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@projetomonitoriacas 1 Projeto Monitoria DIREITO ADMINISTRATIVO - RESUMO CAS/2020 ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA Direito Administrativo é o ramo do direito público que trata de princípios e regras que disciplinam a função administrativa e que abrange entes, órgãos, agentes e atividades desempenhadas pela Administração Pública na consecução do interesse público. Desconcentração e Descentralização E como a Administração Pública se organiza? Para isso ela faz uso de técnicas: aqui vamos tratar da desconcentração e da descentralização. DescOncentração ocorre unicamente dentro de um mesmo órgão. Assim, a desoncentração trata-se de uma mera técnica administrativa de distribuição interna de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica. Na desconcentração não se cria outra entidade e há hierarquia. (DescOncentração observe O de órgão) DescEntralização ocorre quando o Estado não dá conta de exercer suas tarefas sozinho. É a transferência da atividade administrativa para outra pessoa, física ou jurídica, integrante ou não do aparelho estatal, que no momento oportuno será estudado. Ou seja, ele cria outra Entidade. A chamada Administração Pública Indireta. (DescEntralização observe E de entidade) Órgão Público São repartições internas do Estado, criadas a partir da desconcentração administrativa e necessária a sua organização, sendo justificada pela necessidade de especialização, tornando a atuação estatal mais eficiente. Características • A criação e a extinção de um órgão público dependem de lei, em regra, sendo de iniciativa do Chefe do Executivo; já seu funcionamento será estabelecido por decreto do chefe do Executivo. • O órgão público não tem capacidade processual, isto é, não pode demandar ou ser demandado em juízo (não pode processar ou ser processado). Tem exceção? Sim. Quem? Os Sentido Subjetivo ou Formal: conjunto de órgãos, entidades e agentes incumbidos de exercer a função administrativa. Sentido Objetivo ou Material: as atividades da administração. A própria função administrativa. @projetomonitoriacas 2 Projeto Monitoria que atuam em defesa do consumidor ou os que são da cúpula da hierarquia administrativa que atuam em defesa de suas prerrogativas institucionais. Classificação dos órgãos ❖ Quanto à posição que o órgão ocupa na escala governamental ou administrativa: Órgãos independentes São órgãos originários da Constituição e representativo dos Poderes do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário); Não se subordinam a nenhum outro órgão público, e somente submetendo-se ao controle recíproco previsto no teto constitucional. Órgãos autônomos Imediatamente subordinados aos órgãos independentes, isto é, aso chefes dos órgãos independentes. Desenvolve as funções de planejamento, supervisão, coordenação e controle, como Ministérios, Secretária estaduais e municipais, por exemplo, a SEPM. Ampla autonomia administrativa e financeira. Órgãos superiores Estão subordinados a uma chefia.São órgãos que não tem autonomia administrativa e financeira. Possui o poder de direção e controle sobre assuntos específicos de sua competência, como por exemplo, coordenadorias dentro da SEPM. Órgãos subalternos Aquele que se encontram na base da pirâmide, com reduzido poder de decisão. São órgãos de mera execução, como os batalhões. ❖ Em relação ao enquadramento federativo: Órgãos federais (Integrantes da Administração Federal. Exemplo: Presidência da República, Ministérios, Congresso Nacional) Órgãos estaduais (Integrantesda AdministraçãoEstadual. Exemplo:Governadoria, Secretarias estaduais, Assembleia Legislativa) Órgãos distritais (Integrantes da Administração Distrital (exemplo: Governadoria e Câmara Distrital) Órgãos municipais (Integrantes da Administração Municipal (exemplo: Prefeitura, Secretarias municipais, Câmara dos Vereadores) ❖ Quanto a composição: Órgãos singulares ou unipessoais (Quando compostos por um agente público, como a chefia do Executivo). @projetomonitoriacas 3 Projeto Monitoria Órgãos coletivos ou pluripessoais (Quando compostos por mais de um agente público, como os Conselhos do Ministério Público e Conselho Nacional de Justiça). ❖ Em relação as atividades que preponderante são exercidas pelos órgãos públicos: Órgãos ativos (Órgãos responsáveis pela execução concreta das decisões administrativas, como órgão responsável pela execução de uma obra pública.) Órgãos consultivos (Órgãos responsáveis pelo assessoramento de outros órgãos, como a procuradoria) Órgãos de controle (Órgãos que fiscalizam as atividades de outros órgãos, como Tribunal de Contas) Administração Indireta Compreende as entidades administrativas que exercem funções administrativas a partir da descentralização legal, e que estão vinculados ao respectivo Ente Federativo, como: As autarquias/As empresas públicas (e suas subsidiárias)/As sociedades de economia mista (e suas subsidiárias)/As fundações públicas. Autarquia Pessoa jurídica de direito público, criada por lei e integrante da administração Pública Indireta, que desempenha atividade típica de Estado, como IBAMA, INSS. CARACTERÍSTICAS ❖ A criação é através de lei de iniciativa do chefe do Executivo, sendo que sua personalidade jurídica começa a vigência da lei criadora. ❖ A autarquia deve exercer atividades típicas e Estado, como quelas que exercem poder de polícia, sendo vedado a autarquia desempenhar atividades econômicas. ❖ O patrimônio das autarquias é constituído por bens públicos, na forma do art. 98, CC. ❖ As mesmas têm imunidade tributária e prerrogativas processuais, no primeiro caso é a vedação de instituição de imposto sobre o patrimônio, a renda e os serviços das autarquias, desde que vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes; já em relação as prerrogativas processuais, a autarquia é enquadrada no conceito de Fazenda Pública e goza das mesmas prerrogativas, como prazos dobrados para todas as suas manifestações. CLASSIFICAÇÃO ❖ Quanto a vinculação federativa das autarquias: Monofederativas – quando integrantes da Administração Indireta de um Ente federado determinado (autarquias federais, estaduais, distritais ou municipais). Plurifederativas – quando a autarquia integrar ao mesmo tempo a Administração Indireta de dois ou mais Entes federados, como por exemplo, associação pública. ❖ Em relação ao campo de atuação ou ao objeto: Autarquias assistenciais ou previdenciárias – INSS Autarquias de fomento – SUDENE @projetomonitoriacas 4 Projeto Monitoria Autarquias profissionais ou corporativas – CRM, CREA Culturais ou de ensino – UFRJ Autarquias de controle ou de regulação – ANP ❖ Quanto aos regimes jurídicos: Autarquias comuns ou ordinárias – são as autarquias em geral, responsáveis pela execução de atividades administravas tradicionais e típicas de Estado. Autarquias especiais – são as agências reguladoras. Agências Reguladoras As agências reguladoras têm o objetivo de corrigir falhas do mercado. Então podemos afirmar que as agências reguladoras são autarquias com regime jurídico especial, dotado de autonomia reforçada em relação ao Ente central, tendo em vista dois fundamentos principais: Despolitização – conferindo o tratamento técnico é maior segurança jurídica ao setor regulado. Necessidade de celeridade na regulação de determinadas atividades técnicas. Atividade regulatória As agências reguladoras envolvem o exercício de três atividades diversas, entre as quais: administrativa, poder normativo e judicante. No poder administrativo um exemplo clássico é o exercício do poder de polícia;já em relação poder normativo, as agências reguladoras têm a prerrogativa de editar atos normativos, dentro dos limites e atribuições da agência reguladora. Já em relação ao poder judicante é a possibilidade resolver conflitos entre os agentes regulados, porém não afastando a possibilidade de buscar a tutela jurisdicional. CLASSIFICAÇÃO Podemos classificar as agências reguladoras, quanto ao tipo de atividade regulada ou a partir da quantidade de setores regulados. ❖ Quanto ao tipo de atividade regulada. Agência reguladora de serviços públicos concedidos. Exemplo : ANEEL, ANATEL, ANTT. Agências reguladoras de atividades econômicas em sentido estrito. Exemplos: ANP, ANCINE ❖ Quantidade de setores regulados. Agência reguladoras monossetoriais. Exemplos: ANEEL, ANATEL, neste caso, é possível constatar que a agência regula um único setor, como de energia elétrica ou telecomunicações. Agência reguladora plurissetoriais. Exemplos: AGESC (Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina), no caso desta agência, todos os serviços delegados pelo Ente estadual aos particulares são fiscalizados por esta autarquia especial. @projetomonitoriacas 5 Projeto Monitoria CARACTERÍSTICAS - Tem autonomia administrativa, com a estabilidade reforçada dos dirigentes, impossibilidade de recurso hierárquico impróprio. - Os dirigentes das agências reguladoras têm