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30 Unidade II Unidade II 3 ESCALA, COTA E INDICAÇÃO GRÁFICA 3.1 Escala A escala é a representação gráfica entre a dimensão do desenho e a dimensão real do objeto. A escala permite a correta informação do objeto representado pelo desenho. A escolha da escala é importante para demonstrar com clareza todos os detalhes do objeto ou projeto e definir o tamanho da folha (tabela a seguir). Tabela 3 – Escalas, natural, ampliação e redução Natural Ampliação Redução 1:1 10:1 1:10 50:1 1:50 75:1 1:75 100:1 1:100 A NBR 8196‑0 fixa as condições para o emprego de escalas e suas designações em desenhos técnicos. A denominação completa de uma escala deve consistir na palavra escala, seguida da indicação da relação: a) escala 1:1 – escala natural; b) escala x:1 – escala de ampliação (x>1); c) escala 1:x – escala de redução (x<1). O instrumento de desenho para identificar a escala é o escalímetro, que é uma régua graduada na unidade de medida em metros, indicado ao lado de cada graduação. Na figura a seguir, a escala 1:100 significa que cada 1 unidade do desenho corresponde a 100 unidades reais. Em medidas, 1 cm no desenho corresponde à medida real de 100 cm ou 1 metro. 31 TÓPICOS DE DESIGN DE INTERIORES 1.00 m 1.00 m 1.00 m Escala 1:100 Escala 1:50 Escala 1:20 Figura 22 – Medida de 1 metro reduzida nas escalas 1:100/1:50/1:20 As escalas mais utilizadas no design de interiores são 1:100; 1:50; 1:75 e 1:20, dependendo da complexidade do projeto ou objeto a ser representado. A seguir um exemplo em linha reta que representa a medida real de 1 m (metro) nas seguintes escalas. Escala 1:100 Escala 1:75 Escala 1:50 Escala 1:25 Escala 1:20 Figura 23 – Escala de desenho técnico Exercícios 1) Para iniciar os desenhos, primeiro escolha a folha A3. Conforme a norma NBR 10068, utilizando o escalímetro e a lapiseira correta, faça margem e legenda ou carimbo. • Folha: A3. • Escala: 1:100. • Lapiseira: 0,5 mm. • Margem da esquerda: 2,5 e margem da direita, inferior e superior: 0,7. • Legenda ou carimbo: utilizar o exemplo desta edição. 2) Desenhe uma linha horizontal com 2 metros de comprimento nas seguintes escalas: • Escala 1:100. • Escala 1:75. 32 Unidade II • Escala 1:50. • Escala 1:20. 3) Desenhe um quadrado com dimensões de 2,0 x 2,0 nas seguintes escalas: • Escala 1:100. • Escala 1:75. • Escala 1:50. • Escala 1:20. 4) Desenhe um retângulo com dimensões de 1,0 x 2,50 na escala 1:20. 5) Desenhe um triângulo com dimensões de 1,0 x 2,0 na escala 1:50. 6) Desenhe um círculo com diâmetro de 4,0 na escala 1:75. Saiba mais Todo desenho técnico possui escala de representação do objeto ou projeto real. Sugestão de leitura a seguir: CHING, F. D. K.; JUROSZEK, S. P. Representação gráfica para desenho e projeto. Barcelona: GG, 2001. 3.2 Cota Conforme a NBR 10126, o princípio geral de cotagem aplicado aos desenhos técnicos é uma representação gráfica do dimensionamento do elemento, com linhas, símbolos, nota e valor numérico. A representação dos limites da cota pode ter variações, como seta, ponto e ticks a 45°, mas deve‑se adotar um único estilo para todo desenho. A cotagem descreve de forma clara e concisa o desenho. Ela deve ser utilizada com a mesma unidade para todas as cotas. Inicia‑se a cota de fora para dentro, para que as maiores dimensões fiquem mais distantes do desenho. Evite a duplicação de cotas e cotar o desenho de forma necessária. É necessário evitar o cruzamento de linhas auxiliares com linhas de cotas e linhas de desenho. A cota pode ser indicada ao lado da linha de extensão quando for pequena. A linha auxiliar da cota não deve estar junto ao desenho, para não constar como continuidade deste. A cota nos desenhos de corte 33 TÓPICOS DE DESIGN DE INTERIORES deve ser cotada somente na vertical. As linhas de cota precisam ter uma distância uniforme entre si (10 mm), como pode ser visto nas figuras a seguir. Os elementos gráficos para a representação da cota são: • linha de cota; • linha auxiliar; • limite da linha de cota (traço oblíquo ou seta); • valor numérico (em metros) da cota (cota). 