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A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA OBSERVÂNCIA DO CUMPRIMENTO DO ORDENAMENTO DA TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE PLANURA/MG

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS – UEMG 
UNIDADE FRUTAL 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA OBSERVÂNCIA DO CUMPRIMENTO 
DO ORDENAMENTO DA TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO PÚBLICA DO 
MUNICÍPIO DE PLANURA/MG 
 
 
 
 
 
 
 
DANIEL BORGES PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
FRUTAL 
2018 
 
DANIEL BORGES PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA OBSERVÂNCIA DO 
CUMPRIMENTO DO ORDENAMENTO DA TRANSPARÊNCIA NA 
GESTÃO PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE PLANURA/MG 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
como exigência parcial para obtenção do título 
de Bacharel em Direito à Universidade do 
Estado de Minas Gerais – UEMG – Unidade 
Frutal, sob a orientação da Prof. Renato Maso 
Previde. 
 
 
 
 
 
 
FRUTAL 
2018 
 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS – UEMG 
UNIDADE FRUTAL 
CURSO DE DIREITO 
 
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de 
Curso (TCC). 
 
A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA OBSERVÂNCIA DO CUMPRIMENTO 
DO ORDENAMENTO DA TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO PÚBLICA DO 
MUNICÍPIO DE PLANURA/MG 
 
Elaborado por 
DANIEL BORGES PEREIRA 
Como requisito parcial para obtenção de Bacharel em Direito 
 
Frutal, 27 de novembro de 2018. 
 
_____________________________________________ 
 
Profa. Ma. Loyana Christian de Lima Tomaz 
Coordenador do Curso 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
________________________________________ 
 
Prof. Me. Renato Maso Previde 
Prof. Orientador 
 
 
________________________________________ 
 
Prof. Me. Márcio Martins Marano 
Membro da Banca Examinadora 
 
________________________________________ 
 
Prof. Me. Moacir Henrique Júnior 
Membro da Banca Examinadora 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho а Deus, por sempre estar presente de forma 
viva e sustentadora em minha vida, pois Ele é a bussola de nossos 
melhores caminhos; dedico, ainda em especial, à minha esposa 
Juliana e aos meus filhos Ana Clara e Augusto sendo que estes 
sempre serão a razão e motivação dos meus passos; dedico aos 
meus pais Maria Antonieta e Ronaldo por proporcionarem educação 
e encaminhamento para mais esta conquista; dedico, ainda com 
sentimento de família, aos meus amigos e irmãos de vida pois sem 
esses a caminhada não seria completa; por fim, dedico a todos os 
professores e mestres de verdade pelos quais tive a imensa honra 
de aprender o conhecimento técnico e pessoal em toda minha vida, 
pois sem eles não poderia nem mesmo escrever estas palavras. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a todos que, mesmo sabendo das dificuldades e incompreensões 
particulares deste momento acadêmico, me incentivaram e fortaleceram para mais 
esta conquista, em especial minha esposa, Juliana e meus irmãos de vida, os 
educadores, de essência, pelo compromisso, carinho e esforço em semear o 
conhecimento da liberdade e independência em nós alunos, a família pela 
possibilidade de educação e valor moral, pois todos possibilitaram a honrosa 
caminhada universitária em tão conturbado momento de minha vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A evolução é a transição do ser da 
condição de escravo à condição de senhor do 
próprio destino.” 
Lameira de Andrade 
 
RESUMO 
 
 
O presente trabalho apresenta a importância do cumprimento das normas de 
transparência pública e sua manutenção constante, através da atuação do Ministério 
Público, proporcionando a participação popular no controle e atuação da 
administração pública. O trabalho foi construído através de farta pesquisa 
bibliográfica, das áreas do direito, informática e administração, além assessoria de 
integrante do Ministério Público Estadual de Minas Gerais, como também de ter se 
complementado com entrevistas breves de profissionais que atuam diariamente com 
as questões de transparência pública. O texto mostra também, que a relação entre o 
uso das tecnologias e o acesso às informações dos atos públicos está diretamente 
ligado ao nível de corrupção dos agentes públicos e outros envolvidos, 
apresentando dados de avaliações, obtidos pelas Nações Unidas e pela 
Transparency International em países de todo o mundo. Ainda sobre dados e 
avaliações, o trabalho mostra os “check-list” dos Ministérios Públicos Federal e 
Estadual de Minas Gerais, utilizados para avaliar e fiscalizar os sites de 
transparência dos entes federativos em nosso país, juntamente com resultados. Em 
especial foi observado o trabalho realizado pela 3ª Promotoria de Justiça da 
Comarca de Frutal/MG diante da transparência do site do município de Planura/MG, 
onde ficou percebido que mesmo após as avalições do Ministério Público, o 
município de Planura/MG ainda apresentava pontos não atendidos ao olhar e 
análise do Ministério Público Estadual, que de forma mais incisiva e pedagógica, 
agiu além da avaliação, fiscalização e recomendação, passando a acompanhar os 
resultados pós recomendação, reunindo com os entes na cobrança e saneamento 
de dúvidas, assim como na assessoria para realização dos pedidos ministeriais para 
atingir melhor a transparência dos entes federativos. 
 
Palavras-chave: Transparência pública; Direito à informação; Ministério Público no 
combate a corrupção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This piece of work presents the importance of public transparency rules observation 
and its constant maintenance, trough the action of the Public Prosecution, providing 
popular participation in the control and action of the public administration. The piece 
of work was built through large bibliographical research, in the areas of law, 
informatics and administration, besides the consultancy of a member of the State 
Public Prosecution of Minas Gerais, as well complemented with short interviews with 
professionals who work daily with public transparency issues.The text also shows, 
that the relation between the use of technologies and the access to public acts is 
directly linked to the corruption levels of public agents and others envolved, showing 
data from evaluations, acquired by the United Nations and by the Transparency 
International in countries around the globe. Also about the data from evaluations, the 
work shows the “check-list” from the Federal and State of Minas Gerais Public 
Prosecutions, used to evaluate and monitor the federal entities transparency 
websites in our country, together with the results obtained. In particular was observed 
the work done by the 3th Prosecution Office of the district of Frutal/MG regarding the 
Planura/MG municipality transparency website, where was noticed that even after the 
evaluations made by the Public Prosecution, the municipality of Planura/MG still had 
non-observed points according to the view and analyses of the State Public 
Prosecution, which, in a more vigorously and pedagogical way, acted beyond 
evaluation, monitoring and recommending, starting to follow the results after 
guidelines were stated, gathering with the entities to clear doubts, as well consulting 
the completion of ministerial orders to achieve the best transparency of the federal 
entities. 
 
Keywords: Public Transparency; Right to information; Public Prosecution fighting 
against corruption. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 11 
1. DIREITO A INFORMAÇÃO ............................................................................................. 14 
1.1. O Direito à Informação - fundamental e universalmente reconhecido ........................ 20 
1.2 Transparência no Brasil e sua Normatização ............................................................. 25 
1.3 PrincipaisLeis de Transparência no Brasil e seu detalhamento na construção das 
exigências dos Ministérios Públicos Federal e de Minas Gerais para uma informação 
pública transparente ......................................................................................................... 28 
1.4. As obrigações implícitas na lei e as boas práticas de transparência como itens de 
exigência do Ministério Público do Estado de Minas Gerais ............................................. 35 
2. A TRANSPARÊNCIA PÚBLICA E O COMBATE A CORRUPÇÃO ................................ 42 
2.1 A avaliação da transparência pública dos entes federativos- estaduais e municipais . 47 
2.2 O “check-list” da avaliação/métrica dos portais de transparência pelo Ministério Público 
Federal- MPF ................................................................................................................... 52 
3. O MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL E SUA PARTICIPAÇÃO NO SITE DO 
EXECUTIVO DO MUNICÍPIO DE PLANURA-MG ............................................................... 55 
3.1 A Avaliação do Site de Planura Após o Arquivamento do Procedimento Administrativo 
do MPMG ......................................................................................................................... 60 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 66 
5. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 69 
 
 
 
 
11 
11 
 
INTRODUÇÃO 
 
Ao longo da história humana instituiu-se o Estado. Ou seja, uma organização 
que possui a tutela, muitos chamam de poder soberano, para gerir os interesses de 
um povo em seu território. Este, após diversos formatos e conquistas históricas 
pelos cidadãos, hoje é mantido através de tributos e de seus próprios sucessos 
financeiros. 
Quando se considera os termos tutela e gestão, na definição do Estado 
perante seu povo, isto traz a incumbência do próprio Estado em satisfazer seu povo 
com aquilo de mais básico e necessário para uma vida livre, justa e saudável. Diante 
de tal compromisso, o Estado Democrático possui a responsabilidade de 
transparecer sua gerência para com seus cidadãos, pois ao contrário, a obscuridade 
das informações, a gestão sombria e secreta, promoverá um Estado Ditatorial, onde 
a participação do povo será severamente afetada, pois não mais terá informações 
para crítica embasada, uma vez que falta a informação. 
Em um Estado Democrático como o Brasil, todo o funcionalismo público está 
nada mais, do que a serviço de seu povo, devendo, hoje, por obrigação de lei, não 
somente prestar satisfação de seus atos e serviços, mas também de publica-los com 
a maior clareza possível. 
O Estado foi estruturado basicamente por representantes do povo que foram 
legalmente constituídos, passando então a gerir os recursos a fim de atender as 
demandas. Demandas que devem, antes de tudo, ter como razão de existir e 
realizar-se, a necessidade da população ou do Estado, a justificava de retorno 
positivo ao Estado e ainda a concordância do próprio povo, por meio de seus 
representantes ou de forma direta. 
Nesse contexto, diante dos significativos numerários econômicos dos 
recursos arrecadados, coloca-se perplexo o próprio povo a informar-se das 
ocorrências de fraudes, desvios, má gestão do bem público, entre outras atitudes 
que mais beneficiam os governantes e seus aliados na corrupção e ganância, que o 
próprio povo, tornando situações tais, como corriqueiras, porém jamais aceitáveis 
pelo povo sofrido deste país rico, mas desigual. 
Diante do exposto, esse trabalho propõe uma análise da publicidade 
transparente na gestão pública. Assim os próximos capítulos tratarão dos temas 
 
