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Caderno_de_Resumos_e_Programacao_do_VII

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1 
 
 
 
1 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB 
CENTRO DE EDUCAÇÃO 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES 
NÚCLEO DE ESTUDOS VIKINGS E ESCANDINAVOS – NEVE 
 
 
CADERNO DE RESUMOS 
VII CEVE - COLÓQUIO DE ESTUDOS VIKINGS E ESCANDINAVOS 
II JORNADA DE SIMBOLOGIA RELIGIOSA 
I ENCONTRO COM OS MITOS 
05 – 08 DE NOVEMBRO, 2019 
UFPB – CAMPUS JOÃO PESSOA/PB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
JOÃO PESSOA 
OUTUBRO, 2019 
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB 
CENTRO DE EDUCAÇÃO 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES 
NÚCLEO DE ESTUDOS VIKINGS E ESCANDINAVOS – NEVE 
 
VII CEVE - COLÓQUIO DE ESTUDOS VIKINGS E ESCANDINAVOS 
II JORNADA DE SIMBOLOGIA RELIGIOSA 
I ENCONTRO COM OS MITOS 
 
COORDENAÇÃO GERAL 
Profª. Drª. Luciana de Campos (NEVE/The Northern Women’s Art Collaborative) 
Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos (NEVE) 
 
COMISSÃO ORGANIZADORA 
Profª. Drª. Luciana de Campos (NEVE/The Northern Women’s Art Collaborative) 
Ma. Andréa Caselli Gomes (PPGCR-UFPB/NEVE/BELVIDERA) 
Me. Pablo Gomes de Miranda (PPGCR-UFPB/NEVE) 
Me. Leandro Vilar (PPGCR-UFPB/NEVE) 
Ma. Angela Albuquerque (NEVE) 
Ma. Monicy Araujo (NEVE) 
Ma. Susan Sanae Tsugami (PPGCR-UFPB/NEVE) 
Me. Victor Hugo Sampaio Alves (PPGCR-UFPB/NEVE/SKS) 
Me. André de Oliveira (PPGH-UFMT/NEVE) 
 
 
3 
 
Me. Munir Lutfe Ayoub (PPGA-USP/NEVE) 
Me. Vitor Bianconi Menini (PPGH-UNICAMP/NEVE) 
Maria da Penha Felix da Silva (CR-UFPB) 
Lorenzo Sterza (CR-UFPB) 
Valentino Sterza (CR-UFPB) 
 
COMISSÃO CIENTÍFICA 
Prof. Dr. Hélio Pires (Instituto de Estudos Medievais, Portugal) 
Prof. Dr. Mariano Gonzalez Campo (St. Paul Gymnas, Noruega) 
Prof. Dr. Teodoro Manrique Antón (Universidade de Castilla-La Mancha, Espanha) 
Prof. Dr. Terry Gunnell (Universidade da Islândia) 
Prof. Dr. Neil Price (Universidade de Uppsala, Suécia) 
Profa. Dra. Dilaine Soares Sampaio (UFPB) 
Profa. Dra. Maria Lucia Abaurre Gnerre (UFPB) 
Profa. Dra. Priscila Gontijo Leite (UFPB) 
Profa. Dra. Alcione Lucena de Albertim (UFPB) 
Prof. Dr. Fabricio Possebon (UFPB) 
Prof. Dr. Milton Marques Junior (UFPB) 
 
COMISSÃO EDITORIAL 
Ma. Susan Sanae Tsugami (PPGCR-UFPB/NEVE) 
Me. Victor Hugo Sampaio Alves (PPGCR-UFPB/NEVE/SKS) 
Lorenzo Sterza (CR-UFPB) 
 
 
 
4 
 
 
APOIO 
PPGCR-UFPB (Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões) 
Centro de Educação da UFPB 
 
PARCEIROS 
Lofotr Vikingmuseum (Noruega) 
The Northern Women’s Art Collaborative (Haffenreffer Museum, EUA) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
APRESENTAÇÃO 
“Tecemos e tecemos 
a trama das lanças, 
onde homens em prontidão 
avançam os estandartes” 
Canção das Lanças 
 
Assim como está descrito na estrofe da Canção das Lanças (Darraðarljóð), que 
usamos como epígrafe, há seis anos ininterruptos o Colóquio de Estudos Vikings 
Escandinavos promovido pelo NEVE - Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos - 
vem tecendo a trama da difusão da Escandinavística em terras brasileiras. Da mesma 
maneira que a tecelã joga com precisão a lançadeira formando uma urdidura firme e 
precisa, os membros do NEVE juntamente com seus colaboradores e parceiros 
nacionais e internacionais tem a grata satisfação de apresentarem anualmente, na 
forma de minicursos, palestras e mesas de discussão, não só o resultado de suas 
pesquisas mas, também, de se esforçarem para proporcionar o debate e a interação 
interinstitucional que, a cada edição, fortalecem os estudos escandinavos no Brasil. 
Atualmente, o NEVE conta com a edição anual do Colóquio e também com o 
periódico Scandia, que tem recebido críticas e reconhecimento altamente positivos de 
pesquisadores internacionais de renome, comprovando o grau de amadurecimento 
tanto da pesquisa como de seus membros. Mas, o fortalecimento da pesquisa 
desenvolvida não está somente ligada ao contato com pesquisadores internacionais – 
seja pela constante atualização bibliográfica, seja com o intercâmbio de seus membros 
com instituições internacionais, ou com estágios de doutorado ou então de disciplinas 
ofertadas em universidades europeias – mas também ao fato de que o grupo sempre 
esteve aberto às pesquisas e aos pesquisadores que se dedicam ao Neomedievalismo, 
mais especificamente às reapropriações da Era Viking. Estes buscam compreender os 
 
 
6 
 
entrelaçados das ressignificações dos mitos e da literatura nórdica antiga no cinema e 
nas artes, às vezes realizando esse tipo de pesquisa e, em outras ocasiões, recebendo 
pesquisadores internacionais, que encontram no NEVE respaldo para essas 
investigações mostrando assim, não só a abertura do grupo às mais diversas pesquisas 
que envolvam as questões nórdicas, mas o seu grau de excelência e reconhecimento. 
Além da pesquisa acadêmica tradicional o NEVE também busca parcerias com 
entidades que desenvolvem pesquisas ligadas à reconstituição da cultura material, 
arqueologia experimental e divulgação da cultura nórdica antiga através de seus 
mitos, como é o caso do Lofotr Viking Museum, na Noruega que esse ano ofereceu a 
consultoria e suporte necessários para a realização do I Encontro com os Mitos, onde é 
possível assistir como a pesquisa acadêmica, a cultura material e o reconstrucionismo 
histórico estão em harmonia e que necessitam estar cada vez mais presentes nos 
eventos voltados aos estudos escandinavos sem, em nenhum momento negligenciar o 
trabalho de grupos reconstrucionistas sérios que buscam conhecimento e respaldo nos 
estudos acadêmicos, como é o caso do Grupo Haglaz, do Rio de Janeiro. 
 Assim, por mais que soprem os ventos gélidos e cortantes que muitas vezes 
possam tentar nos arremessar ao mar bravio, ficamos mais fortes e resistentes e tal qual 
a Yggdrasil, que se mantém altiva, mesmo com as intempéries mais severas, e assim 
seguimos fortes e persistentes a trilhar o caminho da pesquisa científica comprometida 
com a divulgação dos estudos nórdicos sempre realizados com rigor, competência e, 
acessibilidade tanto para acadêmicos como para os demais interessados. 
 E, tecendo a trama das palavras, erguemos nossos estandartes, que estão 
sempre altivos a sinalizar, em todas as terras, o caminho da divulgação da 
Escandinavísitca produzida no Brasil. 
Profa. Dra. Luciana de Campos (NEVE/ Northern Women Arts Collaborative) 
 
 
 
 
7 
 
 
PROGRAMAÇÃO 
 
Dia 05/11, terça feira 
18:30: Cerimônia de abertura – Reencenação do capítulo IV da Saga de Eiríkir, o 
Vermelho. 
19h: Conferência de abertura: Sábias, guerreiras, altivas e outras figuras femininas do 
imaginário pagão germânico. 
 
Dia 06/11, quarta feira 
08:00-9:30: Sessão de comunicações I 
10:00-12:00: Minicurso I – Deusas e entidades femininas na Eurásia 
10:00-12:00: Minicurso II – O Sobrenatural na Escandinávia, da saga ao folclore 
13:30-15:30: Minicurso III – Xamanismo Sámi e Finlândia mítica 
13:30-15:30: Minicurso IV – História dos Vikings 
16:00-17:30: Mesa-redonda I: O feminino na Mitologia Clássica 
 
Dia 07/11, quinta-feira 
08:00-9:30: Sessão de comunicações II 
10:00-12:00: Minicurso I – Deusas e entidades femininas na Eurásia 
10:00-12:00: Minicurso II – O Sobrenatural na Escandinávia, da saga ao folclore 
13:30-15:30: Minicurso III – Xamanismo Sámi e Finlândia mítica 
13:30-15:30: Minicurso IV – História dos Vikings 
 
 
8 
 
16:00-17:30: Mesa-redonda II: O feminino nos mitos Euroasiáticos e Africanos 
 
Dia 08/11, sexta-feira 
08:00-9:30: Sessão de comunicações III 
10:00-12:00: Minicurso I – Deusas e entidades femininas na Eurásia 
10:00-12:00: Minicurso II – O Sobrenatural na Escandinávia, da saga ao folclore 
13:30-15:30: Minicurso III – Xamanismo Sámi e Finlândia mítica 
13:30-15:30: Minicurso IV – História dos Vikings 
16:00-17:30: Mesa-redonda III: Imagens do feminino nórdico 
17:30-18:30: Atividade de encerramento: Meet the Myths – Encontro com os mitos 
(em parceria com o Lofotr Vikingmuseum)9 
 
