Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Brasília-DF. Processos e Projetos: cBoK e PMBoK Elaboração Flávia Moreno Alves de Souza Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8 UNIDADE I CONCEITOS BÁSICOS, IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E FLUXOGRAMAS ......................... 9 CAPÍTULO 1 PROCESSO E GERENCIAMENTO DE PROCESSOS ...................................................................... 9 CAPÍTULO 2 INSTITUIÇÕES E CERTIFICAÇÕES ............................................................................................. 14 CAPÍTULO 3 PROCESSOS ALINHADOS AOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS ........................................................ 22 CAPÍTULO 4 FERRAMENTAS DE GERENCIAMENTO DE PROCESSOS (FLUXOGRAMAS) ................................... 24 UNIDADE II MAPEAMENTO DE PROCESSOS ............................................................................................................ 27 CAPÍTULO 1 TÉCNICAS DE DESENHO DE PROCESSOS AS-IS ........................................................................ 27 CAPÍTULO 2 IDENTIFICAÇÃO DE GARGALOS .............................................................................................. 29 CAPÍTULO 3 PROCESSOS COM BASE NO MAPEAMENTO TO-BE .................................................................. 31 UNIDADE III CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS ........................................................ 33 CAPÍTULO 1 O QUE É UM PROJETO? .......................................................................................................... 33 CAPÍTULO 2 GERENCIAMENTO DE PROJETOS ............................................................................................ 36 CAPÍTULO 3 INSTITUIÇÕES E CERTIFICAÇÕES ............................................................................................. 41 CAPÍTULO 4 PROJETOS ALINHADOS AOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS ........................................................... 43 UNIDADE IV PROCESSOS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS ................................................................................ 48 CAPÍTULO 1 PROCESSOS DE INICIAÇÃO .................................................................................................... 48 CAPÍTULO 2 PROCESSOS DE PLANEJAMENTO ............................................................................................ 52 CAPÍTULO 3 PROCESSOS DE EXECUÇÃO, MONITORAMENTO E CONTROLE DO PROJETO ........................... 75 CAPÍTULO 4 PROCESSOS DE ENCERRAMENTO ........................................................................................... 89 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 91 5 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 6 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 7 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 8 Introdução Este estudo objetiva apresentar conceitos fundamentais sobre gestão de processos e gerenciamento de projetos. Tal conhecimento promoverá o desenvolvimento de competências essenciais a futuros gerentes de projetos. A disciplina está estruturada em quatro unidades. A primeira trata de conceitos básicos de processos, identificação de objetivos estratégicos e fluxogramas. A segunda abarca o mapeamento de processos, proporcionando uma interação entre o ensino teórico e a aprendizagem orientada a ações e a soluções para as organizações. A terceira refere-se à literatura do campo do gerenciamento de projetos e, por fim, a quarta unidade ocupa-se dos processos do gerenciamento de projetos. Ao cabo deste estudo, espera-se que você tenha aprimorado seu pensamento crítico e analítico, suas habilidades de argumentação e persuasão diante dos desafios da gestão de processos e do gerenciamento de projetos. Objetivos » Aplicar uma análise global de processos e do gerenciamento de projetos. » Aprofundar o mapeamento de processos e dos processos e áreas de conhecimentos que integram o gerenciamento de projetos. » Apresentar questões práticas acerca dos processos e do gerenciamento de projetos. 9 UNIDADE I CONCEITOS BÁSICOS, IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E FLUXOGRAMAS CAPÍTULO 1 Processo e gerenciamento de processos O que é um processo? Para a definição de processos, devemos levar em consideração seus diversos aspectos. O objetivo de todo e qualquer processo é a transformação de uma entrada, que pode ser um serviço, uma informação, etc., em uma saída de maior valor econômico e social. O conceito de processo pode ser associado a várias áreas, não podendo assim ser interpretado de forma singular quando se trata de sua aplicabilidade. Um exemplo disso é a sua associação ao entendimento do gerenciamento da qualidade e suas ferramentas, uma vez que, nesse contexto,a qualidade soma características de um produto ou serviço, com o fito de proporcionar/satisfazer as necessidades, utilizando, para isso, processos bem definidos para garantir total qualidade à entrega. Em suma, os processos existem para que os recursos de entradas sejam transformados em resultados como saídas, conceito esse representado pela Figura 1. Figura 1. Conceito básico de processos. O que entra O que acontece O que sai Insumos Resultados Processo Fonte: CAMPOS, 2013, p. 52. 10 UNIDADE I │ CONCEITOS BÁSICOS, IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E FLUXOGRAMAS Os processos têm três classificações básicas: » Processos de núcleo: também denominados primários, são processos que direcionam a organização para seu objetivo perante o mercado, entregando valor para o consumidor final. » Processos organizacionais: chamados de processos de suporte, são os processos que estruturam as atividades da empresa e viabilizam seu funcionamento. » Processos gerenciais: são os responsáveis por mensurar, controlar e monitorar as atividades empresariais. A seguir, temos o exemplo da classificação geral dos processos. Quadro 1. Classificação geral dos processos. Processos Tipo Geração de valor Atuação Fluxo de trabalho Exemplo Primários (processos-núcleo) De produção física Primário Transformação física Físico Fábrica de lápis De serviço Primário Transformação transacional Lógico Consulta médica De suporte (Organizacionais) Burocrático De suporte Transformação transacional Lógico Administração de pessoal Comportamental De suporte Transformação transacional Lógico Ambientação organizacional Gerenciais Direcionamento De suporte Transformação transacional De informação Planejamento estratégico Negociação De suporte Transformação transacional De informação Definição da tabela de valores com fornecedores Monitoramento De suporte Transformação transacional Medição de desempenho Acompanhamento de orçado x realizado Fonte: SANTOS, 2014, p. 2. O processo é a base para que uma empresa possa realizar suas atividades de maneira a entregar seus produtos conforme o planejado, otimizando os recursos e mitigando custos. O que é o gerenciamento de processos? Ao se falar de gestão de processos, é importante entender que sua implementação tem como objetivo melhorar os processos, gerando valores internos e externos às organizações. Assim, com esse modelo de gestão, é possível mitigar o tempo de resposta aos problemas e praticar eficazmente ações de melhorias de custo com ótimos resultados em suas soluções. 11 CONCEITOS BÁSICOS, IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E FLUXOGRAMAS │ UNIDADE I O gerenciamento de processos, assim como os processos de negócio, tem por finalidade definir os objetivos da organização, de modo a gerar valor às partes interessadas do negócio. Em sua abordagem administrativa, a gestão de/por processos possui característica advinda da Teoria Geral dos Sistemas (TGS), o direcionamento da gestão, de modo a considerar todas as relações que compõem a organização. Assim, a visão e a gestão individual das áreas funcionais de uma empresa – visão essa que era anterior à de processos – passaram a ser consideradas não mais adequadas no momento da evolução do mercado e dos consumidores. A constante melhoria da gestão dos processos é a chave para que as organizações enfrentem a dinâmica e frequente mudança do ambiente em que elas se encontram. Nesse contexto, organizar a forma de trabalho é essencial para qualquer tipo de organização. Abaixo, temos uma Figura de estrutura de processos e seu desenvolvimento. Figura 2. Processos orquestrando atividades. Processo de negócio Subprocesso Representa processo de negócio primário, de suporte ou de gerenciamento Decomposição do processo de negócio por afinidade, objetivo ou resultado desejado Visão lógica (Processo) Função Física Função de negócio Atividade Tarefa Cenário Passo Grupo de atividades e competências especializadas Conjunto de tarefas necessárias para entregar uma parte específica e definível de um produto ou serviço Decomposição de atividades em um conjunto de passos ou ações para realizar o trabalho em um determinado cenário Modalidade de execução da tarefa Ação em nível atômico Fonte: BPM CBOK, 2013, p. 33. 