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Disciplina - Direito Administrativo

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Escola de Formação da Secretaria de Estado de Defesa Social 
 
 
DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
1. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
1.1 Conceitos 
País - se refere aos aspectos físicos, ao habitat, ao torrão nacional; manifesta a unidade 
geográfica, histórica, econômica e cultural das terras ocupadas pelos brasileiros. 
Estado - é uma ordenação que tem por fim específico e essencial a regulamentação 
global das relações sociais entre os membros de uma dada população sobre um dado 
território; constitui-se de um poder soberano de um povo situado num território com 
certas finalidades; a constituição organiza esses elementos. 
Território - é o limite espacial dentro do qual o Estado exerce de modo efetivo o poder 
de império sobre pessoas e bens. 
 
Formas de estado 
Considera os modos pelos quais se estrutura a sociedade estatal, permitindo 
identificar as comunidades políticas em cujo âmbito de validade o exercício do poder 
ocorre, de modo centralizado ou descentralizado. 
 Pode ser: 
a) Estado Unitário: quando existir um único centro dotado de capacidade legislativa, 
administrativa e política, do qual emanam todos os comandos normativos e no qual se 
concentram todas as competências constitucionais, ocorre a FORMA UNITÁRIA de 
ESTADO. 
b) Estado Federal: quando as capacidades políticas, legislativas e administrativas são 
atribuídas constitucionalmente a entes regionais, que passam a gozar de autonomias 
próprias, surge a FORMA FEDERATIVA. Neste caso, as autonomias regionais não são 
fruto de delegação voluntária de um centro único de poder, mas se originam na própria 
Constituição, o que impede a retirada de competências por ato voluntário de poder 
central. ESTADO FEDERADO não significa necessariamente Estado descentralizado. 
 
 
 
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c) Federalismo: refere-se a uma forma de Estado (federação ou Estado Federal) 
caracterizada pela união de coletividades públicas dotadas de autonomia político-
constitucional, autonomia federativa; a federação consiste na união de coletividades 
regionais autônomas (estados federados, estados-membros ou estado). 
d) União: é a entidade federal formada pela reunião das partes componentes, 
constituindo pessoa jurídica de Direito Público interno, autônoma em relação aos 
Estados e a que cabe exercer as prerrogativas da soberania do Estado brasileiro. 
A autonomia federativa assenta-se em dois elementos: 
a) na existência de órgãos governamentais próprios; 
b) na posse de competências exclusivas. 
O Estado Federal apresenta-se como um Estado que, embora parecendo único 
nas relações internacionais, é constituído por Estados-membros dotados de autonomia, 
notadamente quanto ao exercício de capacidade normativa sobre matérias reservadas à 
sua competência. 
 
Formas de Governo 
Define o modo de organização política e de regência do corpo estatal, ou seja, o 
modo pelo qual se exerce o poder. 
Pode ser: 
a) República: quando o poder for exercido pelo povo, através de mandatários eleitos 
temporariamente, surge a forma republicada, 
b) Monarquia: quando o poder é exercido por quem o detém naturalmente, sem 
representar o povo através de mandato, surge a forma monárquica de governo. 
 
Regimes de governo 
Refere-se ao modo pelo qual se relacionam os Poderes Executivo e Legislativo. 
Pode ser: 
a) Parlamentarismo: a função de Chefe de Estado é exercida pelo Presidente ou pelo 
Monarca e a de Chefe de Governo pelo Primeiro Ministro, que chefia o Gabinete. Parte 
da atividade do Executivo é deslocada para o Legislativo. 
 
 
 
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b) Presidencialismo: o Presidente CONCENTRA as funções de Chefe de Estado e de 
Chefe de Governo. 
 
1.2 Elementos 
O Estado é constituído de três elementos originários e indissociáveis: Povo, 
Território e Governo soberano. 
Povo é o componente humano do Estado; 
Território, a sua base física; 
Governo soberano, o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder 
absoluto de autodeterminação e auto-organização emanado do Povo. 
 