mandato fixo, não coincidente com o mandato do chefe do Executivo, buscando diminuir a influência política, e assim, reafirmando o papel de uma autarquia especial técnica. - Em decorrência dessa característica o chefe do Executivo não pode exonerar o dirigente, sendo que os mesmos só perdem o cargo em três situações específicas: Renúncia; Sentença transitada em julgado; Processo administrativo, com observância da ampla defesa e do contraditório. - Impossibilidade de recurso hierárquico impróprio, isto é, é quando o recurso é encaminhado para pessoa jurídica diversa daquela que proferiu a decisão recorrida. Então nas agências regulatórias o objetivo é que a decisão final na esfera administrativa seja da autarquia regulatória. - Autonomia financeira e as taxas regulatórias. Já que encaminham propostas orçamentárias ao Ministério ao qual estão vinculadas e podem instituir taxas regulatórias que terão a natureza de tributo, quando a finalidade da agência regulatória for regular atividades econômicas, enquanto terá natureza de taxa quando for regular a prestação de serviços públicos. Empresas Estatais: Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista Empresas estatais É toda e qualquer entidade, civil ou comercial, sob controle acionário do Estado, é o gênero, sendo as espécies: as empresas públicas, as sociedades de economia mista, suas subsidiárias e as demais sociedades controladas pelo Estado. Empresa pública É uma pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Indireta, criada por autorização legal, sob qualquer forma societária admitida em direito, que prestam serviços públicos ou executam atividades econômicas. Sociedade de Economia Mista É uma pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Indireta, criada por autorização legal, sob a forma sociedade de sociedade anônima, que presta serviços públicos ou executa atividades econômicas. @projetomonitoriacas 6 Projeto Monitoria Diferença Empresa Pública Sociedade de Economia Mista Composição do Capital É formado por capital público. Formada por capital público e privado, mas o controle acionário é do Estado. Forma societária Pode ser revestida por qualquer forma societária admitida em direito. São sociedade anônimas. Foro competente para julgamento de litígios O foro competente é a Justiça Federal para as empresas públicas federais, as demais, o foro competente é a Justiça Estadual. O foro competente é a Justiça Estadual, é a regra. Poderá ir para a Justiça Federal, se a União intervier como assistente ou oponente ou para julgar mandado de segurança contra ato praticado por sociedade de economia mista federal. CARACTERÍSTICAS EM COMUM Criação : Para a sua criação deve ser por uma lei específica, porém o início da personalidade jurídica ocorrerá com a inscrição dos atos constitutivos no respectivo registro. Objeto: Podem desenvolver atividades econômicas ou prestação de serviços públicos. Regime de pessoal: O regime é celetista (CLT), porém a demissão desses empregados deverá ser motivada, visto o respeito aos princípios constitucionais da moralidade e impessoalidade. Patrimônio: O patrimônio é privado, porém sofre modulações do direito público, visto que aquelas empresas ou sociedade de economia mista que prestam serviço público a limitação do patrimônio, como a penhora, não pode atingir os bens que estiverem afetados ao serviço público e forem necessários a sua continuidade. Os bens privados das empresas estatais podem ser adquiridos por usucapião, independentementedanaturezadoserviçoouatividadeeconômica desempenhados. Fundações Públicas São entidades ligadas à Administração Pública Indireta , instituida por lei, com o objetivo de exercer atividades sociais sem fins lucrativos. As fundações públicas devem se destinar às atividades que de alguma forma tenham um fim coletivo, como relacionadas à assistência social, médica e hospitalar, educação e ensino, pesquisa e atividades culturais, todas de relevo coletivo o que justifica a vinculação de bens e recursos públicos para sua realização. @projetomonitoriacas 7 Projeto Monitoria O regime de pessoal daqueles que trabalham nas fundações públicas é estatutário; já em relação ao patrimônio é composto por bens públicos. O foro processual das fundações públicas serão a Justiça Federal, excetuando- se os casos de falência, acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral. Terceiro Setor são entidades da sociedade civil sem fins lucrativos, que desempenham atividades de Interesse social, mediante vínculo formal de parceria com o Estado. O terceiro setor está situado entre o Estado e o mercado, executando atividades sociais e recebendo benefícios públicos. Entre as entidades do terceiro setor podemos indicar: os serviços sociais autônomos (sistema S); as organizações sociais (OS); as organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs). Serviços sociais autônomos – Sistema S Criados pelas Confederações privadas, após autorização legal, para exercer atividades de amparos para determinadas categorias profissionais, através das contribuições sociais. Os exemplos são SESI, SENAI, SENAC Organizações Sociais (OS) São entidades privadas que celebram contratos de gestão com o Estado para cumprimentos de determinadas metas de desempenho e recebimento de benefícios públicos. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPS) Entidades privadas que não exercem atividades lucrativas e desempenham atividades sociais especialmente citadas pela lei, devendo atender um dos objetivos : Promoção da assistência social; promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; promoção gratuita da educação; promoção gratuita da saúde; promoção da segurança alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; promoção do voluntariado; promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídicagratuita de interesse suplementar; promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo; estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte. CARACTERÍSTICAS • São criadas pela iniciativa privada. • Não possuem finalidade lucrativa. • Não integram a Administração Pública Indireta • Prestam atividade privadas de relevância social @projetomonitoriacas 8 Projeto Monitoria • Possuem vínculo legal ou o negocial com o estado • Recebem benefícios públicos. • E relação ao regime de pessoal todos são celetistas (CLT), porém a contratação deve ser através de processo seletivo objetivo, observando os princípios da impessoalidade e moralidade. • Os bens são privados, porém os bens adquiridos com recursos públicos repassados pelo Poder Público sofrem as limitações do regime público. • As imunidades tributárias são estendidas as instituições privadas de educação de assistencial social, em relação aos impostos sobe patrimônio, renda e serviços relacionados com as suas finalidades. ATOS ADMINISTRATIVOS Conceito é a manifestação unilateral da vontade da Administração Pública e seus delegatórios que buscam produzir efeitos jurídicos com objetivo de implementar o interesse público. Uma outra forma de conceituar ato administrativo é como sendo a exteriorização da vontade de agentes da Administração Pública ou de seus delegatários, nessa condição, que, sob regime de direito público, vise à produção de efeitos jurídicos, com o fim de atender ao interesse público. (é necessário que a vontade venha do agente da administração pública, que seu conteúdo propicie a produção de efeitos jurídios e que os atos sejam regidos basicamente pelo direito público) ELEMENTOS: Competência – Finalidade – Forma – Motivo – Objeto = COFIFOMOOB Competência é a prerrogativa atribuída pelo ordenamento jurídico às entidades Administrativas e aos órgãos públicos, habilitando os seus agentes públicos para o exercício da função pública. Dessa maneira, o agente poderá exercer legitimamente suas atividades. CARACTERÍSTICAS Irrenunciabilidade: o agente público não pode renunciar à prática de ato que é de sua competência (relembramos: trata-se de um poder-dever). Tal característica tem caráter relativo em função dos institutos da delegação e da avocação. Inderrogabilidade: um agente (ou órgão público) não pode transferir a outro, por acordo ou por assentimento das partes da Administração envolvidas, atribuições típicas que são de sua exclusiva competência. Improrrogabilidade: o agente só pode praticar os atos para os quais a lei lhe conferiu competência, ressalvadas as hipóteses de delegação e avocação. Imprescritibilidade: As competências devem ser exercidas a qualquer tempo, salvo, é claro, nos casos em que a lei estabelece prazos para a Administração. CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA ❖ Em razão da matéria As matérias são distribuídas conforme a especificidade da função para sua melhor execução, por exemplo Secretaria de Educação, Secretaria de Saúde. @projetomonitoriacas 9 Projeto Monitoria ❖ Em razão do território As funções administrativas são distribuídas, em razão, do