1,0 1,0 1,01,0 1, 0 1, 0 Linha de cota Limite da linha de cotaCota Linha auxiliar 1, 0 1, 0 Figura 24 – Cotagem em objeto 2,001,003,00 Figura 25 – Cotagem de projeto 1,0 0,7 Figura 26 – Cotagem de janela e porta 34 Unidade II A cota de nível é sempre em metros na planta baixa e no corte. A indicação do nível no corte sempre terá a marcação do nível em osso (N.O.) e nível acabado (N.A.). O nível em osso é o piso sem acabamento, no contrapiso ou concreto. Quando acabado, é o piso com a instalação do acabamento (exemplo: piso cerâmico, piso de madeira, piso de carpete, entre outros). Existe diferença de nível de piso, mesmo com acabamento no mesmo ambiente. Por exemplo, no banheiro: o piso do banheiro acabado é de + 15,00 e dentro da área do chuveiro é de + 12,00 . Isso ocorre porque o piso da área do chuveiro é mais baixo, para que a água não corra em toda a extensão do piso do banheiro, mas seja direcionada para o ralo que existe na área do chuveiro (figura a seguir). Figura 27 – Cota de nível – planta e corte 3.3 Indicação gráfica O desenho técnico sempre terá indicações gráficas que são informações com representação de desenho e escrita, sendo que algumas são obrigatórias. Como exemplo, temos a representação do norte magnético em planta de um projeto arquitetônico. N NM N N – norte verdadeiro NM – norte magnético Figura 28 – Tipos de representação gráfica de norte Também faz parte da indicação gráfica o título abaixo de cada desenho com a respectiva escala quando houver mais de um desenho, com escala igual ou diferente, na mesma folha (figura a seguir). 35 TÓPICOS DE DESIGN DE INTERIORES Planta – Térreo Escala 1:50 Figura 29 – Título do desenho A seguir, temos a representação gráfica com indicação de texto (figuras na sequência). Tinta acrílica fosca Figura 30 – Linha de chamada – detalhe da construção Acesso principal Figura 31 – Indicação gráfica dos acessos – símbolos Rampa 8% Figura 32 – Indicação gráfica do sentido ascendente Na sequência, a representação gráfica de figura humana e vegetação. Planta Vista frontal Vista lateral Figura 33 – Figura humana 36 Unidade II Planta Vista Figura 34 – Figura de árvores Hachuras são linhas e pontos utilizados no desenho, de forma sobreposta ou paralela, com direção e densidade, para representar uma superfície, tipo de material ou texturas (figuras a seguir). Hachura paralela vertical Hachura paralela horizontal Hachura cruzada Hachura pontilhismo Figura 35 – Hachuras diversas 37 TÓPICOS DE DESIGN DE INTERIORES Concreto em vista Concreto em corte Mármore / Granito em vista Mármore / Granito em corte Madeira em vista Madeira em corte Textura Compensado de madeira em corte Aço em corte Pedra irregular em vista Filete de pedra em vista Lasca de madeira em vista Textura Textura Figura 36 – Hachuras diversas Exercícios 1) Desenhe um quadrado com dimensões de 2,5 x 2,5 na escala 1:50 e faça cotas. 2) Desenhe um retângulo com dimensões de 1,30 x 3,70 na escala 1:75 e faça cotas. 3) Desenhe um triângulo com dimensões 5,0 x 7,0 na escala 1:100 e faça cotas. 4) Desenhe um círculo com diâmetro de 1,50 na escala 1:20 e faça cotas do círculo e do raio. 5) Desenhe um quadro 1,00 x 1,00 na escala 1:25 e faça hachura paralela na vertical. 6) Desenhe um quadro 1,00 x 1,00 na escala 1:25 e faça hachura paralela na horizontal. 7) Desenhe um quadro 1,00 x 1,00 na escala 1:25 e faça hachura paralela cruzada. 8) Desenhe um quadro 1,00 x 1,00 na escala 1:25 e faça hachura pontilhismo. 