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TCC_SÃO CAMILO_FARMÁCO_2020

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO – ES
Curso de Farmácia
Karina Costalonga Batista
ANTIMICROBIANOS E SUA INTERAÇÃO COM OUTROS MEDICAMNETOS
Cachoeiro de Itapemirim
20
2020
Karina Costalonga Batista
ANTIMICROBIANOS E SUA INTERAÇÃO COM OUTROS MEDICAMNETOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo - ES, orientado(a) pelo Professor(a) Camila Dellatorre Teixeira, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Farmácia.
Cachoeiro de Itapemirim
2020
RESUMO 
O presente trabalho possui como temática, os antimicrobianos e a ocorrência de suas interações com demais fármacos, dado ao fato de que Interações Medicamentosas tratam-se de um relevante objeto investigativo. A grande disponibilidade de medicamentos no mercado, e o uso de variados fármacos tem-se demonstrado uma verdadeira estratégia ao que tange o tratamento de inúmeros pacientes, maximizando os índices de possíveis interações. A objetivação deste trata-se da análise de antibióticos utilizados, tangendo a indicação terapêutica e a identificação de Interações Medicamentosas potenciais, entre estes fármacos, além de outro cujo o paciente faça uso. O trabalho se justifica mediante a crescente disponibilização de medicamentos no mercado e sua utilização em variados tratamentos, levando a interações entre estes. A metodologia concebeu-se através do levantamento bibliográfico, com leitura e anotações pertinentes a temática, além de comparação conceitual ao que cerne doutrinas ideológicas e sistematização de textos.
Palavras-chave: Antimicrobianos; Interações medicamentosas; Fármacos
ABSTRACT 
The present work has as its theme, antimicrobials and the occurrence of their interactions with other drugs, given the fact that Drug Interactions are a relevant investigative object. The great availability of drugs on the market, and the use of various drugs has proven to be a true strategy when it comes to the treatment of countless patients, maximizing the rates of possible interactions. The objectification of this is the analysis of antibiotics used, involving the therapeutic indication and the identification of potential Drug Interactions, among these drugs, in addition to another that the patient uses. The work is justified by the increasing availability of medicines on the market and their use in various treatments, leading to interactions between them. The methodology was conceived through a bibliographic survey, with reading and annotations pertinent to the theme, in addition to conceptual comparison to what is at the core of ideological doctrines and systematization of texts.
Key words: Antimicrobials; Drug interactions; Drugs
SUMÁRIO
Resumo	 
Abstract
INTRODUÇÃO
Contexto histórico dos antimicrobianos
Interações medicamentosas e sua classificação
Uso racional de medicamentos
A dispensação correta de medicamentos
ANTIMICROBIANOS E SUA INTERAÇÃO COM OUTROS MEDICAMNETOS
BATISTA Costalonga Karina [footnoteRef:1] [1: Graduando do Curso de FARMÁCIA do Centro Universitário São Camilo-ES – karinacostalonga@hotmail.com.br] 
1 INTRODUÇÃO
	
A frequente utilização de diversos fármacos é essencial na obtenção da objetivação terapêutica almejada ou no tratamento de doenças coexistentes. A utilização de diversificados fármacos de forma concomitante, leva os médicos ao enfrentamento da problemática ao que cerne a associação destes em relação ao paciente, devido a probabilidade de um ocasionamento de interação medicamentosa, sendo que, nesta circunstância tange o entendimento de como ministrar tal interação almejando em uma melhoria do tratamento, ou evitar possíveis consequências indesejáveis (GOODMAN & GILMAN, 2006).
A Interação medicamentosa (IM) concerne a possibilidade de alteração de intensidade de efeitos farmacológicos, entre dois fármacos distintos, administrados simultaneamente. Existem autores que defendem a IM tal qual um evento clínico, sendo que diversos fármacos apresentam alterações na presença de alimentos, bebidas, plantas medicinais ou mesmo agentes químicos de origem ambiental (GOODMAN & GILMAN, 2006; HOEFLER, 2011; BRASIL, 2009; STOCKLEY, 2008).
