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TRABALHO PORTUGUES

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18
UNIVERSIDADE AMAZÔNIA – UNAMA 
		
TÍTULO DO TRABALHO
Rio Branco, AC
2020
AMANDA MEDEIROS DE ALMEIDA COSTA – 01343915
FREDSON SOUZA CAMARGO – 01364208
KEILA DA SILVA ARAUJO – 01343213
MATHEUS HENRIQUE DO NASCIMENTO DIAS – 01354858
RENATA DE OLIVEIRA NUNES BARROS - 01347785
SÍGLIA LIMA MENDES FERRAZ – 01357430
WELLITON DE OLIVEIRA LIMA - 01342734
DDIREITO E LINGUAGEM: USO, ADEQUAÇÃO, FORMALIDADE E INFORMALIDADE
Trabalho apresentado à Profª. Ms. Maria Alzenir Alves Rabelo Mendes, da disciplina de Português Jurídico, para efeito da composição parcial da nota do primeiro bimestre de 2020, na Universidade da Amazônia, Unama, na cidade de Rio Branco, AC.
Rio Branco,AC
2020
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho à nossa excelentíssima Professora Mestra Maria Alzenir Alves Rabelo Mendes, que mesmo em meio ao caos que se instaurou no mundo, não desistiu de nós, de nosso ensino, de nosso aprendizado, exercendo o mais nobre dos ofícios: Ensinar.
AGRADECIMENTOS
A todos os professores do semestre, pelos ensinamentos. 
Aos do grupo de estudo, pela prontidão em realizar o presente trabalho. 
À Unama, pela oportunidade de realização do curso. 
A Deus, “...porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar...”.
“A linguagem molda a forma em que pensamos e determina o que podemos pensar”. (Benjamin Lee Whorf)
RESUMO
O presente trabalho dedica-se a fazer uma análise detalhada da peça jurídica correspondente ao processo número: 0501306-16.2016.4.02.5101, capitulação: Art. 312 do Código Penal, de autoria do Ministério Público Federal em desfavor de Flávio Roberto de Souza, à época, Juiz Federal aposentado, acerca da língua, seu uso e discurso. Tendo como objetivo o melhor aprendizado da composição textual estilística jurídica e a fixação de conceitos preestabelecidos. Desta forma, utilizaremos a pesquisa qualitativa em nossa análise, visando à otimização do tempo, e, para além disso, entendermos a versatilidade do uso da língua no texto jurídico. O presente trabalho possui grande importância, pois se apresenta como um retrato claro da compreensão, acerca da peça supra mencionada, de um jovem grupo de estudantes do Direito, expressando não apenas sua forma de absorver o conteúdo jurídico, mas também entender o uso da linguagem no meio jurídico, sua adequação, o que inclui formalidade, semiformalidade e informalidade, bem como sua compreensão de mundo.
Palavras-chave: Linguagem. Uso. Discurso.
ABSTRACT
Elemento obrigatório, com as mesmas características do resumo em língua vernácula, digitado em folha separada (em inglês, Abstract; em espanhol, Resumen; em francês, Résumé, por exemplo). Deve ser seguido das palavras representativas do conteúdo do trabalho, isto é, palavras-chave e/ou descritores, na língua (Keywords, em inglês; Palabras-clave, em espanhol etc.
AMANDA
Keyword:
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	10
2 DESENVOLVIMENTO: análise da peça jurídica	13
2.1 LINGUAGEM : DEFINIÇÕES	13
2.2 NÍVEIS DE LINGUAGEM	13
2.3 FUNÇÕES DA LINGUAGEM	13
2.4 VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
2.5 VOCABULÁRIO JURÍDICO	13
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS	16
REFERÊNCIAS	17
APÊNDICES (SE NECESSÁRIO)	18
ANEXOS (SE NECESSÁRIO)	19
10
1. INTRODUÇÃO
Existe uma intensa afinidade entre o Direito e a linguagem. Impraticável imaginar um profissional da área jurídica sem domínio adequado do idioma, tanto em sua interpretação como em sua produção. Os atos normativos, os conhecimentos doutrinários, as petições, os atos processuais, as decisões judiciais, tudo passa pelo uso da linguagem. Todo o conhecimento e a realização do processo jurídico passam pela linguagem. Sendo assim, consideramos o presente estudo de fundamental importância, posto que iremos realizar análise de uma peça jurídica do Processo Penal, Sentença do Processo de número 0501306-16.2016.4.02.5101, do Ministério Público Federal em desfavor de Flávio Roberto de Souza, Justiça Federal do Rio de Janeiro, de 16.02.2018, na qual apreciaremos a Linguagem Jurídica; os Níveis de Linguagens; os Elementos da Comunicação; as Funções da Linguagem; a Variação Linguística; e o Vocabulário Jurídico da mesma.