território, permitindo uma maior aproximação entre o administrado e a Administração Pública. O exemplo pode ser as subprefeituras, as seccionais de órgãos públicos. ❖ Em razão da hierarquia As matérias podem ser distribuídas a parir da posição hierárquica do agente público. O exemplo são as matérias de atribuição exclusiva de uma determinada autoridade. ❖ Em razão do tempo Algumas funções administrativas só podem ser exercidas, em determinado período de tempo. O exemplo clássico é o exercício do mandato eletivo, onde aquele só poderá praticar seus atos de ofício durante o exercício do mandato. DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO Delegação de competência é quando a norma autorizar que um agente transfira a outro, normalmente em plano hierárquico inferior, funções que originariamente lhe são atribuídas. Avocação, quando o delegante atrai para a sua esfera decisória a prática de ato objeto de delegação, sendo esse um meio de evitar decisões concorrentes e eventualmente contraditórias. Objeto é a alteração no mundo jurídico que o ato administrativo se propõe a processar. Significa, o objetivo imediato da vontade exteriorizada pelo ato, a proposta do agente que manifestou a vontade com vistas a determinado alvo. O objeto deve ser lícito, isto é, em conformidade com ordenamento jurídico, também deve ser possível (realizável concretamente) e por fim, moral (de acordo com os padrões éticos ou morais) DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO (estão relacionados ao poder hierárquico) Vinculação: é quando a administração age totalmente dentro dos limites da lei. A administração não tem “margem de liberdade”. Obedece ao princípio da legalidade. Discricionariedade: a administração pública age com “liberdade de ação”. A administração pode escolher por conveniência, oportunidade e necessidade e conteúdo do ato. Dentro dos limites da lei. O ato depende de conveniência da administração. O ato é praticado quando for conveniente. Forma é o meio pelo qual se exterioriza a vontade, é o revestimento externo do ato administrativo para a produção de efeitos jurídicos. (Na maioria dos casos, escrita, porém aceita exceção) PRINCÍPIO DA SOLENIDADE DAS FORMAS A solenidade das formas funciona como garantia para o administrado, trazendo a certeza que o agente praticou o ato de acordo com o estabelecido em lei, sob pena de vício de legalidade suficiente para a sua invalidação.Ocorre situações que a própria vontade administrativa permite que a Administração Pública possa exteriorizar suas vontades por outros meios como é o caso de gestos (guardas de trânsito), @projetomonitoriacas 10 Projeto Monitoria palavras (atos de polícia de segurança pública) ou sinais (semáforos e placas de trânsito), esses meios, porém, são excepcionais. Motivo é a situação de fato ou de direito que gera a vontade do agente quando pratica o ato administrativo. O motivo é a causa do ato. Motivo discricionário (motivo de fato) e motivo vinculado (motivo de direito) ❖ Motivo de direito (vinculado): É a situação de fato eleita pela norma legal como ensejadora da vontade administrativa, é por exemplo, quando o servidor atinge determinada idade prevista em lei, o mesmo é aposentado compulsoriamente, restando ao administrador cumpri-la; É uma escolha do legislador. ❖ Motivo de fato (discricionário) É a própria situação de fato ocorrida sem descrição na norma legal, um exemplo é a dispensa da licitação em determinados casos que a lei prevê; neste caso o administrador pautado nos princípios constitucionais poderá atuar conforme oportunidade e conveniência, já que a lei não determinou de maneira taxativa a adoção de determinada medida. É uma escolha do administrador. . MOTIVO E MOTIVAÇÃO O motivo é a situação de fato por meio da qual ocorre a manifestação de vontade da Administração. A motivação é a justificativa do pronunciamento tomado, exprime de modo expresso e textual todas as situações de fato que levaram o agente à manifestação da vontade. TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES O motivo do ato administrativo deve sempre guardar compatibilidade com a situação de fato que gerou a manifestação da vontade. Deve haver relação entre o motivo e a motivação.Finalidade é o atendimento do interesse público. A finalidade é o resultado do ato. Desvio de Finalidade o atendimento de interesses meramente privado, em desacordo com a legislação, é conhecido como desvio de poder, que acarreta nulidade do ato. FINALIDADE E OBJETO A finalidade e o objeto podem ser considerados como vetores do resultado do ato, mas o objeto representa o fim imediato, ou seja, o resultado prático a ser alcançado pela vontade administrativa. A finalidade, reflete o fim mediato, o interesse coletivo que deve o administrador perseguir. ATRIBUTOS = características. Senhores, sempre que no direito administrativo os senhores lerem sobre atributos do ato administrativo, quero que os senhores se lembrem da PATI...isso aquela PATI. @projetomonitoriacas 11 Projeto Monitoria Presunção de Legitimidade Autoexecutoriedade Tipicidade Imperatividade Presunção de Legitimidade - os atos administrativos presumem-se editados em conformidade com ordenamento jurídico (presunção de legitimidade), bem como as informações nele contidas presumem-se verdadeiras (presunção de veracidade), visto que os agentes públicos estão sujeitos ao princípio da legalidade, a necessidade de cumprimento de certas formalidades, atendimento do interesse público. A presunção de legitimidade tem o caráter relativo, isto é, admite-se prova em contrário. Um dos efeitos que a presunção de legitimidade são a autoexecutoriedade dos atos administrativos, visto que editado o ato, o administrado é obrigado a cumpri- los. Autoexecutoriedade – são os atos autoexecutórios são os que podem ser materialmente implementados pela administração, diretamente, inclusive mediante o uso da força, se necessária, sem que a administração precise obter autorização judicial prévia. A autoexecutoriedade não é um atributo presente em todos os atos administrativos. Afirma-se que ela é qualidade própria dos atos inerentes ao exercíciode atividades típicas da administração, quando está atuando na condição de poder público. Tipicidade - É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Esse atributo, corolário do princípio da legalidade, teria o condão de afastar a possibilidade da administração praticar atos inominados. Dessa forma, para cada finalidade que a administração pretenda alcançar, deve existir um ato típico definido em lei. Como consequências desse atributo, temos a representação de uma garantia para o administrado, pois impede que a administração pratique um ato, unilateral e coercitivo, sem prévia previsão legal, e afasta também a possibilidade de ser praticado um ato totalmente discricionário; pois a lei, ao prever o ato, já define os limites em que a discricionariedade poderá ser exercida. Imperatividade é a possibilidade de a administração pública, unilateralmente, criar obrigações para os administrados, ou impor-lhes restrições. Este atributo não está presente em qualquer ato administrativo, mas apenas naqueles atos que implicam obrigação para o administrado, ou que são a ele impostos, e devem ser por ele obedecidos, sem necessidade de seu consentimento, como é nos casos punitivos e no exercício do poder de polícia. Em decorrência do atributo da presunção de legitimidade, presente em todos os atos administrativos, os atos caracterizados pela imperatividade podem ser imediatamente imposto aos particulares a partir de sua edição. Extinção dos Atos Administrativos Recusa é a extinção do ato administrativo antes da produção de seus efeitos. Renúncia é a extinção do ato administrativo por vontade unilateral do particular. Caducidade é a extinção do ato administrativo quando a situação nele contemplada não é mais tolerada pela nova legislação, tornando-se ilegal. Cassação é a extinção quando ocorre descumprimento das condições fixadas pela Administração ou ilegalidade por parte do beneficiário. @projetomonitoriacas 12 Projeto Monitoria Anulação Revogação Quem pode ordenar? Administração e Judiciário Administração Motivos? Ilegalidade Conveniência e oportunidade Não podem ser revogados: • Os atos vinculados; • Os atos que exauriam seus efeitos ou com prazo expirado; • Os atos preclusos no processo administrativo – é quando no decorrer do ato; • Os atos que geram direitos adquiridos – são aqueles atos que geram direitos adquiridos; • Os meros atos administrativos – as exemplos certidões, atestados, pareceres, pois os efeitos desses atos estão estabelecidos em lei. Convalidação dos Atos Administrativos É o salvamento do ato administrativo que apresenta vícios sanáveis, produzindo efeitos retroativos, preservando o ato ilegal anteriormente editado. Na convalidação os vícios sanáveis são aqueles relacionados à competência, à foram e ao objeto, quando este último for plúrimo, isto é, mais de um