Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sistema Circulatório I – Sangue O sistema circulatório consiste em três componentes inter-relacionados: sangue, coração e vasos sanguíneos. O sangue transporta várias substâncias, ajuda a regular diversos processos vitais e fornece proteção contra doença. O sangue é único de pessoa para pessoa, assim como a pele, os ossos e o cabelo. O ramo da ciência que estuda o sangue e os distúrbios associados é chamado de hematologia. A maioria das células de um organismo multicelular não consegue se mover para obter oxigênio e nutrientes ou eliminar dióxido de carbono e outras escorias metabólicas. Essas necessidades são atendidas por dois líquidos: • O sangue: tecido conjuntivo liquido que consiste em células e fragmentos celulares. • O liquido intersticial: é o liquido que banha as células do corpo, sendo constantemente renovado pelo sangue. Transporte O sangue transporta oxigênio dos pulmões para as células do corpo e dióxido de carbono das células corporais para os pulmões para que seja exalado. Além disso, leva os nutrientes do sistema digestório para as células corporais e hormônios das glândulas endócrinas para outras células do corpo. O sangue também transporta calor e produtos residuais para diversos órgãos para que sejam eliminados do corpo. Regulação O sangue circulante ajuda a manter a homeostasia de todos os líquidos corporais. O sangue ajuda a regular o pH usando tampões. Além disso, auxilia no ajuste da temperatura corporal por meio da absorção de calor e propriedades refrigerantes da água no plasma sanguíneo e sua taxa variável de fluxo pela pele, onde o excesso de calor pode ser perdido do sangue para o ambiente. Ademais, a pressão osmótica do sangue influencia o conteúdo de água das células, principalmente por meio de interações de proteínas e íons dissolvidos. Proteção O sangue é capaz de coagular (se tornar parecido com um gel), propriedade que o protege contra perdas excessivas do sistema circulatório depois de uma lesão. Além disso, seus leucócitos protegem contra doença, realizando fagocitose. Diversos tipos de proteínas sanguíneas, inclusive anticorpos, interferonas e complemento auxiliam na proteção contra doença de várias formas. Mais denso e mais viscoso que a água, além de ligeiramente pegajoso. A temperatura do sangue é de 38°C, cerca de 1°C mais elevada que a temperatura corporal oral ou retal, e apresenta pH levemente alcalino, variando de 7,35 a 7,45. A cor do sangue varia com o conteúdo de oxigênio. Quando saturado com oxigênio, o sangue é vermelho vivo. Quando insaturado de oxigênio é vermelho escuro. O sangue constitui cerca de 20% do líquido extracelular, contabilizando 8% da massa corporal total. O volume de sangue varia de 5 a 6 ℓ em um homem adulto de porte mediano e de 4 a 5 ℓ na mulher adulta de porte Bianca Oliveira Medicina UNP mediano. A diferença de volume entre homens e mulheres é decorrente das diferenças de tamanho corporal. Vários hormônios regulados por feedback negativo garantem que o volume de sangue e a pressão osmótica permaneçam relativamente constantes. Os hormônios aldosterona, hormônio antidiurético e peptídeo natriurético atrial (PNA) são especialmente importantes, pois regulam o volume de água excretada na urina. Correlação Clinica – coleta de sangue As amostras de sangue para exames podem ser colhidas de diversas formas. O mais comum é a punção venosa (venipuntura), que consiste na retirada de sangue através de uma veia através de uma agulha e um tubo coletor. Outro método é a punção digital ou plantar. Os diabéticos que monitoram o nível de glicose sanguínea todos dias, fazem através de punção digital. Na punção arterial, o sangue é coletado de uma artéria, geralmente usado para determinar o nível de oxigênio no sangue. • Plasma sanguíneo: (55%) Matriz extracelular aquosa que contem substancias dissolvidas. • Elementos figurados, (45%) que consistem nas células e nos fragmentos celulares. Mais de 99% desses elementos são hemácias, os leucócitos e as plaquetas correspondem a menos de 1%. Por serem menos densos que as hemácias, eles formam uma fina camada de creme leucocitário. Se uma amostra de sangue for centrifugada em um pequeno tubo de vidro, as células que são mais densas, se depositam no fundo e o plasma na parte superior. Plasma Sanguíneo O plasma é composto 91,5% de água e 8,5% de solutos, cuja a maioria é de proteínas. As proteínas confinadas no sangue, são chamadas de proteínas plasmáticas. Determinadas células sanguíneas passam por um processo de amadurecimento e se tornam produtoras de gamaglobulinas, essas proteínas também são chamadas de anticorpos ou imunoglobulinas, elas são produzidas durante certas respostas imunológicas. Substancias estranhas (antígenos) estimulam a produção de anticorpos. Elementos figurados • Hemácias transportam o oxigênio dos pulmões para as células corporais e dióxido de carbono das células corporais para os pulmões. • Os leucócitos protegem o corpo de patógenos invasores e outras substancias estranhas. Um tipo de leucócito importante são os linfócitos que são subdivididos em linfócitos