A leitura e a intercompreensão da peça, texto legal, a análise dos temas retrocitados, objetiva munir-nos de estratégias argumentativas e recursos linguísticos para a nossa atuação acadêmica e profissional.
Os métodos utilizados foram revisão de literatura indicada em sala de aula, a saber: Curso de português jurídico, de Antonio Henriques e Regina Toledo Damião, e Português Forense, de João Bosco Medeiros, análise da peça, da estrutura, do roteiro, do modelo e dos tópicos da Sentença do Processo de número 0501306-16.2016.4.02.5101, do Ministério Público Federal em desfavor de Flávio Roberto de Souza, Justiça Federal do Rio de Janeiro, de 16.02.2018.
No restante desse trabalho apresentaremos conceitos fundamentais de linguagem e comunicação em sentido amplo e em sentido jurídico; o resumo dos fatos narrados na peça processual em análise; o conceito dos níveis de linguagem e identificação dos mesmos na peça, transcrevendo-os e identificando suas localizações no texto com os devidos comentários; o conceito de variação linguística, definindo os tipos de variações encontradas demonstrando-as com trechos da peça, transcrevendo e identificando as páginas de onde foram retirados os fragmentos comprobatórios da referida variação citada; o conceito dos elementos da comunicação e as funções da linguagem predominantes no texto em análise, mencionando e identificando as páginas de onde foram retirados os fragmentos que os justificam; o conceito de vocabulário jurídico, transcrição dos tipos de vocabulários e termos jurídicos encontrados na peça em análise, identificando as laudas de onde foram retirados e as situações comunicativas em que foram usados, descrevendo se trata-se de termos equívocos, unívocos ou análogos, verificando ainda se são expressões latinas, brocardos, verbos jurídicos, etc. Nas considerações finais, retomaremos o tema em estudo, apresentando sucintamente o resumo de cada item do trabalho, e por fim, faremos a síntese dos resultados alcançados, bem como apresentaremos os referenciais bibliográficos utilizados no presente estudo.
2. ANÁLISE DA PEÇA JURÍDICA
2.1 LINGUAGEM: DEFINIÇÕES
2.1.1 DEFINIÇÕES GERAIS
Considerando a importância do estudo, vale realizarmos uma breve descrição do que são Linguagem e Comunicação, em seus sentidos amplos e jurídicos. 
Desta forma, definimos que, o termo “Comunicação” é derivado do latim “communicare”, que significa partilhar, tornar comum. Portanto, de acordo com a etimologia, podemos dizer que a comunicação é o processo por meio do qual um indivíduo pode partilhar informações, pensamentos, histórias, sensações, ideias ou qualquer outra coisa.
O processo de comunicação é formado por seis elementos, são eles:
Emissor: envia a mensagem
Receptor ou destinatário: a quem se destina a mensagem
Mensagem: o conteúdo, aquilo que se deseja comunicar
Canal de comunicação: meio de transmissão (TV, rádio, jornal)
Código: conjunto de signos e regras sobre os quais a mensagem é elaborada (ex: Língua Portuguesa)
Contexto: situação à qual a mensagem está se referindo
Já a Linguagem nada mais é do que o sistema através do qual o homem comunica suas ideias e sentimentos, seja através da fala, da escrita ou de outros signos convencionais. Exige a existência de interlocutores e é realizada tão somente por humanos, revelando aspectos históricos, culturais e sociais. 
