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UNIFEI Capítulo 3 Arquivo: G Pág.: IEM Elem. Hidromec e Cinem. APLICAÇÕES (Item 3.1) Data 21/04/2020 EME EME705T Aplicação 3.3 Documento 3.3 – EME705T – 2020-1 Waldir de Oliveira EME705T: Máquinas de Fluxo I – 2020-1 1/5 APLICAÇÃO 3.3 (A Importância do Tubo de Sucção em Turbinas Hidráulicas de Reação) Proposição: Considere o Exercício 12 (1ª. Série de Exercícios) cujos dados são os mesmos do Exercício 4 (2ª. Série de Exercícios). Do enunciado desses dois exercícios, consta que a potência de eixo da turbina de reação, Pe, é 500 kW (naturalmente, com o tubo de sucção (TS)). No Item 3.1 do Capítulo 3 de EME705T, foi ressaltada a importância do TS em turbinas hidráulicas de reação. Para os mesmos dados dos exercícios citados acima, e sendo zS* − z2 = 1,5 (Figura 1) e DS* = 250 mm, determine a potência de eixo da turbina se o tubo de sucção fosse retirado, ou seja, sem o tubo de sucção. Aplicação referente ao Item 1.7, Subitem (b): Instalação com turbina hidráulica (Capítulo 1) Recordação: Tubo de sucção: elemento que tem por finalidade principal transformar em energia de pressão grande parte da energia cinética remanescente da água ao deixar o rotor e conduzir a água desde a seção de saída do rotor até o canal de fuga ou início de uma nova estrutura hidráulica. (veja a Página 4/9 do Capítulo 3-Item 3.1-EME705T-Revisado-2020-1). Foi também comentado que o tubo de sucção aumenta a diferença de pressões entre a entrada e a saída da turbina, resultando em um maior aproveitamento da altura de queda bruta disponível, Hbr. Essa recuperação de energia pode representar uma parte significante da energia total da turbina (altu- ra de queda líquida, H), em particular para baixas alturas de queda bruta, e o projeto hidrodinâmico do tubo de sucção é, desse ponto de vista, um fator de qualidade importante para a turbina. A parte principal da recuperação de energia é obtida logo após a saída do rotor, ou seja, na parte cônica supe- rior do tubo de sucção (veja, por exemplo, as figuras nos Slides 51 e 52 do Item 3.1: Apresentação em Slides-Capítulo3-Item3.1-EME705T-Revisado-2020-1). A conversão de energia cinética em energia de pressão no tubo de sucção está relacionada ao aumento da sua seção transversal na direção do es- coamento de água. O ângulo do cone é limitado pela presença de separação da camada-limite. Essa separação diminui a seção do escoamento e faz aumentar a velocidade do escoamento produzindo um decréscimo da recuperação de pressão. Portanto, o tubo de sucção deve ser adequadamente projetado, a fim de se obter a maior transformação possível de energia cinética em energia de pressão, com o maior desempenho (maior rendimento) possível. Tubos de sucção de turbinas de Francis de eixo horizontal foram mostrados em aulas de laborató- rio de EME705P: Máquinas de Fluxo I Experimental. Turbinas Francis de eixo horizontal são empre- gadas em unidades geradoras de baixas potências. Por