Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO CURSO COMPLETO - LEI 7.210/84 – LEI DE EXECUÇÕES PENAIS ....................................................................... 2 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................. 2 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ............................................................................................................................. 2 PRINCÍPIOS NA APLICAÇÃO DAS PENAS ........................................................................................................ 3 PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA DA PENA ........................................................................................... 3 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ........................................................................................................................ 3 PRINCÍPIO DA HUMANIDADE .................................................................................................................... 3 PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA ............................................................................................. 3 PRINCÍPIO DA IGUALDADE ......................................................................................................................... 4 DO OBJETO E DA APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL .......................................................................... 4 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 CURSO COMPLETO - LEI 7.210/84 – LEI DE EXECUÇÕES PENAIS APRESENTAÇÃO Olá, pessoal. Antes de tudo, quero me apresentar a vocês, pois isso é importante para que vocês saibam quem está do lado de cá da tela. Meu nome é Anezio Andrade, sou graduado em Administração de Empresas e Direito, com especialização em Direto Constitucional e Administrativo, professor e Delegado de Polícia. Além do meu cargo atual, já fui aprovado em alguns outros certames como Delegado de Polícia do Estado de Mato Grosso, Defensor Público Federal, Agente de Polícia Federal, Auditor de Controle de Externo do Tribunal de Contas do Pará, Soldado da Polícia Militar de Santa Catarina, Administrador do Detran-MS, Analista e Técnico da DPU, Assistente Administrativo da Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, Administrador do Instituto Federal de Educação do Mato Grosso do Sul - IFMS, dentre outros. Cito essas aprovações para que vocês saibam que, se eu consegui, vocês também conseguirão e estarei aqui para passar um pouco da minha experiência e ajudar em tudo que puder durante esse caminho. Fui aluno concurseiro assim como vocês e sei bem como é estar nesse lugar: as angústias, medos, aflições, dificuldades financeiras, etc. É, para mim, motivo de grande felicidade estar “do lado de cá”, tendo a oportunidade de ajudar pessoas, como eu fui ajudado. Pois bem, vamos ao nosso foco neste curso. Vamos agora ao que interessa. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Vamos iniciar os estudos de uma Lei bastante importante para os mais diversos concursos públicos. A ideia aqui é trazer de maneira bastante objetiva os dispositivos legais e principais comentários sobre cada um deles, jurisprudência e questões, mas sem nenhum aprofundamento desnecessário, já que o tempo de quem estuda para concursos é precioso e deve ser otimizado ao máximo. Esse será um curso completo da Lei e nossa intenção é fazer você acertar todas as questões sobre o tema. Para isso é indispensável a leitura da “lei seca”. Muitas vezes o examinador se limita apenas a repetir o comando legal para testar nossa memória. Assim sendo, você deve ter o hábito de sempre ler o dispositivo legal, seja para LEP ou qualquer outra matéria do Direito. É claro que com as aulas essa memorização fica mais fácil, mas não dispensa a leitura. Ademais, é importante fazer muitas questões sobre o tema. A Lei de Execuções Penais tem quase 200 Artigos e sempre há os preferidos das bancas e isso se descobre fazendo muitas questões anteriores. Outro ponto muito importante é que nosso curso já está completamente atualizado com as alterações promovidas pela Lei 13.964/2019 (Pacote Anticrime) que alterou muitos dispositivos da LEP. Aqui é o ponto de mais atenção, na medida em que as bancas adoram inovações legislativas e costumam exigir apenas a memorização do candidato quanto a elas, bem como tentar nos confundir com as redações antigas. Iremos frisar muito isso. Agora, partiremos para o mais importante. Vamos iniciar a aula. O direito penitenciário é um ramo autônomo e complexo, composto de atos administrativos e jurisdicionais, tendo influências do Direito Penal e Processual Penal, em especial no que tange aos princípios. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 Nesse particular, há certa discussão na doutrina quanto à natureza jurídica da execução penal. Predomina a tese de que se trata de uma atuação eminentemente jurisdicional e subsidiariamente administrativa. O sujeito ativo da execução penal é sempre o Estado. O jus puniendi é indelegável. Ainda que a ação penal tenha sido promovida por particular (ação penal privada), a execução ficará a cargo do Estado. Já o sujeito passivo é contra quem emana o título executivo, ou seja, o condenado ou aquele que sofreu uma absolvição imprópria. PRINCÍPIOS NA APLICAÇÃO DAS PENAS Os princípios são mandamentos de otimização e base do sistema jurídico. Vamos estudar os princípios fundamentais aplicados às penas e à execução penal. PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA DA PENA Está previsto no Art. 5º, inciso XLV da CF1, que apregoa que a pena é personalíssima e não pode passar da pessoa autora da infração penal, sendo obrigação de reparar danos extensível aos herdeiros apenas na medida da herança deixada. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Também tem assento constitucional (Art. 5º, XXXIX2), no Código Penal (Art. 1º) e é consubstanciada no brocardo latino nullum crimen, nulla poena sine praevia lege. Nesse aspecto, o princípio cria uma barreira para a aplicação do direito penal: a lei. Tanto o crime quanto a pena a ser aplicada devem estar previamente previstas em lei em sentido estrito. Além disso, está presente no Art. 3º da LEP, que preceitua que o preso conserva todos seus direitos não atingidos pela sentença ou pela lei. Significa dizer que qualquer restrição nos direitos dos presos deve ter previsão expressa em lei, sob pena de ser arbitrário. Esse é o mesmo sentido do Art. 38 do Código Penal.3 PRINCÍPIO DA HUMANIDADE A Constituição Federal4 veda o estabelecimento de penas cruéis, de caráter perpétuo, de trabalhos forçados e de morte (salvo em caso de guerra declarada). Tais ditames são corolários do princípio da humanidade (dignidade da pessoa humana), que preconiza a prevalência dos Direitos Humanos e sua máxima aplicação, como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil5. PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA Cada preso deve ser tratado diante de sua individualidade, observadas suas características pessoas, para que as finalidades da pena (retribuição e ressocialização) sejam alcançadas de maneira efetiva. Tal princípio tem previsão Constitucional (Art. 5º, XLVI6) e na 1 XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. 2 XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal 3 Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. 