Dependendo do contexto social em que a linguagem é produzida, o falante pode usar a linguagem formal: produzida em situações que exigem o uso da linguagem padrão (conhecida também como norma culta). Muito utilizada em reuniões e apresentações de trabalho, por exemplo. Ou a linguagem informal: usada quando existe intimidade entre os falantes, recorrendo a expressões coloquiais.
Há três tipos diferentes de linguagem:
Linguagem verbalÉ aquela formada por palavras, seja na escrita ou na fala. Na linguagem do cotidiano, por exemplo, o homem faz muito uso da linguagem verbal para se comunicar.
Os exemplos de linguagem verbal seriam: o diálogo entre duas pessoas, um livro, uma carta, uma palestra, entre outros.
Linguagem não-verbal
É o tipo de linguagem que não contém palavras, mas possui recursos visuais. Os exemplos de linguagem não-verbal seriam: imagens, placas, linguagem corporal, desenhos, gestos. 
É importante salientar que a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), por mais que tenha sua base em gestos, não é considerada uma linguagem e sim uma língua, conforme previsto no Art 1° da lei 10.436 de 24 de abril de 2012.
Linguagem mista ou híbrida
Linguagem mista é o uso da linguagem verbal e não-verbal simultaneamente. Por exemplo, uma história em quadrinhos integra, ao mesmo tempo, imagens, símbolos e diálogos.
2.1.2 DEFINIÇÕES JURÍDICAS
O Direito e a linguagem sustentam uma enorme relação, já que o direito se realiza efetivamente por meio da linguagem. Neste sentido, Calmon de Passos (2001, p.63-64) afirma que:
“[…] o Direito, mais que qualquer outro saber, é servo da linguagem. Como Direito posto é linguagem, sendo em nossos dias de evidência palmar constituir-se de quanto editado e comunicado, mediante a linguagem escrita, por quem com poderes para tanto. Também linguagem é o Direito aplicado ao caso concreto, sob a forma de decisão judicial ou administrativa. Dissociar o Direito da Linguagem será privá-lo de sua própria existência, porque, ontologicamente, ele é linguagem e somente linguagem”.
No meio jurídico é possível perceber que o processo da comunicação encontra-se nas mais diversas esferas dos ordenamentos jurídicos, podendo ser observado desde a Constituição Federal até um Ofício.
Na comunicação jurídica, nós como agentes do Direito, devemos demonstrar os fundamentos do Direito para a reivindicação, para o pleito de um determinado cliente, em potencial. Apresentaremos em se estriba nossa pretensão, quais os elementos dentro do Direito que apóiam aquilo que ele pretende obter na sua causa, que elementos ele deve carrear para os autos para robustecer a tese, como deverá atuar em relação a documentos, às testemunhas, a depoimentos, alertá-los também para aquilo que pode acontecer ao longo de um processo, desde a primeira instância até a terceira, se for o caso, e deixar claro que do outro lado também terá um advogado tão competente quanto nós, utilizando sempre uma linguagem compreensível.
Considerando, portanto o que Regina Toledo discorre sobre o referido assunto, “O homem pode se comunicar de duas maneiras: forma verbal e/ou verbal. Para a forma verbal, a linguagem oral torna-se extremamente essencial; a forma não verbal pode acontecer de inúmeras formas, como por exemplo, a linguagem corporal (exemplo: a palidez ou simples momento palpebral) e a linguagem do vestuário (exemplo: a toga é uma informação que indica a função exercida pelo magistrado e a cor sinaliza seriedade e compostura que devem caracterizá-lo)”. (DAMIÃO, Regina Toledo p. 18-19).
Acerca do exposto, percebe-se que, quando o advogado está diante do cliente, todas as formas de linguagem apresentadas anteriormente acontecem simultaneamente, tanto por parte do advogado quanto pela parte do cliente. Agregado a isso, evidentemente, a posição cultural, social e econômica que cada um possui.