razões estruturais, entre outros aspectos, turbi- nas Francis de eixo vertical são empregadas em unidades geradoras de altas potências. Os tubos de sucção nas figuras dos Slides 51 e 52 do Item 3.1: Apresentação em Slides-Capítulo3-Item3.1- EME705T-Revisado-2020-1 são para turbinas de eixo vertical. Solução: A Figura 1 (que é a Figura 1.23 da “Coletânea de Desenhos Sobre MF”) representa um esquema de pequena central hidrelétrica (PCH) com turbina Francis (TF) de eixo horizontal. O tubo de sucção (TS) está indicado pela letra “M”. Observe que o TS é composto de uma curva de 90o de seção cons- tante (mesmo diâmetro interno) e de um difusor cônico de geratriz reta (o diâmetro interno aumenta desde a entrada até a saída). Observe também como está conectado o conduto forçado (indicado pela letra E) à caixa espiral da turbina (indicada pela letra I). A Figura 2 representa um esquema de TF de eixo horizontal com TS. Para efeito de ilustração, note que o conduto forçado, representado parcial- mente, está conectado à TF na parte superior da caixa espiral. Na Figura 3, a TF está sem o TS. UNIFEI Capítulo 3 Arquivo: G Pág.: IEM Elem. Hidromec e Cinem. APLICAÇÕES (Item 3.1) Data 21/04/2020 EME EME705T Aplicação 3.3 Documento 3.3 – EME705T – 2020-1 Waldir de Oliveira EME705T: Máquinas de Fluxo I – 2020-1 2/5 Figura 1 Esquema de uma Pequena Ventral Hidrelétrica (PCH) com turbina Francis Figura 2 Turbina Francis de eixo horizontal, portanto, com tubo de sucção Figura 3 “Turbina Francis” de eixo horizontal, sem tubo de sucção E S 2 Caixa Espiral S* Caixa de Sucção Hbr 1 2 * 2Sz z− E 2 S* * 2Sz z− *Sc DS* UNIFEI Capítulo 3 Arquivo: G Pág.: IEM Elem. Hidromec e Cinem. APLICAÇÕES (Item 3.1) Data 21/04/2020 EME EME705T Aplicação 3.3 Documento 3.3 – EME705T – 2020-1 Waldir de Oliveira EME705T: Máquinas de Fluxo I – 2020-1 3/5 Para efeito de comparação com esta aplicação (Aplicação 3.3), considere os dados do Exercício 12, porém, ao invés de ser dada a potência de eixo (Pe = 500 kW) é dada a altura de queda bruta, Hbr, calculada na Aplicação 1.3 (Documento 3 renomeado Documento 1.3) que resultou em Hbr = 64,1830⋅⋅⋅ m. Desta forma, a potência de eixo da turbina Francis será calculada para duas situações: (a) Turbina Francis com tubo de sucção (como é qualquer turbina hidráulica de reação) e (b) “Turbina Francis” sem tubo de sucção (turbina Francis indicada “entre aspas” é pelo fato de não incorporar o tubo de sucção, como nenhuma turbina hidráulica de reação deve ser). Lembre-se, do enunciado desta proposição (Aplicação 3.3), que todos os dados do Exercício 12 foram mantidos a fim de resolver o Item (b) acima, o que não é verdade, pois, as perdas na “turbina Francis” não são as mesmas, se o TS for retirado da turbina hidráulica de reação (assunto de EME803T: Máquinas de Fluxo II). Em qualquer das duas situações (Itens (a) e (b)), considere a Equação (1). As hipóteses para se aplicar tal equação já foram escritas na lousa em sala de aulas e também no Documento 1.1 (Aplica- ção 1.1). 