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53 - APOSTILA - ÉTICA E DEONTOLOGIA NA EDUCAÇÃO FÍSICA

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APRESENTAÇÃO 
 
Professor Esp. Cleber Henrique Sanitá Kojo. 
 
• Especialista em História e Geografia pela Faculdade Integrada do Vale 
do Ivaí. 
• Especialista em Gestão Escolar, Supervisão e Orientação pela ESAP - 
Faculdades Integradas do Vale do Ivaí. 
• Especialista em Educação de Jovens e Adultos pela ESAP – Faculdades 
Integradas do Vale do Ivaí. 
• Licenciatura Plena em História pela UNESPAR – FAFIPA, Paranavaí. 
• Licenciatura Plena em Sociologia pela UNAR - Centro Universitário de 
Araras "Dr. Edmundo Ulson". 
• Docente da educação básica (Fundamental e Médio) da SEED, PR. 
• Docente da educação básica (Médio) do Colégio Fatecie Premium. 
• Docente do ensino superior, nos cursos de Arquitetura, Administração e 
Ciências Contábeis na UniFatecie. 
• Supervisor de tutoria e Tutor da EAD UniFatecie. 
 
Ampla experiência como docente da educação básica (Fundamental e Médio), 
Professor de cursinhos pré-vestibulares em história e filosofia e prática docente 
na educação à distância. 
APRESENTAÇÃO 
 
Professor Esp. Guilherme França Fusco. 
 
• Especialista Personal Trainer pela UNESPAR - FAFIPA; 
• Licenciatura Plena pela UNESPAR - FAFIPA; 
• Mestrando de didática e metodologias – UNESPAR – FAFIPA; 
• Docente da educação básica (Fundamental e Médio) da instituição 
privada. 
• Docente e orientador da Educação Tecnológica da Rede Federal de 
Ensino no IFPR – Campus Paranavaí. 
 
Experiência como docente da educação básica (Fundamental e Médio), 
Professor de ensino médio integrado da Rede Federal de Ensino. 
 
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
 
Seja muito bem-vindo(a)! 
 
Sejam bem-vindos ao nosso curso de Ética e Deontologia na Educação Física. 
A partir de agora partimos para uma viagem ao tempo para buscar nas nossas 
experiências filosóficas algumas explicações para a formação moral pessoal, 
social e profissional, e claro, buscando entender nossa formação buscando um 
olhar para um horizonte futurístico e depositar nele nossa aprendizagem como 
uma forma de expectativa. 
Em nossa viagem filosófica em busca desses espaços de experiências da 
formação ética e moral, pois na unidade I começaremos pela busca do 
entendimento sobre o que é ser ético, pois na nossa sociedade se fala muito do 
ser ético, mas não se tem uma formação correta desse conceito, muitos se 
dizem éticos profissionalmente, mas não sabem nem o que é ser ético. Assim 
você conhecerá os conceitos de ética e moral. Em seguida, você entenderá 
que o ser humano é feito de desejos e vontades, e, que isso compreende a 
uma responsabilidade humana, pois sabemos que temos um dever a cumprir e 
por muitas vezes exigimos nossa liberdade sem saber o que é liberdade de 
verdade. 
Já na unidade II dessa apostila, conheceremos alguns filósofos importantes 
com suas ideias para formação do indivíduo. Apresentaremos os conceitos 
básicos da filosofia moral de Sócrates e de Aristóteles, além da compreensão 
da ideia de dever e de intenção do cristianismo na moral humana. 
Apresentaremos ainda nessa unidade o conceito de natureza humana proposta 
por Rousseau e a moral da razão prática de Immanuel Kant. Vale ressaltar que 
você irá conhecer perspectiva hegeliana e de Bérgson de cultura e de dever 
humano, além da visão ética e liberdade proposta por Espinosa. 
 
Nas Unidades III e IV retomaremos o fascínio sobre o assunto desta disciplina, 
observando, lendo ou estudando as unidades I e II, pois é o início de um 
grande desafio que vamos triunfar juntos. Proponho, uma construção conjunta 
sobre a ética, os esportes e a educação física. Vale ressaltar que iremos 
verificar a Valores Éticos e Morais no Sistema CONFEF/CREFs (Conselho 
Federal e Regional de Educação Física), passar também pelo código de ética 
profissional e exercício profissional, além da vida profissional do individuo, 
identificando assim os valores para o estudo do esporte. 
Conheceremos a ética e docência e como fair play e olimpismo fazem parte de 
nossa profissão. Ressalta-se ainda a importância docência dentro dos 
conselhos de classe embasados na sua profissão. 
Ao fim dessa apostila espero que seu horizonte de expectativas seja 
modificado, uma vez que todos nós, seres humanos, profissionais, somos 
frutos de uma formação moral e ética de uma determinada sociedade e dessa 
forma agirmos com responsabilidade dentro da profissão e da sociedade 
vigente. 
 
Muito obrigado e bom estudo! 
UNIDADE I 
 
OS VALORES E A MORAL 
 
Professor Especialista Cleber Henrique Sanitá Kojo 
 
 
Plano de Estudo: 
• Conceitos e Definições de Moral e Ética. 
• A Valorização: Valores e diferenças culturais. 
• Breve histórico, social e pessoal de Ética e Moral. 
• A Estrutura do ato moral e suas divisões. 
• O desejo e a vontade humana. 
• Responsabilidade, dever e liberdade. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Conhecer os Conceitos e Definições de Moral e Ética. 
• Entender a Valorização: Valores e diferenças culturais. 
• Contextualizar todo o processo histórico, social e pessoal de Ética e Moral. 
• Estabelecer os pontos do ato moral e suas divisões. 
• Compreender a diferença de desejo e vontade humana, além da 
responsabilidade, dever e liberdade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
#INTRODUÇÃO DA UNIDADE # 
 
Seja muito bem-vindo(a)! 
 
Prezado(a) educando(a), preste muita atenção. Pois se em você ocorreu um 
despertar ou um fascínio sobre assunto desta disciplina, observando a 
profissão escolhida, é o inicio de um grande desafio que vamos triunfar juntos. 
Proponho uma construção conjunta sobre a ideia de ética e moral. Pois em 
nossa sociedade se fala muito do ser ético, mas não se tem uma formação 
correta desse conceito, muitos se dizem éticos profissionalmente, mas não 
sabem nem o que é ser ético. Vamos conhecer os conceitos de Moral e ética e 
suas subdivisões para interpretarmos os componentes que a constroem, pois 
todos em nosso dia a dia indicamos valores as pessoas, e, vamos entender em 
qual momento devemos usar e identificar esse processo. 
Dentro desse desafio, iremos conhecer muito além da ética e moral, pois o ser 
humano é feito de desejos e vontades, e por muito tempo percebemos através 
do senso comum que isso compreende a responsabilidade humana, sabemos 
que temos um dever a cumprir e por muitas vezes exigimos nossa liberdade 
sem saber o que é liberdade de verdade. 
Por fim, vamos conhecer o processo da liberdade humana e todo seu ato 
moral, assim esperamos um profissional com um posicionamento ético e social 
de maneira positiva e construtiva na sociedade, tornando-se um profissional 
exemplar e que some no desenvolvimento social e humano. 
 
Muito obrigado e bom estudo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
#CONTEÚDO# 
 
Imagem do Tópico: Informar o ID ou link da imagem que será capa deste tópico! 
 Lembre-se de dar preferência ao banco www.shutterstock.com/ 
 
ID DA FOTO: ID da foto stock livre de direitos: 537942472 
 
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/wooden-signpost-code-ethics-concept-
accountability-537942472 
 
1. OS VALORES E A MORAL 
 
Em pleno século XXI, ainda confundimos a ética, moral, valores, entre outras 
palavras e/ou conceitos. Vale ressaltar que constantemente encontramos o uso 
ambíguo de palavras como "moral e ética", "valores e ética", "valores e 
normas". Você consegue rapidamente diferenciar cada uma delas? Definir cada 
uma delas? Caso você conheça é um passo gigantesco para estudo de nossa 
disciplina, no entanto, precisamos diferenciar cada uma delas para não causar 
confusão em nossa vida, assim você poderá melhorar sua comunicação e a 
elaboração do pensamento. Qual o código de ética de sua profissão? 
Esperamos que embarque nessa viagem filosófica para que se crie um 
profissional reflexivo, crítico, responsável com a sociedade, com as normas 
legais e compreendendo melhor seu papel na sociedade. 
Antes de começar diretamente os debates sobre valores, moral e ética, temaesse muito discutido e pouco conhecido de verdade pelas pessoas, empresas 
e até mesmo por profissionais em plena atuação de suas funções, quero 
compartilhar um pensamento adquirido no decorrer do tempo, do senso 
comum, do conhecimento cientifico entre outros, ou seja, destaco que vivemos 
numa sociedade onde os valores morais são levados em consideração em 
vários setores da sociedade, principalmente em uma época onde nas redes 
sociais são repletos de “especialistas” de tudo, seja em relação a posição, 
política, religiosa, entre outros. Porém, a grande maioria não sabe ou não 
compreende o verdadeiro significado de valores, moral e ética. 
http://www.shutterstock.com/
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/wooden-signpost-code-ethics-concept-accountability-537942472
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/wooden-signpost-code-ethics-concept-accountability-537942472
Então precisamos que compreender Moral e Ética, pois vale ressaltar que 
ambas se completam e assim podemos debater como, por exemplo, os 
valores. 
No dicionário Aurélio online a definição das palavras Ética e Moral são as 
seguintes: 
 
"ÉTICA: substantivo feminino: Segmento da filosofia que 
se dedica à análise das razões que ocasionam, alteram 
ou orientam a maneira de agir do ser humano, 
geralmente tendo em conta seus valores morais. [Por 
Extensão] Reunião das normas de valor moral presentes 
numa pessoa, sociedade ou grupo social: ética 
parlamentar; ética médica." 
“MORAL: Preceitos e regras que, estabelecidos e 
admitidos por uma sociedade, regulam o comportamento 
de quem dela faz parte. Leis da honestidade e do pudor; 
moralidade. [Filosofia] Parte da filosofia que trata dos 
costumes, dos deveres e do modo de proceder dos 
homens nas relações com seus semelhantes”. 
 