A partir do que nos foi apresentado, debatido, pesquisado e aprendido em sala de aula, realizaremos, com base no que foi exposto até aqui, análise lingüística de uma peça jurídica. Sendo assim, segue o resumo da mesma para posterior investigação:
Trata-se de denúncia ofertada pelo Ministério Público Federal em desfavor de Flávio Roberto de Souza, à época, juiz federal aposentado, imputando-lhe prática do crime descrito no artigo 312, c/c artigo 61, inciso II, alínea “a”, do Código Penal, pelo desvio, em proveito próprio, de R$ 290.521,00 (duzentos e noventa mil, quinhentos e vinte e um reais), em três oportunidades, no período de abril de 2014 a fevereiro de 2015, o que fez na condição de Juiz Federal titular da 3.ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Inicialmente, quando o retrocitado juiz julgava o caso do traficante Oliver Ortiz de Zarate Martin, que respondia a uma Ação Penal que se indiciou ao crime de tráfico internacional de drogas e associação criminosa, que por meio do Ministério Público Federal, obteve uma apelação interposta junto à ação cautelar de busca, apreensão e sequestro, na qual foram apreendidos do investigado seus bens.
Ocorre que, o magistrado se utilizou de sua função, para auferir os produtos/objetos apreendidos na investigação que estava de fronte. 
No decorrer da investigação, acerca do crime praticado pelo magistrado, fora demonstrado a justa causa, tendo em vista que os indícios de autoria ficaram provados, pois, nos autos, menciona que ele induziu a Caixa Econômica Federal transferir R$ 47.190.00 reais na conta de um terceiro (Auto Peças Rio Castro Daire Ltda – ME), mesmo a supervisora da 3ª Vara Federal comunicando que o CNPJ introduzido era divergente, uma vez que não era da 5ª Vara Federal e sim da concessionária supramencionada.
Além disso, o magistrado desviou, também, a favor ao seu favor, (Auto Peças Rio Castro Daire Ltda – ME), a quantia de R$ 94.750,00, que foi entregue, induzidamente, por meio da Caixa Econômica Federal, pois o juiz assinou o um oficio requisitório. 
Com isso, o magistrado pediu verbalmente para a supervisora, expedir um ofício para que se procedesse uma transferência bancária na quantia de R$ 148.581,00, na titularidade da empresa (Concept Car Comercio de Veiculo Ltda). Assim, o sócio da empresa constatou a veracidade, que o ingresso do valor da conta da mesma teria sido feito pelo magistrado, ainda o mesmo relatou que o magistrado havia feito a transferência, para a compra de uma Land Rover Discovery. O mesmo ainda relata que o dinheiro foi para compra do automóvel. 
Já em 2015, o magistrado ingressou no sistema eletrônico processual, outra decisão falsa, que viabilizava uma ação por ele fantasiosa que restituía os valores aprendidos de, Oliver Ortiz de Zarate Martin, que suas devidas quantias eram de, US$ 150.617,00 e € 108.170,00, que essas quantias estavam devidamente depositadas no banco central, e estava à disposição da 3ª Vara Federal.
Ainda foi expedida pelo magistrado, a arrecadação da moeda estrangeira ao gerente de custódio e valores do Banco central, que pelo mesmo foi cumprido em 03/02/2017, o mesmo valor sendo entregue a supervisora, que por meio de um envelope, guardou o dinheiro no cofre da 3ª Vara Federal, com isso a mesma e o magistrado que tinham as respectivas chaves idênticas. A supervisora alega que mesmo trazendo o dinheiro depois de decidir sobre o pedido, apura-se que Marcos Vinicius Cantuária e Joaquim Marcelo da Silva, têm suas devidas vinculações inexistentes sobre o CNPJ falso. Trata-se então, que a supervisora interfere que o pedido nunca foi passado pelo Ministério Público Federal.
A supervisora, ainda relata que os mesmos autos do processo tinham sido ingressados na Procuradoria da República, em 19/03/2014, retornando apenas com uma cota, da Procuradora Cristiane duque Estrada.
Já no dia 05/02/2015, o magistrado esteve na 3ª Vara Federal, que o mesmo apareceu nas dependências da Vara, por volta das 6h da manhã, onde permaneceu o juiz por cinco minutos, que por meio de sua chave subtraiu do cofre as cédulas de dólares e euros, que haviam sido apreendidas do traficante.