12 UNIDADE I │ CONCEITOS BÁSICOS, IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E FLUXOGRAMAS Para melhor entendimento da gestão de processo, é mister compreender suas ferramentas, as quais amparam sua importância. Assim, abordaremos o Business Process Management (BPM), em português, Gerenciamento dos Processos de Negócio, na gestão de conhecimento. BPM O BPM refere-se à melhoria dos processos e gera grande valor para as organizações. Dessa maneira, a sua utilização ganhou protagonismo a partir dos anos 1990, com o advento da reengenharia de processos, a qual visa à reformulação dos processos empresariais, aperfeiçoando as atividades e o desempenho dos recursos disponíveis. O emprego dessa “metodologia” traz benefícios significativos, tais como o aumento da competitividade e a melhoria na qualidade das entregas. Apesar disso, pode-se afirmar que o BPM se encontra em desenvolvimento. A prática de BPM exige enorme participação direta da organização, para que os objetivos sejam alcançados de maneira eficiente. Assim, as empresas estarão preparadas para as mudanças organizacionais. Concomitante, o BPM está atrelado às funções de negócios, de forma a garantir o maior aproveitamento dos recursos e a atingir a sua excelência. As funções de negócio são atividades ligadas a objetivos individuais, sendo representadas pelos departamentos dentro das organizações, de modo a gerenciar, por meio de verticalização, conforme exemplifica o Quadro 2. Quadro 2. Funções e recursos gerenciados. Processos Recurso gerenciado Marketing Mercado (consumidores, concorrentes) Suprimentos Materiais e insumos Distribuição Logística Recursos Humanos Profissionais Finanças Dinheiro Patrimônio Bens Qualidade Normas e Padrões Jurídico Leis Fonte: BPM CBOK, 2013, p. 38. Nesse contexto, a função de negócio representa a utilização das especialidades de cada departamento para geração de valor ao cliente. A Figura 3 ilustra a disposição das atividades no processo de negócio. 13 CONCEITOS BÁSICOS, IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E FLUXOGRAMAS │ UNIDADE I Figura 3. Orquestração de atividades ao longo de funções de negócio. Função de Negócio Função 1 Função 2 Função 3 Função 4 oicóge N ed sossecorP Evento de iniciação Evento de iniciação Atividade 1a Atividade 2a Atividade 3a Atividade 4a Handoff Handoff Handoff Atividade 1a Atividade 2a Atividade 3a Atividade 4a Handoff Handoff Handoff Saída do Processo Saída do Processo Fonte: BPM CBOK, 2013, p. 48. 14 CAPÍTULO 2 Instituições e certificações O que é PMP? Project Management Professional (PMP) é a certificação para gerentes de projetos definida pelo Project Management Institute (PMI). Essa certificação atesta as capacidades para condução de gerenciamento de projetos. Para que se possa ser certificado, é necessário: » Formação de quatro anos (de bacharel ou equivalente). » Mínimo de três anos de experiência no gerenciamento de projetos. » Mínimo de 4.500 horas de liderança e direção de projetos. » 35 horas de formação em gerenciamento de projetos. Ou, ainda, » Diploma de ensino médio (ensino médio ou equivalente). » Mínimo de cinco anos de experiência no gerenciamento de projetos. » Mínimo de 7.500 horas de liderança e direção de projetos. » 35 horas de formação em gerenciamento de projetos. O profissional certificado adquire conhecimento de todo o ciclo de vida de um projeto e suas áreas de conhecimento, passando a se capacitar para desempenhar com maestria o gerenciamento de projetos. Para saber mais, visite: https://brasil.pmi.org/. O que é CBOK? Guide to the Business ProcessManagement Common Body of Knowledge (CBOK) é o Guia para o Corpo Comum de Conhecimentos sobre BPM, está organizado em nove áreas de conhecimento, conforme mostra o Quadro 3. 15 CONCEITOS BÁSICOS, IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E FLUXOGRAMAS │ UNIDADE I Quadro 3. Áreas de conhecimento em BPM e a organização do BPM CBOK. Perspectiva Organizacional Gerenciamento Corporativo de Processos Organização do Gerenciamento de Processos Perspectiva de processo Gerenciamento de Processo de Negócio Modelagem de Processos Análise de Processos Desenho de Processos Gerenciamento de Desempenho de Processos Transformação de Processos Tecnologias de BPM Fonte: BPM CBOK, 2013, p. 20. As nove áreas de conhecimento são descritas a seguir, de maneira sucinta, para melhor entendimento das atividades desses profissionais de gerenciamento de processos BPM. Gerenciamento corporativo de processos O guia BPM CBOK aborda o gerenciamento corporativo de processos como requisitos que são necessários para otimizar os resultados, alinhando as estratégias organizacionais e o foco na criação de valor para o cliente. Essa área de conhecimento evidencia que a criação de valor passa pela gestão integrada das partes interessadas e dos processos. Assim, pode-se denominar de gerenciamento corporativo de processos resultado de iniciativas ou projetos em detrimento ao BPM. Organização do gerenciamento de processos Essa área de conhecimento se refere ao comportamento das organizações em face das mudanças ambientais ocasionadas pela implementação da gestão de processos, apresenta a transição da estrutura funcional para a estrutura por processos das organizações. Ainda assim, aborda o resultado do impacto organizacional atribuído à sua aplicação e ao desenvolvimento. 16 UNIDADE I │ CONCEITOS BÁSICOS, IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E FLUXOGRAMAS Gerenciamento do processo de negócio O guia BPM CBOK trata essa área de conhecimento como a definição do BPM. Como já visto nos tópicos anteriores, o Gerenciamento de Processo de negócio representa o esforço desempenhado para que se atinjam os objetivos e resultados desejados na entrega dos produtos ou serviços. Assim, o BPM CBOK define, nessa área de conhecimento, os processos de negócio, de forma a evidenciar a analogia entre as funções lógicas (processos) e as funções físicas (atividades/tarefas). Modelagem de processos Essa área de conhecimento é tratada pelo BPM CBOK como a representação das técnicas e habilidades utilizadas para compreensão, comunicação e gestão dos componentes do processo de negócio. Ela define o propósito da modelagem de processos e a utilização de seus modelos. Vale ressaltar que, nessa área de conhecimento, o guia retrata as diferentes aplicações e propósitos dos diagramas, mapas e modelos de processos, que são, muitas vezes, utilizados de maneira única em seu significado. Análise de processos A análise de processos definida pelo BPM CBOK trata da maneira como são realizados os desenhos de processos, além de justificar os motivos pelos quais é importante realizar tal análise e quando efetuá-la. Essa área de conhecimento define como devem ser feitas essas análises, para que se obtenham as informações relevantes à tomada de decisão e à definição das estratégias da organização. Desenho de processos Nessa área de conhecimento, são organizadas as atividades essenciais do processo de negócio, que visam obter os resultados desejados. Ela explica os motivos de se realizarem os desenhos de processos e fundamenta a necessidade de o profissional de processos entender as diversas atividades e fluxos de trabalho da organização. 17 CONCEITOS BÁSICOS, IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E FLUXOGRAMAS │ UNIDADE I Os processos fazem parte das organizações e direcionam o negócio destas. Assim, o desenho de processos permite identificar problemas e tratá-los da melhor maneira possível, criando oportunidades de desenvolvimento e melhoria contínua das atividades. Gerenciamento de desempenho de processos O guia BPM CBOK apresenta, nessa área de conhecimento, métricas e indicadores, que visam a identificar e a realizar o gerenciamento do desempenho dos processos. Assim, explica o porquê e como devem ser realizadas as medições de desempenho. Para as organizações, é importante definir bem quais serão os indicadores a serem medidos, baseando-se sempre em seus objetivos e metas, para que não haja perda de tempo e recurso em mudanças de processos consideradas erradas. Com isso, essa área de conhecimento ajudará nessa identificação e mitigação de erros futuros. Transformação de processos Nessa área de conhecimento, o guia BPM CBOK mostra como as organizações devem desenvolver suas competências para aproveitamento das novas necessidades do mercado, com isso ganhando espaço devido ao aumento de produtividade e ao maior foco no cliente, melhorando a qualidade dos produtos e serviços, etc. Assim, o foco é garantir que a atividade seja realizada da melhor maneira possível, mitigando desperdícios para atingir os objetivos. Tecnologias de BPM Essa área de conhecimento trata da implementação de negócios por meio de sistemas de informação, ela é identificada a partir da estratégia definida pela organização. As tecnologias suportam o gerenciamento. No caso dos processos de negócio, cada tecnologia detalha as informações de maneira a monitorar a realização das atividades que compõem a organização. Quando se pretende adotar processos orientados a BPM, faz-se necessário também implementar a gestão de processos. Para saber como adquirir o guia BPM CBOK, acesse ao site: https://www.abpmp- br.org/educacao/bpm-cbok/. 