 
RESUMOS 
 
Conferência de abertura 
 
SÁBIAS, GUERREIRAS, ALTIVAS E OUTRAS FIGURAS FEMININAS DO 
IMAGINÁRIO PAGÃO GERMÂNICO 
Profª. Drª. Karin Volobuef (UNESP) 
Resumo: A palavra “fada”, nas línguas românicas, tem sua raiz em “Fatum” (fado, 
destino). Desse modo, tal como a Sibila ou as parcas/moiras greco-romanas e as nornas 
germânicas, a fada seria aquela que “fala a sorte”, uma vez que enxerga o passado e o 
futuro e conhece a vontade dos deuses e o destino dos Homens. Confundindo-se às 
vezes com sacerdotisas, feiticeiras e bruxas, a genealogia das fadas conecta-se com as 
deusas pagãs das tradições celta, germânica ou escandinava. O mesmo vale para as 
figuras femininas guerreiras, que remetem às valquírias e outras entidades do panteão 
nórdico, como as deusas Skadi e Freya. Algumas marcadas pela sabedoria, outras pela 
energética diligência, outras ainda pelos poderes mágicos, essas figuras femininas vão 
povoar diversas obras da tradição oral e da escrita. Como exemplos na literatura valem 
a Fata Morgana (ou Morgana Le Fay) do ciclo arturiano ou ainda a dama que dá o 
título para o poema The Lady of Shalott ([A dama de Shalott] 1842), de Alfred 
Tennyson. Nos contos de fadas de origem popular, são diversas as tecelãs, as 
“mulheres vindas das águas” e outras heroínas com poderes encantatórios, que trazem 
a marca de mitos antigos pagãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
Minicursos 
Minicurso I 
DEUSAS E ENTIDADES FEMININAS NA EURÁSIA 
Profª. Drª. Luciana de Campos (NEVE/The Northern Women’s Art Collaborative) 
Ma. Andréa Caselli Gomes (PPGCR-UFPB/NEVE/BELVIDERA) 
Ma. Susan Sanae Tsugami (PPGCR-UFPB/NEVE) 
Resumo: O feminino e suas representações na arte e na literatura, assim como seus 
resquícios históricos, trata-se de um tema que desperta bastante curiosidade e 
discussões entre pesquisadores e estudantes das diversas áreas de conhecimento, tais 
como: historiadores, antropólogos, sociólogos, folcloristas, dentre inúmeras áreas que 
abrangem temáticas a respeito da mitologia e da religião. Nessa perspectiva, o presente 
minicurso propõe realizar uma apresentação e discussão a respeito das representações 
folclóricas, literárias e históricas do feminino na Antiguidade e na Idade Média. O 
minicurso será realizado em três encontros com o objetivo de elucidar e apresentar 
algumas deusas bem como outras entidades femininas que são mencionadas nas 
fontes literárias enquanto responsáveis pela criação de alimentos e de ensinamentos 
de tecnologias que até hoje são permeados de crenças míticas. Serão realizadas análises 
por meio de imagens, fragmentos de textos literários e alguns artefatos que 
proporcionam compreensões sobre essas deidades femininas que ainda hoje 
permanecem em mistérios, já que muitos de seus aspectos são desconhecidos. Também 
serão abordadas e analisadas as referências às deusas na literatura maravilhosa, gênero 
literário no qual o sobrenatural é completamente admissível; abrangendo os contos de 
fadas e outras narrativas populares. As fontes frequentemente apresentam as 
entidades femininas relacionando-as à fertilidade da terra, à tecelagem e à guerra; 
esses aspectos são fundamentais quando o assunto é voltado para as sociedades da 
Antiguidade e da Idade Média. O minicurso será realizado com enfoque na Eurásia, e, 
por isso, serão destacadas as deusas da Mesopotâmia, do Egito, da Grécia, de Roma, 
da Escandinávia e dos povos Eslavos. Compreendendo que essas entidades femininas 
estiveram intimamente ligadas à vida cotidiana e à sazonalidade da terra. 
Bibliografia: 
JOHNS, Andreas. Baba Yaga: The Ambiguous Mother and Witch of the Russian 
Folktale. New York: Peter Lang, 2004. 
 
 
11 
 
 
OLESZKIEWICZ-PERALBA, Małgorzata. Fierce Feminine Divinities of Eurasia and 
Latin America: Baba Yaga, Kālī, Pombagira, and Santa Muerte. New York: Springer 
Publishing, 2015. 
 
WARNER, Elizabeth. Russian Myths. Austin: University of Texas Press, 2002. 
 
BÉGUIN, Albert. El alma romantica y el sueño. Madrid: Fondo de Cultura Económica, 
1993. 
 
TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica. 4ª ed. São Paulo: Perspectiva, 
2010. 
 
BASILE, Giambattista. El pentameron: el cuento de los cuentos. Madrid: Siruela, 2006. 
 
BENNETT, Naomi. ―Maiden warrior. Peace women: transgressive women” in Old 
Norse Icelandic heroic and mythological literature, and in Saxo Grammaticus Gesta 
Danorum. Thesis for the degree of Master of Arts, Victoria University of Wellington, 
2009, pp. 77-86. 
 
BERGEN, Kristina. Cold counsels and hot tempers: the development of the Germanic 
amazon in Old Norse literature. Thesis for the degree of Masters of Arts. Saskatoon: 
University of Saskatchewan, 2006. 
HOMERO. Ilíada. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 
2015. 
 
______. Odisseia. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 
2015. 
 
MONTERO, Santiago. Deusas e adivinhas. São Paulo: Musa Editora, 1998. 
 
PICARD, L’Éphésia, les Amazones et lês Abeilles. In: Revue des Études Anciennes. 
Tome 42, 1940, n. 1 – 4 Mélanges d’Études anciennes offerts à Georges Radet pp. 270- 
284. http://www.persee.fr/docAsPDF/rea_0035-2004_1940_num_42_1_3102.pdf. 
 
QUINN, Judy (org.) Interrogating genre in the Fornaldarsogur round-table discussion. 
In: http://www.abdn.ac.uk/staffpages/uploads/his221/genre-vms-roundtable.pdf 
 
VIDAL, Teva. Houses and domestic life in the Viking Age and medieval period: 
material perspectives from sagas and archaeology. PhD thesis, University of 
Nottingham, 2013. 
 
 
 
12 
 
 
Minicurso II 
 
O SOBRENATURAL NA ESCANDINÁVIA, DA SAGA AO FOLCLORE 
Me. André de Oliveira (PPGH-UFMT/NEVE) 
Me. Pablo Gomes de Miranda (PPGCR-UFPB/NEVE) 
 
Resumo: Sem dúvidas na construção de um passado illo ou hoc tempore, os 
escandinavos medievais, em especial os islandeses, elegeram categorias sobrenaturais 
para a memória de suas respectivas comunidades: cósmicas instâncias, seres 
extraordinários, horizontes entrelaçados e deuses transformados. Mais do que ideias 
sobre uma memória comunitária, e oposta a uma simples oposição binária entre 
Paganismo x Cristianismo, as questões sobrenaturais revelam a gestação de um 
pensamento que ultrapassa as barreiras entre as culturas orais e escritas e uma 
cartografia dos seres que abundam as mais variadas narrativas e ocupam o imaginário 
da modernidade à contemporaneidade. No primeiro dia serão abordadas as condições 
históricas para o desenvolvimento das culturas orais e escritas na Escandinávia, 
traçando um paralelo com as condições mitográficas que proporcionaram a 
transmissão e o desenvolvimento das expressões acerca do sobrenatural. Buscaremos, 
assim, entender a expressão do homem sobre os espaços que lhes são familiar, 
confrontando os lugares habitados pelo desconhecido, que por sua vez abarcam toda 
a sorte de seres que teimam em não nos deixar esquecer de suas existências. O segundo 
dia do minicurso tratará dos elementos sobrenaturais e fantásticos dentro das sagas de 
bispo, focando-se na transição dos elementos sagrados nórdicos para a sacralidade 
cristã após a cristianização no ano 999. As análises acompanharam o processo de 
sedimentação da ekklésia e hierarquia clerical até a anexação da Islândia, em 1262, por 
Haakon IV da Noruega. Como debate norteador utilizaremos a interpretação do 
processo realizado por Erika Sigurdsson (2011). O terceiro dia do minicurso abordará 
aspectos do folclore setentrional europeu, com ênfase em lendas nórdicas acerca de 
dois espíritos, nomeadamente, Nykur e Mara. Por meio das contribuições teóricas de 
David J. Hufford (1995) e do material folclórico selecionado por William A. Craigie 
(1896), as lendas serão contempladas a fim de se proporcionar reflexões acerca de 
crenças populares da Escandinávia, bem como alguns de seus ritos apotropaicos. 
 
Bibliografia: 
 
DUBOIS, Thomas A. Ethnomemory: ethnographic and culture-centered approaches to 
the study of memory.In: Scandinavian Studies, v. 85, n. 3, 2013, pp. 306-331. 
 
 
 
13 
 
CRAIGIE, William Alexander. Scandinavian Folk-Lore – Illustrations of the traditional 
beliefs of the Northern peoples. London: Alexander Gardner, 1896. 
HUFFORD, David J. Beings Without Bodies: An Experience-Centered Theory of the 
Belief in Spirits. In: WALKER, Barbara. Out of the ordinary: Folklore and the 
supernatural. Logan, Utah: Utah State University Press, 1995, pp. 11-45. 
 
LINDOW, John. Supernatural Others and Ethnic Others: a millenium of world view. 
In: Scandinavian Studies, v. 67, n. 1, 1995, pp. 8-31. 
 
MITCHELL, Stephen. Memory, Mediality, and the “Performative Turn”: 
recontextualizing remembering in medieval Scandinavia. In: Scandinavian Studies, v. 
85, n. 3, 2013, pp. 282-305. 
 
SÄVBORG, Dan; BEK-PEDERSEN, Karen (ed.). Supernatural Encounters in Old Norse 
Literature and Tradition. Brepols: Turnholt, 2018. 
 
SIGURDSON, Erika. The Church in Fourteenth-Century Iceland: The Formation of an 
Elite Cletical Identity. Boston: Brill. 2016. 
 
VÉSTEINSSON, Orri. The Christianization of Iceland: Priests, Power and Social 
Change 1000-1300. Oxford: Oxford Universiry Press. 2000. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 Minicurso III 
 
XAMANISMO SÁMI E FINLÂNDIA MÍTICA 
Me. Victor Hugo Sampaio Alves (PPGCR-UFPB/NEVE/SKS) 
Marcos Saulo de Assis Nóbrega (PPGH-UFCG) 
 
Resumo: As relações mantidas entre os escandinavos e os povos deles vizinhos têm 
sido investigadas com cada vez mais afinco, principalmente no que diz respeito a 
possíveis intercâmbios e circulações de elementos mítico-religiosos. Inúmeros aspectos 
análogos e convergentes são detectados nos sistemas religiosos e nas narrativas 
mitológicas desses diferentes habitantes do norte Europeu. Em meio a esse cenário, as 
interações dos escandinavos com seus vizinhos fino-úgricos, tais como os sámi e os 
finlandeses, têm se mostrado um elemento chave que necessita ser analisado para que 
se compreenda a ampla circulação de certos mitos e características comuns às religiões 
pré-cristãs desses povos, apesar de suas diferenças étnicas. Este minicurso propõe uma 
introdução às ricas manifestações mágicas e xamânicas presentes nas religiões sámi e 
finlandesa pré-cristãs, que, conforme sabemos, influenciaram marcadamente os 
escandinavos desde antes da Era Viking. O conteúdo, em conformidade com teorias e 
conceitos da História, da Folclorística e das Ciências das Religiões, será dividido em 
três módulos no decorrer de três dias, totalizando seis horas de minicurso. No primeiro 
módulo realizaremos uma síntese da história da Finlândia, oferecendo um panorama 
histórico mais completo e revisado da história finesa. Apresentaremos o histórico finês 
pré-cristão, a partir das migrações vindas dos Urais e do norte escandinavo que 
formaram o caráter étnico, linguístico e xâmanico da Finlândia e do Báltico, o processo 
de formação simbólica e de culto de seres que foram representados no épico Kalevala 
e sua recepção pelo Báltico. Em seguida, a partir das considerações de Peter Burke 
acerca do conceito de Cultura Popular, contextualizaremos a chegada do século XVI e 
sua influência sobre as bases da memória ou cultura popular, esta que começa a 
extinguir-se, principalmente aquela oral, campesina e rústica, que formou por vários 
séculos a mentalidade de grupo sociais, mas agora encontrava limites a sua 
manutenção por meio dessa memória popular. Literatas e etnógrafos em suas 
pesquisas conseguiram recuperar um pouco daquela memória popular que era 
engolida pela modernidade, pois da mesma forma que a chegada da modernidade 
trouxe limites à cultura popular, a mesma propiciou um movimento cultural de 
redescoberta da prática popular, sendo a própria Kalevala um dos resultados desse 
movimento. Faremos também o debate na interface da história, literatura e 
nacionalismo e suas ressonâncias culturais. No segundo módulo, pretendemos fazer 
uma avaliação historiográfica sobre as “visões do Norte” e seus habitantes – fínicos e 
sámi – para relacioná-las aos processos de disciplinamento ocorridos na Suécia-
Finlândia ao longo dos séculos XVII e XVIII, principalmente o assalto mental e material 
 