Tendo em vista que só foi revelado o sumiço do dinheiro, no dia 27/02/2014, quando o magistrado substituto da 3ª Vara Federal, Vitor Barbosa Valpuesta, com que viabilizou um cumprimento da corregedoria regional da 2ª região, que era de realizar o levantamento de bens acautelados na serventia, até então a supervisora já estava alegando de que o cofre se encontrava vazio. 
Daí então o magistrado denunciado, utilizou parte desse dinheiro para adquirir bens, tais como fez um compromisso de compra e venda de um apartamento,que se encontrava na, Av. Jornalista Ricardo Marinho, nº 300, cujo valor custeado por esse apartamento era de R$ 650.000,00, desde então efetuou o primeiro pagamento no valor de R$ 549.00,00 e outro pagamento a ser feito no dia 30/04/2015, no valor de R$ 101.000,00.
Conforme esclarece os vendedores do imóvel, Mario Sérgio Moura Rufino e Eliete Siqueira Rufino, afirma que uma semana antes da compra do imóvel feito pelo magistrado, o casal alega que o magistrado tentou convencer os mesmos a aceitarem os valores em dólares e euros, o mesmo magistrado indeferido mandou seu agente de segurança que lhe atendia, que levasse o casal a uma casa de câmbio em Ipanema, onde parte do dinheiro desviado fora convertido, no primeiro valor pago que foi de R$ 549.000,00. 
Em certa data não determinada no mês de janeiro de 2015, o magistrado denunciado extraviou e destruiu os autos do processo, que fora instaurado na ação penal feita pelo juiz denunciado, para o controle da alienação antecipada de bens, que a mesma era a operação, no qual proferiu e alegou que todas as decisões de conteúdo expostas pelo mesmo, ainda afirma que eram conteúdos ideológicos falsos. 
Relatando o magistrado substituto da 3ª Vara Federal, narrado pela supervisora o que o mesmo magistrado denunciado mantinha todos os processos em sua gaveta e quando notou o sumiço dos processos, o juiz denunciado disse que não era algo de preocupação que o mesmo tinha cópias, caso o necessário de uma restauração. 
O agente de segurança Alexandre Barreto costa, revelou-se a certa ocasião sobre o fato, que determinou que o magistrado denunciado, desse sumiço a uma mochila, desde então o agente antes de jogar fora, verificou o que havia dentro da mesma, visualizando constatou, que havia vários papeis molhados e com cheiro de álcool e bem queimados, que o mesmo relatou, que havia se desfeito da mochila colocando ela na lixeira de seu condomínio, ainda afirmou que isso foi antes da divulgação na imprensa de possíveis desaparecimentos dos autos.
A defesa do magistrado denunciado, ainda alega que o mesmo sofre por Transtornos mentais e ainda tenta burlar o laudo psiquiátrico, feita pelo mesmo, a defesa se contradiz e fala que pelo magistrado tem problemas mentais, assim não se consumando ilícito o caso. 
Há também, diferença no modo de execução: as duas primeiras ações ocorreram mediante confecções de decisões e despachos falsos. A última se deu por ordem verbal de transferência direcionada ao servidor da 3ª Vara Federal, sem lastro em decisão alguma. 
Por esses motivos, impossível reconhecimento de continuidade delitiva entre as duas primeiras ações com a terceira, resultam, assim, 17 dezessete anos e 4 quatro meses de reclusão.
Diante disso, ante a diferença de espécies criminosas, advertência de modo de execução e a dualidade de desígnio, confrontada a ação com as anteriores, é impossível reconhecer-se a continuidade delitiva entre os crimes ocorridos em 09/01/2015 e 05/02/2015.
Dessa forma, a pena do último crime deve ser somada ao resultado anterior, resultando, então, a definitiva estabelecida em vinte e seis anos, dois meses e vinte dias, e reclusão.
Quanto à multa, à vista do concurso entre as duas primeiras, infrações do art. 71, caput, do Código Penal que assim fala: Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
Assim, foi constada, também, a materialidade de sua conduta, tendo em vista que praticou conduta tipificada de Peculato (art. 317 do CP), pois, quando da prática ilícita, era funcionário público. Além de Falsidade Ideológica (art. 299 do CP) e supressão de documento (art. 305 do CP), com isso obtendo a justa causa dos fatos.