18 UNIDADE I │ CONCEITOS BÁSICOS, IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E FLUXOGRAMAS BPMN Para que os processos identificados na organização possam ser representados graficamente, abordaremos a ferramenta de notação Business Process Modeling Notation (BPMN). O BPMN é utilizado para desenho de processos e facilita o gerenciamento dos processos da organização. Atualmente, a utilização dessa notação é bem conceituada entre os analistas e gestores de processos, por propiciar amplo suporte. Com isso, fora criada uma organização responsável pela sua manutenção e evolução, denominada de Object Management Group (OMG). Você poderá encontrar mais informações sobre a OMG e o BPMN no site: www. omg.org. A notação BPMN engloba vários elementos de representação, o que facilita a modelagem de processos. Para melhor compreensão, mostraremos o conjunto de elementos que compõem o desenho de modelagem (atividades, eventos, gateways, conectores e swimlanes), seguindo a notação BPMN. Atividades Atividades referem-se à execução de um trabalho dentro do processo de negócio, podendo ser de dois tipos: » Tarefa (task). » Subprocesso (subprocess). As tarefas representam ações no processo que podem ser realizadas de maneira manual (pessoa) ou automatizada (sistema), como exemplo, temos: » Avaliar documentos. » Calcular impostos. » Elaborar proposta comercial. » Cadastrar operação. 19 CONCEITOS BÁSICOS, IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E FLUXOGRAMAS │ UNIDADE I A notação BPMN recomenda ícones que, quando adicionados à tarefa, representam, de forma visual, a sua utilização. Quadro 4. Notação BPMN – Tarefas. Tarefa abstrata – usado no desenvolvimento inicial do processo. Tarefa automática (service task) – tarefa correspondente a um serviço executado por um sistema, sem interferência humana. Tarefa de usuário (user task) – tarefa executada por um humano auxiliado por um sistema. Tarefa de envio de mensagem (send message task) – representa o envio de uma mensagem a um agente externo. Quando a mensagem é entregue, a tarefa é concluída. Tarefa de recebimento de mensagem (receive message task) – representa o recebimento da mensagem. Quando recebida a mensagem, a tarefa se encerra. Tarefa manual (manual task) – tarefa realizada por um humano. Tarefa descript (script task) – tarefa que segue um script definido. Fonte: BRASIL, 2014, p. 39 (com adaptações). O subprocesso é, por seu turno, o detalhamento de um processo dentro de outro processo. Gateways Gateways são elementos que realizam o controle dos fluxos de processo, possibilitando a criação de exceções e atividades paralelas. Esse elemento é representado pela figura de um losango. 20 UNIDADE I │ CONCEITOS BÁSICOS, IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E FLUXOGRAMAS Símbolo de representação do Gateway A seguir, vemos um exemplo de fluxograma que emprega o gateway para realização de atividades paralelas. Figura 4. Gateways – definições. Preparar documentos para assinatura Assinar notificação Assinar contrato Fonte: BRASIL, 2014, p. 42 (com adaptações). Eventos Eventos têm por finalidade a representação da ocorrência de fatos de um processo. Os eventos estão divididos em de início, intermediários e de fim. Seguem simbologia e descrição de cada evento. Quadro 5. Notação BPMN – eventos. Evento de início Evento intermediário Evento de fim Descrição O evento inicial dá início a um processo; o intermediário acontece durante o curso do processo; e o evento fim finaliza o processo. Representa o recebimento de uma mensagem, podendo ser no início do processo; durante o processo; ou para finalizar o processo como envio de uma mensagem. Não pode ser utilizado como evento de fim Representa uma ocorrência condicionada ao tempo (pode ser data específica ou intervalo de tempo). Não pode ser utilizado como evento de fim Representa um fato relacionado a uma condição ou à regra no processo. Ex.: processo se inicia somente após preenchimento do formulário. 21 CONCEITOS BÁSICOS, IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E FLUXOGRAMAS │ UNIDADE I Evento de início Evento intermediário Evento de fim Descrição Não pode ser utilizado como evento de início Não pode ser utilizado como evento de fim Tem por objetivo ligar atividades de um mesmo processo, sem que prejudique o diagrama. Utilizado para comunicação nos diversos níveis do processo, sem que haja um destinatário específico. Para um evento de múltiplo início, existem múltiplas maneiras de se iniciar o processo; no caso do múltiplo intermediário, são várias formas de continuar o processo, sendo uma única necessária. Para múltiplo fim, existem múltiplas consequências na finalização do processo, todos que irão ocorrer. Não pode ser utilizado como evento de início Não pode ser utilizado como evento intermediário Indica que todas as atividades do processo deverão ser finalizadas. Fonte: BRASIL, 2014, p. 37 (com adaptações). Nesta figura, podemos ver um exemplo de fluxograma de processos utilizando a ferramenta Bizagi Modeler Process. Figura 5. BPMN: diferenças entre eventos de link, message e signal. Solicitar férias Verificar agenda de férias Verificar condições de férias 3 dias úteis Data solicitada não disponível Resultado da verificação Data solicitada disponível Avaliar solicitação de férias Continuar negociação Continuar negociação Aviso de solicitação expirada Reprovado Aprovado Resultado da aprovação Sugerir nova data Confirmar data sugerida Resultado novas datas Registrar cancelamento de férias Desistência Novo período aceito Registrar aprovação das férias Registrar reprovação de férias Fonte: IPROCESS, 2012. ] A ferramenta de modelagem de processos Bizagi Modeler Process é comumente utilizada pelos profissionais de BPM. Além de proporcionar excelentes recursos, o Bizagi é de fácil utilização e gratuito. Faça o download acessando https://www. bizagi.com/pt/produtos/bpm-suite/modeler. 22 CAPÍTULO 3 Processos alinhados aos objetivos estratégicos Primeiramente, abordaremos o conceito de estratégia para correlacionarmos aos processos de negócio. Assim, apesar de ser muito utilizada no ambiente empresarial, a estratégia é assaz aplicada e representa diferentes sentidos para cada pessoa e organização. Uma estratégia se define na integração entre os planos e as metas traçadas pelas organizações, uma vez que, bem formulada, a estratégia permitirá aproveitar, da melhor forma possível, os recursos disponíveis em cada uma delas. Toda atividade realizada em uma empresa está relacionada a um processo. Os processos nas empresas podem ser tanto internos quanto externos, podendo, ainda, serem desenvolvidos/adaptados conforme as mudanças organizacionais vão acontecendo. O planejamento estratégico de uma empresa é elaborado de forma sistêmica e envolve as pessoas que integram o meio interno da organização, considerando também o meio externo e suas influências. Quando elaborado adotando o gerenciamento por processos, as informações obtidas subsidiarão a formulação da estratégia, com foco na visão de futuro atrelado aos objetivos e às metas da organização. No que se refere à implementação de planos estratégicos, os processos baseados no Balanced Scorecard mensuram a missão e a estratégia das organizações, de maneira a buscar o melhor desempenho organizacional. Para a realização dos objetivos, é fundamental que se identifiquem os processos que compõem as atividades da organização. Em se tratando de processos, o BPM é o alinhamento destes com os objetivos estratégicos das organizações. É a partir do BPM que são mensuradas e aprimoradas as necessidades organizacionais, com o fito de as instituições se tornarem cada vez mais competitivas. O BPM trata-se de um conjunto de múltiplos elementos, com objetivo de tratar os processos de negócio e fazer com que eles se interajam de maneira integrada com todos os indivíduos componentes dos processos de negócio da organização. O BPM é dividido em dois subconjuntos denominados Organizacional e Ferramental. 23 CONCEITOS BÁSICOS, IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E FLUXOGRAMAS │ UNIDADE I Adiante, segue figura representativa dos grupos de conhecimentos: Figura 6. Dois grupos de conhecimento sustentam o conceito BPM. Business Process Management Organizacional Análise, desenho, redesenho, modelagem, melhoria, operacionalização e gerenciamento de processos de negócio Ferramental Tecnologias da informação Fonte: CRUZ, 2010, p. 69. Com isso, o alinhamento dos processos aos objetivos estratégicos da organização resulta em ganho de competitividade, otimização de recursos, e alcança, de maneira mais eficiente, as metas definidas. 24 CAPÍTULO 4 Ferramentas de gerenciamento de processos (fluxogramas) A ferramenta de gestão de processos BPMS (Business Process Management System) consiste em tecnologias que suportam a implantação dos processos. Além disso, facilita a modelagem dos processos e seus desenhos. Nesse contexto, falaremos do fluxo, que é a ferramenta de desenho de processos, com representação gráfica de suas atividades. Além disso, o fluxograma evidencia o que é executado em cada uma das etapas e quais recursos são utilizados para que se obtenham as saídas desejadas. O fluxograma facilita a análise dos processos, identificando as necessidades e atividades de cada etapa, com o fito no ganho de melhoria de qualidade dos produtos e serviços, bem como aproveita eficientemente as informações disponíveis para realizar a melhoria contínua. A representação gráfica do fluxograma dar-se-á por meio da utilização de símbolos, que representam cada etapa e recursos envolvidos no desenvolvimento das tarefas de cada organização. A simbologia do diagrama de fluxo de processo é representada abaixo e foi definida pela American Society of Mechanical Engineers (ASME). Quadro 6. Simbologia do fluxograma. Símbolo Significado Operação Transporte Inspeção Espera Armazenamento Fonte: AZEVEDO, 2016, p. 34. 