 
15 
 
às culturas locais. Assim, o módulo será dividido em três eixos: Visões do Norte e seus 
habitantes: uma análise historiográfica; a Cruz vai ao subártico: missionação e 
julgamentos de bruxaria na Suécia-Finlândia; e o xamanismo sámi nas fontes suecas: a 
materialização de um encontro cultural. No último módulo, apresentaremos uma 
breve comparação das representações de magia e xamanismo nos materiais de que 
dispomos sobre as mitologias e religiões sámi e finlandesa pré-cristãs. Para isso, 
introduziremos as principais fontes primárias para estudo da magia entre esses povos, 
caracterizando-as, contextualizando-as e expondo suas problemáticas. Em seguida, 
apontaremos para os sentidos e construções que a ideia de xamanismo (ou de xamã) 
carrega em cada uma dessas obras, averiguando se os seus traços, descrições, 
propriedades e símbolos dialogam com o resto do corpus mítico/folclórico de sua 
respectiva tradição; por fim, colocaremos os dados apresentados numa perspectiva 
comparativa, buscando divergências e convergências entre o xamanismo sámi e o 
xamanismo finlandês, discutindo se é possível caracterizá-los dentro de um modelo 
fino-úgrico de xamanismo, ou se constituem, de fato, práticas xamânicas das quais 
devemos nos aproximar como sendo experiências peculiares e únicas a cada povo. 
 
Bibliografia: 
 
ANDERSON, Benedict. Comunidades Imaginadas - Reflexões sobre a origem e a 
difusão do nacionalismo. Tradução: Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2008. 
 
ANKARLOO, Bengt; CLARK, Stuart (Orgs.). Witchcraft and Magic in Europe. 
London: Athlone Press, 2002. 
 
 
BOSLEY, Keith. Introduction and foreword. In: LÖNNROT, Elias. The Kalevala. 
Oxford: Oxford World’s Classics, 2009. 
 
BOSLEY, Keith. Finnish Folk Poetry: Epic. Helsinki: Finnish Literature Society, 1977. 
 
BROADBENT, Noel D. Lapps and Labyrinths: Saami Prehistory, Colonization, and 
Cultural Resilience. Whasington D.C.: Smithsonian Institution, 2013. 
 
BURKER, Peter. Cultura Popular na Idade Moderna: Europa 1500-1800. Tradução: 
Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. 
 
COLLINDER, Björn. The Lapps. Princeton: Princeton University Press, 1949. 
 
DAVIES, Owen; BLÉCOURT, Willem de. Beyond the witch trials: witchraft and magic 
in Elinghtenment Europe. Manchester: Manchester University Press, 2004. 
 
 
16 
 
 
DUBOIS, Thomas A. Nordic religions in the Viking Age. Pensilvânia: University of 
Pensylvannia Press, 1999. 
 
FROG. Sámi Religion Formations and Proto-Sámi Language Spread: Reassessing a 
Fundamental Assumption. Retrospective Methods Network, n. 13, 2017a, pp. 36-69. 
 
FROG. Language and Mythology: Semantic Correlation and Disambiguation of Gods 
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HOBSBAWM, Eric. J. Nações e nacionalismo desde 1780: programa mito e realidade. 
Tradução:Maria Celia Paoli e Anna Maria Quirino. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. 
 
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LANGER, Johnni (org.). Dicionário de Mitologia Nórdica: símbolos, mitos e ritos. São 
Paulo: Hedra, 2015. 
 
LANGER, Johnni (org.). Dicionário de História e Cultura da Era Viking. São Paulo: 
Hedra, 2018. 
 
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Petrópolis: Vozes, 2007. 
 
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University of Alaska Press, 2004. 
 
 
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Indiana University Press, 1989. 
 
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1997. 
 
RYDVING, Håkan. Scandinavian-Saami Religious Connections in the History of 
Research. Scripta Instituti Donneriani Aboensis, v.13, 1990, p. 358 – 373 
 
RYDVING, Håkan. The End of Drum-time: Religious Change Among the Lule Saami, 
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Upsaliensis). 
 
SARMELA, Matti. Finnish Folklore Atlas. Helsinki: Matti Sarmela Publishing, 2009. 
 
SCHAMA, Simon. Paisagem e Memória. Tradução: Hildegard Feist. São Paulo: 
Companhia das Letras, 1996. 
 
 
 
18 
 
SCHJØDT, Jens Peter. The notions of Model, Discourse, and Semantic Center as Tools 
for the (Re)Construction of Old Norse Religion. The Retrospective Methods Network, 
n.6, p.6-15, 2013. 
 
SIIKALA, Ana-Leena. Singing of Incantations in Nordic Tradition. Scripta Instituti 
Donneriani Aboensis, v.13, 1990, pp. 191-205. 
 
WILLUMSEN, Liv Helene. Witches of the North: Scotland and Finnmark. Leiden: Brill, 
2013. 
 
 
Minicurso IV 
 
HISTÓRIA DOS VIKINGS 
Me. Leandro Vilar de Oliveira (PPGCR-UFPB/NEVE) 
Me. Munir Lutfe Ayoub (PPGA-USP/NEVE) 
Ma. Monicy Araujo Silva (NEVE) 
 
Resumo: A proposta do minicurso é apresentar uma síntese dos aspectos históricos 
principais sobre a chamada Era Viking (VIII-XI). No primeiro dia será abordada a 
origem dos vikings, perpassando pelo final Idade do Ferro Nórdica que antecede a Era 
Viking. Discutiremos a origem e interpretação do termo “Viking”, os aspectos gerais 
da sociedade nórdica e sua cultura material. No segundo dia o foco será dado sobre a 
formação política da Escandinávia, com o surgimento de reinos na Dinamarca, 
Noruega e Suécia, e alguns aspectos da colonização na Islândia. No terceiro dia será 
apresentado um panorama sobre o expansionismo nórdico, apresentando os 
territórios pelos quais os vikings percorreram entre os séculos IX ao XI. 
 
Bibliografia: 
 
BARRET, James H. What caused the Viking Age? Antiquity, n. 82, 2008, p. 671-685. 
 
BRINK, Stefan. The Viking World. Nova York: Routledge, 2008. 
 
GRAHAM-CAMPBELL, James (org.). Os vikings. Barcelona: Folio S.A, 2006. 
 
HAYWOOD, John. Historical Atlas of Vikings. London: The Penguin Books, 1995. 
 
HELLE, Knut (ed.). The Cambridge History of Scandinavia, vol. 1: Prehistory to 1520. 
New York: Cambridge University Press, 2003. 
 
 
19 
 
 
HOLMAN, Katherine. Historical dictionary of the Vikings. Lanham: Scarecrow Press 
Inc, 2003. 
 
LANGER, Johnni (org.). Dicionário de História e Cultura da Era Viking. São Paulo: 
Hedra, 2018. 
 
LOGAN, T. Donald. The vikings in the history. 2. ed. London/New York: Routledge, 
1991. 
 
SAWYER, Peter (ed.). The Oxford Illustrated History of the Vikings. New York: Oxford 
University Press, 1997. 
 
SAWYER, P. H. Kings and Vikings: Scandinavia and Europe AD 700-1100. 
London/New York: Routledge, 1982. 
 
STREISSGUTH, Thomas. Life among the Vikings. San Diego, CA: Lucent Books, 1999. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
Mesas Redondas 
 
 Mesa Redonda I – O feminino na Mitologia Clássica 
 Coordenador: Prof. Dr. Milton Marques Júnior (UFPB) 
 
 
 
OS OLHARES DE VÊNUS, EXPRESSÕES DO FEMININO 
Profa. Dra. Alcione Lucena de Albertim (UFPB) 
Resumo: Vênus, figura profícua do panteão romano, tem origem obscura, cogitando-
se mesmo a possibilidade de no princípio haver sido apenas uma abstração, cuja 
personificação foi sendo moldada gradativamente. Identificada nos primórdios como 
deusa ligada à vegetação e aos pomares, sua presença é atestada já no santuário de 
Lavinium, em Ardea, século VI a. C., onde havia um centro de culto a Vênus. A 
despeito do caráter religioso a que está vinculada, a sua representatividade perpassa 
vários vieses, assim sendo, ela é reverenciada através de diversos epítetos que a 
caracterizam, a saber, Vênus Erycina, Genetrix, Obsequens, Verticordia, etc. 
Assimilada a Afrodite com o advento das guerras púnicas, a sua feição erótica, 
sedutora, propulsora do desejo, enredando deuses e mortais na malha de Eros, teve 
proeminência. Além de deusa a quem templos e cultos eram dedicados, ela é 
referenciada na literatura, apresentada como força criadora que tudo faz brotar em a 
natureza, sendo ela mesma a deusa que suscita a primavera. Vênus também é a 
protetora e mãe dos romanos, assim como é a metáfora da persuasão amorosa, fruto 
do desejo. Nesse sentido, os olhares que Vênus suscita são múltiplos, sendo ela a 
representação do feminino figurado em várias facetas. Assim, o presente artigo propõe 
delinear o perfil de Vênus, cujas características lhe são singulares, uma vez que nela 
encontramos a anima da feminilidade, a vis da fecundidade, a persuasio da sedução e 
o apertum do erotismo e da sexualidade. 
 