 
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necessários para uma melhor compreensão do exposto diante de tamanho desafio 
no sistema brasileiro que é o combate a corrupção através da transparência. 
Foram utilizados elementos metodológicos, com a forma exploratória, a 
análise mais qualitativa dos dados e técnicas como como entrevistas, análise 
documental, revisão bibliográfica e pesquisa de campo nos sites de transparência. 
No primeiro capítulo, o presente trabalho traz uma abordagem sobre o tema 
informação, seus conceitos e a importância no bom andamento de uma nação e na 
solidificação de um país democrático, mostrando a informação pública em um 
contexto internacional e seu processo de normatização no contexto Brasileiro, a 
evolução dos sistemas jurídicos e a percepção da influência no contexto 
democrático. A análise desenvolvida permitirá perceber o quanto o tema tem 
adquirido relevância no contexto internacional e os países tem buscado desenvolver 
formas de inibir a corrupção com práticas de gestão transparente. 
Ainda, na primeira parte do trabalho, fica demonstrado a relação do nível de 
educação e acesso à tecnologia com o nível de sucesso econômico dos Estados, 
apresentados em dados das Nações Unidas. 
O segundo capítulo traz uma abordagem do quanto a transparência é 
importante para o combate a corrupção, utilizando um estudo através da 
organização Transparência Internacional, apontando para as últimas propostas das 
70 medidas anticorrupção desenvolvidas para atender o contexto federal, estadual e 
municipal, as quais buscam melhoria na gestão pública com ênfase na sua eficiência 
no trato das contribuições, administração dos recursos e responsabilidades a ela 
delegadas pelos cidadãos. Além disto, esta parte do trabalho mostra o trabalho 
desenvolvido pelo Ministério Público Federal na avaliação e ranqueamento da 
transparência dos sítios eletrônicos dos estados e municípios do Brasil, assim como 
a ferramenta, “check-list”, utilizada e de confecção própria do MPF. 
Por fim o terceiro e último capitulo faz uma abordagem do trabalho do 
Ministério Público do Estado de Minas Gerais na fiscalização, avaliação e 
assessoria, com relação aos sítios eletrônicos dos munícipios mineiros no 
atendimento das normas de transparência pública, em especial ao procedimento 
administrativo em razão do município de Planura/MG, realizado a partir do Plano 
Geral de Atuação do MPMG de 2016-2017, com enfoque nas observâncias do projeto 
Águas Limpas. Como também, as medidas ministeriais tomadas e os resultados 
 
 
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alcançados. Ainda no último capítulo está apresentada avaliação pós encerramento 
e arquivamento do procedimento administrativo do MPMG em face do município de 
Planura/MG para observação da continuidade no cumprimento das exigências 
apontadas pelo MPMG. 
Estima-se que este trabalho possa creditar uma visão ideal na parceria dos 
entes federativos e o ministério público com o objetivo de atingir melhores resultados 
no cumprimento legal de transparência pública, mostrando que o empenho e 
compromisso podem promover grandes avanços com bom entendimento entre as 
instituições, fazendo com que a transparência seja uma real ferramenta popular e 
governamental contra a corrupção e má gestão que tanto assola nosso país. 
 
 
 
 
 
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1. DIREITO A INFORMAÇÃO 
 
O Direito a Informação é a bússola orientadora e libertadora de um povo na 
busca plena de um Estado Democrático. A verdadeira informação, sua interpretação, 
sua crítica e sua divulgação livre, traz ao indivíduo a realidade do seu redor, das 
relações alheias, do distante físico, porém próximo na comunicação, e 
principalmente da relação do próprio cidadão com o Estado e assim sua participação 
na construção da democracia. 
A informação pública contemporânea tem o poder de consolidar a 
democracia, enriquecer o conhecimento dos cidadãos, dando lhes condições de 
fortalecer sua participação nas tomadas de decisões do Estado, fiscalizar o trabalho 
dos representantes do povo e servidores públicos em geral, atuar não mais com 
acomodação por não ter conhecimento, mas ser coadjuvante ou atéprotagonista na 
atuação administrativa do Estado, seja como fiscal, como auxiliador ou mesmo como 
integrante de equipe de governo na posição de representante do povo. 
Visando uma participação ativa do cidadão, no objetivo de, junto com o 
Estado, buscar atingir os objetivos fundamentais da democracia e da dignidade 
humana, a Constituição Federal Brasileira dispõe de norteadores em seu Art. 3º, no 
intuito da evolução de sua sociedade normatizada, a saber: 
 
I – Construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II – Garantir o desenvolvimento nacional; 
III – Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais; 
IV – Promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, 
sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação. 
 
Com o olhar mais apurado e voltado a entender a razão do Estado 
democrático e do cidadão livre e participativo, o artigo 3º da Constituição, através do 
Direito à Informação, mostra que a sociedade deve ser livre na produção, divulgação 
e alteração das informações relevantes a manutenção de uma sociedade 
democrática, assim como a condição justa e balanceada no poder de acesso e 
produção a informação por todas as camadas sociais e seus grupos, ao mesmo 
tempo solidária em compartilhar as informações e dados entre seus compatriotas e 
interessados. A liberdade, equilíbrio e solidariedade nas várias formas de 
manipulação da informação garante o melhor, mais adequado e democrático 
 
 
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desenvolvimento social, sendo que somente assim o Estado terá um 
desenvolvimento às claras e com possibilidade de participação real de seu povo. 
A Constituição Federal, em seu artigo 205, também traz o compromisso, de 
uma educação como garantia e caminho para o pleno desenvolvimento do indivíduo, 
possibilitando assim, diminuir a pobreza da informação de seus cidadãos, pois 
sempre coexistirá a relação entre a baixa informação e a marginalização do 
indivíduo, possibilitando assim, através da evolução e fortalecimento do acesso à 
informação, a redução das desigualdades sociais, regionais e morais, desde que a 
informação jamais se contamine de preconceito quanto a seu acesso, produção, 
manipulação e divulgação. 
Costa, 2002, ressalta que: 
 
Se conjugarmos esse comando constitucional com a norma do retro 
referido art. 205 – que prevê a educação para a cidadania – e 
levarmos em conta o princípio democrático, revelado na afirmação 
categórica do parágrafo único do art. 1º - todo o poder emana do 
povo - evidencia-se a obrigação de o Estado garantir que os meios 
de comunicação social, especialmente rádio e televisão, sejam 
instrumentos para que o povo atinja um grau de maturidade política 
tal que lhe possibilite uma efetiva participação nas discussões e 
decisões relativas a assuntos que interessam à coletividade. 
 
Ter conhecimento do que acontece e como se dá a administração pública é 
preponderante, sendo que essa proximidade visa não apenas a fiscalização, mas a 
construção de um Estado mais participativo, consequentemente mais próximo da 
realidade de seus cidadãos. 
Florêncio, 2013, destaca que: 
 
Contudo, mesmo com a legitimação da participação popular por meio 
dos instrumentos normativos, a teoria dista da realidade, pois 
existem vários condicionantes quando da operacionalização da 
participação dos administrados na esfera administrativa, haja vista a 
legislação por si só não se revelar suficiente para estruturar um 
Estado verdadeiramente democrático. A falta de comprometimento 
do Estado em promover ações educativas para o exercício da 
cidadania, conforme determina a constituição Federal de 1988, além 
do baixo nível do conhecimento e interesse político da sociedade são 
fatores determinantes no baixo índice de participação popular. 
 
 
 
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O cidadão brasileiro possui o seu direito ao acesso a informação protegido e 
garantido, direito este considerado fundamental e protegido pela nossa Constituição 
Federal Brasileira, em seu Artigo 5º, inciso XXXIII, que estabelece: 
 
Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, 
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível a segurança da 
sociedade e do Estado. 
 