9) Desenhe uma forma humana em planta e vista, sem escala. 10) Desenhe uma árvore da sua rua em planta e vista, sem escala. 38 Unidade II Saiba mais Todo desenho técnico possui informações e indicações para melhor compreensão do projeto ou objeto. Para mais informações acerca do assunto, leia: SARAPKA, E. M. et al. Desenhoarquitetônico básico. 1. ed. São Paulo: Pini, 2010. 4 DESENHO DE EDIFICAÇÃO 4.1 Planta de edificação A representação gráfica de uma edificação é descrita por meio do sistema ortogonal (ângulo reto), método bidimensional. A terminologia arquitetônica é a planta, mas a representação é desenhada ortogonalmente na escala 1:100 ou 1:50 em projeto residencial (YEE, 2009). A NBR 6492 define a planta como um corte horizontal a uma altura de 1,50 metros do piso como referência, passando por todos os ambientes que compõem o projeto e que identificam os vãos, como porta, janela e elementos de estruturas como pilares ou colunas e paredes. A altura do plano de corte para a planta pode variar entre 1,20 e 1,80 metros a partir do piso conforme a importância dos elementos construtivos a serem mostrados no desenho. Na edificação que possui mais de um pavimento é necessário desenhar a planta de cada pavimento distinto, como a planta do subsolo, do térreo, do pavimento tipo e de cobertura. A planta do pavimento tipo será representada apenas uma única vez, porque se entende que os outros pavimentos serão iguais. Outro ponto importante é a utilização da denominação correta no projeto, como piso e pavimento, não podendo ser empregada a terminologia andar. O correto será sempre planta do pavimento térreo (1º pavimento) ou planta da sobreloja ou também se pode utilizar a denominação do número – nos subsolos 1, 2, 3, 4 no sentido de quem desce. Para melhor entendimento, segue o desenho da edificação residencial em perspectiva isométrica explodida e uma seção horizontal com altura de 1,50 metros. A planta é a vista inferior do desenho. 39 TÓPICOS DE DESIGN DE INTERIORES Planta de cobertura Perspectiva isométrica explodida Planta Figura 37 – Planta residencial sem escala e cotas 4.2 Planta de cobertura A planta de cobertura é representada por um plano horizontal, bidimensional, e é a vista superior do telhado. A indicação gráfica e a porcentagem de inclinação devem estar presentes no desenho para indicar o tipo de fechamento da cobertura, que pode ser laje, telhas cerâmica, de concreto, de alumínio, entre outros. O desenho da planta de cobertura é efetuado com linhas cheias e contínuas, e a linha tracejada indica a projeção do limite da edificação residencial (figura a seguir). 40 Unidade II Telhado incl. 30% Laje incl. 5% Telhado incl. 30% Figura 38 – Planta de cobertura sem escala e cotas Lembrete O desenho arquitetônico técnico utiliza‑se de indicação gráfica, como setas, para identificar o sentido do elemento arquitetônico e o sentido da vista que o desenho está representando. 4.3 Cortes Os cortes são resultados de um plano vertical, seccionando a construção de forma longitudinal e transversal, dividindo‑a em duas partes. O corte revela a estrutura como paredes, piso, laje e cobertura (em escala 1:100, pode ser representado com linha cheia, sólida, mas caso utilize escalas, como 1:50/1:75 ou 1:20, terá que ser desenhado com linhas de contorno e acabamento para identificação dos diferentes materiais). As linhas visíveis mostram os elementos construtivos, como portas, janelas e equipamentos fixos (sanitários, lavatórios, bancadas de cozinha, tanque, entre outros). O posicionamento do corte na planta possui variações e quantidades que são determinadas pelo projetista e pela complexidade do projeto (figuras a seguir). 