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Microeconomia Pindyck e Rubinfeld - Resumo e atividades

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Capítulo 1: Assuntos Preliminares 
 1 
PARTE I 
INTRODUÇÃO: 
MERCADOS E PREÇOS 
CAPÍTULO 1 
ASSUNTOS PRELIMINARES 
OBSERVAÇÕES PARA O PROFESSOR 
 O objetivo dos dois primeiros capítulos é relembrar aos alunos os conceitos de 
microeconomia que eles estudaram no curso introdutório de economia: o Capítulo 1 
trata do tema geral da economia, enquanto que o Capítulo 2 desenvolve a análise de 
oferta e demanda. O uso de exemplos no Capítulo 1 propicia aos alunos uma maior 
compreensão de conceitos econômicos abstratos. Os exemplos nesse capítulo 
discutem os mercados de produtos farmacêuticos (Seção 1.2), a introdução de um novo 
automóvel (Seção 1.4), a elaboração de padrões de emissão de poluentes para 
automóveis (Seção 1.4), o salário mínimo (Seção 1.3), e os preços reais e nominais de 
ovos e educação (Seção 1.3). A discussão desses e outros exemplos é uma forma 
interessante de rever alguns conceitos econômicos importantes, como a escassez, os 
dilemas entre opções alternativas, a construção de modelos econômicos visando 
explicar o processo de tomada de decisões de consumidores e empresas, e a diferença 
entre mercados competitivos e não competitivos. As Partes I e II do texto pressupõem 
a existência de mercados competitivos; o poder de mercado é discutido na Parte III, e 
algumas conseqüências do poder de mercado são analisadas na Parte. 
 A Questão para Revisão (2) ilustra a diferença entre análise positiva e 
normativa e pode incentivar discussões bastante produtivas em sala de aula. Outros 
exemplos para discussão estão disponíveis em Kearl, Pope, Whiting, e Wimmer, “A 
Confusion of Economists,” American Economic Review (May 1979). 
 O capítulo conclui com uma discussão sobre preços reais e nominais. Dada que 
estaremos continuamente nos referindo a preços em dólares nos capítulos seguintes, 
os alunos devem entender que se trata sempre de preços em relação a algum padrão; 
nesse caso específico, trata-se de dólares a preços de um determinado ano. 
QUESTÕES PARA REVISÃO 
1. Freqüentemente, diz-se que uma boa teoria é aquela que, em princípio, 
poderia ser refutada por meio de uma análise empírica. Explique por que 
uma teoria que não possa ser avaliada empiricamente não é uma boa teoria. 
A avaliação de uma teoria envolve dois passos: primeiro, é necessário 
examinar a razoabilidade das hipóteses adotadas; segundo, deve-se 
testar as previsões da teoria comparando-as com os fatos. Se uma teoria 
não pode ser testada, ela não pode ser aceita ou rejeitada. Logo, ela 
contribui muito pouco para nossa compreensão da realidade. 
2. Qual dentre as seguintes afirmações envolve análise positiva e qual 
envolve análise normativa? Quais são as diferenças entre os dois tipos de 
análise? 
Capítulo 1: Assuntos Preliminares 
 2 
a. O racionamento de gasolina (que fixa para cada indivíduo uma 
quantidade máxima de gasolina a ser comprada anualmente) é uma 
política insatisfatória do governo pois interfere no funcionamento do 
sistema de mercado competitivo. 
 
b. O racionamento de gasolina é uma política que piora a situação de um 
certo número de pessoas e melhora a de outras; o número das pessoas 
cuja situação piora é maior do que o número daquelas cuja situação 
melhora. 
A análise positiva descreve como o mundo é. A análise normativa 
descreve como o mundo deveria ser. A análise econômica nos diz que 
uma restrição na oferta deve mudar o equilíbrio de mercado. A 
afirmação (a) combina os dois tipos de análise. Primeiro, a afirmação (a) 
apresenta o argumento positivo segundo o qual o racionamento de 
gasolina “interfere no funcionamento do sistema de mercado 
competitivo”. Em seguida, é apresentada uma afirmação normativa (ou 
seja, que envolve um juízo de valor) segundo a qual o racionamento de 
gasolina é uma “política social ineficiente”. Dessa forma, a afirmação (a) 
representa uma conclusão derivada da análise positiva da política. 
A afirmação (b) é positiva porque descreve o efeito do racionamento de 
gasolina sem fazer qualquer juízo de valor acerca da desejabilidade da 
política. 
3. Suponha que o preço da gasolina comum fosse $0,20 por litro mais cara 
em Nova Jersey que em Oklahoma. Você acha que poderia existir uma 
oportunidade para arbitragem (isto é, a possibilidade de que as empresas 
pudessem comprar gasolina em Oklahoma e vendê-la com lucro em Nova 
Jersey)? Por que sim ou por que não? 
Oklahoma e Nova Jersey representam mercados geográficos separados 
de gasolina devido à existência de custos de transporte elevados. Se os 
custos de transporte fossem zero, um aumento de preço em Nova Jersey 
levaria os arbitrageurs a comprar gasolina em Oklahoma e revender em 
Nova Jersey. É pouco provável que uma diferença nos custos de $0,20 
por galão seja suficiente para criar uma oportunidade lucrativa de 
arbitragem, dada a existência de custos de transação e custos de 
transporte. 
4. No Exemplo 1.2, quais forças econômicas poderiam explicar a razão da 
queda do preço real dos ovos e da alta do preço real do ensino 
universitário? De que forma tais mudanças de preço poderiam ter afetado 
as escolhas dos consumidores? 
O preço e quantidade dos bens (por exemplo, ovos) e serviços (por 
exemplo, ensino universitário) são determinados pela interação entre 
oferta e demanda. O preço real dos ovos caiu, entre 1970 e 1985, devido 
a uma redução na demanda (os consumidores passaram a comprar 
alimentos com pouco colesterol), a uma redução nos custos de produção 
Capítulo 1: Assuntos Preliminares 
 3 
(ocorreram avanços na tecnologia de produção de ovos), ou a ambos os 
fatores. Conseqüentemente, o preço dos ovos diminuiu em relação a 
outros alimentos. O preço real do ensino universitário aumentou devido 
ao aumento na demanda (as pessoas passaram a dar mais valor à 
educação), ao aumento no custo da educação (associado, por exemplo, a 
aumentos salariais para os funcionários), ou a ambos os fatores. 
5. Suponhamos que o iene japonês suba em relação ao dólar norte-
americano, isto é, que de agora em diante seriam necessários mais dólares 
para adquirir uma determinada quantidade de ienes japoneses. Explique 
por que tal fato simultaneamente aumentaria o preço real de automóveis 
japoneses para consumidores norte-americanos e reduziria o preço real de 
automóveis norte-americanos para consumidores japoneses. 
À medida que o valor do iene aumenta com relação ao dólar (e supondo 
custos constantes na produção de automóveis no Japão e nos EUA), são 
necessários mais dólares para adquirir um iene. Como resultado da 
mudança na taxa de câmbio, a compra de um automóvel japonês com 
preço denominado em ienes requer maior quantidade de dólares. 
Analogamente, a compra de um automóvel americano com preço 
denominado em dólares requer menor quantidade de ienes. 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. As afirmações a seguir são verdadeiras ou falsas? Justifique sua resposta. 
a. Cadeias de fast food, como o McDonald’s, Burger King e Wendy’s, atuam 
em todos os EUA. Logo, o mercado de fast food é um mercado nacional. 
Esta afirmação é falsa. Geralmente, as pessoas consomem fast food nos 
locais onde vivem e não percorrem longas distâncias dentro do país 
somente para adquirir uma refeição mais barata. Dado que há poucas 
oportunidades para arbitragem entre restaurantes de fast food distantes 
entre si, é provável que haja múltiplos mercados de fast food no país. 
b. Em geral, as pessoas compram roupas nas cidades onde vivem. Logo, 
pode-se dizer que o mercado de vestuário de Atlanta, por exemplo, é 
diferente do mercado de Los Angeles. 
Esta afirmação é verdadeira. Dado que as pessoas realmente tendem a 
comprar roupas nas cidades onde vivem, elas interagem apenas com os 
vendedores nas respectivas cidades ⎯ não sendo, portanto, 
influenciadas pelo preço do vestuário nas lojas localizadas em outras 
cidades. Logo, há poucas oportunidades de arbitragem. Apenas emalguns poucos casos, é possível o surgimento de boas oportunidades de 
arbitragem entre mercados distantes, como no caso do mercado de jeans 
na ex-URSS. 
Capítulo 1: Assuntos Preliminares 
 4 
c. Alguns consumidores preferem fortemente Pepsi e outros preferem 
fortemente Coca-Cola. Logo, não existe um único mercado de refrigerantes 
do tipo "cola". 
Esta afirmação é falsa. Apesar da existência de preferências muito 
fortes por determinadas marcas de refrigerante, as semelhanças entre 
as várias marcas são suficientes para caracterizar um único mercado. 
Há consumidores que não têm uma clara preferência por determinada 
marca de refrigerante, e outros que, mesmo apresentando alguma 
preferência, são influenciados pelos preços ao tomar suas decisões de 
consumo. Conseqüentemente, os preços dos refrigerantes "colas" não 
devem divergir significativamente, em especial no caso da Coca-Cola e 
Pepsi. 
2. A Tabela E.1 apresenta o preço médio do leite no varejo e o Índice de 
Preços ao Consumidor entre 1980 e 1998. 
ˇ 1980 1985 1990 1995 1998 
 
