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Robótica Introdução A designação robótica industrial surge do estudo dos manipuladores robóticos que são usualmente conhecidos por robôs industriais. A disciplina tem como principal objetivo o de dar formação sobre os princípios da manipulação robótica e sua fundamentação matemática Origem do termo 'robô' O termo eslavo Robota significa trabalhos forçados ou escravos, e teve a sua primeira divulgação numa peça de 1921 do escritor theco Karel Čapek. Um exemplo contemporâneo dessa realidade foi dado pela contribuição do grande escritor de ficção Isaac Asimov, que chegou a definir as Leis da Robótica por volta de 1950: Leis da robótica 1ª Lei: Um robô não pode maltratar um ser humano, ou pela sua passividade deixar que um ser humano seja maltratado. 2ª Lei: Um robô deve obedecer às ordens dadas por um ser humano, exceto se entrarem em conflito com a 1ª lei. 3ª Lei: Um robô deve proteger a sua própria existência desde que essa proteção não entre em conflito com a 1ª ou 2ª lei. Definições de Robô Texto da FAQ comp.robotics "Dispositivos eletromecânicos pré-programáveis para execução de uma variedade de funções." Dicionário Webster: "Dispositivo automático que executa funções normalmente atribuídas a humanos ou uma máquina com a forma de um humano.“ Em 1986, P. McKerrow propôs para robô a seguinte definição: "Um robot é uma máquina que pode ser programada para fazer uma variedade de tarefas, do mesmo modo que um computador é um circuito eletrônico que pode ser programado para fazer uma variedade de tarefas." The Robot Institute of America “Um robot é manipulador multi-funcional, programável, projectado para mover materiais, componentes, ferramentas ou dispositivos especiais através de movimentos programáveis variáveis para a execução de uma variedade de tarefas Dicionário Aurélio Associação das Industrias de Robótica (RIA – EUA) Um robô industrial é um manipulador programável, multifuncional, projetado para mover materiais, peças, ferramentas ou dispositivos especiais em movimentos variáveis programados para a realização de uma variedade de tarefas. Objetivos da Robótica Abaixo estão enunciados apenas alguns dos principais objetivos da robótica: Aumento da produtividade através da otimização da velocidade de trabalho do robô e a conseqüente redução de tempo na produção; Otimização do rendimento de outras máquinas e ferramentas alimentadas ou auxiliadas por robôs; Diminuição dos prazos de entrega de produtos; Realização de trabalhos não desejados, tediosos (alimentar máquina-ferramenta) ou perigosas e hostis (ambientes com temperaturas elevadas e presença de materiais tóxicos, inflamáveis e radioativos). Quando utilizamos os Robôs Os primeiros robôs industriais começaram a ser comercialmente utilizados com o objetivo de se substituir o ser humano em tarefas em que ele o ser humano, não poderia realizar, por causa de suas próprias limitações físicas ou por envolverem condições desagradáveis ou extremas tipicamente contendo: Calor excessivo Ruído elevado e constante Gases tóxicos e ou poeira Risco de contaminação química ou radioativa Esforços físicos extremos e continuado, Tarefas que exigem vários movimentos simuntâneos; Operações requerem grandes precisão na sua execução; Necessidade de uniformidade na produção Trabalhos monótonos repetitivos “chatos” Risco de morte Limitações de custo O maior fator que impede a adoção em massa de robôs nas industrias é o seu alto custo. O tempo que se leva para se recuperar o investimento em um robô, depende dos custos de compra, instalação e manutenção, além do treinamento e qualificação de funcionários e operários. Este tempo não é fixo e depende da fábrica ou industria onde o Robô será instalado e sua aplicação. Devemos considerar as seguintes condições. Numero de empregados substituídos pelo robô Numero de turnos por dia Produtividade comparada a seu custo Custo de projeto e manutenção Custo dos equipamentos periféricos Enfim: a sua relação custo/benefício Gerações (cronologicamente) 1ª-Robôs executores (playback) - repetem uma seqüência de instruções pré-gravada como a pintura ou soldadura. 