T, linfócitos B e as seriais killers. • As plaquetas são fragmentos celulares que não possuem núcleo e promovem a coagulação sanguínea. O percentual do volume de sangue total ocupado pelas hemácias é chamado de hematócrito. Um hematócrito de 40 indica que 40% do volume de sangue são compostos por hemácias. (Em mulheres o volume normal é de 46%, enquanto em homens pode variar entre 40 e 54%) Obs. A testosterona estimula a síntese de EPO, um hormônio que estimula a produção de hemácias. A queda significativa dos hematócritos indica anemia. A policitemia, quando o percentual de hemácias está elevado e o hematócrito pode ser 65% ou mais, aumenta a viscosidade do sangue, o causa uma dificuldade de bombeamento do mesmo pelo coração, essa viscosidade elevada ainda acentua a elevação da pressão arterial e do risco de AVE. Sistemas de feedback negativo estimulam a produção de hemacias e plaquetas, a contagem desses elementos deve permanecer constante, já a dos leucócitos, varia de acordo com o patogeno que ele combate. O processo pelo qual os elementos figurados se desenvolvem é chamado de hematopoese. Antes do nascimento, a hemopoese ocorre primeiramente no saco vitelino do embriao e, depois, no figado, no baço, no timo e nos linfonodos do feto. A medula ossea vermelha se torna o principal local de hemopoese nos ultimos 3 meses de gravidez e continua sendo a fonte de celulas sanguineas ao longo da vida. A medula óssea vermelha é um tecido conjuntivo extremamente vascularizado localizado nos espaços microscópicos entre as trabéculas do tecido ósseo esponjoso. É encontrada principalmente nos ossos do esqueleto axial, nos cíngulos dos membros superiores e inferiores e nas epífises proximais do úmero e fêmur. De 0.05 a 0,1% das células da MOV são chamadas de células-tronco pluripotentes, derivadas do mesênquima, essas células são capazes de se desenvolver em muitos tipos de células diferentes. Obs. Com o envelhecimento do indivíduo, a velocidade de formação de células sanguíneas diminui. A medula óssea vermelha é inativa e torna-se medula óssea amarela (formada principalmente por células gordurosas). Em determinadas condições, como sangramentos graves, a medula óssea amarela pode voltar a ser medula óssea vermelha; isso ocorre porque células-tronco formadoras de sangue da medula óssea vermelha vão para medula óssea amarela, que é repovoada por células-tronco pluripotentes. Correlação Clínica – Exame da medula óssea Às vezes, uma amostra de medula óssea vermelha precisa ser obtida para diagnosticar certos problemas sanguíneos, como leucemia e anemias graves. Oexame da medula óssea pode envolver aspiração da medula óssea (retirada de uma pequena amostra de medula óssea vermelha com uma seringa ou agulha fina) ou biopsia de medula óssea (remoção de uma amostra de medula óssea vermelha com uma agulha mais calibrosa). Em geral, os dois tipos de amostras são retirados da crista ilíaca do osso do quadril, embora, muitas vezes, sejam aspiradas do esterno. Em crianças pequenas, as amostras de medula óssea são coletadas de uma vértebra ou da tíbia. Depois disso, a amostra celular ou tecidual é enviada para análise laboratorial. Especificamente, os técnicos laboratoriais buscam sinais de células neoplásicas (câncer) ou outras alterações celulares a fim de ajudar o diagnóstico As hemácias contem a proteína carreadora de oxigênio hemoglobina (localizada no citosol da hemácia), que consiste em um pigmento que confere ao sangue sua cor vermelha. Um adulto saudável do sexo masculino possui cerca de 5,4 milhões de hemácias por microlitro (μℓ) de sangue* e uma mulher adulta saudável possui cerca de 4,8 milhões. (Uma gota de sangue contém cerca de 50 μ ℓ.) Para manter a contagem normal de hemácias, novas células maduras precisam entrar na circulação na impressionante velocidade de, pelo menos, 2 milhões por segundo, um ritmo que contrabalanceia a taxa igualmente alta de destruição das hemácias. Anatomia das hemácias São discos bicôncavos, com 7 a 8 μm de diâmetro. As hemácias não possuem núcleos outras organelas. Fisiologia das hemácias Especializadas na função de transportar oxigênio. Elas não possuem mitocôndrias e geram ATP de forma anaeróbia. Cada hemácia possui cerca de 280 milhões de moléculas de hemoglobina, uma molécula de hemoglobina consiste em uma proteína chamada globina, composta de quatro cadeias polipeptídicas (duas alfas e duas betas) e um pigmento proteico anular chamado heme. No centro de cada anel de heme, encontra-se um íon ferro. Que pode se ligar a uma molécula de oxigênio, possibilitando que cada molécula de hemoglobina se ligue a 4 moléculas de oxigênio. À medida que o sangue flui pelos capilares teciduais, a reação ferro-oxigênio se inverte. A hemoglobina libera oxigênio, que se difunde primeiro para o líquido intersticial e, depois, para as células. A hemoglobina também transporta cerca de 23% do dióxido de carbono total, um subproduto do metabolismo. (O dióxido de carbono remanescente é dissolvido no plasma ou carreado na forma de íons bicarbonato.) O sangue que flui pelos capilares sanguíneos capta dióxido de carbono e parte