IPC 100 130,58 158,62 184,95 197,82 
Preço do leite (varejo) $1,05 $1,13 $1,39 $1,48 $1,61 
(fresco, integral, meio 
galão) 
 
 
a. Calcule o preço real do leite em dólares de 1980. O preço real aumentou, 
diminuiu ou permaneceu constante desde 1980? 
Preço real do leite no ano X = X ano no nominal preço*1980
anoXIPC
IPC
. 
1980 $1,05 1985 $0,86 1990 $0,88 1995 $0,80 1998 $0,81 
Desde 1980 o preço real do leite diminuiu. 
b. Qual foi a variação percentual no preço real (em dólares de 1980) entre 
1990 e 1995? 
Variação percentual no preço real entre 1990 e 1995 = 
0.80 − 0.88
0.88
= −0.09 = −9%. 
c. Mude a base do IPC para 1990 = 100 e determine o preço real do leite em 
dólares de 1990. 
Para mudar a base do IPC para 1990=100, divida o IPC de cada ano pelo 
IPC de 1990. Use a fórmula do item (a) e os novos valores do IPC, 
apresentados abaixo, para calcular o preço real do leite. 
Novo IPC 1980 63 Preço real do leite 1980 $1,67 
 1985 82 1985 $1,38 
 1990 100 1990 $1,39 
Capítulo 1: Assuntos Preliminares 
 5 
 1995 117 1995 $1,26 
 1998 125 1998 $1,29 
d. Qual foi a variação percentual no preço real (em dólares de 1990) entre 
1990 e 1995? Compare este resultado com sua resposta no item (b). O que 
você observa de interessante? Explique. 
Variação percentual no preço real entre 1990 e 1995 = 
1.26 −1.39
1.39
= −0.093= −9.3%. A resposta é praticamente idêntica (com 
exceção de erros de arredondamento) à resposta do item (b). O ano 
escolhido como base não afeta o resultado. 
 