Os antimicrobianos tratam-se de um desenvolvimento terapêutico que pode ser considerado o maior avanço já obtido, ao constituir um grupo farmacológico com elevadíssimo número de prescrições, sendo pela sua função terapêutica ou profilática. 
Mediante a tal exposto, a objetivação do presente trata-se da análise de antibióticos utilizados ao que tange à indicação terapêutica e identificação de potenciais de interações medicamentosas, ao se ministrar tais medicamentos com os demais usados pelos pacientes.
Este se justifica mediante a crescente disponibilização de medicamentos no mercado, além da utilização simultânea de fármacos ter se demonstrado uma estratégia ao que diz respeito ao tratamento de inúmeros pacientes, aumentando as ocorrências de interações medicamentosas
A metodologia norteadora deste, trata-se do levantamento bibliográfico, obtido através de leituras de material relacionado a temática e anotações cabíveis, além da comparação conceitual de doutrinas ideológicas. 
“A pesquisa bibliográfica procura explicar um tema a partir de referências teóricas, publicadas em artigos, livros, dissertações e teses. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, busca-se conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado sobre determinado assunto, tema ou problema. “(CERVO, BERVIAN e SILVA, 2007, p. 60)
2 CONTEXTO HISTÓRICO DOS ANTIMICROBIANOS
Na gênese do século XX, a descoberta cientifica de maior relevância na área da medicina, contribuindo no controle de infecções bacterianas, inclusive a hospitalar, trata-se da penicilina, antibiótico inserido no decorrer da segunda guerra mundial (SANTOS, 2004). O medicamento, descoberto por Alexander Fleming, no ano de 1928 foi essencial ao que cerne a recuperação de milhares de pacientes, sendo nesta época apenas observada a melhoria trazida pelo medicamento. 
O real efeito da Penicilina, assim como outros antimicrobianos, foi descoberto posteriormente, como o seu mecanismo de ação, e sobre o que este agia especificamente, uma vez que os microrganismos ainda não eram conhecidos (LAPORT et al,1989 apud HOLFEL; LAUTERT, 2006).
Entre as décadas de 1940 a 1960, foram descobertos inúmeros antibióticos devido a triagem de produtos naturais microbianos, se demonstrando em sua maior parte, de grande eficiência no tratamento que cerne a bactérias Gram positivo. No período supracitado houve a introdução de somente três derivados sintéticos no mercado: isoniazida, metronidazol e trimetropim (GUIMARÃES; MOMESSO; PUPO, 2010).
Entre as décadas de 1980 a 2000 utilizou-se principalmente a genômica e a triagem de coleções de compostos, no desenvolvimento de novos antibióticos, ao invés da triagem de produtos naturais microbianos. Entretanto, obteve-se uma drástica redução ao que tange a identificação de novos protótipos de antibióticos, de maneira concomitante a maximização de casos de resistência bacteriana. Neste período há a inserção de antibióticos da classe das fluoroquinolonas sintéticas em meados de 1980, concebidas mediante a manipulação do ácido nalidíxico (GUIMARÃES; MOMESSO; PUPO, 2010).
Em meados da década de 1990, ocorre a disseminação da resistência bacteriana, dificultando a implementação da terapia antiinfectica, além infecções que cernem pacientes imunodeprimidos, sendo que nestes, as medicações antimicrobianas tem uma menor funcionalidade (SANTOS, 2004). Contemporaneamente, mesmo mediante aos avanços da tecnologia, a infecção hospitalar ainda apresenta altas taxas de mortalidade, de maneira global (SANTOS, 2004).
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
A utilização de medicamentosa, no país, possui uma faceta estrutural, política, social e histórico-cultural. A compreensão desse cenário se faz necessária ao entendimento de garantia ao que diz à populaçãode uma terapêutica racional, realizada de maneira segura, e com custos viáveis. 