Já Etimologicamente: Moral vem de More (latim) significa costume e Ética é 
Ethos (Grego) também significa costume. 
Você sabe dizer o significado de costume? De onde vêm os costumes? Os 
costumes de cada sociedade vêm dos valores instituídos por ela e orientam as 
pessoas como agir, promovendo assim uma convivência saudável entre as 
pessoas, ou seja, os valores são características morais que todas as pessoas 
possuem. Servem ao indivíduo para orientar seus comportamentos e ações, 
na satisfação de determinadas necessidades. Observe a imagem abaixo. 
 
 
Fonte: O Autor. 
 
Assim podemos afirmar que os valores como os citados acima, norteiam o 
homem e seu agir em sociedade, tornando-a uma sociedade onde a 
convivência é totalmente possível norteando até mesmo as leis da mesma. 
Um ponto de extrema importância para a compreensão dos valores é entender 
que o mesmo pode variar de sociedade para sociedade, ou até mesmo entre 
grupos sociais diferentes. Por exemplo, se perguntar a uma brasileira o que ela 
acha se seu marido lhe fizesse uma proposta de ter várias mulheres, 
provavelmente a mesma teria a atitude de se separar, enquanto em países 
muçulmanos é normal o homem ter várias esposas, da mesma forma que é 
normal nos países muçulmanos o uso da burca e para nós o uso de biquínis, 
ou seja, em uma sociedade o cobrir o corpo ou não depende de cada cultura 
adquirida através de sua moral formando os valores de um grupo de indivíduos, 
ou seja, o que é moral para mim pode ser imoral para outros. 
Então podemos afirmar que os valores morais são baseados por vários fatores, 
como cultura, tradição, religião, convivência diária, entre outros de um 
determinado grupo ou de um povo. Vale ressaltar que a manutenção dos 
valores morais de uma sociedade vem determinar comportamentos e a 
orientação de como agir do grupo em questão, garantindo assim a ordem e a 
existência de uma sociedade. 
 
2. Caráter histórico, social e pessoal. 
 
Em um primeiro momento podemos afirmar que os valores morais citados 
acima são herdados, pois quando nascemos já existe uma cultura determinada 
na sociedade e com isso aprendemos desde cedo as regras da mesma, 
seguindo-as e absorvendo-as sem perceber e identificando como agir 
moralmente ou imoralmente. 
Nesse determinado ponto podemos devemos diferenciar a Ética da moral, pois 
segundo Comte-Sponville,1998, “A Moral ordena; a Ética aconselha. A Moral 
responde à pergunta: “o que devo fazer?”; a Ética, à pergunta: “como devo 
viver?”. Assim podemos afirmar que a moral é não é algo definido 
cientificamente, mas objeto desse algo cientifico e a ética estuda os atos 
humanos, mas, estes atos tem que ser “Conscientes, Livres e Voluntários”, pois 
assim podemos confirmar a afirmação de Comte-Sponville acima. 
No cotidiano ouvimos a afirmação que alguém foi imoral, no entanto você já 
parou para pensar sobre o conceito de imoral? Já ouviu falar em amoral? E no 
não moral? Qual a diferença de imoral, amoral e não moral? Talvez você já 
deva estar pensando que agora começamos com a “chatice”, complicação? No 
entanto estas dúvidas são de fácil entendimento e compreensão, como nas 
definições abaixo: 
• A Moral é o ato que está de acordo com uma norma ética ou indicação 
de conduta social. 
• Já o Imoral é o ato que fere uma norma ética ou uma conduta 
estabelecida pela moral social ou individual. É o ato pelo qual se dão os 
anti valores: da injustiça, do mal, etc.(vai contra a introjeção da norma). 
• Amoral é o ato que não pode ser avaliado do ponto da ética ou da 
moral, pois nele não se dão as condições transcendentais para a 
moralidade.(não há introjeção) 
• Não-moral é o ato em que não estão envolvidos diretamente os valores 
morais, como por exemplo, assistir a um jogo de futebol ou ir à praia. 
 
Observe a imagem abaixo criada no powerpoint pra auxiliar na compreensão 
do tema: 
 
Fonte: O Autor. 
 
Com o texto e a imagem acima podemos compreender melhor os atos morais e 
podemos entender que os mesmos são uma espécie de ponto final, ou seja, de 
um resultado onde ocorreu se escolheu. Assim para facilitar esse processo de 
se agir moralmente, também chamado de “atos morais” e analisa-los enquanto 
fenômenos vamos dividi-los em duas categorias, as espécies e a estrutura de d 
agir moralmente ou atos morais: 
 
I. Espécies de atos morais: divididas em três categorias que estudamos 
acima, os chamados de atos morais (positivos), atos imorais (negativos) e atos 
amorais (não sabe qual a moral da sociedade vigente). 
II. Estrutura dos atos morais: que é formada pela soma de três elementos: A 
formação, motivação e situação. 
 
Podemos acrescentar ainda que dentro do caráter histórico da moral temos sua 
formação em vários períodos históricos, seja no período feudal na idade média, 
da moral burguesa na idade moderna entre outros. Assim afirmo que a moral 
pode ser considerada um fato histórico que para o momento é instituído mas 
pode ser modificada com o tempo sem cometer anacronismos, considerando 
cada moral em cada período. Segundo Adlfo Sanchez Velasquez 2017, esse 
historicismo moral no campo da reflexão ética tem três direções fundamentais a 
ser respeitada. 
a) DEUS COMO ORIGEM OU FONTE MORAL: No 
caso as normas morais derivam de um poder sobre-
humano (...) Logo, as raízes morais não estariam no 
próprio homem, mas fora e acima dele. 
b) A NATUREZA COMO ORIGEM OU FONTE MORAL: 
A conduta moral do homem não seria senão um 
aspecto da conduta natural, biológica. (...) Teriam 
origem nos instintos, e, por isso, poderiam ser 
encontradas não só naquilo que o homem é como 
ser natural, biológico, mas inclusive nos animais, 
pois Darwin chega a afirmar que os animais 
experimentam sentimentos humanos como o amor, a 
felicidade, a lealdade entre outros. 
c) O HOMEM COMO ORIGEM OU FONTE MORAL: O 
homem é dotado de uma essência eterna e imutável 
inerente a todos os indivíduos (...). A moral 
constituiria um aspecto dessa maneira de ser, que 
permanece e dura através das mudanças históricas 
e sociais. 
 
SANCHEZ VELASQUEZ, Adolfo. Ética, (Tradução 
de João Dell’Anna).37 edição. Editora: Civilização 
Brasileira, 2017. página 80. 
 
Essas três concepções históricas tem origem fora do homem como um ser 
histórico, pois na primeira presenciamos um ser superior, onipotente, 
onipresente e onisciente, que não precisa do homem, já o segundo no mundo 
natural, seguido do terceiro baseia-se no homem abstrato, fora da sociedade e 
da história. Assim todas afirmam que a moral independe do homem, mesmo 
que constituída desde sua origem, pois as sociedades instituem sua moral 
independentemente do individuo e do tempo. Você talvez compreendeu com 
facilidade, pois na história temos o surgimento da propriedade privada que 
elimina a moral comunal existente anteriormente. Você pode compreender que 
na atualidade as morais que seus avós possuíam já mudaram com o tempo e 
você sente todos os dias no seu cotidiano. Assim é na história, com a moral 
aplicada na divisão do trabalho, na sociedade escravista entre outras. Para 
exemplificar podemos afirmar que era normal descartar o negro como um ser 
humano simplesmente pela sua cor, achavam que seriam superiores pela cor 
da pele, o Darwinismo social aplicado e aceito em um determinado período 
histórico. 
Que tal você aceitar a moral inserida na sociedade medieval onde reinava o 
Teocentrismo, onde Deus era o centro do universo e o homem era desprezado 
até o aparecimento do antropocentrismo e da ascensão da sociedade 
burguesa. 
Historicamente a moral vai sendo construída com a evolução da sociedade, 
pois tínhamos a divisão do trabalho e o desprezo humano na revolução 
industrial com exploração desacerbada do trabalho infantil, feminino, chegando 
ao ponto de incendiar uma fabrica com as mulheres dentro dando origem ao 
dia das mulheres e a valorização feminina. Temos o movimento feminino que 
buscam a igualdade moral até hoje. Para exemplificar podemos citar as tribos 
dos pigmeus onde o sexo e o casamento é liberado aos 10 anos de idade, ou 
em tribos africanas onde as mulheres tem seu órgão genital mutilado, pois o 
prazer é exclusivo ao sexo masculino. 
Vale ressaltar que esse processo histórico da moral vem sendo construído e 
constituído dependendo dos atos morais implantados em diferentes 
sociedades, por isso iremos falar agora das espécies de atos morais. 
 
3. Espécies de atos morais 
 
Para se entender melhor os atos morais, vamos apresentar a você a divisão 
dos mesmos nas três vertentes citadas acima, ou seja, os chamados atos 
morais, imorais e amorais. 
Iremos começar pelos chamados atos morais, que é quando afirmamos que 
são os atos em que o individuo possui conhecimento, entendimento, ou seja, o 
mesmo tem “ciência” das regras da sociedade, das normas para convivência 
coletiva, escolhendo-as livremente, segui-las, reconhecendo e compreendendo 
a importância das regras sociais impostas. 
Já os chamados de atos imorais, são parecidos com os atos morais, no entanto 
o individuo faz a opção de não aceita-las ou obedece-las, ou seja, os atos 
imorais são aqueles em que o individuo sabe que existem regras de 
convivência coletiva e toma a decisão individual de não segui-las, pois ele não 
aceita que essas regras impostas tem validade ou importância social. 
O mais simples dos três são os atos amorais, pois o individuo não possui 
ciência alguma das existências de normas e regras vigentes da sociedade, por 
exemplo, um determinado individuo chega a um novo país tem algumas 
atitudes que são proibidas para aquele determinado território e o mesmo não 
tem compreensão disso. 
 