41 TÓPICOS DE DESIGN DE INTERIORES Corte transversal Figura 39 – Corte transversal sem escala e cotas Corte longitudinal Figura 40 – Corte transversal sem escala e cotas 4.4 Fachadas As fachadas ou vistas externas da construção são imagens projetadas sobre um plano vertical. Sua representação apresenta as relações entre os elementos da edificação, como volume, escala, proporção e dimensionamento de portas, janelas pilares ou colunas, além de materiais de acabamento ou textura da construção, como madeira, pedra e tijolo. A NBR 6492 define que as fachadas são os quatro lados da edificação, os quais são identificados como fachadas frontal, posterior, lateral direita e lateral esquerda (figuras a seguir). 42 Unidade II Fachada frontal Figura 41 – Fachada frontal sem escala Fachada lateral esquerda Figura 42 – Fachada lateral esquerda sem escala 4.5 Elementos construtivos e sua representação Os elementos construtivos são todos os materiais e equipamentos existentes em uma construção. Paredes, telhado e elementos estruturais (porta, janela, portão, pilar, viga etc.); piso e componentes (escada, rampa, tipos de acabamentos); equipamentos fixos (sanitário, bidê, lavatório, ducha higiênica, chuveiro, bancada de cozinha, pia, tanque, lareira, armário embutido etc.); elementos que fazem parte da construção que não se vê (tubulação de água e esgoto, conduites, fios e cabos elétricos, dutos de ventilação, caixa d´água etc.). 43 TÓPICOS DE DESIGN DE INTERIORES 4.5.1 Parede A parede é o fechamento de uma edificação, geralmente em alvenaria, e sua representação na planta e no corte são com linhas paralelas na escala 1:50 e 1:20. Também podem ser preenchidas de cor sólida (preta) em escala 1:100, 1:125, por exemplo (figura a seguir). Figura 43 – Representações gráficas de parede Na planta, pode aparecer uma mureta com tamanho menor que 1,50 metros de altura; consequentemente, será representada em vista, com linha de espessura mais fina (figura na sequência). Parede Mureta Linha 0,5 Linha 0,5 Linha 0,7 Figura 44 – Representação de espessura de linha para planta e vista A parede pode ser realizada com diversos materiais de fechamento ou de acabamento (figura a seguir). 44 Unidade II Concreto com borda Tijolo aparente Concreto ou estuque Tábua com sarrafo aparente ou invertida Bloco de concreto Tábua vertical Pedra com forte irregular Placa de compensado Pedra com forte acabado Tábua opaca Pedra com forte uniforme Tábua sobreposta Figura 45 – Tipos de representação em vista de parede As cores cinza, vermelha e amarela são utilizadas em projetos de reforma em uma edificação, conforme a NBR 16280: reforma em edificações – sistema de gestão de reformas – requisitos. As edificações cumprem funções de serviço definidas em projeto. Contudo, ao longo do tempo de serviço, existirão necessidades de ajustes, adequações a novas demandas e até mesmo recuperação de suas propriedades técnicas. Na representação gráfica de um projeto de reforma e/ou ampliação de uma edificação, é muito importante diferenciar o que é existente, o que será demolido e o que será construído. A representação gráfica ou convenção utilizando cores para indicar no projeto de uma edificação existente que esta terá modificações ou ampliações de um projeto de reforma sempre será indicada no desenho arquitetônico técnico e com legendas da representação utilizada (figura a seguir). a permanecer (projeção) a construir (projeção) a demolir (projeção) a permanecer a construir a demolir a permanecer (vista) a construir (vista) a demolir (vista) a construir (laje ou mureta) a demolir (laje ou mureta) Figura 46 – Representação gráfica para projeto de reforma 45 TÓPICOS DE DESIGN DE INTERIORES Saiba mais MONTEIRO, G. A. Desenho arquitetônico. 4 ed. São Paulo. São Paulo: Edgard Blucher Ltda, 2001. p. 139‑140. 