A regulação desse artigo garante o exercício de acesso a informação pelo 
cidadão e cumpre compromissos assumidos pelo país perante a comunidade 
internacional em vários tratados e convenções (Cartilha de Acesso à Informação 
Pública, 2011). 
A Constituição de 1988 é considerada o marco histórico e político entre a 
ditadura e democracia no Brasil. Não distante no tempo, o país vivenciou períodos 
de regulação extrema da informação, seja pela busca e manutenção do poder, por 
razões tidas como antiterroristas, por um período longo de pós-guerra no dualismo 
capitalismo e socialismo ou por outros motivos. O fato é que todo sistema ditatorial 
combate o acesso livre a informação, por saber que uma população desinformada 
ou mal informada pode ser mais facilmente controlada, convencida, acoitada e 
silenciada em sua vontade (ORLANDI,1995). 
Essa previsão na constituição é importante, pois devido o Brasil vir de uma 
ditadura a cultura de transparência não era o forte dos governantes, na época o 
Estado utilizava o argumento de segurança nacional para manter em sigilo não 
apenas informações de segurança, mas quaisquer informações que não fosse do 
interessantes que a população soubesse (MERELES, 2017). 
Nesse sentido, é que a Constituição Federal de 1988 passou a disciplinar 
como direito fundamental o acesso às informações, valendo o exercício democrático 
da soberania popular. 
E para que exista o exercício democrático, entra então a transparência nas 
contas públicas, por ser de relevância social e gerencial as informações que dizem 
respeito àquilo que pertence a todos. O fácil e simples acesso as informações 
públicas e a ampla divulgação, dão condições de formação de um pluralismo 
verificador e fiscalizador, onde as múltiplas opiniões formarão posteriormente a 
opinião pública. 
 
 
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Em uma sociedade onde as mudanças ocorrem a todo instante, a informação 
é poder, e o fluxo de informações é responsável pelas mudanças impactantes na 
sociedade atual, pois promovem no povo, em especial, habilidades de participação 
democrática, as quais vão desde uma simples troca de conversa, até a criação de 
aplicativos para celulares na busca de fiscalizar e melhorar a gestão pública. 
Surgem assim, novos direitos e conflitos que, com o advento tecnológico, 
fornecerão uma gama de recursos na utilização das tecnologias de informação e 
comunicação. Desta forma, a internet torna-se uma aliada fundamental à 
administração pública, visto que o potencial esclarecedor da informação pode ser 
compreendido como um redutor ou eliminador de incertezas na medida em que se 
torna vital ao usuário para a tomada de decisão (MARIZ, 2012). 
As informações atuais passam por duas importantes ferramentas na 
publicidade, transparência e conferência de informações públicas, são elas a internet 
cada vez mais rápida, de qualidade e acessível à população em geral, e a chamada 
“Big Data”, que em tecnologia da informação, TI, é a capacidade de interpretação e 
análise de grande quantidade de dados, o que proporciona a análise cada vez mais 
rápida de dados em volumes cada vez maiores, utilizando uma grande variedade de 
dados e de origens diversas, para obtenção de resultados mais verídicos possíveis. 
O Estado, nesse sentido, cada vez mais, é demandado a promover a 
publicidade e transparência, em tempo real, ou quase imediato, com todas as 
informações necessárias para o conhecimento pleno e necessário do cidadão. 
Apesar de a Constituição Federal ter dado a garantia do real Direito à 
Informação, o Brasil vem construindo e promovendo na prática a aplicaçãodeste 
direito, através de ações na promoção das informações públicas e na elaboração de 
leis que assegurem o cumprimento e exigência do Direito à Informação. Contudo o 
divisor de águas em nossa legislação foi a aprovação da Lei 12.527/11, Lei de 
Acesso à Informação- LAI, onde o Brasil deu um passo importante na consolidação 
do seu regime democrático, fortalecendo os instrumentos de controle através da 
participação cidadã, garantido o acesso de dados e informações públicas livres, e a 
obrigação de publicação de uma variedade de informações por parte do Estado, 
seus representantes e agentes. 
Quando o assunto é informação fica impossível a não relação obrigatória com 
algum tipo de tecnologia, em especial os computadores e smartphones, com toda 
 
 
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sua infinidade de programas e aplicativos. Um cidadão comum pode não apenas 
acessar uma informação em praticamente qualquer lugar a qualquer tempo, como 
também salvar esta informação da mesma maneira, possibilitando que uma enorme 
gama de informações seja acessada e trabalhada por um grande número de 
pessoas próximas a origem da informação ou da problemática analisada, ou até 
mesmo por pessoas distantes, em tempo real. 
Outra característica nos meios tecnológicos é a capacidade dos dados a 
serem compartilhados, com tamanha rapidez e facilidade por um alto número de 
pessoas, fazendo com que estes dados acabem sendo guardados e salvos numa 
simples visita a fonte da informação. Devido a evolução na capacidade de 
armazenamento e uma eficiente transmissão de dados entre as fontes e os 
receptores, tal armazenamento proporciona maior dificuldade na modificação 
posterior de dados, na manipulação posterior a informação lançada, fazendo com 
que existam sempre registros das informações originais e suas alterações, 
proporcionando maior controle da fonte ao lançar os dados e provas de qualquer 
manipulação para fins ilícitos e mal-intencionados. 
Por meio da tecnologia é que o cidadão moderno se torna receptor das 
informações, seja de forma direta, buscando a informação na fonte primária, ou 
indireta, quando a informação já é passada por uma fonte secundária. Isto traz na 
tecnologia da informação uma grande característica, porém com dois viés bem 
impactantes, o primeiro e positivo é o fato da informação através da tecnologia ter 
um auto poder de expansão e circulação de dados pelas pessoas, porém a segunda 
característica, e muitas vezes negativa, é a de funcionar como a brincadeira do 
telefone sem fio em nossa infância, ou seja, conforme a informação passa por novas 
fontes receptoras, os dados podem e geralmente são interpretados e alterados, 
fazendo com que a informação inicial seja alterada, podendo provocar mudanças e 
erros na utilização da própria informação. 
Com toda velocidade de transmissão da informação, com toda capacidade de 
armazenamento de dados, com a continua expansão do atendimento da tecnologia 
aos cidadãos, a tecnologia da informação proporciona ao Estado e sua 
administração ferramentas para executar a publicidade e transparência de toda 
informação aberta ao cidadão, possibilitando ao bom e honesto gestor público a 
 
 
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interatividade com a população e a participação efetiva do povo como agente 
administrativo do bem público. 
Diante desta maior sinergia e simbiose de informação, entre a administração 
pública e o cidadão, fica evidente a necessidade do Estado se empenhar na 
elaboração de políticas públicas que melhorem a inclusão info-digital como agente 
de transformação, pois somente assim a população em geral terá sua plenitude na 
participação administrativa do Estado, atuando como simples consultor, vigia e 
fiscalizador, ou mesmo como agente administrativo. 
Segundo AMORIM (2013), importância da informação através da tecnologia é 
intrinsecamente ligada ao sucesso econômico do país, como mostra a tabela abaixo, 
que utiliza o IDI, ICT Development Index- índice de desenvolvimento das tecnologias 
da informação, produzido e elaborado pelas Nações Unidas, segue. 
 
Figura 1 – Lista de 14 países objeto do estudo relacionando força de trabalho 
e renda per capita e o IDI. 
 
Fonte: PAZOTTO (2013, p. 76). 
 
Fica evidente que o Brasil, comparado e tendo como referência a Coréia do 
Sul no estudo realizado, precisa percorrer um longo caminho na educação da 
informação tecnológica de sua população, como mostra a tabela a seguir, apontando 
a variação dos outros países em relação ou máximo de IDI encontrado: 
 
 
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Figura 2: Lista de 14 países objeto de estudo relacionado ao IDI desejado a 
justado ao máximo atual e variação do PIB. 
 
Fonte: PAZOTTO (2013, p. 77) 
 
Tal análise pode trazer perspectiva negativa com a presente realidade, porém 
com um olhar mais animador, poderíamos dizer que o “copo estaria enchendo e não 
pela metade ou esvaziando”, pois, nosso país apesar de muitas de suas mazelas e 
vícios corruptivos, não se fechou para a tecnologia da informação, possibilitando um 
crescimento econômico através da melhor instrução tecnológica de seu povo. 
 
 
1.1. O Direito à Informação - fundamental e universalmente reconhecido 
 
 
O direito à informação é um direito universal, por ser direito de todos, ao 
mesmo tempo fundamental, pois o indivíduo sem informação não consegue ser 
partícipe de sua própria história como ser social. 
Diante de um direito universal o mais comum e esperado é que o mundo, ou 
ao menos, os países, que respeitem, e aqueles que começam a entender e respeitar 
tal direito fundamental, direito tão iminente e incontrolável nos tempos atuais com 
tamanha importância e força, dado conquista, evolução e presença da internet que 
promove a cada dia a globalização das informações e comunicações. 
Segundo a Cartilha da Lei de Acesso a Informação: 
 
 
 
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A primeira nação no mundo a desenvolver um marco legal sobre 
acesso foi a Suécia, em 1766. Já os Estados Unidos aprovaram sua 
Lei de Liberdade de Informação, conhecida como FOIA (Freedom of 
Information Act), em 1966, que recebeu, desde então, diferentes 
emendas visando a sua adequação à passagem do tempo. Na 
América Latina, a Colômbia foi pioneira ao estabelecer, em 1888, um 
Código que franqueou o acesso a documentos de Governo. Já a 
legislação do México, de 2002, é considerada uma referência, tendo 
previsto a instauração de sistemas rápidos de acesso, a serem 
supervisionados por órgão independente. Chile, Uruguai, entre 
outros, também aprovaram leis de acesso à informação (CARTILHA 
DA TRANSPARÊNCIA, 2011). 
 
