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4 Instituto de Biociências Universidade de São Paulo POSSIBILIDADES DIDATICAS PARA O ENSINO DE ZOOLOGIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA VOLUME II Rosana Louro Ferreira Silva Pércia Paiva Barbosa (Organizadoras) São Paulo 2016 POSSIBILIDADES DIDÁTICAS PARA O ENSINO DE ZOOLOGIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA VOLUME II Rosana Louro Ferreira Silva Pércia Paiva Barbosa (Organizadoras) Instituto de Biociências Universidade de São Paulo 2016 Ficha catalográfica Possibilidades didáticas para o ensino de Zoologia na educação básica – volume II / Organização de Rosana Louro Ferreira Silva, Pércia Paiva Barbosa. -- São Paulo : Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, 2016. v. 2 128 p. : il. ISBN 978-85-85658-65-6 1. Zoologia. 2. Práticas de ensino. I. Silva, Rosana Louro Ferreira. II. Barbosa, Pércia Paiva. Título: Possibilidades didáticas para o ensino de Zoologia na educação básica. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO................................................................................................................4 INTRODUÇÃO....................................................................................................................7 SUGESTÕES: I - Arthopoda - Diversidade e Filogenia: uma Abordagem para o Ensino Médio..............9 Dalmo A. Kawauchi, Elton P. Antunes e Virgínia G. de França II - Artrópodes: uma abordagem filogenética................................................................35 Carlos Diego N. Ananias, Cristiane S. Apolinário dos Santos, Janaína de A. Serrano, Sara A. Watanabe e Talitha M. Justino III - Biodiversidade e adaptação.....................................................................................42 Bianca Silles, Mariana Antonieta e Priscila Moreira IV - Diversidade de Organismos Vertebrados.................................................................55 Marília Duarte, Tabata Caldeira e Tamíres Ito V - Ensino de Zoologia com Ênfase em Evolução - Diversidade e Adaptação dos Animais: Um enfoque evolutivo.................................................................................69 André C. Ubriaco de Oliveira, Carla B. Pavone, Daiane P. Oliveira, Henrique I. Neves, Maria Angélica S. Barrios e Rafaela A. dos Santos VI - Evolução dos Animais, Ecologia e Geologia: o que podemos aprender estudando Biogeografia?.............................................................................................................88 Angela Prochilo, Julia Molina, Luísa Novara e Luiz Carlos Machado VII - Sistemática Filogenética – Artrópodes..................................................................103 Bruno Fancio Lima, Lucas Romero de Oliveira e Mariana H. Bressan Martins VIII - Os vertebrados e os ambientes............................................................................115 Anderson Tatsuki Tamakoshi, Rafael Buoro Takahashi, Renata Andrade M. de Araujo e Stefane Saruhashi 4 APRESENTAÇÃO A coleção “Possibilidades didáticas no ensino de Zoologia” trata-se de um conjunto de sequências didáticas voltadas a possibilitar ideias inovadoras para dinamizar o ensino de Zoologia na educação básica, produzidas de forma colaborativa por alunos e alunas do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas participantes da disciplina “BIZ0307 - Contexto e práticas no Ensino de Zoologia”, com a orientação da professora da disciplina e dos monitores. A disciplina tem por objetivos propiciar aos licenciandos: desenvolver sequências didáticas que articulem diversidade e filogenia dos animais; analisar e discutir a seleção de conteúdos, estratégias didáticas e instrumentos de avaliação no Ensino de Biologia; refletir sobre Ensino de Zoologia na escola básica e em outros espaços educativos; elaborar e analisar diferentes recursos didáticos, tais como texto, multimídia, modelos, imagens, jogos, filmes, animações; reconhecer o campo de pesquisa em Ensino de Biologia. Após analisar como a Zoologia se expressa nos currículos de ensino fundamental II e médio, a disciplina apresentou para discussão artigos de pesquisa que criticam o ensino memorístico e descritivo dos animais na educação básica, o que distancia o interesse dos jovens, e propõem um ensino na perspectiva ecológico-evolutiva. Também são apresentadas contribuições das perspectivas da educação ambiental crítica para pensar atividades que permitam a discussão de temáticas controversas que envolvam os animais e a busca pela conservação da biodiversidade. Nas aulas em que os grupos apresentavam essas produções, constituídas da sequência didática e de um recurso didático, foram convidados professores da educação básica da rede pública e privada do ensino, que assistiram, contribuíram e auxiliaram na avaliação dos trabalhos. Neste volume, apresentamos a segunda sistematização desse trabalho, desenvolvida junto à turma que cursou a disciplina em 2014. São apresentadas oito sugestões construídas por licenciandos, com orientação da docente do curso, que buscaram considerar deferentes elementos da alfabetização científica, com o desafio de propor situações de ensino em que a compreensão do conhecimento científico seja acompanhada de discussões e questionamentos sobre sua aplicação no cotidiano dos estudantes, para que este seja capaz de participar de decisões que envolvam questões 5 sócio científicas de forma fundamentada e responsável. Um desses exemplos é um dos tópicos da primeira sequência de desmistificar o senso comum de que insetos são apenas indesejáveis (embora muitos o sejam por conta de problemas de saúde pública). Para tanto, trazem situações em que, por meio de notícias disponíveis na web, o professor possa discutir sobre a importância ecológica e econômica dos insetos, como agentes polinizadores e de controle biológico, mas também abordando a necessidade dos cuidados com os transmissores de doenças e as pragas agrícolas. Há ainda, na sugestão VI, uma abordagem para o trabalho do tema de biogeografia, aspecto tão pouco explorado no ensino médio. Ressaltamos, mais uma, vez, que tratam-se de produtos de trabalho acadêmico de professores em formação inicial, a maioria sem experiência em sala de aula. Dessa forma, tais sugestões não devem ser tomadas como um manual a ser seguido rigidamente. Os professores e professoras, no exercício de sua autonomia intelectual, pode utilizar as propostas e os materiais disponibilizados conforme as características do currículo, do contexto, dos(as) alunos(as) e de seu próprio perfil docente. Assim como diferentes autores da área de ensino de Ciências, entendemos que não há inovação educacional sem a participação do professor. Os materiais didáticos criados podem ser reproduzidos e/ou modificados nas escolas com auxílio dos próprios estudantes em sua confecção. Cientes dos novos desafios colocados aos professores de Ciências e Biologia, frente à uma produção de conhecimento científico crescente, às diferentes tecnologias de informação e comunicação que fazem parte do cotidiano dos alunos, embora nem sempre incorporadas de maneira adequada na escola, à emergência de questões sócio científicas, às avaliações externas e às exigências cada vez maiores dos processos seletivos do ensino superior queinfluenciam a educação básica, o material pretende apresentar uma pequena contribuição didática para a exploração da área de Zoologia de forma significativa, lúdica e contextualizada. Agradeço imensamente aos alunos da disciplina, proponentes das sequências didáticas, com os quais compartilhei as discussões daquele semestre e que encararam o desafio de produzir materiais que pudessem ser disponibilizados não só entre os colegas do curso, mas também para todos os professores e professoras da educação básica, em uma perspectiva de articulação entre o ensino e a extensão universitária. 6 Agradeço, ainda, à doutoranda Pércia Paiva Barbosa, que auxiliou na organização desse volume e que, na época dessa turma, era monitora do Laboratório de Licenciatura, e ao mestrando Gabriel de Moura Silva por seu trabalho cuidadoso de revisão dos textos, que também está sendo objeto de análise em sua pesquisa, e a todos os professores e professoras da educação básica que participaram da apresentação e deram sugestões para a melhoria das sequências. Prof.