3.1 Estrutura do ato moral 
 
Para iniciarmos e implantarmos o mundo moral, precisamos ter uma 
consciência crítica, também chamada de consciência moral, que avalia todas 
as normas e regras vigentes na sociedade, orientando assim o agir humano. 
Vale ressaltar que a escolha é a consciência humana chamada para que ocorra 
o discernimento entre o valor moral e atos morais. 
Podemos analisar e entender que a filosofia em si estuda toda a ética e moral 
humana, indicando se você é um sujeito moral, imoral ou amoral de uma 
determinada sociedade, assim podemos afirmar que para complementar essa 
teoria filosófica temos o chamado ato moral que apresenta dois aspectos, o 
chamado de normativo e o fatual, ou seja, o normativo consiste em todas as 
regras que devem ser seguidas, já a fatual apresenta a decisão humana de 
segui-las ou não. Destacando ainda que o normativo são as normas ou regras 
de ação, o que explica o “dever ser”. Já o fatual são os atos humanos enquanto 
se realizam efetivamente. 
Segundo Adolfo Sanchez Velásquez, 2017, o ato moral é ligado a um sujeito 
real que pertence a uma determinada comunidade humana que historicamente 
determinada com normas ou regras, como a citação abaixo: 
 
O ato moral como ato de um sujeito real que pertence a 
uma comunidade humana, historicamente determinada, 
não pode ser qualificado senão em relação com o código 
moral que nela vigora. Mas seja, qual for o contexto 
normativo e histórico-social no qual o situamos, o ato 
moral se apresenta como uma totalidade de elementos – 
motivo, intenção ou fim, decisão pessoal, emprego de 
meios adequados, resultados e consequências – numa 
unidade indissolúvel. 
 
SANCHEZ VELASQUEZ, Adolfo. Ética, (Tradução de 
João Dell’Anna). 37 edição. Editora: Civilização 
Brasileira, 2017. Página 80. 
 
Assim podemos dizer que o ato será moral ou imoral quando estiver de acordo 
com as regras estabelecidas. 
 
 
4. Desejo e vontade. 
Após compreender que a Moral é um conjunto de regras que norteiam e 
orientam as pessoas, devemos acrescentar que isso só funciona se ocorrer a 
aceitação dessas normas, mesmo que essas normas forem exterior ao 
individuo. Vale ressaltar que o ser humano evolui com o tempo, cresce em 
“graça” e estatura, pois a palavra graça aqui quer dizer a maturidade, quando 
homem abandona a infantilidade e passa a ter uma maior consciência de seus 
atos, passam a tomar decisões que fazem parte de seu ser, como os 
chamados de desejos e vontades. 
Você já parou para pensar a diferença entre desejos e vontades? Como saber 
agir contra os desejos? 
Você precisa saber a distinguir a diferença entre desejo e vontade, pois afirmo 
que será impossível dominar nosso corpo de emoções implícitas ou explicita e 
ter um ótimo controle sobre sua vida. Vale ressaltar que podemos definir que 
desejo são as necessidades do corpo, o chamado “Tesão” sem controle, um 
instinto humano. Já a vontade podemos afirmar que é quando você decide 
algo, é uma ação pela qual você deixou a mente vencer corpo, as situações 
que a mente domina como por exemplo a vontade de comer chocolate, ou seja, 
mais calma e tranquila, quanto o desejo envolve compulsão. Vale ressaltar que 
que o desejo pode ser atrelado a sonhos e fantasias enquanto a vontade está 
atrelada a vontade. Desejo são atrelados também a sentimentos e emoções, 
enquanto a vontade está ligada está ligada a lógica e a razão. 
Para agir contra os desejos, temos que se lembrar de tudo que foi estudado 
sobre a moral e praticá-la rotineiramente. Será que conseguimos entender a 
relação entre desejos e vontades e suas diferenças? Para exemplificar melhor 
a diferença observe a tabela adaptada abaixo de comparações com 
informações retiradas do site citado na fonte: 
 
DESEJO VONTADE 
* Provêm de estímulos dos sentidos * Provêm do pensamento e da razão. 
* Precisa se consumir. * Precisa se realizar. 
* Satisfaz caprichos e fantasias. * Satisfaz necessidades na luta pela 
vida. 
* Prevalecem as forças do instinto. * Prevalecem as forças da razão e da 
lógica. 
* É tênue e indireto. * É firme e direta. 
* De regra, depende do 
consentimento. 
* Só depende da própria criatura e do 
seu de outras criaturas. “Querer”. 
* Utiliza artifícios e artimanhas. * Vai direta ao alvo. 
* Leva aos vícios da conduta. * Não contamina nem leva aos vícios. 
* É impulsivo e de difícil controle.* É racional, controlada pelo 
pensamento. 
* Não fortifica o caráter. * Realça e fortalece o caráter. 
* Coloca pouca força na consumação. * Exige força e luta para vencer. 
* É aleatório, inconstante, variável. * Ajusta-se às circunstâncias e 
objetivos. 
* É quase sempre imediatista. * É persistente e exige paciência. 
 
FONTE: https://carusosamel.webnode.com.br/news/desejo-e-vontade/ 
acesso:23/12/2019. 
 
 
 
1.5 Responsabilidades, dever e liberdade. 
 
Após estudarmos toda consciência moral, imoral, amoral acima, podemos 
afirmar que parece confuso a ideia de relaciona-las com liberdade, não é? 
Como ser livre e ser moral ao mesmo tempo? Parece confuso, mas podemos 
construir a compreensão juntos, pois a “graça” utilizada acima ou a consciência 
humana é uma principais razões que nos separa dos animais, nos permitindo a 
racionalidade, o desenvolvimento do saber, nos permitindo a separação do 
verdadeiro ou falso. Essa “graça” é transformada em consciência moral que 
nos permite a observação de nossa própria conduta e assim formular juízos 
sobre nossos atos, tanto no passado, quanto no presente e no futuro. Logo ao 
analisarmos e julgarmos nossas ações, podemos fazer escolhas que nortearão 
sua vida, logo essa possibilidade de escolher sua vida que podemos chamar de 
liberdade. 
A liberdade vem atrelada as nossas escolhas que nem sempre são as ideais, 
pois através da coerção podemos determinar nossas ações que às vezes não 
são livres, como por exemplo, quando bandidos sequestram um membro da 
família e exige que você tome atitudes não éticas, nos tirando a liberdade e 
fazendo que nesse período de sequestro nos esquecemos da consciência 
moral. 
Claro que quando somos livres para decidir e fazer nossas escolhas, nos 
tornamos responsáveis por nossas ações, ou seja, assumimos as ações dos 
atos conscientemente, respondendo pelas consequências praticadas. Vale 
ressaltar que o comportamento moral é livre e responsável, além de 
obrigatório, criando em você, em mim, em nós o que chamamos de dever. 
Assim quando somos responsáveis e cumprimos nosso dever, somos livres, 
cumprindo nosso dever moral. Vale ressaltar que assim o dever moral não vem 
de uma causa externa e sim através da norma livremente assumida. 
Ainda podemos afirmar que essa responsabilidade não deve ser interpretada 
como defesa de um relativismo, onde todas as formas de conduta podem ser 
aceitas livremente. o professor José Arthur Gianotti apresenta essa afirmação 
dessa forma: 
 
"Os direitos do homem, tais como em geral têm sido 
enunciados a partir do século XVIII, estipulam condições 
mínimas do exercício da moralidade. Por certo cada um 
não deixará de aferrar-se à sua moral; deve, entretanto, 
aprender a conviver com outras, reconhecer a 
unilateralidade de seu ponto de vista. E com isso está 
obedecendo à sua própria moral de uma maneira 
especialíssima, tomando os imperativos categóricos dela 
como um momento particular do exercício humano de 
julgar moralmente. Desse modo, a moral do bandido e a 
do ladrão tornam-se repreensíveis d ponto de vista da 
moralidade publica, pois violam o principio da tolerância 
e atingem direitos humanos fundamentais. 
 
GIANITTI, José Arthur. Moralidade Pública e Moralidade 
Privada. In: NOVAES, Adauto (org.) Ética. São Paulo 
Cmpanhia das letras/secretaria municipal de 
Curitiba,1992. P.245. 
 
A responsabilidade vai criar um dever comportamental moral, pois o 
compromisso humano é a obediência da decisão tomada por cada ser humano. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
“Vontade distingue-se de desejo. O desejo não depende de escolha, surge 
involuntariamente em nós. Já a vontade supõe a disposição consciente para 
agir e depende do poder de reflexão para satisfazer ou não o desejo. Seguir o 
impulso do desejo sempre que ele se manifesta é negar e moral e a 
possibilidade de qualquer vida em comum”. 
Fonte: ARANHA, MARTINS. Filosofando: Introdução à filosofia. São Paulo: Ed. 
Moderna, 2003. 
 