objeto. De forma contrária, os vícios relativos ao motivo, finalidade, ao objeto (quando for único) e à falta de congruência entre motivo e resultado do ato administrativo não admitem convalidação. PODERES ADMINISTRATIVOS Espécies de Poderes Administrativos : regulamentar (normativo); de polícia, disciplinar, hierárquico, vinculado e discricionário. Poder normativo - Poder regulamentar é a prerrogativa conferida à Administração Pública de editar atos gerais para complementar as leis e possibilitar sua efetiva aplicação. Seu alcance é apenas de norma complementar à lei; não pode, pois, a Administração, alterá-la a pretexto de estar regulamentando-a. Se o fizer, cometerá abuso de poder regulamentar, invadindo a competência do Legislativo. Poder hierárquico: Poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para organizar e distribuir as funções de seus órgãos, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal. Inexistente no Judiciário e no Legislativo, a hierarquia é privativa da função executiva, sendo elemento típico da organização e ordenação dos serviços administrativos. O poder hierárquico tem como objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito interno da Administração Pública. Ordena as atividades da administração ao repartir e escalonar as funções entre os agentes do Poder, de modo que cada qual exerça eficientemente o seu cargo, coordena na busca de harmonia entre todos os serviços do mesmo órgão, controla ao fazer @projetomonitoriacas 13 Projeto Monitoria cumprir as leis e as ordens e acompanhar o desempenho de cada servidor, corrige os erros administrativos dos seus inferiores, além de agir como meio de responsabilização dos agentes ao impor-lhes o dever de obediência. Poder discricionário - é a liberdade de ação administrativa, dentro dos limites permitidos em lei, ou seja, a lei deixa certa margem de liberdade de decisão diante do caso concreto, de tal modo que a autoridade poderá optar por uma dentre várias soluções possíveis, todas, porém, válidas perante o direito. É, portanto, um poder que o direito concede à Administração, de modo explícito ou implícito, para a prática de atos administrativos, com a liberdade na escolha segundo os critérios de conveniência, oportunidade e justiça, próprios da autoridade, observando sempre os limites estabelecidos em lei, pois estes critérios não estão definidos em lei. Exemplo: autorização para porte de arma, exoneração de um ocupante de cargo em comissão. Poder vinculado – é aquele em que a lei estabelece todos os elementos, pressupostos ou requisitos do ato, não havendo para o agente qualquer liberdade de escolha, como acontece no exercício do poder discricionário. Caso o agente verifique a ocorrência dofato que dá origem ao ato administrativo, seu dever é executá-lo nos exatos termos previstos na lei. Exemplo: realização de lançamento tributário. Poder disciplinar: Faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores, o poder disciplinar é exercido no âmbito dos órgãos e serviços da Administração. É considerado como supremacia especial do Estado. Correlato com o poder hierárquico, o poder disciplinar não se confunde com o mesmo. No uso do primeiro a Administração Pública distribui e escalona as suas funções executivas. Já no uso do poder disciplinar, a Administração simplesmente controla o desempenho dessas funções e a conduta de seus servidores, responsabilizando-os pelas faltas porventura cometidas. Poder de polícia : é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado". A polícia administrativa rege-se pelo direito administrativo enquanto a polícia judiciária rege-se pelo direito penal. Polícia Administrativa x polícia judiciária *A polícia administrativa se exaure em si mesma, a judiciária é reparatória para a atuação do Poder Judiciário. *A polícia administrativa atua sobre atividades, bens e direitos dos indivíduos e a judiciária sobre os próprios indivíduos. *O caráter de polícia é basicamente preventivo, enquanto a judiciária é predominante repressiva. @projetomonitoriacas 14 Projeto Monitoria Excesso e Desvio de Poder É quando o agente público utiliza os poderes administrativos de forma abusiva. Esse abuso de poder pode ocorrer de duas formas: ❖ Excesso de poder (elemento competência) É quando a atuação do agente extrapola a competência estipulada em lei. ❖ Desvio de poder (elemento finalidade) É quando o agente pretende alcançar finalidade diversa do interesse público. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESPÉCIES DE CONTROLE Ciclo do Poder de Polícia 1) Ordem (ou norma de polícia ou legislação de polícia): são comandos abstratos e coercitivos que visam normatizar, disciplinar e regulamentar atos e condutas que em tese são nocivos a sociedade. Ex: CTB quando limita velocidade. 2) Consentimento: Traduz-se na anuência prévia da administração, quando exigida, para a prática de determinadas atividades privadas ou para determinado exercício de poderes concernentes à propriedade privada. Esse consentimento se materializa nas licenças e autorizações. 3) Fiscalização: São os atos materiais que decorrem da própria ordem. São atos de natureza executória. Exemplo: fiscalização de trânsito, fiscalização da vigilância sanitária e etc. 4) Sanção: É a aplicação do preceito secundário da norma pelo descumprimento do preceito primário. Será oriundo do poder de polícia quando o vínculo jurídico for genérico. Se o vínculo for específico estaremos diante do poder disciplinar. Características do Poder de Polícia Discricionariedade: a Administração dispõe de liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e conveniência de sua prática, dentro dos limites legais. Auto executoriedade: a Administração impõe diretamente, sem necessidade de prévia autorização do Poder Judiciário, as medidas ou sanções. Porém, não afasta a possibilidade do administrado recorrer ao judiciário para obter a anulação dos atos praticados contra ele. Coercibilidade: as medidas adotadas pela Administração são impostas coativamente ao particular, inclusive mediante emprego da força, se necessário. @projetomonitoriacas 15 Projeto Monitoria ❖ Quanto ao órgão que exerce responsável pelo controle Controle interno ou autocontrole (É o controle realizado pelo próprio Poder Executivo). Controle externo (É o controle exercido pelo Poder Judiciário e pelo Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas) Controle social (É implementada pela sociedade civil, por meio da participação popular no planejamento, acompanhamento e avaliação das políticas públicas) ❖ Quanto ao momento do controle Controle prévio (É o controle realizado antes da publicação do ato administrativo). Controle posterior (É o controle realizado sobre o ato administrativo, após finalizado. Seu objetivo é desfazê-lo, se ilegal, inconveniente ou inoportuno, corrigi-lo ou confirma-lo). ❖ Controle de legalidade e controle de mérito Controle de legalidade (é verificado no âmbito interno, na autotutela ou no controle externo, da compatibilidade formal do ato administrativo com a legislação infraconstitucional) Controle de mérito (É avaliação da conveniência e da oportunidade relativos ao motivo e objeto, que ensejaram a edição do ato administrativo discricionário). CONTROLE ADMINISTRATIVO É a prerrogativa que tem à Administração Pública para fiscalizar e corrigir sua própria atuação, utilizando critérios de legalidade ou de mérito. Controle Legislativo É exercido pelo Poder Legislativo sobre atos do Poder Executivo, a partir de critérios políticos e financeiros e nos limites do texto constitucional. Os casos de controle são os seguintes: sustação de atos normativos, convocação de autoridade e requisição de informações, autorização e aprovação de ato administrativos, comissões parlamentares de inquérito (CPI), julgamento do chefe do Executivo e controle financeiro. Tribunal de Contas É um órgão que tem por objetivo a fiscalização financeira e orçamentária a parir de três critérios: legalidade, legitimidade e economicidade. As suas atribuições são consultivas, fiscalizadora, julgadora, registro, sancionadora, corretiva e ouvidoria. Controle Jurisdicional @projetomonitoriacas 16 Projeto Monitoria É apreciação pelo Poder Judiciário dos atos administrativos oriundos do próprio poder, bem como do Legislativo e Executivo. O controle jurisdicional sobre os atos do Poder Legislativo ou do Executivo é apenas nos aspectos de legalidade. Instrumentos de Controle Judicial da Administração Pública HABEAS CORPUS • É uma ação constitucional que tem por objetivo corrigir ou evitar violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abusou de poder. • Pode ser dividido em habeas corpus preventivo ou repressivo. • O habeas corpus será preventivo quando houver ameaça de violência ou coação de locomoção, onde será expedido o “salvo-conduto”. • O habeas corpus será repressivo quando cessar a efetiva violência ou coação à liberdade de locomoção, é chamado de “alvará de