ª Rosana Louro Ferreira Silva Docente da disciplina BIZ0307 e organizadora da coleção Turma de 2014 da disciplina “Contexto e Práticas no Ensino de Zoologia” Instituto de Biociências – Universidade de São Paulo Docente Rosana Louro Ferreira Silva Estudantes de Licenciatura autores dos roteiros Anderson Tatsuki Tamakoshi André C. Ubriaco de Oliveira Angela Prochilo Bianca Silles Bruno Fancio Lima Carla B. Pavone Carlos Diego N. Ananias Cristiane S. Apolinário dos Santos Daiane P. Oliveira Dalmo A. Kawauchi Elton P. Antunes Henrique I. Neves Janaína de A. Serrano Julia Molina Lucas Romero de Oliveira Luísa Novara Luiz Carlos Machado Maria Angélica S. Barrios Mariana Antonieta Mariana H. Bressan Martins Marília Duarte Priscila Moreira Rafael Buoro Takahashi Rafaela A. dos Santos Renata Andrade M. de Araujo Sara A. Watanabe Stefane Saruhashi Tabata Caldeira Talitha M. Justino Tamíres Ito Virgínia G. de França 7 INTRODUÇÃO O livro Possibilidades Didáticas no Ensino de Zoologia na Educação Básica – volume II é um dos produtos da disciplina “Contexto e Prática no Ensino de Zoologia”, oferecida no segundo semestre de 2014 para alunos de licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo. O produto final da disciplina são sequências didáticas (SD) de vários temas que perpassam a zoologia. Cabe dizer que os discentes foram orientados pela professora Rosana L. F. Silva e pelos monitores da disciplina. Ao final, apresentaram tais sequências para professores da rede pública do Estado de São Paulo, que avaliaram a possível aplicação dessas atividades, além dos eventuais desafios que poderiam ser encontrados durante essa aplicação, constituindo uma aproximação entre a pesquisa e a prática educativa. A primeira sugestão, Arthopoda-Diversidade e Filogenia: uma Abordagem para o Ensino Médio, trabalha com a hipótese de um grupo formado por Nematoda e Ecdysozoa, a qual representa uma proposta filogenética recente dessa área do saber. Além disso, a sequência busca discutir as características gerais e classificação dos artrópodes, associando suas características aos respectivos ambientes em que vivem, trabalhando processos adaptativos. Por fim, por meio de estudo de textos, trabalha a importância ecológica, econômica e evolutiva desse grupo. Em seguida, Artrópodes: uma abordagem filogenética, busca diversificar as estratégias didáticas, propondo jogos, seminários e debates. Dessa forma, os alunos podem construir novos conhecimentos sobre relações filogenéticas e história evolutiva deste fabuloso grupo, pensando de maneira crítica sobre questões sociais relevantes a esse tema. A terceira sugestão de SD, Biodiversidade e adaptação, por sua vez, pretende realizar um estudo sobre os seres vivos e suas adaptações. Dessa maneira, tal sequência é composta por atividades que abordam, de forma integrada, diferentes conceitos da Biologia, como Biodiversidade, Seleção Natural, Biomas, dentre outros. Além de conceituar e discutir o termo “Biodiversidade”, espera-se queque os discentes saibam analisar, de forma crítica, o meio ambiente e os seres vivos que nele habitam, produzindo textos descritivos com base em observações. 8 A quarta sugestão, Diversidade de Organismos vertebrados, tem o intuito de apresentar uma forma de abordagem do tema “diversidade de vertebrados” de maneira diferente da aula tradicional expositiva. Para isso, com base na exibição de animações, os grupos produzirão infográficos, com desenvolvimento em sala de aula, interpretando as diferentes representações sobre vertebrados e sua diversidade.. A quinta sequência didática apresentada neste livro, Ensino de Zoologia com ênfase na Evolução – diversidade e adaptação dos animais: um enfoque evolutivo, tem o intuito de abordar a temática da diversidade animal com enfoque evolutivo, a partir das adaptações desses animais em relação aos meios em que vivem. Para isso, vale-se da discussão de teorias elaboradas por Lamarck e Darwin e solução de problemas relacionados a seleção natural e artificial. A sexta sugestão de sequência didática, Evolução dos Animais, Ecologia e Geologia: o que podemos aprender estudando Biogeografia? pretende auxiliar o desenvolvimento de uma visão evolucionista em alunos do Ensino Médio por meio da abordagem de temas relacionados à Evolução e à Biogeografia. Trabalhando conceitos como Mutação, Seleção Natural e Variabilidade Genética, espera-se que os discentes sejam capazes de fazer previsões acerca de padrões ecológicos, assim como relacionar tais padrões a eventos históricos e a processos evolutivos em situações problemas peculiares e representativas do tema. Na penúltima sequência sugerida neste livro, Sistemática Filogenética – Artrópodes, são abordados a Teoria da Evolução de Darwin, processo de especiação, conceito de árvore da vida, dentre outros. Conta com uma oficina de contrução de árvores filogenéticas de organismos hipotéticos, trabalhando conceitos de matriz de caracteres, sistemática filogenética e argumentação científica. Por fim, a oitava sugestão de sequência didática, Os vertebrados e os ambientes, aborda o tema diversidade de animais vertebrados reconhecendo características dos principais grupos e desenvolvendo nos estudantes aptidões que os permitam montar uma filogenia e interpretá-la. Pércia Paiva Barbosa – organizador 9 SUGESTÃO I – ARTHOPODA: DIVERSIDADE E FILOGENIA: UMA ABORDAGEM PARA O ENSINO MÉDIO Sumário AUTORES: Dalmo A. Kawauchi, Elton P. Antunes e Virgínia G. de França. PÚBLICO-ALVO: 2º ano do Ensino Médio. CONTEXTO: Esse tema estaria inserido nos conteúdos da área de Zoologia numa sequência didática após o tema “Nematoda”, para se trabalhar a hipótese de um grupo formado por Nematoda e Arthropoda, denominado Ecdysozoa (agrupados pela presença de cutícula orgânica, ecdise e análise molecular), proposta filogenética recente dessa área do saber. Além disso, espera-se que os alunos possam aplicar conceitos de ecologia, evolução e filogenia, trabalhados em aulas anteriores. OBJETIVOS: Ao final da sequência o aluno deverá estar apto a: 1. Reconhecer as características gerais de artrópodes e de suas respectivas classes; 2. Compreender sua importância ecológica (interações, relações tróficas), econômica (pragas, alimentos, controle biológico, polinização), médica/veterinária (transmissão de doenças, ectoparasitismo, acidentes com picadas, compostos químicos para fármacos) e evolutiva (sinapomorfias,adaptações do grupo) abordando o terceiro Eixo de Alfabetização Científica (Sasseron, 2011); 3. Entender o processo de metamorfose nos insetos correlacionando-o com sua importância no sucesso evolutivo do grupo; 4. Conhecer a linguagem científica associada às características mais importantes dos artrópodes (apêndices articulados, mandíbula, tagmose ou segmentação etc.) abordando o primeiro Eixo de Alfabetização Científica (Sasseron, 2011); 5. Familiarizar-se com a Sistemática Filogenética; 6. Sensibilizar o olhar do aluno à grande diversidade de artrópodes que encontramos tanto no nosso dia-a-dia, quanto em uma observação mais atenta da natureza; 7. Desmistificar o senso comum de que insetos são apenas indesejáveis, mostrando todos os seus aspectos positivos e negativos. 10 MATERIAIS: 1. Figuras de animais que representem cada grupo e seus respectivos habitats; 2. Vídeos mostrando comportamento animal, por exemplo, alimentares, defensivos, locomoção ou de qualquer outra informação relacionada e atrativa; 3. Quadro negro ou datashow para as aulas expositivas; 4. Livros didáticos e cadernos e outros materiais para registros de atividades; 5. Jardim, parque etc. para a realização de saída a campo; 6. Roteiro de campo, lista de exercícios e objeto didático sugeridos nessa SD; 7. Notícias de jornal sobre insetos. DINÂMICA: 1ª Aula: Morfologia e características gerais de Arthropoda Após a apresentação de um trecho de vídeo (anexo 1), os alunos deverão discutir prováveis características que agrupam Arthropoda numa aula expositiva dialogada. Pode-se levantar algumas perguntas, como por exemplo: “alguém já viu a “carapaça” de um inseto ou aranha?” ou “vocês sabem o que é essa carapaça, para que ela serve, e por que os artrópodes deixam ela para trás?”; para explicar posteriormente o exoesqueleto formado por quitina que com mais compostos tornam esses animais enrijecidos. Pode-se mencionar também a muda usando o exemplo do bicho-da-seda, artrópode de grande valor econômico. Além disso, tal vídeo trará algumas curiosidades que os alunos possam ter quanto ao comportamento animal deles instigando-os a pensar sobre o tema que será posteriormente contextualizado. A seguir, introduza os 4 grandes grupos de artrópodes atuais (Chelicerata, Crustácea, Insecta e Miriapoda), alertando-os de aulas que explorem cada um destes grupos separadamente. A importância e número de espécies de artrópodes também deverá apresentada aos alunos, de forma generalizada e (em cada uma das aulas posteriores) será aprofundada, para permitir aos alunos uma compreensão sobre importância e relevância do grupo para o mundo. 