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Aap3 - Literaturas de Língua Portuguesa I


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1)
Leia e resolva:
Com intuito meramente ilustrativo, poderíamos dizer que há em literatura três atitudes estéticas possíveis. Ou a palavra é considerada algo maior que a natureza, capaz de sobrepor-lhe as suas formas próprias; ou é considerada menor que a natureza, incapaz de exprimi-la, abordando-a por tentativas fragmentárias; ou, finalmente, é considerada equivalente à natureza, capaz de criar um mundo de formas ideais que exprimam objetivamente o mundo das formas naturais. O primeiro caso é o do Barroco, o segundo, do Romantismo; o terceiro, do Classicismo.
Moraes, Anita Martins Rodrigues de. Para além das palavras: representação e realidade em Antonio Candido. São Paulo: Editora Unesp Digital, 2017.)
No trecho lido o crítico literário Antonio Candido faz uma diferenciação de três atitudes estéticas possíveis na literatura. Quando se refere ao Classicismo, na verdade, está se referindo ao período do Arcadismo. De acordo com o trecho, assinale a alternativa com o melhor substantivo para traduzir a atitude estética arcadista.
Alternativas:
· a)
Horror.
· b)
Desajuste.
· c)
Harmonia.
· d)
Tédio.
· e)
Felicidade.
2)
Leia estes versos:
O Ciúme
.
Agora, que ninguém vos interrompe,
Lágrimas tristes, inundai-me o rosto,
Mais do que nunca assim o quer meu Fado.
Enquanto o gume de mortal desgosto
Me não retalha os amargosos dias,
Debaixo destas árvores sombrias
Grite meu coração desesperado,
Meu coração cativo,
Que só tem nos seus ais seu lenitivo.
.
Alterosas, frutíferas palmeiras,
Vós, que na glória equivaleis aos louros,
Vós, que sois dos heróis mais cobiçadas
Que áureos diademas, que reais tesouros,
Escutai meus tormentos, meus queixumes,
Meus venerosos, infernais ciúmes,
Ouvi mil penas, por Amor forjadas,
Mil suspiros, mais tristes
Que todos esses, que até'qui me ouvistes.
.
(BOCAGE, Manuel Maria Barbosa Du. Soneto e outros poemas. [São Paulo] : FTD, 1994. (Grandes Leituras). Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/literatura/obras_completas_literatura_brasileira_e_portuguesa/BOCAGE/SONETOS/SONETOS_TEXTO.HTML. Acesso em: 26 fev. 2020.) 
Os versos correspondem a uma parte de um longo poema de Bocage. Assinale a alternativa que explica da melhor forma qual é o tipo de poesia aqui representada.
Alternativas:
· a)
Poesia pornográfica, porque aborda aspectos eróticos.
· b)
Poesia pornográfica, porque satiriza hábitos e costumes.
· c)
Poesia satírica, porque satiriza hábitos e costumes.
· d)
Poesia lírica, porque satiriza hábitos e costumes.
· e)
Poesia lírica, pois trata de questões emocionais e subjetivas.
3)
Leia os versos seguintes:
.
Outro soneto ao França
.
Rapada, amarelenta, cabeleira,
Vesgos olhos, que o chá, e o doce engoda,
Boca, que à parte esquerda se acomoda,
(Uns afirmam que fede, outros que cheira):
.
Japona, que da ladra andou na feira;
Ferrugento faim, que já foi moda
No tempo em que Albuquerque fez a poda
Ao soberbo Hidalcão com mão guerreira:
.
Ruço calção, que esporra no joelho
Meia e sapato, com que ao lodo avança,
Vindo a encontrar-se c'o esburgalhado artelho:
.
Jarra, com apetites de criança;
Cara com semelhança de besbelho;
Eis o bedel do Pindo, o doutor França."
.
(BOCAGE, Manuel Maria Du. Outro soneto ao França. Disponível em: http://osmeussonetos.blogspot.com/2008/01/outro-soneto-ao-frana.html. Acesso em: 26 fev. 2020.)
Após ler o soneto anterior de Manuel du Bocage, assinale a alternativa que melhor o descreve:
Alternativas:
· a)
Trata-se de um poema pornográfico, já que fala sobre o amor por uma pessoa chamada França.
· b)
Trata-se de um poema satírico, já que debocha de uma pessoa chamada França.
· c)
Trata-se de um poema satírico, já que fala sobre o amor por uma pessoa chamada França.
· d)
Trata-se de um poema lírico, já que fala sobre o amor por uma pessoa chamada França.
· e)
Trata-se de um poema pornográfico, já que debocha de uma pessoa chamada França.
4)
Leia o poema:
.
Se sou pobre pastor, se não governo
Reinos, nações, províncias, mundo, e gentes;
Se em frio, calma, e chuvas inclementes
Passo o verão, outono, estio, inverno;
.
Nem por isso trocara o abrigo terno
Desta choça, em que vivo, coas enchentes
Dessa grande fortuna: assaz presentes
Tenho as paixões desse tormento eterno.
.
Adorar as traições, amar o engano,
Ouvir dos lastimosos o gemido,
Passar aflito o dia, o mês, e o ano;
.
Seja embora prazer; que a meu ouvido
Soa melhor a voz do desengano,
Que da torpe lisonja o infame ruído."
.
(In: COSTA, Cláudio Manuel da. Obras. Introd. cronol. e bibliogr. Antônio Soares Amora. Lisboa: Bertrand, 1959. [Obras primas da língua portuguesa]. Disponível em: https://www.escritas.org/pt/t/13061/v-sonetos-se-sou-pobre-pastor-se-nao-governo. Acesso em: 26 fev. 2020.)
O poema apresentado é um dos sonetos do arcadista brasileiro Cláudio Manuel da Costa. De sua leitura, é possível apreender que:
Alternativas:
· a)
O eu lírico é um governante que tem apreço pela vida no campo.
· b)
O eu lírico é um pastor que gostaria de governar reinos, nações e províncias.
· c)
O eu lírico é um governante que gosta de governar reinos, nações e províncias.
· d)
O eu lírico é um pastor que tem apreço pela vida no campo.
· e)
O eu lírico é um traidor que ama o desengano.