3. Na época em que este livro foi concluído, o salário mínimo nos EUA era 
de $5,15. O salário mínimo atual pode ser encontrado em 
http.//www.bls.gov/top20.html 
 Clique em: Consumer Price Index- All Urban Consumers (Current 
Series) 
 Selecione: U.S. All items 
Dessa forma, você obterá a série do IPC de 1913 até o presente. 
a. A partir desses valores, calcule o salário mínimo real atual em dólares de 
1990. 
Salário mínimo real em 1998 = 13,4$15,5
163
7,130
15,5*
1998
1990 ===
IPC
IPC
. 
b. Qual foi a variação percentual no salário mínimo real, expresso em 
dólares de 1990, entre 1985 e 1998? 
Suponha que o salário mínimo em 1985 fosse $3,35. Logo, 
Salário mínimo real em 1985 = 07,4$35,3*
6,107
7,130
35,3*
1985
1990 ==
IPC
IPC
. 
A variação percentual no salário mínimo real foi, então: 
1,5% de cercaou ,0147,0
07,4
07,413,4
=
−
. 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e a Demanda 
5 
CAPÍTULO 2 
O BÁSICO SOBRE A OFERTA E A DEMANDA 
OBSERVAÇÕES PARA O PROFESSOR 
 Este capítulo apresenta uma revisão dos conceitos básicos sobre a oferta e a 
demanda que os alunos devem ter estudado no curso introdutório de economia. O 
tempo a ser gasto nesse capítulo depende do grau de profundidade da revisão que os 
alunos necessitam. O capítulo se diferencia da maioria dos livros-texto de 
microeconomia em nível intermediário no que se refere ao tratamento dos conceitos 
básicos de oferta e demanda, que são discutidos e ilustrados através da análise de 
alguns dos principais mercados mundiais (trigo, gasolina e automóveis). As 
aplicações da teoria a situações reais contribuem de forma significativa para a 
compreensão dos conceitos teóricos. 
 Os alunos costumam encontrar algumas dificuldades para compreender a 
análise de oferta e demanda. Uma das principais fontes de confusão refere-se à 
distinção entre movimentos ao longo da curva de demanda e deslocamentos da 
demanda. É importante discutir a hipótese de ceteris paribus, enfatizando que, ao 
representar uma função de demanda (através de um gráfico ou de uma equação), 
todas as demais variáveis são supostas constantes. Os movimentos ao longo da curva 
de demanda ocorrem apenas devido a mudanças no preço. Quando as demais 
variáveis mudam, a função de demanda se desloca. Pode ser útil discutir um exemplo 
em que a função de demanda dependa diretamente de outras variáveis além do preço 
do bem, tais como a renda e o preço de outros bens, de modo a mostrar aos alunos que 
essas outras variáveis efetivamente afetam a função de demanda, estando 
"escondidas" no intercepto da função de demanda linear. O Exemplo 2.9 trata de 
funções de demanda e oferta que dependem do preço de um produto substituto. Outra 
possível dificuldade dos alunos refere-se ao instrumental matemático envolvido na 
análise de oferta e demanda. Em particular, pode ser útil rever o método de solução 
de um sistema com duas equações e duas incógnitas. Cabe observar que esse é um 
bom momento para decidir o nível de formalização a ser utilizado em sala de aula; 
caso se opte pela utilização intensiva de álgebra e cálculo, é recomendável fazer uma 
revisão dessa matéria antes de prosseguir. 
 É importante enfatizar os aspectos quantitativos da curva de demanda através 
da distinção entre a quantidade demandada como função do preço, Q = D(P), e a 
função de demanda inversa, na qual o preço é função da quantidade demandada, P = 
D
 -1
(Q). Dessa forma, a posição do preço no eixo-Y e da quantidade no eixo-X podem 
ficar mais claras. 
 Os estudantes também podem se perguntar de que forma o mercado se ajusta a 
um novo equilíbrio. Um mecanismo simples de ajustamento é o modelo de 
ajustamento parcial da teia de aranha, cuja apresentação (baseada no exemplo 
tradicional do ciclo do milho ou em qualquer outro exemplo) adiciona um certo 
realismo à discussão e agrada bastante aos estudantes. Caso se opte por escrever a 
função de demanda explicitamente em função da renda e dos preços de outros 
produtos, pode-se discutir alguns exemplos interessantes que explorem as inter-
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 6 
relações entre mercados ⎯ em particular, a forma pela qual as mudanças em um 
mercado afetam o preço e a quantidade nos demais mercados. 
 Esse capítulo apresenta os conceitos de elasticidade-preço, elasticidade-renda e 
elasticidade cruzada; entretanto, pode-se postergar a discussão da elasticidade-renda 
e cruzada até o Capítulo 4, quando o tema da elasticidade da demanda será retomado. 
 O conceito de elasticidade apresenta muitas dificuldades para os estudantes; por 
isso, é útil explicitar claramente as razões pelas quais uma empresa poderia estar 
interessada em estimar uma elasticidade. Para tanto, pode-se usar exemplos 
concretos, como um artigo do Wall Street Journal, publicado na primavera de 1998, 
em que se discutia de que forma o conceito de elasticidade podia ser usado pela 
indústria cinematográfica para cobrar preços diferentes para se assistir a filmes 
diferentes. Dado que os estudantes universitários costumam assistir a muitos filmes, 
esse é um exemplo que motiva bastante seu interesse. Cabe notar, por fim, que essa 
discussão pode ser adiada até o momento em que se discutirá o conceito de receita. 
QUESTÕES PARA REVISÃO 
1.Suponha que um clima excepcionalmente quente ocasione um 
deslocamento para a direita da curva de demanda de sorvete. Por que o 
preço de equilíbrio do sorvete aumentaria? 
Suponha que a curva de oferta se mantenha inalterada. O clima 
excepcionalmente quente causa um deslocamento para a direita da 
curva de demanda, gerando, no curto prazo, um excesso de demanda ao 
preço vigente. Os consumidores competirão entre si pelo sorvete, 
pressionando o preço para cima. O preço do sorvete aumentará até que 
a quantidade demandada e a quantidade ofertada sejam iguais. 
D1 D2
P1
P2
S
Preço
Quantidade de sorveteQ1 = Q2
 
Figura 2.1 
2. Utilize as curvas de oferta e demanda para ilustrar de que forma cada 
um dos seguintes eventos afetaria o preço e a quantidade de manteiga 
comprada e vendida: 
a. Um aumento no preço da margarina. 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 7 
A maioria das pessoas considera a manteiga e a margarina bens 
substitutos. Um aumento no preço da margarina causará um aumento 
no consumo de manteiga, deslocando a curva de demanda de manteiga 
para a direita, de D1 para D2 na Figura 2.2.a. Esse deslocamento da 
demanda causará o aumento do preço de equilíbrio de P1 para P2 e da 
quantidade de equilíbrio de Q1 para Q2. 
D1 D2
P1
P2
S
Preço
Quantidade de manteigaQ1 Q2
 
Figura 2.2.a 
b. Um aumento no preço do leite. 
O leite é o principal ingrediente na fabricação da manteiga. Um 
aumento no preço do leite elevará o custo de produção da manteiga, 
deslocando a curva de oferta de manteiga para a esquerda, de S1 para S2 
na Figura 2.2.b. Isso resultará em um preço de equilíbrio mais alto, P2, 
de modo a cobrir os custos mais elevados de produção, e a uma menor 
quantidade de equilíbrio, Q2. 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 8 
D
P1
P2
S2
Preço
Quantidade de manteigaQ1Q2
S1
 
Figura 2.2.b 
Observação: Dado que a manteiga é produzida a partir da gordura 
extraída do leite, a manteiga e o leite são, na verdade, produtos 
complementares. Levando em consideração tal relação, a resposta a 
essa questão será diferente. De fato, à medida que o preço do leite 
aumenta, a quantidade ofertada também aumenta. O aumento na 
quantidade ofertada de leite implica maior oferta de gordura para a 
produção de manteiga e, portanto, um deslocamento da curva de oferta 
de manteiga para a direita. Conseqüentemente, o preço da manteiga 
cai. 
 
c. Uma redução nos níveis de renda média. 
Suponha que a manteiga seja um bem normal. Uma redução no nível de 
renda média causa um deslocamento da curva de demanda de manteiga 
de D1 para D2, causando a redução no preço de equilíbrio de P1 para P2, e 
na quantidade de equilíbrio de Q1 para Q2. Veja a Figura 2.2.c. 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 9 
D1
P1
P2
S
Price
Quantity of ButterQ1Q2
D2
 