11 2ª Aula: Chelicerata Introdução de Chelicerata por meio de aula expositiva dialogada. A partir de imagens desses artrópodes, os alunos deverão levantar e discutir prováveis características que agrupam artrópodes nesse clado, além de discutir anatomia básica de circulação, respiração e excreção. Para além das características morfológicas, a aula também deve versar sobre a forma de alimentação dos quelicerados e sua relação com o desenvolvimento de toxinas proteolíticas e/ou neurotóxicas, apontando diferenças mecanismos de ação. A importância farmacológica também deve ser explorada, uma vez que muitos medicamentos foram desenvolvidos com base em toxinas de aracnídeos (especialmente anticoagulantes e supressores do sistema nervoso central). Introduza aspectos sobre espécies que causam mais acidentes por picadas ao ser humano e a animais (escorpião amarelo, aranha armadeira, aranha marrom, carrapato). Esses tópicos vão de encontro ao tema transversal de saúde, recomendado pelo PCN. 3ª Aula: Crustacea + Miriapoda (Milipedes compõe um tema rápido) Introdução a Crustácea e Miriapoda por meio de aula expositiva dialogada. Pode ser feito um levantamento dos crustáceos que eles conhecem (ou que acham que são crustáceos). Em seguida perguntá-los o que acham que os crustáceos têm em comum que nos permitem agrupá-los. A partir de imagens desses artrópodes, os alunos deverão discutir prováveis características que incluem esses invertebrados nesse clado. O professor deve ter em mente essas características e anotar na lousa as respostas dos alunos que batem com as respostas esperadas, além de discutir anatomia básica de circulação, respiração e excreção. Por fim, o professor deve destacar a importância ecológica dos crustáceos nas teias tróficas, na nossa economia (alimentação e ornamental). Os miriápodes também serão abordados nessa aula, dialogue com os alunos sobre 2 animais distintos: piolho-de-cobra e lacraias (Diplopoda e Chilopoda, respectivamente), a partir de suas respostas, discuta as diferenças e semelhanças entre esses grupos, principalmente a respeito de morfologia, locomoção, alimentação, circulação, respiração e excreção. Em seguida, mostre um vídeo de uma lacraia predando, e o de locomoção de um piolho-de-cobra (anexo 1). Com esses vídeos é 12 possível explorar que os segmentos de um piolho-de-cobra não correspondem a segmentos verdadeiros, pois por vezes apresentam mais de um par de apêndices por segmento, em contraposição com a segmentação das lacraias com um par de apêndices por segmento, e como isso influência nos padrões de locomoção (piolho-de- cobra são mais lentos; enquanto centopeia são rápidas, com explosões de movimento), e como isso se relaciona com seu modo de se alimentar. Também discutiremos as toxinas de quilópodes e os acidentes mais comuns com esses animais. Finalize a aula com a entrega de lição de casa com lista de exercícios do livro didático e/ou vestibular sobre as três aulas ministradas até então que serão posteriormente avaliados. 4ª Aula: Insecta + Aplicação de atividade didática A aula começa com a distribuição de duas notícias sobre insetos, uma negativa, mostrando insetos como pragas e outra positiva, mostrando insetos como agentes importantes no ecossistema (ver links no final dessa aula). Com essas reportagens, é possível mostrar a importância econômica (polinização, pragas agrícolas e agentes de controle biológico), medicinal (explicando ciclos de vida mosquitos vetores, como Culex, Aedes e Lutzomyia, abordando as doenças que transmitem, assim como percevejos hematófagos e a “Doença de Chagas”), veterinária (com miiases, parasitoidismo e doenças) e ecológica (teias tróficas, predação, dispersão). Também discutir morfologia básica de insetos (partes do corpo de um inseto, modificação/redução dos apêndices locomotores, bucais e sensoriais) e anatomia básica de respiração, excreção e circulação. Após esses conceitos e informações da aula anterior, aplique a atividade didática (anexo 2) para discutir metamorfose, diversidade do grupo e implicações evolutivas que determinam ao sucesso do grupo. Deverá ser apresentado os conceitos: ametábolos (insetos que não sofrem metamorfose), hemimetábolos (insetos com metamorfose incompleta) e holometábolos (insetos com metamorfose completa) Hemimetabolia Jovem Adulto Holometabolia Larva Pupa Adulto 13 O exoesqueleto e os apêndices articulados foram e ainda são características muito importantes para o sucesso evolutivo de Arthropoda. Nessa aula, os alunos devem ser instigados a pensar sobre a vantagem dessas características (proteção, sustentação em ambiente terrestre, rápida locomoção). Nos insetos as asas e o desenvolvimento indireto foram importantes para o sucesso ainda maior. Por meio da atividade, demonstrar que a grande maioria dos insetos está no grupo dos holometábolos, o que ratifica a ideia de que a metamorfose completafoi responsável por um grande sucesso evolutivo. Links dos textos: Negativa: http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2014/06/infestacao- de-pragas-preocupa-produtores-de-algodao-de-mt.html Acesso em 09/04/2015; Positiva: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=707430 Acesso em 09/04/2015. 5ª Aula: Discussão geral sobre a evolução e diversidade de Arthropoda Essa aula pode ser utilizada como retomada de todos os conteúdos discutidos em aulas anteriores e é flexível caso a discussão do OD da aula anterior seja estendida. Haverá uma discussão com a sala de que características foram responsáveis pelo o sucesso evolutivo do grupo de Arthropoda, com enfoque nos insetos que são o grupo com maior diversidade. A filogenia a seguir pode ser utilizada em sala de aula e as sinapormorfias ou características gerais dos grupos podem ser adicionadas nos respectivos ramos. Adicione Nematoda ao ramo para retomar o grupo anterior a essa SD. 14 6ª Aula: Saída de campo Atividade de observação de organismos, incorporando uma atividade para nota. O local será escolhido pelo professor de acordo com a viabilidade, desde que seja um lugar com grandes chances de encontrar artrópodes (jardim, parque etc.). Utilize o roteiro (anexo 3) com questões a serem pensadas em grupo que posteriormente será avaliado. 7ª Aula: Avaliação individual sem consulta sobre o tema. Sugestão de avaliação disponível no Anexo 4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E SUGERIDA: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 1999. 4v. BRUSCA, R.C., BRUSCA, G.J. Invertebrados. 2ªed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 2007. KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. 4ª ed. rev. e ampl., 2ª reimpr. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. Nova Escola, acesso em 08/06/2014: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/8- razoes-usar-youtube-sala-aula-647214.shtml Museu de Zoologia da Universidade Federal da Bahia, acesso em 15/06/2014 httphttp://www.mzufba.ufba.br/WEB/MZV_arquivos/index.html://www.mzufba.ufba. br/WEB/MZV_arquivos/index.html SASSERON, L. H.; Carvalho, A. M. P. Alfabetização científica: uma revisão bibliográfica. Investigações em Ensino de Ciências. V. 16 (1), pp. 59-77, 2011. VIVEIRO, A., & Diniz, R. As atividades de campo no ensino das ciências. In R. Nardi (Org), Ensino de ciências e matemática I: temas sobre a formação de professores V. 2 (1) pp.27-42, São Paulo: Cultura Acadêmica. 2009. 15 ANEXOS: ANEXO 1. VÍDEOS (Acessados em 09/04/2015) A seguir, sugestões de vídeos que podem ser utilizados durante a aula que estão gratuitamente disponíveis na Internet. Mencionaremos aqui alguns trechos que podem ser apresentados para os fins dessa SD, entretanto o professor tem autonomia para escolher e selecionar outros: - A história da Vida na Terra - Os artrópodes - por RTP - www.youtube.com/watch?v=eaK9_UiaFnM - Recomendação de 0:50 a 3:15; - Insetos-Discovery- www.youtube.com/watch?v=dOEy_zKcdTs - Recomendação de 0:00 a 1:00; Obs.: Todos eles são grandes e precisam de cortes para utilizar em aula, não pelo tempo, mas por assuntos pouco relevantes com a SD ou repetitivos. Os vídeos a seguir são complementares às aulas e bem específicos: - Locomoção de piolho de cobra www.youtube.com/watch?v=J8Ey_tAqAwQ; - Lacraia alimentando-se www.youtube.com/watch?v=Qf8pAwGsuF4; - Comportamento de rola-bosta: www.youtube.com/watch?v=W4O6PqJ3w5k. ANEXO 2. ATIVIDADE DIDÁTICA Insecta - Metamorfose e Evolução: Uma Abordagem para o Ensino Médio Tema: Arthopoda - Diversidade e Filogenia Público Alvo: 2º ano do Ensino Médio Objetivo: O objeto didático proposto tem por objetivo discutir as possíveis vantagens de estágios da metamorfose de Insecta em diferentes nichos (de forma lúdica), e ilustrar a diversidade do grupo, além de desenvolver competências de trabalho em grupo e argumentação. Descrição da atividade: Organize os alunos em grupos de 5 a 6 integrantes. Distribua habitats para os grupos, isto é, conjunto de “ambientes” que estarão com identificação de foto e nome, colados em bandejas de isopor (Anexo 2.3). Cada grupo receberá uma ficha resumo contendo características do adulto, jovens e larvas (Anexo 2.1) e fichas dos insetos com seus nomes, estágios de vida e ordem a que pertencem (Anexo 2.2). Um grupo pode receber fichas repetidas, em caso de animais que ocupam mais de um ambiente. Depois de reconhecidos os insetos, seus hábitos de vida, características morfológicas e de habitats, eles deverão ser colocados na bandeja correspondente ao seu ambiente, o que pode ou não implicar em associar uma mesma espécie a mais de um ambiente, e mais de uma espécie a um mesmo ambiente. Será aplicado um quiz ao final da atividade (Anexo 2.4). A associação correta de cada animal recebido ao seu ambiente contará meio ponto na atividade. Cada resposta correta ao quiz contará 2 pontos. O professor poderá optar por premiar o grupo com mais pontos se achar interessante. Ao final da aula, será discutido a vantagem da metamorfose (nichos diferentes) e os motivos do sucesso evolutivo dos artrópodes. Instruções: Alunos devem se organizar em grupos de 5 ou 6 integrantes. 