Diversificados setores sociais são responsabilizados, direta ou indiretamente ao que cerne a utilização de substancias medicamentosas: desde o município, estado, governo, federativo, indústria farmacêutica, distribuidores, drogarias, prescritores, dispensadores, além de todos os profissionais em função de seu exercício dentro da área da saúde, e no fim da corrente, o paciente que se utiliza dos medicamentos (MARGONATO, 2006).
Mediante a tal exposto, o alcance da objetivação terapêutica do tratamento patológico ao que tange a população é diretamente voltada a escolha racional da droga a ser ministrada, e consequente cumprimento do esquema posológico. A não realização do cumprimento deste esquema, altera diretamente a biodisponibilidade do remédio e por conseguinte em sua eficácia terapêutica (DOBLINSKI, 2006).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que a utilização racional necessita primeiramente da real necessidade de uso do medicamente, e segundamente da prescrição da substancia medicamentosa apropriada, tendo a premissa em sua escolha na eficácia, qualidade e (AQUINO, 2008).
A concepção da RENAME (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais), além campanhas educativas ao que tange os profissionais de saúde, almejam a promoção do uso racional de medicamentos (BRASIL, 2009).
Os profissionais da área de saúde auxiliaram na criação do Formulário Terapêutico Nacional que orienta a prescrição e dispensação dos medicamentos. Além da inserção das ações de farmacovigilância a fim de se obter o monitoramento de possíveis efeitos adversos, consequentemente garantindo a qualidade dos medicamentos (BRASIL, 2009).
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS E SUA CLASSIFICAÇÃO
As Interações Medicamentosas podem ser reais ou potenciais, sendo reais aquelas submetidas a comprovação, a partir de sintomáticas advindas do paciente e/ou realizadas mediante testes laboratoriais, que constatem o aumento ou diminuição de um dos fármacos utilizados. Quanto as interações potenciais, respaldam-se na possibilidade de interferência de um fármaco em outro, ministrados de maneira concomitante, sendo que a interação pode ou não vir a ocorrer, dependendo de inúmeros fatores. Mediante a tal exposto, a maior parte de estudos realizados, observam a temática investigativa potencial ao que cerne as Interações Medicamentosas (LIMA, 2007).
Embora os fármacos possam apresentar interação por inúmeros mecanismos, em sua maioria estas se classificam como farmacocinéticos e farmacodinâmicos. O conhecimento clínico do mecanismo em qual se envolve a Interação Medicamentosa, pode levar ao evitamento da interação especifica, considerando-se os métodos e mesmo momentos de sua utilização (GOODMAN & GILMAN, 2006; KATZUNG, 2006; STOCKLEY, 2010).
As interações se caracterizam pela sua interferência em padrões de absorção, distribuição, metabolização ou excreção ao que tange o medicamento ministrado. Trata-se de uma Interação Medicamentosa frequente, sendo verificada através da modificação de um ou mais parâmetros cinéticos medicamentoso (GUASTALDI, 2006).
As Interações Medicamentosas que interferem no transporte do medicamente ao que tange o sistema de vascularização, se dá mediante o deslocamento de agentes com alta ligação as proteínas plasmáticas, que ao se deslocarem para outros sítios, a fração livre e elevando, consequentemente, o nível sérico. A fração livre trata-se da responsável pela atuação farmacológica da medicação (GUASTALDI, 2006).
Consideram-se interações farmacodinâmicas aquelas que, ao se estabelecer uma Interação Medicamentosa provocam mudanças as respostas obtidas pelos pacientes sem que haja a alteração da farmacocinética do medicamento, ou mudança no nível sérico. Tal tipo de Interação Medicamentosa, de maneira geral tem como resultante a variação de respostas farmacológicas (GUASTALDI, 2006 e KATZUNG, 2006).