Figura 2.2.c 
3. Suponha que um aumento de 3% no preço de sucrilhos cause uma 
redução de 6% em sua quantidade demandada. Qual é a elasticidade da 
demanda de sucrilhos? 
A elasticidade da demanda é a variação percentual na quantidade 
demandada dividida pela variação percentual no preço. A elasticidade 
da demanda de sucrilhos é 
−
+
= −
6
3
2 , que é maior (em valor absoluto) que -
1,0 e, portanto, implica uma curva de demanda elástica. 
4. Por que as elasticidades de longo prazo da demanda são diferentes das 
elasticidades de curto prazo? Considere duas mercadorias: toalhas de papel 
e televisores. Qual das duas é um bem durável? Você esperaria que a 
elasticidade-preço da demanda de toalhas de papel fosse maior a curto ou a 
longo prazo? Por quê? Como deveria ser a elasticidade-preço da demanda 
de televisores? 
A diferença entre as elasticidades de curto e longo prazo de um bem é 
explicada pela velocidade com que os consumidores reagem a mudanças 
no preço e pelo número de bens substitutos disponíveis. O aumento no 
preço das toalhas de papel, um bem não-durável, levaria a uma reação 
pouco significativa dos consumidores no curto prazo. No longo prazo, 
porém, a demanda de toalhas de papel seria mais elástica, devido à 
entrada no mercado de novos produtos substitutos (tais como esponjas e 
toalhas de cozinha). Por sua vez, o aumento no preço dos televisores, 
um bem durável, poderia levar a mudanças substanciais no curto prazo. 
 Por exemplo, o efeito inicial do aumento no preço dos televisores poderia 
ser o adiamento das compras de novos aparelhos. Mais cedo ou mais 
arde, porém, os consumidores trocarão seus televisores antigos por 
aparelhos mais novos e modernos; logo, a demanda pelo bem durável 
deve ser mais elástica no longo prazo. 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 10 
5. Explique por que, no caso de muitas mercadorias, a elasticidade-preço de 
longo prazo da oferta é maior do que a elasticidade de curto prazo. 
A elasticidade da oferta é a variação percentual na quantidade ofertada 
dividida pela variação percentual no preço. Um aumento no preço leva à 
elevação da quantidade ofertada pelas empresas. Em certos mercados, 
algumas empresas são capazes de reagir rapidamente, e com custos 
baixos, a mudanças no preço; outras empresas, porém, não conseguem 
reagir com a mesma rapidez, devido a restrições de capacidade 
produtiva no curto prazo. As empresas com restrição de capacidade no 
curto prazo apresentam elasticidade da oferta mais baixa que as demais; 
entretanto, no longo prazo, todas as empresas conseguem aumentar sua 
produção, de modo que a elasticidade agregada de longo prazo tende a 
ser maior que n curto prazo. 
6. Suponha que o governo regulamente os preços da carne bovina e do 
frango, tornando-os mais baixos do que seus respectivos níveis de equilíbrio 
de mercado. Explique por que ocorreria escassez dessas mercadorias e 
quais os fatores que determinarão a magnitude dessa escassez. O que 
deverá ocorrer com o preço da carne de porco? Explique resumidamente. 
Quando o preço de um bem é fixado abaixo do nível de equilíbrio, a 
quantidade que as empresas estão dispostas a ofertar é menor do que a 
quantidade que os consumidores desejam adquirir. A magnitude do 
excesso de demanda depende das elasticidades relativas da demanda e 
da oferta. Se, por exemplo, ambas a oferta e a demanda são elásticas, a 
escassez é maior do que no caso de ambas serem inelásticas. Dentre os 
fatores que determinam tais elasticidades e, portanto, influenciam o 
excesso de demanda, cabe destacar a disposição dos consumidores a 
comer menos carne e a capacidade dos agricultores de mudar a 
quantidade produzida. 
O racionamento é comum em situações caracterizadas por excesso de 
demanda, nas quais alguns consumidores não conseguem adquirir as 
quantidades desejadas. Os consumidores com demanda insatisfeita 
tentarão adquirir produtos substitutos, aumentando a demanda e os 
preços de tais produtos. Assim, face à fixação dos preços da carne 
bovina e do frango abaixo do nível de equilíbrio, o preço da carne de 
porco deve aumentar. 
7. Durante uma discussão sobre anuidades, uma funcionária da 
universidade argumenta que a demanda por vagas é completamente 
inelástica ao preço. Como prova disso, ela afirma que, embora a 
universidade tenha duplicado o valor das anuidades (em termos reais) nos 
últimos 15 anos, não houve redução nem no número, nem na qualidade dos 
estudantes que vêm se candidatando às vagas. Você aceitaria essa 
argumentação? Explique de forma resumida. (Sugestão: a funcionária faz 
uma afirmação a respeito da demanda por vagas, mas ela realmente está 
observando uma curva de demanda? O que mais poderia estar ocorrendo?) 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 11 
Se a demanda é constante, a empresa individual (a universidade) pode 
determinar o formato da curva de demanda com que se defronta através 
de aumento de preço e análise das variações na quantidade vendida. A 
funcionária da universidade não estáobservando uma curva de 
demanda inteira, mas apenas o preço e a quantidade de equilíbrio nos 
últimos 15 anos. Se a demanda se desloca para cima, à medida que 
também a oferta se desloca para cima, a demanda poderia assumir 
qualquer valor. (Veja a Figura 2.7, por exemplo.) A demanda poderia 
estar se deslocando para cima pelo fato de que o valor do ensino 
universitário aumentou e os estudantes estão desejando pagar um preço 
alto por cada vaga. Seria necessária uma pesquisa de mercado mais 
extensa para se concluir que a demanda é completamente inelástica ao 
preço. 
S1976
Preço
Quantidade 
S1986
S1996
D1996
D1986
D1976
 
Figura 2.7 
 
8. Utilize os deslocamentos das curvas de oferta e demanda para ilustrar os 
efeitos dos eventos a seguir ocorridos no mercado de maçãs. Esclareça qual 
a direção da modificação ocorrida tanto no preço como na quantidade 
vendida. 
a. Os cientistas descobrem que comer uma maçã por dia, de fato, evita 
doenças. 
As pessoas demandarão mais maçãs, levando a um deslocamento para a 
direita da curva de demanda. O preço de equilíbrio das maçãs 
aumentará, assim como a quantidade de equilíbrio. 
b. O preço das laranjas triplica. 
Dado que as laranjas são substitutos prováveis para as maçãs, a curva 
de demanda de maçãs se deslocará para a direita. O preço de equilíbrio 
das maçãs aumentará, assim como a quantidade de equilíbrio. 
c. A seca reduz a colheita de maçãs a um terço da quantidade normal. 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 12 
A curva de oferta de maçãs se deslocará para a esquerda, fazendo com 
que o preço de equilíbrio aumente e a quantidade de equilíbrio diminua. 
d. Milhares de estudantes universitários abandonam os estudos para se 
tornarem colhedores de maçãs. 
O aumento da oferta de colhedores de maçãs levará a uma diminuição 
no custo de colocar maças no mercado. Esse custo mais baixo tem como 
conseqüência um deslocamento para a direita da curva de oferta de 
maçãs, causando uma queda no preço de equilíbrio e um aumento na 
quantidade de equilíbrio. 
e. Milhares de estudantes universitários abandonam os estudos para se 
tornarem plantadores de maçãs. 
Haveria um deslocamento da curva de oferta de maçãs para a direita, 
levando a uma diminuição do preço de equilíbrio a um aumento da 
quantidade de equilíbrio. 
9. Suponha que curva de demanda de um produto seja dada por Q=10-
2P+Ps, onde P é o preço do produto e Ps é o preço de um bem substituto. O 
preço do bem substituto é $2,00. 
(a) Suponha P=$1,00. Qual é a elasticidade-preço da demanda? Qual é a 
elasticidade cruzada da demanda? 
Primeiro, é preciso calcular a quantidade demandada ao preço de $1,00. 
 Q=10-2(1)+2=10. 
 Elasticidade-preço da demanda = 2,0
10
2
)2(
10
1
−=−=−=