dele se combina com aminoácidos na parte globina da hemoglobina. Conforme o sangue flui pelos pulmões, o dióxido de carbono é liberado da hemoglobina e, depois disso, é exalado. Além da funçãochave no transporte de oxigênio e dióxido de carbono, a hemoglobina também participa na regulação do fluxo sanguíneo e da pressão arterial. O hormônio gasoso óxido nítrico (NO), produzido pelas células endoteliais que revestem os vasos sanguíneos, se liga à hemoglobina. Sob algumas circunstâncias, a hemoglobina libera NO. O NO liberado causa vasodilatação, um aumento do diâmetro do vaso sanguíneo que ocorre quando o músculo liso na parede dos vasos relaxa. A vasodilatação melhora o fluxo de sangue e aumenta o fornecimento de oxigênio para as células próximas do local de liberação do NO As hemácias também contêm a enzima anidrase carbônica (CA), que catalisa a conversão de dióxido de carbono e água em ácido carbônico, que, por sua vez, se dissocia em H+ e HCO3–. Essa reação é importante por dois motivos: (1) permite que cerca de 70% do CO2 seja transportado no plasma sanguíneo das células teciduais para os pulmões na forma de HCO3– e (2) também serve como um importante tampão no líquido extracelular. Ciclo de vida das hemácias As hemácias vivem aproximadamente 120 dias devido ao desgaste que suas membranas plasmáticas sofrem ao atravessar os capilares sanguíneos. Como não têm núcleo e outras organelas, as hemácias não conseguem sintetizar novos componentes para repor os danificados. A membrana plasmática fica mais frágil com o avanço da idade e as hemácias mais propensas a se romper, especialmente à medida que são comprimidas pelos canais estreitos no baço. As hemácias rompidas são removidas da circulação e destruídas por macrófagos fagocíticos presentes no baço e no fígado e os produtos da sua degradação são reciclados e usados em vários processos metabólicos, inclusive formação de novas hemácias. Eritropoese – Produção de hemácias Começa na medula óssea vermelha com uma célula precursora chamada proeritroblasto. O proeritroblasto se divide várias vezes, produzindo células que começam a sintetizar hemoglobina. Por fim, perto do final da sequência de desenvolvimento o núcleo é ejetado e se torna um reticulócito. A perda do núcleo faz com que o centro da célula sofra uma endentação, produzindo o formato bicôncavo diferencial das hemácias. Os reticulócitos se tornam hemácias maduras no período de 1 a 2 dias depois da sua liberação da medula óssea vermelha. O principal estimulo à eritropoese é a hipóxia (deficiência de oxigênio celular. Correlação clínica – dopagem sanguínea Uma vez que hemácias transportam oxigênio, os atletas tentam vários meios de elevar a contagem dessas células, o que é conhecido como doping sanguíneo ou policitemia induzida artificialmente (uma contagem anormalmente elevada de hemácias) a m de adquirir uma margem competitiva. Os atletas aumentam sua produção de hemácias injetando epoetina alfa, um agente usado para tratar anemia por meio da estimulação da produção de hemácias pela medula óssea vermelha. As práticas que elevam a contagem de hemácias são perigosas porque tornam o sangue mais viscoso, aumentando a resistência ao fluxo sanguíneo e dificultando o bombeamento do sangue pelo coração. A viscosidade maior também contribui para a elevação da pressão arterial e do risco de acidente vascular cerebral ou encefálico. Durante a década de 1980, pelo menos 15 ciclistas que participavam de competições morreram de infarto do miocárdio ou AVE relacionados com a suspeita de uso de epoetina alfa. Embora o Comitê Olímpico Internacional tenha banido o uso da epoetina alfa, o controle é difícil porque essa substância é idêntica à eritropoetina natural (EPO). O doping sanguíneo natural é a chave do sucesso dos maratonistas do Quênia. A altitude média no Quênia é de cerca de 1.830 metros acima do nível do mar e existem regiões ainda mais altas. O treino na altitude melhora muito o condicionamento, a resistência e o desempenho. Nessas altitudes, o corpo intensifica a produção de hemácias, o que quer dizer que o exercício oxigena bastante o sangue. Quando esses corredores competem em Boston, por exemplo, em altitude pouco acima do nível do mar, seus corpos contêm mais eritrócitos do que os dos outros competidores que treinaram em Boston. Inúmeros campos de treinamento foram estabelecidos no Quênia e, hoje em dia, atraem atletas de resistência de todo o mundo. Tipos de leucócitos Os leucócitos granulócitos englobam os: • Neutrófilos • Eosinófilos • Basófilos. Os leucócitos agranulócitos englobam: • Linfócitos • Monócitos Funções dos leucócitos Em um corpo saudável, alguns leucócitos, sobretudo os linfócitos, podem viver vários meses ou anos, porém a maioria sobrevive apenas alguns dias. Durante um período de infecção, leucócitos fagocitários podem durar apenas algumas horas. Os leucócitos são muito menos numerosos do que hemácias, cerca de 5.000 a 10.000 células por microlitro de sangue; a quantidade de hemácias excede a de leucócitos em uma proporção aproximada de 700:1. A leucocitose, que consiste no aumento da quantidade de leucócitos