25 CONCEITOS BÁSICOS, IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E FLUXOGRAMAS │ UNIDADE I Ao longo dos anos, novas simbologias foram aparecendo em substituição, como é o caso em queos elementos dispostos fazem parte da modelagem BPMN e subdividem-se em quatro categorias. Quadro 7. Objetos de fluxo. Elemento Descrição Notação Ob je to s de fl ux o Eventos Evento é um acontecimento no processo de negócio. os eventos afetam o fluxo do processo, sendo representados por três tipos: eventos de início; intermediário e final. Atividades É a denominação para o trabalho a ser executado. Divide-se em tarefas e subprocessos. Decisões (gateways) São utilizadas para controle dos caminhos de um processo, indicando como as decisões determinarão o fluxo de processos. Fonte: BPM CBOK, 2013, p. 34 (com adaptações). Quadro 8. Objetos de conexão. Elemento Descrição Notação Ob je to s de c on ex ão Fluxo de sequência É a ligação de dois elementos do fluxo de processo, indica que uma atividade começa após o término de sua predecessora. Fluxo de mensagem É a comunicação entre dois processos de pools distintos, representa o remetente e o destinatário da mensagem. Associação É o relacionamento entre determinadas informações (texto e gráfico) com os elementos do fluxo. Fonte: BPM CBOK, 2013, p. 35 (com adaptações). 26 UNIDADE I │ CONCEITOS BÁSICOS, IDENTIFICAÇÃO DE OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E FLUXOGRAMAS Quadro 9. Raias e piscinas (swimlanes). Elemento Descrição Notação Ra ia s e pi sc in as (s wi m lan es ) Pool (piscina) Representa um participante do processo e onde ele está sendo modelado. Pode ser uma entidade de negócio específico (ex.: empresa) ou uma função de negócios gerais (ex.: comprador, vendedor ou fabricante). Lane (raia) É uma subpartição dentro de um pool, utilizada para apresentação dos participantes do processo. Fonte: BPM CBOK, 2013, p. 35 (com adaptações). Quadro 10. Artefatos. Elemento Descrição Notação Ar te fa to s Objeto de dados Fornece informações sobre como documentos, dados e outros objetos são usados e atualizados durante o processo. Grupo É um artefato que fornece um mecanismo visual para agrupar elementos de um diagrama informalmente. Anotação É um mecanismo para que um modelador forneça informações adicionais para o leitor do diagrama. Fonte: BPM CBOK, 2013, p. 35 (com adaptações). Aproveitando o exemplo de fluxograma do capítulo anterior, acrescentaremos alguns objetos de fluxo. Figura 7. BPMN: diferenças entre eventos de link, message e signal. Solicitar férias Verificar agenda de férias Data solicitada não disponível Verificar condições de férias Continuar negociação Continuar negociação Data solicitada disponível Resultado da verificação Avaliar solicitação de férias Resultado da aprovação Aviso de solicitação expirada Reprovado Aprovado Sugerir nova data Confirmar data sugerida Resultado novas datas Registrar cancelament o de férias Desistência Novo período aceito Registrar aprovação das férias Registrar reprovação de férias 3 dias úteis Preencher formulário para solicitação Avaliação efetuada por gestores de cada área Fonte: IPROCESS, 2012. 27 UNIDADE IIMAPEAMENTO DE PROCESSOS CAPÍTULO 1 Técnicas de desenho de processos AS-IS O mapeamento de processos explicita como são compostos os processos e detalha a sua aplicabilidade na gestão organizacional. Assim, o mapeamento de processo permite redução de gastos, mitigação de erros operacionais e aprimoramento do desempenho das organizações, tornando-as mais competitivas e preparadas para as mudanças do mercado. O mapeamento de processos tornou-se diferencial competitivo dentro das organizações, isso porque, com ele, fica mais eficiente a tomada de decisão, por meio da padronização dos processos, gerando, assim, maior valor e maior qualidade na entrega dos serviços ou do produto. Dessa maneira, o mapeamento de processos fornece maior entendimento sobre os motivos (Como e Por quê) os processos são executados conforme definição das organizações, compreendendo duas atividades: modelagem do estado atual – As-Is e otimização do estado desejado – To-Be. A técnica de desenho de processos AS-IS retrata o estado atual dos processos de negócio. Ou seja, trata-se do status real em que os processos da organização se encontram. Essa técnica é o primeiro passo para que se possam definir novos processos ou atualizar os já existentes. Assim, a técnica se refere à Qual será a atividade e Como ela será executada, de modo a descrevê-la juntamente com a captação do conhecimento gerado pelos profissionais que realizam os processos diariamente. Analisar o estado atual (AS-IS) é importante, pois, dessa maneira, é possível entender melhor como o trabalho é executado, para que a criação/transformação dos processos possa de fato atender às expectativas e objetivos das organizações. Essa análise pode 28 UNIDADE II │ MAPEAMENTO DE PROCESSOS ser realizada quando há irregularidades no desempenho das atividades dos processos atuais ou pode ser planejada com base em eventos externos. Para que a análise de processos seja executada sem desvios e em sua excelência, é crucial atribuir as funções aos profissionais ou ao grupo de profissionais que farão parte da análise. Além disso, deve-se nomear o líder responsável por gerenciar a equipe executora, com o fito de garantir a conclusão de maneira correta e objetiva. A seguir, temos exemplos de responsabilidades de alguns papéis da equipe. Quadro 11. Responsabilidades de alguns papéis. Papel Responsabilidade Gerente do projeto de análise » Decide com as partes interessadas a profundidade e o escopo da análise e como o processo será analisado. » Gerencia o projeto de análise e facilita o avanço dos trabalhos. » Ajuda o grupo na aplicação das técnicas analíticas escolhidas. Analista de processos » Coleta informações, elabora modelos e realiza análise. » Providencia documentação e reportes para partes interessadas. Especialista » Provê insights nos processos de negócio. » Provê insights na infraestrutura técnica e de negócio que provê suporte ao processo. Fonte: BPM CBOK, 2013, p. 115. Para mapear e identificar processos por meio do levantamento AS-IS, não é necessário focar nas melhorias que poderão ser geradas ou implementadas. Quando da busca por informações junto aos profissionais, devem-se considerar dados sobre: » Descrição das regras de negócio e do envolvimento das partes interessadas. » Explicação do curso das tarefas e dos panoramas alternativos. » Descrição das tarefas, do tempo de execução e dos participantes. » Entendimento e definição das informações que compõem os recursos de entrada e os resultados de saída. » Verificação da existência de informações que facilitem a automatização dos processos e seu entendimento. Neste momento, os processos documentados se fazem suficientes para compreensão da organização. 29 CAPÍTULO 2 Identificação de gargalos Gargalo refere-se a uma restrição, interna ou externa, que acaba por gerar variação no desempenho do processo. O Guia CBOK sugere as seguintes perguntas para verificar a origem dos gargalos: » Quais são os fatores que contribuem para o gargalo: pessoas, sistemas, infraestrutura, fatores organizacionais? » O gargalo ocorre em torno de handoffs (ponto de transição de atividades/ funções)? » O gargalo é resultado de uma restrição interna ou externa? Qual é a natureza da restrição? Disponibilidade de recursos? Regras? Dependências de processos? Os gargalos dentro dos processos limitam a sua geração de resultados. Eles surgem por meio do desequilíbrio entre a realização das tarefas e a utilização dos recursos para tal. Para que se tenha um processo mais eficiente, é preciso identificá-los. No que tange à análise de processos, a análise de tempo de ciclo é útil quando se quer identificar gargalos nos processos, essa análise permite verificar o tempo de realização das atividades do processo, com o objetivo de reduzir o tempo de conclusão delas, identificando as que não agregamvalor nem colaboram para o resultado do processo de negócio. Quanto às teorias, a Teoria das Restrições (TOC) sugere que gargalo se refere a toda e qualquer atividade e/ou recurso que venha a impedir que a demanda seja atendida. Assim, essa teoria foca no conceito de processo atrelado ao de identificar as restrições, para que se possa atuar em sua eliminação, proporcionando ganho produtivo às organizações. De sua execução original, resultou um método geral com os seguintes passos: 1. Identificar a restrição. 2. Explorar a restrição. 3. Subordinar os outros recursos às decisões acima. 30 UNIDADE II │ MAPEAMENTO DE PROCESSOS 4. Elevar a capacidade da restrição. 