2 2 *( ) ( ) 2 B A B A B A A B p p c cPe g z z Perdas m ρ → ⎡ ⎤− − − ± = + + − +⎢ ⎥ ⎣ ⎦ (1) (a) Turbina Francis com tubo de sucção Considere a Figura 1 e a Equação (1). Então, neste caso, A ≡ 1 e B ≡ 2, portanto um VC que a- brange toda a instalação com turbina hidráulica, incluindo, obviamente, a turbina Francis. Então, para MFM (turbina Francis: sinal +), tem-se, 2 2 *2 1 2 1 2 1 1 2 ( ) ( ) 2 p p c cPe g z z Perdas m ρ → ⎡ ⎤− − − + = + + − +⎢ ⎥ ⎣ ⎦ (2) 2 2 * * *2 1 2 1 2 1 1 2 ( ) 2 E E S S p p c cPe g z z Perdas Perdas Perdas m ρ → → → ⎡ ⎤− − − = + + − + + +⎢ ⎥ ⎣ ⎦ (3) Conforme a proposição do Exercício 12, foram dadas as perdas desde a seção E até a seção 2, logo, * * * E 2 2E S S Perdas Perdas Perdas → → → = + (4) Substituindo a Equação (4) na Equação (3), tem-se 2 2 * *1 2 1 2 1 2 1 2 ( ) 2 E E p p c cPe g z z Perdas Perdas m ρ → → ⎡ ⎤− − = + + − − −⎢ ⎥ ⎣ ⎦ (5) Considerando c1 ≅ 0, c2 ≅ 0, e sendo p1 = 0 e p2 = 0 (pressões relativas), a Equação (5) torna-se * *1 2 1 2 ( ) E E Pe g z z Perdas Perdas Qρ → → ⎡ ⎤ ⎢ ⎥= − − − ⎢ ⎥ ⎣ ⎦brH (6) Substituindo os valores fornecidos na proposição do Exercício 12 na Equação (6), e lembrando que * 1 E 1 E /Perdas Perdas g → → = e, portanto, * 1 E 1 E Perdas g Perdas → → = (Nota 2 do Documento 1.1 – página 1/4), e que Hbr = 64,1830⋅⋅⋅ m (valor dado no lugar de Pe = 500 kW), obtém-se UNIFEI Capítulo 3 Arquivo: G Pág.: IEM Elem. Hidromec e Cinem. APLICAÇÕES (Item 3.1) Data 21/04/2020 EME EME705T Aplicação 3.3 Documento 3.3 – EME705T – 2020-1 Waldir de Oliveira EME705T: Máquinas de Fluxo I – 2020-1 4/5 9,785(64,1380 ) 9,785 4,680 81,336 998,2 1 500.000 WPe ⎡ ⎤ ⎢ ⎥= ⋅⋅⋅ − × − × = ⎢ ⎥ ⎣ ⎦brH resultando = 500 kWPe (7) (b) Turbina Francis sem tubo de sucção Considere as Figuras 1, 2 e 3, e a Equação (1).Então, neste caso (“turbina Francis” sem tubo de sucção (TS)), A ≡ 1 e B ≡ S*. Veja também a Figura 3 (não há TS). Portanto, um VC que abrange a instalação com turbina incluindo a “turbina Francis” (desde 1 até S*). Então, para MFM (“turbina Francis”: sinal +), tem-se, 2 2 ** 1 * 1 * 1 1 * ( ) ( ) 2 S S S S p p c cPe g z z Perdas m ρ → ⎡ ⎤− − − + = + + − +⎢ ⎥ ⎣ ⎦ (8) 2 2 * ** 1 * 1 * 1 1 * ( ) 2 S S S E E S p p c cPe g z z Perdas Perdas m ρ → → ⎡ ⎤− − − = + + − + +⎢ ⎥ ⎣ ⎦ ou (9) 2 2 1 * 1 * 1 * 1 * ( ) 2 S S S E E S p p c cPe g z z Perdas Perdas m ρ → → ⎡ ⎤− − = + + − − −⎢ ⎥ ⎣ ⎦ (10) Considerando c1 ≅ 0 e sendo p1 = 0 e pS* = 0 (pressões relativas), a Equação (10) torna-se 2 * 1 * 1 * ( ) 2 S S E E S cPe g z z Perdas Perdas Qρ → → ⎡ ⎤ = − + − − −⎢ ⎥ ⎣ ⎦ O termo 1 *( )Sg z z− acima pode ser escrito na seguinte forma: 1 * 1 2 * 2( ) ( ) ( ) brH S Sg z z g z z g z z− = − − − (11) Substituindo (11) em (10), tem-se O valor numérico da altura de queda bruta pedida no Exercício 12 (Hbr = 64,1830⋅⋅⋅ m) deve ser armazenado numa memória da calculadora (se o valor foi obtido de calculadora). Se tal valor fosse “arredondado”, por exemplo, com