acima de 10.000/μℓ,é uma resposta de proteção normal a estresses como organismos invasores, exercício vigoroso, anestesia e cirurgia. O nível anormalmente baixo de leucócitos (abaixo de 5.000/μ ℓ) é chamado leucopenia. Nunca é benéfico e pode ser causado por radiação, choque e certos agentes quimioterápicos. doenças. Quando patógenos entram no corpo, a função geral dos leucócitos é combate-los por fagocitose ou respostas imunes. Apenas 2% da população total de linfócitos encontram-se circulando no sangue em um determinado momento; o restante se encontra no líquido linfático e em órgãos como pele, pulmões, linfonodos e baço. A imagem representa uma emigração de leucócitos: Correlações clinicas – Hemograma completo O hemograma completo é um exame muito valioso que analisa anemia e várias infecções. Em geral, estão incluídas as contagens de hemácias, leucócitos e plaquetas por microlitro de sangue total; hematócrito e contagem diferencial de leucócitos. A concentração de hemoglobina em gramas por mililitro de sangue também é determinada. A hemoglobina normalmente varia da seguinte maneira: lactentes, de 14 a 20 g/100 mℓ de sangue; mulheres adultas, de 12 a 16 g/100 mℓ de sangue; e homens adultos, de 13,5 a 18 g/100 mℓ de sangue. Transplante de medula óssea e sangue de cordão umbilical O transplante consiste na substituição de medula óssea vermelha anormal ou cancerosa por medula óssea vermelha saudável, a fim de reestabelecer a contagem de células sanguíneas. Os transplantes de medula óssea são usados no tratamento de anemia aplásica, certos tipos de leucemia, imunodeficiência combinada grave (IDCG), doença de Hodking, linfoma de não Hodgkin, mieloma múltiplo, talassemia, doença falciforme, de mama, câncer de ovário, câncer testicular e anemia hemolítica. O avanço mais recente na obtenção de células-tronco envolve transplante de sangue de cordão umbilical. O cordão umbilical é a ligação entre a mãe e o embrião (e, posteriormente, feto). Células-tronco podem ser obtidas do cordão umbilical logo após o nascimento. As células-tronco são removidas do cordão por uma seringa e, em seguida, congeladas. As células-tronco do cordão oferecem inúmeras vantagens em relação às obtidas da medula óssea vermelha. Hemostasia é uma sequencia de respostas que interrompe o sangramento. Três mecanismos reduzem a perda de sangue: (1) espasmo vascular, (2) formação de tampão plaquetário e (3) coagulação sanguínea. Quando bem- sucedida, a hemostasia evita hemorragia Espasmo vascular É a contração do musculo liso das artérias ou arteríolas danificadas se contraem. Esse espasmo reduz a perda de sangue por vários minutos a algumas horas. Formação de tampão plaquetário Dentro de muitas vesículas são encontrados fatores de coagulação, ADP, ATP, Ca2+ e serotonina. Também estão presentes enzimas que produzem tromboxano A2, uma prostaglandina; fator estabilizador da fibrina, que ajuda a fortalecer o coágulo sanguíneo; lisossomos; algumas mitocôndrias; sistemas de membrana que captam e armazenam cálcio e fornecem canais para liberação dos conteúdos dos grânulos; e glicogênio. Também dentro das plaquetas é encontrado o fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGF), um hormônio que promove a proliferação de células endoteliais vasculares, fibras de músculo liso vascular e fibroblastos com objetivo de ajudar o reparo das paredes danificadas dos vasos sanguíneos. • Adesão plaquetária • Reação de libração das plaquetas • Agregação plaquetária • Tampão plaquetário Coagulação sanguínea Normalmente, o sangue permanece em seu estado líquido enquanto se encontra no interior dos vasos sanguíneos. Se for coletado do corpo, no entanto, torna-se espesso e forma um gel. Por fim, o gel se separa do líquido. O líquido de cor palha, chamado soro, é simplesmente plasma sanguíneo sem as proteínas de coagulação. O gel é chamado de coágulo sanguíneo, que consiste em uma rede de fibras proteicas insolúveis chamadas de fibrina, na qual os elementos figurados do sangue são aprisionados. Na coagulação do sangue, os fatores de coagulação são ativados em sequência, resultando em uma cascata de reações que envolve ciclos de feedback positivo. A coagulação consiste em uma cascata complexa de reações enzimáticas até formar a proteína insolúvel fibrina, a coagulação é dividida em três estágios: • Duas vias chamadas de via extrínseca e intrínseca • A protrombinase converte a protrombina na enzima trombina. • A trombina converte fibrinogênio solúvel em fibrina insolúvel, a fibrina forma os filamentos de coagulo. Via extrínseca É assim chamada porque uma proteína tecidual chamada de fator tecidual (FT), também conhecida como tromboplastina, passa para o sangue a partir de células do lado de fora dos vasos sanguíneos (extrínsecas aos) e inicia a formação da protrombinase. O FT é uma mistura complexa de lipoproteínas e fosfolipídios liberada das superfícies de células danificadas. Na presença de Ca2+, o FT começa uma sequência de reações que, por fim, ativa o fator de coagulação X. Uma vez ativado, o fator X se combina com o fator V na presença de Ca2+ para formar a enzima ativa