos de uso pessoal e íntimo. o parasita sobrevive : mais de 48h a 10ºC no exsudato vaginal 3h na urina coletada 6h no sêmem ejaculado 24h em toalhas de pano úmidas a 35 ºC EPIDEMIOLOGIA Trichomonas vaginalis é responsável por 1/3 de todas as vaginites presente em 180 milhões de mulheres no mundo nas mulheres é mais comum na 2a e 3a década de vida, nos homens é mais comum após os 30 anos; parasita a cavidade bucal humana e de símios; vive em comensalismo, não provoca doença; Tem formato ovóide com 4 flagelos anteriores e mede 4 a 16 X 2 a15µm vasta distribuição geográfica; Prevalência variando de 0 a 25% transmitido diretamente pela saliva ou indiretamente pelo contato com escovas de dente, alimentos lambidos; pode ser pesquisado no tártaro dos dentes, goma de mascar, criptas amigdalianas; Trabalhos europeus descrevem infecções respiratórias atribuídas a ele. Trichomonas tenax Trichomonas hominis ou Pentatrichomonas hominis não provoca doença porém pode ser encontrado em fezes diarreicas. possui 5 flagelos anteriores sendo que 1 deles fica separado ampla distribuição geográfica com predomínio nos trópicos Lactobacillus ou Bacilos de Doderlein A flora vaginal é constituída por várias espécies, predominantemente por Lactobacillus ou bacilos de Doderlein Sob estimulação estrogénica as células epiteliais da mucosa vaginal acumulam glicogênio, que é transformado pela flora vaginal em ácido láctico, o que assegura um pH da vagina ácido. 57.bin DESENVOLVIMENTO DO T. vaginalis Modificação da flora bacteriana vaginal Diminuição da acidez local Diminuição do glicogênio nas células do epitélio Acentuada descamação Ciclo Biológico 3 a 20 dias até o aparecimento dos sintomas O trofozoíto sobrevive mais de uma semana sob o prepúcio após o coito Patologia e Sintomatologia Mulher - Cervicite, vaginite, vulvovaginite e uretrite - Leucorréia: corrimento branco (muco, exudato inflamatório, leucócitos, células epiteliais), sem sangue, com odor variável. - prurido - ardor Tricomoníase - complicações T. vaginalis tem sido associada com: Mulher Doenças inflamatórias pélvicas parto prematuro crianças abaixo peso normal Neoplasia cervical Outras DST: Chlamydia trachomonis e Nessieria gonorrhoeae Outras bactérias causadoas de vaginites Tricomoníase complicações T. vaginalis tem sido associada com: Homem uretrite epididemites prostatite infertilidade Mulheres e homens Principal complicação: maior risco de adquirir HIV transmissão: 2-3 vezes maior Adesão - antígenos de superfície Efeito citopático enzimas hidrolíticas - proteases fatores de descolamento de células Processo inflamatório das células epiteliais - secreção (leucorréia) - descamação do epitélio que pode levar à ulceração Patologia Tricomoníase Relação parasita-hospedeiro Resposta imune protetora- IgA secretora Reinfecções - ausência de imunidade adquirida - grande variabilidade de isolados DIAGNOSTICO Coleta das amostras Homens: - Coletar a 1° urina da manhã - Não tomar nenhum medicamento tricomonicida há mais de 15 dias - Coletar material uretral com swab ou alça de platina (Solução isotônica – 0,15M) Mulheres: - Não deverão realizar a higiene vaginal durante um período de 18 a 24 h - Não tomar nenhum medicamento tricomonicida há mais de 15 dias - Coletar material da vagiana com swab Clínico: Corrimento esverdeado de odor fétido+ prudido vaginal, disuria e dispaurenia. A sintomatologia tende a piorar após relação sexual e após menstruação. Laboratorial: citologia vaginal