PENÉLOPE E CLITEMNESTRA, O INVERSO SIMÉTRICO DO MITO 
Prof. Dr. Milton Marques Júnior (UFPB) 
Resumo: Temos a intenção de mostrar neste trabalho um paralelo entre os éthoi de 
Penélope e de Clitemnestra, na Odisseia, tipificando-as como personagens simétricas 
ou antípodas. Ambas são mulheres de reis, ocupando espaços, importâncias e atitudes 
diferentes. Se Clitemnestra é mulher poderosa, por origem e pelo casamento com o 
mais poderoso dos Aqueus, Agamêmnon, Penélope tem menos poder, porque Ítaca 
tem menos importância e riquezas do que Micenas e Argos. Apesar de grade herói, 
Odisseus é, hierarquicamente, inferior a Agamêmnon. É a partir do retorno dos dois 
 
 
21 
 
heróis que veremos como se constrói o caráter dessas mulheres: Odisseus volta para a 
vida; Agamêmnon volta para a morte. Penélope passa para a tradição ocidental como 
o símbolo da fidelidade; Clitemnestra como o símbolo da traição; uma acolhe o marido 
com prudência; a outra mata o marido com o auxílio do amante, tendo arquitetado 
cada detalhe do seu assassínio. Uma será exaltada à posteridade; a outra, execrada. 
Nessa comparação cabe chamar a atenção para o que as une, ainda que isto as separe: 
ambas são tecelãs: se Penélope é a tecelã que trama para a salvaguarda da sua 
fidelidade pessoal, tecendo e destecendo a mortalha do sogro, ela trama também pela 
salvaguarda de sua casa e, por extensão, do seu reino. Sua trama é proveniente da 
sōfrosýne, a reflexão e comedimento que a levam às escolhas dignas. Já Clitemnestra 
trama apenas para a destruição de Agamêmnon, movida pela vingança, por alástōr, o 
nume vingador, levando-a a matar o próprio marido, trama urdida com o seu amante 
Egisto. Essa diferença é crucial para que entendamos oporquê de Penélope sendo 
personagem de uma única narrativa, a Odisseia, sobrevive na memória do ocidente 
mais do que Clitemnestra, cujo mito se estende por várias outras obras como 
Agamêmnon e Coéforas, de Ésquilo, e Ifigênia em Áulis, de Eurípides. 
 
 
REFLEXÕES SOBRE MULHER E PODER ATRAVÉS DO MITO DE 
CLITEMNESTRA 
Profa. Dra. Priscilla Gontijo Leite (UFPB) 
Resumo: A mitologia grega possui inúmeros episódios de violência contra a mulher: 
raptos, abusos, abandonos e punições. Por outro lado, também há figuras femininas 
fortes e poderosas. O teatro ateniense apropriou-se de algumas dessas personagens 
fortes, representando mulheres que decidem, controlam a ação e falam. Isso se opõe 
ao ideal feminino de uma mulher reclusa no oikos, apagada, que não deveria falar e 
nem ao menos se deveria ouvir falar dela seja por causa de suas virtudes ou de seus 
defeitos, como aconselhou Péricles dirigindo-se às viúvas na Oração Fúnebre. Dessa 
maneira, o teatro pode servir de fonte para pensar a relação da mulher na sociedade 
grega e não a resumindo no par dominação e resistência. O objetivo da comunicação é 
discutir a questão do poder através do mito de Clitemnestra presente nas tragédias 
Agamêmnon de Ésquilo (458 a.C.) e Electra de Eurípides (413 a.C.). O mito possibilita 
pensar a possibilidade das mulheres tecerem sua própria comunidade política, que na 
pólis se dá por meio da participação nos rituais religiosos. 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 Mesa Redonda II – O feminino nos mitos euroasiáticos e africanos 
 Coordenador: Prof. Me. Sandro Teixeira Moita (IMM/ECEME) 
 
AS VÁRIAS FACES DA SHAKTI – O SAGRADO FEMININO NO HINDUÍSMO 
Profa. Dra. Maria Lucia Abaurre Gnerre (UFPB) 
 
Resumo: Nesta apresentação vamos observar, de forma preliminar, alguns dos 
aspectos centrais relacionados ao sagrado feminino na mitologia hindu, sobretudo no 
âmbito do tantrismo, a partir do qual se configura um corpo sagrado, altamente 
relacionado a Shakti. 
 
 
A PRESENÇA FEMININA NA GUERRA DO MUNDO GERMÂNICO 
Prof. Me. Sandro Teixeira Moita (IMM/ECEME) 
 
Resumo: O propósito da conferência trata acerca da presença feminina na guerra no 
mundo germânico, alvo de recentes debates e polêmicas sobre a possibilidade da 
existência de mulheres guerreiras nas sociedades germânicas e como isto impactava 
em seu papel social. Prestígio e poder advindos do ato de se fazer presente nos campos 
de batalha impactavam em suas reputações bem como nas dinâmicas da vida 
cotidiana. Assim, por meio do diálogo com fontes escritas e arqueológicas, pretende-
se abrir espaço a uma reflexão que leve em conta a figura da mulher guerreira e suas 
repercussões, que ultrapassaram aquele momento histórico e se estendem até a 
contemporaneidade, impactando o imaginário e se chocando com os anseios do 
presente. 
 
 
EPARREI OYÁ! UM OLHAR SOBRE IANSÃ NO CANDOMBLÉ, A DEUSA DOS 
VENTOS E DAS TEMPESTADES 
Profª. Drª. Dilaine Soares Sampaio (PPGCR-UFPB) 
 
Resumo: Uma das divindades mais populares das religiões afro-brasileiras, Oyá é um 
orixá feminino do panteão iorubano, tornando-se mais conhecida no Brasil como 
Iansã, termo proveniente de Ìyámésàn, que em iorubá significa, “a mãe transformada 
 
 
23 
 
em nove” ou ainda proveniente da locução ìyá mésàn òrun, “senhora dos nove espaços 
do Orum” (LOPES, 2016). Vinculada ao elemento fogo, é tida como aquela que tem o 
domínio dos ventos e das tempestades. É ainda uma da iabás guerreiras, trazendo 
como um de seus símbolos uma espada. Neste trabalho faremos, num primeiro 
momento, uma breve contextualização histórica de seu culto, mostrando as conexões 
África-Brasil. Posteriormente, trataremos de modo panorâmico, de seu complexo 
simbólico-mítico, para ao final discutirmos as múltiplas faces do feminino que Iansã 
nos traz, mostrando ainda um pouco de seu lugar no cotidiano do Candomblé. 
 
Bibliografia: 
 
LOPES, Nei. Enciclopédia brasileira da diáspora africana. São Paulo: Selo Negro, 2011 
 
 
 
 Mesa Redonda III – Imagens do feminino nórdico 
Coordenador: Prof. Dr. Johnni Langer (UFPB/NEVE) 
 
 
 
LA IMAGEM DE LA MUJER VIKINGA A TRAVES DE LA PANTALLA 
Me. Alberto Robles Delgado (Universidade de Alicante, Espanha) 
 
Resumo: Muchas y diversas son las representaciones que habitan nuestro imaginario 
em torno a la figura de la mujer nórdica: unas veces como valientes y aguerridas 
guerreras, otras como reinas o dueñas del hogar, o incluso encarnando los valores de 
la barbarie más acérrima sinónimo de lascivia y depravación. Esta multiplicidad de 
imágenes y visiones se lleva cultivando desde el siglo XIX con el Romanticismo, pero 
sin duda la llegada del cine redimensionará estas representaciones y las llevará a un 
nuevo formato que será accesible a un gran público. Esto supondrá la implantación de 
gran cantidad de clichés y estereotipos en el imaginario colectivo y el surgimiento de 
una nueva forma de entender e imaginar a la mujer vikinga. El objetivo de esta charla 
será analizar cuales han sido las diferentes formas de representar la imagen de la mujer 
nórdica y cual ha sido la evolución y los cambios acontecidos em dicha imagen, a lo 
largo de la historia del cine y de la larga y prolífica relación entre los medios 
audiovisuales y la cultura vikinga. 
 
 
 
24 
 
REPRESENTAÇÕES DA MULHER E DAS DEUSAS NÓRDICAS NA ARTE 
OITOCENTISTA 
Prof. Dr. Johnni Langer (UFPB/NEVE) 
 
Resumo: O século XIX é o período responsável pelas representações contemporâneas 
envolvendo os nórdicos medievais. Foi durante essa época que as produções 
imaginárias, literárias, artísticas e acadêmicas definiram nossos conceitos sobre os 
vikings e a Era Viking. Nosso intuito básico nessa palestra é fornecer alguns 
parâmetros investigativos sobre as representações envolvendo as imagens do 
feminino nórdico na arte europeia durante o Oitocentos. Elegemos como principais 
fontes, de um lado as representações sobre as mulheres nórdicas da Era Viking nas 
obras Hervors død (Peter Nicolai Arbo, 1880) e pinturas da obra Frithiof saga (August 
Malmström, década de 1880); representações de deusas nórdicas nas obras Ægirs 
gæstebud (Constantin Hansen, 1857), Balders død (Christoffer Wilhelm Eckersberg, 1817) 
e várias pinturas e ilustrações de valquírias dos artistas Carl Emil Doepler e Ferdinand 
Leek nas décadas de 1870 e 1880. Nossa principal metodologia é o conceito de schematta 
do teórico da arte Ernest Gombrich e como base teórica as problemáticas de 
reapropriações e recepção da Mitologia Nórdica e da história nórdica na arte moderna 
pelos pesquisadores Knut Ljogodt, Hans Kuhn, Joran Mjoberg e David Wilson. Nossa 
principal problemática investigativa é perceber as conexões entre as representações 
das artes plásticas com a literatura e História do período, atreladas a ideais de 
nacionalismo e a crescente formação de identidades sociais de cada país e região ou 
então, a ideais geográfico-nacionalistas mais amplos, como o pan-escandinavismo. 
Bibliografia: 
BOYER, Régis. Héros et dieux du Nord: guide iconographique. Paris: Flammarion, 
1997. 
CÓRDOVA, Daniel Salinas. Vikings nas artes plásticas. In: LANGER, Johnni (Org.). 
Dicionário de História e Cultura da Era Viking. São Paulo: Hedra, 2017, pp. 757-764. 
KUHN, Hans. Greek gods in Northern costumes: Visual representations of Norse 
mythology in 19th century Scandinavia. International Saga Conference. 
http://sagaconference.org/SC11/SC11_Kuhn.pdf 
LANGER, Johnni. The origins of the imaginary viking. Viking heritage n. 4, 2002, pp. 
0609. https://www.academia.edu/390901 
LJOGODT, Knut. 'Northern Gods in Marble': the Romantic Rediscovery of Norse 
Mythology. Romantiki 1, 2012. https://tidsskrift.dk/rom/article/view/15854 
http://sagaconference.org/SC11/SC11_Kuhn.pdf
https://www.academia.edu/390901
https://tidsskrift.dk/rom/article/view/15854
 
 
25 
 
LONNROTH, Lars. The vikings in History and legend. In: SAWYER, Peter (Org.). 
The Oxford illustrated history of the vikings. Oxford: Oxford UnivertityPress, 1997, 
pp. 225-249. 
MJOBERG, Joran. Romanticism and revival. In: WILSON, David (Org.). The northern 
world. New York: Harry Abrams, pp. 207-238. 
Notícias Asgardianas n. 11, 2016: Dossiê – Os mitos nórdicos nas artes. 
https://www.academia.edu/29067940 
WILSON, David. Vikings and gods in european art. Aarhus: Moesgard Museum, 
1997. 
 