4 XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo, c)de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; 5 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III - a dignidade da pessoa humana; 6 XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 própria LEP (Art. 5º7). Isso traz diversos desdobramentos tanto na aplicação quanto na execução da pena, que veremos mais adiante. PRINCÍPIO DA IGUALDADE Tal princípio deve ser analisado com cautela e tem duas faces. De um lado veda-se a distinção discriminatória dos presos. Ou seja, é vedado qualquer tipo de tratamento preconceituoso, seja pelo motivo que for. Decorre do objetivo fundamental da RFB, disposto no Art. 3º, IV da Carta da Magna8. Está presente também no parágrafo único do Art. 3º da LEP.9 Por outro lado, devem-se observar as desigualdades de cada indivíduo. Trata-se mais especificamente do princípio da isonomia. “Tratar os designais na medida de suas desigualdades”. Isso se desdobra na necessidade de separar os presos por sexo, faixa etária, tipo de crime cometido, etc. Isso inclusive é mandamento da própria Constituição no Art. 5º, inciso XLVIII.10 Tema controverso é a possibilidade de presos travestis cumprirem pena em estabelecimentos penais femininos. O tema não é pacífico, mas em 2019 o Min. Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que as presas transexuais femininas fossem transferidas para presídios femininos. A decisão cautelar foi tomada na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 527. Trata-se de uma decisão liminar que ainda deve ser discutida pelo pleno do Supremo. Existem outros diversos princípios que regem a aplicação da pena, como o contraditório, a ampla defesa, o devido processo legal, a jurisdicionalidade, dentre outros. Contudo, vamos nos ater agora aos mais importantes, e os demais analisaremos, caso necessário, ao longo das aulas. DO OBJETO E DA APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado. E execução penal é a fase em que a pena imposta, após o devido processo legal, é efetivamente colocada em prática. Assim sendo, entra em cena após uma sentença criminal transitada em julgado, que impõe uma pena privativa de liberdade, restritiva de direitos ou penas pecuniárias (multa). Há aplicação ainda nos casos de sentenças absolutórias impróprias, às quais impõe medidas de segurança. Aprofundando: Sentença absolutória imprópria é aquela em o agente é absolvido em razão de ser inimputável, sofrendo, assim, a incidência de uma medida de segurança, que pode ser detentiva (cumprida em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico – art. 96, I, do CP comum) ou restritiva (tratamento ambulatorial – art. 96, II, do CP comum). 7 Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal 8 Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 9 Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei. Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política. 10 XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 Pode-se ainda aplicar a Lei de Execuções Penais a presos provisórios (prisões cautelares – preventiva e temporária), além da, atualmente, tão comentada execução provisória (quando possível) da pena, que comentaremos melhor adiante. Observe que a parte final do Art. 1º da LEP é taxativa em dizer que é objetivo da execução penal propiciar a integração social do condenado ou internado. Com isso, concluímos que há direta aplicação das funções das penas, que são estudas no Direito Penal e na Criminologia. Vamos relembrar rapidamente: Dentro da teoria relativa da pena, podemos destacar as seguintes funções: I. prevenção geral, destinada a toda a sociedade; e II. prevenção especial, destinada a própria pessoa do criminoso. Ambas as prevenções se subdividem em positiva e negativa. A prevenção geral positiva tem como foco em demostrar a validade da atuação estatal e de suas leis, retirando a sensação de impunidade do corpo social. A prevenção geral negativa tem como finalidade desencorajar outras pessoas a cometerem delitos. Já a prevenção especial positiva tem como finalidade ressocializar o condenado para que ele possa retornar à sociedade. A prevenção especial negativa tem como finalidade intimidar o condenado para que ele não volte a violar a lei. Assim sendo, nos temos na execução penal a aplicação da prevenção especial positiva e negativa. https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO ABRANGÊNCIA DA LEI E CLASSIFICAÇÃO, EXAME CRIMINOLÓGICO E IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO . 2 DO CONDENADO E DO INTERNADO .............................................................................................................. 3 DA CLASSIFICAÇÃO .................................................................................................................................... 3 EXAME CRIMINOLÓGICO ........................................................................................................................... 4 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 ABRANGÊNCIA DA LEI E CLASSIFICAÇÃO, EXAME CRIMINOLÓGICO E IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal. Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária. Jurisdição ordinária é a jurisdição comum, seja ela Federal ou Estadual. Já a justiça especial é aquela com matéria específica definida pela CF, como, por exemplo, a Justiça Militar e Eleitoral. O dispositivo em tela diz que, independentemente da justiça que proferir a sentença sujeita à execução penal, será ela regida pela LEP, desde que o condenado esteja sujeito à jurisdição ordinária. Por exemplo, caso um militar seja julgado e condenado pela Justiça Castrense e tiver como penalidade a perda do cargo, a pena será executada perante a Justiça Estadual, aplicando-se, assim a LEP. ATENÇÃO: Súmula 192 do STJ: Compete ao juízo das execuções penais do Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração estadual. De igual forma, como dito anteriormente, aplica-se a Lei no caso de presos provisórios, aqueles que estão em prisão cautelar, antes do encerramento do processo ou durante o inquérito policial. A regra geral é que a pena seja cumprida em estabelecimento penal estadual, e como exceção em estabelecimentos mantidos pela União. Mais adiante veremos esse tópico com mais detalhes. Contudo, caso o detendo esteja recolhido em um presídio federal, a competência para a execução da penapertencerá à Justiça Federal comum da subseção judiciária na qual se encontrar o estabelecimento. ATENÇÃO: Não há aplicação da LEP em medidas socioeducativas de menores infratores. Nesse caso, aplica-se o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Questão relevante refere-se às recentes decisões sobre a possibilidade ou não de se executar a pena privativa de liberdade antes do trânsito em julgado da condenação, ou seja, após já exauridas todas as possibilidades de recurso. O entendimento do Supremo Tribunal Federal atualmente é o de que é incompatível com o mandamento constitucional da presunção de inocência – inciso LVII do Art. 5º da Constituição Federal1, o início da execução da pena antes de seu trânsito em julgado, ou seja, quando ainda for possível manejar qualquer espécie de recurso.2 Outra informação importante no artigo é a de que se aplica subsidiariamente, ante alguma lacuna na LEP, o Código de Processo Penal. Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei. Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política. 1 LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; 2 STF. Plenário. ADCs 43, 44 e 54, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/11/2019. https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 O fato de um indivíduo sofrer uma condenação criminal e a ele ser aplicada uma sanção restritiva de liberdade, não faz com que seus demais direitos fundamentais sejam alienados. Assim sendo, todos aqueles direitos não atingidos direta ou indiretamente pela sanção devem ser respeitados, em especial aqueles que se referem à integridade física e mental do custodiado, conforme inteligência do o Art. 5.