5. Retornar ao primeiro passo. Esses passos estão descritos no Quadro 12 a seguir. Quadro 12. Descrição dos cinco passos da TOC. Passo 1 Identificar a(s) restrição(ões) do sistema. As restrições podem ser internas ou externas. Quando a demanda total de um dado mix de produtos é maior que a capacidade da fábrica, diz-se que se tem um gargalo de produção. Trata-se de uma questão estrutural do sistema produtivo. Cabe ressaltar que, neste caso, a capacidade da fábrica é igual à capacidade do(s) gargalo(s). Quando a capacidade de produção é superior à demanda de produção, a restrição é externa ao sistema produtivo, ou seja, a restrição está relacionada ao mercado. Passo 2 Utilizar da melhor forma possível a(s) restrição(ões) do sistema. Se a restrição é interna à fábrica, ou seja, se existe(m) gargalo(s), melhor decisão consiste em maximizar o ganho no(s) gargalo(s). No caso de a restrição ser externa ao sistema em dado tempo, não existem gargalos na fábrica e, portanto, o ganho estará limitado pelas restrições de mercado. Observe que, nesse passo, trabalha-se conjuntamente e de forma associada com as restrições físicas do sistema e a lógica dos indicadores de desempenho. Os passos 1 e 2 estão diretamente relacionados ao chamado “Mundo dos ganhos”. Passo 3 Subordinar todos os demais recursos à decisão tomada no passo 2. A lógica deste passo, independentemente da restrição ser externa ou interna, consiste no interesse de reduzir ao máximo os Inventários e as Despesas Operacionais e, ao mesmo tempo, garantir o Ganho teórico máximo do Sistema de Produção, definido a partir da utilização do passo 2. A redução ao máximo dos Inventários e das Despesas Operacionais depende de uma gestão eficaz da lógica dos estoques visando à redução sistemática destes. Garantir o máximo Ganho depende da redução da variabilidade do sistema o que pode ser também conseguido pela correta gestão dos estoques. As preocupações do passo 3 estão baseadas no chamado ‘Mundo dos Custos’, embora uma parte das preocupações, mais especificamente a redução da variabilidade do gargalo e dos CCRs, também seja importante para suportar melhorias no ‘Mundo dos Ganhos’ Passo 4 Elevar a capacidade da(s) restrição(ões). Se a restrição for interna (gargalo) a ideia consiste em aumentar a capacidade de produção dos gargalos. Esse passo pode ser levado adiante via uma série de ações físicas sobre o sistema, por exemplo, compra de máquinas (recursos), redução dos tempos de preparação no gargalo, etc. Se as restrições forem externas, serão necessárias ações diretamente vinculadas ao aumento da demanda no mercado e/ou a política de preços. Isso pode implicar, por exemplo, ações de marketing via segmentação de mercados, alteração no preço dos produtos baseados na lógica de elasticidade de demanda, criação de novos produtos, etc. Novamente, é um passo diretamente relacionado ao chamado ‘Mundo dos Ganhos’. Passo 5 Voltar ao passo 1, não deixando que a inércia tome conta do sistema. Ao levantar-se a(s) capacidade(s) da(s) restrição(ões), um dado sistema produtivo tornar-se-á um sistema produtivo genérico. Isso implica a necessidade de analisar novamente o sistema como um todo. Os passos 4 e 5 são muito importantes porque deixam claro o caráter de melhorias contínuas buscadas na TOC. Na lógica da TOC, as melhorias não devem ter fim, ou seja, a TOC visa a um processo de mudanças contínuas objetivando o atingimento permanente e sistemático da meta global do sistema. Fonte: PAIM, 2009, p. 53. Mapear os processos da empresa permite que os tais “gargalos” sejam identificados e trabalhados para sua eliminação do processo. Existem inúmeras ferramentas que auxiliam e possibilitam o mapeamento de processos, permitindo organizá-los de forma gráfica e visual. A maneira mais eficaz de se evitarem falhas e/ou retrabalhos nas organizações é conhecendo bem seus processos e definições. 31 CAPÍTULO 3 Processos com base no mapeamento TO-BE O redesenho de processos com base no mapeamento TO-BE é a definição da situação em que o processo deseja estar no futuro, ou seja, a representação de onde o processo a ser praticado almeja chegar ou a construção de um novo. O redesenho de processos TO-BE utiliza-se do estado atual (AS-IS) para que o processo possa ser melhorado. Tudo e quaisquer partes da operação devem ser analisados, para identificação e eliminação das restrições. Nesta etapa, são verificadas as melhorias para sua implementação nos processos, realizando também a retirada de atividades que não geram valor para o processo e para a organização. Para que seja possível realizar essa análise com maior excelência, é necessária a utilização de ferramentas BPM, as quais permitem a estruturação dos fluxos de trabalho. É imprescindível que se envolva o maior número de profissionais responsáveis pela execução dos processos, de maneira que estes se comuniquem para aproveitamento completo das informações e conhecimentos sobre as funções e que, assim, o processo garanta a realização dos objetivos e das necessidades da organização. Como medição da efetividade, é possível a verificação da satisfação por meio de pesquisas, com vistas a acompanhar o desenvolvimento dos processos com foco a atingir a maturidade. Ao final, a técnica TO-BE deve estar: » Totalmente adepta aos objetivos estratégicos da organização. » Estruturada de forma a simplificar e trazer eficácia aos processos e suas atividades, independente do âmbito em que se encontram. Para a adoção do redesenho de processos, é necessário que cada atividade tenha sua necessidade para a organização bem definida. Caso contrário, sua existência é totalmente questionável. Quando do valor a ser gerado, este deve ser tanto para o cliente quanto para a organização. Ao se definir as atividades do novo processo, o modelo TO-BE tende a eliminar o que não agrega valor já a partir da análise AS-IS, fornecendo para a equipe que desenhará as necessidades reais do negócio, como ele funciona, como as pessoas executam 32 UNIDADE II │ MAPEAMENTO DE PROCESSOS suas atividades e qual o desempenho e o que realmente é necessário para que essas atividades sejam executadas. A Figura 8 representa o desenho de um novo processo. Figura 8. Desenho de um novo processo. Identificações de resultados esperados pela mudança Revisão de processo atual – Modelo “AS-IS” Identificação de objetivos do projeto Identificação de regras que precisam ser alteradas Identificação, análise e avaliação de regras Requisitos de desenho Desenho iterativo usando ferramentas de simulação Construção de interfaces, banco de dados, web services e geração de aplicações Web services, módulos e interface com legado Regras Modelos de dados e de negócios Fonte: BPM CBOK, 2013, p. 161. É importante que haja total engajamento das partes interessadas aos processos de negócio, para que a gestão por processos seja aproveitada ao máximo. 33 UNIDADE III CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS CAPÍTULO 1 O que é um projeto? Conceitos básicos De acordo com a literatura, um projeto caracteriza-se por ser um empreendimento único, com início, meio e fim determinados, que utiliza recursos e é conduzido por pessoas, visando a atingir objetivos, metas e resultadosclaros e predefinidos. Tem-se que um projeto é um esforço temporário, não repetitivo, isto é, não faz parte da rotina da organização, para criar um produto ou serviço único. As características mais relevantes dos projetos são: a temporariedade e a individualidade do produto ou serviço desenvolvido no âmbito do projeto. A temporariedade é percebida quando o projeto possui começo e fim definidos, sua duração é finita. Sua unicidade dá-se quando o projeto produz algo que jamais foi realizado anteriormente (características peculiares). Portanto, o produto de cada projeto é único/diferente de todos os outros produtos semelhantes. É relevante destacar que os projetos podem ser aplicados em todas as áreas do conhecimento, englobando trabalhos administrativos, estratégicos, de tecnologia, empresariais, entre outros. Os projetos podem envolver desde uma pessoa a milhares delas, ter a duração de alguns dias ou de vários anos. Um projeto pode envolver uma única organização ou múltiplas unidades organizacionais. Soma-se ao exposto que os projetos possuem uma sequência lógica de eventos/ atividades encadeadas e monitoradas durante o ciclo de vida de projeto. O ciclo de vida do projeto é o conjunto de fases necessárias, sequenciais e, geralmente, 34 UNIDADE III │ CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS não sobrepostas, que compõem um projeto, desde a sua concepção até o seu encerramento. Cada fase do projeto define o trabalho técnico a ser desenvolvido e os membros da equipe que estarão envolvidos. Ressalta-se que a divisão do ciclo de vida em fases corrobora o controle gerencial de forma efetiva e eficaz do trabalho a ser realizado em cada fase, dos recursos investidos e quem deverá estar envolvido. A governança de projetos é fundamental durante todo o ciclo de vida do projeto. Cada fase do ciclo de vida é marcada por uma ou mais entregas ou deliverables. A conclusão de uma fase representa um ponto de reavaliação dos esforços da equipe de trabalho, na modificação ou no término do projeto, se necessário. Ademais, também, é avaliado se o projeto deve continuar na próxima fase e verificam-se a correção e a detecção de erros. Intitula-se esse ponto do projeto saídas de fase, marcos, passagens de fase, passagens de estágio, portões de decisão ou pontos de término. O ciclo de vida do projeto descreve a série de fases pelas quais um projeto passa, do início ao término. As fases do ciclo de vida são: iniciação, planejamento, execução, controle e encerramento, como pode ser observado no Gráfico 1. Gráfico 1. Ciclo de vida dos projetos. edadivita ed leví N Tempo Iniciação Planejamento Execução Controle Encerramento Fonte: PMBOK, 2008 (com adaptações). 