Aponta também o reconhecimento por importantes órgãos internacionais, de 
alguns tratados e convenções assinados pelo Brasil, além de outros documentos 
internacionais que expressam a validade, respeito e presença do direito à 
informação pelo mundo. 
Segundo a Convenção de Viena: 
 
Tratado significa um acordo internacional concluído por escrito entre 
Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um 
instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, 
qualquer que seja sua denominação específica (BRASIL, 2009). 
 
Temos como referência internacional a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos que versa em seu art. 19: 
 
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; 
este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de 
procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer 
meios e independentemente de fronteiras (UNESCO, 1998). 
 
A Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção nos seus artigos 10 e 
13 dispõem: 
 
Artigo 10 
Informação pública 
Tendo em conta a necessidade de combater a corrupção, cada 
Estado Parte, em conformidade com os princípios fundamentais de 
sua legislação interna, adotará medidas que sejam necessárias para 
aumentar a transparência em sua administração pública, inclusive no 
relativo a sua organização, funcionamento e processos de adoção de 
decisões,quando proceder. Essas medidas poderão incluir, entre 
outras coisas: 
a) A instauração de procedimentos ou regulamentações que 
permitam ao público em geral obter, quando proceder, informação 
sobre a organização, o funcionamento e os processos de adoção de 
decisões de sua administração pública, com o devido respeito à 
 
 
22 
22 
 
proteção da intimidade e dos documentos pessoais, sobre as 
decisões e atos jurídicos que incumbam ao público; 
b) A simplificação dos procedimentos administrativos, quando 
proceder, a fim de facilitar o acesso do público às autoridades 
encarregadas da adoção de decisões; e 
c) A publicação de informação, o que poderá incluir informes 
periódicos sobre os riscos de corrupção na administração pública. 
 
Artigo 13 
Participação da sociedade 
1. Cada Estado Parte adotará medidas adequadas, no limite de suas 
possibilidades e de conformidade com os princípios fundamentais de 
sua legislação interna, para fomentar a participação ativa de pessoas 
e grupos que não pertençam ao setor público, como a sociedade 
civil, as organizações não-governamentais e as organizações com 
base na comunidade, na prevenção e na luta contra a corrupção, e 
para sensibilizar a opinião pública a respeito à existência, às causas 
e à gravidade da corrupção, assim como a ameaça que esta 
representa. Essa participação deveria esforçar-se com medidas 
como as seguintes: 
a) Aumentar a transparência e promover a contribuição da cidadania 
aos processos de adoção de decisões; 
b) Garantir o acesso eficaz do público à informação; 
c) Realizar atividade de informação pública para fomentar a 
intransigência à corrupção, assim como programas de educação 
pública, incluídos programas escolares e universitários; 
d) Respeitar, promover e proteger a liberdade de buscar, receber, 
publicar e difundir informação relativa à corrupção. Essa liberdade 
poderá estar sujeita a certas restrições, que deverão estar 
expressamente qualificadas pela lei e ser necessárias para: i) 
Garantir o respeito dos direitos ou da reputação de terceiros; ii) 
Salvaguardar a segurança nacional, a ordem pública, ou a saúde ou 
a moral públicas. 
2. Cada Estado Parte adotará medidas apropriadas para garantir que 
o público tenha conhecimento dos órgão pertinentes de luta contra a 
corrupção mencionados na presente Convenção, e facilitará o 
acesso a tais órgãos, quando proceder, para a denúncia, inclusive 
anônima, de quaisquer incidentes que possam ser considerados 
constitutivos de um delito qualificado de acordo com a presente 
Convenção (BRASIL, 2006). 
 
A Declaração Interamericana de Princípios de Liberdade de Expressão em 
seu item 4, dispõe: 
 
O acesso à informação em poder do Estado é um direito fundamental 
dos indivíduos. Os Estados estão obrigados a garantir o exercício 
deste direito. Este princípio só admite limitações excepcionais, que 
devem ser estabelecidas com antecedência pela lei, como em casos 
em que exista um perigo real e iminente que ameace a segurança 
nacional em sociedades democráticas (COMISSÃO 
INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS, 2000). 
 
O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos no seu art. 19, dispõe: 
 
 
23 
23 
 
 
Artigo 19 
1. ninguém poderá ser molestado por suas opiniões. 
2. Toda pessoa terá direito à liberdade de expressão; esse direito 
incluirá a liberdade de procurar, receber e difundir informações e 
ideias de qualquer natureza, independentemente de considerações 
de fronteiras, verbalmente ou por escrito, em forma impressa ou 
artística, ou por qualquer outro meio de sua escolha. 
3. O exercício do direito previsto no parágrafo 2 do presente artigo 
implicará deveres e responsabilidades especiais. 
Consequentemente, poderá estar sujeito a certas restrições, que 
devem, entretanto, ser expressamente previstas em lei e que se 
façam necessárias para: 
a) assegurar o respeito dos direitos e da reputação das demais 
pessoas; 
b) proteger a segurança nacional, a ordem, a saúde ou a moral 
pública (BRASIL, 1992). 
 
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos, em seu artigo 13, dispõe: 
 
Artigo 13 
Liberdade de pensamento e de expressão 
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de 
expressão. Esse direito compreende a liberdade de buscar, receber 
e difundir informações e ideias de toda natureza, sem consideração 
de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou 
artística, ou por qualquer outro processo de sua escolha. 
2. O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode estar 
sujeito a censura prévia, mas a responsabilidades ulteriores, que 
devem ser expressamente fixadas pela lei e ser necessárias para 
assegurar: 
a. o respeito aos direitos ou à reputação das demais pessoas; ou 
b. a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde 
ou da moral públicas. 
3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias ou meios 
indiretos, tais como o abuso de controles oficiais ou particulares de 
papel de imprensa, de frequências radioelétricas ou de equipamentos 
e aparelhos usados na difusão de informação, nem por quaisquer 
outros meios destinados a obstar a comunicação e a circulação de 
ideias e opiniões. 
4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura prévia, 
com o objetivo exclusivo de regular o acesso a eles, para proteção 
moral da infância e da adolescência, sem prejuízo do disposto no 
inciso 2. 
5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como 
toda apologia ao ódio nacional, racial ou religioso que constitua 
incitação à discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência 
(COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS, 1969) 
 
A Convenção Europeia para a Proteção dos Direitos Humanos e Liberdades 
Fundamentais, em seu artigo 10, dispõe: 
 
 
24 
24 
 
 
Artigo10° 
Liberdade de expressão 
1. Qualquer pessoa tem direito à liberdade de expressão. 
Este direito compreende a liberdade de opinião e a liberdade de 
receber ou de transmitir informações ou ideias sem que possa haver 
ingerência de quaisquer autoridades públicas e sem considerações 
de fronteiras. O presente artigo não impede que os Estados 
submetam as empresas de radiodifusão, de cinematografia ou de 
televisão a um regime de autorização 
prévia. 
2.O exercício destas liberdades, porquanto implica deveres e 
responsabilidades, pode ser submetido a certas formalidades, 
condições, restrições ou sanções, previstas pela lei, que constituam 
providências necessárias, numa sociedade democrática, para a 
segurança nacional, a integridade territorial ou a segurança pública, a 
defesa da ordem e a prevenção do crime, a proteção da saúde ou da 
moral, a proteção da honra ou dos direitos de outrem, para impedir a 
divulgação de informações confidenciais, ou para garantir a 
autoridade e a imparcialidade do poder judicial (OEA, 1950) 
 
A Carta Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos, em seu artigo 9º, 
dispõe: 
 
Artigo 9º 
1.Toda pessoa tem direito à informação. 
2.Toda pessoa tem direito de exprimir e de difundir as suas opiniões 
no quadro das leis e dos regulamentos (CADHP, 1986). 
 
 
Ainda como exemplo pelo mundo, temos a Índia, um país democrático, porém 
de tradições muito conservadoras e peculiares, que em 23 de junho de 2005 
aprovou a Lei de Acesso à Informação da Índia, sendo que tal lei provocou uma 
revolução sociocultural, tendo proporcionado, principalmente a população pobre, o 
acesso a informações, provocando a desburocratização e a concessão de direitos, 
promovendo uma avalanche de pedidos feitos por cidadãos ao governo, chegando a 
4,5 milhões de pedidos após 10 anos da lei (ETHOS, 2015). 
Fica evidente, que a importância e eficácia do direito à informação, é 
reconhecido, aplicado e protegido internacionalmente. 
Tal importância do direito à informação, em especial a informação pública, é 
demonstrado pelo combate à corrupção no planeta, a Transparência Internacional, 
que promove estudo em mais de 100 países, relaciona e utilizam como parâmetroas 
 
 
25 
25 
 
informações, sua interpretação e análise, assim como a falta, manipulação e 
dificuldade em obtê-la, como índice de corrupção em seu Ranking. 
 