16 Ao receber os anexos, os alunos devem tentar associar as fichas de insetos aos seus ambientes. o Nem todos os ambientes precisam ter insetos, e alguns ambientes podem ter mais de um inseto o Alguns insetos podem ser associados a mais de um ambiente o Os alunos podem achar mais fácil separar adultos de jovens (e larvas), e associa-los independentemente a cada ambiente. o Após terminar as associações, respondam ao quiz. ANEXO 2.1. FICHAS RESUMO DE HÁBITOS E AMBIENTES Ficha Resumo Características morfológicas de Jovens e larvas: - Predadores: Jovens: Apêndices do tórax e mandíbulas bem desenvolvidos, corpo endurecido (esclerotizado), olhos grandes e visíveis. Larvas: Apêndices do tórax e mandíbulas bem desenvolvidos, corpo endurecido (esclerotizado), olhos grandes e visíveis, podem apresentar modificações para cavar ou fazer emboscadas. - Herbívoros/consumidores de matéria em decomposição (ou orgânica): Jovens: podem ou não apresentar apêndices bem desenvolvidos, olhos bem desenvolvidos e adaptações cursoriais (para correr e percorrer grandes distâncias). Podem ou não ser endurecidos. Larvas: herbívoras geralmente são moles, com apêndices e mandíbulas pouco desenvolvidos, podem apresentar pseudopodes (“pés” no abdômen). Larvas decompositoras podem ter corpo grande e entumecidos (“gordinhos”), apêndices reduzidos ou pouco desenvolvidos. - Aquáticos: Jovens: apresentam brânquias ao longo do corpo, ou no ultimo segmento do abdômen (algumas no reto), geralmente são predadoras. Larvas: apresentam brânquias ao longo do corpo, ou no ultimo segmento do abdômen, podem apresentar estruturas para se fixar no substrato, podem ser predadoras ou comedoras de matérias orgânicas. - Sociais: Larvas: são pouco desenvolvidas, com apêndices e olhos ausentes. Habitam colmeias e formigueiros. Blattodea - Barata Nicho: habitam locais quentes, úmidos e escuros, alimentam-se de matéria orgânica morta/em decomposição. Diptera - Mosca Nicho: Se alimentam de matéria orgânica em decomposição, parasitoides (inserção de ovo na presa ainda viva) de mamíferos e outros grupos. Mosca-varejeira. 17 Nicho: Alimentam-se de matéria orgânica em decomposição (especialmente resíduos orgânicos animais), mas podem depositar ovos em animais vivospara que as larvas comam sua carne (miiase). Geralmente são encontradas em lugares com matéria orgânica em decomposição. Mosquito Nicho: fêmeas se alimentam do sangue de vertebrados para maturar os ovos e posteriormente procuram o local adequado para depositá-los. Habitam ambientes com vertebrados homeotermos (“sangue quente”). Lepidoptera - Borboleta Nicho: se alimentam do néctar de flores, vivem em ambientes ensolarados e com muitas flores. Mariposa Nicho: Normalmente noturnas, são pouco ativas. Raramente se alimentam, mas quando o fazem, é do néctar de flores. São comumente encontradas em troncos de árvores e atraídas pela luz. Mantodea - Louva-a-deus Nicho: São predadores de emboscada de outros insetos, vivem em plantas, gravetos ou no solo de florestas. Possuem camuflagem bem desenvolvida. Odonata - Libélula Nicho: São predadoras em voo de insetos menores (geralmente mosquitos e moscas). Preferem ambientes de água parada e limpa (como lagos e corpos d’agua). Orthoptera - Gafanhoto Nicho: São herbívoros, alimentando-se de folhas ou grãos de gramíneas, possuem boa camuflagem em seus ambientes, e podem habitar árvores, arbustos, gravetos secos ou solo de matas. Hemyptera - Percevejo Nicho: Se alimentam de fluidos, tanto vegetais como animais. Geralmente são encontrados em árvores, arbustos ou ervas, mas podem habitar buracos em solo ou rochas. Hymenoptera - Abelha/Vespa/Marimbondo Nicho: Podem ser sociais ou solitários, fazendo colmeias divididas em castas ou apenas para se reproduzir. Espécies solitárias são predadoras, espécies sociais são geralmente herbívoras que se alimentam de nectar e pólen. Formiga Nicho: São insetos sociais, divididos em castas. Se alimentam de fungos que cultivam no interior de seus formigueiros (usando folhas cortadas como alimento para os fungos). São encontrados no solo de florestas, ou de qualquer lugar. Coleoptera - Besouro Nicho: as espécies podem ser predadoras de outros insetos (neste caso, são bem ativos e vivem no solo), herbívoras ou comedoras de matéria orgânica/em decomposição (são besouros que vivem no solo de folhas mortas, em arbustos e vegetação herbácea), aquáticos (geralmente são predadores, e 18 bons nadadores), entre muitos outros hábitos de vida e características biológicas diferentes. Possuem hábitos de vida muito variados e habitats muito variados Siphonaptera - Pulga Nicho: São ectoparasitas de animais homeotermos, consomem seu sangue. São exímias saltadoras. São encontradas em pelos de mamíferos e em penas de aves. Phthiraptera - Piolho Nicho: São ectoparasitas de animais homeotermos, agarram-se aos seus pêlos ou suas penas, se alimentando de sangue ou resíduos de pele. ANEXO 2.2. FICHAS DE ANIMAIS Fichas 1 e 2 19 Fichas 3 e 4 Fichas 5 e 6 20 Fichas 7 e 8 Fichas 9 e 10 21 Fichas 11 e 12 Fichas 13 e 14 22 Fichas 15 e 16 Fichas 17 e 18 23 Fichas 19 e 20 Fichas 21 e 22 24 Fichas 23 e 24 Fichas 25 e 26 25 Fichas 27 e 28 Fichas 29 e 30 26 Fichas 31 e 32 Fichas 33 e 34 27 Fichas 35 e 36 Ficha 37 28 Fichas esperadas: 1, 2, 8, 21, 22, 23, 25, 26, 29, 30, 33, 34, 37 ANEXO 2.3 - AMBIENTES Lixo orgânico - http://pixabay.com/ Homem - http://pixabay.com/ Fichas esperadas: 4, 7, 16, 17, 19, 20 Fichas esperadas: 7, 11, 18, 31 e 32 Carne - http://pixabay.com/ Esterco - http://pixabay.com/ Fichas esperadas: 4, 19, 20 Fichas esperadas: 9, 19, 20 Flor - http://pixabay.com/ Folha - http://pixabay.com/ Fichas esperadas: 3, 24, 36 Grama - http://pixabay.com/ Lago - http://pixabay.com/ Fichas esperadas: 2,5, 8, 22, 25, 26, 29, 37 Fichas esperadas: 10, 13, 15, 27, 28 29 Tronco de Árvore - http://pixabay.com/ Colméia - http://pixabay.com/ Fichas esperadas: 12, 14, 23 Fichas esperadas: 35, 36 Formigueiro - http://pixabay.com/ Fichas esperadas: 21, 22 Fonte das imagens: Banco de imagens e outras fontes de imagens (último acesso em 08/06/2014): http://antzbrazil.wordpress.com/ http://www.arkive.org/ http://beetlesinthebush.wordpress.com/ http://www.discoverlife.org/mp/20q?search=Blattaria http://blattodea.speciesfile.org/ http://borboletasbr.blogspot.com.br/2010_10_03_archive.html http://bugguide.net/node/view/15740 http://commons.wikimedia.org/http://pt.wikipedia.org/wiki/Mosca-varejeira http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/piolho.htm https://flbenthos.shutterfly.com/ http://www.fotoclubelondrina.art.br/ http://globomidia.com.br/animais/pulgao http://www.jeffpippen.com/naturephotos/beetles.htm http://meliponariodoluna.blogspot.com.br/ http://nature.berkeley.edu/upmc/insectlist.php http://www.ninha.bio.br/biologia/indice.html http://pixabay.com/ http://pt.dreamstime.com/free-photos http://www.sevendesentupidora.com.br/blog/dicas/saiba-como-combater-tracas/ http://www.taringa.net/posts/imagenes/10635538/Mi-mascota-mientras-duro.html http://www.zoology.ubc.ca/bclepetal/Order%20Lepidoptera%20et%20al%20Text%20Files/order_lepido ptera.htm Brusca, R.C., Brusca, G.J. Invertebrados. 2ªed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 2007. OBS. IMAGENS UTILIZADAS EXCLUSIVAMENTE PARA FINS ACADÊMICOS 30 ANEXO 2.4 - QUIZ - INSETOS 1) Identifique uma espécie de inseto que ocupa diferentes ambientes em cada estágio de vida. Cite a ordem, o tipo de metamorfose e os ambientes de cada estágio desses insetos. 2) Uma das diferenças entre jovens e adultos é a ausência de estruturas sexuais nos jovens. De acordo com as informações contidas nas fichas, cite mais duas características que podem diferenciar jovens de adultos. 3) Assinale a alternativa correta: a) Larvas geralmente competem com os adultos, mas jovens e adultos ocupam nichos diferentes. b) Jovens geralmente competem com os adultos, mas larvas e adultos ocupam nichos diferentes. c) Jovens e larvas geralmente competem com os adultos, mas os adultos sempre levam vantagem. d) Não há competição intraespecífica em insetos, todos os estágios ocupam nichos diferentes. 4) Por que algumas baratas têm asas e outras não? a) Pois são baratas de espécies diferentes. b) Dependendo da alimentação delas, elas podem desenvolver asas ou não. c) Aquelas que apresentam asas são adultas e as que não apresentam são jovens. d) Elas perdem as asas com a idade. e) As baratas com asas são mutantes. 5) Existe uma diversidade enorme de insetos, com diferentes formatos, cores e outras características. Assinale a alternativa com a explicação mais aceita para explicar essa diversidade: a) Os insetos se adaptaram para mimetizar váriosseres vivos diferentes, por isso se diversificaram tanto, já que a diversidade de outros seres é tão grande. b) Para atender a demanda dos demais seres vivos por alimento e polinizadores, já que os insetos são animais essenciais em todos os ecossistemas terrestres c) Os insetos estiveram presentes em eras em que a radiação no planeta era extremamente alta, gerando grande quantidade de insetos mutantes. d) Os insetos são um grupo extremamente antigo de animais, um dos primeiros a surgirem na Terra, por isso hoje são tão diversificados. e) A presença de asas e exoesqueleto contribuiu para a dispersão e sobrevivência dos insetos, que ao longo da evolução, ocuparam diferentes nichos. 