Interações farmacodinâmicas ocorrem por sinergismo ou antagonismo. A administração concomitante de medicamentos com efeitos farmacológicos similares, possui, geralmente uma resposta aditiva ou sinérgica. Os fármacos atuando ou não sobre o mesmo receptor pode vir a produzir a mesma consequência. Todavia, fármacos que possuem efeitos farmacológicos antagônicos podem levar a redução ao que tange a resposta a um ou ambas as medicações. Embora as Interações Medicamentosas sejam comuns, o conhecimento clinico de quanto a farmacologia leva a minimização de efeitos adversos, através da antecipação das interações, com o auxílio de contramedidas adequadas (GUASTALDI, 2006 e KATZUNG, 2006).
A classificação das Interações Medicamentosas pode ser concebida mediante ao seu significado clínico. Um significado clínico de relevância, são observadas características: resultados de ação rápidos, representante potencial de risco a vida, respaldo em literatura cientifica, além de alta probabilidade de ocorrência na prática clínica (TATRO, 2006 apud LIMA, 2007).
Medicamentos com baixo índice terapêutico e efeitos farmacológicos potentes possuem grandes chances de se demonstrarem participativos em interações clinicas de relevância. Pacientes que se utilizam de fármacos com baixo índice terapêutico necessitam de monitoramento por causa das altas probabilidades de Interações Medicamentosas que se demonstram clinicamente relevantes (KAWANO et al., 2006).
Uma Interação Medicamentosa pode apresentar um início rápido ou retardado. É considerado início rápido aquele cujo se evidencia o efeito em 24 horas após administração medicamentosa, se fazendo necessárias ações imediatas a fim de se controlar os efeitos danosos. O início lento é aquele cujo se evidencia no decorrer de dias ou mesmo semanas após a administração medicamentosa, não sendo necessário acoes emergenciais rápidas. O tempo de início dos efeitos clínicos da Interação Medicamentosa pode nortear os profissionais da área da saúde quanto a urgência que deve ser observada no atendimento e inserir, em casos que se demonstre necessidade medidas de prevenção ao que cerne as consequências das Interações Medicamentosas (OGA; BASILE; CARVALHO, 2002; GUASTALDI, 2006).
Em conformidade com a gravidade da Interação Medicamentosa, estas se classificam em: 
 Maior: risco de morte, risco de prescrição mais elevado que o benefício obtido; 
 Moderada: possível agravamento da condição do paciente, pode ou não requerer alteração de terapia; 
 Menor: não há alteração no estado clinico, normalmente não é necessária uma alteração na terapia (OLIVEIRA, 2009; DRUGS.COM, 2012).
As Interações Medicamentosas de nível leve e moderado são controladas facilmente pela redução de dosagem ou distanciamento dos intervalos das administrações. Interações Medicamentosas graves devem ser evitadas devido ao risco de óbito (OLIVEIRA, 2009; DRUGS.COM, 2012).
A maior parte da Interações Medicamentosas se estabelece nos níveis de leve ou moderado, seguida pela de maior grau, entretanto, deve-se considerar o histórico do paciente, uma vez que uma mesma iteração terá efeitos distintos, resultando em níveis de gravidade desiguais (OLIVEIRA, 2009).
As evidências científicas documentadas, determinam se uma informação possui ou não confiabilidade ao que cerne à resposta clínica decorrente da Interação Medicamentosa. Os níveis de evidência científica possuem cinco categorias:
 Estabelecida: existem provas consolidadas devido a ocorrência da Interação Medicamentosa, respaldada em estudos bem controlados;
 Provável: se trata de uma interação típica, entretanto não possui comprovação clínica; 
 Suspeita: existem informações a respeito da interação, porém o número de estudos se demonstra insuficiente; 
 Possível: a ocorrência é possível, entretanto os estudos sobre a temática são limitados demais; 
· Improvável: não existe nenhuma evidencia a respeito (GUASTALDI, 2006).