protrombinase, completando a via extrínseca. Via intrínseca A via intrínseca é assim chamada porque seus ativadores ou estão em contato direto com o sangue ou estão contidos no sangue (intrínsecos ao): não há necessidade de dano tecidual externo. Se as células endoteliais se tornam rugosas ou são danificadas, o sangue pode entrar em contato com as fibras de colágeno no tecido conjuntivo ao redor do endotélio do vaso sanguíneo. Além disso, o trauma às células endoteliais causa danos às plaquetas, resultando na liberação plaquetária de fosfolipídios. O contato com as fibras de colágeno (ou com as paredes de vidro do tubo de coleta de sangue) ativa o fator de coagulação XII, que começa uma sequência de reações que, por fim, ativa o fator de coagulação X. Fosfolipídios plaquetários e Ca2+ também podem participar da ativação do fator X. Uma vez ativado, o fator X se combina com o fator V para formar a enzima ativa protrombinase (assim como acontece na via extrínseca), completando a via intrínseca.. Via comum A formação de protrombinase marca o começo da via comum. No segundo estágio da coagulação do sangue, a protrombinase e o Ca2+ catalisam a conversão da protrombina em trombina. No terceiro estágio, a trombina, na presença de Ca2+, converte fibrinogênio, que é solúvel, em filamentos de fibrina frouxos, que são insolúveis. A trombina também ativa o fator XIII (fator estabilizador da fibrina), que fortalece e estabiliza os filamentos de fibrina em um coágulo forte. O plasma contém um pouco de fator XIII, que também é liberado pelas plaquetas presas no coágulo. A trombina exerce dois efeitos de feedback positivo. Na primeira alça de feedback positivo, que envolve o fator V, acelera a formação de protrombinase. A protrombinase, por sua vez, acelera a produção de mais trombina e assim por diante. Na segunda alça de feedback positivo, a trombina ativa plaquetas, que reforçam sua agregação e a liberação dos fosfolipídios plaquetários. Vitamina K na coagulação Embora a vitamina K não esteja envolvida na formação do coágulo propriamente dito, ela é necessária para a síntese de quatro fatores de coagulação. Normalmente produzida por bactérias que habitam o intestino grosso, a vitamina K é lipossolúvel e pode ser absorvida pelo revestimento do intestino passando para o sangue se a absorção de lipídios for normal. Com frequência, as pessoas que sofrem de distúrbios que retardam a absorção de lipídios (p. ex., liberação inadequada de bile no intestino delgado) apresentam sangramento descontrolado em consequência da deficiência de vitamina K. Coagulação Intravascular A coagulaçãoem um vaso sanguíneo não rompido (normalmente uma veia) é chamada de trombose. O coágulo, chamado trombo, pode se dissolver por si só, espontaneamente. Se permanecer intacto, no entanto, o trombo pode se deslocar e ser levado pelo sangue. Coágulos sanguíneos, bolhas de ar, gordura de ossos quebrados ou fragmentos transportados na corrente sanguínea são chamados de êmbolo. Um êmbolo que se desprende de uma parede arterial pode se alojar em uma artéria de diâmetro menor e bloquear o fluxo de sangue para um órgão vital. Quando o êmbolo se aloja nos pulmões, a condição é chamada de embolia pulmonar. As superfícies das hemácias contêm inúmeros antígenos geneticamente determinados compostos de glicoproteínas e glicolipídios. Esses antígenos, chamados aglutinogênios, ocorrem em combinações características. Com base na presença ou ausência de vários antígenos, o sangue é classificado em diferentes grupos sanguíneos Grupo sanguíneo ABO O grupo sanguíneo ABO é baseado em dois antígenos glicolipídios chamados de A e B. Pessoas cujas hemácias demonstram apenas antígeno A apresentam sangue do tipo A. Aqueles com apenas antígeno B são do tipo B. Os indivíduos que apresentam tanto o antígeno A quanto o B são do tipo AB; aqueles que não têm antígeno A nem B são do tipo O. Em geral, o plasma sanguíneo contém anticorpos chamados aglutininas que reagem com os antígenos A ou B se os dois se misturarem; são os anticorpos antiA, que reagem com o antígeno A, e os anticorpos antiB, que reagem com o antígeno B. Transfusões Consiste na transferência de sangue total ou componentes sanguíneos (hemácias ou plasma apenas) para a corrente sanguínea ou diretamente na medula óssea vermelha. Na maioria das vezes, a transfusão é realizada para corrigir anemia, para aumentar o volume de sangue (p. ex., depois de uma hemorragia significativa) ou para melhorar a imunidade. Entretanto, os componentes normais da membrana plasmática eritrocitária de uma pessoa podem desencadear respostas antígeno-anticorpo danosas no receptor da transfusão. Na transfusão de sangue incompatível, anticorpos no plasma do receptor se ligam aos antígenos nas hemácias doadas, o que causa aglutinação de hemácias. A aglutinação é uma resposta antígeno- anticorpo na qual há ligação cruzada das hemácias. (aglutinação não é a mesma coisa que coagulação sanguínea.) Quando esses complexos antígeno-anticorpo se formam, eles ativam proteínas plasmáticas da família complemento. Essencialmente, o complemento torna porosa a membrana plasmática