soltura”. • A legitimidade ativa, isto é, qualquer pessoa, nacional ou estrangeira, poderá impetrar em seu nome ou de terceiros, sem necessidade de representação ou assistência. • Na legitimidade ativa a pessoa que sofre a ameaça é chamada de paciente e aquela que impetra o habeas corpus é chamada de impetrante. • Não tem prazo para impetrar o habeas corpus, desde que verificada a lesão ou ameaça de lesão à liberdade de locomoção do indivíduo. • A competência será delimitada dependendo da qualificação da autoridade coatora ou do paciente. • A legitimidade passiva são as autoridades ou particulares responsáveis pela ilegalidade, que são chamados de coatores. MANDADO DE SEGURANÇA • É ação constitucional que tem por objetivo proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, contra atos ilegais ou abuso de poder praticados pelo Estado ou por seus delegatários. ESPÉCIES DE MANDADO DE SEGURANÇA ❖ Quanto ao momento de impetração Mandado de segurança preventivo – quando houver ameaça (justo receio) de lesão ao direito líquido e certo. Mandado de segurança repressivo – quando buscar reparar a lesão efetiva ao direito líquidoe certo. ❖ Em relação ao objeto da impugnação e dos legitimados Mandado de segurança individual – defende direito líquido e certo do próprio impetrante. Mandado de segurança coletivo – é impetrado defender direitos coletivos e individuais homogêneos, líquidos e certos. @projetomonitoriacas 17 Projeto Monitoria A legitimidade ativa para os mandados de segurança individual é da pessoa física (nacional ou estrangeira) ou jurídica; já para o mandado de segurança coletivo é pelos partidos políticos com representação no Congresso Nacional; organizações sindicais, entidades de classe e associações legalmente constituídas, por no mínimo um ano. A legitimidade passiva atualmente é da autoridade coatora, bem como, da pessoa jurídica. A autoridade coatora é o agente público que exerce a função pública. O prazo é 120 dias a partir da ciência do interessado, do ato impugnado. A competência para o julgamento depende, em regra, da qualificação da autoridade coatora (federal, estadual, distrital ou municipal), levando em consideração a função exercida pela autoridade coatora. MANDADO DE INJUNÇÃO É uma ação constitucional que tem por objetivo suprir omissão normativa e efetivar o exercício dos direitos e liberdades constitucionais das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Espécies de mandado de injunção ❖ Mandando de injunção individual A finalidade é efetivar direitos, liberdade e prerrogativas constitucionais do impetrante. ❖ Mandado de injunção coletivo Já em relação ao mandado de injunção coletivo é impetrado para defender direitos coletivos e individuais homogêneos A legitimidade ativa é de todos aqueles prejudicados pela ausência de norma reguladora, entre eles: as pessoas físicas e jurídicas, o Ministério Público, partido político e organização sindical, entidade de classe ou associação, nos mesmos moldes do mandado de segurança coletivo. A legitimidade passiva – é da autoridade ou órgão público responsável pela omissão legislativa, sendo essa posição majoritária. A competência para o processo e julgamento de mandado de injunção depende do órgão o da autoridade responsável pela edição da norma regulamentadora faltante. HABEAS DATA É uma ação constitucional que tem por objetivo assegurar o conhecimento, retificação ou anotaçãode informaçõesrelativasà pessoa do impetrante, constantes de registrosoubancodedadosdeentidade governamental ou de caráter público. A legitimidade ativa – qualquer pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira. A legitimidade passiva – são as entidades governamentais ou de caráter público. A qualquer momento pode impetrar o habeas data, não estabelecendo prazo fatal. A competência para julgar dependerá da autoridade ou do órgão que recusou a fornecer informações ao impetrante. AÇÃO POPULAR @projetomonitoriacas 18 Projeto Monitoria É uma ação constitucional que pode ser proposta por todo e qualquer cidadão com objetivo de invalidar atos e contratos administrativos considerados ilegais e lesivos ao patrimônio público, à moralidade administrativas, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. A legitimidade ativa – é de qualquer cidadão, é aquele que se encontra no pleno gozo de seus direitos políticos ativos. A legitimidade passiva – são os entes da Administração Direita e Indireta; entidades privadas com participação do Estado ou que recebam subvenção dos cofres públicos, autoridades, funcionários ou administradores que tenham aprovado, praticado ou ratificado o ato impugnado e os beneficiários diretos do ato. O prazo prescricional é de 05 (cinco) anos, ressalvadas as hipóteses de ressarcimento ao erário. A competência é do juiz de 1ª instância, federal ou estadual, dependendo da origem do ato impugnação, não se aplicado o foro por prerrogativa de função às ações populares. AÇÃO CIVIL PÚBLICA É um instrumento processual que tem por objetivo prevenir ou reprimir danos causados a qualquer interesse difuso ou coletivo. A legitimidade ativa – é restrita ao Ministério Público, Defensoria Púbica, aos Entes federados e as entidades da Administração Pública Indireta e as associações constituídas, há pelo menos 01 (um) ano. A legitimidade passiva – é toda e qualquer pessoa física ou jurídica, de direito público ou de direito privado, responsável pela ameaça ou lesão aos interesses e direitos coletivos tutelados pela lei. Em relação ao prazo a lei é omissa, ficando o prazo prescricional de 05 (cinco) anos, no mesmo sentido na Ação Popular. A competência deve ser proposta no foro do local onde correr o dano, perante a Justiça Estadual, salvo nos casos que a União, autarquias federais e as empresas públicas federais estejam nas condições de autoras, rés, assistente e oponente, sendo que a partir daí a competência será da Justiça Federal. SERVIDORES PÚBLICOS Agentes Públicos: Conceito e Classificação A expressão agentes públicos tem sentido amplo. Significa o conjunto de pessoas que, a qualquer título, exercem uma função pública como prepostos do Estado. Essa função pode ser remunerada ou gratuita, definitiva ou transitória, política ou jurídica. Tais agentes quando atuam no mundo jurídico estão de alguma forma vinculados ao Poder Público. O Estado só se faz presente através das pessoas físicas que em seu nome manifestam determinada vontade, e é por isso que essa manifestação volitiva acaba por ser imputada ao próprio Estado. São todas essas pessoas físicas que constituem os agentes públicos. CLASSIFICAÇÃO @projetomonitoriacas 19 Projeto Monitoria ❖ Agentes Políticos São aqueles aos quais incumbe a execução das diretrizes traçadas pelo Poder Público. São estes agentes que desenham os destinos fundamentais do Estado e que criam as estratégias políticas por eles consideradas necessárias e convenientes para que o Estado atinja os seus fins. Como regra, sua investidura se dá através de eleição, que lhes confere o direito a um mandato, e os mandatos eletivos caracterizam-se pela transitoriedade do exercício das funções, como deflui dos postulados básicos das teorias democráticas e republicana. Por outro lado, não se sujeitam às regras comuns aplicáveis aos servidores públicos em geral; a eles são aplicáveis normalmente as regras constantes da Constituição, sobretudo as que dizem respeito às prerrogativas e à responsabilidade política. São eles os Chefes de Estado (Presidente, Governadores e Prefeitos), seus auxiliares (Ministros e Secretários Estaduais e Municipais) e os membros do Poder Legislativo (Senadores, Deputados e Vereadores). ❖ Agentes Particulares Colaboradores Esta categoria de agentes públicos, embora sejam particulares, executam certas funções especiais que podem se qualificar como públicas, sempre como resultado do vínculo jurídico que os prende ao Estado. São exemplos: os jurados e pessoas convocadas para serviços eleitorais. ❖ Servidores Públicos A categoria dentre os agentes públicos que contém a maior quantidade de integrantes, formando uma grande massa dos agentes do Estado, desenvolvendo, em consequência, as mais variadas funções. Tais agentes se vinculam ao Estado por uma relação permanente de trabalho e recebem, a cada período de trabalho, a sua correspondente remuneração. As categorias de servidores públicos são classificadas em: Servidores Públicos Civis e Militares; Servidores Públicos Comuns e Especiais; Servidores Públicos Estatutários, Trabalhistas e Temporários. DEVERES DOS SERVIDORES Dever de lealdade também denominado dever de fidelidade, exige de todo servidor a maior dedicação ao serviço e o integral respeito às leis e às instituições constitucionais, identificando-o com os superioresinteresses do Estado. Dever de obediência Impõe ao servidor o acatamento às ordens legais de seus superiores e sua fiel execução. Está assentado no princípio disciplinar que informa toda organização administrativa. Dever