#REFLITA # 
 
Na sua obra a República, Platão relata a lenda sobre um anel que tornaria 
invisível quem conseguisse virar o engaste para dentro. Foi o que teria 
acontecido ao pastor Giges, que vivia a serviço do rei da Lídia. Após ter se 
salvado de um terremoto ele retirou de um cadáver o referido anel. Ao perceber 
que podia ficar invisível sempre que quisesse, entrou no castelo, seduziu a 
rainha, tramou com ela a morte do rei e obteve o poder. 
Esse mito nos faz pensar sobre os motivos que estimulam ou coíbem uma 
ação. Se pudesse ficar invisível em uma loja, você roubaria um celular, por 
exemplo? Ou o que seria determinante para que, mesmo invisível, você 
roubasse? 
Fonte: ARANHA, MARTINS. Filosofando: Introdução à filosofia. São Paulo: Ed. 
Moderna, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
#CONSIDERAÇÕES FINAIS# 
 
 
Caro acadêmico (a), chegamos ao final dessa unidade e no decorrer dela 
contemplamos diversas temáticas sobre a relação entre ética e moral e suas 
vertentes. Você consegue se lembrar? Espero que nesse momento do 
processo de ensino/aprendizagem você esteja encantado ou fascinado, 
sabendo diferenciar ética de moral, valores e moral, desejo de vontade, além 
de identificar a responsabilidade, dever e liberdade. 
Você conheceu que em nosso cotidiano valorizamos as pessoas sem entender 
a ideia de valores, já agora conhecendo o que é valores você poderá identificar 
melhor essa diferença afirmando que uma pessoa é corajosa, respeitosa, 
humilde é uma pessoa virtuosa e já a moral vem constituída desde a sociedade 
em que se nasce e convive até mesmo no seio familiar. 
Demonstramos o caráter histórico, social e pessoal da moral, e com isso 
aprendemos desde cedo as regras da sociedade é imposta, e com isso você 
passa agir moralmente ou imoralmente, conhecendo até mesmo o ser amoral. 
Acredito que ao ler trechos sobre a espécie da moral e a estrutura da moral, 
tenha acarretado em você um entendimento da formação moral do individuo e 
fazendo cm que você se reconheça nesse processo. 
Conhecemos as diferenças de desejos e vontades com exemplos de 
comparações para que o individuo e torne um ser moral em todos os aspectos, 
entendendo que a liberdade tem em sua composição a responsabilidade e o 
dever.. 
Por fim, quero agradecer você por esse tempo de estudos que passamos 
juntos e com a certeza que o conhecimento adquirido dos valores e da moral 
vai promover em você uma corrente de expansão desse conhecimento, pois 
durante o processo foi descortinado toda beleza e riqueza desse processo de 
formação humana. 
Enfim, sucesso e nos vemos no próximo capítulo. 
Obrigado! 
 
 
 
 
#WEB COMPLEMENTAR# 
(OPCIONAL) 
 
Leia também: 
 
Figueiredo AM. Ética: origens e distinção da moral. Saúde, Ética & Justiça. 
2008;13(1):1-9 Disponível em : http://www2.fm.usp.br/gdc/docs/iof_83_1-
9_etica_e_moral.pdf 
 
 
 
 
#MATERIAL COMPLEMENTAR# 
 
LIVRO (OBRIGATÓRIO) 
 
 
• Imagem da Capa. 
• Título: Moral e Ética: Dimensões Intelectuais 
e Afetivas (Português).. 
• Autor: Yves de la Taille. 
• Editora. artmed; Edição: 1 (24 fev 2006). 
• Sinopse: Esta obra reúne as leituras, 
pesquisas e reflexões de Yves de la Taille, 
professor no Instituto de Psicologia da USP, 
amplamente reconhecido por seus estudos 
sobre a chamada Psicologia Moral – ciência 
preocupada em desvendar por quais processos 
mentais uma pessoa chega a intimamente 
legitimar, ou não, regras, princípios e valores 
morais. Neste texto são apresentados conceitos 
http://www2.fm.usp.br/gdc/docs/iof_83_1-9_etica_e_moral.pdf
http://www2.fm.usp.br/gdc/docs/iof_83_1-9_etica_e_moral.pdf
de moral e ética ; saber fazer, a dimensão intelectual ; querer fazer, a 
dimensão afetiva, o despertar do senso moral e a personalidade ética. 
 
 
• Imagem da Capa. 
• Título: Ética e Moral - A Busca dos 
Fundamentos. 
• Autor:Boff,Leonardo. 
• Editora. Vozes; Edição: 9. (set 2011). 
• Sinopse: Contra a apatia dominante acerca do 
que é bom ou mau, certo ou errado em termos 
éticos e morais, Leonardo Boff apresenta 
reflexões que visam criar clareza e motivações 
para um comportamento ético e moral 
responsável e à altura dos desafios 
contemporâneos. 
 
 
 
 
• Imagem da Capa. 
• Título: Moral - Uma Introdução À Ética. 
• Autor: Williams,Bernard. 
• Editora. Wmf Martins Fontes; Edição: 1. 
• Sinopse: Este ensaio notável sobre a moral, 
escrito por Bernard Williams, trata do problema de 
se escrever sobre filosofia moral e oferece uma 
alternativa animadora àquelas abordagens mais 
sistemáticas que, não obstante, parecem deixar 
de lado todas as questões importantes. Williams 
distingue, analisa e explica uma série de posições 
morais significativas, desde o puro amoralismo 
até as noções de moralidade a coerência de cada 
uma elas e só depois começa a tratar da natureza do "bem" e de sua 
relação com as responsabilidades e decisões, os papéis, os critérios e a 
natureza humana. Os capítulos finais constituem uma fascinante 
investigação sobre a natureza da moral, levando em conta não só a 
felicidade, mas também outras metas e ideais humanos. 
 
 
 
 
FILME/VÍDEO (OBRIGATÓRIO) 
 
 
• Pôster do Filme. 
• Título. O Mundo de Sofia. 
• Ano. (1999). 
• Diretor: Erik Gustavson. 
• Sinopse. Adaptação cinematográfica do 
romance homônimo escrito por Jostein 
Gaarder, publicado em 1991. O livro foi escrito 
originalmente em norueguês, mas já foi 
traduzido para mais de 50 línguas, teve sua 1ª 
edição em português em 1995. 
Sofia quando está prestes a completar 15 
anos recebe duas mensagens anônimas em 
sua caixa de correio (Quem é você? De onde 
vem o mundo?), bem como um cartão postal 
dirigido a 'Hilde Moller Knag, a/c Sofia'. Pouco 
depois, também recebe um curso de filosofia. 
Com essas comunicações misteriosas, Sofia 
se torna uma aluna do misterioso filósofo Alberto Knox. Ele começa 
totalmente anônimo, mas conforme a história continua ele revela cada vez 
mais sobre si mesmo. Os papéis acabam de fato sendo dele, entretanto, o 
cartão postal não; ele vem de uma outra pessoa chamada Albert Knag, um 
major das forças de paz da ONU no Líbano. 
Juntos enredam em diversas aulas e aventuras pela história, passando pela 
Grécia de Sócrates, a Idade Média, o Iluminismo, a Revolução Francesa, a 
Revolução Russa. Enquanto viajam pelo Mundo da Filosofia, História e das 
Artes, investigam quem é Hilde Moller Knag, que tem a mesma idade de 
Sofia. 
 
 
 
 
• Pôster do Filme. 
• Título. O Jardineiro Fiel. 
• Ano. (2005). 
• Diretor: Fernando Meirelles. 
• Sinopse. Uma ativista (Rachel Weisz) é 
encontrada assassinada em uma área remota 
do Quênia. O principal suspeito do crime é 
seu sócio, um médico que encontra-se 
atualmente foragido. Perturbado pelas 
infidelidades da esposa, Justin Quayle (Ralph 
Fiennes) decide partir para descobrir o que 
realmente aconteceu com sua esposa, 
iniciando uma viagem que o levará por três 
continentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Pôster do Filme. 
• Título. Laranja Mecânica. 
• Ano. (1971). 
• Diretor: Stanley Kubrick. 
• Sinopse. No futuro, o violento Alex 
(Malcolm McDowell), líder de uma gangue 
de delinquentes que matam, roubam e 
estupram, cai nas mãos da polícia. Preso, 
ele recebe a opção de participar em um 
programa que pode reduzir o seu tempo 
na cadeia. Alex vira cobaia de 
experimentos destinados a refrear os 
impulsos destrutivos do ser humano, mas 
acaba se tornando impotente para lidar 
com a violência que o cerca.. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
#REFERÊNCIAS# 
 
ANDRADE, R. Máximas e leis na filosofia prática de Kant: uma divisão 
inclusiva ou exclusiva? Saberes: Revista interdisciplinar de Filosofia e 
Educação, n. 6, 24 fev. 2011. Acesso em 14 mai. 2019. 
ARANGUREN, JLL. Ética. 5a ed. Madri: Seleta; 1972. p.24-5-6. 
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad. Torrieri Guimarães. São Paulo: 
Editora Martin Claret, 2012. 
BURNYEAT, Myles. Aprender a ser bom segundo Aristóteles. Sobre a ética 
nicomaquéia de Aristóteles: textos selecionados. Coordenação de Marco 
Zingano. São Paulo: Odysseus Editora, 2010. 
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 2000. 
COTRIM, G. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas. São 
Paulo: Saraiva; 1998. p. 243-303. 
CUBELLS, SC. Compêndio de ética filosófica e história de la ética. 
Valência: Edicep; 2002. p.16-7. 
FRANÇA, Jefferson Luiz. “Alguns aspectos sobre o direito natural na Ética 
a Nicômaco de Aristóteles ”. Hypnos, São Paulo, v. 35, 2º sem., 2015, p. 231-
245. 
KORTE G. Iniciação à ética. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira; 1999. p.1-
64-115. 
LALANDE, A. Vocabulário técnico e crítico da filosofia. São Paulo: Martins 
Fontes; 1999. p.136-703. 
MORA, JF. Dicionário de filosofia. São Paulo: Loyola; 2005. T-2 (E-J), p. 211. 
NALINE, J. Ética geral e profissional. 2a ed. São Paulo: Editora Revista dos 
Tribunais; 1999. 
NICOLEUSCO, B, et al. Educação e transdisciplinaridade. São Paulo: 
UNESCO, USP/Escola do Futuro, CESP; 2000. p.56. 
SKORUPSKI, J. Ética. In: Tsui-James EP, Nicholas B, organizadores. 
Compêndio de filosofia. São Paulo: Loyola; 2002. p.196. 
STONE, IF. O julgamento de Sócrates. Henriques Britto. São Paulo: 
Companhia das Letras; 2005. p.128. 
VALLS AL. O que é ética. 8a ed. São Paulo: Brasiliense; 1994. p.7-21. 
UNIDADE II 
 
TEORIAS MORAIS 
 
Professor Especialista Cleber Henrique Sanitá Kojo 
 
 
Plano de Estudo: 
 
• Conceitos e Definições de Filosofia moral em diversos pensadores. 
• A Filosofia moral de Sócrates e de Aristóteles. 
• A ideia de dever e de intenção do cristianismo. 
• A Natureza humana de Rousseau. 
•A moral da razão prática de Kant. 
• Perspectiva hegeliana e de Bérgson de cultura e de dever. 
• Ética de Espinosa. 
• Concepção contemporânea de virtude. 
• Racionalismo ético. 
 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Conhecer a Filosofia moral de Sócrates e de Aristóteles. 
• Entender a ideia de dever e de intenção do cristianismo. 
• Compreender a Natureza humana de Rousseau. 
• Conhecer a moral da razão prática proposta por Kant. 
• Entender Perspectiva hegeliana e de Bérgson de cultura e de dever. 
• Conhecer a Ética de Espinosa. 
• Conhecer e comparar a concepção contemporânea de virtude e o 
Racionalismo ético. 
 
