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Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO 1. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1.1 Conceitos País - se refere aos aspectos físicos, ao habitat, ao torrão nacional; manifesta a unidade geográfica, histórica, econômica e cultural das terras ocupadas pelos brasileiros. Estado - é uma ordenação que tem por fim específico e essencial a regulamentação global das relações sociais entre os membros de uma dada população sobre um dado território; constitui-se de um poder soberano de um povo situado num território com certas finalidades; a constituição organiza esses elementos. Território - é o limite espacial dentro do qual o Estado exerce de modo efetivo o poder de império sobre pessoas e bens. Formas de estado Considera os modos pelos quais se estrutura a sociedade estatal, permitindo identificar as comunidades políticas em cujo âmbito de validade o exercício do poder ocorre, de modo centralizado ou descentralizado. Pode ser: a) Estado Unitário: quando existir um único centro dotado de capacidade legislativa, administrativa e política, do qual emanam todos os comandos normativos e no qual se concentram todas as competências constitucionais, ocorre a FORMA UNITÁRIA de ESTADO. b) Estado Federal: quando as capacidades políticas, legislativas e administrativas são atribuídas constitucionalmente a entes regionais, que passam a gozar de autonomias próprias, surge a FORMA FEDERATIVA. Neste caso, as autonomias regionais não são fruto de delegação voluntária de um centro único de poder, mas se originam na própria Constituição, o que impede a retirada de competências por ato voluntário de poder central. ESTADO FEDERADO não significa necessariamente Estado descentralizado. Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social c) Federalismo: refere-se a uma forma de Estado (federação ou Estado Federal) caracterizada pela união de coletividades públicas dotadas de autonomia político- constitucional, autonomia federativa; a federação consiste na união de coletividades regionais autônomas (estados federados, estados-membros ou estado). d) União: é a entidade federal formada pela reunião das partes componentes, constituindo pessoa jurídica de Direito Público interno, autônoma em relação aos Estados e a que cabe exercer as prerrogativas da soberania do Estado brasileiro. A autonomia federativa assenta-se em dois elementos: a) na existência de órgãos governamentais próprios; b) na posse de competências exclusivas. O Estado Federal apresenta-se como um Estado que, embora parecendo único nas relações internacionais, é constituído por Estados-membros dotados de autonomia, notadamente quanto ao exercício de capacidade normativa sobre matérias reservadas à sua competência. Formas de Governo Define o modo de organização política e de regência do corpo estatal, ou seja, o modo pelo qual se exerce o poder. Pode ser: a) República: quando o poder for exercido pelo povo, através de mandatários eleitos temporariamente, surge a forma republicada, b) Monarquia: quando o poder é exercido por quem o detém naturalmente, sem representar o povo através de mandato, surge a forma monárquica de governo. Regimes de governo Refere-se ao modo pelo qual se relacionam os Poderes Executivo e Legislativo. Pode ser: a) Parlamentarismo: a função de Chefe de Estado é exercida pelo Presidente ou pelo Monarca e a de Chefe de Governo pelo Primeiro Ministro, que chefia o Gabinete. Parte da atividade do Executivo é deslocada para o Legislativo. Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social b) Presidencialismo: o Presidente CONCENTRA as funções de Chefe de Estado e de Chefe de Governo. 1.2 Elementos O Estado é constituído de três elementos originários e indissociáveis: Povo, Território e Governo soberano. Povo é o componente humano do Estado; Território, a sua base física; Governo soberano, o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto de autodeterminação e auto-organização emanado do Povo. 1.3 Poderes e Organização Não há nem pode haver Estado independente sem Soberania, isto é, sem esse poder absoluto, indivisível e incontrastável de organizar-se e de conduzir-se segundo a vontade livre de seu Povo e de fazer cumprir as suas decisões inclusive pela força, se necessário. A vontade estatal apresenta-se e se manifesta através dos denominados Poderes de Estado. Os Poderes de Estado adotados nos Estados de Direito, são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, independentes e harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente indelegáveis (art. 2º da CF). A organização do Estado é matéria constitucional no que concerne à divisão política do território nacional, a estruturação dos Poderes, à forma de Governo, ao modo de investidura dos governantes, aos direitos e garantias dos governados. No Estado Federal, a organização política era dual, abrangendo unicamente a União (detentora da Soberania) e os Estados-membros ou Províncias (com autonomia política, além da administrativa e financeira). Agora, a nossa Federação compreende a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios, que também são entidades estatais, com autonomia política reconhecida pela Constituição da República (art. 18), embora em menor grau que a dos Estados-membros (art. 25). Na nossa Federação, portanto, as entidades estatais, ou seja, Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social entidades com autonomia política (além da administrativa e financeira), SÃO UNICAMENTE a União, os Estados membros, os Municípios e o Distrito Federal. As demais pessoas jurídicas instituídas ou autorizadas a se constituírem por lei ou são autarquias, ou são fundações, ou são entidades paraestatais. Esse conjunto de entidades estatais, autárquicas, fundacionais e paraestatais constitui a Administração Pública em sentido instrumental amplo, ou seja, a Administração centralizada e a descentralizada, atualmente denominada direta e indireta. 