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Resumo - Preparo Biomecânico dos canais radiculares (Meios Mecânicos)

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Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 
 
INSTRUMENTOS MANUAIS 
Podem ser fabricados por torção ou 
usinagem: 
• Secção triangular (maior poder de 
corte) ou quadrangular. 
• Mais torcido (mais estrias por 
unidade de comprimento): mais 
flexível. 
MOVIMENTOS DOS INSTRU-
MENTOS MANUAIS 
Limagem 
Movimentos de Avanço e Tração com 
pressão lateral. 
Alargamento 
Movimentos de Avanço, Rotação em 
sentido horário (direita) de ½ e ¼ de volta 
e Tração. 
Alargamento e Limagem 
Movimentos de Avanço, Rotação em 
sentido horário (direita) de ½ e ¼ de volta 
e Tração com pressão lateral. 
TIPOS 
Extirpa-nervos 
• Longas hastes metálicas cilíndri-
cas. 
• Sua ponta ativa apresenta farpas 
do próprio metal, dispostas circu-
larmente e formando um ângulo 
agudo em relação ao longo eixo do 
instrumento. 
 
Alargadores 
• Instrumental complementar, devi-
do ao fato de ser mais rígido que 
as limas. 
 
• Utilização na remoção da guta-
percha em retratamento endodôn-
tico. 
• Sua secção é quadrangular até o 
instrumento de nº 40, e do nº 45 em 
diante sua secção é triangular. 
 
• Movimentos realizados com esse 
instrumento: Alargamento. 
• Não utilizar em canais curvos. 
Limas 
• Instrumental mais flexível que os 
alargadores (maior quantidade de 
estrias por unidade de compri-
mento). 
• Utilizado para a instrumentação 
dos canais radiculares durante o 
tratamento endodôntico. 
• Apresenta 3 séries de numeração, 
e vai do nº 08 ao nº 140. 
• Sua secção é quadrangular até o nº 
40, a partir do nº 45 sua secção é 
triangular. 
 
• Movimentos realizados com esse 
instrumento: introdução e rotação 
de ¼ a ½ de volta em sentido 
horário. Seu movimento de tração 
faz pressão lateral de encontro às 
paredes. 
Componentes da Lima 
a) Cabo do instrumento: nele, verifi-
ca-se o tipo de instrumento, a sec-
ção transversal e o número 
(diâmetro da ponta do instrumen-
to). 
b) Parte ativa: sempre apresentará 
16mm. 
c) Parte inativa variável ou interme-
diário: poderá ser de 5, 9 ou 
15mm. 
PREPAROS BIOMECÂNICOS (MEIOS MECÂNICOS) 
Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 
d) Stop/cursor: vai ser importante 
para a Odontometria. 
 
A cada 1mm de parte ativa, a conicidade 
aumenta 0,02mm em instrumentos 
manuais e 0,04mm em instrumentos reci-
procantes. 
Para calcular o diâmetro final (D3) da 
parte ativa do instrumento, tem-se a 
seguinte soma: 
D3 = D1 + 0,32mm 
NÚMERO DE SÉRIES DAS LIMAS 
Série especial 
• Limas Tipo Kerr (K). 
• São as limas de menor diâmetro 
utilizadas. 
• Utilização em canais atresiados. 
Número D1 D3 Cor 
08 0,08mm 0,40mm Cinza 
10 0,10mm 0,42mm Roxo 
 
A partir da primeira série, a cor dos 
instrumentos segue uma padronização. 
Primeira série 
Número D1 D3 Cor 
15 0,15mm 0,47mm Branco 
20 0,20mm 0,52mm Amarelo 
25 0,25mm 0,57mm Vermelho 
30 0,30mm 0,62mm Azul 
35 0,35mm 0,67mm Verde 
40 0,40mm 0,72mm Preto 
 