35 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS │ UNIDADE III A fase de iniciação trata da definição do objetivo, justificativa do projeto. Nessa fase, são definidos e confeccionados os documentos iniciais, e as estratégias que melhor se adéquam ao projeto são identificadas e selecionadas. A fase de planejamento é responsável por detalhar todas as atividades a serem realizadas no âmbito do projeto, incluindo cronogramas, definição das interdependências entre as atividades, recursos envolvidos, entre outros. É também nessa fase que os planos de escopo, tempo, custos, qualidade, recursos humanos, comunicações, risco e aquisições são desenvolvidos. No que tange à fase de execução, ela realiza as atividades ora planejadas na fase anterior. Nessa fase, ficam evidentes inconsistências e erros de planejamento. Quanto à fase do controle, verifica-se que ela acontece paralelamente às demais fases do projeto. Sua finalidade é supervisionar e controlar as atividades de execução do projeto, com vistas a propor ações corretivas e preventivas no menor espaço de tempo possível após a detecção de anormalidades e lacunas no projeto. A fase de encerramento abarca a avaliação do projeto e o levantamento das lições aprendidas. Os documentos do projeto são encerrados e as falhas identificadas são discutidas, objetivando evitar que estas se repitam em novos projetos. 36 CAPÍTULO 2 Gerenciamento de projetos O gerenciamento de projetos refere-se à aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto, a fim de atender a seus requisitos e atingir ou exceder as necessidades e expectativas das partes envolvidas, com relação ao projeto (PMBOK, 2017). O gerenciamento de projetos pode promover diversos benefícios às organizações, tais como otimização de seus processos, redução de custos, crescimento da produtividade, aprimoramento contínuo e aumento da eficácia e eficiência organizacional. Ademais, o gerenciamento de projetos eficaz e eficiente deve ser considerado uma competência estratégica nas organizações. O gerenciamento de projetos pressupõe a integração e a coordenação adequada dos processos que o compõem. Figura 9. Interações dos grupos de processos. Processos de planejamento Processos de monitoramento/co ntrole Processos de execução Processos de encerramento Processos de iniciação Fonte: Elaboração própria da autora. Os processos de gerenciamento de projetos são atividades agrupadas, sistemáticas e lógicas direcionadas para alcançar o resultado final do projeto, por meio da interligação entre as entradas, com vistas a criar uma ou mais saídas. Os processos de gerenciamento de projetos são agrupados em cinco categorias e/ou grupos de processos, a saber: grupo de processos de iniciação; grupo de 37 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS │ UNIDADE III processos de planejamento; grupo de processos de execução; grupo de processos de monitoramento e controle; e grupo de processos de encerramento. O grupo de processos de iniciação abrange os processos necessários para definir um novo projeto e/ou uma nova fase de um projeto já em andamento. É no processo de iniciação que se obtém a autorização para iniciar um projeto ou fase, são definidos e comprometidos os recursos financeiros iniciais do projeto, os requisitos a serem cumpridos, e as partes interessadas/stakeholders vão interagir e influenciar no escopo do projeto. São exemplos de partes interessadas/stakeholders de um projeto: 1. Os clientes. 2. Os usuários. 3. O patrocinador. 4. Os gerentes funcionais. 5. Os gerentes operacionais. 6. Fornecedores. 7. Parceiros comerciais. Em se tratando do grupo de processos de planejamento, esse é responsável pela definição do escopo do projeto, do aprimoramento dos objetivos e das estratégias a serem estabelecidas para o alcance dos objetivos do projeto. O grupo de processos de execução refere-se aos processos fundamentais para a execução do trabalho e do cumprimento dos requisitos definidos pelo Plano de Gerenciamento do Projeto. Quanto ao grupo de processos de monitoramento e controle, este engloba os processos essenciais para acompanhar, revisar e regular o desempenho do projeto. É nesse processo que são identificadas as mudanças necessárias para garantir o alcance dos objetivos do projeto. O grupo de processos de encerramento trata dos processos que finalizarão o quantitativo total das atividades do projeto, com a finalidade de encerrá-lo formalmente. Os grupos de projetos possuem dependências e interações estabelecidas, e, geralmente, são executados na mesma sequência na maioria dos projetos. Os 38 UNIDADE III │ CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS grupos de processos de gerenciamento de projetos são vinculados pelas saídas que produzem. A saída de um processo, de modo geral, é a entrada de outro processo e/ou uma entrega/deliverable. Há que se ressaltar que “os grupos de processos não são fases de projeto” (PMBOK, 2017, p. 59). Figura 10. Grupos de processos. Processos de iniciação Processos de planejamento Processos de execução Processo de monitoramento e controle Fonte: PMBOK, 2017, p. 668 (com adaptações). Figura 11. Interações degrupo de processos dentro de um projeto ou fase. Início Fim Tempo Grupo de processos de iniciação Nível de esforço Grupo de processos de planejamento Grupo de processos de execução Grupo de processos de Monitoramento e controle Grupo de processos de encerramento Fonte: PMBOK, 2008, p. 41 (com adaptações). 39 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS │ UNIDADE III Além dos grupos de processo e processos, o PMBOK, em sua sexta edição, também está organizado por Áreas de Conhecimento. As áreas constantes nessa edição são: (i) gerenciamento da integração do projeto, (ii) gerenciamento do escopo do projeto, (iii) gerenciamento do cronograma do projeto, (iv) gerenciamento dos custos do projeto, (v) gerenciamento da qualidade do projeto, (vi) gerenciamento dos recursos do projeto, (vii) gerenciamento das comunicações do projeto, (viii) gerenciamento dos riscos do projeto, (ix) gerenciamento das aquisições do projeto, (x) gerenciamento das partes interessadas do projeto. Nessa sexta edição do PMBOK, são apresentados os quarenta e nove processos divididos nas áreas de conhecimento, como é possível visualizar no Quadro 13. Quadro 13. Grupo de processos de gerenciamento de projetos e mapeamento das áreas de conhecimento. Área de Conhecimento Grupo de processos de gerenciamento de projetos Grupo de processos de iniciação Grupo de processos de planejamento Grupo de processos de execução Grupo de processos de monitoramento e controle Grupo de processos de encerramento 4. Gerenciamento da integração do projeto 4.1. Desenvolver o Termo de Abertura do Projeto 4.2 Desenvolver o Plano de Gerenciamento do Projeto 4.3 Orientar e Gerenciar o Trabalho do Projeto 4.4 Gerenciar o Conhecimento do Projeto 4.5 Monitorar e Controlar o Trabalho do Projeto 4.6 Realizar o Controle Integrado de Mudanças 4.7 Encerrar o Projeto ou Fase 5. Gerenciamento do escopo do projeto 5.1 Planejar o Gerenciamento do Escopo 5.2 Coletar os Requisitos 5.3 Definir o Escopo 5.4 Criar a EAP 5.5 Validar o Escopo 5.6 Controlar o Escopo 6. Gerenciamento do cronograma do projeto 6.1 Planejar o Gerenciamento do Cronograma 6.2 Definir as Atividades 6.3 Sequenciar as Atividades 6.4 Estimar as Durações das Atividades 6.5 Desenvolver o Cronograma 6.6 Controlar o Cronograma 40 UNIDADE III │ CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS Área de Conhecimento Grupo de processos de gerenciamento de projetos Grupo de processos de iniciação Grupo de processos de planejamento Grupo de processos de execução Grupo de processos de monitoramento e controle Grupo de processos de encerramento 7. Gerenciamento dos custos do projeto 7.1 Planejar o Gerenciamento dos Custos 7.2 Estimar os Custos 7.3 Determinar o Orçamento 7.4 Controlar os Custos 8. Gerenciamento da qualidade do projeto 8.1 Planejar o Gerenciamento da Qualidade 8.2 Gerenciar a Qualidade 8.3 Controlar a Qualidade 9. Gerenciamento dos recursos do projeto 9.1 Planejar o Gerenciamento dos Recursos 9.2 Estimar os Recursos das Atividades 9.3 Adquirir Recursos 9.4 Desenvolver a Equipe 9.5 Gerenciar a Equipe 9.6 Controlar os Recursos 10. Gerenciamento das comunicações do projeto 10.1 Planejar o Gerenciamento das Comunicações 10.2 Gerenciar as Comunicações 10.3 Monitorar as Comunicações 11. Gerenciamento dos riscos do projeto 11.1 Planejar o Gerenciamento dos Riscos 11.2 Identificar os Riscos 11.3 Realizar a Análise Qualitativa dos Riscos 11.4 Realizar a Análise Quantitativa dos Riscos 11.5 Planejar as Respostas aos Riscos 11.6 Implementar Respostas aos Riscos 11.7 Monitorar os Riscos 12. Gerenciamento das aquisições do projeto 12.1 Planejar o Gerenciamento das Aquisições 12.2 Conduzir as Aquisições 12.3 Controlar as Aquisições 13. Gerenciamento das partes interessadas do projeto 13.1. Identificar as Partes Interessadas 13.2 Planejar o Engajamento das Partes Interessadas 13.3 Gerenciar o Engajamento das Partes Interessadas 13.4 Monitorar o Engajamento das Partes Interessadas Fonte: PMBOK, 2017, p. 556 (com adaptações). Para aprofundar o conhecimento, leia o artigo: Gerência de Projetos – uma reflexão histórica. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_art text&pid=S0034-75901987000100004. 