6) Por que podemos dizer que a metamorfose é uma vantagem evolutiva para os insetos? a) Pois os animais nos primeiros estágios de vida estão menos sujeito à escassez de alimentos, já que sua alimentação difere dos adultos. b) Uma parte das larvas, que atingem grande tamanho, servem de alimento para os adultos da própria espécie, que obtém energia para procriar ainda mais. c) A metamorfose é a evolução de um inseto de uma fase de vida frágil, que dura pouco tempo, para outra mais resistente, com tempo de vida mais longo. 31 d) A metamorfose despista os predadores, pois os insetos se transformam rapidamente, de forma que o predador não encontra o animal que estava perseguindo. RESPOSTAS 1) Exemplo: ordem Lepidoptera, holometabolia, larvas e pupas aparecem em folhas e adultos próximos às flores. 2) Nos jovens as asas estão ausentes ou não são desenvolvidas. Alguns jovens apresentam brânquias (são aquáticos). 3) b. 4) c. 5) e. 6) a. ANEXO 3. ROTEIRO DE SAÍDA DE CAMPO Introdução à atividade Os artrópodes são o maior grupo de seres vivos existente, tanto em diversidade de espécies, quanto em biomassa. Arthropoda é um grupo com uma enorme importância, evolutiva, ecológica, econômica e médica/veterinária, a exemplos vistos em sala de aula. Considerando a importância de conhecer e trabalhar com esse grupo in vivo, o presente roteiro propõe uma atividade de observação e discussão em grupo sobre a grande diversidade de artrópodes que podemos encontrar em um pequeno local. Nesse caso, iremos trabalhar no jardim da escola com a finalidade de aplicar os conhecimentos adquiridos em sala de aula no cotidiano e desenvolver habilidades de trabalho em grupo por meio de questões. Observe que tais questões devem ser discutidas em grupo, mas respondidas individualmente para posterior avaliação. Objetivos: Esta atividade de campo pretende demonstrar a grande variação morfológica, ambiental e comportamental dos artrópodes. Também pretende possibilitar ao aluno identificar grandes grupos de artrópodes, e em quais ambientes encontrá-los. Metodologia de observação Instruções importantes: 1. Os alunos devem se organizar em grupos de 4 ou 5 integrantes; 2. Serão observados artrópodes em “Ambientes” e em “Habitats” (habitats estão contidos em ambientes); 3. Esta atividade deverá ser executada em até 30min; 4. Em momento algum devem ser coletados artrópodes de cada ambiente (apenas observem- nos). Elaboração da lista de artrópodes: 1. Os alunos devem fazer uma lista com os artrópodes que se encontram em cada ambiente, e em cada habitat. 2. No jardim/parque/floresta observe ambientes generalizados pelas seguintes características: a. Muita luminosidade, pouca umidade (no solo e na vegetação); b. Muita luminosidade, muita umidade (no solo e na vegetação); c. Pouca luminosidade, pouca umidade (no solo e na vegetação); d. Pouca luminosidade, muita umidade (no solo e na vegetação). 32 3. Em cada um destes ambientes, vasculhe e observe (cuidadosamente para evitar perturbação de ambiente, e para evitar acidentes) os seguintes habitats: a. Árvores e arbustos (galhos, folhas, caules/troncos, sólo próximos as raízes, flores e frutos, se presentes); b. Vegetação herbácea, por exemplo, grama e “plantas baixas” (folhas, solo próximo aos caules e às raízes, flores e frutos, se presentes); c. Pedras no solo (verificar nos entornos, embaixo e em cima); d. Solo (podem cavucar superficialmente). Obs.: O professor pode estabelecer locais prévios em forma de “estações” para os alunos visitarem e se rotacionar para a observação. Fazendo esquemas, desenhos e tirando fotos: Ao final da observação, cada grupo deve escolher um destes artrópodes para desenhá-lo com o maior nível de detalhamento possível. Também devem anotar características de comportamento e ambiente que ele apresenta-se/encontra-se, e, quando possível, fotografá-lo. QUESTÕES 1) A respeito dos artrópodes encontrados, responda: a) Qual foi/foram o(s) artrópode(s) mais encontrado(s)? Elabore hipóteses para que ele tenha sido o mais encontrado. Rp: população abundante (formiga), perto da fonte de alimento dele (abelhas e borboletas), época de acasalamento, fatores abióticos ótimos (umidade, temperatura, etc). b) Compare a morfologia dos artrópodes encontrados e discuta em grupo: com essas informações é podemos afirmar que Arthopoda é um grupo com muita variação morfológica? E na diversidade de comportamentos e habitats? Rp: inferir não é possível, mas a ideia é fazê-los pensar na diversidade que se pode encontrar num pequeno espaço. Pelo menos, é mais fácil de encontrar artrópodes que outros grupos de animais. 2) Sobre o artrópode escolhido pelo grupo, respondam: a) Por que esse artrópode foi considerado o mais interessante pelo grupo? Que características dele chamou/chamam mais a atenção? Rp: cor (brilhante, colorida), hábito (se enrola, estava comendo), etc. b) Em que ordem você colocaria esse artrópode? Justifique sua resposta por meio de características morfológicas e do ambiente em que ele se encontrou. Rp: Chelicerata, Crustácea, Insecta ou Miriapoda. c) Imagine que vocês fazem parte de um grupo de biólogos que pensam que a conservação desse local deva ser investida. Alguém do grupo propôs que se use um artrópode como espécie bandeira, isto é, espécie que representa uma causa ambiental de conservação para divulgar a conservação do local. Nesse caso, cite características importantes que esse artrópode deva ter. Nesse caso, o artrópode que vocês escolheram nessa atividade poderia ser a espécie bandeira? Por quê? Rp: Ela poderia ser escolhida pela importância ecológica ou para o homem, pela vulnerabilidade ou simplesmente pelo carisma. 33 *: Respostas possíveis e provavelmente dadas pelos alunos. Elas são aceitas como corretas, porém, não se exclui outras possibilidades de respostas corretas, equivocadas ou conceitualmente erradas. ANEXO 4. SUGESTÃO DE QUESTÕES PARA A AVALIAÇÃO: 1) “Geraldo mora em uma casa com jardim. Em um dia ensolarado de verão, ele estava passeando em seu jardim e começou a reparar nos animais que ele encontrava ali: nas folhas e em flores ele encontrou borboletas, abelhas e besouros, teias de aranhas e aranhas saltadoras; na grama e em locais mais úmidos e escuros (debaixo de pedras, entulhos e arbustos fechados) ele encontrou aranhas, pequenos escorpiões, centopeias e tatus de jardim. ” A partir dos artrópodes citados, classifique as afirmações a seguir em verdadeira (V) e falsa (F): ( ) O escorpião e a aranha são aracnídeos caracterizados por cabeça, tórax e abdômen, 4 pares de patas e olhos compostos. ( ) Borboletas e abelhas são importantes polinizadores, diferente dos piolhos de cobra e tatus de jardim que possuem um papel de decompositor. ( ) Tatu de jardim é um crustáceo, borboleta é um inseto e a centopeia é uma miriapoda. ( ) Besouros e centopeias apresentam antenas enquanto que aranhase tatus de jardim não. Assinale a sequencia correta: a) V-V-F-F b) F-V-V-V c) F-V-V-F d) F-V-F-V e) V-F-V-V 2) João foi ao mercado comprar ingredientes para uma receita nova contendo frutos-do-mar que aprendeu. Nesse prato, estão entre os ingredientes, lula, camarão e mariscos. a) Entre os animais utilizados, qual (is) pode(m) ser classificado(s) como artrópode? b) À qual(is) classes ele(s) pertencem? Cite duas características que permitem identificá-los nessa classe. 3) Em uma discussão sobre insetos, Hilton dizia para Carmen que os insetos deveriam ser todos exterminados, por causarem inúmeros danos aos seres humanos. Carmen reprimiu a Hilton, dizendo que se não fossem os insetos, é provável que boa parte dos seres vivos atuais não estaria no planeta. Qual dos dois expressou a opinião mais sensata? Justifique com exemplos. 4) (Unicamp) Um estudante encontrou um animal adulto com seis patas articuladas, sem antenas e corpo dividido em cefalotórax e abdome. Cite a classe a que esse animal pertence e o aspecto morfológico discordante em relação às características gerais dessa classe. Sugira uma possível causa para tal discordância. 5) (F.M.Santa Casa - SP) A abelha A encontra-se com a abelha B, da mesma espécie, mas de outra colmeia. Diz A: — Olá, como vão seu pai e sua mãe? 34 Responde B: — Bem, meu pai já morreu, mas minha mãe está ótima. E seus quatro avós, como vão? Retruca A: — Como quatro, se eu só tenho dois? Por esse “diálogo” podemos concluir corretamente que: a) A pode ser uma rainha e B uma operária. b) A é uma rainha e B é uma operária. c) A pode ser uma operária e B é um zangão. d) A é um zangão e B pode ser uma rainha, mas não uma operária. e) A é um zangão e B é uma operária ou rainha. GABARITO: 1 - c 2 - a) apenas o camarão. b) Pertence à classe dos crustáceos. Apresentam dois pares de antenas e cabeça fundida ao tórax. 3 - Hilton foi o mais sensato. Muitos insetos são polinizadores importantíssimos, sem contar que por serem numerosos e fazerem parte de inúmeras cadeias alimentares e interações ecológicas, sua extinção levaria a um grande desequilíbrio ecológico. 