Trichomonas vaginalis Diagnóstico parasitológico Exame direto a fresco: - Preparações não coradas (diluídas em solução salina) microscopia de campo claro e/ou de campo escuro e/ou de contraste de fase - Visualização de parasitas vivos e em movimento Preparações fixadas e coradas: Gram, Giemsa e Leishman Cultura (“gold standard”): isolamento do T. vaginalis em meios seletivos (Kupferberg, Roiron e/ou Diamond) - 3 a 7 dias Sensibilidade: > 80% TRATAMENTO - A base de metronidazol, tinidazol, secnidazol. Deve ser tratado o parceiro sexual para evitar recidivas. O metronidazol interfere com o álcool. - O Trichomonas vaginalis não é sensível a antibióticos, mas muitas cepas apresentam, atualmente, resistência ao metronidazol; a vacino-terapia é uma tentativa de tratamento da tricomoníase. - Na mulher: tratamento oral e creme vaginal. PROFILAXIA O material contaminado pode ser desinfectado com hexaclorofeno 0,42M por 24h, ou pelo calor a 44°C. Medidas aplicáveis às doenças sexualmente transmissíveis Amebíase Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar CLASSIFICAÇÃO CLASSE Lobosea ORDEM Amoebida FAMÍLIA Entamoebidae GÊNEROS Entamoeba, Iodamoeba, Endolimax e Dientamoeba ESPÉCIES E. histolytica / E. dispar, E. hartmanni, E. coli, E. gingivalis, Dientamoeba fragilis, I. butschlii e E. nana Anaeróbios facultativos, alimentam-se de bactérias, leucócitos ou hemácias(por fagocitose) Não possuem mitocôndrias, Golgi ou reticulo endoplasmático, locomoção através de pseudopodes Parasita extracelular. E. histolytica pode aderir à membrana plasmática das células do hospedeiro, citotoxicidade depende de contato Reprodução assexuada por fissão binária (dentro do hospedeiro) no lumen intestinal ou em lesões. 3a mais importante doença parasitária em número de óbitos no mundo (40.000-110.000 óbitos/ano, somente por E. histolytica) 1% da população mundial está infectada Entamoeba espécies Complexo: Entamoeba histolytica / Entamoeba dispar Aproximadamente durante um século Entamoeba histolytica foi considerada como única espécie. Recentemente a Entamoeba histolytica passou a ser considerada como parte de um complexo Entamoeba histolytica / Entamoeba dispar. Estudos recentes baseados em: Evidências bioquímicas: diferenças no perfil isoenzimático Métodos imunológicos: através de anticorpos monoclonais (Proteínas da superfície da ameba); Técnicas genéticas: através de diferenças no DNA genômico ou ribossomal dessas amebas; Diferenças nas formas clínicas da doença. Amebíase Entamoeba histolytica (Schaudinn, 1903) Apresenta diversos graus de virulência, invasiva; Apresenta diversas formas clínicas; Entamoeba dispar (Brumpt, 1925) Pode causar erosões na mucosa intestinal, sem invasão; Maior parte dos casos assintomáticos e colite não disentérica. MORFOLOGIA Característica E. histolytica E. coli Trofozoítos Tamanho 6 a 40 μm 5 a 30 μm Motilidade Ativa, direcional Lenta, não direcional Pseudópodos Rápida e evidente, em dedo de luva Emissão lenta de pequenos pseudópodes, reversível. Inclusões Hemácias, raramente bactérias Bactérias. Nunca hemácias Núcleo Invisível sem coloração Visível Cistos Tamanho 5 a 25 μm 10 a 35 μm Forma Redondo Redondo Núcleos 1 a 4 com cariossoma central 1 a 8 com cariossoma excêntrico Amebas Cistos de Entamoeba coli Trofozoíto de Entamoeba coli Cistos Entamoeba histolytica Trofozoíto Entamoeba histolytica Cistos de Endolimax nana Cistos de Iodamoeba butschlii HÁBITAT Os trofozoítos de E. histolytica/ E. dispar vivem na luz do intestino grosso. TRANSMISSÃO Através da ingestão de cistos com alimentos: verduras e frutas contaminadas, água, veiculadas nas patas de baratas e moscas. Falta de higiene domiciliar e os portadores assintomáticos . Ingestão do cistos Desencistamento no intestino delgado Ciclo patogênico na parede intestinal fígado pulmão pele cérebro Intestino grosso Cistos INFECCIOSOS Fezes formadas Fezes pastosas e formadas Fezes diarréicas Transmissão de Amebas (exceto E. gingivalis ) Um indivíduo infectado libera até 45 milhões de cistos por dia! 61.unknown Mecanismo de invasão Adesão Liga-se através de receptores específicos a células do epitélio intestinal (lecitinas envolvidas). Processo de destruição tecidual Proteases parasitárias – avulsão da mucosa –formação de úlcera (base para o diagnóstico endoscópio). Dispersão Trofozoíto – circulação – sistema porta – fígado – obstrução vascular – isquemia – necrose – abcesso. Entamoeba Histolytica Invasão da mucosa Lesão intestinal causada por E. histolytica PATOGENIA Período de incubação : 7 dias até 4 meses Formas assintomáticas (E. dispar) Formas sintomáticas (E. histolytica) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA AMEBÍASE Amebíase Intestinal Não invasiva: Colites não disentéricas: 2 a 4 evacuações por dia com fezes moles pastosas; desconforto abdominal e cólicas. Amebíase intestinal invasiva: Colite amebiana aguda ou disenteria amebiana Sintomas e sinais da doença Presença de trofozoítos hematófagos nas evacuações Alterações características da mucosa intestinal Presença de anticorpos específicos no soro 1- Disentéria amebiana Doença aguda infecciosa com lesões inflamatórias e ulcerativas das porções inferiores do intestino. Manisfesta-se com diarréia intensa (8 a 10 evacuações por dia) acompanhadas de cólicas intestinais e diarréia com evacuações mucosanguinolentas, febre moderada e dor abdominal. 2- Colite amebiana fulminante: caso grave – Mulheres grávidas - Colon repleto de ulcerações – perfuração até a parede do intestino - Evacuações mucosanguinolentas Amebíase extra-intestinal Amebíase hepática - dor, febre e hepatomegalia (Anorexia e fraqueza) Amebíase cutânea - região perianal Amebíase em outros órgãos - pulmão, cérebro, baço, rim, etc. COMPLICAÇÕES: perfurações e peritonite, hemorragias, colites pós-disentéricas, apendicite e ameboma 3- Amebíase intestinal crônica Diarréias (4 a 5 por dia), flatulência, dor abdominal e raramente febre DIAGNÓSTICO CLÍNICO - Amebíase intestinal: sintomatologia comum, retossigmoidoscopia - Abcesso hepático: tríade (dor, febre e hepatomegalia), raio X, ultra-sonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética LABORATORIAL: (Exame de fezes, soro e exsudatos) PARASITOLÓGICO Fezes líquidas (Trofozoítos): exame direto corado pela hematoxilina férrica Fezes formadas (Cistos) : Método de Faust e Willis IMUNOLÓGICO Amebíase intestinal e extra-intestinal : Elisa, IFI, hemaglutinação indireta. Diagnóstico laboratorial Diagnóstico imunológico • Detecção de antígenos: Material: Fezes, soro ou exsudato de abcesso Kits comercialmente disponíveis (ELISA) : Identificação de E. histolytica/dispar ou E. histolytica (anticorpo monoclonal detecta a adesina galactose-específica) • Detecção de anticorpos no soro (amebíase extra intestinal): ELISA (anticorpos anti-lectina) Imunofluorescência Diagnóstico laboratorial Diagnóstico por PCR (RNAr): Identificação de E. histolytica ou E. dispar - Cultura e