41 CAPÍTULO 3 Instituições e certificações T1. O que é PMI? A sigla em inglês PMI refere-se ao Instituto de Gerenciamento de Projetos (Project Management Institute), criado em 1969, com o objetivo de normatizar, aperfeiçoar o desenvolvimento de técnicas, das ferramentas e das melhores práticas da área de Gerenciamento de Projetos. O PMI está sediado na Pensilvânia, nos Estados Unidos da América, possui mais de 240.000 membros distribuídos em 160 países. Suas publicações, padrões de gerenciamento e certificações representam o estado da arte sobre gerenciamento de projetos, com reconhecimento mundial. Os principais objetivos do PMI são: (i) formular padrões profissionais de gestão de projetos; (ii) gerar conhecimento por intermédio da investigação; e (iii) promover a gestão de projetos como profissão mediante seus programas de certificação. O PMI destaca-se por ser a instituição de maior porte e abrangência global. Esse instituto promove cursos, seminários e o estímulo à literatura científica da área. O PMI é responsável pela certificação para o profissional de Gerenciamento de Projeto (PMP). Tal exame de certificação é o mais importante para os futuros gerentes de projetos, pois valida o conhecimento e as habilidades desses profissionais em Gerenciamento de Projetos. A certificação PMP® atesta que você tem formação, experiência e competência para conduzir e dirigir projetos. O profissional que possui a certificação é muito respeitado no mercado de Projetos. Para se candidatar à certificação PMP, faz-se necessário cumprir com os seguintes requisitos: » Formação de quatro anos (de bacharel ou equivalente). » Mínimo de três anos de experiência no gerenciamento de projetos. » Mínimo de 4.500 horas de liderança e direção de projetos. » 35 horas de formação em gerenciamento de projetos. Ou, ainda: 42 UNIDADE III │ CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS » Diploma de ensino médio (ensino médio ou equivalente). » Mínimo de cinco anos de experiência no gerenciamento de projetos. » Mínimo de 7.500 horas de liderança e direção de projetos. » 35 horas de formação em gerenciamento de projetos. O que é PMBOK? PMBOK refere-se à Project Management Body of Knowledge. Consiste em um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK®), uma publicação em forma de manual de boas práticas, conceitos e recomendações de maneira estruturada dos processos, das técnicas e ferramentas, no contexto e na terminologia específica do Gerenciamento de Projetos desenvolvido pelo PMI. O PMBOK identifica o subconjunto de conhecimento em gerenciamento de projetos que é amplamente reconhecido como melhor prática (PMI®, 2017), encontra-se na sua sexta edição. Portanto, tem-se que o PMBOK promove a padronização dos processos e estabelece diretrizes claras de gestão, além de socializar a informação de projetos assegurando maior confiabilidade e qualidade na gestão de projetos. 43 CAPÍTULO 4 Projetos alinhados aos objetivos estratégicos As empresas modernas estão inseridas em um mercado caracterizado pela globalização da economia e por uma intensa competitividade no desenvolvimento de novos produtos e serviços e na disputa pelo cliente. Nesse cenário dinâmico, sujeito a mudanças cada vez mais velozes, muitas empresas e executivos são atraídos por modelos de gestão, de formulação e de implementação da estratégia, tecnologias e programas corporativos, visando ao aprimoramento das competências essenciais, à melhoria da produtividade, ao desenvolvimento contínuo e ao aumentoda eficiência e da eficácia. Esses esforços de mudança, na maioria dos casos, buscam contribuir para o alcance e a manutenção da excelência na gestão empresarial, auxiliando os gestores e os stakeholders a garantir a consolidação da condição de empresa lucrativa, com rentabilidade superior à média do setor. Cumpre destacar que a capacidade de se adequar aos novos tempos resulta da adoção de ações gerenciais estratégicas de atuação, visando à otimização dos processos, à redução de custos, à satisfação de seus colaboradores e clientes. Para tanto, o Gerenciamento de Projetos é uma ferramenta de gestão eficaz que contribui para o sucesso organizacional. Ademais, o Gerenciamento de Projetos é um valioso instrumento para subsidiar o gerenciamento estratégico organizacional, pois traduz a Missão, a Visão e os Valores em um conjunto compreensível de objetivos e medidas de performance que podem ser qualificados e avaliados pela organização. Portanto, uma organização orientada pelo Gerenciamento de Projetos deve alinhar os seus projetos aos objetivos estratégicos, convertendo, então, a estratégia em termos operacionais, ou seja, em um processo contínuo de execução e administração das estratégias e dos processos gerenciais críticos. Ademais, nesse cenário, faz-se necessário vincular metas, indicadores e iniciativas de maneira integrada e consistente, com a finalidade de assegurar o sucesso empresarial a longo prazo. A Figura 12 ilustra a interação. 44 UNIDADE III │ CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS Figura 12. Interação entre a estratégia e o Gerenciamento de Projetos. Pensamento estratégico Estratégias Identificação de projetos Projetos Definindo a empresa do futuro Transformando ideias em realidade Gestão estratégica Gestão por projetos Fonte: PORTILHO, 2010 (com adaptações). Ferramentas de gerenciamento de projetos (atividades predecessoras) A definição das atividades predecessoras é fundamental para mensuração do custo, do tempo e do controle do escopo do projeto. Para que essa definição seja realizada, primeiramente, devem-se decompor as entregas/ deliverables do projeto em componentes menores, o que se denomina pacotes de trabalho. O nível de pacotes de trabalho é o mais baixo da Estrutura Analítica de Projetos (EAP). Para pacote de trabalho, sugere-se definir o custo, a sua duração, os envolvidos na execução dele, quanto maior a complexidade do projeto, maior deverá ser o detalhamento dos pacotes de trabalho. A decomposição do projeto em pacotes de trabalho envolve algumas das atividades de: (i) identificar e analisar as entregas/deliverables; (ii) estruturar e organizar a EAP; (iii) decompor do nível mais alto para o menor nível da EAP; e (iv) estabelecer códigos de identificação dos componentes da EAP. 45 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS │ UNIDADE III Portanto, para elaborar a EAP, é preciso sequenciar as atividades; para tanto, identifica-se a sequência lógica das atividades a serem realizadas e define-se a relação de dependência entre elas, o que poderá ser predecessora ou antecessora. Nessa senda, tem-se que a estrutura da EAP pode ser desenvolvida de diversas maneiras, tais como: usando as fases do ciclo de vida e utilizando as entregas principais, como pode ser observado nas Figuras 13 e 14 a seguir. Figura 13. EAP decomposta até o nível de pacotes de trabalho. 1.0 Projeto de sistema de gerenciamento do valor 1.1 Avaliação de necessidade 1.01.2 Desenvolvimento de padrões Projeto de sistema de 1.01.3 Engenharia de sistema Projeto de sistema de 1.01.4 Gerenciamento de projetos Projeto de sistema de 1.1.1 Auditoria do sistema atual 1.1.2 Determinação de requisitos 1.1.3 Determinação de alternativas 1.1.4 Gerenciamento de projetos 1.1.1.1 Identificação de componentes 1.1.1.2 Análise dos componentes 1.1.2.1 Análise de lacunas 1.1.2.2 Identificação de mudanças 1.1.3.1 Identificação de alternativas 1.1.3.2 Análise de alternativas A EAP é apenas ilustrativa. Não tem por objetivo representar o escopo completo de qualquer projeto específico nem implicar que essa é a única forma de organizar uma EAP para esse tipo de projeto. Fonte: PMBOK, 2017, p. 194 (com adaptações). 46 UNIDADE III │ CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS Figura 14. EAP decomposta até o nível de pacotes de trabalho. Sistemas de aeronaves Gerenciamento de projeto Treinamento Dados Veículo aéreo Equipamento de apoio Instalações Teste e avaliação Gerenciamento de engenharia de sistemas Atividades de GP de apoio Treinamento sobre equipamentos Treinamento Sobre instalações Treinamento Sobre serviços Pedidos técnicos Dados de engenharia Dados de gerenciamento EA de nível organizacional EA de nível intermediário EA de nível de depósito Instalações de manutenção Modelos Teste operacional Teste Corpo da aeronave Motor Sistema de Comunicação Sistema de navegação Controle de incêndio Sistema Edifícios - base Teste desenvolvimental A EAP é apenas ilustrativa. Não tem por objetivo representar o escopo completo de qualquer projeto específico nem implicar que essa é a única forma de organizar uma EAP para esse tipo de projeto. Fonte: PMBOK, 2017, p. 160 (com adaptações). Ressalte-se que a EAP representa todos os produtos e trabalhos necessários à realização do projeto. “Todo o trabalho nos níveis mais baixos deve ser associado aos níveis mais altos, para que nada seja omitido e nenhum trabalho extra seja executado. Isso é às vezes chamado de regra dos 100%” (PMBOK, 2017, p. 161). O principal método para sequenciar as atividades é o Método do Diagrama de Precedência (MDP), ele utiliza o Método do Caminho Crítico (CPM) para a construção de um diagrama de rede do cronograma do projeto. Os quadrados e retângulos são usados para representar as atividades, assim como também são usadas flechas que indicam relações lógicas entre as atividades. 47 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS │ UNIDADE III Figura 15. Método do Diagrama de Precedência. Início Fim A B C E D G F H I j K L SS SS + 10 FF FS + 15 Fonte: PMBOK, 2008, p. 139. Observa-se que o Método MDP proporciona quatro tipos de dependências entre as atividades, são elas: 1. Término para início (TI): quando o início de uma atividade sucessora depende do término da atividade predecessora. 