Conforme a previsibilidade de ocorrência, as Interações Medicamentosas são classificadas em: 
 Altamente previsíveis: interação constatada em praticamente todos os pacientes alvo da combinação dos fármacos;Previsível: interação constatada na maior parte dos pacientes alvo da combinação dos fármacos; 
 Não previsível: interação constatada em apenas alguns pacientes alvo da combinação dos fármacos;
 Não estabelecida: inexistência de dados comprobatórios para se definir uma avaliação a respeito da previsibilidade (ROCHA, 2011).
	
A DISPENSAÇÃO CORRETA DE MEDICAMENTOS
A dispensação de medicamentos trata-se da função do profissional farmacêutico ao dispensar um ou mais fármacos a um paciente, respaldado ou não pela apresentação de uma receita, que tenha sido concebida mediante um profissional autorizado, em conformidade com o medicamento ao qual se trata. É dever do o farmacêutico fazer-se uso da informação e orientação ao paciente ao que cerne o uso adequado da medicação. Sendo importante orientar a respeito de cumprimento da dosagem especificada pelo profissional, possível influência de alimentos, interação do medicamento quando ministrado em conjunto com outros, reconhecimento de reações adversas, além de condições de conservação dos produtos (BRASIL, 2001).
Devido a seu caráter prático na obtenção de fármacos, as farmácias representam, além do local de obtenção de medicamentos, um local de obtenção de informações e promoção da saúde, exigindo do farmacêutico uma ampla capacidade de comunicação entre paciente e profissional (OSHIRO; CASTRO, 2002).
Em conformidade com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001) a Política Nacional de Medicamentos concebe o uso racional medicamentoso, como um compilado de atividades cabíveis a compreensão e prescrição de forma adequada, disponibilidade e acessibilidade ao que cernem os preços, dispensar medicamentos em condições adequadas, consumo em dosagens estabelecidas, respeitando os intervalos e tempo de uso, e prezando por medicamentos de eficácia, seguridade e qualidade.
Conforme a Lei nº 5991, de 17 de dezembro de 1973, sendo norma de legislação regente, rege o “controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos” no Brasil, adota a seguinte definição para dispensação: “ato de fornecimento ao consumidor de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, a título remunerado ou não” (BRASIL, 1973).
Tal definição não atinge em sua plenitude todos os procedimentos envolvidos. Além de não nomear o profissional farmacêutico como um agente de inerente responsabilidade, ou delegar a este formalmente as funções de seu exercício, de maneira que a perspectiva adotada parece lhe retratar como apenas um comerciante. 
Como aponta Angonesi (2008), o Conselho Federal de Farmácia almejando a neutralização ao que tange o aspecto comercial de farmácias e drogarias, concebeu a Resolução nº 308, de 2 de maio de 1997, dispondo a respeito da assistência farmacêutica nas farmácias e drogarias, estabelecendo que:
“Artigo 3º - Cabe ao farmacêutico no exercício de atividades relacionadas com o atendimento e processamento de receituário: observar a legalidade da receita e se está completa e avaliar se a dose, a via de administração, a frequência de administração, a duração do tratamento e dose cumulativa são apropriados e verificar a compatibilidade física e química dos medicamentos prescritos. Artigo 
4º - Cabe ao farmacêutico, na dispensação de medicamentos: entrevistar os pacientes, a fim de obter o seu perfil medicamentoso; manter cadastro de fichas farmacoterapêuticas de seus pacientes, possibilitando a monitorização de respostas terapêuticas; informar de forma clara e compreensiva sobre o modo correto de administração dos medicamentos e alertar para possíveis reações adversas; informar sobre as repercussões da alimentação e da utilização simultânea de medicamentos não prescritos; orientar na utilização de medicamentos não prescritos”. (BRASIL, 1997)
O avanço de maior significância ao que diz respeito a regulamentação do setor farmacêutico se estabeleceu mediante a Política Nacional de Medicamentos (PNM) em meados do ano de 1998, pela Portaria nº 3916, objetivando “garantir a necessária segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos, a promoção do uso racional e o acesso da população àqueles considerados essenciais” (BRASIL, 1998). A Política Nacional de Medicamentos aponta que:
“A dispensação é uma das atividades da assistência farmacêutica e é privativa do farmacêutico: Dispensação é o ato profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais medicamentos a um paciente, geralmente como resposta à apresentação de uma receita elaborada por um profissional autorizado. Neste ato o farmacêutico informa e orienta o paciente sobre o uso adequado do medicamento.” (BRASIL, 1998)
Mediante a tal, torna-se perceptível que a conceituação comercial é excluída, levando a dispensação a uma esfera profissional, dando ao farmacêutico a titularidade de orientador aos pacientes, além de simplesmente vender as medicações. Todavia, a Política Nacional de Medicamentos não menciona os procedimentos utilizados na realização das atividades que cita. 