2.2 NÍVEIS DE LINGUAGEM
Podemos interagir e nos comunicar com outras pessoas por meio de diversos níveis de linguagem: padrão, coloquial, gírias, regionalismos e linguagem vulgar.
A interação verbal entre os sujeitos é possível por meio das palavras e pode ser realizada por meio da fala e/ou da escrita. Dependendo da situação comunicativa, os usuários das línguas podem eleger qualquer um dos diferentes níveis de linguagem para interagir verbalmente com os outros. Isso significa que existem linguagens diferentes para ocasiões distintas, ou seja, em toda situação comunicativa, os falantes elegem o nível de linguagem mais adequado para que tanto o emissor quanto o receptor das mensagens possam compreender e ser compreendidos.
Nível 1: Norma culta/padrão
Como sabemos, cada língua possui sua estrutura e muitas delas possuem um conjunto de regras responsável pelo funcionamento dos elementos linguísticos. Esse conjunto de regras é conhecido como gramática normativa. Nela, os usuários da língua encontram a norma-padrão de funcionamento da língua chamada de “padrão ou culta”, a qual deve, ou pelo menos deveria, ser de conhecimento e acessível a todos os falantes da mesma comunidade linguística.
Utilizar a norma culta da língua portuguesa, por exemplo, não significa comunicar-se de maneira difícil e rebuscada. Embora à língua padrão seja atribuído certo prestigio cultural e status social, o uso da linguagem culta está menos relacionado à questão estética e muito mais associado à sua democratização, já que esse é o nível de linguagem ensinado nas escolas, nos manuais didáticos, cartilhas e dicionários das línguas etc.
Nível 2: Linguagem coloquial/informal/popular
A linguagem coloquial é aquela utilizada de maneira mais espontânea e corriqueira pelos falantes. Esse nível de linguagem não segue a rigor todas as regras da gramática normativa, pois está mais preocupado com a função da linguagem do que com a forma. Ao utilizar a linguagem coloquial, o falante está mais preocupado em transmitir o conteúdo da mensagem do que como esse conteúdo vai ser estruturado.
 De maneira geral, os falantes utilizam a linguagem coloquial nas situações comunicativas mais informais, isto é, nos diálogos entre amigos, familiares etc.
Nível 3: Linguagem regional/regionalismo
A linguagem regional está relacionada com as variações ocorridas, principalmente na fala, nas mais variadas comunidades linguísticas. Essas variações são também chamadas de dialetos. O Brasil, por exemplo, apresenta uma imensa variedade de regionalismos na fala dos usuários nativos de cada uma de suas cinco regiões.
Nível 4: Gírias
A gíria é um estilo associado à linguagem coloquial/popular como meio de expressão cotidiana. Ela está relacionada ao cotidiano de certos grupos sociais e podem ser incorporadas ao léxico de uma língua conforme sua intensidade e frequência de uso pelos falantes, mas, de maneira geral, as palavras ou expressões provenientes das gírias são utilizadas durante um tempo por um certo grupo de usuários e depois são substituídas por outras por outros usuários de outras gerações. É o caso, por exemplo, de uma gíria bastante utilizada pelos falantes nas décadas de 80 e 90: “chuchu, beleza”, mas que, atualmente, está quase obsoleta.
Nível 5: Linguagem vulgar
 A linguagem vulgar é exatamente oposta à linguagem culta/padrão. As estruturas gramaticais não seguem regras ou normas de funcionamento. O mais interessante é que, mesmo de maneira bem rudimentar, os falantes conseguem compreender a mensagem e seus efeitos de sentido nas trocas de mensagens. Podemos considerar a linguagem vulgar como sendo um vício de linguagem. Veja alguns exemplos bastante recorrentes em nossa língua:
•“Nóis vai”
•“Pra mim ir”
•“Vamo ir”
No meio jurídico, a norma de comunicação utilizada é a culta/padrão, como vemos nos trechos extraídos da peça jurídica apresentada.
Em toda a sua extensão, nota-se o uso da norma culta/padrão, não havendo outra utilizada.