das hemácias doadas, causando hemólise ou ruptura das hemácias e liberação de hemoglobina no plasma sanguíneo. A hemoglobina liberada pode causar dano renal obstruindo os glomérulos renais. Embora bastante raro, é possível que os vírus que causam AIDS e hepatites B e C sejam transmitidos por transfusão de hemoderivados contaminados. Grupo sanguíneo RH Os alelos de três genes codificam o antígeno Rh. Pessoas cujas hemácias apresentam antígenos Rh são chamadas de Rh+ (Rhpositivo) ; aquelas que não apresentam antígenos Rh são designadas Rh– (Rhnegativo). Em geral, o plasma sanguíneo não contém anticorpos antiRh. Se uma pessoa Rh– receber uma transfusão de sangue Rh+, no entanto, o sistema imune começa a produzir anticorpos antiRh que persistem no sangue. Se uma segunda transfusão de sangue Rh+ ocorrer posteriormente, os anticorpos antiRh previamente formados causarão aglutinação e lise das hemácias no sangue doado e ocorre uma reação grave. A doença hemolítica do recém nascido A doença hemolítica do recém-nascido é um quadro clínico no qual os glóbulos vermelhos são degradados ou destruídos pelos anticorpos da mãe. A hemólise é a destruição dos glóbulos vermelhos no sangue. Normalmente, não ocorre contato direto entre o sangue materno e o fetal durante a gravidez. Entretanto, se um pequeno volume de sangue Rh+ extravasa através da placenta do feto para a corrente sanguínea da mãe Rh–, a mãe começa a produzir anticorpos anti-Rh. Como a maior possibilidade de extravasamento de sangue fetal para a circulação materna é na hora do parto, em geral, o primeiro filho não é afetado. Se a mulher engravidar de novo, no entanto, seus anticorpos anti-Rh podem atravessar a placenta e entrar na corrente sanguínea do feto. Se o feto for Rh–, não tem problema, pois o sangue Rh– não possui o antígeno Rh. Se o feto for Rh+, entretanto, aglutinação e hemólise causadas pela incompatibilidade entre feto e mãe ocorrem no sangue fetal. Uma injeção de anticorpos anti-Rh chamada de gamaglobulina anti-Rh pode ser aplicada para evitar a DHRN. Mulheres Rh– devem receber essa gamaglobulina antes do parto e logo depois de cada parto ou aborto. Esses anticorpos se ligam e inativam os antígenos Rh fetais antes que o sistema imune da mãe possa responder aos antígenos estranhos com a produção de seus próprios anticorpos anti-Rh. Anticoagulantes Pacientes que correm risco mais elevado de formar coágulos sanguíneos podem receber anticoagulantes. A heparina e a varfarina são exemplos dessas substâncias. Muitas vezes, a heparina é administrada durante hemodiálise e cirurgia cardíaca a céu aberto. A varfarina atua como antagonista da vitamina K e, dessa forma, bloqueia a síntese de quatro fatores da coagulação. A varfarina age de maneira mais lenta que a heparina. Para evitar coagulação em sangue doado, muitas vezes, os bancos de sangue e laboratórios adicionam substâncias que removem Ca2+; EDTA (ácido etilenodiaminotetracético) e CPD (solução de citrato, fosfato e glicose) são dois exemplos. Anemia Anemia é uma condição na qual a capacidade do sangue de transportar oxigênio está reduzida. Todos os muitos tipos de anemia são caracterizados por contagem menor de hemácias ou diminuição da concentração de hemoglobina no sangue. A pessoa se sente fadigada e intolerante ao frio, dois fatores relacionados com a falta do oxigênio necessário para a produção de ATP e calor. Além disso, a pele é pálida devido ao baixo conteúdo de hemoglobina de cor vermelha circulando nos vasos sanguíneos da pele. As causas e os tipos mais importantes de anemia são: • A absorção inadequada de ferro, a perda excessiva de ferro, o aumento da demanda de ferro ou a ingestão de ferro insuficiente causam anemia ferropriva, o tipo mais comum de anemia. As mulheres correm risco mais elevado de anemia ferropriva devido às perdas sanguíneas menstruais e demandas mais altas de ferro para o feto em crescimento durante a gravidez. Perdas gastrintestinais, como nos casos de malignidades e ulcerações, também contribuem para este tipo de anemia • A ingestão inadequada de vitamina B12 ou ácido fólico provoca a anemia megaloblástica, na qual a medula óssea vermelha produz hemácias grandes e anormais (megaloblastos). Também pode ser causada por fármacos que alteram a secreção gástrica ou são usados no tratamento de cânceres • A hemopoese insuficiente resultante da incapacidade do estômago de produzir fator intrínseco necessário para a absorção de vitamina B12 no intestino delgado causa anemia perniciosa • A perda excessiva de hemácias por causa de sangramentos resultantes de grandes feridas, úlceras do estômago ou especialmente menstruação intensa resulta em anemia hemorrágica • As membranas plasmáticas das hemácias se rompem prematuramente na anemia hemolítica. A hemoglobina liberada extravasa para o plasma e pode danificar os glomérulos renais (unidades de filtragem). A anemia hemolítica pode resultar de defeitos hereditários como enzimas eritrocitárias anormais ou de agentes externos como parasitas, toxinas ou anticorpos de sangue transfundido incompatível • A síntese deficiente de hemoglobina ocorre na