2. Término para término (TT): quando uma atividade sucessora não pode terminar até que a atividade predecessora tenha terminado. 3. Início para início (II): quando o início da atividade sucessora depende do início da atividade predecessora. 4. Início para término (IT): quando o término da atividade sucessora depende do início da atividade predecessora. Figura 16. Método do Diagrama de Precedência (MDP) - Tipos de relacionamentos. Atividade A Atividade B Atividade A Atividade B Atividade B Atividade A Atividade B Atividade A Início para início (II) Término para término (II) Início para término (II) Término para início (II) Fonte: PMBOK, 2017, p. 226. 48 UNIDADE IV PROCESSOS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS CAPÍTULO 1 Processos de iniciação As áreas do conhecimento e os grupos de processos de iniciação são apresentados na Figura 17. Figura 17. Grupos de processos de iniciação. Gerenciamento da Integração do projeto Gerenciamento das partes interessadas do projeto Desenvolver o Termo de Abertura do Projeto Identificar as partes interessadas A seta circular tracejada indica que o processo é parte da área de conhecimento de gerenciamento da integração do projeto. Essa área de conhecimento coordena e unifica os processos das outras áreas de conhecimento. Fonte: PMBOK, 2017, p.598. Desenvolver o termo de abertura do projeto O Termo de Abertura do Projeto é um processo que compõe a área de Gerenciamento da Integração e refere-se ao desenvolvimentode um documento que autoriza formalmente um projeto ou uma fase. O Termo de Abertura contém os requisitos iniciais que satisfaçam as necessidades das partes interessadas/ stakeholders, estabelece os recursos organizacionais vinculados ao projeto, articula os objetivos estratégicos da organização e o projeto, formaliza o compromisso da organização com o projeto e oficializa a autoridade do gerente do projeto. 49 PROCESSOS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS │ UNIDADE IV Os projetos são autorizados pelo patrocinador, que, por sua vez, deve estar em um nível apropriado para financiá-lo. A assinatura do patrocinador no Termo de Abertura autoriza o projeto. O Termo de Abertura é o documento emitido pelo patrocinador do projeto autorizando-o formalmente. É por meio do Termo de Abertura que o gerente de projeto recebe autorização para aplicar os recursos organizacionais para o projeto. Para a elaboração do Termo de Abertura, são necessárias as seguintes entradas: 1. Documentos de negócios. 2. Acordos. 3. Fatores ambientais da empresa. 4. Ativos de processos organizacionais. As saídas são: 1. O Termo de Abertura. 2. O Registro das premissas. Vejamos o Quadro 14. Quadro 14. Desenvolver o Termo de Abertura do Projeto: entradas e saídas. Entradas Saídas 1. Documentos de negócios 1. Termo de abertura do projeto 2. Acordos 2. Registro de premissas 3. Fatores ambientais da empresa 4. Ativos de processos organizacionais Fonte: PMBOK, 2017, p. 566 (com adaptações).. Em se tratando das entradas, os documentos de negócios do projeto são o Business Case e o Plano de Gerenciamento de Benefícios do Projeto. O Business Case engloba as informações que justificam a necessidade do projeto e de seu investimento, considerando a análise de custo-benefício. Para este, é realizado estudo de viabilidade econômica e são apresentados itens, tais como: objetivos do projeto, razões para a iniciação do projeto, demanda de mercado, requisito legal e necessidade de avanço tecnológico e desenvolvimento de um produto ou serviço pertinente ao projeto, a necessidade organizacional que justifique a realização do projeto. 50 UNIDADE IV │ PROCESSOS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS O Plano de gerenciamento de benefícios é um documento que aborda os benefícios advindos das entregas do projeto, no qual se definem os processos que criarão, maximizarão e sustentarão os benefícios proporcionados pelo projeto. Soma-se aos itens expostos que o Plano de gerenciamento de benefícios também aponta para as ferramentas que devem ser utilizadas com vistas a mensurar os benefícios. Ressalte-se que esses documentos são interdependentes, interseccionais e mantidos durante todo o ciclo de vida do projeto. Os acordos referem-se aos contratos a serem estabelecidos no âmbito do projeto. Os principais componentes que o integram são as especificações das aquisições e das entregas; cronogramas, marcos; preços, condições de pagamento; garantias, termos e condições gerais, cláusulas de rescisão, entre outros. 1. Acordos: são usados para definir as intenções iniciais de um projeto. 2. Os acordos podem tomar a forma de contratos, memorandos de entendimento, cartas de intenções, etc. Os fatores ambientais da empresa levam em conta padrões governamentais, padrões industriais ou regulamentos, clima político, estrutura e cultura organizacionais, condições e tendências do mercado. Enquanto os ativos de processos organizacionais são os planos, processos, diretrizes e políticas organizacionais padronizados. Observa-se que os ativos de processos organizacionais incluem as bases de conhecimento das organizações, como os repositórios de informações históricas e lições aprendidas. Diante do exposto, tem-se que os ativos de processos organizacionais podem ser agrupados em duas categorias, a saber: processos e procedimentos e base de conhecimento corporativa. As saídas são o Termo de Abertura do Projeto e os Registros de Premissas. No que tange à saída: Registro de Premissas, esta visa a registrar as premissas e as restrições detectadas ao longo do ciclo de vida do projeto. Para aprofundar o conhecimento, leia o artigo: Cultura da qualidade e mudança organizacional, disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rae/v33n2/a04v33n2. Identificar as partes interessadas (stakeholders) Identificar as partes interessadas é o processo no qual são reconhecidos todos os indivíduos, grupos e/ou organizações ativamente envolvidos no projeto, cujos interesses podem ser impactados ou afetados pelo projeto. Ademais, são 51 PROCESSOS DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS │ UNIDADE IV analisadas as informações relativas aos interesses de cada parte interessada, o nível de participação, as relações de interdependências, influências e seu impacto no resultado do projeto. Uma das vantagens desse processo é a clareza do grau de engajamento de cada parte interessada para a equipe de projeto, pois que, a partir do momento em que a equipe de projeto identifica as partes interessadas, há uma percepção customizada dos requisitos e das expectativas em relação ao projeto de cada uma dessas partes. As partes interessadas em projetos incluem: clientes/usuários, patrocinador, gerentes, escritório de projetos, equipe do projeto, fornecedores, entre outros. Cumpre destacar que esse processo é atualizado, periodicamente, ao longo do ciclo de vida do projeto. As entradas e saídas desse processo são apresentadas no Quadro 15 seguir. Quadro 15. Identificar as partes interessadas: entradas e saídas. Entradas Saídas 1 Termo de abertura do projeto 1 Registro das partes interessadas 2 Documentos de negócios 3 Plano de gerenciamento do projeto 4 Documentos do projeto 5 Acordos 2 Solicitações de mudança 3 Atualizações do plano de gerenciamento do projeto 4 Atualização de documentos do projeto 6 Fatores ambientais da empresa 7 Ativos de processos organizacionais Fonte: PMBOK, 2017, p. 563 (com adaptações). Merecem destaque as entradas: Plano de Gerenciamento do Projeto e Documentos do Projeto, porquanto a primeira entrada é o processo de documentação integrado das ações/atividades fundamentais para definir, preparar, integrar e coordenar os demais planos do projeto. O Plano de Gerenciamento do Projeto estabelece os critérios para sua execução, monitoramento, controle e encerramento. Em se tratando dos documentos do projeto, são exemplos dessa documentação os registros das mudanças do projeto, o registro das questões e dos requisitos. Portanto, as saídas desse processo são: o registro das partes interessadas; a solicitação de mudança, isto é, quando são encontrados desafios durante a execução do projeto, podem ser notificadas as solicitações de mudanças, como, por exemplo, no orçamento, no cronograma, nos requisitos de qualidade. Uma solicitação de mudança é uma proposta formal para modificar um documento, entrega/ deliverable, entre outros, que, por sua vez, são submetidos à aprovação. Solicitações de mudança podem incluir: ações corretivas, ações preventivas, reparos de defeitos e atualizações. 52 CAPÍTULO 2 Processos de planejamento O grupo de processos de planejamento abrange os processos realizados na definição do escopo do projeto e aprofundamento dos objetivos do projeto e das atividades necessárias a serem desenvolvidas para alcançar os objetivos firmados. O grupo de processos de planejamento proporciona o detalhamento do esforço total a ser essencial à realização do projeto, visto que há uma maior precisão em relação a cronograma, custos e requisitos para cumprir o escopo do projeto. Figura 18. As áreas do conhecimento e grupo de processos de planejamento. Gerenciamento do escopo do projeto Gerenciamento do cronograma do projeto Gerenciamento dos custos do projeto Gerenciamento das partes interessadas do projeto Gerenciamento da qualidade do projeto Gerenciamento dos recursos do projeto Gerenciamento das comunicações do projeto Gerenciamento dos riscos
Compartilhar