duas casas decimais ou mesmo com três algarismos significativos, como na resposta (Hbr = 64,2 m) referente ao Documento 1.3, não será encontrado o valor Pe = 500 kW, que é o dado do Exercício 12. Se fosse usado o valor de Hbr = 64,2 m, encontraria Pe ≅ 500,165 kW. Parece não ser nada, mas pode ser muito! Pe está relacionada à Pel e ao preço do kWh. Se duvidar, veja o número de casas decimais no preço do kWh da sua conta de energia elétrica. Arredonde-o, por exemplo, para 2 casas decimais e compare o resultado para contas de energia elétrica durante um ano. UNIFEI Capítulo 3 Arquivo: G Pág.: IEM Elem. Hidromec e Cinem. APLICAÇÕES (Item 3.1) Data 21/04/2020 EME EME705T Aplicação 3.3 Documento 3.3 – EME705T – 2020-1 Waldir de Oliveira EME705T: Máquinas de Fluxo I – 2020-1 5/5 2 * 1 2 * 2 1 * ( ) ( ) 2 br S S E E H S cPe g z z g z z Perdas Perdas Qρ → → ⎡ ⎤ ⎢ ⎥= − + − − − − − ⎢ ⎥ ⎣ ⎦ ou 2 * 1 2 * 21 * ( ) ( ) 2 br S SE E H S cPe g z z Perdas Perdas g z z Qρ → → ⎡ ⎤ ⎢ ⎥= − − − − − − ⎢ ⎥ ⎣ ⎦ (12) Mas, pela equação da continuidade, obtém-se 2 * * * * * 2 * 4 4 S S S S S S D QQ A c c c D π π = = ∴ = (13) Substituindo os valores na Equação (13), obtém-se * 2 2 * 4 4 1 20,3718 m / s 0, 25S S Qc Dπ π × = = = ⋅⋅⋅ × (14) Observação: A velocidade do escoamento, cS*, quando o tubo de sucção (TS) foi retirado de turbinas hidráuli- cas de reação, é aproximadamente a velocidade na saída do rotor que é responsável pela energia ciné- tica da água ao sair do rotor. Se não há TS, essa energia cinética é perdida (não se recupera tal energi- a). Mas se há TS, grande parte dessa energia cinética é convertida em energia de pressão no tubo de sucção, aumentando a diferença de pressões entre a entrada e a saída da turbina, resultando em um maior aproveitamento da altura de queda bruta disponível, como foi explicado na Aplicação 3.1 do Documento 2.1. Admitindo-se que * 81,336 J / kg E S E S Perdas Perdas → → = = (mas não é o mesmo valor, como foi salienta- do anteriormente) e que * 2 1,5 mSz z− = (valor dado), tem-se de (12) e (14), o seguinte: 2 628,0314 45,7938 14,6775 207,5057 (20,371 )9,785 64,1830 9,785 4,680 81,336 9,785 1,5 2 998,2 1 278.718,3388 W Pe ⋅⋅⋅ ⋅⋅⋅ ⎡ ⎤ ⎢ ⎥ = × − × − − − × ×⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎣ ⎦ × = Então, o valor de Pe, em kW, com três algarismos significativos é Pe = 279 kW (15) Nota: Comparando a Equação (6), com o TS, com a Equação (12), sem o TS, observa-se dois termos na Equação (12), com sinais negativos, que fazem diminuir a potência de eixo da turbina. Um termo é o da energia cinética por unidade de massa ( 2* / 2Sc ) e o outro é o da energia potencial por unidade de massa ( * 2( )Sg z z− ). Sem o TS, além de não converter 2 * / 2Scρ em energia de pressão, também não se aproveita a altura * 2( )Sz z− que é parte integrante da altura de queda bruta, Hbr. Observa-se também que, sem o TS, se produz apenas em torno 44% da Pe com o TS.
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