4.5.2 Pisos Em uma edificação existem ambientes com funções específicas, como área social, íntima, de serviço, de circulação e de lazer. Os pisos seguem a função do ambiente e o estilo da decoração. Na representação de pisos deve ser observado o início e o término, porque é preciso ter o cuidado de iniciar um ambiente com o piso inteiro e os recortes sempre em área que possui equipamentos fixos para ter um bom acabamento. No desenho de paginação de piso é importante ter o símbolo, a seta, que indicará o início e o sentido do piso que será instalado. O elemento de acabamento de porta, a soleira, sempre estará na porta de entrada e saída da edificação. O filete, quando utilizado dentro da edificação,será na mudança de tipo de piso (figura a seguir). Piso cerâmica: pode ser utilizado em todas as áreas da edificação Piso cerâmica: instalação na diagonal, muito utilizado em ambientes com dimensões variadas. Piso com tipos de materiais: a borda pode ser de pedra (granito ou mármore), madeira, cimento queimado e no centro ser cerâmica ou pedra. Piso cerâmica: dimensão pequena ou pastilha, pode ser utilizado em ambientes pequenos ou específicos, como piscina, sauna, faixa ou em detalhes. Piso de madeira: geralmente sua instalação é de macho/ fêmea, para o melhor travamento. Figura 47 – Desenho de piso 46 Unidade II Observação O desenho da paginação de piso deve seguir o tamanho correto do piso especificado e com a indicação da instalação. 4.5.3 Portas e janelas No desenho técnico, as portas e janelas são representadas com nível de detalhamento compatível com a escala do desenho. A representação na escala 1:50 é na planta, com corte e vistas ou fachadas, e deve ter marcos e folhas (porta: batente, guarnição e folha; janela: caixilho e folhas). No desenho de vista é indicado o sentido de abertura da janela e da porta (figuras a seguir). Planta — Porta de abrir — Pivotante — Correr com trilho — Vai‑e‑vem — Correr — Sanfonada Planta Planta Planta Planta Planta Folha da porta Parede Batente Projeção da abertura Planta — Porta de abrir Vista – Porta de correr Vista – Porta sanfonada Vista – Porta de abrir Figura 48 – Desenho de porta – planta e vista sem escala 47 TÓPICOS DE DESIGN DE INTERIORES Planta Basculante 1 folha fixa / 1 folha da correr Planta 1 folha fixa / 2 folhas da correr Planta Janela de abrir Planta Vista basculante Vista 1 folha fixa / 1 folha de correr Vista Janela de abrir folha externa veneziana Vista 1folha fixa / 2 folhas de correr Figura 49 – Desenho de janela – planta e vista sem escala 4.5.4 Escada As escadas são sequências de degraus que interligam dois pavimentos de uma edificação. A escada é definida por degraus (piso – superfície horizontal) e a diferença de altura entre os pisos (espelho – superfície vertical). No desenho da planta de uma escada, sempre haverá a indicação de uma seta e o sentido de uso (sobe ou desce). Sobe Sobe Sobe Planta Vista Figura 50 – Desenho de escada – planta e vista sem escala 48 Unidade II 4.5.5 Equipamento fixo Os equipamentos fixos são representados na planta, corte e vista interna na escala 1:50 sem maiores detalhes. Caso seja necessário o desenho estar na escala 1:20, deve‑se desenhá‑lo com todos os detalhes que existem no objeto. Bacia sanitária Planta Vista Corte Lavatório de banheiro Planta Vista Corte Tanque Vista CortePlanta Figura 51 – Desenho de equipamentos fixos – planta, vista e corte sem escala 4.5.6 Processo de desenho técnico Para o desenho técnico, é importante seguir um método de trabalho que tenha qualidade e clareza. Para a apresentação de um desenho técnico arquitetônico, é necessário conhecer as normas técnicas, as convenções usadas e os símbolos gráficos. Todo o processo de desenho para a planta é indicado aos demais desenhos técnicos arquitetônicos. O melhor procedimento para iniciar um desenho técnico de uma planta é utilizar a lapiseira 0,3 e começar com linhas paralelas na vertical e depois na horizontal, sempre da esquerda para direta e de cima para baixo na escala desejada (figura a seguir). 