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Pai contra mãe pdf - Revisado 21

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA 
FACULDADE DE DIREITO 
 
 
 
 
 
Sarah Oliveira Souza 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Sociologia Jurídica – Conto Pai contra mãe 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2020 
 
 
Pai contra mãe 
 
Já no título do texto é notável uma ideia de embate. Inicialmente é notável 
informações do contexto histórico e social daquela época. O narrador descreve 
instrumentos de tortura utilizado contra os escravos. Quando o escravo fugia de 
determinada convenção era castigado ou de acordo com a visão da época 
“disciplinado”. Um instrumento muito comum era a mascara de folhas de 
flandres. 
“Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se 
alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham 
penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas não cuidemos de máscaras.” É 
notável a grande presença de ironia ao texto, objetivando essencialmente como 
meio de suaviza, talvez, a situação tão pesada relacionada à escravidão. 
O foco do texto é a história de Candido e Clara. Nomes que remetem ao 
Branco, a claridade. Candinho era um rapaz que tinha de dificuldades em se 
adaptar ao trabalho e dessa maneira encontra na caçada de escravos sua fonte 
de renda. Tal ofício funcionava como “freelance” – o dono do escravo colocava 
um anúncio no jornal e aquele que encontrasse o “foragido” levava um bom 
dinheiro. 
Clara era uma órfã que morava com a Tia Mônica e costurava. Dessa 
maneira, nota-se que tanto ela como Candinho eram muito pobres; ainda que 
brancos. Ambos resolvem se casar e a preocupação da Tia Mônica resumia-se 
no medo deles terem um filho. 
- Vocês, se tiverem um filho, morrem de fome, disse a tia à sobrinha. 
Candinho chega a perder a dignidade devido a escassez de recursos: 
“Certa vez capturou um preto livre; desfez-se em desculpas, mas recebeu grande 
soma de murros que lhe deram os parentes do homem”. Nesse contexto triste, 
Mônica engravida. Passa por inúmeras necessidades e se vê trabalhando 
exageradamente. A família foi expulsa do imóvel, pela falta de pagamento do 
aluguel. 
Diante disso, tia Mônica faz Candinho promete que irá deixar a criança na 
roda dos enjeitados. Nesse momento, notam-se inúmeras frases do narrador que 
remetem grande empatia por Candido. “Cândido Neves foi obrigado a cumprir a 
promessa; pediu à mulher que desse ao filho o resto do leite que ele beberia da 
mãe. Assim se fez; o pequeno adormeceu, o pai pegou dele, e saiu na direção 
da Rua dos Barbonos”. 
Ao levar o filho para roda dos enjeitados, encontra-se uma “mulata fugida” 
na rua da Ajuda. Bem naquele momento mais crítico. Candinho consegue pegar 
a escrava, que implora pela vida do filho que carregava em seu ventre. “_ Estou 
grávida, meu senhor! exclamou. Se Vossa Senhoria tem algum filho, peço-lhe 
por amor dele que me solte; eu serei tua escrava, vou servi-lo pelo tempo que 
quiser. Me solte, meu senhor moço”. 
Nesse momento não há qualquer tipo de empatia dele Candinho pela 
escrava. Nesse momento cada um luta pelo seu filho, cada um esbraveja pelo 
próprio filho. Fato que leva o leitor a refletir sobre o que faria nessa situação. Isso 
ou coisa pior? . Machado de Assis, nesse momento trás aos seus personagens 
o recorte daquilo que é humano, fugindo do estereotipo “mocinho ou vilão”. 
Após algum tempo de luta a escrava chega à casa do “senhor”, ali mesmo 
aborta e Candido ganha sua bonificação de cem mil réis. Candido acompanha 
todo sofrimento da perda de Arminda. Ele sai correndo para buscar o filho na rua 
da “ajuda”. 
Tia Mônica aceita o pequeno de volta, já que o pai havia trazido os 100 
mil réis. “Nem todas as crianças vingam”, dizia Candinho como modo de consolar 
sobre a situação. 
Nesse conto não se torna possível fazer quaisquer juízos de valores. 
Muito menos colocar um vilão, talvez por isso tão impressionante. No fim se 
entende o título Pai Candinho contra mãe Arminda.

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