 
 
 
 
#INTRODUÇÃO DA UNIDADE # 
 
Seja muito bem-vindo(a)! 
 
Olá caro(a) amigo(a), vamos continuar nossa vigem filosófica sobre ética e 
Moral. Espero que você obteve um despertar sobre o tema com a unidade 
anterior e ficando agoniado esperando nosso próximo encontro e/ou nosso 
próximo capitulo, espero que o fascínio proposto no inicio da unidade anterior 
tenha sido atingido com excelência e despertado uma nova forma de se 
pensar, pois venho propor uma continuidade do assunto desta disciplina, 
propondo uma viagem ainda maior, pois a partir de agora conheceremos as 
teorias de alguns filósofos que permearam a formação moral e ética de muitas 
sociedades, tanto no passado quanto no presente, passando ainda a 
transportar conhecimento que são discutidos por grandes pensadores atuais 
em todos os ambientes sociais, seja nas instituições de ensino superior, até 
nas rodas cotidianas, sem falar do meio virtual, como em canais de vídeos, 
debates e até mesmo em redes sociais, fazendo que suas teorias sejam 
entendidas e absorvidas por várias sociedades.. 
Proponho a você o entendimento de conceitos básicos da filosofia moral de 
Sócrates e de Aristóteles, além da compreensão da ideia de dever e de 
intenção do cristianismo na moral humana. 
Devemos então continuar essa viagem pelo conceito de natureza humana 
proposta por Rousseau e a moral da razão prática de Immanuel Kant. Vale 
ressaltar que passaremos também pela perspectiva hegelianae de Bérgson de 
cultura e de dever humano. Vale ressaltar que essa viagem passará também 
pela visão ética e liberdade proposta por Espinosa. 
Dentro desse desafio da viagem, iremos conhecer muito além de conceitos de 
ética e moral, pois passaremos pela concepção contemporânea de virtude e do 
racionalismo ético, terminando nossa viagem na contribuição da psicanálise à 
ética humana. Espero que esteja preparado. Assim partiremos agora! 
 
 
Muito obrigado e bom estudo! 
 
#CONTEÚDO# 
 
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1. A FILOSOFIA MORAL DE SÓCRATES E ARISTÓTELES 
 
Por que estudar as diferentes correntes teóricas sobre a Ética? Por que 
começarmos por Sócrates e Aristóteles? Talvez você se pergunte o que pode 
me acrescentar essas teorias? 
Podemos começar afirmando que essas correntes teóricas poderão construir 
um profissional ético e responsável na sociedade atual e com certeza essa 
viagem começando pelo berço da civilização pode nos nortear a condução 
éticas e morais de nossas vidas. Vale ressaltar que quando estudamos a 
história da filosofia, percebemos que não existe uma ética existente e sim 
éticas, pois com o passar do tempo essas teorias são aproveitadas e debatidas 
por outros pensadores que formulam novas ideias éticas e morais que 
conduzem a sociedade, e, assim essas teorias podem constituem nosso “ser” e 
nossa formação pois, pode tornar nossas afirmações éticas e consistentes nos 
diálogos cotidianos e em nossa formação e de várias outras pessoas dentro da 
sociedade. 
Podemos então começar nossas reflexões sobre o mundo grego que é 
considerado o berço da civilização atual onde podemos buscar a compreensão 
moral humana, pois se fizermos uma viagem além do proposto no titulo do 
capitulo, podemos começar afirmando a importância de Sócrates para filosofia, 
pois a filosofia é dividida no momento histórico como antes e depois de 
Sócrates, ou seja, temos filósofos pré-socráticos e pós-socráticos. Parece 
confuso, mas não é. Por exemplo, os filósofos pré-socráticos embasavam seus 
estudos no principio de tudo, a origem das coisas, a cosmologia, ou seja, Tales 
http://www.shutterstock.com/
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/classic-statue-socrates-close-1106706083
de Mileto por exemplo dizia que o principio de tudo era a água, quanto 
Anaximandro nos dá a definição Arché e Apeíron, onde o principio de tudo 
seria o indeterminado, já Anaxímenes afirma que o principio de tudo era o ar, 
ou seja, os filósofos pré-socráticos não se preocuparam com o homem e si, 
mas com o principio de tudo. Vale ressaltar que foi a partir de Sócrates que 
temos a analise do ser, do homem e assim nascem os conceitos de ética e 
moral. 
Vamos começar conhecendo um pouco de Sócrates, que era filho de um 
escultor e de uma parteira, herança essa que o leva a “esculpir”, ou seja, fazer 
uma representação autêntica do homem, pois uma das criticas ferrenhas de 
Sócrates seriam os sofistas, que a tradução da palavra seria sábios. Vale 
ressaltar que Sócrates não gostava dos Sofistas, pois diziam que os não se 
interessavam pela autenticidade humana, ou seja, ele intitulava os sofistas de 
mercenários do saber, que defendiam simplesmente o que lhes o 
interessavam, começando assim a desvendar o que posteriormente seria 
intitulado de moral e ética. 
Um grande ponto a ser destacado é que Sócrates é quando o mesmo saía nas 
Ágoras, (praças públicas), conversando com as pessoas e dando 
demonstrações de que era preciso unir o saber e o fazer, a consciência 
intelectual á consciência prática, ou seja, a moral em si. Assim Sócrates entra 
em uma das criticas principais aos sofistas, a questão da consciência moral, 
afirmando que o autoconhecimento é o ponto necessário para a ação humana 
e a moral, nascendo assim a celebre frase inscrita no oráculo de Delfos: 
“Conhece-te a ti mesmo”. Vale ressaltar que Sócrates apontava a um diálogo 
crítico também chamado de dialética, criando assim duas ideias básicas que 
nortearam seus pensamentos, a chamada de Ironia e Maiêutica. Vale apontar 
que mesmo sem entrar em detalhes sobre a divisão da dialética, devemos 
apontar que é de extrema importância para compreensão da ideia da ética. 
Para exemplificar melhor podemos apresentar as ideias de ética e moral para o 
Sócrates. 
Vamos começar então pelo conceito de moral de Sócrates, pois o mesmo foi o 
fundador da ciência moral e da ideia da racionalidade humana, identificando 
assim a ação racional que vai nortear a moral humana. Já a Ética socrática 
afirmava que o homem deveria obedecer às leis impostas, pois só assim ele 
seria identificado como ser humano, pois para Sócrates essa obediência era o 
divisor de águas entre o que chamamos de civilizatório e o que chamamos de 
barbárie. Para ele devemos respeitar as leis, assim atingimos o ápice que é a 
coletividade. Vale ressaltar que Sócrates para valorizar seu pensamento sobre 
moral e ética não dava importância a questão social e assim buscava o 
autoconhecimento, isso contrariava a sociedade na época e o mesmo foi 
acusado de “corruptor da juventude”, sendo injusto com os deuses da cidade. 
Assim, Sócrates foi condenado a beber cicuta (Veneno feito com a planta de 
mesmo nome.). Vale ressaltar que mesmo condenado ele não negou suas 
ideias apresentando uma força moral de quem não teme nada por ser ético 
assim afirmado abaixo: 
 
Algum de vós poderia talvez altercar-me: "Sócrates , não 
te envergonhas de haveres exercido tal atividade , que 
agora coloca em risco tua vida? Eu responderia a este : 
"Não falas bem se pensa que alguém tendo capacidade 
de fazer algum bem, mesmo sendo pequeno, deva 
calcular os riscos de vida ou de morte e não deva olhar o 
injusto e se pratica as ações de homem honesto e 
corajoso ou de infame e mau. Estás enganado , se 
pensas que um homem de bem deve ficar pesando, ao 
praticar seus atos , sobre as possibilidades de vida ou de 
morte. O homem de valor moral deve considerar apenas 
, em seus atos, se eles são justos ou injustos , corajosos 
ou covardes ." 
 
(PLATÃO, Apologia de Sócrates , p.80). 
 
Assim como Sócrates e seu discípulo Platão, temos Aristóteles, que sofreu 
tantos com os sofistas quanto por não ser grego. Talvez você se pergunte: 
Como assim? Aristóteles foi aluno de Platão, discípulo direto de Sócrates e que 
por ser macedônico não assumiu a academia filosófica no lugar de Platão 
tendo que abandonar a Grécia e retornando no período de dominação 
macedônica sobre os gregos. Vale ressaltar que Aristóteles foi mentor direto de 
Alexandre Magno (Alexandre o Grande), tornando assim respeitado e podendo 
fundar sua própria escola, o chamado “Liceu”. Podemos afirmar que Aristóteles 
tem grandes obras a serem estudadas, no entanto precisamos saber que ele 
era filho de um médico chamado Nicômaco e uma de suas principais obras foi 
em homenagem a seu pai, ou seja, Ética a Nicômaco, onde Aristóteles 
aprofunda a discussão sobre as questões éticas do mundo, dizendo que a 
Ética é a parte do estudo filosófico que nos ajuda diretamente a refletir sobre as 
práticas humanas, afirmando que tudo que fazemos deve alcançar o bem, ou o 
que parece naquele momento parecer o bem, ou seja, devemos alcançar a 
filosofia moral chamada por ele de “Eudamonia”, termo grego de vida feliz, vida 
boa, assim o homem pode atingir a “Felicidade, a Virtude”, isso utilizando-se da 
razão. Vale ressaltar que estas afirmações também estão em sua obra 
intitulada de matafisica. 
Para concluir a felicidade tão importante para ética de Aristóteles, iremos citar 
um pequeno trecho do Journal of Ancient Philosophy Vol. II 2008 Issue 2, que 
diz assim sobrea virtude e a felicidade em Aristóteles: 
 
“Dado que a felicidade é certa atividade da alma 
segundo perfeita virtude, deve-se investigar a virtude, 
pois assim, presumivelmente, teremos também uma 
melhor visão da felicidade”. 
 