 
Comunicações Orais 
 
 Sessão de Comunicação “Estudos Escandinavos I” – Auditório do CE 
06/10/2019 08:00 às 09:30 
Coordenação: Me. Pablo Gomes de Miranda (PPGCR-UFPB/NEVE) 
 
 
GEFJON E O PODER DO FEMININO NA CULTURA NÓRDICA 
Bruno Capelari de Lacerda, Licenciando em Ciências Exatas 
(USP - São Carlos) 
Resumo: Uma das maiores obras do pintor dinamarquês Lorenz Frølich é a pintura 
Gefjon ploughs the earth in Sweden (“Gefjon ara a terra na Suécia”, em tradução livre), 
situada no Castelo de Frederiksborg na Dinamarca. Nela é retratada a deusa Gefjon 
conduzindo um arado puxado por seus quatro filhos, transformados em auroques, 
pelo território até então sueco que na conclusão da narrativa é fisicamente separado 
do continente e incorporado à Dinamarca. Assim é contado no livro Gylfaginning, da 
Edda em Prosa e na Ynglinga saga. Tais terras pertenciam a Gylfi, um importante rei 
sueco e foram concedidas à deusa, sendo sua extensão o quanto ela conseguisse arar 
no decorrer de um dia e uma noite. Na Edda em Prosa Gefjon também é retratada 
como virgem e é dito que todas as moças que morressem virgens seriam acolhidas por 
ela. Na saga islandesa Landanámabók é descrita uma situação semelhante à da pintura 
 
 
26 
 
de Frølich, na qual uma mulher, cujo marido havia morrido, monta em uma cabra e 
circunda um pedaço de terra no decorrer de um dia de primavera assim clamando-o 
para si. A saga também explica que tal método era reconhecido como uma forma 
válida para que mulheres pudessem clamar territórios. A autora Hilda Davidson 
aponta que essa descrição sugere se tratar de um ritual possivelmente ligado a deusas 
de fertilidade, e não de uma prática literal. De acordo com a autora, tal prática é um 
tema recorrente em histórias da cultura nórdico-germânica, podendo até mesmo ser 
realizada por homens. Davidson também acrescenta que há significativa evidência de 
que Gefjon represente um aspecto de alguma deusa que fora importante na 
Escandinávia antiga. No geral Gefjon aparece sempre ligada ao arquétipo da 
fertilidade, trazendo assim uma forte proximidade com a deusa Freyja, seu nome 
possivelmente deriva de Gefn, um dos muitos nomes de Freyja. No poema Lokasenna, 
da Edda Poética, Gefjon é insultada por Loki e imediatamente Odin interfere em sua 
defesa acusando Loki de ser tolo por ofender uma deusa que possui o poder de ver o 
destino dos deuses, atribuindo assim a ela uma significativa importância perante os 
deuses, esta, porém, é a única referência de seus poderes oraculares. O objetivo deste 
trabalho é discutir a importância e trazer elementos da deusa Gefjon na vida 
escandinava que conversam com o mito retratado na pintura, esta que retrata a deusa 
clamando seu território trazendo-o para a Dinamarca e que seria hoje a ilha na qual 
está situada a cidade de Copenhagen. A cidade também conta com uma estátua em 
homenagem à deusa. 
Bibliografia: 
STURLUSON, Snorri. Edda. Translated and edited by Anthony Faulkes. London: 
Everyman, 2003 
BELLOWS, Henry Adams. The Poetic Edda: The Mythological Poems. Translated from 
the Icelandic with and Introduction and Notes by Henry Adams Bellows. Mineola, 
New York: Dover, 2014 
LANGER, Johnni, Org. Dicionário de Mitologia Nórdica: Símbolos, Mitos e Ritos. São 
Paulo: Hedra, 2015 
DAVIDSON, Hilda Ellis, "Gefjon, Goddess of the Northern Seas" as collected in 
Lysaght, Patricia. Ó Catháin, Séamas. Ó hÓgáin, Dáithí. Islanders and Water-Dwellers: 
Proceedings of the Celtic-Nordic-Baltic Folklore Symposium held at University 
College Dublin 16–19 June 1996. DBA Publications Ltd, 1999. 
 
 
OS ESPÍRITOS FEMININOS NA RELIGIÃO NÓRDICA ANTIGA: ALGUMAS 
REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DESSES SERES 
 
 
27 
 
Leandro Vilar Oliveira, doutorando em Ciências das Religiões 
(UFPB/NEVE) 
Resumo: Na mitologia nórdica existem narrativas que apresentam várias deusas, no 
entanto, excetuando-se Freyja, as demais divindades femininas não possuem uma 
função religiosa conhecida. E em muitos casos essas deusas figuram apenas como 
personagens secundárias nas narrativas. No entanto, quando passamos para a Religião 
Nórdica Antiga, existem relatos literários encontrados em sagas e crônicas sobre a 
existência de vários espíritos tutelares que são mulheres. Como as Valquírias que são 
responsáveis por conduzir e receber os guerreiros valorosos mortos em batalha, as 
Dísir que cuidavam de aspectos da fertilidade e fecundidade e até recebiam cultos 
específicos através do disablót; as Fylgjur que eram descritas como assumindo a forma 
de jovens mulheres e ou de animais, e tinham a função de proteção de uma pessoa ou 
de sua família. As Hamingjur que personificavam a boa sorte e as Nornas que 
cuidavam do destino. Tais seres espirituais são mencionados de distintas formas nas 
sagas e em alguns poemas, e a partir destes relatos estudiosos procuraram 
compreender se tais figuras seriam reflexo de crenças reais em espíritos tutelares ou 
invenções literárias. O objetivo dessa comunicação foi tecer algumas breves 
considerações sobre o assunto, mostrando a opinião de pesquisadores como Turville-
Petre (1964) que considerava a possibilidade de tais espíritos pudessem ser apenas 
seres lendários, não existindo necessariamente uma crença religiosa sobre eles; Munch 
(1926)) salientava que as referências aislanislandes alguns desses seres femininos eram 
ambíguas, pois nem sempre elas apareciam de forma benéfica. Com isso, os dois 
autores questionavam a predominância de dizer que sempre se tratava de espíritos 
protetores. Naumann (2016) já considera que alguns desses espíritos como as Dísir 
teriam tido um culto real. O autor se baseia no estudo da toponímia para apontar 
evidências que poderiam sugerir que naqueles locais seriam realizados o disáblot. Por 
fim, também nos reportamos a comentar o estudo de Jochens (1996) que a partir de 
uma perspectiva da história das mulheres e de gênero, analisa a função das mulheres 
na mitologia e na religião. 
Bibliografia: 
JOCHENS, Jenny. Old Norse Images of Women. Philadelphia: University of 
Pennsylvania Press, 1996. 
MUNCH, Peter Andreas. Norse mythology: legends of Gods and Heroes. Translated 
by Sigurd Bernhard Hustvedt. New York: The American-Scandinavian Foundation, 
1926. 
NAUMANN, Hans-Peter. Dísir. In: PULSIANO, Philip; WOLF; Kirsten (eds.). 
Medieval Scandinavia: An Encyclopedia. London: Routledge, 2016, p. 625. 
 
 
28 
 
TURVILLE-PETRE, E. O. G. Myth and Religion of the North: The Religion of Ancient 
Scandinavia. Westport: Greenwood Press, 1964. 
 
 
O PODER SIMBÓLICO DA VÖLVA NAS SAGAS ISLANDESAS 
Vitória Bandeira Amorim, mestranda em Estudos Literários 
(UFPR) 
Resumo: Materializadas em conjuntos de textos escritos na Islândia entre os séculos 
XII e XIV, as Sagas Islandesas, ou Íslendingasögur, representam um dos grandes 
tesouros da literatura universal, seja por sua forma ou por sua relevância na 
historiografia literária. Introduzindo um fazer literário precursor, evidenciam a 
singularidade de um gênero literário o qual agrupa estilo e conteúdo marcadamente 
humanos, em narrativas que demonstram as peculiaridades relativas a uma época de 
tradição oral cuja posterior narrativa escrita esteve encoberta durante séculos até a 
retomada de seu prestígio como documentação histórica da memória social dos povos 
escandinavos. Registradas por autores desconhecidos por volta dos séculos XIII e XIV, 
as sagas são divididas em diferentes subgrupos, um deles sendo as sagas familiares, 
que consiste em um conjunto de mais de quarenta narrativas que juntas parecem criar 
as bases da genealogia local. Nesse contexto, a reflexão sobre o carátersimbólico 
permeado nesse tipo de produção tem relevância para o analisar literário e 
historiográfico. Isso porque, as descrições dos acontecimentos, em sua totalidade, 
compõem a memória, assinalando a história de um povo, além do valor estético 
atribuído aos registros da literatura escandinava. O ritual pagão mediado pela vidente 
“Thorbjörg”, a vidente, sibila, ou völva, na Saga de Eiríkr Vermelho, presente em Três 
Sagas Islandesas - manuscrito anônimo do século XIII, que foi traduzido por Théo de 
Borba Moosburger - ilustra a explanação desenvolvida acima. A presente 
comunicação, por sua vez, visa ao delineamento acerca do eixo de sua trajetória 
simbólica no contexto dessa narrativa. Logo, objetiva-se categorizar a posição social da 
völva, explicitando sua influência no ambiente social ao qual pertence. Para isso, será 
considerada a análise sobre a organização estrutural na qual esse indivíduo se insere, 
tomando como base teórica as reflexões de Jacques Le Goff no Dicionário temático do 
Ocidente Medieval, a respeito de feitiçaria e ritos; a presença das reflexões de Carl 
Gustav Jung em O homem e seus símbolos, ao refletir sobre as perspectivas da 
feitiçaria e o inconsciente; as definições de “feiticeira” e “sibila” de acordo com Jean 
Chevalier e Alain Gheerbrant em Dicionário de Símbolos; recobrando ainda a ideia de 
bruxaria e feitiçaria a partir dos estudos de Jeffrey B. Russel e Brooks Alexander no 
trabalho História da bruxaria; bem como uma caracterização de Christopher Abram 
em Mitos do norte pagão a respeito da função social da völva. A partir das constatações 
 
 
29 
 
de Pierre Bourdieu em O poder simbólico, a esquematização analítica evidencia a tese 
das estruturações de poder internos e externos, corroborando com a hipótese deste 
trabalho sobre o papel fundamental da figura em questão para manutenção do arranjo 
de poder regido pelos sistemas simbólicos da época. 
Bibliografia: 
ANÔNIMO. Três sagas islandesas. Tradução: Théo de Borba Moosburger. Curitiba, 
PR: Ed. UFPR, 2007. 
ABRAM. Christopher. Mitos do Norte pagão: Os deuses dos nórdicos. Tradução: 
Renan Marques Birro. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019. 
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand, 1989. 
CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário dos símbolos: mitos, sonhos, 
costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. Tradução: Vera da Costa e Silva [et 
al.]. 2. Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989 
JUNG, Carl G. [et al.] O homem e seus símbolos. Tradução: Maria Lúcia Pinho. 3. Ed. 
Rio de Janeiro: HarperCollins Brasil, 2016. 
LE GOFF, Jacques; SCHIMITT, Jean-Claude. Dicionário temático do Ocidente 
Medieval. Tradução: coordenada por Hilário Franco Júnior. Bauru, SP: EDUSC; São 
Paulo, SP: Imprensa Oficial do Estado, 2002. 
 