49 TÓPICOS DE DESIGN DE INTERIORES Figura 52 – Início de desenho técnico Na sequência, deve‑se acrescentar a espessura das paredes internas e externas com a lapiseira 0,5 e identificar as portas e janelas com a lapiseira 0,3 (veja na sequência). Figura 53 – Planta 50 Unidade II A seguir, o próximo passo é cotar a planta, identificar o nível com símbolos conforme a norma técnica e utilizar a legenda para portas, janelas e um quadro com medidas. 7,40 P1 P1 P1 P1 P2 J1 J2 J3 J5 J4 9, 00 Legenda P1 ‑ Porta de abrir: 0,80 x 2,10 P2 ‑ Porta de abrir: 0,70 x 2,10 J1 ‑ Janela de correr: 1,50 x 1,00 x 1,10 J2 ‑ Janela max‑ar: 1,00 x 0,60 x 1,50 J3 ‑ Janela max‑ar: 1,20 x 0,60 x 1,50 J4 ‑ Janela de correr: 2,50 x 1,00 x 1,10 J5 ‑ Janela de correr com veneziana: 1,50 x 1,00 x 1,10 Figura 54 – Planta com legenda A escolha da escala é muito importante, porque é ela que define o grau de detalhamento. Caso a escolha for 1:100/1:200, é recomendada a representação da parede na cor preta sólida, para aumentar a legibilidade entre os elementos construtivos. Nessa planta também devem estar desenhados os equipamentos fixos (banheiro, cozinha e lavanderia) com a lapiseira 0,3 (figura seguinte). 51 TÓPICOS DE DESIGN DE INTERIORES +0,15 ‑ 0,13 ‑ 0,11 Figura 55 – Planta com nível Na planta com desenho de leiaute (mobiliário), o principal objetivo é identificar a escala e a funcionalidade de cada ambiente para uma leitura exata do projeto. Figura 56 – Planta com leiaute 52 Unidade II Observação Para realizar um desenho técnico correto, é importante seguir a norma da ABNT 8403 que especifica a espessura correta de cada linha e traço. Todo o processo de desenho para a planta é indicado para os demais desenhos técnicos arquitetônicos. Exercício 1) Para iniciar um desenho arquitetônico, comece medindo e desenhando o seu dormitório. 2) Desenhe uma planta do seu dormitório na escala 1:50 com cotas. 3) Desenhe dois cortes, transversal e longitudinal, na escala 1:20 com cotas do seu dormitório. 4) Para iniciar um desenho arquitetônico, comece medindo e desenhando a sua lavanderia. 5) Desenhe uma planta da sua lavanderia na escala 1:50 com cotas. 6) Desenhe dois cortes, transversal e longitudinal, na escala 1:20 com cotas da sua lavanderia. Saiba mais Para se aprofundar mais no assunto, leia as seguintes bibliografias: SARAPKA, E. M. et al. Desenho arquitetônico básico. 1 ed. São Paulo: Pini, 2010. CHING, F. D. K.; JUROSZEK, S. P. Representação gráfica para desenho e projeto. Barcelona: GG, 2001. Resumo O escalímetro é um instrumento para desenho técnico que representa escalas de redução na unidade de medida em metro. As principais escalas são 1:100/1:75/1:50/1:25 e 1:20. As mais utilizadas no design de interiores são as escalas 1:50/1:75/1:20. A cotagem segue a NBR 10126, que fixa os princípios gerais de cotagem em desenhos técnicos. Todos os desenhos técnicos são ilustrados 53 TÓPICOS DE DESIGN DE INTERIORES em escala, mas é necessária a representação das dimensões reais utilizando‑se de linhas, símbolos e valores numéricos de uma unidade de medida. Geralmente, nos projetos arquitetônicos e design de interiores, a unidade de medida está em metros. As indicações gráficas ou símbolos são elementos importantes que complementam o desenho com informações que auxiliam no entendimento do projeto. O desenho técnico de uma edificação inicia‑se com a planta, que com o método bidimensional representa toda a configuração de dimensionamento e elementos construtivos existentes na construção, como paredes, portas, janelas e equipamentos fixos que demostram a sua forma, ambientes e função. O desenho de uma construção