º, XLIX3, da Constituição Federal e 38 do Código Penal4. Ponto importante a ser destacado é com relação aos direitos políticos, que são suspensos (nunca cassados), durante o cumprimento da pena, conforme dicção do o Art. 15, III, da Constituição Federal.5 Observe que o preso cautelar (prisão preventiva ou temporária) mantém seus direitos políticos, podendo, portanto, exercer o sufrágio. Inclusive o TSE determinou a criação de seções eleitorais especiais em estabelecimentos penais e em unidades de internação de adolescentes, com o objetivo de assegurar tanto aos presos provisórios como aos adolescentes internados o direito de votar6 Quanto ao parágrafo único, temos aqui a aplicação do já citado princípio da igualdade e vedação à discriminação. Todavia, quando se fala de prova de concurso, é importante se ater à literalidade do texto e observar que não há menção de “orientação sexual” ou “sexo”, apesar de tal situação ser vedada por interpretação do sistema dos direitos fundamentais. Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da medida de segurança. O texto tem relação com a questão de ressocialização e reinserção do custodiado à sociedade. Assim é importante que toda sociedade participe do processo de cumprimento da sentença, para que, quando o reeducando seja liberto, possa voltar ao meio social e não mais delinquir. Para tanto, são previstos como órgãos da execução penal o Patronato, Arts. 78 e 797, e o Conselho da Comunidade, Arts. 80 e 818. DO CONDENADO E DO INTERNADO DA CLASSIFICAÇÃO Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal. 3 XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 4 Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. 5 Art. 15: É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: (...) III condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos. 6 Instrução de nº 29667, Resolução de nº 23219 de 02/03/2010 7 Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistência aos albergados e aos egressos (artigo 26). Art. 79. Incumbe também ao Patronato: I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos; II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comunidade e de limitação de fim de semana; III - colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspensão e do livramento condicional. 8 Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um) representante de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010). Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste artigo, ficará a critério do Juiz da execução a escolha dos integrantes do Conselho. Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade: I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existentes na comarca; II - entrevistar presos; III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho Penitenciário; IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência ao preso ou internado, em harmonia com a direção do estabelecimento. https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 A individualização da pena, como já vimos, é um princípio constitucional expresso no inciso XLVI do artigo 5º da CF9. Tal mandamento deve ser observado, segundo a doutrina, em 3 fases distintas, a saber: a) pelo legislador no momento da criação dos delitos e no estabelecimentos dos preceitos secundários do tipo penal (penas mínimas e máximas); b) no momento da aplicação da pena por parte do juiz no momento da sentença; e c) administrativamente, no momento da execução (cumprimento) da pena, que é o que nos interessa nesse momento. A classificação do detendo visa justamente garantir a individualização na fase de execução penal, devendo os presos ser classificados segundo os a) antecedentes, que são as anotações criminais do preso, como, por exemplo, a reincidente e b) sua personalidade, que são suas características, como agressividade, honestidade, covardia, dentre outros. Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório. Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade. Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço social. Em todos os estabelecimentos de cumprimento de penas, deverá haver uma comissão técnica para realizar a classificação dos detentos, sejam eles provisórios ou em cumprimento de pena. No caso de pena privativa de liberdade, a composição é a da redação do caput do Art. 7º: 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, sendo ela presidida pelo diretor do presídio. Já quando se tratar de outra espécie de pena (restritivas de direitos), a comissão atuará por meio de fiscais do serviço social e junto ao juízo de execução (não mais presidida pelo diretor do estabelecimento). EXAME CRIMINOLÓGICO Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade,em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução. Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semiaberto. Trata-se de outro dispositivo que trata da individualização da pena. Tais mandamentos também estão expostos nos Artigos 34 e 35 do Código Penal.10 Aqui temos a figura do “exame criminológico”, que se difere da “classificação” feita pela comissão técnica, do Art. 6º, apenas por ser mais profunda e específica. Conforme ensina o professor Guilherme Nucci11, a classificação aborda aspectos relacionados à personalidade do 9 XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 10 Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação para individualização da execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o cumprimento da pena em regime semiaberto 11 Leis penais e processuais penais comentadas / Guilherme de Souza Nucci. – 8. ed. rev., atual. e ampl. – vol. 2 – Rio de Janeiro : Forense, 2014. https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Sublinhar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 condenado, seus antecedentes, sua vida familiar e social, sua capacidade laborativa, entre outros fatores, aptos a evidenciar o modo pelo qual deve cumprir sua pena no estabelecimento penitenciário (regime fechado ou semiaberto). Já o exame criminológico é mais específico, abrangendo a parte psicológica e psiquiátrica do exame de classificação, pois concede maior atenção à maturidade do condenado, sua disciplina, capacidade de suportar frustrações e estabelecer laços afetivos com a família ou terceiros, grau de agressividade, visando à composição de um conjunto de fatores, destinados a construir um prognóstico de periculosidade, isto é, sua tendência a voltar à vida criminosa. INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA CLASSIFICAÇÃO EXAME CRIMINOLÓGICO Mais amplo e genérico. Envolve aspectos relacionados à personalidade do condenado, seus antecedentes, sua vida familiar e social, sua capacidade laborativa, Fatores, aptos a evidenciar o modo pelo qual deve cumprir sua pena no estabelecimento penitenciário (regime fechado ou semiaberto). Mais específico. Obrigatório para cumprimento de pena em regime fechado e facultativo para semiaberto (segundo a LEP). Não é realizada para condenados ao regime aberto ou a penas restritivas de direitos. Abrange a parte psicológica e psiquiátrica do exame de classificação Maior atenção à maturidade do condenado, sua disciplina, capacidade de suportar frustrações e estabelecer laços afetivos com a família ou terceiros. Identificar o grau de agressividade, visando à composição de um conjunto de fatores, destinados a construir um prognóstico de periculosidade. O parágrafo único do artigo em estudo diz ser facultativo o exame em condenados ao regime semiaberto. Contudo, o Artigo 35 do Código Penal, como visto, também determina que seja realizado no caso de cumprimento de pena inicial no regime semiaberto. Outro ponto