4 - Esse animal pertence à classe dos aracnídeos e o aspecto discordante seria o número de patas, pois os animais desta classe possuem oito patas. A causa possível seria uma mutilação por algum predador ou embate com outro indivíduo da mesma espécie. 5 – e 35 SUGESTÃO II – ARTRÓPODES: UMA ABORDAGEM FILOGENÉTICA Sumário AUTORES: Carlos Diego N. Ananias, Cristiane S. Apolinário dos Santos, Janaína de A. Serrano, Sara A. Watanabe e Talitha M. Justino. PÚBLICO-ALVO: 2 º ano do Ensino Médio. CONTEXTO: A Sistemática Filogenética é um método utilizado para inferir o parentesco entre os seres vivos, evidenciando a relação ancestral-descendente, baseado nas características compartilhadas (sinapomorfias) (Ruppert e Barnes, 2005). O Ensino de Zoologia norteado pela Sistemática Filogenética pode proporcionar um melhor entendimento acerca da biodiversidade animal, sendo a filogenia um registro gráfico de hipóteses de como algumas características dos organismos se modificaram e como são compartilhadas entre os diversos grupos. Os artrópodes possuem uma grande importância ecológica, assumindo papéis essenciais como polinizadores e na cadeia alimentar. É o grupo mais abundante na Terra, podendo ser observados nos mais diversos ambientes, e por isso são um modelo de estudo de fácil abordagem, principalmente quando se pretende levar os alunos a simulações de campo. Além disso, eles também possuem grande importância econômica e para a saúde. OBJETIVOS: Objetivos conceituais: Espera-se que o Ensino de Zoologia norteado pela Sistemática Filogenética contribua para que os alunos aprimorem e construam novos conhecimentos sobre a diversidade dos artrópodes por intermédio do estudo das suas relações filogenéticas e da história evolutiva dos diferentes grupos. Objetivos procedimentais: Espera-se que o aluno seja capaz de construir filogenias (com o exemplo da construção da filogenia dos artrópodes), reconhecendo essa ferramenta no estudo e pesquisa de biologia, elencando as principais características baseadas na visão filogenética evolutiva ensinada em aula; seja capaz observar os animais na natureza e classificá-los de acordo com suas características morfológicas. Objetivos atitudinais: Espera-se que o aluno pense criticamente sobre as questões sociais relacionadas aos artrópodes através da elaboração de seminários que possuirão temas problematizadores; entenda o ser humano e os outros organismos como 36 protagonistas do equilíbrio da biodiversidade; trabalhe em grupo de forma cooperativa; dialogue com o professor e a classe, expondo suas ideias, sempre respeitando o tempo de fala dos demais. A sequência didática exposta trabalha com algumas das estratégias sugeridas no PCN+ Ensino Médio: Jogos, Seminário e Debate. As suas atividades somadas alcançam dois objetivos também do PCN, de promover a Investigação e Compreensão (3- Medidas, Quantificações, Grandezas e Escalas) e a Expressão e Comunicação (1- Símbolos, Códigos e Nomenclatura, 2- Articulação de dados, Símbolos e Códigos). MATERIAL: Jogo da memória - Artrópodes Objetivo: Enfatizar a diversidade do grande grupo artrópode e especificar suas particularidades como apêndices, asas, antenas e segmentação permitindo que os alunos compreendam de modo análogo como é elaborado um agrupamento de seres vivos. A partir das fotos tiradas na segunda aula, o professor confeccionará um jogo de memória. Serão 21 cartas divididas em três tipos - FOTOS, GRUPOS e CARACATERÍSTICAS. Os grupos serão: Diplópode, Quilópode, Quelicerados, Insetos, Crustáceos, Anelídeos e um Grupo Ancestral. Cada grupo terá uma foto com um animal representante e mais duas cartas, uma contendo as características do grupo e outra com o respectivo nome do grupo. Número de jogadores: 2 a 3 Composição do jogo: Vinte e uma (21) cartas divididas em três (3) tipos de cartas - fotos¹, características² e grupos³. 1- Sete (7) cartas FOTOS: uma (1) unidade de cada grupo: Insetos, Quelicerados, Crustáceos, Quilópodes, Diplópodes, Anelídeos, Grupo Ancestral 2- Sete (7) cartas CARACTERÍSTICAS 3- Sete (7) cartas GRUPOS: Insetos, Quelicerados, Crustáceos, Quilópodes, Diplópodes, Anelídeos, Grupo Ancestral 37 Instruções: Separe as cartas de cada tipo e as disponha em linhas, uma linha para cada tipo de carta, como na figura abaixo. A cada rodada, um jogador deve desvirar uma carta de cada tipo (FOTO, GRUPO e CARACTERÍSTICAS), ou seja, três cartas por rodada. Objetivo: Como num jogo de memória, ganha o jogador que fizer um maior número de associações, FOTO x GRUPO x CARACTERÍSTICAS, corretas. Ao final do jogo, os alunos podem socializar com os demais colegas as trincas de cartas que associaram. Faz-se a correção das associações incorretas e mostraria as associações que deveriam ter sido realizadas, enfatizando as características que definem os grupos. DINÂMICA: A Sequência Didática pode ser aplicada num conjunto de 8 aulas, baseando-se em um aprendizado por observação e questionamento. Inicialmente o professor deve utilizar o conhecimento prévio dos alunos acerca dos Artrópodes. Como são? Quais artrópodes vocês conhecem? (provavelmente quase todos alunos conheçam, mas talvez apenas uma classe especifica, os insetos, esquecendo de outras classes como crustáceos e aracnídeos que também compõem o grupo). Num primeiro momento, esse debateserá interessante para saber o grau de conhecimento sobre diversidade que a turma possui. Posteriormente deve ser realizada uma saída de campo, em um jardim, quintal, ou outra área esteja disponível nas imediações da escola. Os alunos registrariam fotos dos indivíduos que acreditam pertencer ao filo Arthropoda. Em um outro momento essas imagens seriam analisadas em sala de aula com uma discussão acerca das fotos tiradas, se de fato representam artrópodes ou não. Dada a grande diversificação dos artrópodes, outra aula seria destinada a discussão dessa diversidade, inclusive mostrando aos alunos vários outros indivíduos não amostrados durante o trabalho de campo. As próximas aulas seriam voltadas para 38 uma explicação teórica sobre o grupo: as principais sinapomorfias, conceitos de filogenia e evolução e finalmente aplicação de um jogo da memória. Então, no fim da sequência, três aulas seriam dedicadas a apresentações e discussão com os demais grupos de alunos sobre temas problemáticos relacionados a artrópodes. Aula 1: O professor propõe uma discussão aos alunos sobre o que eles pensam ser os artrópodes, quais as suas supostas características e sua biologia. Supondo que a escola de trabalho tenha um jardim ou uma área verde, a primeira aula ocorreria nesta área livre. Após um rápido debate, cada aluno seria orientado a tirar 3 fotos de organismos que achassem ser artrópodes. A ideia de usar fotos tiradas pelos próprios alunos tem como objetivo oferecer aos alunos a sensação de autoria do projeto e estimular inicialmente o aprendizado científico através de observação e pesquisa de campo (por isso, o(a) professor(a) deve solicitar na aula anterior que os alunos tragam celulares ou câmeras para tirarem fotos). Aula 2: A turma dividida em grupos discute se as fotos retratam de fato artrópodes. Então, com base no que já foi discutido e observado, o professor dará esclarecimentos sobre quais fotos eram ou não de artrópodes e deverá trazer mais exemplos (e fotos) de artrópodes que não seriam fáceis de encontrar ou abundantemente encontrados no jardim - crustáceos, aracnídeos, entre outros, evidenciando assim a grande diversidade do grupo. Obs.: O(a) professor(a) deverá imprimir e distribuir as fotos para os grupos que as tiraram. Aula 3: A partir do conhecimento sobre a diversidade e abundância dos artropódes, o professor iniciará uma etapa mais teórica. Na primeira parte da aula serão abordadas as principais características (sinapormorfias) do grupo (exoesqueleto quitinosos, apêndices articulados etc.), utilizando questões como ecdise, segmentação, número de apêndices, de asas, de antenas, entre outros caracteres, para definir os grupos dentro de Arthropoda. Depois disso proponha uma pesquisa sobre temas problematizadores envolvendo os artrópodes. Os temas escolhidos visam desenvolver a alfabetização científica, especificamente o tópico relacionado a aspectos sociocientíficos, incluindo 39 questões ambientais, políticas, econômicas, éticas, sociais e culturais. Cada grupo (formado por até 3 alunos) deverá escolher um dos temas (Ver avaliação) e apresentar nas últimas aulas da sequência. O professor deve orientar os alunos a escolher um ou mais exemplos dentro do tema, relacionando-o com o grupo dos artrópodes. Ex: Pragas - pulgões, prejuízos, formas de controle, problemas das formas de controle biológico. Aula 4: Aula expositiva, com intuito de mostrar conceitos de ancestralidade comum, citando grupos fósseis (trilobitas) e as características encontradas que levaram os cientistas a propor relações de parentesco com os grupos atuais (exoesqueleto e corpo dividido em três tagmas, por exemplo) e sua importância na construção das associações filogenéticas. Por fim, as hipóteses e filogenias do grupo propostas devem ser