(EN I 13 1102ª5-10). 
 
 
 
# REFLITA # 
 
“Aristóteles, fiel aos princípios de sua filosofia especulativa, e após ter feito 
uma análise e um estudo da psicologia humana, verifica que em todos os seus 
atos o homem se orienta necessariamente pela ideia de bem e de felicidade e 
que nenhum dos bens comumente procurados (a honra, a riqueza, o prazer) 
preenche esse ideal de felicidade. Daí a sua conclusão: primeiro, a felicidade 
humana deverá consistir numa atividade, pois o ato é superior a potência; 
segundo, deverá ser uma atividade relacionada com a faculdade humana mais 
perfeita que é a inteligência (…)”. (Costa,1993, p.67) 
 
 
Tópico 02: 
 
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1577745319 
 
2. A IDEIA DE DEVER E INTENÇÃO DO CRISTIANISMO 
 
Em nossa vida é comum encontrarmos seguidores da religião cristã em todos 
os setores da sociedade, desde a pessoa com menos recursos financeiros até 
a mais rica, temos também indivíduos com o mínimo de conhecimento cientifico 
até os intitulados intelectuais, mas qual é o fascínio dessa religião? Por que de 
tantos seguidores? Talvez você e eu somos cristãos e não entendemos o 
surgimento da mesma até a sua importância filosófica. Você deve então 
abandonar qualquer tipo de pré-conceito religioso existente e analisarmos sua 
importância para a construção filosófica. Você vai analisar essa evolução e 
importância nesse tópico. Vamos lá? 
Para iniciar esse debate filosófico, vamos resgatar o contexto do surgimento 
dessa religião no mundo, pois historicamente o homem sempre teve sua vida 
ligada a alguma mística e na maioria das vezes essas religiões tinham um 
caráter politico, com uma dominação nacional e territorial. Vale ressaltar que o 
cristianismo nasce aproximadamente no século I, digo aproximadamente pois 
estudiosos afirmam que o calendário gregoriano cristão possui um erro de 
alguns anos. Enfim, o cristianismo nasce com os ensinamentos deixados por 
Jesus Cristo e se espalha pelo mundo através de seus seguidores que 
afirmavam a existência de um único Deus, contrariando as religiões existentes 
até o momento com exceção do Judaísmo que também acredita em um único 
Deus. Vale ressaltar que se na antiguidade a religião é ligada a um território ou 
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https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/bible-crucifix-young-woman-asks-blessings-1577745319
a uma comunidade social, no cristianismo é ligada nas pessoas que possuem 
“fé”, nos que crêem. Isso pode ser explicado quando afirmamos que a vida, a 
ética, a moral do cristão não é definido por sua relação com a sociedade e sim 
na sua única e íntima relação com Deus. 
A religião cristã se espalha pelo mundo através dos discípulos de Jesus que 
passam a contar seus legados para o mundo, entre eles Paulo e João. Paulo 
era filho de um tecelão e de alta posição no império romano, pois o mesmo 
adquiriu sua cidadania romana e passou a ter uma visão cruel em relação aos 
cristãos, ou seja, perseguia os seus seguidores. Vale ressaltar que após sua 
conversão, Paulo andou por vários e vastos territórios espalhando os conceitos 
básicos do cristianismo até sua morte. 
Com base nessas afirmações, vamos abordar aqui o que chamamos de 
“Filosofia Patrística”, ou seja, iremos abordar uma corrente filosófica cristã que 
resultou do esforço feito pelos dois apóstolos intelectuais (Paulo e João) e 
pelos primeiros Padres da Igreja, pois essa filosofia recebeu esse nome devido 
aos primeiros teólogos do cristianismo, os Padres da igreja, que traduzindo 
significa “Pais da Igreja”. Padre=Pai. 
O cristianismo com a filosofia Patrística ganhou uma forma de conciliação entre 
o pensamento filosófico dos gregos e romanos, e com essa conciliação ocorreu 
uma adesão dos pagãos e essa religião. 
A Filosofia patrística liga-se, portanto, à tarefa religiosa da evangelização e à 
defesa da religião cristã contra os ataques teóricos e morais que recebia dos 
antigos. 
Nos primeiros séculos da era cristã, os escritos de Aristóteles e Platão haviam 
desaparecido e com isso o cristianismo absorveu ideias das escolas 
helenísticas e greco-romanas como o estoicismo e do neoplatonismo 
apresentando a ideia do uno, do qual emanariam todas as realidades, 
começando pelo Logos. 
O cristianismo por sua vez baseia-se na fé, na bíblia, criada no concilio de 
Nicéia, pois a bíblia vem da palavra grega biblion, que significa conjunto de 
livros, por exemplo, a palavra biblioteca, local de muitos livros, ou seja, a bíblia 
é um conjunto de livros unificados a um único livro. Vale ressaltar que a mesma 
foi dividida no chamado antigo testamento, que é a Torá (o livro sagrado dos 
judeus) e nos livros sagrados deixados pelos seguidores diretos de Jesus. 
Assim podemos afirmar que a origem do cristianismo é acreditar nos 
ensinamentos da palavra revelada. Nesse sentido Santo Ambrósio (340 -397) 
bispo de Milão teria afirmado que “toda a verdade dita vem do Espirito Santo”, 
ou seja, os filósofos não precisam mais se dedicar a busca da verdade, pois ela 
já foi revelada. Enfim começamos então o maior desafio filosófico que é 
conciliar a fé e a razão. 
A partir desse desafio nos é proposto que a ética cristã vai tomar um lugar 
importante na sociedade, pois vamos encontrar o lado espiritual através da fé, 
a lado humano através da caridade cristã. Vale ressaltar que a obediência a 
palavra revelada vai formar no campo da moral a ideia de dever, uma norma de 
conduta moral e ética. Você consegue reconhecer um cristão através de sua 
conduta ética? Talvez nessa sociedade atual com tantas manipulações seja um 
pouco difícil, mas não deveria, pois o verdadeiro cristão segue essa ideia 
filosófica e deveria ser fácil reconhecer, pois o seu seguidor tem um dever a 
cumprir. Já quando se fala do interior humano, da interioridade falamos de 
intenção, que deve ser julgado eticamente, pois Deus é onipotente, onipresente 
e onisciente, ele conhece sua intenção ética e moral. 
Assim podemos verificar na fala de Marilena Chauí abaixo que o primeiro 
contato ético se estabelece através dessa relação com Deus 
 
A primeira relação ética, portanto, se estabelece entre o 
coração do indivíduo e Deus, entre a alma invisível e a 
divindade. Como consequência, passou-se a considerar 
como submetido ao julgamento ético tudo quanto, 
invisível aos olhos humanos, é visível ao espírito de 
Deus, portanto, tudo quanto acontece em nosso interior. 
O dever não se refere apenas às ações visíveis, mas 
também às intenções invisíveis, que passam a ser 
julgadas eticamente. Eis por que um cristão, quando se 
confessa, obriga-se a confessar pecados cometidos por 
atos, palavras e intenções. Sua alma, invisível, tem o 
testemunho do olhar de Deus, que a julga. 
 
Fonte: Convite à Filosofia. Marilena Chauí, ed.: Ática, pg. 
314. 
 
 
 
#SAIBA MAIS# 
 
Você já ouviu falar em Santo Agostinho? Junto com São Tomás de Aquino é 
considerado um dos mais celebres doutores da igreja, sendo valorizado em 
várias religiões, com frases que norteiam a vida cotidiana até os dias atuais. 
Vale ressaltar que suas obras guiaram o pensamento cristão medieval e suas 
obras como as Confissões são consideradas obras a serem seguidas por 
filósofos, historiadores, entre outros autores de diversas áreas. 
Você conhece alguma de suas frases? Que tal essa?“A medida do amor é 
amar sem medidas”. Santo Agostinho. 
 
 
 
 
Tópico 03: 
 
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3. A NATUREZA HUMANA DE ROUSSEAU 
 
Rousseau é um filósofo nascido na cidade Genebra e em seus estudos ele 
tentou analisar o homem e apontou alguns problemas na relação sociedade e 
indivíduos, pois o mesmo afirmava que a sociedade é perversa e corrompe o 
homem, por isso ele propunha ao individuo uma busca ao sentimento para 
resgatar sua natureza que seria boa. Vale ressaltar que ele acredita que a 
natureza é um estado primitivo que tem origem na sociedade, ou seja, acredita 
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que ela é espontânea, liberta de toda escravidão, pois segundo Rousseau a 
sociedade impõe ao homem uma forma fútil de agir, de se relacionar, 
promovendo no homem um estado de inércia onde o mesmo esquece os 
deveres humanos, tornando-se um ser orgulhoso e cheio de vaidades. Vale 
ressaltar que para ele o homem primitivo vive de acordo com as necessidades 
atingindo a tão importante felicidade, sem angústias, sem desespero evitando 
fazer o mal para outros indivíduos. 
Um ponto que Rousseau destaca em relação ao homem é que o mesmo deve 
valorizar a liberdade, pois ela não é só um direito adquirido e sim um dever da 
natureza humana que deve promover a convivência harmoniosa da sociedade, 
pois a natureza do homem quando é pura sem interferência da sociedade pode 
promover uma sociedade comum e sem individualismos, pois para ele o 
instinto humano é contagiante. Você já parou para pensar nas pessoas que 
ficam paradas em sinais de trânsito pedindo alguma ajuda? Pensou em 
pessoas que passam fome e matam, roubam, sequestram entre outros? Vale 
apontar que se você e eu voltássemos a natureza humana, ao primeiro amor, 
ao estado natural primitivo, estaremos resgatando a essência natural humana. 
Nós estamos presos a uma sociedade egoísta e individualista que nos exclui 
uns dos outros. Você conseguiu entender a ideia proposta por Rousseau? Pois 
esse pensador acredita na bondade humana e que a sociedade afasta o 
homem de sua verdade, promovendo sentimentos que os destroem, pois com o 
processo de socialização o homem cria o senso moral que antes no mundo 
natural não precisava, pois para Rousseau a razão leva o homem para fora de 
si, de sua natureza, por isso ele propõe um contrato social para que ocorra 
uma vontade geral da sociedade, apresentando todos as falhas do homem que 
foge de sua natureza. Assim, a proposta é que tudo seja harmonioso. 
Enfim, segundo Rousseau: 
 
A comunhão com a natureza é a única forma de 
preservação da verdadeira essência do homem. Um 
retorno ao arquétipo, as origens. Uma transposição da 
ordem social para a ordem natural que tem como 
conseqüência a reconquista da verdadeira liberdade e 
felicidade. ‘’Mas as leis eternas da natureza e da ordem 
existem... Elas estão escritas no fundo de seu coração 
pela consciência e pela razão; é a estas que ele deve 
sujeitar-se para ser livre... A liberdade não está em 
nenhuma forma de governo, ela está no coração do 
homem livre, ele a carrega por toda parte com ele...’’ 
 