importante é a possibilidade de o Juiz requerer a realização de exame criminológico antes de autorizar a progressão de regime. Essa discussão se dá pelo fato de que antes da Lei 10.792/03, era um requisito legal para a progressão tal exame. Atualmente as regras, que foram inclusive alteradas pela Lei 13.964/2019 (Pacote Anticrime), não mais o exigem. Contudo, pode o magistrado solicitar a realização do exame, desde que o faça de maneira motivada. Súmula 439 do STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada. Ademais, é importante destacar o teor da Súmula Vinculante n. 26, que se relaciona com a inconstitucionalidade da proibição de progressão de regime em crimes hediondos e equiparados: Súmula vinculante 26: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico. Esquematizando: Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá: I - entrevistar pessoas; II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado; III - realizar outras diligências e exames necessários Neste artigo há exposição e um rol exemplificativo das diligências que podem ser feitas pala comissão de classificação para obter dados sobre os detentos e realizar sua individualização. exame crimológico obrigatório cumprimento de pena em regime fechado facultativo cumprimento de pena em regime semiaberto quando o juiz necessitar de maiores informações para analisar a progressão de regime https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO ............................................................................................................... 2 DA ASSISTÊNCIA ............................................................................................................................................. 3 ASSISTÊNCIA MATERIAL ............................................................................................................................. 4 ASSISTÊNCIA À SAÚDE ............................................................................................................................... 4 ASSISTÊNCIA JURÍDICA ............................................................................................................................... 4 ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL ...................................................................................................................... 5 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO Art. 9º-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor. § 1º A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo. § 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mínimas de proteção de dados genéticos, observando as melhores práticas da genética forense. (acrescentado pela Lei 13.964/2019) § 2º A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético. § 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos seus dados constantes nos bancos de perfis genéticos, bem como a todos os documentos da cadeia de custódia que gerou esse dado, de maneira quepossa ser contraditado pela defesa. (acrescentado pela Lei 13.964/2019) § 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que não tiver sido submetido à identificação do perfil genético por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá ser submetido ao procedimento durante o cumprimento da pena. (acrescentado pela Lei 13.964/2019) § 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético. (acrescentado pela Lei 13.964/2019) O artigo 9-A da LEP foi inserido pela Lei nº 12.654 de 28 de maio de 2012 e trouxe nada mais do que uma nova modalidade de identificação criminal, feita por meio de extração de material genético (DNA). Esse procedimento serve para abastecer um banco de dados, que posteriormente pode ser usado para confrontar a identidade de um possível criminoso com o material encontrado no local do crime. Contudo, a Lei seleciona os crimes mais graves do nosso ordenamento jurídico, os praticados, dolosamente, com violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos na Lei de Crimes Hediondos. E o que seria violência grave contra a pessoa? A maior parte da doutrina entende que deve ser analisado o caso concreto, ou seja, ainda que o crime seja, por exemplo, de lesão corporal de natureza leve (Art. 129 do CP), a depender do caso, seria possível a identificação genética, que deve ser decidido pelo juiz. ATENÇÃO: Como regra, não é possível ou obrigatória a extração de dados genéticos dos delitos equiparados aos hediondos (tráfico, terrorismo e tortura), salvo quando enquadrados na hipótese do caput, quais sejam, crimes praticados com violência de natureza grave contra pessoa. https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 Tais dados serão armazenados em um banco de dados sigiloso, ao qual somente terão acesso as autoridades policiais (delegados de polícia), mediante representação ao juízo competente. Os §§ 1º-A, 3º, 4º e 8º foram acrescentados pelo “pacote anticrime”. Aqui temos que ter atenção redobrada simplesmente por se tratar de inovação legislativa e as bancas adoram cobrar a literalidade desse tipo de texto. O § 1º-A se preocupa precipuamente com a cadeia de custódia dos dados genéticos e sua proteção, buscando manter sua integridade e confiabilidade. O §3º, por sua vez, busca garantir o acesso dos dados aos presos e seus advogados, buscando a possibilidade de realizar o contraditório e questionar a sua integridade. Já o §4º determina que aqueles que não foram submetidos à identificação no momento de seu ingresso no sistema carcerário, devem ser submetidos no curso da execução. Assim sendo, todos os presos qualificáveis pelas regras do caput do artigo deverão ter seu perfil genético colhido. Por fim, o §8º deixa explícito que constituiu falta grave a recusa do preso em se submeter ao procedimento de identificação genético. Nesse ponto sempre houve grande discussão da doutrina, na medida em que tal colheita busca eminentemente produzir material que será utilizado futuramente como meio de prova de eventual delito praticado pelo preso. Vale dizer, a realização compulsória de tal procedimento, para parte da doutrina, violaria o princípio do nemo tenetur se detegere ou de não ser obrigado a produzir prova contra si (autoincriminação) entabulado no Art. 5º, inciso LXIII da CF1. Assim sendo, a partir da inclusão, resta claro que o preso não é obrigado a realizar tal procedimento, contudo isso ensejará punição em âmbito administrativo, podendo gerar efeitos grandes na progressão de regime, como veremos mais adiante. APROFUNDANDO: A colheita de material genético pela polícia, fora do corpo humano (fio de cabelo, saliva, sangue, suor), não fere o princípio da não autoincriminação, na medida em que não mais pertence ao investigado e não está mais em sua posse. DA ASSISTÊNCIA Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso. Aqui o legislador quis deixar claro que o preso, que está sob a custódia do Estado, deve receber a assistência necessária, em especial para reeducá-lo para a vida social e garantir seu retorno à sociedade. Essa assistência se estende aos ex-detentos (egressos). Art. 11. A assistência será: I - material; II - à saúde; III -jurídica; IV - educacional; V - social; VI - religiosa. 1 LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 O artigo 11 elenca quais são as assistências, e os seguintes (12-27) explicam melhor como cada uma delas funciona. Vamos trazer todos os dispositivos legais e frisar os pontos mais importantes, com breves comentários, já que eles são simples e autoexplicativos. ASSISTÊNCIA MATERIAL É aquela que envolve as necessidades básicas, como alimentação, produtos de higiene, roupas, etc. Veja o teor dos Arts. 12 e 13: Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas. Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração. Observe que é permitida a venda de produtos dentro do estabelecimento penal de produtos não fornecidos pela administração. ASSISTÊNCIA À SAÚDE Envolve o atendimento médico, farmacêutico e odontológico. Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico. § 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento. § 3º Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém- nascido. Veja que não há menção a tratamento psicológico, isso pode ser uma questão capciosa de prova. Outro ponto importante é que o tratamento tem caráter preventivo e curativo, ou seja, visa prevenir e curar as doenças. A regra é que haja local adequado para tratamento no próprio estabelecimento, mas caso não haja, o diretor do presídio pode autorizar a saída do preso para tratamento externo. ATENÇÃO: A Lei 11.942/09 acrescentou o §3º no Art. 14 da LEP, para prever que será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido. ASSISTÊNCIA JURÍDICA Dá-se por meio da Defensoria Pública, àqueles que não têm condições de custear um advogado privado. Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros para constituir advogado. Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais. § 1º As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais. § 2º Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor Público. https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 § 3º Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Especializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica integral e gratuitaaos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para constituir advogado ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL Compreende a formação escolar e profissional. Deve ser incentivada sempre com vistas à ressocialização e reintegração do recluso à sociedade. Em 2015 tivemos várias alterações nos dispositivos. Assim, é necessária atenção redobrada nesses pontos. Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado. Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da Unidade Federativa. Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação profissional de nível médio, será implantado nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua universalização. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) § 1º O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e será mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não só com os recursos destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) § 2º Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos supletivos de educação de jovens e adultos. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) § 3º A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em seus programas de educação a distância e de utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às presas. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição. Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados. Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos. Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar: (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) I - o nível de escolaridade dos presos e das presas; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número de presos e presas atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) III - a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos e presas. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 Com relação à assistência educacional, é importante observar a inovação legislativa de 2015 (Art. 18-A), que determinou a implantação de ensino médio nos presídios. Outro ponto de destaque é a possibilidade de implantação de ensino a distância nos presídios, o que foi regulamentando pelo Decreto Federal n. 7627. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO LEI DE EXECUÇÕES PENAIS ................................................................................................................................ 2 DA ASSISTÊNCIA SOCIAL ............................................................................................................................ 2 DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA ....................................................................................................................... 2 DA ASSISTÊNCIA AO EGRESSO ................................................................................................................... 2 DO TRABALHO ........................................................................................................................................... 3 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 LEI DE EXECUÇÕES PENAIS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL Engloba todo o serviço de amparar o preso e prepará-lo ao retorno social. Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade. Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social: I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames; II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido; III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias; IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação; V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade; VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho; VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima. DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA Deve ser prestada aos presos, com liberdade de culto (Art. 5, VII, da CF1), garantindo local apropriado e com participação das instituições religiosas no interior dos estabelecimentos penais. Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa. § 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos. § 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa. DA ASSISTÊNCIA AO EGRESSO Egresso é aquele que deixou o sistema penitenciário, o ex-detento. A LEP prevê assistência a essas pessoas para que se possa propiciar sua adequada ressocialização e retorno à vida social e evitar seu retorno à criminalidade. A LEP classifica o egresso no Art. 26: Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei: I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento; II - o liberado condicional, durante o período de prova. E traz as assistências de que ele pode usufruir nos Arts. 25 e 27, vejamos: Art. 25. A assistência ao egresso consiste: I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade; 1 Art. 5º, VII: é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva. https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses. Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego. Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a obtenção de trabalho. Cumpre observar que o egresso pode receber alojamento pelo prazo de até dois meses prorrogável por igual período, além disso será ajudado pela assistência social para obter um novo trabalho. DO TRABALHO Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva. § 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene. § 2º O trabalho do preso nãoestá sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho. O trabalho para o preso tem um valor duplo. Trata-se de um direito como veremos mais adiante no Art. 41, II e um dever, Art. 39, V. O trabalho do preso é obrigatório. Isso mesmo, todo preso definitivo é obrigado a trabalhar, conforme o Artigo 39, V, da LEP. Não se pode confundir trabalho obrigatório com trabalho forçado. Este último é vedado pela Constituição Federal2 (Art. 5º XLVII, “c”). Mas qual seria a diferença? Explico. Trabalho forçado é aquele em que é exigido por meio de castigos, ex. acorrentado, sob tortura, como vemos em filmes americanos. Além disso, é aquele em que o preso não recebe nenhum tipo de remuneração ou benefício pelo trabalho realizado. Contudo, apesar de ser obrigatório, caso o preso não queira trabalhar, ele não poderá ser forçado a tanto, todavia pode incorrer em infração disciplinar de natureza grave (Art. 50, VI) e a perda de benefícios como progressão de regime, livramento condicional, indulto, como veremos adiante. ATENÇÃO: O preso trabalhador, diferentemente dos que estão em liberdade, não é regido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), mas devem ser observadas as regras relativas à higiene e à segurança. Por não ser regido pela CLT, o preso não faz jus a alguns direitos trabalhistas como 13º salário, adicional de férias, férias, horas extraordinárias, etc. 2 LVII - não haverá penas: c) de trabalhos forçados; TRABALHO FORÇADO TRABALHO OBRIGATÓRIO ATENÇÃO https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 Contudo, o preso faz jus aos benefícios da previdência social, sendo a respectiva contribuição descontada de sua remuneração, conforme direito previsto no Art. 41, inciso III, que estudaremos à frente. Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo. § 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios; b) à assistência à família; c) a pequenas despesas pessoais; d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores. § 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade. Como é a escravidão já foi abolida há muito tempo no Brasil, é vedado o trabalho sem remuneração. A remuneração do trabalho do recluso não pode ser inferior a ¾ do salário mínimo. Contudo, o preso “trabalha, mas não leva”, pois, a própria LEP disciplina o destino da remuneração por ele auferida, conforme o §1º do Art. 29. Após deduções, o que sobra é investido em uma caderneta de poupança, que pode ser resgatada quando posto em liberdade. Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas. As penas de prestação de serviço à comunidade são alternativas às penas privativas de liberdade, conforme o artigo 46 do CP,3 e por óbvio não são remuneradas. Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade. Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do estabelecimento. Como dito antes, o trabalho para o preso é obrigatório. Mas toda regra tem sua exceção e geralmente é ela que cai nos concursos. São três as exceções à regra do trabalho obrigatório: o preso provisório (prisão preventiva ou temporária), para ele o trabalho não é obrigatório e só pode ser realizado dentro do estabelecimento penal. Esse dispositivo é importante e sempre cai em provas. 3 Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. § 1º A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 Além disso, o condenado a crime político não está obrigado ao trabalho (Art. 200 da LEP4) e o trabalho será facultativo ao condenado à pena de prisão simples (contravenções penais) que não exceda a 15 dias (Art. 6º, §2º, Decreto-Lei de nº 3.688/415). Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado. § 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo. § 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade. § 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu estado. Aqui começamos a perceber os efeitos das classificações e da individualização da pena. Para que haja uma relevante reeducação, é preciso levar em conta as condições pessoais de cada detento. O parágrafo primeiro visa evitar que os presos fiquem circunscritos àquelas atividades de baixa relevância econômica, que, ao fim do período de reclusão, pouco terão acrescentado à vida social do preso. Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados. Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos presos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal. O artigo trata do horário de trabalho dos detentos. Atenção especial é pelo fato de fugir à regra normal da CLT. Os presos que trabalham na manutenção do estabelecimento penal, como faxineiros, cozinheiros, encanadores, etc., podem ter turnos e horários de trabalhos diferenciados. Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina. § 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de empregados na obra. 4 Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho. 5 Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime semiaberto ou aberto. § 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede a quinze dias. TRABALHO DO PRESO CONDENADO OBRIGATÓRIO PODE SER INTERNO OU EXTERNO PROVISÓRIO NÃO OBRIGATÓRIO SOMENTE INTERNO https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 § 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração desse trabalho. § 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso. O trabalho externo do preso é exceção. A regra é o trabalho interno. Pode-se ter o trabalho externo tanto no regime fechado, quanto no regime semiaberto, contudo com condições distintas. Para que haja trabalho externo, devem ser observadas as regras do presente artigo. Atenção: no caso de trabalho para entidade privada, deve haver consentimento expresso do detento. Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimentomínimo de 1/6 (um sexto) da pena. Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo. Não é todo preso que pode exercer trabalho externo. É necessário o cumprimento de pelo menos 1/6 da pena, bem como demostrar que tem aptidão, disciplina e responsabilidade para tanto. Observe que não há nenhuma vedação para condenados por crimes graves ou hediondos. Inclusive isso já foi objeto de decisão do STJ.6 ATENÇÃO: O trabalho externo pode ser autorizado a condenado em regime semiaberto sem a necessidade de ter cumprido 1/6 da pena. Esse é o entendimento do STJ7 e STF8. O parágrafo único traz a regra da revogação automática da autorização para o trabalho externo no caso de prática de crime, falta grave ou quando se perceber que o detento não tem os requisitos comportamentais. Não há necessidade de trânsito em julgado ou mesmo processo no caso de cometimento de fato criminoso. Já no caso de infração disciplinar, é necessário o processo administrativo e a efetiva punição. 6 HC 35.004-DF, 6.ª T., rel. Paulo Medina, 24.02.2005, v.u., Bol. AASP 2438 7 STJ, HC 355.674/RS, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 10/11/2016, DJe 21/11/2016 8 EP 2 TrabExt-AgR, Relator: Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/2014 CAUSAS DE REVOGAÇÃO DO TRABALHO EXTERNO FATO CRIMINOSO NÃO É PRECISO PROCESSO FALTA GRAVE NECESSÁRIO PAD COMPORTAMENT O INADEQUADO APENAS FUNDAMENTAÇà O https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO LEI DE EXECUÇÕES PENAIS ................................................................................................................................ 2 DOS DEVERES, DOS DIREITOS E DA DISCIPLINA ............................................................................................ 2 DOS DEVERES ............................................................................................................................................. 2 DOS DIREITOS ............................................................................................................................................ 2 DA DISCIPLINA ........................................................................................................................................... 4 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 LEI DE EXECUÇÕES PENAIS DOS DEVERES, DOS DIREITOS E DA DISCIPLINA DOS DEVERES Os artigos 38 e 39 tratam dos deveres do preso. A relação do preso com o Estado deve ser pautada em direitos e deveres. Aqui temos aplicação do já citado princípio da legalidade, que deve estabelecer os ditames. O que se busca em primazia com os deveres do preso é manter a ordem e a disciplina carcerária. Vamos fazer uma leitura atenta aos dispositivos, destacando os principais pontos. Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de execução da pena. Art. 39. Constituem deveres do condenado: I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença; II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados; IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina; V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; VI - submissão à sanção disciplinar imposta; VII - indenização à vítima ou aos seus sucessores; VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho; IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento; X - conservação dos objetos de uso pessoal. Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo. Com relação ao inciso II (obediência) e V (trabalho), é importante destacar que o seu não acatamento pelo preso enseja punição por falta grave, com fulcro no Art. 50, VI. Sem grandes novidades, basta uma leitura atenta. Observe que o preso tem como dever indenizar a vítima e o Estado, com relação às suas despesas para manutenção. DOS DIREITOS Como já dito anteriormente, o preso conserva todos seus direitos, com exceção daqueles alcançados pela sentença imposta, em especial a liberdade de locomoção, intimidade, etc. O preso não deve ser visto como um mero objeto nas mãos do Estado, mas sim um sujeito de direitos. Infelizmente, muitos dos direitos expostos no rol exemplificativo do Art. 41 não são respeitados no atual sistema (falido) carcerário brasileiro. Vejamo-los com os destaques necessários: Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios. Art. 41 - Constituem direitos do preso: I - alimentação suficiente e vestuário; II - atribuição de trabalho e sua remuneração; III - Previdência Social; IV - constituição de pecúlio; V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação; https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Máquina de escrever Sua desobediência constitui falta grava. Positivo Máquina de escrever Sua desobediência constitui falta grava. Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena; VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa; VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado; X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados; XI - chamamento nominal; XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena; XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento; XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito; XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente. Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento. Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no que couber, o disposto nesta Seção. Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento. Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz da execução. Dentre estes, é interessante frisar o disposto no inciso III, quanto à previdência social, é uma decorrência do mandamento do Art. 391 do Código Penal. Lembrando que o trabalho do preso sempre deve ser remunerado e, portanto, contribuindo para a previdência. O pecúlio (inciso IV) seria uma espécie de poupança, na qual se pode depositar um reserva que servirá ao reeducando quando retornar à sociedade. Outro item interessante é a ausência de referência à chamada “visita íntima”. Apesar de o inciso X garantir visitas aos presos, não há menção expressa à possibilidade de manter relações sexuais. Contudo, em alguns estabelecimentos penais, é dado este direito, desde que autorizado pelo diretordo local e diante de condições físicas e estruturais. O chamamento nominal visa evitar que o preso seja chamado por apelido ou simples números. O parágrafo único traz a possiblidade de alguns direitos serem suspensos pelo diretor do presídio, diante de fundamentação idônea. Isso serve até mesmo para se manter a disciplina e o bom comportamento. Nesse ponto é importante trazer à luz a jurisprudência do STJ2 que veda que sejam estabelecidas sanções coletivas. Significa dizer que não se podem restringir os direitos, de maneira genérica, a todos os detentos. Ex.: não pode o diretor do presídio proibir visitas a todos os presos de maneira indefinida. 1 Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social. 2 (HC 177.293/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 24/04/2012, DJe 07/05/2012 https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 DA DISCIPLINA A disciplina é um fundamento básico para manter a ordem e os objetivos de qualquer lugar, em especial quando se trata de um estabelecimento penal. Devem obedecer às regras e manter a disciplina, por óbvio, tanto os presos condenados quantos os provisórios. Para que se possa aplicar uma sanção, deve-se observar o princípio da legalidade e anterioridade, tal qual aprendemos nos fundamentos do Direito Penal e Constitucional3. As sanções não podem ser castigos a ponto de ofender a integridade física dos detentos, em homenagem ao disposto no Art. 5º, XLIX da CF4. Os Artigos 44 e 45 trazem as regras gerais sobre a disciplina. Vamos analisá-los. Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determinações das autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho. Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos e o preso provisório. Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar. § 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado. § 2º É vedado o emprego de cela escura. § 3º São vedadas as sanções coletivas. Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da prisão, será cientificado das normas disciplinares. Vejam que o parágrafo único do Art. 44 não cita os internados, que são aqueles que estão submetidos a medidas de segurança (semi-imputáveis ou inimputáveis). Ora, se eles não têm o discernimento necessário para receber uma pena propriamente dita, não podem também ser submetidos ao regime disciplinar ao qual todos os demais presos estão. Contudo, eles devem guardar as regras mínimas para manutenção do ambiente carcerário. 3 Art. 5.º, XXXIX, CF; Art. 1.º, CP 4 é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral. PO DE M S ER SU SP EN SO S proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 O parágrafo 2º do Art. 45 traz a vedação das chamadas “solitárias”. São aqueles locais que vemos em filmes, celas úmidas e escuras nas quais o preso permanece durante dias, sem acesso à luz do sol e qualquer outra pessoa. ATENÇÃO: Solitária ou cela escura são diferentes da cela individual, que é imposta no caso de Regime Disciplinar Diferenciado, disposto no Art. 52, II, que veremos mais adiante. APROFUNDANDO: Segundo as regras de Mandela (Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Reclusos) em nenhuma hipótese devem as restrições ou sanções disciplinares implicar em tortura ou outra forma de tratamento ou sanções cruéis, desumanos ou degradantes. As seguintes práticas, em particular, devem ser proibidas: (a) Confinamento solitário indefinido; (b) Confinamento solitário prolongado; (c) Encarceramento em cela escura ou constantemente iluminada; (d) Castigos corporais ou redução da dieta ou água potável do preso; (e) Castigos coletivos. A vedação das sanções coletivas é corolário do princípio da individualização da pena (Art.5º, XLV5 da CF) e da proibição de sanção objetiva. Ocorre por exemplo no caso de que se encontre um telefone celular em uma cela. Isso constitui infração disciplinar grave6. Contudo se não for possível, durante o procedimento administrativo disciplinar, identificar a quem pertencia ou usava o aparelho, não se podem punir todos os presos daquela cela. Esse é inclusive o entendimento do STJ.7 Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela autoridade administrativa conforme as disposições regulamentares. Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será exercido pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado. Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei. A atividade disciplinar nos presídios é eminentemente administrativa e exercida pelo direito do estabelecimento. Não há necessidade de informar a aplicação de sanções disciplinares, salvo no caso de faltas graves, nas quais a autoridade prisional deve informar ao juízo da execução para os fins de regressão de regime, perda de dias remidos e conversão de penas restritivas de direitos em privativas de liberdade. 5 XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. 6 Art. 50, VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. 7 É ilegal a aplicação de sanção de caráter coletivo, no âmbito da execução penal, diante de depredação de bem público quando, havendo vários detentos num ambiente, não for possível precisar de quem seria a responsabilidade pelo ilícito. O princípio da culpabilidade irradia-se pela execução penal, quando do reconhecimento da prática de falta grave, que, à evidência, culmina por impactar o status libertatis do condenado (HC 177.293 – SP, 6.ª T., rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 24.04.2012, v.u.) https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO LEI DE EXECUÇÕES PENAIS ................................................................................................................................ 2 DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES .................................................................................................................... 2 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 LEI DE EXECUÇÕES PENAIS DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções. Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada. As infrações disciplinares durante a execução da pena são classificadas em leves, médias e graves. As faltas graves são dispostas no Art. 50 da própria LEP. Já as faltas leves e médiasdevem ser editadas pelo ente federativo onde ocorre a execução. Não se podem criar infrações disciplinares por outros meios, como uma portaria do diretor do presídio. É necessária uma lei em sentido formal, como vimos no Art. 45, como corolário do próprio princípio da legalidade. Isso fica a cargo dos estados, por se tratar de direito penitenciário, conforme exposto no Artigo 24, I da CF1. O parágrafo único traz a regra de equiparação entre as infrações tentadas ou consumadas. Assim caso um detento tente, por exemplo, fugir, terá mesma sanção daquele que de fato conseguir escapar. O Art. 50 e 51 traz um rol TAXATIVO de infrações consideradas graves, como já decidiu o STJ2. O primeiro para presos em cumprimento de pena privativa de liberdade e o segundo para aqueles que cumprem pena restritiva de direitos. Vamos analisá-las com os devidos destaques: Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; II - fugir; III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; IV - provocar acidente de trabalho; V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas; VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. (obediência e trabalho) VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. VIII - recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético (acrescentado pela Lei 13.964/2019) Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que: I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta; II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta; III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório. 1 Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; 2 HC 108616, Relatora: Min. Jane Silva, Sexta Turma, julgado em 06/02/2009 https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 Além disso, como veremos no Art. 52, a prática de fato definido como crime doloso também é infração grave. E, nesse caso, é necessário o trânsito em julgado para a caracterização da infração administrativa? A reposta é negativa. Veja o teor da Súmula 526 do STJ: Súmula 526 do STJ: O reconhecimento de falta grave decorrente de fato definido como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal condenatória no processo penal instaurado para a apuração do fato Contudo, para apuração de falta grave, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo disciplinar no qual seja assegurado o contraditório e a ampla defesa, sendo indispensável a defesa técnica, não se aplicando, neste caso, a Súmula Vinculante n. 5 do STF3. Veremos esse tema com mais detalhes adiante. Chamo a atenção novamente para a inclusão do inciso VIII – recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético, que foi inserido pelo Pacote Anticrime, como já conversamos no bloco 01. Além disso, outras três Súmulas sobre o cometimento de faltas graves são muito importantes, pois sempre caem em provas: Progressão de regime – Súmula 534 do STJ: A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração. Destaco ainda que a contagem do novo período aquisitivo do requisito objetivo (quantidade de pena a ser cumprida) inicia-se da última falta grave e incidirá sobre o remanescente da pena e não sobre a totalidade da pena. Livramento condicional – Súmula 441 do STJ: A falta grave não interrompe o prazo do livramento condicional. Motivo: Ausência de previsão legal. Comutação e Indulto – Súmula 535 do STJ: A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena. Motivo: Ausência de previsão legal. Com relação à Súmula 534, vemos que ela foi positivada pela Lei 13.964/2016 no Art. 112, §6º da LEP4, tema que estudaremos mais adiante. Outra disposição importante quanto às faltas graves é quanto ao instituto da remição, que também estudaremos posteriormente. Por ora, tenha em mente o disposto no Art. 127 da LEP: 3 Rcl 8830 AgR, Relator: Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 23/02/2016 4 Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: § 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente. https://www.alfaconcursos.com.br/ Positivo Destacar alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no Art. 575, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. 5 Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as consequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO LEI DE EXECUÇÕES PENAIS ................................................................................................................................ 2 REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO ............................................................................................................ 2 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 LEI DE EXECUÇÕES PENAIS REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO Atenção! Nesse ponto tivemos diversas alterações pelo pacote anticrime. Na verdade, todo Art. 52 foi alterado para endurecer o RDD especialmente para aqueles presos que fazem parte de organizações criminosas. O tema é certo nas próximas provas. Vamos ler o dispositivo com atenção, com os destaques importante e depois comentá-los e compará-los com as regras anteriores. Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado (RDD), com as seguintes características: I - duração máxima de até 2 anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie; II - recolhimento em cela individual; III - visitas quinzenais, de 2 pessoas por vez, a serem realizadas em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de 2 horas; IV - direito do preso à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4 presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso; V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em contrário; VI - fiscalização do conteúdo da correspondência; VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência,
Compartilhar