apresentadas (e esta última parte demonstrando a natureza científica, que não é estática e está em constante mudança). Ao fim dessa aula, o(a) professor(a) deve solicitar que os alunos tragam na próxima aula uma proposta de filogenia dos artrópodes com as sinapomorfias do grupo e dos subgrupos. (Um exemplo de filogenia que pode servir de base para o professor avaliar a construção da filogenia feita pelos alunos se encontra no fim desta sequência). Aula 5: Aplicação do jogo. Neste, além dos grupos de artrópodes atuais abordados, haverá também um ancestral comum hipotético desses organismos e um anelídeo. Este último seria um possível grupo externo, sendo que em algumas hipóteses filogenéticas é descrito como grupo irmão de Arthropoda. Com isso, instigar-se-ia uma discussão filogenética e sobre o fazer ciência por hipóteses. Aulas finais: De acordo com a divisão de grupos proposta distibua as apresentações de modo que haja tempo para que cada problema possa ser apresentado e seja discutido em conjunto com a sala. Ao final, o professor faz um fechamento resgatando a importância econômica e ecológica dos artrópodes, remetendo-se aos temas apresentados pelos alunos. AVALIAÇÃO: Os alunos podem ser avaliados através de duas atividades com o objetivo de que vários tipos de competências possam ser reconhecidas. Primeiramente, a partir 40 das apresentações das pesquisas realizadas pelos alunos sobre os seguintes temas a serem escolhidos envolvendo artrópodes: - Pragas - Doenças transmitidas por artrópodes - Interação inseto-planta - Infestações em áreas urbanas - E se as abelhas desaparecessem? - Aranhas e escorpiões peçonhentos - Metamorfose em insetos - Insetos sociais - Impacto de pesca predatória de artrópodes aquáticos Em seguida, avaliar a partir da construção de filogenia dos Artrópodes justificada pelas sinapomorfias aprendidas, permitindo que o aluno construa seu próprio argumento científico, pondo em ação a linguagem científica aprendida ao longo da sequência de aulas. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E SUGERIDA: BRASIL, 2002. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN+ Ensino Médio: Orientações Educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: Ministério da Educação/ Secretaria de Educação Média e Tecnológica. 244p. RUPPERT, E.E. & BARNES, R.D. 1996. Zoologia dos invertebrados. 6a ed., São Paulo, Rocca.1029p. ZABALA, A. 1998. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed. 223p. 41 ANEXOS Exemplo de construção de filogenia de Arthopoda e suas sinapomorfias (simplificadas) Sinapomorfias utilizadas na construção da filogenia: 1- Arthropoda: Exoesqueleto articulado; apêndices articulados; cabeça com ácron e 5 segmentos; um par de olhos compostos. 2- Mandibulata: 5 pares de apêndices (antenas 1 e 2, mandíbulas, maxilas 1 e 2); cérebro dividido em três partes; ecdise controlada por hormônios. 3- Crustacea: apêndices birremes; larva náuplio; antenas no segundo segmento da cabeça. 4- Diplópoda: corpo dividido em cabeça, tórax e abdômen; dois pares de apêndices locomotores por segmento; um par de antenas. 5- Quilópoda: forcípula; um par de mandíbulas; antena longa articulada; um par de apêndices locomotores por segmento. 6- Insetos: três pares de apêndices locomotores; dois pares de asas; túbulos de Malpighi. 7- Quelicerados: corpo dividido em cefalotórax e abdômen; quelíceras; pedipalpos; 4 pares de apêndices locomotores. OBS. IMAGENS UTILIZADAS EXCLUSIVAMENTE PARA FINS ACADÊMICOS 42 SUGESTÃO III – BIODIVERSIDADE E ADAPTAÇÃO Sumário AUTORES: Bianca Silles, Mariana Antonieta e Priscila Moreira. PÚBLICO-ALVO: 7º ano do Ensino Fundamental II. CONTEXTO: Ascrescentes descobertas acerca do uso de diversas espécies de interesse humano e a crescente degradação de biomas e ecossistemas tem aumentado a importância do tema biodiversidade nos ensinos fundamentais e médio (BIZERRIL et al, 2007). No entanto, alguns estudos têm mostrado que os estudantes pouco conhecem sobre biodiversidade e que isto se deve ao fato de o ensino de zoologia e de botânica ser feito de maneira fragmentada e desconexa dos demais temas (BIZERRIL et al, 2007). O estudo dos seres vivos em seus ambientes, conforme é visto na sequência didática (SD) apresentada a seguir, além de agregar conhecimento de particularidades morfológicas e comportamentais de cada grupo animal também proporciona a aprendizagem de conceitos zoológicos e evolutivos aos alunos. Isso vai ao encontro do que é apresentado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Fundamental, que apontam para a importância do estudo das diferentes formas de vida e suas adaptações ao meio sob a perspectiva evolucionista (BRASIL, 1998). Nesta SD, o estudo dos seres vivos e suas adaptações ao meio são abordados através dos três pilares da alfabetização científica, conforme apresentado por Sasseron & Carvalho (2011): a linguagem científica, por meio de conceitos e princípios à evolução, relação forma-função, relação organismo-ambiente-diversidade e a argumentação científica; natureza da ciência, através da observação crítica, elaboração de textos descritivos e criação de hipóteses (mesmo que de forma inconsciente); e aspectos sociocientíficos, com a reflexão de questões socioambientais trazidas pelos próprios alunos. A SD descrita a seguir é composta por atividades que abordam de maneira integrada diferentes conceitos das ciências biológicas como biodiversidade, seleção natural, biomas e conceitos zoológicos. Por este motivo ela pode ser facilmente aplicada em diferentes situações ligadas a qualquer um destes temas, desde que o conteúdo já tenha sido apresentado aos alunos anteriormente, mesmo 43 que de forma superficial. A SD está organizada em aulas sequenciais apenas como sugestão de trabalho, não sendo necessário seguir essa ordem. OBJETIVOS: Ao final desta sequência didática, o aluno deve ser capaz de: 1. Compreender o termo biodiversidade; 2. Analisar de forma crítica o meio ambiente e os seres vivos que nele habitam, levando em consideração os fatores abióticos predominantes e as adaptações evolutivas dos animais; 3. Produzir textos descritivos com base em sua observação; 4. Argumentar seus pontos de vista e tomar decisões em grupo baseado nos conhecimentos adquiridos e na catalogação de informações; 5. Desenvolver uma noção dos termos convergência, divergência, seleção natural e adaptação. MATERIAL: 1. Data show para transmissão de vídeos; 2. Computadores ou tablets com acesso à internet; 3. Fichas com imagens dos ambientes e de animais. DINÂMICA: Aula 1 - O que é biodiversidade? Divida a turma em grupos de trabalho para levantar os seus conhecimentos prévios. Após isso, apresente dois vídeos, um deles demonstra a biodiversidade existente entre organismos de uma mesma espécie, diversidade ecológica e também genética. O outro vídeo mostra a variedade de adaptações existente nos animais em relação aos os ambientes que habitam. Para finalizar a aula, elaborem em conjunto, alunos e professor, uma frase que defina o que é biodiversidade para a sala. A seguir, os links dos vídeos: 1. Biodiversidade - www.youtube.com/watch?v=Mcj6OBmGlrQ Acesso em 13/04/2015. 2. Animais e Ambiente - www.youtube.com/watch?v=vwgHNFuD8Sg Acesso em 13/04/2015. 44 Aulas 2 e 3 - Descrição de alguns animais, plantas e ambientes Pesquisa de imagens de animais, descrevendo suas características morfológicas (que permitem a locomoção, respiração, alimentação, tamanho corporal). Esta atividade deverá ser realizada em grupo e cada um será responsável pela descrição de 4 animais. Para esta descrição os alunos deverão utilizar computadores ou tablets com acesso à internet para realizarem pesquisas. Bizerril (2007) destaca a importância de se trabalhar com imagens de espécies para a formação da concepção das mesmas e do conceito de biodiversidade. Faça um procedimento semelhante em relação às imagens de biomas, que serão descritos pelos alunos. Após a primeira tentativa de pesquisa, forneça alguns elementos para direcionar as observações a serem feitas (umidade, exposição ao sol, densidade de plantas, tipo de solo etc.). Durante esta atividade serão desenvolvidas habilidades como observação crítica e descrição, aproximando os alunos do “fazer ciência”, conforme o defendido pelo PCN (BRASIL, 1998). Os registros devem ser recolhidos, para que sejam apresentados juntamente com o material didático a ser usado nas aulas seguintes. Aula 4 - Dinâmica: qual animal se adequa melhor a qual ambiente? (Anexo 1) Jogo “Animais e ambiente”: é sorteado para cada grupo uma carta “ambiente”. O grupo, com o apoio da “tabela dos animais”, deve decidir quais dos animais representados estão adaptados aquele ambiente. O professor acompanha essa atividade para ajudar os alunos na escolha, a fim de garantir que os animais escolhidos sejam os corretos. Após todos os grupos entrarem em acordo, o jogo iniciará. A ordem de início deve ser definida em conjunto. Serão distribuídas 5 cartas para cada grupo, sendo que um dos grupos ficará com uma carta a mais (carta coringa). Inicia o jogo aquele que tiver 6 cartas. A cada rodada, o grupo terá que repassar uma de suas