 
AKKAS, DEUSAS SÁMIS: ALGUMAS DE SUAS PROVÁVEIS ÁREAS DE 
REGÊNCIA 
Me. Victor Hugo Sampaio Alves, doutorando em Ciências das Religiões 
(UFPB/NEVE/SKS) 
Resumo: Nossa presente proposta consiste em apresentar, de maneira introdutória, os 
nomes de algumas das divindades femininas cultuadas pelos povos Sámi antes de sua 
cristianização. É provável que tais divindades tenham permanecido objetos de culto e 
de diversos tipos de crença ainda após a conversão desses povos ao cristianismo, 
embora obviamente tendo sofrido as respectivas mudanças e impactos trazidos pela 
chegada desse sistema monoteísta e proselitista de fé. Partiremos dos escritos de Lars 
Levi Laestadius, pastor de etnia de Sámi que, entre os anos de 1838-1845, escreveu um 
estudo denso, composto por quatro partes, intitulado Fragments of Lappish 
Mythology. Além de ter ouvido, ele mesmo – por conta de sua ascendência – diversos 
contos oriundos da antiga tradição Sámi, Laestadius conhecia profundamente 
inúmeras partes da então Lapônia, além de ter sido um cientista aos moldes 
 
 
30 
 
Iluministas da época: era botânico, zoólogo, linguista e etnógrafo. Inclusive, 
Laestadius foi procurado pelos franceses para que os guiasse em uma expedição pelo 
Ártico, chamada La Recherche, que resultou no livro Voyages en Scandinavie, en 
Laponie, au Spitzberg, et aus Feröe, por Xavier Marmier. Laestadius compilou todas 
as narrativas, estórias e crenças da tradição Sámi que havia recolhido de diversos 
povos dessa etnia, comparando-as em seguida com informações de autores prévios, 
como Johannes Schefferus, Olaus Magnus e Peter Lund, acrescentando também, a esse 
viés comparativo, um conhecimento esclarecedor que detinha sobre os idiomas 
nórdicos – diversas línguas sámi, finlandês, sueco, norueguês -. Faremos uso das 
informações elencadas pelo autor a respeito das divindades femininas dos Sámi, como 
Madder-Akka e suas filhas Zarakka, Juks-Akka e Uksakka, buscando por suas 
respectivas regências, poderes e atuações. Nossa ferramenta para evidenciar as 
atuações dessas divindades será a noção de centros semânticos, conforme proposta 
por Schjodt. Além disso, olharemos para a obra de Laestadius como um relato de 
herança cultural constituidor de uma etnografia que, conforme defende Kuutma, trata-
se de um tipo idiossincrático de experimentação e emulação de uma identidade 
marginal e sua hibridização com forças culturais subjugadoras (cristianismo). 
Esperamos, assim, evidenciar quais crenças relacionadas a essas deusas ainda 
circulavam na época de Laestadius e quais ele aponta como (supostas) crenças do 
passado, abandonadas por um povo que, então, havia sido ‘devidamente’ 
cristianizado. 
Bibliografia: 
COLLINDER, Björn. The Lapps. United States: Princeton University Press, 1949. 
KENT, Neil. The Sámi peoples of the north: a social and cultural history. London: C. 
Hurst & Co., 2014. 
KUUTMA, Kristin. Interpreting the Creation of a Sámi Ethnography and a Seto Epic. 
Helsinki: Academia Scientiarum Fennica, 2006. 
LAESTADIUS, Lars Levi. Fragments of Lappish Mythology. Canada: Aspasia Books, 
2002. 
SCHEFFERUS, John. The History of Lapland. Oxford: Oxford, 1674. 
SCHJØDT, Jens Peter. The notions of Model, Discourse, and Semantic Center as Tools 
for the (Re)Construction of Old Norse Religion. The Retrospective Methods Network, 
n.6, p. 6-15, 2013. 
 
RÁN E A POSIÇÃO FEMININA DO MAR NÓRDICO 
Andréa Caselli, doutoranda em Ciências das Religiões 
 
 
31 
 
(UFPB/NEVE/BELVIDERA) 
Resumo: Esta pesquisa apresenta uma análise a respeito da figura de Rán, deidade 
feminina que, junto com o seu consorte, o gigante Ægir, representa as relações 
humanas com o mar na mitologia da antiga religião nórdica. Ela é frequentemente 
associada à uma rede que usa para capturar seus escolhidos e às suas nove filhas que 
também são entidades marinhas. Como será mostrado, os poetas ressaltam o caráter 
de Rán em diferentes aspectos, na medida em que sua função mitológica pode ser 
resumida como estando ligada ao afogamento e alinhada simbolicamente às valquírias 
que representam o falecimento do guerreiro em batalha. Contudo, também há a 
compatibilidade com Hel, que personifica a morte em circunstâncias não especificadas. 
Como esta última, ela age de forma independente, sendo também caracterizada em 
algumas fontes como uma sedutora de homens, escolhendo marinheiros para levar 
para sua casa subaquática. As principais fontes sobre Rán são poéticas - embora 
também haja algumas referências a ela fora do verso. A poesia escáldica, em particular, 
é cheia de referências às viagens marítimas e, portanto, representa uma fonte valiosa 
de informações sobre como os escandinavos viam o mar e como o mitologizavam. O 
objetivo é expor - em idioma português - as discussões, debates e estudos acadêmicos 
sobre o tema. A partir de um método histórico e de uma crítica literária, serão 
abordadas as citações sobre Rán existentes na poesia escáldica e nas sagas islandesas; 
assim como também serão mostradas pinturas e ilustrações que a retratam. 
Bibliografia: 
BYOCK, Jesse. 1990. The Saga of the Volsungs. Berkeley: University of California 
Press, 1990. 
LINDOW, John. Handbook of norse mythology.California: ABC CLIO, 2001. 
QUINN, J. Mythologizing the Sea: The Nordic Sea-Deity Rán. In: THANGUERLINI, 
T. R. (Org.). Nordic Mythologies: Interpretations, Institutions, Intersections. Berkeley: 
North Pinehurst Press, 2014: 71-97. 
SIMEK, Rudolf (1993). Dictionary of Northern Mythology. Trans. Angela Hall. 
Cambridge: D. S. Brewer, 1993. 
STURLUSSON, S. Edda Mayor. Traducción de Luís Lerate. Madrid: Alianza 
Editorial, 1986. 
 
LITERATURA NA ESCANDINÁVIA MEDIEVAL: A FIGURA DA MULHER NA 
SAGA DE LAXDAELA 
Maria Luiza Soares de Medeiros, graduanda em História 
(UFPE) 
 
 
32 
 
Resumo: O presente trabalho apresenta como objetivo refletir a condição feminina na 
sociedade islandesa medieval através da Saga de Laxdaela, enfatizando a relevância 
das sagas enquanto fontes históricas e a complexidade da figura feminina e sua 
atuação nesta sociedade. Neste trabalho compreendemos, aliados a uma concepção de 
nova Escandinavística, que, para além das abordagens acerca da historicidade dos seus 
eventos, as sagas consistem em valiosas fontes historiográficas pois refletem valores 
sociais e estruturas da sociedade na qual foram produzidas. A saga de Laxdaela, de 
autoria anônima e de provável produção do século XIII, apresenta em sua narrativa 
diversos aspectos relacionados à História da sociedade islandesa medieval, como as 
relações sociais e de gênero, a colonização da ilha por famílias vindas da Noruega e o 
processo de cristianização. A escolha pela saga em questão baseou-se em sua 
particularidade de apresentar diversas figuras femininas, evidenciando, apesar do 
enfoque nas relações e nos feitos da alta sociedade aristocrática, aspectos da condição 
feminina do cotidiano, como a costura, e das diferentes posições nas quais as mulheres 
poderiam se encontrar. Unn, the Deep-minded, constitui uma das mais importantes 
personagens da saga, sendo admirada pela sua sabedoria e perspicácia. Deste modo, 
apesar dos homens possuírem grande parte do poder político e social, as mulheres 
também exerciam poder e influência em sua sociedade, sua família e sua própria vida, 
sendo sua atuação complexa. A construção deste estudo foi baseada em teóricos 
nacionais e internacionais dos temas referentes às sagas e à sociedade escandinava 
medieval, como Chris Callow, Kendall M. Holcomb, Nelly Egger De Iolster, Jenny 
Jochens e Johnnni Langer. 
Bibliografia: 
ANÔNIMO. The Laxdale Saga, Muriel A. C. Press, Icelandic Saga Database, 
Sveinbjorn Thordarson, 1880. 
CALLOW, Chris. Reconstructing the past in medieval Iceland. Early Medieval Europe, 
vol. 14, 2006 
EGGER DE IOLSTER, Nelly. Mujeres en la Saga de Njal. Temas Mediev. Buenos Aires, 
v. 12, p. 17-35, 2004 
HOLCOMB, Kendall M. Pulling the Strings: The Influential Power of Women in 
Viking Age Iceland. Western Oregon University, Student Theses, 2015 
JOCHENS, Jenny. Women in old norse society. Ithaca: Cornell University Press, 1985 
LANGER, Johnni. História E Sociedade Nas Sagas Islandesas: Perspectivas 
Metodológicas. Alethéia, vol. 1, 2009. 
 
 
 
 
33 
 
 
 Sessão de Comunicação “Mitologia e Literatura Clássica I” – Auditório do 
PPGE/PPGCR, 06/10/2019 08:00 às 09:30 
Coordenação: Me. André de Oliveira (PPGH-UFMT/NEVE) 
 
SOB A ÉGIDE – UMA LUZ SOBRE OS MISTÉRIOS DA GÓRGONA 
Andrea Vasconcellos Souto Bezerra 
Resumo: Não há dúvida de que as mitologias em geral exercem um grande fascínio 
nas pessoas. Dentre elas, uma das que mais exercem esse poder é a helênica, tendo 
leituras e releituras ao longo dos séculos nas artes e em diversas áreas do conhecimento 
humano. Entre as figuras que compõem a mitologia helênica, a Medusa e/ou a 
Górgona é uma das quais mais atraiu e atrai atenção e interesse. Sendo que, esse 
interesse parece ter se tornado crescente na contemporaneidade se deve a uma certa 
interpretação largamente difundida de que Medusa seria um tipo de retrato da vítima 
culpabilizada e injustiçada. No entanto, essa interpretação é equivocada, pois ela se 
baseia numa alteração. Visto que, em nenhuma das versões helênicas do mito existe 
alusão a um estupro. Além disso, a ligação de Athena com Medusa é profunda e difere 
bastante desse retrato de uma deusa que teria sido injusta com sua própria sacerdotisa. 
E afinal, qual sentido faria uma Deusa carregar no próprio peito o símbolo de alguém 
visto, por ela mesma, como errado ou vil? O objetivo desse trabalho é iluminar os 
equívocos em cima da interpretação do mito envolvendo a Medusa/Górgona e trazer 
um pouco à luz a profunda ligação existente entre a Górgona e Athena, ligação essa 
que não tem a ver com uma punição, mas algo que tem a ver com a origem da própria 
Athena e com a essência mesma da Deusa. Outro objetivo, é mostrar também a ligação 
de Medusa e do seu nome com divindades marinhas femininas. Ressaltando que não 
se trata da aparentemente óbvia ligação dela com monstros marinhos, mas com deusas 
mesmo que até aparecem na Odisséia como salvadoras. Como metodologia procurou-
se pesquisar em fontes clássicas da literatura, para isso foi utilizado principalmente o 
site Theoi que tem citações de autores clássicos por tema. Também foi feita pesquisa 
em livros acadêmicos que tivessem uma abordagem histórica, arqueológica e literária 
sobre Medusa e Athena. A relação da Medusa/Górgona com Athena consegue ser 
traçada com a abordagem da ligação dela com a Líbia, mostrando o quanto a máxima 
o "mito explica o rito" se aplica a esse caso. Onde foram criadas “estórias” para explicar 
uma ligação cuja origem era bem mais "simples". Além disso, a relação do nome 
Medusa com epítetos de Leukothea mostra que esse nome carregava, provavelmente, 
um outro peso e sentido que caíram no esquecimento ao longo do tempo. A 
curiosidade despertada pela questão da relação entre Medusa e Athena levou a alguns 
esclarecimentos e conclusões preliminares que espero que possam trazer mais 
conhecimento acerca dessas figuras míticas. 
 