Com a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no ano de 1999, há a concepção de novas normativas sanitárias almejando complementar a legislação federal, ao que cerne os estabelecimentos farmacêuticos, utilizando-se a Política Nacional de Medicamentos de forma pragmática. O termo “comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos”, pautado em conformidade com a Lei nº 5991 de 17 de dezembro de 1973, deixa de ser utilizado, já a Resolução nº 328, de 22 de julho de 1999 “dispõe sobre requisitos exigidos para a dispensação de produtos de interesse à saúde em farmácias e drogarias”. Tal resolução pauta o Regulamento Técnico sobre as Boas Práticas de Dispensação de fármacos nas farmácias e drogarias do país (BRASIL, 1999).
Em complementação aos conceitos pautados pela Lei 13021/2014, que de forma posterior se alteram mediante a Medida Provisória nº 653/2014, foi definido que o exercício de função de cuja prerrogativa se tem o farmacêutico, incluem e m suas na dispensação, determinando a relevância de atenção as técnicas farmacêuticas que envolvem o processo.
É notório que drogarias tratam-se de locais de promoção de serviços de saúde, e educação ao que cerne os fármacos, de maneira a ter-se uma responsabilidade intrínseca ao profissional farmacêutico, necessitando, mediante a tal, mecanismos a fim de se controlar os processos de dispensação, além de contato com o paciente, a fim de se evitar qualquer comprometimento das informações e procedimentos, ao que cerne o próprio paciente (OSHIRO; CASTRO, 2002).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concretizado o levantamento bibliográfico ao que cerne antimicrobianos, tornou-se perceptível a relevância de confirmação do grau de importância destes, ao que diz respeito a sociedade, tanto em seu caráter benéfico, ao combater as infecções, tal qual o seu caráter maléfico, mediante a utilização errônea dos fármacos, atingindo diretamente o paciente, por vezes, de maneira letal.
A utilização racional de antimicrobianos, se concebe mediante a tomada de todos os cuidados e orientações a estes outorgados, respeitando todo o ciclo, desde sua gênese na dispensação, até o consumo correto do medicamento.
Devido ao fato de que as bactérias desenvolvem diversificados mecanismos de resistência a antimicrobianos, torna-se fundamental o real conhecimento ao que tange tais mecanismos, afim de tentar-se, da maneira com maior efetividade, combater o surgimento de resistências até e então não existentes, focando-se principalmente no âmbito hospitalar. Sendo também de importância altamente significativa o conhecimento dos profissionais da área de saúde, que lidam no controle de infecções, quanto aos tipos de resistência bacteriana mais comuns.
Todos os medicamentos possuem, de maneira inerente, a dualidade na relação entre benefícios e malefícios, este último dado ao seu potencial danoso. Afim de se diminuir os danos, se faz sumariamente necessária a utilização de fármacos que demonstrem eficácia, segurança e boa qualidade, utilizados de maneira racional. 