análise de isoenzimas: Identificação de E. histolytica ou E. dispar PROFILAXIA Está intimamente ligada a engenharia e educação sanitária. Principalmente água de boa qualidade nas casas e tratamento do esgoto; Educação sanitária e educação ambiental, com a participação ativa e efetiva da comunidade; Lavagem de frutas e verduras a serem ingeridas cruas; Exame de fezes periódicos de manipuladores de alimentos e tratamento dos casos positivos. TRATAMENTO Amebicida intestinal - Luminal: Etofamida (Kitnos) Teclosan (Falmonox) - Tissular: Cloridrato de Emetina Cloroquina Luminal e Tissular Derivados Imidazólicos * Tinidazol (Fasigyn) * Metronidazol (Flagyl) * Secnidazol (Secnidal) * Nimorazol (Naxogin) Extra-intestinal * metronidazol (Droga de escolha sobretudo no abscesso hepatico): ativo contra forma invasiva no intestino e fígado MODO DE AÇÃO O metronidazol é metabolizado, formando derivados, incluindo radicais superóxido, que interferem com o metabolismo do DNA dos parasitas, o que causa extensas rupturas nas cadeias de DNA e a interrupção da estrutura helicoidal. Portanto, a síntese de proteínas no parasita sofre alteração. Glicose 2 Piruvato Acetato + Etanol NADPH2 + ADP + Pi ATP + 2 CO2 + H2 Metronidazol Metronidazol inativoativo Como funciona Metronidazol? Replicação DNA do parasita Entamoeba gingivalis Não é patogênica (comensal) não forma cistos, transmissão ocorre via oral Ocorrência de E. gingivalis de pacientes com patologias odontológicas ou no grupo controle ---> diferença estatísticamente não significativa Diagramm2 pacientes pacientes controles controles pacientes total pacientes com E. gingivalis 113 66 96 30 Tabelle1 pacientes controles 113 96 66 30 Tabelle1 Tabelle2 pacientes total pacientes com E. gingivalis Tabelle3 Amebas Parasitas Vida livre Comensais Vida livre, eventualmente parasitas Protozoários com inúmeros habitats: Entamoeba histolytica Acanthamoeba, Naegleria Entamoeba coli, E. dispar, E. hartmanni, E. gengivalis, Endolimax nana, Iodamoeba bütschlii Vários gêneros e espécies Família Vahlkamphidae Gênero Naegleria Amebíase como doença oportunista Família Hartmannellidae Gênero Acanthamoeba Amebas encontradas no solo e na água, bacteriófagas. Parasitas facultativos em vertebrados. Família Leptomyxiidae Gênero Balamuthia Meningoencefalite amebiana primária Úlcera de córnea Ceratite Encefalite amebiana granulomatosa Infecção cutânea crônica imunodeprimidos Mecanismos de transmissão Acanthamoeba Naegleria fowleri Encontradas em todo o mundo no solo, água (rios, lagos, piscinas, água encanada). Cistos estáveis por 8 meses a temperatura ambiente. Naegleria fowleri – contato com água, contaminação via epitélio neurolfatório - indivíduos sadios Acanthamoeba – contato com água, uso de lentes de contato. Contaminação local, via epitélio olfatório, via hematogênica. Patogenia: Acanthamoeba -Encefalite Amebiana Granulomatosa -Infecções cutâneas -Sinusites -Ceratite Amebiana Sintomas: dor de cabeça, febre, comportamento anormal Ceratite: intensa dor, lacrimejamento e fotofobia Naegleria fowleri -Encefalite Amebiana Primária Sintomas: dor de cabeça, febre, comportamento anorma. Três dias : aumenta a cefaleía, febre, rigidez na nuca e coma Cinco a seis dias: paciente evolui para a morte Infecção ocular (ceratites) Acanthamoeba spp Lesões cutâneas por Acanthamoeba 0 20 40 60 80 100 120 pacientescontroles pacientes total pacientes com E. gingivalis
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