cartas para o grupo ao seu lado direito. Ganha o jogo aquele que completar os 4 animais mais adaptados ao seu ambiente sorteado. Aula 5 - Discussão e aula expositiva O professor retoma a dinâmica da aula anterior elaborando uma tabela com as principais características dos ambientes e dos animais encontrados nele. Esta tabela 45 deve estimular a discussão e argumentação pelos estudantes sobre as características dos animais e seus “ambientes”. Esse exercício é defendido por Sasseron (2014) como uma das maneiras de se aplicar o ensino de ciências por investigação. O docente deve explicar as causas das diferenças adaptativas encontradas em diferentes organismos da mesma espécie e deve retomar os conteúdos apresentados nos dois vídeos assistidos na segunda aula. Após essa discussão, o docente pode, por via de uma aula expositiva, contextualizar as pesquisas e o jogo com conceitos biológicos, como : convergência e divergência adaptativa, seleção natural e adaptação, os quais deverão ser registrados pelos alunos em seus cadernos. Aulas 6, 7 e 8 - Atividades avaliativas Como método de avaliação cada grupo produz um infográfico de um bioma, abordando uma questão socioambiental a ser julgada pelos demais alunos. Para tanto eles acabarão por usar e apresentar dados e conceitos aprendidos durante as aulas e pesquisas anteriores, tais como os animais melhor adaptados. Por meio desta atividade procura-se avaliar a aprendizagem de conceitos, descrição de ambientes e seres vivos, a capacidade de análise e de argumentação perante questões polêmicas. Além de servir como avaliação, a atividade também incentiva debates, já os estudantes deverão decidir quais animais estão bem adaptados ao bioma que estão trabalhando e justificar tal escolha. Por fim, deverá ser feita a socialização dos infográficos com o objetivo de que os demais grupos possam ter contato com outro ambiente. A apresentação dos infográficos deve ser feita para os professores e demais estudantes no formato de um mini congresso, no qual os trabalhos serão apresentados várias vezes para um grupopequeno de pessoas. A finalidade de utilizar este método de avaliação é estimular e desenvolver a capacidade de os alunos se apresentarem em público bem como proporcionar um momento para que o docente avalie o trabalho produzido pelos grupos. 46 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E SUGERIDA: BIZERRIL et al. Percepção de alunos de ensino fundamental sobre a biodiversidade: relações entre nomes de organismos, mídia e periculosidade. In: Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências (ENPEC), VI, 2007, Florianópolis. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Ciências Naturais. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. SASSERON, L. Alfabetização Científica, Ensino por Investigação e Argumentação. In: WORKSHOP ARGUMENTAÇÃO E ENSINO DE CIÊNCIAS. 2014. São Paulo. SASSERON, L.H. e CARVALHO, A.M.P., “Alfabetização Científica: uma revisão bibliográfica”, Investigações em Ensino de Ciências, v.16 n.1 pp. 59-77, 2011. 47 ANEXOS: ANEXO 1 - Jogo “Animais e ambientes” REGRAS DO JOGO: ANIMAIS E AMBIENTES Faixa etária: A partir de 13 anos (indicado para o Ensino Fundamental II) Tempo de duração: no mínimo 7 minutos, podendo durar até 20 min. Componentes: Este jogo contém 28 cartas “animais” (verdes) e 7 cartas “ambientes” (amarelas). Cada ambiente contêm 4 animais associados a ele. Jogadores: O jogo comporta no mínimo 3 jogadores e no máximo 7. Pode ser jogado em duplas ou equipes, respeitando o máximo de 6 de grupos. O baralho: Deve-se separar o baralho de acordo com o número de jogadores ou equipes. Por exemplo, se houver 5 jogadores ou equipes, deve-se separar 5 cartas de ambientes com as 4 cartas de animais associadas a cada ambiente, em um total de 20 cartas “animais”. Objetivo: O objetivo do jogo é juntar 4 cartas de animais que vivem em determinado ambiente sorteado. O jogo: O professor deve preparar o jogo antes da partida começar, de acordo com o número de participantes. No final dessa explicação, haverá um gabarito associando os animais aos seus ambientes. Primeiramente, o professor deve sortear as cartas de ambientes amarelas entre os jogadores ou equipes. Os jogadores não podem revelar aos outros qual carta é a sua. Depois de embaralhar as cartas verdes, o professor deve distribuir as cartas para cada jogador/equipe. Os jogadores devem escolher uma carta que não sirva para seu jogo. Todos os jogadores devem, ao mesmo tempo, passar uma carta ao próximo jogador, sem mostrar a carta aos outros jogadores. Os jogadores devem analisar a carta recebida e escolher a próxima carta a ser repassada ao próximo jogador, e assim por diante, até que alguém consiga formar o grupo de 4 animais correspondentes ao seu ambiente. Assim que alguém formar um grupo de 4 animais correspondentes ao ambiente, deve chamar o professor para conferir a vitória. Caso o jogador não acerte, o jogo deve continuar. Gabarito: Deserto - rato-canguru; feneco, camelo, cascavel-chifruda. Deserto polar - foca; raposa-do-ártico; pinguim-rei; krill. Floresta temperada - lobo cinzento; veado-de-cauda-branca; esquilo, urso-europeu. Floresta Tropical - borboleta-folha indiana, camaleão-folha; araçari, morcego-vampiro. Cerrado brasileiro - boca-de sapo; gavião-carijó; coruja buraqueira, lobo guará Cavernas - Troglorhopalurus translucidus; bagre-cego; Amplaria adamsi; morcego-vampiro. Savana Africana - Elefante; hipopótamo; guepardo; girafa. 48 Floresta Tropical (https://neeasciencenews.files.wordpress.com/2012/08/bac3ada_de_antonina_vista_da_serra_do_mar2.jpg) Fonte: www.magicoflife.org/butterfly_photos/Indian_Leaf_Butterfly_ Kallima_inachus%20-%20top.jpg; www.photomacrography1.net/images/KallimaParalekta.jpg Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/38/Rieppel eon_brevicaudatus_M015.jpg Fonte: http://image.wangchao.net.cn/baike/1258354413721.jpg Fonte: http://staticf5a.lavozdelinterior.com.ar/sites/default/files/styles /landscape_894_503/public/archivo/2-desmodus.jpg 49 Cerrado Brasileiro (Fonte: http://ecodatainforma.files.wordpress.com/2012/02/m1_82480004-copy.jpg) Fonte: http://msalx.viajeaqui.abril.com.br/2013/09/10/1502/5tY2z/co ruja-buraqueira2.jpeg?1378840033 Fonte: http://msalx.viajeaqui.abril.com.br/2013/09/10/1400/5tY2z/bo ca-de-sapo.jpeg?1378835571 Lobo guará (Chrysocyon brachyurus) Seus pelos de cor avermelhada confundem-se com a grama seca e o deixa camuflado no ambiente em que vive. É uma espécie vulnerável segundo o livro vermelho Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção Fonte: http://msalx.viajeaqui.abril.com.br/2013/09/10/1401/5tY2z/ga via-carijo.jpeg?1378835562 Fonte: http://escolakids.uol.com.br/loboguara.htm 50 Savana Africana (Fonte:http://images.forwallpaper.com/files/images/1/193e/193ece2c/214693/highlands-beautiful-landscape-savannas-shrubs- mountains-sand-blue-sky-clouds-landscape.jpg) Fonte:http://cdn1.arkive.org/media/00/000EBD39-D1D9-4221- 8384-5CABECD5528B/Presentation.Small/Cheetah- camouflaged-in-habitat.jpg Fonte: http://3.citynews- today.stgy.it/~media/originale/46741580264386/elefante-5.jpg Fonte: http://www.tocadacotia.com/wp- content/gallery/animal/dd.jpg Fonte: http://www.whereincity.com/files/animals/16/main.jpg 51 Caverna (Fonte:http://store.donanimhaber.com/52/ea/46/52EA46CD4C250E25D192A96D42680CF4.jpg) Fonte: http://i254.photobucket.com/albums/hh109/Tadash1/pimelod ellakronei.jpg Fonte:http://staticf5a.lavozdelinterior.com.ar/sites/default/files /styles/landscape_894_503/public/archivo/2-desmodus.jpg Fonte: http://msalx.viajeaqui.abril.com.br/2013/06/05/1031/5tY2z/6.j peg?1370442597 Fonte: http://i0.statig.com.br/fw/95/q2/qe/95q2qe37tbb5ga9wok60v 7cst.jpg 52 Deserto (Fonte: http://i2.wp.com/visions-of-earth.com/wp-content/uploads/NamibNaukluftParkDunes.jpg) Fonte: http://04varvara.files.wordpress.com/2011/07/02m- smaller-brothers-16-07-11.jpg?w=1200&h=750 Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/70/Crotalu s_cerastes_mesquite_springs_CA-2.jpg Fonte: http://images.forwallpaper.com/files/images/2/2523/252353d 4/24054/kangaroo-rat.jpg Fonte: http://vanessaelizabeth.files.wordpress.com/2012/12/2011_tra mpeltier_1528.jpeg 53 Deserto Polar (Fonte: http://www.yousay.gr/wp-content/uploads/2013/12/Mt_Herschel_Antarctica_Jan_2006-932x620.jpg?4db4b8) Fonte: http://poxe.ru/uploads/posts/2008- 05/1211621027_online_ua-5slvnupug3.jpg Fonte: http://www.pimentanamuqueca.com.br/wp- content/uploads/10Foca.jpg Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c7/ Antarctic_krill_(Euphausia_superba).jpg/260px- Antarctic_krill_(Euphausia_superba).jpg Fonte: http://img27.fansshare.com/pic122/w/homosexual- behavior-in-animals/1200/13124_homosexual_bpenguins.jpg 54 Floresta Temperada (Fonte: www.1000dias.com/fototmp/574-chegando-a-floresta-temperada-umida-de-hoh,-no-olympic-national-park,-no-estado-de- washington,-oeste-dos-estados-unidos-nikon%20(58748).jpg) Fonte: www.salix.cz/rs/image/200502240730_jelenec.jpg Fonte: www.fotosimagenes.org/imagenes/canis-lupus-lupus- 1.jpg Fonte: www.topdesktopwallpapers.net/_papers/45/red-
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