1.3 Poderes e Organização 
Não há nem pode haver Estado independente sem Soberania, isto é, sem esse 
poder absoluto, indivisível e incontrastável de organizar-se e de conduzir-se segundo a 
vontade livre de seu Povo e de fazer cumprir as suas decisões inclusive pela força, se 
necessário. 
A vontade estatal apresenta-se e se manifesta através dos denominados Poderes 
de Estado. 
Os Poderes de Estado adotados nos Estados de Direito, são o Legislativo, o 
Executivo e o Judiciário, independentes e harmônicos entre si e com suas funções 
reciprocamente indelegáveis (art. 2º da CF). 
 A organização do Estado é matéria constitucional no que concerne à divisão 
política do território nacional, a estruturação dos Poderes, à forma de Governo, ao modo 
de investidura dos governantes, aos direitos e garantias dos governados. 
No Estado Federal, a organização política era dual, abrangendo unicamente a 
União (detentora da Soberania) e os Estados-membros ou Províncias (com autonomia 
política, além da administrativa e financeira). 
Agora, a nossa Federação compreende a União, os Estados-membros, o Distrito 
Federal e os Municípios, que também são entidades estatais, com autonomia política 
reconhecida pela Constituição da República (art. 18), embora em menor grau que a dos 
Estados-membros (art. 25). Na nossa Federação, portanto, as entidades estatais, ou seja, 
 
 
 
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entidades com autonomia política (além da administrativa e financeira), SÃO 
UNICAMENTE a União, os Estados membros, os Municípios e o Distrito Federal. 
As demais pessoas jurídicas instituídas ou autorizadas a se constituírem por lei 
ou são autarquias, ou são fundações, ou são entidades paraestatais. 
 Esse conjunto de entidades estatais, autárquicas, fundacionais e paraestatais 
constitui a Administração Pública em sentido instrumental amplo, ou seja, a 
Administração centralizada e a descentralizada, atualmente denominada direta e 
indireta. 
 
1.4 Natureza, Fins e Princípios 
Em sentido lato, administrar é gerir interesses, segundo a lei, a moral e a 
finalidade dos bens entregues à guarda e conservação alheias. - Se os bens e interesses 
geridos são individuais, realiza-se administração particular; Se são da coletividade, 
realiza-se administração pública. 
Administração Pública, portanto, é a gestão de bens e interesses qualificados da 
comunidade no âmbito federal, estadual ou municipal, segundo os preceitos do Direito e 
da moral, visando ao bem comum. 
 Subjetivamente, a Administração Pública é o conjunto de órgãos a serviços do Estado e 
- Objetivamente a Administração Pública é a expressão do Estado agindo in concreto 
para satisfação de seus fins de conservação, de bem-estar individual dos cidadãos e de 
progresso social. 
A natureza da Administração Pública é a de um múnus público para quem a 
exerce, isto é, a de um encargo de defesa, conservação e aprimoramento dos bens, 
serviços e interesses da coletividade. 
Como tal, impõe-se ao administrador público a obrigação de cumprir fielmente 
os preceitos do Direito e da moral administrativa que regem a sua atuação. 
Ao ser investido em função ou cargo público, todo agente do poder assume para 
com a coletividade o compromisso de bem servi-la, porque outro não é o desejo do 
povo, como legitimo destinatário dos bens, serviços e interesses administrados pelo 
Estado. 
 
 
 
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Os fins da Administração Pública resumem-se num único objetivo: o bem 
comum da coletividade administrada. 
Toda atividade do administrador público deve ser orientada para esse objetivo. 
Se dele o administrador se afasta ou desvia, trai o mandato de que está investido, porque 
a comunidade não institui a administraçãosendo como meio de atingir o bem-estar 
social. Ilícito e imoral será todo ato administrativo que não for praticado no interesse da 
coletividade. 
 
Supremacia do Interesse Público: é o princípio que determina privilégios jurídicos e 
um patamar de superioridade do interesse público sobre o particular; 
 
Indisponibilidade do interesse Público: limita a supremacia; o interesse público não 
pode ser livremente disposto pelo administrador que, necessariamente, deve atuar nos 
limites da lei. 
Sendo o interesse público indisponível, por consequência, não pode ser objeto 
de: 
1) renúncia; 
2) transação; 
3) alienação; ou 
4) ônus ou gravame. 
 
Interesse Público Primário: Interesse da coletividade, de todos, da sociedade. O real 
interesse público. 
 
Interesse Público Secundário: Interesse da administração pública na condição de 
pessoa jurídica. Somente podem ser perseguidos quando coincidentes com os interesses 
primários. 
 