J. J. Rousseau, O. C., éd. PL., t IV, Émile, p. 857-8, in 
Gilda N. Maciel de Barros, Platão, Rousseau e o Estado 
Total, p. 199. 
 
 
 
 
 
 
Tópico 04: 
 
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4. A MORAL DA RAZÃO PRÁTICA DE KANT 
 
Você já se desafiou em sua vida? Já criticou o que pensa ou pensou? Já parou 
para tentar superar algo que está em duas frentes? Que tal tentar responder a 
essas perguntas, ou a perguntas como O que posso saber? O que posso 
esperar? O que devo fazer? 
Vale destacar que essas dúvidas são constantes na vida de algumas pessoas 
e totalmente desnecessário para outras, mas existiu um filósofo que se 
preocupou em buscar soluções para dúvidas parecidas com essas, esse 
filósofo era chamado de Emanuel Kant, um filósofo alemão, professor 
universitário e que é considerado por vários pensadores um dos filósofos mais 
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influentes dos tempos modernos. Vale destacar que sua filosofia tem uma 
grande crítica na relação entre racionalismo e empirismo e com suas propostas 
procura superar esse tema destacando a Razão através da critica pura para 
saber seus limites, superando a ideia na capacidade plena da razão sem 
analisa-la, ou criticá-la, podemos afirmar ainda que Kant faz a critica ao 
chamado dogmatismos, que é quando a razão acredita em algo sem discutir, 
sem debater, acredita e pronto, como exemplo podemos citar alguns dogmas 
da igreja católica que aquilo e não se discute, ou seja, o dogmatismo pode ser 
considerado um limite para razão pura, um conhecimento conveniente. 
Kant escreveu duas obras importantes, a chamada “Crítica da Razão Pura e 
Critica a Razão Prática”, onde o mesmo nos aponta uma razão teórca e uma 
prática que se complementam como diz HÖFFE, 2005. 
 
(...) a razão prática não é nenhuma outra que a razão 
teórica; só há uma razão, que é exercida ou prática ou 
teoricamente. De modo geral a razão significa a 
faculdade de ultrapassar o âmbito dos sentidos, da 
natureza. A ultrapassagem dos sentidos pelo 
conhecimento é o uso teórico da razão, na ação é o uso 
prático da razão. 
 
(HÖFFE, 2005, p. 187). 
 
A razão pura também é chamada por Kant de filosofia transcendental é quando 
temos conceitos, definições puras que atingimos através de análises da própria 
razão. Já a razão prática procura nos apontar um princípio para a moralidade, 
pois para ele a moral não vem da experiência, pois assim a moral seria fraca e 
sem sentido. 
Segundo ANDRADE, 2011, a filosofia prática de Kant busca a implantação de 
uma lei moral que seja um princípio prático universal a ser seguido. Essa parte 
da filosofia kantiana traz o que podemos chamar de uma fundamentação da 
moralidade, encontrando uma lei central para determinar o agir com moralidade 
entre os homens, respeitando a vontade, o dever e a liberdade, temas esses 
abordados em outros momentos de nossa disciplina. 
Para prosseguir o raciocínio, responda a pergunta a seguir para você mesmo. 
Você se acha livre? Você pode ser livre e ético ao mesmo tempo? Assim que 
responder para você mesmo podemos prosseguir com a ideia de Kant, pois 
para ele a razão prática diz que somos livres e essa razão que tomamos e 
utilizamos nos dá o conceito real para decidirmos entre ser moral ou imoral. 
Vale ressaltar que a razão prática nos dá autonomia em relação à liberdade, ao 
agir, determinando nossas ações concretas. 
A moral proposta por Kant nos leva a definir o chamado dever, que por sua vez 
não diz respeito a um individuo ou a outro e sim a todos os seres humanos, 
pois temos a partir daí uma razão moral com princípios racionais, pois o próprio 
KANT, 2008, dizia que a “virtude é a força da máxima do homem em sua 
obediência ao dever”. 
 
4.1 As leis da razão kantiana. 
 
Você respeita as regras sociais? Sempre agiu dentro das leis da sociedade? 
Comoseres racionais que você e eu somos, agimos dentro das regras e leis 
sociais, pois segundo Kant temos razão e por isso respeitamos o que nos é 
imposto. Mas que leis são essas? Como analisa-las? Kant diz a você que 
essas leis podem ser categóricos ou hipotéticos. Observe a Tabela abaixo para 
melhor compreensão: 
 
 
Disponível em: 50 lições de filosofia. Acesso em 17 de Janeiro de 2020. 
 
Para explicar melhor a proposta kantiana e a tabela acima devemos afirmar 
que o imperativo hipotético visa um fim direto, te condiciona a esse fim. Já o 
chamado de imperativo categórico é uma imposição, um dever imposto pela 
razão. 
Assim podemos ter noções morais utilizando a razão e abandonando o que 
está pronto e acabado, ou seja, não acreditamos em tudo. Um exemplo 
clássico dessa afirmação seria utilizarmos a razão e assim jamais compartilhar 
as chamadas “Fakes News” nas redes sociais, pois procuraremos analisa-las 
racionalmente e não acreditaremos no pronto e acabado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tópico 05: 
 
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5. A PERSPECTIVA HEGELIANA E DE BÉRGSON DE 
CULTURA E DE DEVER 
 
Nos itens anteriores estudamos a filosofia kantiana e também as ideias de 
Rousseau, que por sua vez buscaram a conciliação sobre o dever humano e a 
natureza humana, isso relacionado à moral. No entanto, não deixam claro a 
relação de ética, cultura e dever. Hegel vem investigando essa problemática e 
afirma que temos que superar as propostas de Rousseau e Kant, pois ambos 
analisaram somente o homem e a natureza humana e esqueceram de olhar 
com calma para relação homem e cultura sem falar das relações pessoais 
entre os indivíduos, entre as famílias por exemplo. Vale ressaltar que essas 
relações pessoais entre os indivíduos determinam a moral e a ética dessas 
pessoas. Imagine você que desde pequeno ouviu de seus pais, devolva esse 
lápis. Não é seu. Ouviu seus responsáveis ensinando o que é certo e errado, 
correto e incorreto, justo e injusto. Como desprezar essa relação familiar e 
pessoal no exercício da vida ética. 
Apesar de conhecer a importância dos estudos kantianos e de Rousseau, 
Hegel afirma que somos sujeitos históricos e culturais, ou seja, construímos 
nossa moral, e nessa construção todas as instituições que compõe nossa 
sociedade é importante para essa construção, pois através delas que 
formamos o que estudamos no primeiro capitulo que são os valores. Vale 
ressaltar que a formação ética é além de nossas vontades, ou seja, essas 
instituições apontam para além de nossa vontade individual criando a ideia que 
chamamos de dever. 
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Outro ponto a ser destacado é que não devemos cometer anacronismos, pois 
apesar de formarmos nossa moralidade na cultura de uma sociedade, essa 
sociedade pode ter novas partes culturais com o passar do tempo, ou seja, as 
normas morais da época dos seus avós podem não ser as mesmas propostas 
a você, por isso podemos afirmar que Hegel afirma que cumprindo o dever 
imposto pela sociedade em que vive, podemos ser livres e respeitar as normas 
morais da sociedade em que vive, respeitando toda sua influência. 
Outra afirmação importante destacada por Hegel é que utilizando a razão 
podemos perceber essa mudança de uma sociedade para outra e até mesmo 
dentro de uma sociedade, isso ocorre quando começamos a transgredir as 
regras morais vigentes. Você já deve ter ouvido seus avós, ou seus pais 
dizendo: - Na minha época só de meu pai olhar eu já sabia que depois tinha 
uma surra. Talvez ouviu também: - Aí de mim se passasse pelo meio da 
conversa de pai e a visita sem pedir licença. Vale ressaltar que isso sendo 
verdade ou uma fantasia do seu responsável, essas falas nos ensina a 
compreender que a sociedade muda culturalmente e nos molda moralmente. 
Já no século XX, Bergson complementa a filosofia hegeliana da relação do 
dever e o tempo/cultura, apontando o que ele chama de moral aberta e moral 
fechada. 
A moral fechada é o acordo entre os valores e os 
costumes de uma sociedade e os sentimentos e as 
ações dos indivíduos que nela vivem. É a moral 
repetitiva, habitual, respeitada quase automaticamente 
por nós. Em contrapartida, a moral aberta é uma criação 
de novos valores e de novas condutas que rompem a 
moral fechada, instaurando uma ética nova. Os criadores 
éticos são, para Bergson, indivíduos excepcionais – 
heróis, santos, profetas, artistas -, que colocam suas 
vidas a serviço de um tempo novo, inaugurado por eles, 
graças a ações exemplares, que contrariam a moral 
fechada vigente. 
Hegel diria que a moral aberta bergsoniana só pode 
acontecer quando a moralidade vigente está em crise, 
prestes a terminar, porque um novo período histórico-
cultural está para começar. A moral fechada quando 
sentida como repressora e opressora, e a totalidade 
ética, quando percebida como contrária à subjetividade 
individual, indicam aquele momento em que as normas e 
os valores morais são experimentados como violência e 
não mais como realização ética. 
 