P
Q
Q
P
. 
Elasticidade cruzada da demanda = 2,0)1(
10
2
==


S
S
P
Q
Q
P
. 
(b) Suponha que o preço do bem, P, aumente para $2,00. Agora, qual seria a 
elasticidade-preço da demanda, e qual seria a elasticidade cruzada da 
demanda? 
Primeiro, é preciso calcular a quantidade demandada ao preço de $2,00: 
 
Q=10-2(2)+2=8. 
Elasticidade-preço da demanda = 5,0
8
4
)2(
8
2
−=−=−=


P
Q
Q
P
. 
Elasticidade cruzada da demanda = 25,0)1(
8
2
==


S
S
P
Q
Q
P
. 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 13 
10. Suponha que, em vez da redução na demanda suposta no Exemplo 2.7, 
um aumento no custo da produção de cobre leve a curva de oferta a se 
deslocar para a esquerda em 40%. O que ocorrerá com o preço do cobre? 
Se a curva de oferta se desloca para a esquerda em 40%, então, a nova 
quantidade ofertada será 60% da quantidade ofertada original, a 
qualquer preço. Por conseguinte, a nova curva de oferta é 
Q’ = 0,6(-4,5+16P) = -2,7+9,6P. Para calcular o novo preço de equilíbrio 
do cobre, considere a nova oferta igual a demanda, tal que -
2,7+9,6P=13,5-8P. Resolvendo para o preço: P= $0,92 por libra para o 
novo preço de equilíbrio. 
11. Suponha que a demanda por gás natural seja perfeitamente inelástica. 
Qual será o efeito, se houver algum, do controle de preços do gás natural? 
Se a demanda por gás natural for perfeitamente inelástica, então, a 
curva de demanda será vertical. Os consumidores irão demandar uma 
determinada quantidade e pagarão qualquer preço por ela. Neste caso, 
um controle de preços não terá efeito sobre a quantidade demandada. 
EXERCÍCIOS 
1. Considere um mercado competitivo no qual as quantidades anuais 
demandadas e ofertadas a diversos preços sejam as que aparecem no 
esquema no final deste exercício: 
 
Preço 
($) 
Demanda 
(milhões) 
Oferta 
(milhões) 
 60 22 14 
 80 20 16 
100 18 18 
120 16 20 
a. Calcule a elasticidade-preço da demanda quando o preço for $80 e 
também quando o preço for $100. 
Sabemos que a elasticidade-preço da demanda pode ser calculada por 
meio da equação 2.1 expressa no livro: 
E
Q
Q
P
P
P
Q
Q
P
D
D
D
D
D= =




. 
Com um aumento de $20 em cada preço, a quantidade demandada 
diminui em 2. Logo, 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 14 
1,0
20
2
−=
−
=







P
QD 
Ao preço P = 80, a quantidade demandada é igual a 20 e 
40,0)1,0(
20
80
−=−





=DE 
Similarmente, ao preço P = 100, a quantidade demandada é igual a 18 e 
56,0)1,0(
18
100
−=−





=DE 
b. Calcule a elasticidade-preço da oferta quando o preço for $80 e 
também quando o preço for $100. 
A elasticidade da oferta é dada por: 
E
Q
Q
P
P
P
Q
Q
P
S
S
S
S
S= =




. 
Com um aumento de $20 em cada preço, a quantidade ofertada aumenta 
em 2. Logo, 
1,0
20
2
==







P
QS 
Ao preço P = 80, a quantidade ofertada é igual a 16 e 
5,0)1,0(
16
80
=





=SE 
Similarmente, ao preço P = 100, a quantidade ofertada é igual a 18 e 
56,0)1,0(
18
100
=





=SE 
c. Quais são o preço e a quantidade de equilíbrio? 
O preço e a quantidade de equilíbrio são dados pelo ponto em que a 
quantidade ofertada é igual à quantidade demandada. Como vemos na 
tabela, o preço de equilíbrio é $100 e a quantidade de equilíbrio é 18 
milhões. 
d. Suponha que governo estabeleça um preço teto de $80. Haverá 
escassez? Em caso afirmativo, qual será sua dimensão? 
Com um preço teto de $80, os consumidores desejam adquirir 20 
milhões; entretanto, os produtores fornecerão apenas 16 milhões. Isso 
resultará em uma escassez de 4 milhões. 
2. Considere o exemplo 2.4 sobre o mercado do trigo. No final de 1998, o 
Brasil e a Indonésia abriram seus mercados para os agricultores dos EUA 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 15 
(Fonte: http://www.fas.usda.gov/). Suponha que esses novos mercados 
tenham adicionado 200 milhões de bushels à demanda de trigo dos EUA. 
Qual será o preço do trigo no livre mercado e que quantidade será 
produzida e vendida pelos agricultores dos EUA neste caso? 
As seguintes equações descrevem o mercado do trigo em 1998: 
QS = 1944 + 207P 
e 
QD = 3244 - 283P. 
Se o Brasil e a Indonésia adicionassem 200 milhões de bushels à 
demanda de trigo dos EUA, a nova curva de demanda QD
 , seria igual a 
QD + 200, ou 
QD
 = (3244 - 283P) + 200 = 3444 - 283P. 
Igualando a oferta à nova demanda, podemos determinar o novo preço 
de equilíbrio, 
1944 + 207P = 3444 - 283P, ou 
490P = 1500, ou P* = $3,06 por bushel. 
Para calcular a quantidade de equilíbrio, substitua o preço na equação 
de oferta ou na de demanda: 
QS = 1944 + (207)(3,06) = 2.577,67 
e 
QD = 3444 - (283)(3,06) = 2.577,67 
3. Uma fibra vegetal é comercializada em um mercado mundial 
competitivo, e preço mundial é $9 por libra. Quantidades ilimitadas estão 
disponíveis para importação pelos EUA a este preço. A oferta e demanda 
domésticas dos EUA, para vários níveis de preço, são apresentadas abaixo. 
Preço Oferta dos 
EUA 
Demanda dos 
EUA 
 (milhões lb.) (milhõeslb.) 
3 2 34 
6 4 28 
9 6 22 
12 8 16 
15 10 10 
18 12 4 
 
a. Qual é a equação da demanda? Qual é a equação da oferta? 
A equação da demanda tem a seguinte especificação: Q=a-bP. 
Inicialmente, calculamos a inclinação, dada por 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 16 
Q
P
=
−6
3
= −2 = −b. 
Esse resultado pode ser verificado observando-se, na tabela, que sempre 
que o preço aumenta 3 unidades, a quantidade demandada cai 6 milhões 
de libras. Inserindo o valor calculado de b na equação, a demanda passa 
a ser Q=a-2P. Para determinar a, pode-se substituir Q e P por qualquer 
par de preço e quantidade demandada apresentado na tabela; por 
exemplo, Q=34=a-2*3, de modo que a=40 e a demanda é Q=40-2P. 
A equação da oferta tem a especificação Q=c+dP. Inicialmente, 
calculamos a inclinação, dada por 
Q
P
=
2
3
. 
Esse resultado pode ser verificado observando-se, na tabela, que sempre 
que o preço aumenta 3 unidades, a quantidade ofertada aumenta 2 
milhões de libras. Inserindo o valor calculado de d na equação, a oferta 
passa a ser Q = c +
2
3
P. Para determinar c, pode-se substituir Q e P por 
qualquer par de preço e quantidade ofertada apresentado na tabela; por 
exemplo, Q = 2 = c +
2
3
(3) de modo que c=0 e a oferta é Q =
2
3
P. 
b. Ao preço de $9, qual é a elasticidade-preço da demanda? E ao preço de 
$12? 
Elasticidade da demanda para P=9 é ( ) 82,0
22
18
2
22
9
−=
−
=−=