2. PODERES ADMINISTRATIVOS 
A Administração Pública possui poderes que lhe são inerentes, e decorrem dos 
princípios administrativos. São necessários para a consecução da atividade 
administrativa e nascem com a Administração Pública. 
 
 
 
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São distintos segundo a exigência do serviço e do interesse públicos e quanto aos 
objetivos que a Administração almeja alcançar. 
 Sem eles a Administração não poderia sobrepor a vontade da lei à vontade 
individual. Não são os poderes uma faculdade da Administração, mas um tipo de 
poder-dever, já que são irrenunciáveis. 
 
2.1 Poder Vinculado - é aquele que a lei atribui à administração, para o ato de sua 
competência, estabelecendo elementos e requisitos necessários para sua formalização. A 
norma legal condiciona a expedição do ato aos dados constantes de seu texto. A 
administração fica sem liberdade para a expedição do ato. 
 É a lei que regula o comportamento a ser seguido. 
Ex.: aposentadoria compulsória aos 70 anos. 
 
2.2 Poder Discricionário - é a faculdade conferida à autoridade administrativa para, 
diante de certa circunstância, escolher uma dentre várias soluções possíveis á liberdade 
na escolha de conveniência e oportunidade. 
 Ex.: pedido de porte de armas – a administração pode ou não deferir o pedido, após 
analisar o caso. 
 
2.3 Poder Hierárquico - é o poder “através do qual os órgãos e respectivas funções são 
escalonados numa relação de subordinação e de crescente responsabilidade”. 
 Do poder hierárquico decorrem faculdades para o superior, tais como dar ordens 
e fiscalizar seu cumprimento, delegar e avocar atribuições e rever atos dos inferiores, 
decidir conflito de atribuições (choque de competência). 
Não existe hierarquia no judiciário e no legislativo em suas funções essenciais. 
 
Conflito de competência positivo – dois agentes se julgam competentes para a mesma 
matéria. O superior hierárquico aos dois é quem vai dirimir o conflito. 
Conflito de competência negativo – dois agentes se julgam incompetentes para a 
mesma matéria. 
 
 
 
 
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2.4 Poder disciplinar - é o poder dado a autoridades administrativas, com o objetivo de 
apurar e punir faltas funcionais. 
O poder disciplinar não se confunde com o poder punitivo do Estado mediante a 
da justiça penal. 
 Ele só abrange as infrações relacionadas com o serviço. 
O poder de aplicar a pena é o poder-dever, ou seja, o superior não pode ser 
condescendente na punição, ele não pode deixar de punir. 
É considerada a condescendência, na punição, crime contra a administração 
pública. 
 
2.5 Poder regulamentar - é o poder de que dispõem os executivos, por meio de seus 
chefes (presidente, governadores e prefeitos) de explicar a lei, a forma correta de 
execução. 
 
Poder normativo - é a faculdade que tem a administração de emitir normas para 
disciplinar matérias não privativas de lei. Na administração direta, o chefe do 
Executivo, ministros, secretários, expedem atos que podem conter normas gerais 
destinadas a reger matérias de sua competência, com observância da Constituição e da 
lei. 
 
2.6 Poder de polícia 
É a atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando direitos, 
interesses ou liberdades individuais, regula a prática do ato ou abstenção de fato, em 
razão do interesse público. É aplicado aos particulares (operatividade externa). Aplicado 
em defesa dos interesses públicos. 
Deve ter previsão legal. Em outras palavras, é toda a atividade administrativa 
limitadora do exercício de direitos individuais, em prol do interesse coletivo. 
Essas limitações recaem sobre a liberdade e a propriedade dos indivíduos. 
 
Segmentos 
Policia Administrativa 
 
 
 
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- incide sobre bens, direitos e atividades; 
- é regida pelo Direito Administrativo; 
- preventiva, age ‘ante factum’. 
 
Policia Judiciária 
- incide sobre as pessoas; 
- destina-se à responsabilização penal; 
- repressiva, age ‘pós factum’. 
 