talassemia, um grupo de anemias hemolíticas hereditárias. As hemácias sãopequenas (microcíticas), pálidas (hipocrômicas) e de vida curta. A talassemia ocorre principalmente em populações de países que margeiam o Mar Mediterrâneo • A destruição da medula óssea vermelha resulta em anemia aplásica. É causada por toxinas, radiação gama e alguns medicamentos que inibem as enzimas necessárias para hemopoese.. Doença falciforme As hemácias de uma pessoa com doença falciforme contêm HbS, um tipo anormal de hemoglobina. Quando a HbS libera oxigênio para o líquido intersticial, ocorre a formação de estruturas rígidas e longas semelhantes a bastões que conferem à hemácia o formato de foice. As hemácias falciformes se rompem com facilidade. Mesmo que a eritropoese seja estimulada pela perda das hemácias, ela não consegue contrabalançar a hemólise. Os sinais e sintomas da doença falciforme são causados pelo afoiçamento das hemácias. Quando as hemácias se tornam falciformes, elas se degradam prematuramente (as hemácias falciformes morrem em cerca de 10 a 20 dias). Isso ocasiona anemia, que pode provocar dispneia, fadiga, palidez e atraso do crescimento e desenvolvimento das crianças afetadas. A rápida degradação e perda das hemácias também pode causar icterícia, que consiste na coloração amarela dos olhos e da pele. As hemácias falciformes não atravessam com facilidade os vasos sanguíneos e tendem a se agregar, formando grumos que obstruem os vasos sanguíneos. Essa situação priva os órgãos do corpo de oxigênio suficiente e causa dor (p. ex., nos ossos e no abdome), infecções graves e dano orgânico, sobretudo nos pulmões, no encéfalo, no baço e nos rins. Outras manifestações de doença falciforme são febre, taquicardia, edema e inflamação das mãos e/ou pés, úlceras de perna, dano ocular, sede excessiva, poliuria e ereções dolorosas e prolongadas nos homens. Quase todos os indivíduos com doença falciforme apresentam episódios dolorosos que podem durar horas a dias. Algumas pessoas apresentam um episódio a intervalos de alguns anos, enquanto outras têm vários episódios por ano. Os episódios podem variar de leves àqueles que exigem hospitalização. A doença falciforme é hereditária. Pessoas com dois genes falciformes apresentam anemia grave, enquanto aquelas com apenas um gene defeituoso apresentam o traço falciforme. Genes falciformes são encontrados principalmente nas populações (ou seus descendentes) que moram no cinturão da malária ao redor do mundo, incluindo partes da Europa Mediterrânea, África Subsaariana e Ásia Tropical. Os genes responsáveis pela tendência das hemácias a se tornarem falciformes também modificam a permeabilidade das membranas plasmáticas das hemácias falciformes, causando o extravasamento de íons potássio. Níveis baixos de potássio matam os parasitas da malária que infectam as hemácias falciformes. Por causa desse efeito, uma pessoa com um gene normal e um gene falciforme apresenta resistência acima da média à malária. Desse modo, o fato de possuir um único gene falciforme confere um benefício de sobrevida. O tratamento da doença falciforme consiste na administração de analgésicos para aliviar a dor, terapia hídrica para manter a hidratação, oxigênio para reduzir a deficiência de oxigênio, antibióticos para conter infecções e transfusões de sangue. As pessoas que sofrem de doença falciforme apresentam hemoglobina fetal (HbF) normal, uma forma discretamente diferente de hemoglobina que predomina ao nascimento e é encontrada em pequenas quantidades depois do nascimento. Em alguns pacientes com doença falciforme, uma substância chamada hidroxiureia promove a transcrição do gene normal HbF, eleva o nível de HbF e reduz as chances de as hemácias se tornarem falciformes. Infelizmente, a hidroxiureia também exerce efeitos tóxicos na medula óssea e existem dúvidas quanto a sua segurança para uso prolongado. Hemofilia Hemofilia é uma deficiência hereditária da coagulação na qual pode ocorrer sangramento de maneira espontânea ou após microtraumatismos. É o mais antigo distúrbio hemorrágico hereditário conhecido; já foram encontradas descrições da doença oriundas do início do século II a.C. Em geral, a hemofilia acomete homens e muitas vezes é referida como “a doença real”, pois muitos descendentes da rainha Victória, começando com um dos seus filhos, foram afetados pela doença. Os diferentes tipos de hemofilia são decorrentes de deficiências de fatores distintos da coagulação sanguínea e exibem diversos graus de gravidade, variando de tendências hemorrágicas leves a significativas. A hemofilia é caracterizada por hemorragias intramusculares e subcutâneas traumáticas ou espontâneas, sangramentos nasais, hematúria e hemorragias nas articulações que provocam dor e dano tecidual. O tratamento envolve transfusões de plasma fresco ou concentrados do fator de coagulação deficiente para atenuar a tendência ao sangramento. Outro tratamento é a desmopressina (DDAVP), que pode elevar os níveis dos fatores de crescimento. Leucemia O termo leucemia se refere a um grupo de cânceres da medula óssea vermelha em que leucócitos anormais se multiplicam de