P
Q
Q
P
 
Elasticidade da demanda para P=12 é ( ) 5,1
16
24
2
16
12
−=
−
=−=


P
Q
Q
P
 
c. Qual é o preço elasticidade da oferta ao preço de $9? E ao preço de $12? 
Elasticidade da oferta para P=9 é 0,1
18
18
3
2
6
9
==





=


P
Q
Q
P
 
Elasticidade da oferta para P=12 é 0,1
24
24
3
2
8
12
==





=


P
Q
Q
P
 
d. Qual será o preço nos EUA e a quantidade de importações do país sob o 
livre mercado? 
Na ausência de restrições ao comércio, o preço nos EUA será igual ao 
preço mundial, ou seja, P=$9. A esse preço, a oferta doméstica é 6 
milhões de libras, enquanto que a demanda doméstica é 22 milhões de 
libras. Logo, as importações são de 16 milhões de libras, 
correspondentes à diferença entre demanda e oferta doméstica. 
 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 17 
4. A agência de controle de aluguéis da cidade de Nova York descobriu que 
a demanda agregada é: QD = 100 - 5P, com a quantidade medida em dezenas 
de milhares de apartamentos e o preço correspondendo ao aluguel mensal 
médio expresso em centenas de dólares. A agência observou também que o 
aumento em Q para valores mais baixos de P é conseqüência de um maior 
número de famílias (de três pessoas) vindas de Long Island para a cidade, 
demandando apartamentos. A associação de corretores de imóveis da 
cidade reconhece que essa é uma boa estimativa da demanda, e apresenta a 
seguinte estimativa da oferta: QS = 50 + 5P. 
a. Se a agência e a associação estiverem corretas a respeito da demanda 
e da oferta, qual será o preço do livre mercado? Qual será a variação 
da população da cidade caso a agência estabeleça um aluguel médio 
mensal máximo de $100 e todas as pessoas que não consigam 
encontrar um apartamento deixem a cidade? 
Para calcular o preço do livre mercado de apartamentos, devemos 
igualar a oferta à demanda: 
100 - 5P = 50 + 5P, ou P = $500, 
pois o preço está medido em centenas de dólares. Inserindo o preço de 
equilíbrio na equação de oferta ou na de demanda, podemos determinar 
a quantidade de equilíbrio: 
QD = 100 - (5)(5) = 75 
e 
QS = 50 + (5)(5) = 75. 
Observa-se que, para um aluguel de $500, são alugados 750.000 
apartamentos. 
Se a agência de controle de aluguéis fixar o aluguel em $100, a 
quantidade ofertada será de 550.000 (QS = 50 + (5)(1) = 55), que 
corresponde a uma redução de 200.000 apartamentos em relação ao 
equilíbrio de livre mercado. (Supondo três pessoas por apartamento, 
isso implicaria uma perda de 600.000 pessoas.) Para o aluguel de $100, 
a demanda de apartamentos é de 950.000 unidades; logo, verifica-se 
uma escassez de 400.000 unidades (950.000-550.000). A população da 
cidade diminuirá em apenas 600.000 pessoas, em decorrência da queda 
no número de apartamentos de 750.000 para 550.000, ou 200.000 
apartamentos com três pessoas. 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 18 
Apartamentos
(x 10.000)
$1.000
Aluguel
100
200
300
400
500
600
700
800
900
20 40 60 80 100
Excesso
de demanda
Demanda Oferta
 
Figura 2.4 
b. Suponha que a agência ceda às solicitações da associação, 
estabelecendo um aluguel mensal de $900 para todos os apartamentos 
a fim de permitir aos proprietários uma taxa de retorno “razoável”. Se 
50% de qualquer aumento na oferta de apartamentos de longo prazo 
surgir a partir de novas construções, quantos apartamentos terão sido 
vendidos? 
Ao preço do aluguel de $900, a oferta de apartamentos será 50 + 5(9) = 
95, ou 950.000 unidades, que corresponde a um aumento de 200.000 
unidades em relação ao equilíbrio de livre mercado. Logo, (0,5)(200.000) 
= 100.000 unidades seriam construídas. Cabe ressaltar, porém, dada 
uma demanda de apenas 500.000 unidades, 400.000 unidades não 
seriam alugadas. 
5. Grande parte da demanda de produtos agrícolas dos EUA vem de outros 
países. No Exemplo 2.4, a demanda agregada é Q = 3244 - 283P. Sabemos 
também que a demanda doméstica é Qd = 1700 - 107P e a oferta doméstica é 
QS = 1944 + 207P. Suponha que a demanda por exportação de trigo sofra 
uma queda de 40%. 
a. Os agricultores norte-americanos estão preocupados com essa queda 
na demanda de exportação. O que deve acontecer com o preço do 
trigo dos EUA sob o livre mercado? Os agricultores têm razão de 
estar preocupados? 
Dada a demanda agregada, Q = 3244 - 283P, e a demanda doméstica , 
Qd = 1700 - 107P, podemos obter a demanda de exportação por resíduo, 
Qe = 1544 - 176P. 
O preço de equilíbrio inicial é obtido igualando-se a demanda agregada à 
oferta: 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 19 
3244 - 283P = 1944 + 207P, ou 
P = $2,65. 
O melhor procedimento para tratar da queda da demanda de exportação 
em 40% é supor que a curva de demanda de exportação gira para baixo e 
para a esquerda em torno do intercepto vertical, de modo que a 
demanda diminui 40% para todos os preços, e o preço de reserva (o preço 
máximo que o país estrangeiro está disposto a pagar) não se altera. Se a 
curva de demanda se deslocasse para baixo e para a esquerda 
paralelamente à curva original, o efeito sobre o preço e a quantidade 
seria o mesmo em termos qualitativos, mas seria diferente em termos 
quantitativos. 
A nova demanda de exportação é 0,6Qe=0,6(1544-176P)=926,4-105,6P. 
Graficamente, a demanda de exportação girou em torno do intercepto, 
conforme ilustrado na figura 2.5a abaixo: 
Qe
1544926.4
8.77
P
 