 
1.2 Transparência no Brasil e sua Normatização 
 
 
O acesso à informação pública é normatizado na Constituição Federal de 
1988, no artigo 5, incisos XXXIII, no capítulo dos Direitos e Deveres individuais e 
coletivos. Em conjunto com os artigos 37 e 216, a saber: 
 
Art. 37 – A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência. 
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na 
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: 
I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em 
geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao 
usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos 
serviços; 
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações 
sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; 
III – a disciplina da representação contra o exercício negligente ou 
abusivo do cargo, emprego ou função na administração pública. 
(BRASIL, 2018) 
 
Art. 216 - Constitui patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza 
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, 
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos 
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se 
incluem: 
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da 
documentação governamental e as providências para franquear sua 
consulta a quantos dela necessitem (BRASIL, 1988). 
 
Todas essas garantias constitucionais, juntamente com a Lei de Acesso a 
Informação Pública 12.257/11, fica observado as disposições sobre a publicidade 
dos atos públicos, que consolida e define o marco regulatório sobre o acesso à 
informação pública sob a guarda do Estado, estabelece procedimentos para que a 
Administração responda a pedidos de informação do cidadão e estabelece que o 
acesso à informação pública é a regra, e o sigilo, a exceção. 
Como especificado, a lei vale para as administrações diretas e indiretas de 
todos poderes e entes federativos. Sendo sancionada em 18 de novembro de 2011 
a Lei 12.527, originou debates no âmbito do Conselho de Transparência Pública e 
 
 
26 
26 
 
Combate à Corrupção, órgão este, vinculado à Controladoria Geral da União – CGU. 
A lei foi discutida e votada no congresso entre 2009 e 2011 (Cartilha da Lei de 
Acesso a Informação, 2011). 
A normatização tem como objetivo estabelecer meios de esclarecimentos, 
informações, acesso de forma transparente e claro. Com pontos essenciais para 
utilização da informação, seja para apenas conhecimento, ação judicial e 
administrativa, e conflito de interesses. 
Deixa assim, claro que as atividades dos gestores públicos devem estar 
dispostas em informações que possibilitem que os cidadãos acompanhem sua 
atuação, pois a publicidade é um dos expoentes mais qualificados da transparência, 
que obriga a administração pública a exposição de todo e qualquer comportamento 
administrativo (JÚNIOR, 2010). 
A publicidade é um princípio que visa demonstrar e alcançar os objetivos da 
transparência dos serviços da administração pública diante do desejo da população. 
E o objeto de percepção do povo perante a publicidade é a informação real, 
completa e clara do Estado e sua administração, demonstrado sua normatização 
tanto no contexto nacional como internacional. 
A informação gera a transparência, a partir do momento que aquela chega ao 
conhecimento do cidadão comum com facilidade no acesso, com formato fácil para 
interpretação do leigo, com verdade nos dados informados, tendo assim ampla 
importância no contexto nacional contra a corrupção, na melhoria e controle da 
gestão pública e participação do cidadão comum na manutenção do Estado 
(FLORÊNCIO, 2013). 
Ao pensar na transparência da administração pública, a primeira percepção é 
da publicidade das ações governamentais, porém, outras medidas são necessárias 
do que a simples divulgação dos dados ou serviços prestados a sociedade. 
A transparência para sua eficiência necessita que sua publicidade se dê de 
forma clara e acessível a toda sociedade que tem direito a ela. Assim, salvo as 
exceções normativas, a sociedade tem condições de participar nos rumos do 
Estado. 
Não é garantido que ocorra a prevalência do interesse público, mas, por outro 
lado, sem ela tornaria difícil garantir o comportamento legal dos inseridos na 
 
 
27 
27 
 
administração pública e seus usuários. Assim, a transparência trouxe facilidade de 
informação melhorando a relação cidadão governo (LOPES, 2009). 
Neto (2007) destaca que: 
 
O primeiro elemento ou dimensão da transparência, assumido nessa 
incursão, é a publicidade. Por publicidade, entende-se a ampla 
divulgação de informações à população, propiciando-se o acesso em 
múltiplos meios de baixo custo e domínio dos usuários. Pressupõe-
se, ainda, a oportunidade das informações fornecidas, com 
tempestividade e em tempo hábil ao apoio ás decisões. 
O segundo elemento da transparência é a compreensibilidade das 
informações. Essa dimensão relaciona-se à apresentação visual, 
incluindo a formatação das informações (demonstrativos, relatórios, 
etc.), e ao uso da linguagem. Busca-se idealmente a simplicidade, a 
linguagem acessível e orientada ao perfil dos usuários, no sentido de 
aumentar o entendimento das informações. 
Por fim, o terceiro elemento da transparência das contas publica é a 
utilidade para decisões. A utilidade esta fundamentada na relevância 
das informações. A relevância, por sua vez, pode ou não coincidir 
com os interesses dos usuários. 
 
Associada, à relevância, está a confiabilidade das informações a que os 
usuários têm acesso, ou seja, a garantia de veracidade do que é divulgado. A 
comparabilidade deve ser propiciada entre períodos e entre entidades. 
Segundo a Cartilha da LAI (2011), a transparência não é assunto novo, 
diversas leis e politicas contemplavam a questão. Na Constituição Federal de 1988, 
novas legislações entraram em vigor, tais como Lei da Responsabilidade Fiscal, a 
Lei do Processo Administrativo, A Lei do Habeas Data e a Lei de Arquivos, estas 
prevendo que os governos divulgassem dados orçamentários e financeiros, como 
também os atos administrativos. 
Um importante avanço do tema no Brasil foi o lançamento do Portal 
Transparência do Governo Federal no ano de 2004, sendo possível acompanhar 
informações atualizadas diariamente sobre a execução dos orçamentos e obter 
informações sobre recursos públicos transferidos e sua aplicação direta (origens, 
valores, favorecidos). 
Atendendo, assim, a disponibilização das informações por múltiplos meios e 
em tempo real, com facilidade de acessibilidade e de fácil compreensão de forma 
que traduza o que efetivamente ocorre na realidade da administração pública. 
A Cartilha da LAI (2011, p. 12) enumera algumas experiências bem sucedidas 
da comunicação do poder público e a sociedade, a saber: 
 
 
28 
28 
 
 
A informação é apresentada de forma transparente e objetiva; 
Os dados técnicos são traduzidos em linguagem do dia a dia; 
O conteúdo é acessível para pessoas com deficiência. 
 
Dentre essas iniciativas HAGE (2011), destaca a Carta de Serviços ao 
Cidadão, que tem como objetivo o estabelecimento de compromissos e padrões de 
qualidade de atendimento público, pelos órgãos e entidades do Poder Executivo 
Federal. 
Dessa forma, passaremos a tratar de outras normativas que também 
disciplinam a temática da transparência na gestão pública. 
 
 
1.3 Principais Leis de Transparência no Brasil e seu detalhamento na 
construção das exigências dos Ministérios Públicos Federal e de Minas Gerais 
para uma informaçãopública transparente 
 
 
Tendo a Constituição Federal de 1988 garantido o direito à informação em 
nosso país, várias leis posteriores veem contribuindo para o avanço da 
transparência no país, sendo que muitas foram implementadas com objetivo de 
regulamentar a ideal publicidade da informação pública no Brasil, a exemplos 
dessas, algumas delas: 
Lei complementar 101/2000 de 04 de maio de 2000, chamada Lei de 
Responsabilidade Fiscal (LRF), „dá suporte à criação de um sistema de 
planejamento, execução orçamentária e disciplina fiscal, até então inexistente no 
cenário brasileiro. Tem o objetivo de controlar o déficit público, para estabilizar a 
dívida em nível compatível com o status de economia emergente. Seu aspecto 
inovador reside no fato de responsabilizar o administrador público pela gestão 
financeira, criando mecanismos de acompanhamento sistemático (mensal, trimestral, 
anual e plurianual) do desempenho. (PELICIOLI, 2000, p. 109). 
O Decreto nº 5.482, de 30 de junho de 2005 “dispõe sobre a divulgação de 
dados e informações pelos órgãos e entidades da administração pública federal, por 
meio da Rede Mundial de Computadores – Internet”. O Portal da Transparência do 
Governo Federal é um site de acesso livre, no qual o cidadão pode encontrar 
informações sobre como o dinheiro público é utilizado, além de se informar sobre 
assuntos relacionados à gestão pública do Brasil. Desde a criação, a ferramenta 
ganhou novos recursos, aumentou a oferta de dados ano após ano e consolidou-se 
 