2ª-Robôs controlados por sensores - possuem malhas fechadas de realimentação sensorial. Tomam decisões com base nos sensores. 3ª-Robôs controlados por visão - a malha fechada de controle inclui um sistema de visão (imagem que é processada) 4ª-Robôs com controle adaptativo - o robô pode reprogramar as suas ações com base nos seus sensores. 5ª-Robôs com inteligência artificial - usa técnicas de inteligência artificial para tomar as suas decisões e até resolver problemas Classificação de Robôs (Gerações - em termos de realizações de tarefas) 1ª Geração: essas máquinas geralmente não são programáveis. Trata-se de um servomecanismo. Um sistema que atua sob o comando do homem. Por exemplo um braço de um pequeno submarino de exploração oceânica. 2ª Geração: essa máquinas são programáveis e executam tarefas repetitivas, que exigem precisão de movimentos, normalmente com ferramentas pesadas, e em ambientes insalubres ao ser humano. Este é o tipo de robô mais encontrado na indústria, e um exemplo clássico é o robô soldador de carrocerias de veículos. 3ª Geração: essas unidades são as mais raras, e de aplicação bem específica. O robô de terceira geração, alem de possuir um programa residente, é equipado com ferramentas de softwares capazes de atribuir à máquina um poder de decisão. Um robô de exploração espacial, por exemplo deve decidir diante de um obstáculo se o melhor caminho e para direita ou para esquerda. Classificação de Robôs (Nível de inteligência do controlador (pela JIRSA)) Dispositivos manuais - operados por pessoas Robôs de seqüência fixas Robôs de seqüência variáveis - onde o operador pode mudar a seqüência com facilidade. Robôs executores (playback) - onde o operador humano guia o robô a executar uma tarefa fixa. Robôs controlados numericamente - o operador fornece apenas o programa do movimento, em vez de o ensinar manualmente Robôs inteligentes - percebem e interagem com alterações no ambiente. Classificação de Robôs (Nível de controle dos programas no controlador) Inteligência artificial - instruções de alto nível que serão decompostas pelo sistema em funções de mais baixo nível. Modo de controle - os movimentos do sistema são modelizados incluindo as interações dinâmicas entre os diferentes mecanismos. As trajetórias são planejadas à partida, bem como os pontos de contacto com os elementos a trabalhar (manipular). Deste modelo é formulada uma estratégia e os comandos de controle são enviados para próximo nível mais baixo. Servo-sistema - os atuadores controlam os parâmetros do dispositivo usando os dados sensoriais nas malhas de controle. HISTÓRICO 1801 – Tear Jacquard 1946 - George Devol: Dispositivo controlador 1959 – Primeiro robô comercial (Planet Corporation). Controlado por chaves e cames; 1960 – Primeiro Robô Unimate. Usava comando numérico programável; 1976 – Robo T3 da Cincinnati Milacron controlado por computador 1982 – Robô RS-1 da IBM programado em linguagem AML 1997 – A Honda anuncia o primeiro robô humanóide que sobe escadas. 2000 – Milhares instalados em fábricas e usados para entretenimento Ficção Científica 1817 – Frankenstein de Mary Shelley; Anos 20 – karel Chapek: peça tcheca Robôs Universais de Rossum. Introduziu o termo Robota (tcheco) 1939 – Isaac Asimov. Introduziu o termo robótica e criou várias estórias sobre robôs; 1968 – 2001: Uma odisséia no espaço – HAL computador altamente inteligente; 1977 – Guerra nas estrelas – robô humanóide R2D2 e C3PO Categoria de Robôs As três categorias principais de robôs são ROBÔ FIXO – Também chamado de Braço Mecânico, é montado sobre uma basea qual lhe serve de sustentação física e de referência de movimentos. É o tipo mais comum de Robô e o mais usado em aplicações industriais; ROBÔ MÓVEL – Também chamado de Carro ou AGV (Automatically Guided Vehicle = Veículo Guiado Automaticamente), pois pode se locomover com certa autonomia obedecendo a um controle. ROBÔ HUMANÓIDE - Também chamado de andróide por seu aspecto humano: anda sobre duas pernas (o que permite subir e descer escadas), possui dois braços (o que permite manipular objetos da mesma maneira que o ser humano) e tem dois sistemas de captação de imagem na parte frontal da cabeça (o que lhe dá visão estéreo e o mesmo ponto de vista de um ser humano). Por estas características pode substituir um ser humano sem necessidade de adaptação do ambiente. Elementos principais de um manipulador (ou robô industrial) Braço e punho (arm-wrist) O braço é a parte do manipulador que está normalmente associada ao posicionamento (x, y, z) no espaço físico cartesiano, ou operacional. O punho afeta essencialmente a orientação (θ,φ,ψ) da garra, pinça ou outros end-effector. Todavia, é muito comum que haja efeitos cruzados – o braço afetar também a orientação e o punho, afetar a posição cartesiana. Estes componentes de um manipulador são constituídos por partes rígidas, os elos (links), ligadas entre si pelas juntas (joints) Controlador Unidade capaz de gerar informação de ativação de um ou mais atuadores com base num algoritmo de controle. Os algoritmos mais comuns recorrem ao chamado controle PID (proporcional-integral-diferencial) Atuadores Dispositivos que geram e impõem movimento a uma qualquer parte mecânica pelo desenvolvimento de forças e binários baseada num princípio físico de conversão de energia. Podem ser, por exemplo, motores elétricos, cilindros hidráulicos, ou pneumáticos, eletro-magnéticos, etc. Têm muitas vezes associados elementos adicionais de transmissão mecânica. Sensores Elementos destinados à medição do estado interno do manipulador bem como à percepção do ambiente exterior. Principais tipos de sensores usados num manipulador: codificadores, fins-de-curso, sensores de força, detectores de proximidade capacitivos e indutivos, etc. Fazem a percepção. Tipos de Automações Aplicações de Robôs: Diversas são as razões para se utilizar o robô na indústria. A seguir daremos alguns exemplos e as vantagens e desvantagens na sua aplicação. Aplicações de robôs Abastecimento de prensas Características da tarefa: Perigo (peças e partes em movimento contínuo); Manipulação de cargas pesadas; Barulho elevado; Atividade monótona. Manipulação de Moldes Características da tarefa: Operação com máquinas injetoras; Perigo (temperaturas elevadas). Abastecimento de Máquinas Ferramenta Características da tarefa: Operação de máquinas operatrizes; Otimização do tempo; Necessidade de sincronismo (máquina e robô). Solda Ponto Características da tarefa: Dificuldade de solda (qualidade); Atividade monótona; Alta precisão (o eletrodo deve ficar perpendicular às peças); Perigo (faíscas); Barulho elevado. Solda Elétrica Características da tarefa: Dificuldade da solda (qualidade); Atividade monótona; Alta precisão (movimento em velocidade constante ao longo do contorno da peça); Perigo (temperatura e faíscas); Barulho elevado. Pintura Spray Características da tarefa: Perigo (ar poluído com tinta); Precisão (qualidade e uniformidade da pintura). Montagem Características da tarefa: Aplicação complexa para os robôs, pois exige grande flexibilidade; Troca automática do atuador final, para lidar com peças de tamanhos e formas variadas; Detecção de impacto e controle de força; Utilizado na manipulação de elementos delicados; A integração humana é necessária. Acabamento Características da tarefa: Lixar, polir e retificar superfícies; Rebarbar moldes e peças; Necessidade de movimentos constantes para o acabamento ser homogêneo; Atividade monótona; Perigo (poeira). Componentes Braço mecânico O braço mecânico é constituído por juntas e elos (joints and links). Os elos são usualmente blocos alongados rígidos, e são ligados uns aos outros através das juntas. Os elos podem variar a sua posição relativa e estão normalmente associados em série. Existem varias combinações de elos e juntas de acordo com as aplicações. Ponta ou Garra (End-effector) Componente ligado à extremidade do braço, isto é, ligado ao último elo do