maneira descontrolada. O acúmulo de leucócitos cancerosos na medula óssea vermelha interfere na produção de hemácias, leucócitos e plaquetas. Em consequência disso, a capacidade de transportar oxigênio do sangue diminui, o indivíduo se torna mais suscetível à infecção e a coagulação sanguínea se torna anormal. Na maioria das leucemias, os leucócitos cancerosos se espalham para os linfonodos, o fígado e o baço, provocando o aumento do tamanho desses órgãos. Todas as leucemias provocam os sinais/sintomas usuais de anemia (fadiga, intolerância ao frio e pele pálida). Além disso, podem ocorrer perda de peso, febre, sudorese noturna, sangramento excessivo e infecções recorrentes. Em geral, as leucemias são classificadas como agudas (os sinais/sintomas se desenvolvem rapidamente) e crônicas (os sinais/sintomas podem levar anos para se desenvolver). As leucemias também são classificadas com base no tipo de leucócito que se tornou maligno. A leucemia linfoblástica envolve células derivadas das células-tronco linfoides (linfoblastos) e/ou linfócitos. A leucemia mieloide acomete células derivadas de células-tronco mieloides (mieloblastos). Combinando o surgimento dos sinais/sintomas e as células envolvidas, existem quatro tipos de leucemia: • A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é a leucemia mais comum em crianças, porém adultos também podem desenvolvê-la. • A leucemia mieloide aguda (LMA) afeta tanto crianças quanto adultos. • A anemia linfoblástica crônica (ALC) é a leucemia mais comum em adultos, geralmente com mais de 55 anos. • A leucemia mieloide crônica (LMC) ocorre principalmente em adultos. A causa da maioria dos tipos de leucemia não é conhecida. No entanto, alguns fatores de risco já foram implicados, e incluem exposição a radiação ou quimioterapia para outros cânceres, fatores genéticos (alguns problemas genéticos como síndrome de Down), fatores ambientais (tabagismo e benzeno) e microrganismos como o vírus da leucemia/linfoma de células T humanas 1 (HTLV1) e o vírus EpsteinBarr (EBV). As opções de tratamento englobam agentes citotóxicos, irradiação, transplante de células- tronco, interferona, anticorpos e transfusão de sangue. • Cianose. Alteração de cor discretamente azulada/arroxeada da pele, observada com mais facilidade nos leitos ungueais e nas túnicas mucosas devido ao aumento da concentração de hemoglobina reduzida, que consiste em hemoglobina não combinada com o oxigênio no sangue sistêmico. • Flebotomista. Técnico especializado em coletar sangue. • Gamaglobulina. Solução de imunoglobulinas do sangue que consiste em anticorpos que reagem com patógenos específicos, como vírus. É preparada com a injeção do vírusespecífico em animais, remoção de sangue dos animais após acúmulo dos anticorpos, isolamento dos anticorpos e sua injeção no ser humano a fim de conferir imunidade a curto prazo. • Hemocromatose. Distúrbio do metabolismo do ferro caracterizado pela absorção excessiva de ferro ingerido e excesso de depósito de ferro nos tecidos (especialmente fígado, coração, hipófise, gônadas e pâncreas) que resulta em coloração bronzeada da pele, cirrose, diabetes melito e anormalidades ósseas e articulares. • Hemodiluição normovolêmica aguda. Remoção de sangue imediatamente antes da cirurgia e sua substituição por uma solução acelular para manter o volume sanguíneo suficiente para a circulação adequada. Ao final da cirurgia, uma vez controlado o sangramento, o sangue coletado é devolvido ao corpo. • Hemorragia. Perda de grande volume de sangue; pode ser interna (dos vasos sanguíneos para os tecidos) ou externa (dos vasos sanguíneos diretamente para a superfície do corpo). • Icterícia. Coloração amarelada anormal da esclera dos olhos, da pele e das túnicas mucosas devido ao excesso de bilirrubina (pigmento amareloalaranjado) no sangue. As três principais categorias de icterícia são icterícia pré-hepática, devido ao excesso de produção de bilirrubina; icterícia hepática, processamento de bilirrubina anormal pelo fígado causado por doença hepática congênita, cirrose (formação de tecido cicatricial) hepática ou hepatite (inflamação do fígado); e icterícia extra(pós)hepática, devido ao bloqueio da drenagem de bile por cálculos biliares ou câncer do intestino ou pâncreas. • Sangue total. Sangue contendo todos os elementos figurados, plasma e solutos do plasma em concentrações naturais. • Septicemia. Existência e multiplicação de toxinas ou bactérias causadoras de doença no sangue. • Transfusão pré-operatória autóloga. Doação de sangue da própria pessoa; pode ser feita até 6 semanas antes de uma cirurgia eletiva. Também chamada de pré- doação. Esse procedimento elimina o risco de incompatibilidade e de doenças transmitidas pelo sangue. • Trombocitopenia. Contagem de plaquetas muito baixa que resulta em tendência dos capilares ao sangramento. • Venissecção. Incisão de uma veia para coleta de sangue. Embora flebotomia seja sinônimo de venissecção, na prática clínica, a flebotomia se refere à sangria terapêutica como a remoção de um pouco de sangue para reduzir sua viscosidade no paciente com policitemia.
Compartilhar