 
29 
29 
 
como importante instrumento de controle social, com reconhecimento dentro e fora 
do país. 
A fim de atender de forma mais eficiente a crescente demanda e as 
obrigações de transparência, a CGU iniciou projeto para a restruturação do Portal. 
Como resultado do trabalho, o Governo Federal lança, em 2018, o novo Portal da 
Transparência. Entre as novidades, estão: formas diversas de apresentação dos 
dados, mecanismo de busca integrado e intuitivo, melhor usabilidade, mais recursos 
gráficos, integração com redes sociais, maior e melhor oferta de dados abertos, 
adequação a plataformas móveis, maior interatividade (PORTAL TRANSPARÊNCIA, 
2018). 
A Lei complementar 131/2009 – Lei que alterou a Lei de Responsabilidade 
Fiscal exigindo a disponibilização em tempo real das informações sobre a execução 
orçamentaria dos entes estatais. A ementa da Lei Complementar 131 explica que a 
mesma acrescenta dispositivos à Lei Complementar 101, de 2000. Por sua vez, esta 
última contém preceitos de finanças públicas voltados para a responsabilidade na 
gestão fiscal e dá outras providências. O objetivo da nova lei complementar teria 
sido o de determinar a disponibilização, em tempo real, de informações 
pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios (MAFRA FILHO, 2018). Ficou determinado aos 
entes a divulgação: das despesas de todos atos praticados pelas unidades gestoras 
no decorrer da execução, na realização, disponibilizando o mínimo de dados com 
relação ao procedimento prestado, seja a pessoa física ou jurídica que se beneficiar 
do pagamento, e no caso quando houver o procedimento de licitação. No tocante as 
receitas, destacar o lançamento e o recebimento de todas unidades gestoras, 
recursos extraordinários. 
O Decreto nº 7.185, de 27 de maio de 2010, que define o padrão mínimo de 
qualidade do sistema integrado de administração financeira e controle, nos termos 
do inciso III, parágrafo único do art. 48 da LRF. A Secretaria do Tesouro Nacional 
também editou a Portaria nº 548, de 22 de novembro de 2010, que estabelece os 
requisitos mínimos de segurança e contábeis do sistema integrado de administração 
financeira e controle utilizado no âmbito de cada ente da Federação, adicionais aos 
previstos no Decreto nº 7.185, de 27 de maio de 2010 (CARTILHA DA LEI DA 
TRANSPARÊNCIA, 2018 p.3). 
 
 
30 
30 
 
E por fim a Lei 12.527/2011, a Lei da Informação, regula o acesso a 
informações e dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios. Regulariza o direito do cidadão em solicitar 
os documentos que tiver interesse sem justificar o pedido. 
A transparência é um elemento importante para um país que se diz ou 
pretende ser democrático, pois permite às pessoas mudarem suas posturas, a fim 
de se adequarem e enquadrarem nos modelos legais exigidos, além de possibilitar a 
criação de grupos sociais politicamente organizados para a criação de um sistema 
democrático de qualidade com a devida participação dos cidadãos (Mafra Filho, 
2018). 
O Brasil tem se esforçado para se adequar e instrumentalizar as políticas de 
transparência não apenas no seu regulamento como também no dia a dia da 
administração pública para sua melhoria, prova disso é a Lei Complementar 
131/2009 conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal e decreto 7.185/2010. 
A Lei 131/2009 em seu art. 48 faz saber: 
 
 
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos 
quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de 
acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes 
orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer 
prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o 
Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses 
documentos. 
 
Tal artigo define os seguintes itens como obrigatórios: o plano plurianual, lei 
de diretrizes orçamentária, lei orçamentária anual, prestação de contas e respectivo 
parecer prévio, relatório resumido da execução orçamentária e relatório de gestão 
fiscal. 
No tocante à despesa, o art.48- A, I, LC 131/2009, versa, para os fins a que 
se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, que os entes da Federação 
disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações, sendo 
obrigatório: 
 
I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades 
gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua 
realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao 
número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço 
 
 
31 
31 
 
prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, 
quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado. 
 
O artigo, acima citado, dispõe sobre a obrigatoriedade de transparência, ou 
seja, disponibilidade e clareza das informações concernentes às despesas públicas, 
sendo que o gestor e a gestão devem abandonar a omissão de qualquer que seja o 
ato, este, deve ser público, levando ao conhecimento da sociedade, para melhor 
oportunidade de conhecimento e participação da gestão pública, até mesmo para 
uma fiscalização mais prática e segura de informações corretas. Não cabe o 
oportunismo da dúvida, o dúbio. 
Em continuidade o Decreto nº 7.185/2010, o art. 7, traz: 
 
Art. 7º Sem prejuízo dos direitos e garantias individuais 
constitucionalmente estabelecidos, o SISTEMA deverá gerar, para 
disponibilização em meio eletrônico que possibilite amplo acesso 
público, pelo menos, as seguintes informações relativas aos atos 
praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução 
orçamentária e financeira: 
 
No tocante a despesa é obrigatória a informação, como versa inciso I, do 
referido art. 7º, do Decreto nº 7.185/2010: 
 
I – quanto à despesa: 
a) valor do empenho, liquidação e pagamento; 
b) número do correspondente processo da execução, quando for o 
caso; 
c) a classificação orçamentária, especificando a unidade 
orçamentária, função, subfunção, natureza da despesa e a fonte dos 
recursos que financiaram o gasto; 
d) operações independentes da execução orçamentária, exceto no 
caso da folha de pagamento de pessoal e de benefícios 
previdenciários; 
e) o procedimento licitatório realizado, bem como à sua dispensa ou 
inexigibilidade, quando for o caso, com o número do correspondente 
processo; e 
f)o bem fornecido ou serviço prestado, quando for o caso. 
 
No tocante as receitas , o art.48- A, II, LC 131/2009, prescreve: 
 
 
 
32 
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Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único 
do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa 
física ou jurídica o acesso a informações referentes a: 
[…] 
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita 
das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários. 
 
E o Decreto nº 7.185/2010, Art. 7º, II, prescreve: 
 
Art. 7º Sem prejuízo dos direitos e garantias individuais 
constitucionalmente estabelecidos, o SISTEMA deverá gerar, para 
disponibilização em meio eletrônico que possibilite amplo acesso 
público, pelo menos, as seguintes informações relativas aos atos 
praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução 
orçamentária e financeira: 
 […] 
II – quanto à receita, os valores de todas as receitas da unidade 
gestora, compreendendo no mínimo sua natureza, relativas a: 
a) previsão; 
b) lançamento, quando for o caso; e 
c) arrecadação, inclusive referente a recursos extraordinários. 
 
A primeira exige como itens obrigatórios o lançamento e o recebimento de 
toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários. 
A segunda exige como itens obrigatórios a previsão, o lançamento quando for o 
caso e a arrecadação, inclusive referente a recursos extraordinários. 
Em continuidade a análise das leis relacionadas a informação no Brasil, a Lei 
12.527/2011, art. 8º, § 1º, dispõe sobre a necessidade de um conteúdo mínimo, 
abaixo segue disposto: 
 
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, 
independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil 
acesso, no âmbito de suas competências, de informações de 
interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. 
§ 1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, deverão 
constar, no mínimo: 
I - registro das competências e estrutura organizacional, endereços e 
telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao 
público; 
II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos 
financeiros; 
III - registros das despesas; 
IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive 
os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos 
celebrados; 
V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, 
projetos e obras de órgãos e entidades; e 
 
 
33 
33 
 
VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. 
 
O mesmo art. 8º da Lei 12.527/2011, nos §§ 2º e 3º dispõe: 
 
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, 
independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil 
acesso, no âmbito de suas competências, de informações de 
interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. 
§1º […] 
§2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades 
públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de 
que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da 
rede mundial de computadores (internet). 
§3º Os sítios de que trata o § 2o deverão, na forma de regulamento, 
atender, entre outros, aos seguintes requisitos: 
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso 
à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem 
de fácil compreensão; 
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos 
eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas 
e texto, de modo a facilitar a análise das informações; 
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em 
formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; 
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da 
informação; 
V - garantir a autenticidade e a integridade das informações 
disponíveis para acesso; 
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; 
VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado 
comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou 
entidade detentora do sítio; e 
VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade 
de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da 
Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9o da 
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada 
pelo Decreto Legislativo n° 186, de 9 de julho de 2008. 
 
Ambos parágrafos expressam claramente as exigências para a administração 
pública observar, sendo todos itens obrigatórios, não facultativos, sendo expresso 
em determinação legal, conforme vem se discorrendo no desenvolvimento do 
presente trabalho. 
A transparência, hoje associada a praticidade da internet, também atende 
àqueles municípios que são desobrigados de apresentar seus conteúdos via 
internet. O art. 4 da Lei de Acesso a Informação dispõe: 
 
§ 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes 
ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se 
refere o § 2o, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo 
 
 
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real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira, 
nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar nº 
101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). 
 
O critério habitacional se apresenta como um requisito de obrigatoriedade, 
porem o artigo acima apenas desobriga expressamente, as informações relativas à 
execução orçamentária e financeira nos termos disciplinados pela Lei de 
Responsabilidade Fiscal. Cabe ressaltar que a transparência da gestão pública fiscal 
é obrigatória para todos os entes da federação, inclusive municípios com menos de 
10.000 habitantes. 
O Decreto 7.185/2010 em seu art. 2º, § 2º, III, dispõe sobre a vedação ao 
cadastro para o acesso a informação, a saber: 
 
Art. 2º O sistema integrado de administração financeira e controle 
utilizado no âmbito de cada ente da Federação, doravante 
denominado SISTEMA, deverá permitir a liberação em tempo real 
das informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e 
financeira das unidades gestoras, referentes à receita e à despesa, 
com a abertura mínima estabelecida neste Decreto, bem como o 
registro contábil tempestivo dos atos e fatos que afetam ou possam 
afetar o patrimônio da entidade. 
§1º […] 
§2º Para fins deste Decreto, entende-se por: 
[…] 
III – meio eletrônico que possibilite amplo acesso público: à Internet, 
sem exigência de cadastramento de usuários ou utilização de senhas 
para acesso. 
 