de conduta ética Decorre do princípio constitucional da moralidade administrativa e impõe ao servidor público a obrigação de jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assiduidade: É a regularidade do cumprimento das obrigações funcionais. Sigilo: Impõe ao servidor o dever de nada divulgar acerca de assuntos de que tinha conhecimento em razão de suas funções ou, mesmo, acidentalmente, apresentem ou não caráter confidencial ou secreto. @projetomonitoriacas 20 Projeto Monitoria Probidade: é a particularização do dever ético geral do servidor público. Boa conduta: Dever externo. O servidor deve manter sempre correção de atitudes, decoro em seus hábitos e dignidade de procedimento. Proibição de intermediação: Compreende-se na proibição a aceitação, a qualquer título, de gratificações, propinas e gorjetas oferecidas pelas partes. DIREITOS DOS SERVIDORES Direito à função pública - Surge com a estabilidade ou com a vitaliciedade (esta em grau mais elevado, como direito ao cargo público), consiste em não poder ser discricionariamente desligado, senão por ato material e formalmente vinculado, dela desprovido; Direito ao exercício É do exercício que derivarão os demais direitos funcionais, entre os quais a percepção ordinária dos vencimentos. Responsabilidade dos Servidores – Civil, Penal e Administrativa Responsabilidade Civil Para imputar-se a responsabilidade civil ao servidor é preciso que haja a comprovação do dano causado, seja lesada a Administração, seja o terceiro. Sem o dano inexiste responsabilização. Responsabilidade Penal A responsabilidade penal do servidor é a que decorre de conduta que a lei penal tipifica como infração penal. Responsabilidade Administrativa Quando o servidor pratica um ilícito administrativo, a ele é atribuída responsabilidade administrativa. O ilícito pode verificar-se por conduta comissiva ou omissiva e os fatos que o configuram são os previstos na legislação estatutária. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO O termo Responsabilidade civil do Estado é aplicado em todo caso onde há a necessidade do Estado de reparar danos causados ao terceiro por meio de sua máquina burocrática. A complexidade do aparato público, bem como sua magnitude, inevitavelmente acaba por provocar problemas de omissão, abuso no exercício de função além de outras falhas que acabam por atingir um terceiro. @projetomonitoriacas 21 Projeto Monitoria Decifrando: o Estado possui responsabilidade civil objetiva. E essa responsabilidade para se concretizar é necessário que tenha: conduta estatal, dano e o nexo de casualidade entre a conduta e o dano. Não é necessário comprovar dolo ou culpa. O Estado arca com o prejuízo causado e posteriormente pode (ou não) cobrar do agente. Existem dois aspectos que devem ser destacados: ❖ A entidade pública para voltar-se contra o agente, deverá comprovar já ter sido condenada a indenizar, pois seu direito de regresso nasce com o trânsito em julgado da decisão judicial condenatória, prolatada na ação de indenização; ❖ Não se deve confundir a responsabilidade da Administração perante o particular com a responsabilidade do agente para com a Administração; aquela é do tipo objetiva, na modalidade risco administrativo, que, conforme vimos, independe de culpa ou dolo do réu na ação de indenização; esta, do agente perante a Administração, só ocorre no caso de dolo ou culpa daquele (responsabilidade subjetiva do agente). Em suma, a Administração Pública que causou o dano indeniza o particular independentemente de comprovação de dolo ou culpa, mas o agente só será condenado a ressarcir a Administração regressivamente, se houver dolo ou culpa do agente. IMPROBIDADADE ADMININSTRATIVA INTRODUÇÃO É o ato ilegal ou contrário aos princípios básicos da Administração Pública no Brasil, cometido por agente público, durante o exercício de função pública ou decorrente desta. A improbidade administrativa se dará com toda conduta ilegal, dolosa ou culposa do agente público no exercício de função, cargo, mandato ou emprego público, com ou sem participação de terceiro, que ofenda os princípios constitucionais da Administração Pública, em atuar com probidade na gestão da coisa pública, conforme prevê o art. 37§4º, Constituição Federal. Dolo é quando o agente quis o resultado. Ou assumiu o risco de produzi-lo. Culpa é quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, imperícia ou negligência. A responsabilidade civil do Estado está inserida na teoria da responsabilidade civil objetiva, e possui por elementos: a conduta estatal, o dano, e o nexo de causalidade entre a conduta e o dano, não há necessidade de comprovação de dolo ou culpa. O fundamento da responsabilidade civil do Estado está no princípio da legalidade, que faz parte do regime jurídico administrativo, prelecionando: o Estado deve agir de acordo com a lei, só age positivamente ou negativamente se a lei permitir. @projetomonitoriacas 22 Projeto Monitoria Art. 37, §4º, da CFRB – Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Elementos da Improbidade Administrativa SUJEITO PASSIVO, SUJEITO ATIVO, CONDUTA ÍMPROBA, ELEMENTO SUBJETIVO. SUJEITO PASSIVO: Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. Resumindo: • As pessoas da Administração Direta (União, Estados, Distrito Federal e Municípios); • Pessoas da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista); • Empresa incorporada ao patrimônio público; • Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual; • Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público, limitando-se nesse caso a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos; e • Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se nesse caso a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. SUJEITO ATIVO: O sujeito ativo é aquele que pratica o ato de improbidade administrativa, concorre para sua prática ou aufere alguma vantagem indevida em razão desse ato. A Lei 8.429/1992 identifica duas espécies de sujeito ativo: 1.ª) agentes públicos; e 2.ª) terceiros. AGENTES PÚBLICOS como agente público todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades que podem ser sujeitos passivo do ato de improbidade administrativa. TERCEIROS O particular (terceiro) submetido à lei que tutela a probidade administrativa pode ser pessoafísica ou jurídica. Apesar de por óbvio não ser possível a aplicação às pessoas jurídicas das sanções de perda da função pública e suspensão dos direitos políticos, são-lhe comináveis as demais penalidades previstas na Lei. CONDUTA ÍMPROBA: A conduta ímproba, segundo previsto na Lei 8.429/1992, dá origem a três espécies distintas de atos de improbidade. São eles: 1) atos de improbidade que importam @projetomonitoriacas 23 Projeto Monitoria enriquecimento ilícito; 2) atos de improbidade que causam prejuízo ao erário; 3) atos de improbidade que atentam contra os princípios da Administração Pública. ELEMENTO SUBJETIVO: é o dolo ou a culpa, que deve obrigatoriamente estar presente na conduta do sujeito ativo. E o que é enriquecimento ilícito? São atos de improbidade que importam em enriquecimento ilícito aqueles em que os agentes públicos envolvidos auferem qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de seu cargo, mandato, função, emprego ou atividade (art. 9º, da Lei 8.429/92). Exemplo: ❖ Receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público; ❖ Utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1.º da Lei 8.429/1992, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; ❖ Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; ❖ Adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; ❖ Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado; ❖ Usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1.º da Lei 8.429/1992. E o que é Lesão ao Erário? São atos que causam lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens e havers das entidades que podem ser sujeitos passivos de atos de improbidade. Exemplos: ❖ Permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1.º da Lei 8.429/1992, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; ❖ Doar à pessoa física ou jurídica, bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1.º da Lei 8.429/1992, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie; @projetomonitoriacas 24 Projeto Monitoria ❖ Permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1.º da Lei 8.429/1992, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado; ❖ Realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; ❖ Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente; ❖ Permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1.