2.7 Uso e Abuso de Poder 
Uso de Poder 
O poder da autoridade pública tem limites e forma legal de utilização, não 
podendo ser desvirtuado para o arbítrio e o favoritismo, numa afronta aos princípios 
constitucionais que regem a Administração Pública. 
“O poder deve ser usado sem abuso, segundo as normas legais, de acordo com 
a moralidade e as exigências do interesse público”. 
O uso do poder é lícito; o abuso, sempre ilícito. 
 Daí porque todo ato abusivo é nulo, por excesso ou desvio do poder. 
 São formas de ABUSO DE PODER: o excesso de poder, o desvio de finalidade 
e a omissão. 
 
Abuso de Poder 
a) Excesso de poder 
Ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o ato, vai além do 
permitido e exorbita de suas faculdades administrativas. 
Fica configurado o crime de abuso de autoridade, previsto na Lei 4.898/65. 
 
b) Desvio de finalidade 
Verifica-se quando a autoridade, embora atuando nos limites de sua 
competência, pratica o ato por motivos ou fins diversos dos objetivados pela lei ou 
exigidos pelo interesse público. 
 
 
 
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Ex: quando uma autoridade decreta uma desapropriação alegando utilidade pública 
mas visando, na realidade, a satisfazer interesse pessoal ou favorecer algum particular. 
 
c) Omissão da Administração 
A inércia da Administração, retardando ato ou fato que deve praticar, 
caracteriza, também, abuso de poder, que enseja correção judicial e indenização ao 
prejudicado. 
 
2.8 Responsabilidade por atos de abuso de poder 
São mecanismos judiciais e extrajudiciais para combater o abuso de poder: 
- mandado de segurança, utilizado para corrigir atos ilegais ou praticados com abuso de 
poder por autoridade pública, na forma do art. 1º da Lei 1.533/51; 
- direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou 
abuso de poder (CF, art. 5º, XXXIV, a); e 
- a punição nos termos da Lei 4.898/65, que regula o direito de representação e o 
processo de responsabilidade administrativa, civil e penal, nos casos de abuso de 
autoridade. 
 
**********************************************************************
***** 
 LEI 8429/1992 – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
Os atos de improbidade praticados por 
qualquer agente público, servidor ou não, 
contra a administração direta, indireta ou 
fundacional de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios, de Território, serão punidos na 
forma desta Lei. (art. 1º, Lei 8429/92) 
 
 
 Agente Público 
 
 
 
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Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,mandato, cargo, emprego ou função nas entidades da administração direta e 
indireta da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios. (art. 2º, Lei 8429/92) 
As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo 
agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele 
se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. (art.3º, Lei 8429/92). Ocorrendo 
lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de 
terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. (art. 5º, Lei 8429/92) 
No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os 
bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. (art. 6º, Lei 8429/92) 
O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer 
ilicitamente está sujeito às cominações desta Lei até o limite do valor da herança. 
(art. 8º, Lei 8429/92) 
 
 Enriquecimento Ilícito 
Quando o agente público auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em 
razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades 
mencionadas acima, e notadamente:(art. 9º, Lei 8429/92) 
1 - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou 
qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de 
comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, 
direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou 
omissão decorrente das atribuições do agente público; 
2 - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, 
permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços 
pelas entidades referidas acima por preço superior ao valor de mercado, 
bem como a alienação de bem público por valor inferior a de mercado, 
3 - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, 
permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente 
estatal por preço inferior ao valor de mercado 
 
 
 
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4 - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou 
material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer 
das entidades mencionadas acima, bem como o trabalho de servidores 
públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; 
5 - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, 
para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de 
narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade 
ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; 
6 - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, 
para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas 
ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade 
ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das 
entidades mencionadas acima; 
7 - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego 
ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja 
desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; 
8 - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou 
assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível 
de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições 
do agente público, durante a atividade; 
9 - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de 
verba pública de qualquer natureza; 
10 - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, 
para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado; 
11 - usar ou incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio: bens, rendas, 
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades 
mencionadas acima; 
PENA - Independentemente das sanções penais, civis e administrativas, previstas na 
legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes 
cominações: perda da função pública; 
 ressarcimento integral do dano, quando houver; 
 
 
 
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 perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; 
 suspensão dos direitos políticos de 8 (oito) a 10 (dez) anos; 
 pagamento de multa de até 3 vezes o valor do acréscimo 
patrimonial; 
 proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou 
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por 
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 10 
(dez) anos; 
 