Segunda série 
• Série mais utilizada. 
• A partir do nº 60, a escala muda de 
0,05mm para 0,10mm. 
Número D1 D3 Cor 
45 0,45mm 0,77mm Branco 
50 0,50mm 0,82mm Amarelo 
55 0,55mm 0,87mm Vermelho 
60 0,60mm 0,92mm Azul 
70 0,70mm 1,02mm Verde 
80 0,80mm 1,12mm Preto 
 
Terceira série 
• Utilizada em canais radiculares 
muito amplos. 
Número D1 D3 Cor 
90 0,90mm 1,22mm Branco 
100 1mm 1,32mm Amarelo 
110 1,1mm 1,42mm Vermelho 
120 1,2mm 1,52mm Azul 
130 1,3mm 1,62mm Verde 
140 1,4mm 1,72mm Preto 
 
TIPOS DE LIMA 
Verifica-se o tipo de lima no topo do cabo. 
Tipo Kerr 
São as limas mais utilizadas na Endo-
dontia. 
É representada por um quadrado sem cor. 
 
Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 
Secção quadrangular (limas até o nº 40) ou 
triangular (os demais números). 
Apresenta grande resistência e boa 
flexibilidade. 
Sua ponta ativa permite a passagem do 
instrumento entre obstáculos dentro do 
canal: ótima ação de corte e desgaste. 
É o instrumento de escolha para a explo-
ração inicial do canal. 
Com essa lima, é possível realizar todos os 
movimentos manuais (Limagem, Alarga-
mento e Alargamento e Limagem). 
Cinemática mais utilizada: 
1. Introdução no canal radicular; 
2. Ao encontrar resistência, 
realizar pressão em direção ao 
ápice; 
3. Rotação simultânea de ½ a 
¼ de volta no sentido horário; 
4. Movimento de tração com 
pressão lateral de encontro às 
paredes do canal. 
Tipo Kerr-Flexofile 
Semelhante à lima tipo Kerr. 
Apresenta mais espirais por unidade de 
medida, o que a torna mais flexível que a 
lima tipo Kerr. 
É representada por um quadrado pintado 
no cabo do instrumento. 
 
Apresenta secção triangular. 
A cinemática utilizada para a Lima 
Flexofile é a mesma da Lima Kerr. 
Indicações 
• Canais atresiados e curtos; 
• Sua ponta inativa é indi-cada para 
a instrumentação de canais 
radiculares. 
 
Contraindicações 
• Não é indicada para abrir espaço 
em profundidade. 
Tipo Hedströem 
Feita pelo método de usinagem. 
Possui ponta inativa. 
É representada por um círculo. 
 
Sua secção transversal é diferente das 
demais (em forma de “vírgula”), e suas 
espirais são compostas de cones 
superpostos. 
 
Apresenta excelente capacidade de corte, 
porém apresenta também baixa flexibi-
lidade, o que a torna mais susceptível a 
fraturas. 
Utilizada, depois da exploração inicial do 
canal com a Lima Kerr, para remoção de 
resto de material obturador em retrata-
mentos endodônticos e quando há neces-
sidade um maior alargamento do canal. 
A lima não deve estar justa no canal. 
Indicações 
• Raspagem (corte) da dentina da 
parede do canal; 
• Dilatação do canal radicular em 
canais retos; 
• Pulpectomia e desobturação do 
canal. 
Cinemática 
1. Movimento apenas de Limagem 
(Avanço e Pressão lateral). 
Obs.: a lima Hedströem não deve ser 
rotacionada 
Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 
Tipo NiTi Flex 
Feita de Níquel (Ni) e Titânio (Ti), daí 
advém a nomenclatura NiTi. 
Apresentam ponta inativa. 
São representadas por um quadrado semi-
pintado. 
 
Apresentam efeito-memória, pois se ajus-
tam à curvatura do canal radicular. 
São limas elásticas e flexíveis. 
Movimentação desse tipo de lima nos 
canais é o mesmo das limas tipo Kerr e K-
Flexofile. 
REFERÊNCIAS 
Leonardo, Mario Roberto – Endodontia: 
Tratamento dos canais radiculares: prin-
cípios técnicos e biológicos, Volume 1, 
Capítulo 8.

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