Disponível em: filosofandoehistoriando.blogspot.com. 
Acesso em Janeiro de 2020. 
 
Assim podemos afirmar que tanto Hegel quanto Bergson nos aproxima ainda 
mais do ser moral com suas criticas e seus complementos. 
 
 
 
 
 
Tópico 06: 
 
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6. A ÉTICA DE ESPINOSA 
 
O filosofo holandês Baruch Espinosa, viveu no século XVII deixou uma ideia 
destacada por vários estudiosos, pois ele foi considerado por muitos um dos 
grandes nomes do debate sobre ética e liberdade. Vale ressaltar que Espinosa 
diz que Deus não é um ser transcendente que é separado daquilo que criou, ou 
seja, é uma substância que criou o universo inteiro e não se separa da matéria. 
Por isso do termo “Deus sive Natura”: Deus ou Natureza. 
Para Espinosa, todos os seres tem uma ligação com o ser divino e ele da o 
nome dessa ligação de Conatus, ou seja, uma força vital que expressa o corpo 
e a alma juntas. Parece louco esse inicio de conteúdo, mas não é. Pois para 
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ele existe as paixões alegres e paixões tristes, que não se separam e que 
crescem de acordo cm cada uma, por exemplo, os desejos e vontades nasce 
mais das alegres do que das tristes. Se você ainda não entendeu, vamos 
começar explicando como as mesmas nascem. 
Desejos nascidos da tristeza: 
 
(...) (inveja, ódio, medo, orgulho, ciúme, vingança) são 
mais fracos por que impedem o crescimento, corrompem 
as relações e as orientam para as formas de exploração 
e destruição. 
 
ARANHA, Maria Lucia Arruda, ARANHA, Maria Helena 
Pires Martins. Filosofando: Introdução a Filosofia. Ed. 
Moderna, 2013. Pg. 194. 
 
Desejos nascidos da alegria: 
 
(...) (amor, amizade, generosidade, benevolência, 
gratidão) são mais fortes porque aumentam nossa 
capacidade de agir e de pensar, permitem o 
desenvolvimento humano, facilitam o encontro de 
pessoas. 
 
ARANHA, Maria LuciaArruda, ARANHA, Maria Helena 
Pires Martins. Filosofando: Introdução a Filosofia. Ed. 
Moderna, 2013. Pg. 194. 
 
Enfim, podemos afirmar em outras palavras que a alegria faz o corpo e alma 
expandirem seus talentos, fazendo com que o ser humano se afaste das coisas 
tristes. Vale destacar seu pensamento diferente dos outros filósofos estudados 
que classificam a razão superior aos sentimentos e não cabe a razão o controle 
dos afetos humanos. Para Espinosa os desejos jamais serão dominados por 
uma ideia ou uma ou uma vontade, mas simplesmente se existir outro 
sentimento mais forte. Mas onde entra a liberdade nisso? Simples para 
Espinosa, que não coloca a paixão como uma força perigosa, dominadora, ou 
seja, para ele a liberdade não pode ser corrompida por nada se existir as 
paixões tristes que reservam o ser humano e não os torna escravo. Pois 
segundo Espinosa: 
 
“Devemos, pois, nos dedicar, sobretudo, à tarefa de 
conhecer, tanto quanto possível, clara e distintamente, 
cada afeto, para que a mente seja, assim, determinada, 
em virtude do afeto, a pensar aquelas coisas que 
percebe clara e distintamente e nas quais encontra a 
máxima satisfação”. 
 
Espinosa, Ética V, prop 4, corolário. 
 
Vale destacar que Espinosa foi excomungado de sua religião e a partir daí 
começou a desenvolver suas teses, onde o mesmo valoriza a felicidade 
humana descartando a tradição cristã que para ele faz com que o homem se 
torne fraco e sem valor. Espinosa afirma que ninguém é totalmente livre e 
sempre é ligado a algo na vida, não podendo agir como quer, como bem 
entender, pois sua ética afirma que o homem acaba tornando-se escravo das 
paixões. 
Para Espinosa Deus é uma força, um ser, grande e poderoso que não tem 
tempo para olhar os insignificantes humanos, ou seja, Deus para ele não tem 
nada haver com o que acontece com você, pois você é fruto das suas próprias 
escolhas. 
Absorvendo a Ética de Espinosa o homem tem paz, pois passa acreditar que 
sua salvação nasce do conhecimento próprio. 
 
 
#SAIBA MAIS# 
 
A liberdade é provavelmente a maior conquista humana e com isso temos 
diversos filósofos que passaram a estudar e com isso publicaram várias obras 
abordando a liberdade em si. Entre eles podemos citar Marx, Sartre, Descartes, 
Kant e outros. Por exemplo, Descartes afirmou que a liberdade é motivada pela 
decisão humana e muitas vezes essa vontade depende de outros fatores, 
como dinheiro ou bens materiais. 
Tópico 07: 
 
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7. A CONCEPÇÃO COMTEMPORÂNEA DE VIRTUDE E O 
RACIONALISMO ÉTICO 
 
A concepção contemporânea de virtudes é repleto de fatores sociais e lógicos, 
pois devemos considerar e focar a virtude e o caráter humano, assim podemos 
entender melhor as profissões e suas características básicas. 
Adaptando o diz Solomon (2006), a vida corporativa para profissão, e, por fim 
seu sucesso, vai depender do caráter e da personalidade do profissional. Vale 
ressaltar que as virtudes profissionais vi depender do local e cultura onde se 
aplica, pois os valores adquiridos pelo profissional, vai nortear toda instituição 
que o mesmo representar. 
Ressaltando que Solomon (2006) afirma que Aristóteles considera que as 
virtudes são definidas com a prática humana na sociedade e do próprio ser 
humano em questão, assim a soma das virtudes do indivíduo e da instituição 
que ele exerce sua profissão satisfaz as necessidades da sociedade, pois 
comtemplam todos os desejos humanos e rodas as relações interpessoais. 
Podemos afirmar que até o momento conhecemos diversas teorias sobre ética, 
onde algumas se completam e outras se diferem, mas podemos chegar a 
conclusão que a mesma e sua virtudes são extremamente necessária para que 
ocorra uma ótima convivência em sociedade. 
Vale ressaltar que toda profissão e instituição precisa de indivíduos com 
virtudes que somem à mesma comtemplando a missão proposta por ambas. 
Pergunto a você. Quais as virtudes que você tem ou pode adquirir para se 
somar a sua profissão e/ou para instituição em que vai oferecer e/ou exercer 
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seu trabalho? Pense e reflita na importância da sua virtude, pois na 
contemporaneidade temos muitos desafios para sua virtude, desde o álcool até 
mesmo a chamada rede social podem demonstrar a virtude humana 
desenfreada. Vale ressaltar que a partir daí você pode utilizar a Razão, ou o 
racionalismo ético, isso em todas suas vertentes, pois temos definições 
diferentes de razão também, que se completam. Observe abaixo algumas 
explicações para as diferentes formas de racionalismo: 
 
I. No sentido metafísico, doutrina segundo a qual nada 
existe que não tenha sua razão de ser, de tal maneira 
que por direito, senão de fato, não há nada que não seja 
inteligível. 
II. Doutrina segundo a qual todo conhecimento certo 
provém de princípios irrecusáveis, a priori, evidentes, de 
que ela é consequência necessária, e por si sós, os 
sentidos não podem fornecer senão uma ideia confusa e 
provisória da verdade. (Descartes, Espinoza, Hegel) 
III. Doutrina segundo a qual só nos devemos fiar na razão 
(sistemas de princípios universais e necessários) e não 
admitir nos dogmas religiosos senão o que ela 
reconhece como lógico e satisfatório segundo a luz 
natural. (Teólogos, definição dominante até século XIX). 
IV. A experiência só é possível para um espírito que tenha 
disciplina intelectual: fé na razão, na evidência e na 
demonstração; crença na eficácia da luz natural. (Kant). 
 
Disponível em: www.ufrgs.br›museupsi. Acesso em 
20/01/2019. 
 
Mesmo com tantas definições acima, você pode entender o racionalismo ético 
mesmo que superficialmente e associar-se a virtude contemporânea debatido 
em vários momentos e compreender que você precisa se encontrar na 
sociedade e fazer suas escolhas para ser um profissional de excelência. 
 
 
 
 
 
#CONSIDERAÇÕES FINAIS# 
 
Caro acadêmico (a), chegamos ao final de mais uma unidade e no decorrer dos 
estudos contemplamos diversas temáticas sobre ética e moral, englobando 
vários pensadores. Você consegue se lembrar? Lembra-se da Filosofia moral 
de Sócrates e Aristóteles? Espero que nesse momento do processo de 
ensino/aprendizagem você se reconheça inserido na sociedade, comtemplando 
a filosofia moral estudada. Vale destacar que quando estudamos a ideia de 
dever e de intenção no cristianismo, espero que esteja encantado com a 
formação da moral cristã durante a história. 
Continuamos nossa viagem pelo conceito de natureza humana proposta por 
Rousseau e a moral da razão prática de Immanuel Kant. Vale ressaltar que 
você conheceu também a perspectiva hegeliana e de Bérgson de cultura e de 
dever humano. Vale ressaltar que essa viagem apresentou a visão ética e 
liberdade proposta por Espinosa. Será que agora depois de tudo você se sente 
livre? 
O desafio proposto a você durante nossos estudos foi o de conhecer muito 
além de conceitos de ética e moral, analisando e se conectando a concepção 
contemporânea de virtude e do racionalismo ético. Espero que esteja 
preparado para o conhecimento de sua profissão nos próximos capítulos. 
Enfim, sucesso e nos vemos no próximo capítulo! 
 
 
 
Obrigado! 
 
 
 
 
 
 
 
#WEB COMPLEMENTAR# 
(OPCIONAL) 
 
Leia também: 
 
LA TAILLE, de Yves. Universidade de São Paulo: Moral e Ética: Uma Leitura 
Psicológica. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ptp/v26nspe/a09v26ns.pdf

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