 Que causam lesão ao erário. 
 Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer 
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, 
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas, e 
notadamente: (art. 10, Lei 8429/92) 
1- facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio 
particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do 
acervo patrimonial das entidades já mencionadas; 
2- permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, 
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades já mencionadas, sem 
a observância das formalidades legais ou regulamentares; 
3- doar à pessoa física, jurídica, bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins 
educativos ou assistenciais, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer 
das entidades já mencionadas, sem observância das formalidades legais e 
regulamentares; 
4- permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do 
patrimônio de qualquer das entidades já mencionadas, ou ainda a prestação de serviço 
por parte delas, por preço inferior ao de mercado; 
5- permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço 
superior ao de mercado; 
6- realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares 
ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; 
 
 
 
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7- conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades 
legais ou regulamentares; 
8- frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente; 
9- ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou 
regulamento; 
10- agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz 
respeito à conservação do patrimônio público; 
11- liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou 
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; 
12- permitir, facilitar ou concorrer para que 3º se enriqueça ilicitamente; 
13- permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, 
equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de 
qualquer das entidades já mencionadas, bem como o trabalho de servidor público, 
empregados ou terceiros contratados por essas entidades. 
14- celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de 
serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas 
na lei; 
15- celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação 
orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. 
PENA Independentemente das sanções penais, civis e administrativas, previstas na 
legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes 
cominações: 
 perda da função pública; 
 ressarcimento integral do dano; 
 perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se 
concorrer esta circunstância; 
 suspensão dos direitos políticosde 5 (cinco) a 8 (oito) anos; 
 pagamento de multa civil de até 2 (duas) vezes o valor do dano; 
 proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou 
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por 
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 5 
 
 
 
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(cinco) anos; 
 
 Que atentam contra os princípios da Administração Pública 
Qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, 
imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, e notadamente: (art. 11, 
Lei 429/92) 
1 - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele 
previsto na regra de competência; 
2 - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; 
3 - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das 
atribuições e que deva permanecer em segredo; 
4 - negar publicidade aos atos oficiais; 
5 - frustrar a licitude de concurso público; 
6 - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; 
7 - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva 
divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de 
mercadoria, bem ou serviço. 
PENAS - Independentemente as sanções penais, civis e administrativas, 
previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade 
sujeito às seguintes cominações: 
 perda da função pública; 
 ressarcimento integral do dano, se houver; 
 suspensão dos direitos políticos de 3 (três) a 5 (cinco) anos; 
 pagamento de multa civil de até 100 (cem) vezes o valor da 
remuneração percebida pelo agente; 
 proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou 
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por 
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 
3 (três) anos. 
 
 
PENAS (art. 12, Lei 8429/92) 
 
 
 
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 Da Declaração de Bens 
 A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de 
declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser 
arquivada no Serviço de Pessoal competente.(art. 13, Lei 8429/92) 
 
 A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente 
público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função. 
 
 Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo 
de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração 
dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa. 
 
 Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial 
 Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para 
que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. 
(art. 14, Lei 8429/92) 
 A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a 
qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação 
das provas de que tenha conhecimento. 
 A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao 
Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para 
Perda da 
Função Pública 
Ressarcimento 
ao Erário, se 
houver 
Suspensão 
dos 
Direitos 
Políticos 
Multa 
Proibição de 
Contratar com 
Poder Público 
Enriquecimento 
Ilícito 
SIM SIM 
8 a 10 anos 
3 x valor do 
dano 
10 anos 
Causam Lesão 
ao Erário 
5 a 8 anos 
2 x valor do 
dano 
5 anos 
Atentam 
contra os 
Princípios 
3 a 5 anos 
100 x 
remuneração 
3 anos 
 
 
 
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apurar a prática de ato de improbidade. (art. 15, Lei 8429/92) 
 Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao 
Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a 
decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido 
ilicitamente ou causado dano ao patrimônio Público, se não intervier no processo 
como parte, atuará, obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. (art. 
17, § 4º, Lei 8429/92) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. 
18ª Ed. São Paulo: Método, 2010. 
BRASIL. Lei nº 8.429, de 02 de junho de 1992. Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos 
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, 
emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras 
providências. 
IURK, Cassiano Luiz. Noções de Direito Administrativo. Cuiabá: EdUFMT; Curitiba: 
UFPR, 2008.

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