O artigo acima citado demonstra que não é só disponibilizar de acordo com 
a legislação, exige que não haja alguma forma de restrição, seja ela através de 
cadastros ou senhas de acesso, inibindo qualquer tentativa de controle por parte da 
administração pública que dificulte o acesso aos seus atos. 
A Lei de responsabilidade Fiscal e a Lei de Acesso informação exige um 
conteúdo mínimo a ser disponibilizado nos portais de transparência. A exigência de 
informações adicionais e quaisquer outras informações que sejam de interesse 
público, devem ser disponibilizada ao cidadão, independente de solicitação em 
respeito ao princípio da transparência ativa, dessa forma a Controladoria Geral da 
União (2013) dispõe: 
 
A iniciativa do órgão público de dar divulgação a informações de 
interesse geral ou coletivo, ainda que não tenha sido expressamente 
solicitada, é denominada de princípio da “Transparência Ativa”. Diz-
 
 
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se que, nesse caso, a transparência é “ativa”, pois parte do órgão 
público a iniciativa de avaliar e divulgar aquilo que seja de interesse 
da sociedade. 
 
E sobre o princípio da Transparência ativa a Lei de Acesso a Informação em 
seus arts. 3º e 8º reforça: 
 
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a 
assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser 
executados em conformidade com os princípios básicosda 
administração pública e com as seguintes diretrizes: 
I – observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como 
exceção; 
II – divulgação de informações de interesse público, 
independentemente de solicitações […] 
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, 
independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil 
acesso, no âmbito de suas competências, de informações de 
interesse coletivo ou geral por elas produzidas. 
 
A exigência como disponibilização do detalhamento de dados com gastos 
pessoais da administração pública é uma decorrência lógica da transparência ativa 
(MPMG, 2017). Nesse viés a União se regula pelo Decreto nº 7724/2012 e o Estado 
de Minas Gerais pelo Decreto 45.969/2012, que regulam a disponibilização das 
informações referente folhas de pagamento de servidores, concessões de diárias e 
outras informações de despesas públicas. 
Segundo a CGU (2013, p.15) “o princípio da Transparência Ativa não se 
esgota no cumprimento do art. 8º da LAI, mas é um exercício permanente do órgão 
ou entidade pública de avaliação de informações de interesse coletivo, exigindo 
divulgação”. 
 
1.4. As obrigações implícitas na lei e as boas práticas de transparência como 
itens de exigência do Ministério Público do Estado de Minas Gerais 
 
 
No caso da ocorrência de não exigência expressa pelos comandos da 
transparência pública da divulgação de informações referentes a folha de pessoal e 
gastos diários, a divulgação é intrínseca a exigência da lei supracitada, lato sensu, 
decorre do princípio da transparência pública (MPMG, 2017). 
Assim o MPMG (2017) dispõe como itens considerados como “Obrigações 
implícitas”, exigidas na gestão da administração pública. 
 
 
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Convênios: 
Registro dos convênios celebrados pela Prefeitura; 
Registro dos detalhes sobre os convênios (data da celebração, 
objeto e conveniados); e Registro dos termos aditivos aos convênios. 
Concursos Públicos: 
Registro dos concursos públicos realizados pela Prefeitura; 
Cópia digital do edital do concurso; 
Detalhes sobre o andamento do processo do concurso; 
Divulgação dos recursos e respectivas decisões; 
Divulgação do resultado; e Divulgação dos atos de nomeação. 
Servidores e Remuneração: 
Registro de remuneração ou subsídio dos agentes públicos, dos 
servidores efetivos e/ou empregados públicos; 
Registro realizado por lotação, matrícula, nome, cargo, remuneração, 
abate teto, remuneração retirando o abate teto e o tipo de vínculo; 
Registro mediante planilha consolidada contendo remuneração de 
todos os agentes políticos, servidores efetivos e/ou empregados 
públicos; bem como a possibilidade de promover pesquisas nestes 
documentos; 
Registro detalhadas dos auxílios, verbas indenizatórias, ajudas de 
custo, jetons e quaisquer outras vantagens pecuniárias; 
Registro dos proventos de aposentadoria realizado por nome, cargo, 
remuneração, abate teto, remuneração retirando o abate teto e o tipo 
de vínculo; e 
Registro dos proventos de pensão realizado por pensionista, nome 
do servidor, cargo remuneração, abate teto, remuneração retirando o 
abate teto e o tipo de vínculo. 
Diárias de Viagem: 
Publicações das informações relativas à concessão de diárias de 
viagem a agentes políticos e servidores públicos da Prefeitura; 
Nome do beneficiário e respectivo cargo/função que ocupa; 
Destino da viagem; 
Atividades a ser desenvolvida durante a viagem; 
Período de afastamento; 
Número de diárias fornecidas; 
Valor total pago ao beneficiário; e Base legal para a concessão de 
diária de viagem e o respectivo valor fixado: lei municipal autorizativa 
(MPMG, 2017). 
 
Ainda nesse caminho de definir as exigências para análise e avaliação da 
transparência além das normativa, o Ministério Público de Minas Gerais em 
orientação de procedimentos administrativos para consulta, o MPMG-
0271.17.000281-7, dispõe o que considera as “Boas Práticas de Transparência”, a 
saber: 
 
A divulgação de remuneração individualizada por nome do agente 
público (MPF). 
 
 
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A divulgação do custeio de diárias para agentes públicos, com a 
divulgação dos valores, nomes, destinos, datas e motivo da viagem 
(MPF). 
A disposição da Aba denominada “Transparência” no menu principal 
do sítio eletrônico (MPMG). 
Texto padrão explicativo sobre a Lei de Acesso à Informação 
(MPMG). 
Link de acesso à legislação federal sobre a transparência (Lei n.º 
12.527/2011 e eventual legislação superveniente – MPMG). 
Acesso ilimitado a todas as informações públicas disponibilizadas no 
sítio eletrônico: o acesso não pode estar condicionado à criação de 
um registro (MPMG). 
Link de acesso a toda legislação municipal: contendo o texto original, 
as eventuais alterações supervenientes e a redação atualizada 
(incluindo leis municipais, decretos, portarias, resoluções e demais 
instrumentos normativos – MPMG). (MPMG, 2017) 
 
Tendo esses norteadores, deve-se ter, por parte do gestor público o ânimo 
político de dar maior transparência possível a sua gestão. Entende-se que os atos 
públicos realizados devem ter nos executores a preocupação de não omitir, de 
transmitir a verdade, e o máximo de informações, na busca de firmar a credibilidade 
através da transparência, não forçados apenas pela legislação, mas como um ato 
probo, cercado de ânimo para ética a moral. 
O Ministério Público Federal, ao analisar os itens avaliados no Ranking 
Nacional da Transparência, pontuou como boas práticas de transparência: 
divulgação de remuneração individualizada por nome do agente público e a 
divulgação do custeio de diárias para agentes públicos, com a divulgação dos 
valores, nomes, destinos, datas e motivos de viagem, itens aproveitados pelo MPMG 
na elaboração do “check-list” estadual. 
Assim as análises dos sítios de transparência devem conter, atender e serem 
avaliados, conforme previsão legal, porém como já observado, a atenção e 
exigência deve ir para uma interpretação mais além, ou seja, deve cobrar e fiscalizar 
itens implícitos na lei e boas práticas de gestão, para uma melhor transparência da 
administração pública, assim o Ministério Público do estado de Minas Gerais, 
produziu um “check-list” para avaliar os entes federativos e outros órgãos dentro de 
sua competência. 
O “check-list” de avaliação da transparência do MPMG possui apontamentos 
diferenciando, em seu texto, os itens exigidos e a qualificação da exigência, como 
obrigações expressas em lei, obrigações implícitas na lei e boas práticas de 
transparência, como demonstrado a seguir: 
 