Na dispensaçãode medicamentos, é de suma importância a atuação do farmacêutico, em exercício de sua função, atue de maneira a preocupar-se com a prevenção de riscos, de modo a ter seguridade quanto a saúde do paciente, além de estar atendendo as exigências regulatórias que norteiam a profissão. 
Mediante a tal exposto, torna-se notório a relevância do gerenciamento de risco em todos os estabelecimentos que prestem serviços de saúde, levando ao entendimento de que muitos se beneficiarão mediante a utilização de ferramentas auxiliares ao que tange a implementação metodológica de gerenciamento de riscos. Ao que diz respeito as drogarias, o benefício dá-se mediante a segurança e satisfação do usuário dos medicamentos, dado pelo planejamento do processo de dispensação, prevenindo e promovendo a saúde como um todo.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Diretrizes para o Gerenciamento do Risco em Farmacovigilância, Brasília, DF, 2008. 14 p.
AQUINO D.S. Por que o uso racional de medicamentos deve ser uma prioridade? Rev. Ciências e Saúde Coletiva (13) pág, 733-736, 2008.
ANGONESI, D. Dispensação farmacêutica: uma análise de diferentes conceitos e modelos. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 13, p.629-640, 2008.
BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº 173, de 08 de julho de 2003. Altera redação do item 5 do anexo da Resolução 328/99. Diário Oficial da União. Poder Executivo, Brasília, DF, 10 jul. 2003. Seção 1. p. 173.
BRASIL. Conselho Federal De Farmácia. Resolução n. 308 de 2 de maio de 1997. Dispõe sobre a Assistência Farmacêutica em farmácias e drogarias. Diário Oficial União, Poder Executivo, Brasília, DF, 22 mai. 1997. Seção 1, p. 159.
BRASIL. Conselho Federal De Farmácia. Resolução da Diretoria Colegiada n. 185 de 22 de outubro de 2001. Orientações sobre Registro, Cadastramento, Alteração, Revalidação e Cancelamento do Registro de Produtos Médicos. Diário Oficial União, Poder Executivo, Brasília, DF, 06 nov. 2001. Seção 1, p. 25.
BRASIL, Ministério da Saúde. Diretrizes para estruturação de farmácias no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília, 2009.
GOODMAN & GILMAN. As bases farmacológicas da terapêutica. 11 ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 2006, p. 983 e 1006-1009.
GUASTALDI, R. B. F. Interações medicamentosas potenciais: um estudo dos antimicrobianos utilizados em pacientes submetidos ao transplante de medula óssea. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem na Saúde do Adulto, Escola de Enfermagem da Uiversidade de São Paulo, 2006. 
GUIMARÃES, D. O; MOMESSO, L. S; PUPO, M. T. Antibióticos: Importância Terapêutica e Perspectivas Para a Descoberta e Desenvolvimento de Novos Agentes. Quim. Nova., v.33, n. 3, p.667-679, fev. 2010. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/qn/v33n3/35.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2020.
MARGONATO F.B As Atribuições do Farmacêutico na Politica Nacional de Medicamento. Rev. Infarma, v.18, nº 3/4, 2006.
OGA, S.; BASILE, A. C.; CARVALHO, M. F. Guia Zanini-Oga de interações medicamentosas. Säo Paulo: Atheneu, 2002.
OLIVEIRA, H. C. Guia prático das interações medicamentosas dos principais antibióticos e antifúngicos utilizados no Hospital Universitário Júlio Muller. Centro de Informação sobre Medicamentos (CIM), Cuiabá – Mato Grosso, 2009.
OSHIRO, M.L.; CASTRO, L.L.C. Avaliação dos efeitos de uma intervenção educativa para promoção do uso da Terapia de Reidratação Oral (TRO) em trabalhadores de farmácias. Saúde Pública, v.18, n.1, p.287-297, 2002.
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