º da Lei 8.429/1992, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; E o que são atos contra os principios da Administração Pública? São atos que atentam contra os princípios da Administração Pública qualquer ação ou omissão que violem os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições (art. 11 da Lei 8.429/1992). Nesta última categoria, a tipificação do ato estará presente mesmo que não haja enriquecimento sem causa do agente ou mesmo que não exista prejuízo aos cofres públicos, sendo suficiente apenas a violação aos princípios aplicáveis à Administração Pública para configurar a improbidade administrativa. Exemplos: ❖ Praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; ❖ Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; ❖ Revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; ❖ Negar publicidade aos atos oficiais; ❖ Frustrar a licitude de concurso público; ❖ Deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; ❖ Revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. E o que são atos decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário? São os atos de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributários Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário. @projetomonitoriacas 25 Projeto Monitoria Sanções O indivíduo que comete o ato de improbidade induz ou concorre para sua prática ou dele se beneficia está sujeito à aplicação de certas penalidades (sanções) previstas na Constituição Federal e na Lei de Improbidade Administrativa, desde que o agente seja condenado por improbidade administrativa em específica ação judicial. O ato de improbidade possibilita a aplicação das sanções previstas na Lei 8.429/1992, que podem ser de natureza administrativa (perda da função pública e proibição de contratar ou de receber incentivos do Poder Público), civil (perda de bens, ressarcimento do dano ao erário e multa civil) e política (suspensão dos direitos políticos). E naqueles casos que o fato também seja considerado crime também terá uma sanção de natureza penal, como detenção ou reclusão. Nesse caso, os responsáveis poderão sofrer sanções de natureza administrativa, civil e política cumuladas com as penalidades de natureza penal. A Constituição Federal estabeleceu as seguintes consequências para o sujeito ativo dos atos de improbidade administrativa: ❖ suspensão dos direitos políticos; ❖ ressarcimento ao erário; ❖ perda da função pública. A lei de Improbidade Administrativa ampliou o leque das medidas previstas na CF, possibilitando ainda a aplicação das seguintes consequencias aos responsaveis por atos de improbidade administrativa ❖ perda de bens e valores; ❖ ressarcimento integral do dano; ❖ perda da função pública; ❖ suspensão de direitos políticos; ❖ multa civil; e ❖ proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. @projetomonitoriacas 26 Projeto Monitoria Enriquecimento ilícito Prejuízo ao erário Lesão a princípios Concessão Indevida de Benefício Ressarcimento ao Erário Aplicável AplicávelAplicável Aplicável Perda da função pública Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Suspensão dos direitos políticos De 8 a 10 anos De 8 a 10 anos De 8 a 10 anos De 5 a 8 anos Perda dos bens acrescidos ilicitamente Deve ser aplicada Pode ser aplicada - - Multa civil Até 3x o valor do acréscimo patrimonial Até 2x o valor do dano Até 100x o valor da remuneração recebida pelo agente Até 3x o valor do benefício financeiro ou tributário concedido Proibição de contratar com o Poder Público Por 10 anos Por 5 anos Por 3 anos Por 10 anos Casos Especiais E quando o autor morre? Como proceder? Em caso de morte daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente, seus herdeiros (sucessores) estão sujeitos ao ressarcimento do dano, até o limite do valor da herança recebida . Aplicação das sanções As penas de perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só podem ser aplicadas depois do trânsito em julgado da sentença condenatória, ou seja, quando não houver mais qualquer recurso judicial cabível, conforme prevê o art. 20 da Lei 8.429/1992. As demais sanções não precisam esperar o trânsito em julgado da decisão condenatória, podendo ser executadas desde a publicação daquela sentença. @projetomonitoriacas 27 Projeto Monitoria Prescrição ❖ A prescrição é de 05 (cinco) anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança. ❖ Nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego, aplica-se o prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público. ❖ 05 (cinco) anos contados da data da prestação de contas, no caso de entidades privadas beneficiárias de recursos públicos ou de cujo patrimônio ou receita anual o Poder Público contribua com menos de 50%. ❖ As ações civis de ressarcimento ao erário, decorrentes de atos de improbidade, são imprescritíveis. DIREITO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR – CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO CONCEITO É um sub-ramo especializado do direito administrativo comum, afeto às atividades de administração praticadas no âmbito das Forças Armadas e das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares. Não se trata, portanto, de ramo do direito público dotado de autonomia científica, mas, sim, de uma especialização técnico- funcional do direto administrativo. Ato Administrativo Disciplinar Militar O ato administrativo militar pode ser conceituado como toda manifestação volitiva unilateral da Administração Pública Militar, regida por regime jurídico de direito público, capaz de gerar efeitos jurídicos imediatos para si e para os administrados em geral. Os atos administrativos militares podem ser divididos em típicos e atípicos. Os atos administrativos militares atípicos são aqueles comuns à atividade administrativa em geral, cujo objeto não envolve questões intrínsecas à atividade e carreira militar. Como exemplos: nomeação, demissão, punição de servidor público civil pertencentes aos quadros das Forças Armadas e Auxiliares; aplicação em processos licitatórios, de penalidades de advertência ou multa, na forma prevista na Lei 8.666/1993 e autorização de fabricação, exportação, importação e comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores, nos termos do artigo 24 da Lei 10.826/2003, etc. Em regra, são destinados aos membros das Forças Armadas e Auxiliares. Como exemplos: punição disciplinar de agente militar, incorporação, desincorporação, desligamento, licenciamento, demissão, exclusão do serviço ativo, reforma, promoção, transferência, convocação, nomeação e exoneração de cargos militares, comissionamento, portarias, instruções de comando, normas padrão de ação, diretriz de comando, etc. Em tempo de guerra, os atos administrativos militares típicos que resultem em atos de guerra, como a destruição de pontes, de indústrias, aeroportos, aeronaves, navios, ainda que civis, serão considerados atos de império. @projetomonitoriacas 28 Projeto Monitoria Requisitos dos Atos Disciplinares Militares Competência – Finalidade – Forma – Motivo – Objeto = COFIFOMOOB Processo Administrativo Disciplinar Militar – PAD O processo administrativo disciplinar é o instrumento formal através do qual a Administração apura a existência de infrações praticadas por seus servidores e aplica as sanções adequadas. Princípios Aplicáveis ao Direito Disciplinar Militar A Administração Militar, parte integrante da Administração Pública Direta, está sujeita aos mesmos princípios que informam o direito administrativo comum. Legalidade: A administração militar não pode conceder direitos ou impor obrigações ou vedações, via ao administrativo, sem prévio suporte legal. Se assim o fizer, o ato administrativo poderá ser invalidado. Logo, o agente público militar, no exercício de sua atividade funcional, não poderá se afastar, desviar ou extrapolar os limites da lei, sob pena de nulidade do ato praticado e violação de preceito da ética militar. Tal conduta poderá, inclusive, configurar a prática de crime militar ou de transgressão disciplinar, como, também, de ato de improbidade administrativa. Impessoalidade: O administrador público deve praticar seus atos, colimando sempre o interesse público, sem beneficiar, por meio de favoritismo, ou prejudicar, por meio de perseguições, esta ou aquela pessoa. Moralidade: A administração além de seguir os ditames legais, também deverá observar à moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça, equidade e honestidade. O militar que venha a praticar ato contrário a este princípio estará violando obrigações e deveres militares, razão pela qual sua conduta poderá constituir crime militar ou transgressão da disciplina, bem como a invalidação do ato praticado. Publicidade: Os atos praticados pela Administração devem ser divulgados de forma ampla e irrestrita, ressalvadas, apenas, as hipóteses em que o sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. O princípio da publicidade viabiliza o controle do ato praticado pela Administração, permitindo-se aferir sua legalidade, legitimidade, moralidade ou quaisquer outras ofensas a ordem jurídica. Com a regular publicação, o ato administrativo, em regra, começa a produzir efeitos, não podendo o administrado alegar desconhecimento do mesmo. Eficiência: Para a Administração Pública, o