Trecho extraído da página 02:
“Explica o Ministério Público Federal que o acusado proferiu decisõesde conteúdo ideológico falso que permitiram o desvio e a apropriação das quantias. Os valores encontravam-se depositados à disposição da Justiça em decorrência da venda de bens sequestrados nos autos da Ação Penal 0020162-27.2012.4.02.5101. Parte desses valores teria sido utilizada na compra, em nome próprio, de um automóvel modelo Land Rover Discovery.”.
Trecho extraído da página 03:
“Foi instaurado Incidente de Insanidade Mental (0502863-38.2016.4.02.5101), de onde sobreveio o Laudo Psiquiátrico juntado às fls. 148-155 do Apenso do incidente, que concluiu que o acusado possui transtorno depressivo recorrente, faz uso nocivo de álcool, mas que “não há nexo de causalidade entre os delitos de que é acusado e a doença mental constatada”. Conclui, ainda, que “ao tempo da ação o periciando era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito dos fatos e de determinar-se de acordo com esse entendimento.”.
 
2.3 FUNÇÕES DA LINGUAGEM
As funções da linguagem são as formas de utilização da linguagem segundo a intenção do falante. Elas são classificadas em seis tipos: função referencial, função emotiva, função poética, função fática, função conativa e função metalinguística.
Cada função desempenha um papel relacionado com os elementos presentes na comunicação, conforme citado anteriormente: emissor, receptor, mensagem, código, canal e contexto. Assim, elas determinam o objetivo dos atos comunicativos.
Embora haja uma função que predomine, vários tipos de linguagem podem estar presentes em um mesmo texto.
A comunicação está associada à linguagem e interação, de forma que representa a transmissão de mensagens entre um emissor e um receptor.
Ao realizarmos a análise na peça em estudo podemos relacionar os elementos que compõem a comunicação, conforme o seguinte:
a) emissor: é o autor da petição inicial, o Ministério Público Federal;
b) receptor: em um primeiro momento é o Juiz de Direito Gustavo Pontes Mazzocchi, depois, o réu Flavio Roberto De Souza;
c) mensagem: é a veiculação do fato e dos fundamentos jurídicos do pedido. É a própria sentença;
d) canal: é a folha de papel onde se redige a petição inicial;
e) código: é o Português Jurídico ou a linguagem forense utilizada na produção do texto jurídico da petição inicial;
f) referente: é o contexto que justifica a elaboração da petição inicial e fundamenta o pedido que deve ser claro e objetivo, a acusação;
Função Referencial: Explica o Ministério Público Federal que o acusado proferiu decisões de conteúdo ideológico falso que permitiram o desvio e a apropriação das quantias. Os valores encontravam-se depositados à disposição da Justiça em decorrência da venda de bens sequestrados nos autos da Ação Penal 0020162-27.2012.4.02.5101. Parte desses valores teria sido utilizada na compra, em nome próprio, de um automóvel modelo Land Rover Discovery. Às folhas 02.
 Função Conativa: (PG 03) Na resposta, a defesa alegou: (a) insanidade mental; (b) necessidade de absorção da falsidade ideológica pelo peculato; (c) subsidiaridade do artigo 314 do Código Penal, de forma que deveria ser igualmente absorvida pelo peculato. Requereu fosse instaurado incidente de insanidade mental, com a posterior absolvição do réu. Juntou documentos.
2.4 VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Podemos inferir da peça em estudo que predomina a linguagem formal, que é caracterizada por ser mais culta e prestigiada, sendo utilizada em situações que requeiram maior seriedade, apesar de não existir familiaridade ou intimidade entre os interlocutores da comunicação, a mensagem é passada de forma clara e coesa , permitindo o real entendimento e objetivo da mensagem.
Vale ressaltar que o padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita e restringem-se às normas gramaticais de um modo geral. 
De acordo com a classificação de Pretti, as variedades linguísticas em uso no Brasil têm sido objeto de variadas classificações (Pretti, 2000, p39): formal - situações de formalidade; predomínio da linguagem culta; comportamento linguístico mais refletido, mais tenso; vocabulário mais técnico etc. 