manipulador, e que tem funções adicionais (agarrar ou prender um objeto, ou ainda um dispositivo com funções adicionais mais específicas). A ponta ou end-effector pode ser do tipo garra (gripper) ou uma ferramenta (tool). Garras Garras - Ferramentas Solda; Corte jacto de água; Furador; Polidor; Pintura; Aplicadores de cola; Atuadores Tipos de Atuação Direta - O elemento móvel do atuador é acoplado à junta diretamente. Indireta - o elemento móvel do atuador é acoplado à junta mediante um sistema de transmissão. Sensor de posição Potenciômetros, V0 ( t ) = K θ ( t ) Controlador O controlador é o componente que determina e, freqüentemente, monitora o movimento de cada junta. Geralmente o controlador faz outras operações relacionadas com a aplicação. A operação fundamental é a função de controle em cada junta, isto é, o processo pelo qual se procura que os elos/juntas fiquem posicionados ou tenham o movimento desejado numa dada tarefa a cumprir. Esse processo tem de verificar e corrigir os problemas decorrentes de ações de um certo atuador quando não é alcançado os efeitos desejados, ou seja, terá de haver um controle em malha fechada ou chamado controle realimentado. Note-se porém que há sistemas (normalmente didático) onde o controle é feito em malha aberta. Isso quer que os atuadores são acionados e que se espera que cumpram exatamente o previsto. Isso é possível em certa medida com motores passo-de-passo. Tipos de Juntas As juntas são essencialmente de dois grandes tipos: • As prismáticas (P) onde o movimento relativo dos elos é linear • As rotacionais (R) onde o movimento relativo dos elos é rotacional. • Existe ainda um terceiro tipo de junta designada por esférica (S) que no fundo é a combinação de três juntas rotacionais com o mesmo ponto de rotação. Graus de Liberdade e graus de Mobilidade Graus de liberdade (degrees-of-freedom - DOF) é o número total de movimentos independentes que um dispositivo pode efetuar. Um cubo no espaço a 3 dimensões pode deslocar-se ao longo dos três eixos, e também rodar em torno de cada um deles, dando assim um total de 6 graus de liberdade para a sua movimentação. Algo diferente são os graus de mobilidade, associados ao número de juntas existentes. Um exemplo comum desta diferença são os tripés: na verdade em cada pé temos várias juntas prismáticas que afeta o mesmo o mesmo movimento, isto é ao longo daquele eixo em particular. Se em cada pé houver 3 juntas, teremos um tripé com 3 graus de liberdade mas 9 graus de mobilidade. Exemplos de graus de liberdade necessários para certas tarefas: Graus de Liberdade e graus de Mobilidade Cada braço humano, excluindo a mão e os dedos dispõe de 7 graus de liberdade Workspace e Tipos de Manipuladores Quando se classifica um robô pela sua estrutura cinemática, isto é pelo seu espaço de trabalho temos 5 categorias: Cartesiana (PPP) Cilíndrica (RPP) Esférica (RRP) Articulado horizontal ou SCARA (RRP) Articulado vertical ou antropomórfico (RRR) Representação e arranjo cinemático Freqüentemente, em diversa literatura existe uma simbologia própria para representar de uma forma padrão um manipulador e as suas juntas. A seguir ilustra-se um caso para um manipulador RRP e mais uma junta esférica. Bibliografia Introduction to Robotics – P. McKerrow,Addison-Wesley, 1993. Robotics: Control, Sensing, Vision, and Intelligence – K. Fu, R. Gonzalez, C. Lee, McGraw-Hill, 1987. Modeling and Control of Robot Manipulators – L. Sciavicco, B. Siciliano, McGraw-Hill, 1996. Robot Manipulators: Mathematics, Programming, and Control – R. Paul, MIT Press, 1981. Introduction to Robotics: Mechanics and Control – J. Craig, Addison-Wesley, 1989. Fundamentals of Robotics: Analisys & Control – R. J. Schilling, Prentice-Hall, 1990. Industrial Robotics: Technology, Programming, and Applications – M. P. Grover et al., McGraw-Hill, 1986. Mechanics and Control of Robots – K. Gupta, Springer Verlag, 1997. Industrial Robotics Handbook – V. Hunt, Industrial Press Inc., 1983.
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