princípio da eficiência está relacionado à ideia, dentre outras, de presteza, rapidez, perfeição, racionalização da estrutura organizacional da máquina administrativa, maximização do emprego de meios materiais e humanos, qualificação e aperfeiçoamento profissional dos servidores, a fim de se satisfazer, de forma eficaz, os interesses da coletividade. @projetomonitoriacas 29 Projeto Monitoria Supremacia do interesse público: Em nome do bem de toda a coletividade, o interesse público sobrepõe-se ao privado. Por isso, o legislador, quando da elaboração das leis, deve conferir à Administração, em nome desta supremacia, poderes para desapropriar, promover intervenções, punir, fiscalizar, etc., observados os direitos e garantias fundamentais, a fim de legitimar a atuação da autoridade administrativa que, em função do princípio da legalidade, necessariamente, se vincula à vontade da lei. Com base nesse princípio, a Administração Pública Militar poderá promover requisições militares em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; efetuar servidõesmilitares e desapropriações; convocar o cidadão brasileiro para o serviço militar obrigatório, etc. Presunção de legitimidade e veracidade: Diante do dever de obediência ao princípio da legalidade, presume-se que todos os atos praticados pela Administração Pública estão em conformidade com as normas legais e que são verdadeiros. Por consequência, os atos administrativos criam, de imediato, obrigações para o administrado independente de sua anuência, podendo ser executados, desde logo, pela própria Administração, na forma prevista em lei. Autotutela: Por esse princípio, a Administração Pública tem o dever de controlar seus próprios atos, anulando os ilegais, independentemente de prévia chancela do Poder Judiciário, e revogando os inconvenientes e inoportunos. Continuidade do serviço público: Este princípio visa assegurar a regularidade na prestação dos serviços públicos essenciais e necessários à coletividade. Motivação: Pelo princípio da motivação, a Administração deve expor os fundamentos de fato e de direito da decisão administrativa. A motivação atende ao aspecto formal, porque está expressa no texto constitucional básico, e a substancial, pois sem motivação não há possibilidade de aferição da legalidade ou ilegalidade, da justiça ou da injustiça de uma decisão administrativa. Razoabilidade e proporcionalidade: A razoabilidade pressupõe uma correlação lógica e racional entre o fato (motivo) e a correspondente ação da Administração Pública, que deve ser pautada no senso comum, na eficiência, moralidade, economicidade, justiça, prudência. Exige-se da Administração uma adequação entre os meios por ela utilizados e os fins a serem alcançados, evitando- se os excessos que caracterizam a desproporcionalidade da medida. Segurança jurídica: É condição indispensável para a própria existência do Estado de Direito. Sem ela, situações que se encontravam consolidadas sob a égide de uma determinada interpretação normativa poderiam ser desconstituídas em função de mudanças de entendimento, acarretando graves crises de insegurança. Por isso, é proibida a aplicação retroativa de uma nova interpretação. Boa-fé: A relação entre a Administração Pública e o administrado deve ser pautada, inteiramente, na confiança. Para tanto, ambos devem agir com boa-fé, ou seja, com honestidade, lealdade, moralidade. Comprovada a má- fé do administrado, a administração deve, a qualquer tempo, anular o ato administrativo do qual decorram efeitos favoráveis para ele. @projetomonitoriacas 30 Projeto Monitoria Hierarquia: A hierarquia administrativa, instituto do qual deriva o princípio da hierarquia, é um critério de estruturação organizacional verticalizado, de forma piramidal, no qual os diversos órgãos que compõem a Administração são dispostos, na forma da lei, em vários níveis hierárquicos distintos. A estrutura hierarquizada viabiliza o exercício desconcentrado das diversas funções administrativas, assegurando aos superiores o poder de rever atos dos subordinados, de delegar e avocar atribuições, de coordenar, de dar ordens, de punir, de decidir conflitos de competência entre subordinados e impondo aos subordinados o dever de obediência. Na Administração Militar, este princípio deve possuir contornos extremamente rígidos, sob pena de se instaurar a subversão nas instituições militares. Por isso, o respeito à hierarquia deve ser mantido em todas as circunstâncias da vida entre militares da ativa, da reserva remunerada e reformados, independentemente de estarem ou não nas dependências dos quartéis ou no exercício de atividades militares. Ainda em razão da hierarquia, o acesso às autoridades superiores deve seguir rigorosamente a cadeia de comando, sob pena de transgressão disciplinar. Direito administrativo - RESUMO CAS/2020 ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA Desconcentração e Descentralização Órgão Público Características Classificação dos órgãos Quanto à posição que o órgão ocupa na escala governamental ou administrativa: Em relação ao enquadramento federativo: Quanto a composição: Em relação as atividades que preponderante são exercidas pelos órgãos públicos: Administração Indireta Autarquia Características Classificação Atividade regulatória As agências reguladoras envolvem o exercício de três atividades diversas, entre as quais: administrativa, poder normativo e judicante. Classificação Podemos classificar as agências reguladoras, quanto ao tipo de atividade regulada ou a partir da quantidade de setores regulados. Características Empresas Estatais: Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista Empresas estatais Empresa pública Sociedade de Economia Mista Características em comum Criação : Para a sua criação deve ser por uma lei específica, porém o início da personalidade jurídica ocorrerá com a inscrição dos atos constitutivos no respectivo registro. Objeto: Podem desenvolver atividades econômicas ou prestação de serviços públicos. Regime de pessoal: O regime é celetista (CLT), porém a demissão desses empregados deverá ser motivada, visto o respeito aos princípios constitucionais da moralidade e impessoalidade. Patrimônio: O patrimônio é privado, porém sofre modulações do direito público, visto que aquelas empresas ou sociedade de economia mista que prestam serviço público a limitação do patrimônio, como a penhora, não pode atingir os bens que estiverem afet... Fundações Públicas Serviços sociais autônomos – Sistema S Organizações Sociais (OS) Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPS) Características ATOS ADMINISTRATIVOS Conceito é a manifestação unilateral da vontade da Administração Pública e seus delegatórios que buscam produzir efeitos jurídicos com objetivo de implementar o interesse público. Uma outra forma de conceituar ato administrativo é como sendo a exteri... Elementos: Competência – Finalidade – Forma – Motivo – Objeto = COFIFOMOOB Elementos: Competência – Finalidade – Forma – Motivo – Objeto = COFIFOMOOB Características Critérios de fixação da competência Delegação e Avocação Objeto é a alteração no mundo jurídico que o ato administrativo se propõe a processar. Significa, o objetivo imediato da vontade exteriorizada pelo ato, a proposta do agente que manifestou a vontade com vistas a determinado alvo. O objeto deve ser líc... Discricionariedade e Vinculação (estão relacionados ao poder hierárquico) Forma é o meio pelo qual se exterioriza a vontade, é o revestimento externo do ato administrativo para a produção de efeitos jurídicos. (Na maioria dos casos, escrita, porém aceita exceção) Princípio da Solenidade das Formas Motivo é a situação de fato ou de direito que gera a vontade do agente quando pratica o ato administrativo. O motivo é a causa do ato. Motivo discricionário (motivo de fato) e motivo vinculado (motivo de direito) Motivo e Motivação Teoria dos Motivos Determinantes Finalidade é o atendimento do interesse público. A finalidade é o resultado do ato. Desvio de Finalidade o atendimento de interesses meramente privado, em desacordo com a legislação, é conhecido como desvio de poder, que acarreta nulidade do ato. Finalidade e Objeto Atributos = características. Senhores, sempre que no direito administrativo os senhores lerem sobre atributos do ato administrativo, quero que os senhores se lembrem da PATI...isso aquela PATI. Presunção de Legitimidade Autoexecutoriedade Tipicidade Imperatividade Presunção de Legitimidade - os atos administrativos presumem-se editados em conformidade com ordenamento jurídico (presunção de legitimidade), bem como as informações nele contidas presumem-se verdadeiras (presunção de veracidade), visto que os agente... Presunção de Legitimidade - os atos administrativos presumem-se editados em conformidade com ordenamento jurídico (presunção de legitimidade), bem como as informações nele contidas presumem-se verdadeiras
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