Figura 2.5a 
A demanda total passa a ser 
QD = Qd + 0,6Qe = 1700 - 107P + (0,6)(1544 - 176P) = 2626,4 – 212,6P. 
Igualando oferta agregada e demanda agregada, 
1944 + 207P = 2626,4 – 212,6P, ou 
P = $1,63, 
que corresponde a uma redução significativa do preço de mercado em 
relação ao preço de equilíbrio original de $2,65 por bushel. A esse preço, 
a quantidade de equilíbrio é 2280,65 milhões de bushels. A receita total 
diminuiu de $6614,6 milhões para $3709,0 milhões. A maioria dos 
agricultores estaria preocupada. 
b. Agora, suponha que o governo dos EUA queira adquirir anualmente 
uma quantidade de trigo que seja suficiente para elevar seu preço até 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 20 
o nível de $3,50 por bushel. Com essa queda na demanda da 
exportação, qual seria a quantidade de trigo que o governo teria que 
comprar a cada ano? Quanto isto custaria ao governo? 
Para o preço de $3,50, o mercado não está em equilíbrio. As 
quantidades demandadas e ofertadas são 
QD = 2626,4-212,6(3,5)=1882,3,e 
QS = 1944 + 207(3,5) = 2668,5. 
O excesso da oferta é, portanto, 2668,5-1882,3=786,2 milhões de bushels. 
 O governo deve adquirir essa quantidade manter o preço em $3,5, e 
gastará $3,5(786,2 milhões) = $2751,7 milhões por ano. 
6. Em 1998, os americanos fumaram 470 bilhões de cigarros. O preço médio 
no varejo era de $2 por maço. Estudos estatísticos mostraram que a 
elasticidade-preço da demanda é –0,4, e a elasticidade-preço da oferta é 0,5. 
Utilizando essa informação, derive as curvas de demanda e de oferta 
lineares para o mercado de cigarros. 
Seja a curva de demanda Q=a+bP e a curva de oferta Q=c+dP, onde a, b, 
c, e d são as constantes que você tem que calcular dadas as informações 
acima. Para começar, lembre-se da fórmula da elasticidade-preço da 
demanda 
EP
D
=
P
Q
Q
P
. 
São fornecidos os valores da elasticidade, de P, e de Q, o que significa 
que você pode resolver para a inclinação, que é b, na fórmula da curva 
de demanda acima. 
b
P
Q
P
Q
=−=





−=




=−
94
2
470
4,0
470
2
4,0
 
Para calcular a constante a, insira os valores de Q, P, e b na fórmula 
acima tal que 470=a-94*2 e a=658. A equação da demanda é, portanto, 
Q=658-94P. Para encontrar a curva de oferta, lembre-se da fórmula da 
elasticidade da oferta e prossiga como acima: 
d
P
Q
P
Q
P
Q
Q
P
E Sp
==





=




=


=
5,117
2
470
5,0
470
2
5,0 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 21 
Para calcular a constante c, insira os valores de Q, P, e d na fórmula 
acima tal que 470=c+117,5*2 e c=235. A equação da oferta é, portanto, 
Q=235+117,5P. 
7. No Exemplo 2.7 vimos os efeito de uma diminuição de 20% na demanda de 
cobre sobre o seu preço, utilizando curvas de oferta e de demanda lineares 
que foram desenvolvidas na Seção 2.6. Suponha que a elasticidade-preço a 
longo prazo para a demanda do cobre fosse de –0,4 em vez de –0,8. 
a. Mantendo a premissa anterior de que o preço e a quantidade de 
equilíbrio são P* = $0,75 por libra e Q* = 7,5 milhões de toneladas 
métricas por ano, derive uma curva de demanda linear que seja 
consistente com a elasticidade, agora, menor. 
Seguindo o método mostrado na Seção 2.6, resolvemos para a e b na 
equação de demanda QD = a - bP. Primeiro, sabemos que para a função 
de demanda linear ED = −b
P *
Q*
 
 
 
 
 
 . Aqui, ED = -0,4 (a elasticidade-preço a 
longo prazo), P* = 0,75 (o preço de equilíbrio), e Q* = 7,5 (a quantidade 
de equilíbrio). Resolvendo para b, 






−=−
5,7
75,0
4,0 b , ou b = 4. 
Para encontrar o intercepto, inserimos os valores de b, QD (= Q*), e P (= 
P*) na equação de demanda: 
7,5 = a - (4)(0,75), ou a = 10,5. 
A equação de demanda linear consistente com a elasticidade- preço a 
longo prazo –0,4 é, portanto, 
QD = 10,5 - 4P. 
b. Utilizando essa curva de demanda, recalcule o efeito de uma queda de 
20% na demanda do cobre sobre o seu preço. 
A nova demanda é 20% menor do que a original (utilizando nossa 
convenção de que a quantidade demandada é reduzida em 20% para 
qualquer preço): 
QD
 
= 0.8( ) 10.5 − 4P( ) = 8.4 − 3.2P . 
Igualando isso à oferta, 
8,4 – 3,2P = -4,5 + 16P, ou 
P = 0,672. 
Com a queda de 20% na demanda, o preço do cobre cai para $ 0,672 por 
libra. 
8. O Exemplo 2.8 analisa o mercado mundial de petróleo. Utilizando os 
dados fornecidos neste exemplo, 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 22 
a. Mostre que as curvas da demanda a curto prazo e da oferta 
competitiva a curto prazo podem realmente ser expressas por 
D = 24,08 – 0,06P 
SC = 11,74 + 0,07P. 
Primeiro, considerando a oferta dos países não membros da OPEP: 
Sc = Q* = 13. 
Com ES = 0,10 e P* = $18, ES = d(P*/Q*) implica d = 0,07. 
Inserindo os valores de d, Sc, e P na equação de oferta, c = 11,74 e Sc = 11,74 + 
0,07P. 
Similarmente, dado que QD = 23, ED = -b(P*/Q*) = -0,05, e b = 0,06. Inserindo 
os valores de b, QD = 23, e P = 18 na equação de demanda, temos 23 = a – 
0,06(18), tal que a = 24,08. 
Portanto, QD = 24,08 – 0,06P. 
b. Mostre que as curvas da demanda a longo prazo e da oferta 
competitiva a longo prazo podem realmente ser expressas por 
D = 32,18 – 0,51P 
SC = 7,78 + 0,29P. 
Como acima, ES = 0,4 e ED = -0,4: ES = d(P*/Q*) e ED = -b(P*/Q*), implicando 
0,4 = d(18/13) e –0,4 = -b(18/23). Então, d = 0,29 e b = 0,51. 
Em seguida, resolva para c e a: 
Sc = c + dP e QD = a - bP, implicando 13 = c + (0,29)(18) e 23 = a - (0,51)(18). 
Então, c = 7,78 e a = 32,18. 
c. No final dos anos 90, a Arábia Saudita, membro da OPEP, era 
responsável pela produção de 3 bilhões de barris de petróleo por ano. 
Suponha que uma guerra ou revolução levasse a Arábia Saudita a 
parar a produção de petróleo. Utilize o modelo acima para calcular o 
que aconteceria com o preço do petróleo no curto e no longo prazo se 
a produção da OPEP diminuísse em 3 bilhões de barris por ano. 
Com a oferta da OPEP reduzida de 10 bb/ano para 7 bb/ano, insira essa oferta 
menor, de 7 bb/ano, nas equações de oferta de curto e de longo prazo: 
Sc = 7 + Sc = 11,74 + 7 + 0,07P = 18,74 + 0,07P e S = 7 + Sc = 14,78 + 0,29P. 
Essas são equacionadas com a demanda de curto e de longo prazo tal que: 
18,74 + 0,07P = 24,08 – 0,06P, 
implicando que P = $41,08 no curto prazo; e 
14,78 + 0,29P = 32,18 - 0,51P, 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 23 
implicando que P = $21,75 no longo prazo. 
 