compõe‑se das plantas do pavimento térreo, do pavimento superior, do pavimento tipo, da cobertura, do subsolo e do leiaute (a palavra inglesa layout). O desenho de corte longitudinal e transversal identifica o dimensionamento de largura e altura da construção, os elementos existentes (paredes, janelas, portas, cobertura nível de piso diferente entre a área externa e interna, bem como a diferença entre o nível de piso dentro do mesmo ambiente). Os elementos construtivos são partes de um conjunto necessário da composição do desenho para comunicar e informar o uso do ambiente, contexto, estrutura, forma e escala, complementando o desenho técnico. Exercícios Questão 1. (ENADE 2015) A perspectiva é uma representação gráfica de extrema utilidade para a visão espacial de qualquer objeto. É particularmente usada em folhetos de divulgação de produtos e em publicidade.Atualmente, o uso de sistemas de CAD 3D facilita a obtenção da perspectiva, que deve acompanhar os desenhos em vistas múltiplas, pois sua inclusão facilita a compreensão da peça. SILVA, A. Desenho técnico moderno. Rio de Janeiro: LTC, 2006 (adaptado). Nesse contexto, a perspectiva ortogonal isométrica é A) a perspectiva que mais se aproxima do modo como se “vê” o objeto real e, em sua representação, utilizam‑se dois coeficientes de redução. B) uma projeção oblíqua em que a face do objeto paralelo ao plano de projeção aparece sempre em verdadeira grandeza, qualquer que seja a direção das projetantes. 54 Unidade II C) a perspectiva que apresenta a vantagem de mostrar objetos conforme ele aparece aos olhos do observador e a desvantagem de não informar suas dimensões em verdadeira grandeza. D) a perspectiva que apresenta eixos que formam entre si ângulos de valor variável conforme a projeção e uma aresta em verdadeira grandeza que corresponde a uma das direções dos eixos. E) uma perspectiva simplificada em que os objetos são representados em escala real, o que faz parecer ser o objeto, nessa perspectiva, ligeiramente maior que se fosse representado em vistas múltiplas. Resposta correta: alternativa E. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: a perspectiva que mais se aproxima do modo como se “vê” o objeto real é a perspectiva cônica, também chamada de projeção em perspectiva ou perspectiva com ponto de fuga. B) Alternativa incorreta. Justificativa: essa descrição corresponde à perspectiva cavaleira. C) Alternativa incorreta. Justificativa: essa descrição corresponde à perspectiva cônica. D) Alternativa incorreta. Justificativa: essa descrição corresponde à perspectiva axonométrica – dimétrica. E) Alternativa correta. Justificativa: essa é a descrição correta da perspectiva ortogonal isométrica. É a mais usada entre os profissionais. Questão 2. (ENADE 2015) Os modelos geométricos podem ser definidos como construções teóricas implementadas em ambiente computacional, com as quais se visa representar a forma de objetos existentes ou projetados, simulando elemento ou sistema representado para uma dada finalidade. A partir de um modelo geométrico, é possível a obtenção de modelos geométricos wireframe (estrutura de arame), modelos com aplicação de texturas, assim como elevações, cortes e seções, perspectivas ilustrativas e modelos virtuais de móveis, objetos, ambientes, edificações. 55 TÓPICOS DE DESIGN DE INTERIORES Figura Em relação às imagens A, B e C na figura anterior, avalie as afirmações a seguir. I. A imagem A corresponde a uma vista lateral. II. A imagem B corresponde a uma perspectiva cônica. III. A imagem C corresponde a um corte transversal. É correto o que se afirma em: A) I, apenas. B) III, apenas. C) I e II apenas. D) II e III apenas. E) I, II e III. Resolução desta questão na plataforma.
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