1.4 Natureza, Fins e Princípios Em sentido lato, administrar é gerir interesses, segundo a lei, a moral e a finalidade dos bens entregues à guarda e conservação alheias. - Se os bens e interesses geridos são individuais, realiza-se administração particular; Se são da coletividade, realiza-se administração pública. Administração Pública, portanto, é a gestão de bens e interesses qualificados da comunidade no âmbito federal, estadual ou municipal, segundo os preceitos do Direito e da moral, visando ao bem comum. Subjetivamente, a Administração Pública é o conjunto de órgãos a serviços do Estado e - Objetivamente a Administração Pública é a expressão do Estado agindo in concreto para satisfação de seus fins de conservação, de bem-estar individual dos cidadãos e de progresso social. A natureza da Administração Pública é a de um múnus público para quem a exerce, isto é, a de um encargo de defesa, conservação e aprimoramento dos bens, serviços e interesses da coletividade. Como tal, impõe-se ao administrador público a obrigação de cumprir fielmente os preceitos do Direito e da moral administrativa que regem a sua atuação. Ao ser investido em função ou cargo público, todo agente do poder assume para com a coletividade o compromisso de bem servi-la, porque outro não é o desejo do povo, como legitimo destinatário dos bens, serviços e interesses administrados pelo Estado. Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social Os fins da Administração Pública resumem-se num único objetivo: o bem comum da coletividade administrada. Toda atividade do administrador público deve ser orientada para esse objetivo. Se dele o administrador se afasta ou desvia, trai o mandato de que está investido, porque a comunidade não institui a administraçãosendo como meio de atingir o bem-estar social. Ilícito e imoral será todo ato administrativo que não for praticado no interesse da coletividade. Supremacia do Interesse Público: é o princípio que determina privilégios jurídicos e um patamar de superioridade do interesse público sobre o particular; Indisponibilidade do interesse Público: limita a supremacia; o interesse público não pode ser livremente disposto pelo administrador que, necessariamente, deve atuar nos limites da lei. Sendo o interesse público indisponível, por consequência, não pode ser objeto de: 1) renúncia; 2) transação; 3) alienação; ou 4) ônus ou gravame. Interesse Público Primário: Interesse da coletividade, de todos, da sociedade. O real interesse público. Interesse Público Secundário: Interesse da administração pública na condição de pessoa jurídica. Somente podem ser perseguidos quando coincidentes com os interesses primários. 2. PODERES ADMINISTRATIVOS A Administração Pública possui poderes que lhe são inerentes, e decorrem dos princípios administrativos. São necessários para a consecução da atividade administrativa e nascem com a Administração Pública. Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social São distintos segundo a exigência do serviço e do interesse públicos e quanto aos objetivos que a Administração almeja alcançar. Sem eles a Administração não poderia sobrepor a vontade da lei à vontade individual. Não são os poderes uma faculdade da Administração, mas um tipo de poder-dever, já que são irrenunciáveis. 2.1 Poder Vinculado - é aquele que a lei atribui à administração, para o ato de sua competência, estabelecendo elementos e requisitos necessários para sua formalização. A norma legal condiciona a expedição do ato aos dados constantes de seu texto. A administração fica sem liberdade para a expedição do ato. É a lei que regula o comportamento a ser seguido. Ex.: aposentadoria compulsória aos 70 anos. 2.2 Poder Discricionário - é a faculdade conferida à autoridade administrativa para, diante de certa circunstância, escolher uma dentre várias soluções possíveis á liberdade na escolha de conveniência e oportunidade. Ex.: pedido de porte de armas – a administração pode ou não deferir o pedido, após analisar o caso. 2.3 Poder Hierárquico - é o poder “através do qual os órgãos e respectivas funções são escalonados numa relação de subordinação e de crescente responsabilidade”. Do poder hierárquico decorrem faculdades para o superior, tais como dar ordens e fiscalizar seu cumprimento, delegar e avocar atribuições e rever atos dos inferiores, decidir conflito de atribuições (choque de competência). Não existe hierarquia no judiciário e no legislativo em suas funções essenciais. Conflito de competência positivo – dois agentes se julgam competentes para a mesma matéria. O superior hierárquico aos dois é quem vai dirimir o conflito. Conflito de competência negativo – dois agentes se julgam incompetentes para a mesma matéria. Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social 2.4 Poder disciplinar - é o poder dado a autoridades administrativas, com o objetivo de apurar e punir faltas funcionais. O poder disciplinar não se confunde com o poder punitivo do Estado mediante a da justiça penal. Ele só abrange as infrações relacionadas com o serviço. O poder de aplicar a pena é o poder-dever, ou seja, o superior não pode ser condescendente na punição, ele não pode deixar de punir. É considerada a condescendência, na punição, crime contra a administração pública. 2.5 Poder regulamentar - é o poder de que dispõem os executivos, por meio de seus chefes (presidente, governadores e prefeitos) de explicar a lei, a forma correta de execução. Poder normativo - é a faculdade que tem a administração de emitir normas para disciplinar matérias não privativas de lei. Na administração direta, o chefe do Executivo, ministros, secretários, expedem atos que podem conter normas gerais destinadas a reger matérias de sua competência, com observância da Constituição e da lei. 2.6 Poder de polícia É a atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando direitos, interesses ou liberdades individuais, regula a prática do ato ou abstenção de fato, em razão do interesse público. É aplicado aos particulares (operatividade externa). Aplicado em defesa dos interesses públicos. Deve ter previsão legal. Em outras palavras, é toda a atividade administrativa limitadora do exercício de direitos individuais, em prol do interesse coletivo. Essas limitações recaem sobre a liberdade e a propriedade dos indivíduos. Segmentos Policia Administrativa Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social - incide sobre bens, direitos e atividades; - é regida pelo Direito Administrativo; - preventiva, age ‘ante factum’. Policia Judiciária - incide sobre as pessoas; - destina-se à responsabilização penal; - repressiva, age ‘pós factum’. 2.7 Uso e Abuso de Poder Uso de Poder O poder da autoridade pública tem limites e forma legal de utilização, não podendo ser desvirtuado para o arbítrio e o favoritismo, numa afronta aos princípios constitucionais que regem a Administração Pública. “O poder deve ser usado sem abuso, segundo as normas legais, de acordo com a moralidade e as exigências do interesse público”. O uso do poder é lícito; o abuso, sempre ilícito. Daí porque todo ato abusivo é nulo, por excesso ou desvio do poder. São formas de ABUSO DE PODER: o excesso de poder, o desvio de finalidade e a omissão. Abuso de Poder a) Excesso de poder Ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o ato, vai além do permitido e exorbita de suas faculdades administrativas. Fica configurado o crime de abuso de autoridade, previsto na Lei 4.898/65. b) Desvio de finalidade Verifica-se quando a autoridade, embora atuando nos limites de sua competência, pratica o ato por motivos ou fins diversos dos objetivados pela lei ou exigidos pelo interesse público. Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social Ex: quando uma autoridade decreta uma desapropriação alegando utilidade pública mas visando, na realidade, a satisfazer interesse pessoal ou favorecer algum particular. c) Omissão da Administração A inércia da Administração, retardando ato ou fato que deve praticar, caracteriza, também, abuso de poder, que enseja correção judicial e indenização ao prejudicado. 2.8 Responsabilidade por atos de abuso de poder São mecanismos judiciais e extrajudiciais para combater o abuso de poder: - mandado de segurança, utilizado para corrigir atos ilegais ou praticados com abuso de poder por autoridade pública, na forma do art. 1º da Lei 1.533/51; - direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder (CF, art. 5º, XXXIV, a); e - a punição nos termos da Lei 4.898/65, que regula o direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa, civil e penal, nos casos de abuso de autoridade. ********************************************************************** ***** LEI 8429/1992 – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, serão punidos na forma desta Lei. (art. 1º, Lei 8429/92) Agente Público Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,mandato, cargo, emprego ou função nas entidades da administração direta e indireta da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios. (art. 2º, Lei 8429/92) As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. (art.3º, Lei 8429/92). Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. (art. 5º, Lei 8429/92) No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. (art. 6º, Lei 8429/92) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta Lei até o limite do valor da herança. (art. 8º, Lei 8429/92) Enriquecimento Ilícito Quando o agente público auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas acima, e notadamente:(art. 9º, Lei 8429/92) 1 - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público; 2 - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas acima por preço superior ao valor de mercado, bem como a alienação de bem público por valor inferior a de mercado, 3 - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social 4 - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas acima, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; 5 - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; 6 - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas acima; 7 - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; 8 - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade; 9 - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; 10 - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado; 11 - usar ou incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio: bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas acima; PENA - Independentemente das sanções penais, civis e administrativas, previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações: perda da função pública; ressarcimento integral do dano, quando houver; Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; suspensão dos direitos políticos de 8 (oito) a 10 (dez) anos; pagamento de multa de até 3 vezes o valor do acréscimo patrimonial; proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 10 (dez) anos; Que causam lesão ao erário. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas, e notadamente: (art. 10, Lei 8429/92) 1- facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades já mencionadas; 2- permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades já mencionadas, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares; 3- doar à pessoa física, jurídica, bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistenciais, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades já mencionadas, sem observância das formalidades legais e regulamentares; 4- permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades já mencionadas, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado; 5- permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; 6- realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social 7- conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares; 8- frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente; 9- ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento; 10- agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público; 11- liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; 12- permitir, facilitar ou concorrer para que 3º se enriqueça ilicitamente; 13- permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades já mencionadas, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades. 14- celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei; 15- celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. PENA Independentemente das sanções penais, civis e administrativas, previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações: perda da função pública; ressarcimento integral do dano; perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância; suspensão dos direitos políticosde 5 (cinco) a 8 (oito) anos; pagamento de multa civil de até 2 (duas) vezes o valor do dano; proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 5 Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social (cinco) anos; Que atentam contra os princípios da Administração Pública Qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, e notadamente: (art. 11, Lei 429/92) 1 - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto na regra de competência; 2 - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; 3 - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; 4 - negar publicidade aos atos oficiais; 5 - frustrar a licitude de concurso público; 6 - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; 7 - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. PENAS - Independentemente as sanções penais, civis e administrativas, previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações: perda da função pública; ressarcimento integral do dano, se houver; suspensão dos direitos políticos de 3 (três) a 5 (cinco) anos; pagamento de multa civil de até 100 (cem) vezes o valor da remuneração percebida pelo agente; proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 (três) anos. PENAS (art. 12, Lei 8429/92) Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social Da Declaração de Bens A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no Serviço de Pessoal competente.(art. 13, Lei 8429/92) A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função. Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa. Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. (art. 14, Lei 8429/92) A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para Perda da Função Pública Ressarcimento ao Erário, se houver Suspensão dos Direitos Políticos Multa Proibição de Contratar com Poder Público Enriquecimento Ilícito SIM SIM 8 a 10 anos 3 x valor do dano 10 anos Causam Lesão ao Erário 5 a 8 anos 2 x valor do dano 5 anos Atentam contra os Princípios 3 a 5 anos 100 x remuneração 3 anos Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social apurar a prática de ato de improbidade. (art. 15, Lei 8429/92) Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio Público, se não intervier no processo como parte, atuará, obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. (art. 17, § 4º, Lei 8429/92) Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. 18ª Ed. São Paulo: Método, 2010. BRASIL. Lei nº 8.429, de 02 de junho de 1992. Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências. IURK, Cassiano Luiz. Noções de Direito Administrativo. Cuiabá: EdUFMT; Curitiba: UFPR, 2008.
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