 
34 
 
Bibliografia: 
BERNAL, Martin. Black Athena: The Afroasiatic Roots of Classical Civilization. 
Rutgers University Press: 1991. Vol. II 
DEACY, Susan. Athena. Routledge: 2008. Gods anda Heroes of the Ancient World. 
HERÓDOTO. História. Traduzido do grego por Pierre Henri Larcher (1726–1812). 
Versão em português de J. Brito Broca. Ed. eBooksBrasil - Agosto 2006. 
Honor the Gods blog, Modern Retellings of the Myth of Medusa and Hellenic 
polytheism. Disponível em: 
<https://honorthegodsblog.wordpress.com/2018/03/28/anonymous-asked-
anyway-how-to-explain-the-whole-medusa-athena-poseidon-deal-to-a-beginner-
polytheist-without-them-hating-the-gods-and-understanding-the-situation-im-not-
good-at-this-kinda-stuff-bu/>. Acesso em 10 de junho de 2019. 
The Theoi Project, Theoi Greek Mithology. Disponível em 
<https://www.theoi.com/>. Acesso em 17 de julho de 2019. 
WILK, Stephen. Medusa: Solving the Mystery of the Gorgon. Oxford University 
Press: 2000. 
 
 
DIOTIMA DE MANTINEIA: UMA SACERDOTISA HISTÓRICA OU 
INVENÇÃO PLATÔNICA? 
Prof. Me. Felipe G. S. da Silva, mestre e doutorando em Filosofia 
(UFPE) 
Resumo: As personagens de Platão são em sua maioria reais, ou seja, de existência 
histórica comprovada. Dentre a variedade de personagens presentes nos seus 
diálogos, Diotima de Mantineia representa uma importante figura na apresentação da 
principal tese do diálogo Banquete, onde é apresentada como a mestra de Sócrates na 
compreensão dos assuntos eróticos (201d). Apesar da importância na obra e no tema, 
Diotima não aparece em nenhum outro diálogo do filósofo, nem tão pouco como 
personagem de algum cenário histórico do mundo grego. Sendo assim, a única fonte 
da qual temos acesso à personagem é justamente o Banquete. Nele, a sacerdotisa 
aparece em meio a um cenário fortemente marcado por personagens masculinas, num 
contexto que privilegiava a prática da pederastia ateniense. Outrossim, Diotima não 
está presente, por esse mesmo motivo, na cena física do Banquete e sobre ela apenas 
ouve-se Sócrates produzir umdiscurso que descreve um suposto aprendizado com 
ela. O ensinamento, dentre outras coisas, trata do entendimento da natureza do desejo 
 
 
35 
 
e da proposta, dita em tons de mistérios iniciáticos, de superação de um amor físico ao 
espiritual ou metafísico (201e-212a). Em meio a esse cenário e em vista da importância 
do conteúdo do discurso para a definição da prática filosófica como atividade erótica, 
é necessário a problematização sobre a suposta fonte do ensinamento que Sócrates diz 
ter recebido, ou seja, sobre a existência ou não de Diotima. Investigar a real existência 
de Diotima não é uma tentativa de desqualificar o discurso de Sócrates, mas tentar 
entender porque Platão quis naquele contexto masculino inserir uma figura feminina 
que não aparece em outros diálogos e da qual não se tem nenhuma fonte senão o 
Banquete. Este antigo debate em torno da historicidade e personalidade de Diotima 
está longe de ser finalizado, mas é um interessante debate para a representação do 
feminino na antiguidade. Entre os plantonistas, já a algum tempo, a literatura 
apresenta normalmente três hipóteses ou linhas de pensamento: a primeira, nega a 
existência histórica de Diotima atribuindo a Platão sua invenção (WILLAMOWITZ, 
1959); a segunda defende a existência da suposta sacerdotisa (TAYLOR, 1960) e a 
terceira, já um tanto mais atual (MENDEZ AGUIRRE, 2010) propõe uma visão mais 
intermediária, não admitindo a existência real da personagem tal qual descrita por 
Platão, mas considerando-a uma representação de uma outra personagem do mundo 
antigo, Safo de Lesbos. O objetivo desse trabalho é demonstrar e comparar os 
principais argumentos utilizados em cada uma dessas alternativas interpretativas e, 
com isso, tentar discutir a possibilidade de uma síntese que considere os elementos 
que o próprio Platão nos oferece no diálogo Banquete. 
Bibliografia: 
HALPERIN, D. ¿Por qué Diótima es una mujer? Trad. de M. Serrichio. Córdoba: 
Cuadernos de Litoral, 1999. 
KRANZ, W. Diotima von Mantinea. Hermes, v. 61, n. 4, p. 437-447, 1926 
MENDEZ AGUIRRE, V. H. ¿Influencia de filósofas y sabias en los Diálogos de Platón? 
México: II Coloquio de la Asociación Mexicana de Estudios Clásicos, UNAM, 2010. p. 
43-56. 
PLATÃO. Simpósio. Trad. de Carlos Alberto Nunes. – 3ª Ed. – Belém: ed. UFPA 2011. 
TAYLOR, A. E. Plato, the man and his work. New York: Meridian Books Inc, 1960. 
WILLAMOWITZ, U. Platon, sein leben und seine werke. Berlin: Weidmannsche 
Verlagsbuchhandlung, 1959. 
 
 
 
 
 
36 
 
O PAPEL DO FEMININO NA RENOVAÇÃO E NO EQUILÍBRIO DE TODAS AS 
COISAS: GAIA E AFRODITE 
Hamilton Sérgio Nery de Medeiros, graduando em Letras 
 (UFPB); 
Thallyta Gomes Machado, graduanda em Letras 
(UFPB) 
Resumo: Dentre as mais variadas fontes mitológicas que temos acesso, uma das mais 
conhecidas e estudadas até hoje é a apresentada por Hesíodo e conhecida como 
Teogonia. Na obra, temos a primeira representação do feminino através de Gaia, que 
é vista como uma divindade que copula de forma ininterrupta com Urano (deus que 
representa o céu), pelo qual é impedida de ter os seus filhos, causando assim o caos no 
cosmos. Após o fim deste caos que fora instaurado, Gaia então consegue se separar de 
Urano – uma representação da separação do céu e da terra que também é vista, por 
exemplo, nas narrativas bíblicas –, e parir os seus filhos. A terra, que é vista na 
Teogonia como Gaia, traz em si toda uma carga de renovação e equilíbrio; tendo em 
vista as mais diversas destruições que ocorreram como dilúvios, grandes catástrofes, 
ela ainda consegue se renovar, florescer e dar frutos. Disto, surge, então, o segundo 
exemplo do feminino como agente na renovação e equilíbrio das coisas, que é a 
divindade grega Afrodite. O nascimento da deusa ocorre a partir do momento em que 
um ciclo de caos e desordem se encerra, quando o seu pai Urano tem o órgão genital 
decepado, separando-se para sempre de Gaia. Mesmo após ter sido decepado, o órgão 
do deus ejacula e cai sobre o mar, formando espumas que fazem emergir do fundo a 
grande deusa, que surge como uma forma de prelúdio de um novo ciclo após o seu 
nascimento: um ciclo de organização cósmica. Quando Afrodite sai do mar e entra em 
contato com a terra, a natureza a acompanha fazendo nascer e florescer tudo outra vez, 
como se houvesse neste momento um contato entre as duas representações do 
feminino no qual Gaia reafirma em Afrodite o seu desejo de poder renovar todas as 
coisas. Para o desenvolvimento do nosso trabalho, utilizaremos como aporte teórico a 
Teogonia, de Hesíodo, Mito e Realidade, de Eliade, Hipólito, de Eurípides, dentre 
outros autores e obras a fim de que possamos aprimorar nosso estudo. 
Bibliografia: 
ELIADE, Mircea. Mito e Realidade. Tradução de Pola Civelli. 6ª reimpressão da 6ª 
edição de 2000. São Paulo: Perspectiva, 2016. 
EURÍPEDES. Hipólito; coleção dirigida por J. I. Ciruelo Borge e A. Verjat Massmann. 
Barcelona, 1977. 
GUIMARÃES, Ruth. Dicionário da Mitologia Grega. Editora Cultrix, São Paulo, 1982. 
 
 
37 
 
HESÍODO. Teogonia: a origem dos deuses; estudo e tradução de Jaa Torrano. 2ª 
edição, 1991 – 6. Reimpressão, 2015. Editora Illuminuras Ltda. São Paulo, 2017. 
LAVEDAN, Pierre. Dictionnaire Illustré De La Mythologie Et Des Antiquités Grecques 
Et Romaines. Librairie Hachette. 3ª edição. Paris, 1931. 
PABÓN, José M. Diccionario Manual Griego: griego clásico-español. Editora Vox. 
Madrid, 1967. 
 