Comum - é o nível intermediário entre o padrão e o não padrão. 
Coloquial - situações familiares ou de menor formalidade; predomínio da linguagem popular; comportamento linguístico mais distenso; uso de gírias e linguagem afetiva etc. 
Diante do exposto, fica fácil identificar a predominância da linguagem formal padrão, sendo aplicada em sua plenitude de forma clara e coesa, não permitindo entendimentos ambíguos e vazios. O texto jurídico em estudo destacado abaixo reforça esse entendimento: 
"Explica o ministério público Federal que o acusado proferiu decisões de conteúdo ideológico falso que permitiram o desvio e a apropriação das quantias. Os valores encontrava-se depositados à disposição da justiça em decorrência da venda de bens sequestrados nos autos da Ação Penal 0020162-27.2012.4.02.5101. Parte desses valores teria sido utilizada na compra, em nome próprio, de um automóvel modelo Land Rover Discovery.", às folhas 1564.
De acordo com o trecho destacado, é possível entender de forma clara e objetiva os atos praticados pelo acusado, assim como quem explica o fato (MPF). Não sobra dúvidas quanto à mensagem passada ao receptor , uma vez que o texto encontra-se aplicado corretamente, em seus padrões gramaticais e correta situação de aplicação.
2.5 VOCABULÁRIO JURÍDICO
O modo como os usuários de uma língua utilizam as palavras denomina-se vocabulário, este é a seleção e o emprego dos vocábulos pertencentes ao léxico. O falante, diz muito sobre si, inclusive sobre sua personalidade, através de seu vocabulário. Temos que, o vocabulário jurídico é o modo como os operadores do direito usam os vocábulos que são pertencentes àquela classe.
A seguir apresentamos uma alguns termos e expressões jurídicas extraídos de nosso objeto de análise.
“Imputabilidade”, (p. 05). Termo unívoco, possui um único significado, utilizado nas alegações finais do Ministério Público Federal, para estipular a pena do acusado. 
“Perpetrou”, (p. 07). Termo equívoco, uma vez que possuir um único significado, utilizado na leitura da denúncia pelo MPF. 
“...tenho que o acusado obrou com culpabilidade acentuadamente...”, (p. 27). O fragmento é o que se conhece como frase verbo nominal tal frase fora proferida durante a leitura da dosimetria da pena pelo crime de peculato. Em outras palavras significa que: (para o juiz o acusado agiu com elevado grau de culpa).
“In malam partem”, (p. 32). Aqui se tem um brocardo jurídico, utilizado na leitura da pena pelo crime de peculato.
“habeas corpus”, (p. 49). Expressão latina empregada na analise da possibilidade de aumentar a pena do réu por ser este Funcionário Público exercendo Função de Direção.
“Modus operandi", (p, 55). Brocardo jurídico utilizado na justificativa da ausência de continuidade delitiva entre as ações praticadas pelo réu nos crimes de peculato.
 *Vilipendiado (p, 59). Verbo utilizado na leitura da execução penal, na parte em que se faz referencia ao dever que o réu tinha de zelar pelo ente público, coisa que não fez. 
“Execução”, (p, 54). Verbo utilizado durante a leitura das ações desempenhadas pelo acusado, referência feita ao modo como agiu na pratica dos crimes de peculato. Em tela, portanto, um termo equívoco.
“Execução”, (p, 62). Referente ao cumprimento das penas pelo acusado, após expedição de mandado de prisão, tendo a sentença sido proferida em caráter definitivo, termo equívoco, a exemplo do anterior. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Rememorando o que já foi citado anteriormente, a linguagem jurídica é, sem sombra de dúvida, exige uma específica habilidade dos profissionais do Direito, posto que os enredos do pensamento jurídico se classificam, ou não, com base no esforço contínuo dos preceptores, comprometidos na revelação das expressões jurídicas.
..... ME AJUDEEEEE!!!
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICOS
https://profabreu.webnode.com.br/news/a%20rela%C3%A7%C3%A3o%20intrinseca%20entre%20o%20direito,%20linguagem%20e%20comunica%C3%A7%C3%A3o/
CONSTRUÇÃO

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