 
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1. Aba denominada “Transparência” no menu principal do sítio 
eletrônico -Item considerado boa prática de transparência** 
2. Texto padrão explicativo sobre a Lei de Acesso à Informação- 
Item considerado boa prática de transparência** 
3. Link de acesso à legislação federal sobre a transparência (Lei 
nº 12.527/2011 e eventual legislação superveniente)- Item 
considerado boa prática de transparência** 
4. Link de acesso à legislação estadual sobre a transparência 
(Decreto Estadual nº 45.969/2012 e eventual legislação 
superveniente)- Item considerado boa prática de transparência** 
5. Link de acesso ao site da Transparência 
(www.transparencia.mg.gov.br)-Item considerado boa prática de 
transparência** 
6. Acesso ilimitado a todas as informações públicas 
disponibilizadas no sítio eletrônico: o acesso não pode estar 
condicionado à criação de um cadastro ou ao fornecimento de dados 
pessoais- O acesso às informações pertinentes à transparência 
pública ativa não admite a condicionante de identificação ou prévio 
cadastro do cidadão. 
7. Registro da estrutura organizacional- Art.8º, §1º, I, LAI – Item 
obrigatório para municípios com mais de 10.000 habitantes, para 
municípios com até 10.000 habitantes, o item é considerado como 
boa prática de transparência. 
8. Link de acesso a toda a legislação municipal: contendo o texto 
original, as eventuais alterações supervenientes ea redação 
atualizada (incluindo leis municipais, decretos, portarias, resoluções 
e demais instrumentos normativos)- Item considerado boa prática de 
transparência** 
9. Exigência direcionada à Prefeitura Municipal: Registro das 
competências de cada órgão municipal- Art.8º, §1º, I, LAI – Item 
obrigatório para municípios com mais de 10.000 habitantes, para 
municípios com até 10.000 habitantes o item é considerado como 
boa prática de transparência. 
10. Exigência direcionada à Prefeitura Municipal: Endereço de 
cada órgão municipal- Art.8º, §1º, I, LAI – Item obrigatório para 
municípios com mais de 10.000 habitantes, para municípios com até 
10.000 habitantes o item é considerado como boa prática de 
transparência. 
11. Exigência direcionada à Prefeitura Municipal: Telefone de cada 
órgão municipal- Art.8º, §1º, I, LAI – Item obrigatório para municípios 
com mais de 10.000 habitantes, para municípios com até 10.000 
habitantes o item é considerado como boa prática de transparência. 
12. Exigência direcionada à Prefeitura Municipal: Horário de 
atendimento ao público de cada órgão municipal- Art.8º, §1º, I, LAI – 
Item obrigatório para municípios com mais de 10.000 habitantes, 
para municípios com até de 10.000 habitantes o item é considerado 
como boa prática de transparência. 
13. Registro detalhado das receitas da Prefeitura, Câmara 
Municipal ou Adm. Indireta- Obrigação Expressa – Art.48-A, II da LC 
101/00RF; Art.7º, II, Decreto 7.185/10 e Art.8º, §1º,II, Lei. 12.527/11 
14. Registro de quaisquer repasses ou transferências de recursos 
financeiros: indicando a origem do recurso em questão (estadual ou 
 
 
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federal)- Obrigação Expressa – Art.48-A, II da LC 101/00; Art.7º, II, 
Decreto 7.185/10 e Art.8º,§1º, II, Lei. 12.527/11 
15. Registro detalhado das despesas da Prefeitura, Câmara 
Municipal ou Adm Indireta- Obrigação Expressa – Art.48-A, I da LC 
101/00; Art.7º, I, Decreto 7.185/10 e Art.8º,§1º, III da Lei 12.527/11. 
16. Link de acesso ao Plano Plurianual do município- Obrigação 
Expressa – Art.48, Caput da LC 101/00. 
17. Link de acesso à Lei de Diretrizes Orçamentaria do município- 
Obrigação Expressa – Art.48, Caput da LC 101/00. 
18. Link de acesso à Lei Orçamentária Anual do município- 
Obrigação Expressa – Art.48, Caput da LC 101/00. 
19. Apresentação do balanço anual, com as respectivas 
demonstrações contábeis- Obrigação Expressa – Art.48, Caput da 
LC 101/00. 
20. Relatórios da execução orçamentária e gestão fiscal- 
Obrigação Expressa – Art.48, Caput da LC 101/00 
21. Registro das licitações realizadas pela Prefeitura, Câmara 
Municipal Ou Adm Indireta: organizado, preferencialmente, conforme 
o momento da licitação (em andamento ou concluída); a ordem 
cronológica e numérica (número do procedimento) e o tipo de 
procedimento- Obrigação Expressa – Art.8º, §1º, IV da Lei 
12.527/2011, Art.7º, I, “e”, Decreto 7.185/2010 
22. Registro dos procedimentos de inexigibilidade e de dispensa 
de licitação realizados pela Prefeitura ou pela Câmara Municipal: 
organizado conforme ordem cronológica e numérica (número do 
procedimento)- Obrigação Expressa – Art.8º, §1º, IV da Lei 
12.527/2011, Art.7º, I, “e”, Decreto 7.185/2010 
23. Cópia digital dos editais de licitação- Obrigação Expressa – 
Art.8º, §1º, IV da Lei 12.527/2011 
24. Detalhamento do objeto e da situação dos procedimentos- 
Obrigação Expressa – Art.8º, §1º, IV da Lei 12.527/2011 
25. Cópia digital dos seguintes documentos relativos à licitação: 
edital; propostas apresentadas; atas de julgamento; homologação; 
adjudicação; contrato.- Obrigação Expressa – Art.8º, §1º, IV da Lei 
12.527/2011 
26. Divulgação do resultado da licitação- Obrigação Expressa – 
Art.8º, §1º, IV da Lei 12.527/2011 
27. Registro dos contratos celebrados pela Prefeitura, Câmara 
Municipal ou Adm Indireta: organizado, preferencialmente, conforme 
ordem cronológica e numérica (número do procedimento)- Obrigação 
Expressa – Art.8º, §1º, IV da Lei 12.527/2011 
28. Descrição do objeto do contrato- Obrigação Expressa – Art.8º, 
§1º, IV da Lei 12.527/2011 
29. Indicação do procedimento licitatório que deu origem ao 
contrato (número e tipo de procedimento)- Obrigação Expressa – 
Art.8º, §1º, IV da Lei 12.527/2011 
30. Registro dos convênios celebrados pela Prefeitura ou pela 
Câmara Municipal- Obrigação Implícita 
31. Registro dos detalhes sobre o convênio (data de celebração, 
objeto e conveniados)- Obrigação Implícita 
32. Registro dos termos aditivos aos convênios- Obrigação 
Implícita 
33. Registro dos concursos públicos realizados pela Prefeitura ou 
pela Câmara Municipal- Obrigação Implícita 
 
 
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34. Cópia digital do edital de concurso- Obrigação Implícita 
35. Detalhes sobre o andamento do processo do concurso- 
Obrigação Implícita 
36. Divulgação dos recursos e respectivas decisões- Obrigação 
Implícita 
37. Divulgação do resultado- Obrigação Implícita 
38. Divulgação dos atos de nomeação- Obrigação Implícita 
39. Registro da remuneração ou subsídio dos agentes políticos, 
dos servidores efetivos e/ou empregados públicos- Obrigação 
Implícita 
40. Registro da remuneração dos contratados temporariamente- 
Obrigação Implícita 
41. Registro realizado por lotação, matrícula, nome, cargo, 
remuneração, abate teto, remuneração retirando o abate teto e o tipo 
de vínculo (detalhar se faltou alguma destas informações)- Obrigação 
Implícita 
42. Registro mediante planilha consolidada contendo a 
remuneração de todos os agentes políticos, servidores efetivos e/ou 
empregados públicos; bem como a possibilidade de promover 
pesquisas neste documento- Obrigação Implícita 
43. Registro detalhado dos auxílios, verbas indenizatórias, ajudas 
de custos, jetons e quaisquer vantagens pecuniárias- Obrigação 
Implícita 
44. Exigência direcionada à Câmara Municipal: Registro detalhado 
dos dispêndios realizados com o recurso “verba de gabinete”- 
Obrigação Implícita 
45. Relatório mensal da despesa com pessoal- Obrigação Implícita 
46. Registro dos proventos de aposentadoria realizado por nome, 
cargo, remuneração, abate teto, remuneração retirando o abate teto 
e o tipo de vínculo (detalhar se faltou alguma destas informações)- 
Obrigação Implícita 
47. Registro dos proventos de pensão realizado por pensionista, 
nome do servidor, cargo, remuneração, abate teto, remuneração 
retirando o abate teto e o tipo de vínculo (detalhar se faltou alguma 
destas informações)- Obrigação Implícita 
48. Publicação das informações relativas à concessão de diárias 
de viagem a agentes políticos e servidores públicos da Prefeitura ou 
da Câmara Municipal- Obrigação Implícita 
49. Nome do beneficiário e respectivo cargo/função que ocupa- 
Obrigação Implícita 
50. Destino da viagem- Obrigação Implícita 
51. Atividade a ser desenvolvida durante a viagem- Obrigação 
Implícita 
52. Período do afastamento- Obrigação Implícita 
53. Número de diárias fornecidas- Obrigação Implícita 
54. Valor total pago ao beneficiário- Obrigação Implícita 
55. Base legal para a concessão de diária de viagem e o 
respectivo valor fixado: lei municipal autorizativa - Obrigação Implícita 
56. Link de respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.- 
Art.8º, §3º, I, LAI – Item obrigatório para municípios com mais de 
10.000 habitantes, para municípios com até 10.000 habitantes o item 
é considerado como boa prática de transparência. 
57. Contém ferramenta de pesquisa de conteúdo que permite o 
acesso à informação (a ferramenta “lupa” para promover pesquisas 
 
 
41 
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no próprio sítio eletrônico)- Art.8º, §3º, I, LAI – Item obrigatório para 
municípios com mais de 10.000 habitantes, para municípios com até 
10.000 habitantes o item é considerado como boa prática de 
transparência. 
58. Possibilita a gravação de relatórios em diversos formatos 
eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários (possibilidade de 
acessar e gravar os relatórios disponibilizados no sítio eletrônico em 
vários formatos)- Art.8º, §3º, I, LAI – Item obrigatório para 
municípios com

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