TALENTO OU TRANSGRESSÃO? JULGAMENTO DE UMA VIRGEM VESTAL 
Letícia Quintella Viana, graduanda em Letras 
(UFPB); 
Prof. Me. Lucas Consolin Dezotti 
(UFPB) 
Resumo: As Virgens Vestais eram seis sacerdotisas que compunham o colégio 
pontífice e tinham como função realizar os cultos à deusa Vesta, divindade romana 
que representava a harmonia do lar e personificava o fogo sagrado. Por isso, sua tarefa 
principal era o cuidado com o lar público, alimentando a lareira existente no templo 
da deusa. Quando aderiam ao sacerdócio, as Vestais eram emancipadas, deixando de 
obedecer ao pater familias para obedecer ao pontifex maximus, perdendo os direitos 
de herança e sucessão, além de não poderem deter bens próprios, de modo que, 
quando morriam, tudo o que possuíam era aderido ao tesouro público. Elas recebiam 
uma soma para aderir ao sacerdócio e ainda uma soma anual pelos serviços prestados, 
a qual era sempre regularizada e poderia chegar a dois milhões de sestércios, 
ultrapassando o dobro do recebido pelos senadores, cargo mais alto da política 
romana. Segundo Tito Lívio (1.20.3), as Vestais foram instituídas por Numa Pompílio 
(s. vii a.C.), que lhes estabeleceu a função de maneira remunerada e sob voto de 
castidade, determinando que, caso alguma sacerdotisa fosse acusada da quebra da 
castidade, seria julgada pelos demais pontífices e, sendo culpada, seria sepultada viva. 
Tendo em vista tal contexto, analisaremos o excerto de controvérsia 6.8 de Sêneca, o 
Rétor (54 a.C. – 39 d.C.), em que o autor utiliza a figura de uma Vestal que seria ré de 
incastidade por ter escrito um verso celebrando a união conjugal e explora suas 
condições de vida e trabalho para elaborar os argumentos da acusação e da defesa. As 
controvérsias formavam um subgênero da declamação e consistiam na elaboração de 
peças jurídicas fictícias em âmbito escolar a fim de treinar técnicas de argumentação, 
servindo-se de personagens que já estavam presentes nas declamações dos Sofistas 
gregos, ora simpáticos, como filhos deserdados e moças estupradas, ora reprováveis, 
como mercenários e tiranos. A análise do documento nos permitirá extrair do texto as 
referências acerca dos direitos e deveres das Virgens Vestais para entender as normas 
 
 
38 
 
às quais as Vestais estavam submetidas ao aderirem ao sacerdócio e entender o que 
configuraria um crime de incastidade cometido por uma sacerdotisa desse grupo. 
Traduziremos o texto filologicamente estabelecido por Adolf Gottlieb Kiessling (1872), 
nos servindo ainda do aporte teóricode Alonso (2011), Costrino (2010), Peterlini (1991), 
entre outros. 
Bibliografia: 
Alonso, Ana Carolina C. 2011. “Religião, sociedade e gênero na república romana 
tardia: o culto de Vesta”. In: Anais do XXVI Simpósio Nacional de História da 
ANPUH. São Paulo. 
 Coelho, Ana Lúcia S. 2010. “As relações de gênero no espaço urbano de Roma”. In: 
Anais do VIII Encontro de História da ANPUH. Vitória. 
Costrino, Artur. 2010. A lição dos declamadores: Sêneca, o rétor, e as suasórias. 
Dissertação de mestrado. São Paulo: Universidade de São Paulo. 
 Kiessling, Adolf G. 1872. Annaei Senecae Oratorum et rhetorum sententiae divisiones 
colores. Leipzig: Teubneri. 
 Peterlini, Ariovaldo A. 1991. “Lucrécia e o ideal romano de mulher”. Língua e 
Literatura 16(19): 9-28. 
 Tôrres, Moisés R. 2001. “Considerações sobre a condição da mulher na Grécia 
clássica”. Mirabilia 01. 
 
DOLO E VONTADE: UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A REPRESENTAÇÃO DO 
FEMININO NA TEOGONIA DE HESÍODO 
Lívia Maria da Silva, mestranda em Letras 
(UFPB) 
Resumo: Considerando a recorrente atribuição da figura feminina à 
representatividade do mal, tanto na tradição judaico-cristã, quanto na grega antiga, a 
presente comunicação, busca, em contrapartida, uma vez evidenciada a 
fundamentação das referidas conjecturas, explorar a significativa participação do 
feminino, na instituição e manutenção do cosmo, na mitologia grega, segundo a 
tradição hesiódica. Busca-se, então, explanar alguns aspectos que servissem de 
respaldo a essa ideia, não com um fim conclusivo, mas, ao contrário, buscando 
expandir e fundamentar as reflexões. Feito isso, demonstra-se, como, no âmbito 
divino, malgrado as relações entre as forças femininas e obscuras, o feminino 
desempenha, através da narrativa mítica de Hesíodo, importante papel no 
estabelecimento e na perpetuação da ordem do universo. Desta feita, partindo da 
 
 
39 
 
figura de Pandora, como representação da primeira mulher, é possível observar que 
ela é descrita não só como a de dissimulada, mas como um mal aos homens <κακὸν 
ἀνθρώποισιν>. Nesse sentido, MARROU foi essencial, para analisarmos a imagem da 
mulher em comparação ao conceito de kalokagathia. Em seguida, analisa-se o 
feminino a partir do campo divino, evidenciando as forças sagradas de Noite, 
Discórdia e Hécate. Assim, explorou-se como, a partir de uma divindade feminina, 
Noite, descende diversas forças ditas representativas do mal, contrapondo a uma 
análise lexical do texto grego, com vistas a investigar se, por meio do léxico, ser-nos-ia 
possível confirmar que a tradição hesiódica atribuía ao feminino a motivação do mal. 
Tal análise centrou-se, pois, em dois termos: dolo – averiguando se o engano seria, 
nesta obra, uma prática essencialmente feminina – e vontade – analisando os termos 
gregos equivalentes a esse vocábulo, comparando aqueles que vinham relacionados a 
ações femininas àqueles vinculados a ações masculinas, a fim de distinguir a atuação 
de cada categoria e, a partir disso, formular sua caracterização. Foram utilizados, 
portanto, como corpus, a Teogonia, de Hesíodo, pela tradução de JAA Torrano; como 
extensão desse, o mito de Pandora, extraído de Os Trabalhos e os Dias, também de 
Hesíodo; para tratar da kalokagathia, o trabalho de Henri Irénée Marrou, História da 
educação na Antiguidade; e, para a elucidação de termos gregos, faz-se uso do 
Dictionnaire Etymologicque de la Lange Grecque, de Chantraine. 
Bibliografia: 
BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia Grega (Vol. I). Petrópolis: Vozes, 1986. 
CHANTRAINE, Pierre. Dictionnaire Étymologique de la Langue Grecque: histoire des 
mots. (Tome I Α-Δ). Paris: Éditions Klincksieck, 1968 
HESÍODO. Teogonia: a origem dos deuses. Tradução de Jaa Torrano. São Paulo: 
Iluminuras, 1991 – 2ª. ed. 2012. 
HESÍODO. Os Trabalhos e os Dias. Tradução de Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras, 
1996. 
MARROU, Henri Irénée. História da educação na Antiguidade. Tradução Mário 
Leônidas Casanova. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1973. 
SNELL, Bruno. A Cultura Grega e as Origens do Pensamento Europeu. Tradução de 
Pérola de Carvalho. São Paulo: Perspectiva, 2005. 
 
 
 
 
 
 
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 Sessão de Comunicação “Estudos Escandinavos II” – Auditório do CE 
07/10/2019 08:00 às 09:30 
Coordenação: Prof. Dr. Johnni Langer (PPGCR-UFPB/NEVE) 
 
 
O ESCANDINAVISMO OITOCENTISTA NO BRASIL: O INTERCÂMBIO 
INTELECTUAL ENTRE O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO 
BRASILEIRO E A SOCIEDADE REAL DOS ANTIQUÁRIOS DO NORTE 
André Alcântara Aguiar, graduando em História 
(UEMG) 
Resumo: O presente trabalho pretende revisitar as discussões que ocorreram entre o 
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e a Sociedade Real dos Antiquários 
do Norte, que ao longo do século XIX possuíram um diálogo entre seus membros para 
investigar possíveis vestígios que comprovassem a chegada de nórdicos na costa sul-
americana antes do século XV. Desta forma, o objetivo da pesquisa, que ainda se 
encontra em fases iniciais, é buscar e estudar documentos provenientes deste 
intercâmbio e analisá-los, inicialmente, a partir do impacto que estes trabalhos tiveram 
entre os membros e pesquisadores vinculados ao IHGB. Assim sendo, a investigação 
pretende compreender os interesses dos intelectuais brasileiros que se envolveram na 
teoria da presença pré-cabralina dos nórdicos no Brasil, através da influência da 
pesquisa escandinavista da Sociedade Real dos Antiquários do Norte. As fontes 
levantadas até o atual momento do trabalho são provenientes da coleção da Revista 
do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro (RIHGB) e de outros documentos 
disponibilizados pelo arquivo digital do IHGB. Os resultados iniciais demonstram que 
a Real Sociedade foi apresentada ao IHGB através de uma carta escrita pelo naturalista 
e paleontólogo Peter Wilhelm Lund (1801-1880) ao Instituto, em 16 de maio de 1839. 
Na carta, Lund apresenta a Sociedade e explicita a importância que ela possui no 
cenário científico e afirma que uma relação entre as duas instituições seria de grande 
proveito, por terem interesses em comum. Também enviou uma versão da obra 
Antiquitates Americanæ, de C. C. Rafn, o secretario e um dos fundadores da Sociedade 
Real dos Antiquários do Norte, dizendo que recebeu autorização do autor para uma 
possível tradução pelo IHGB. Tal carta é lida aos membros do Instituto em sua 17ª 
Sessão, realizada em 13 de julho de 1839, como consta nos extratos das atas do terceiro 
volume da RIHGB. Após este contato inicial, a obra de Rafn é traduzida, e publicada 
na revista em 1840. A publicação de Antiquitates Americanæ, no qual o autor narra 
excursões nórdicas à América Setentrional, mais precisamente na região da Nova 
 
 
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Inglaterra, possui uma importante repercussão no meio intelectual da época, em 
discussões que vão persistir por algumas décadas. Sendo assim, a documentação 
inicial analisada e a bibliografia consultada que buscou investigar o contato de Rafn 
com o IHGB e outras partes do mundo, demonstraram que diversas inscrições ou 
vestígios estudados no Brasil no período, como as epígrafes na pedra da Gávea, a 
suposta cidade abandonada no sertão da Bahia e as inscrições na ilha do Arvoredo em 
Florianópolis, foram consideradas similares a informações apresentadas por Rafn, no 
qual incentivou um debate duradouro sobre a presença nórdica no Brasil em épocas 
pré-cabralinas. 
Bibliografia: 
HOLTEN, Birgitte; GUIMARÃES, Lúcia M. P. Desfazendo as ilusões: o Dr. Lund e a 
suposta presença escandinava na Terra de Santa Cruz. In: Lócus, Juiz de Fora, v. 3, n. 
1, p. 45-62, 1997. 
LANGER, Johnni. Estudos Nórdicos Medievais: alguns apontamentos 
historiográficos. In: Roda da Fortuna, v. 6, n. 1, 2017, Dossiê Estudos Nórdicos 
Medievais, p. 9-24. Disponível em: https://www.revistarodadafortuna.com/2017-1. 
Roda da Fortuna, v. 06, p. 09-24, 2017. 
LANGER, Johnni. Vikings no Brasil. In: LANGER, Johnni. Dicionário de História e 
Cultura da Era Viking. São Paulo: Hedra,

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