9. Considere o Exemplo 2.9, que analisa os efeitos do controle de preços 
do gás natural. 
a. Utilizando os dados disponíveis no exemplo, mostre que as seguintes 
curvas de oferta e de demanda realmente descreviam o mercado em 
1975: 
Oferta: Q = 14 + 2PG + 0,25PO 
Demanda: Q = -5PG + 3,75PO 
onde PG e PO são os preços do gás natural e do petróleo, 
respectivamente. Verifique também que, se o preço do petróleo for 
$8,00, essas curvas implicariam um preço de $2,00 para o gás natural 
no livre mercado. 
Para resolver este problema, nós aplicamos a análise feita na Seção 2.6 
à definição de elasticidade cruzada da demanda dada na Seção 2.4. Por 
exemplo, a elasticidade cruzada da demanda por gás natural com 
relação ao preço do petróleo é: 
EGO =
QG
PO
 
 
 
 
 
 
PO
QG
 
 
 
 
 
 . 
Q
G
P
O
 
 
 
 
 
 é a mudança na quantidade de gás natural demandada, devido a 
uma pequena mudança no preço do petróleo. Para as equações de 
demanda lineares, 
Q
G
P
O
 
 
 
 
 
 é constante. Se representamos a demanda: 
 QG = a - bPG + ePO 
(observe que a renda é mantida constante), então 
Q
G
P
O
 
 
 
 
 
 = e. Inserindo na 
fórmula da elasticidade cruzada, EPO = e
PO
*
QG
*
 
 
 
 
 
 , onde PO
* e QG
* são o preço e 
a quantidade de equilíbrio. Sabemos que PO
* = $8 e QG
* = 20 trilhões de 
pés cúbicos (Tpc). Resolvendo para e, 






=
20
8
5,1 e , ou e = 3,75. 
Similarmente, se a forma geral da equação de oferta é representada por: 
QG = c + dPG + gPO, 
a elasticidade cruzada da oferta é g
PO
*
QG
*
 
 
 
 
 
 , que sabemos ser 0,1. 
Resolvendo para g, 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 24 






=
20
8
1,0 g , ou g = 0,25. 
Os valores para d e b podem ser calculados utilizando as equações 2,5a e 
2,5b dadas na Seção 2.6. Sabemos que ES = 0,2, P* = 2, e Q* = 20. Logo, 






=
20
2
2,0 d , ou d = 2. 
Também, ED = -0,5, então, 






=−
20
2
5,0 b , ou b = -5. 
Inserindo esses valores de d, g, b, e e em nossas equações de oferta e de 
demanda lineares, podemos resolver para c e a: 
20 = c + (2)(2) + (0,25)(8), ou c = 14, 
e 
20 = a - (5)(2) + (3,75)(8), ou a = 0. 
Se o preço do petróleo for $8,00, essas curvas implicam um preço de 
$2,00 no mercado livre de gás natural. Insira o preço do petróleo nas 
curvas de oferta e de demanda para a verificação dessas equações. 
Depois, igualeuma curva à outra e resolva para o preço do gás. 
14 + 2PG + (0,25)(8) = -5PG + (3,75)(8), 7PG = 14, ou 
PG = $2,00. 
 
b. Suponha que o preço regulamentado em 1975 para o gás fosse de $1,50 
por mil pés cúbicos, em vez de $1,00. Qual teria sido a dimensão do 
excesso de demanda? 
Com o preço regulamentado de $1,50 para o gás natural e o preço do 
petróleo igual a $8,00 por barril, 
Demanda: QD = (-5)(1,50) + (3,75)(8) = 22,5, e 
Oferta: QS = 14 + (2)(1,5) + (0,25)(8) = 19. 
Com a oferta de 19 Tpc e a demanda de 22,5 Tpc, haveria um excesso de 
demanda de 3,5 Tpc. 
 
c. Suponha que o mercado de gás natural não tivesse sido 
regulamentado. Se o preço do petróleo subisse de $8 para $16, O que 
teria ocorrido com o preço do gás no mercado livre? 
Se o preço do gás natural não tivesse sido regulamentado e o preço do 
petróleo subisse de $8 para $16, então, 
Demanda: QD = -5PG + (3,75)(16) = 60 - 5PG, e 
Oferta: QS = 14 + 2PG + (0,25)(16) = 18 + 2PG. 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 25 
Igualando a oferta e a demanda e resolvendo para o preço de equilíbrio, 
18 + 2PG = 60 - 5PG, ou PG = $6. 
O preço do gás natural teria triplicado de $2 para $6. 
 
10. A tabela abaixo mostra o preço no varejo e as vendas de café 
instantâneo e café torrado para 1997 e 1998. 
 
 Preço no 
varejo de 
café 
instantâneo 
Vendas de 
café 
instantâneo 
Preço no 
varejo de 
café torrado 
Vendas de 
café torrado 
 
Ano ($/lb.) (milhões lb.) ($/lb.) (milhões lb.) 
1997 10,35 75 4,11 820 
1998 10,48 70 3,76 850 
 
a. Utilizando esses dados, estime a elasticidade-preço da demanda a 
curto prazo para café torrado. Derive, também, a curva de demanda linear 
para café torrado. 
Para calcular a elasticidade, deve-se, primeiro, estimar a inclinação da a 
curva de demanda: 
7,85
35,0
30
76,311,4
850820
−=−=
−
−
=


P
Q
. 
Sabendo a inclinação, podemos, então, estimar a elasticidade utilizando 
os dados de preço e quantidade mostrados na tabela acima. Dado que se 
presume que a curva de demanda seja linear, a elasticidade será 
diferente em 1997 e 1998, porque o preço e a quantidade são diferentes. 
Você pode calcular a elasticidade nos dois anos e no ponto médio entre os 
dois anos: 
40,0)7,85(
835
935,3
2
2
38,0)7,85(
850
76,3
43,0)7,85(
820
11,4
9897
9897
98
97
−=−=


+
+
=
−=−=


=
−=−=


=
P
Q
QQ
PP
E
P
Q
Q
P
E
P
Q
Q
P
E
Méd
p
p
p
 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 26 
Para derivar a curva de demanda de café torrado, observe que a 
inclinação da curva de demanda é –85,7=-b. Para encontrar o 
coeficiente a, utilize qualquer um dos pontos da tabela acima de modo a 
obter a=830+85,7*4,11=1172,3 ou a=850+85,7*3,76=1172,3. A equação 
da curva de demanda é, portanto, 
Q=1172,3-85,7P. 
b. Agora, estime a elasticidade-preço da demanda a curto prazo de café 
instantâneo. Derive a curva de demanda linear de café instantâneo. 
Para calcular a elasticidade, deve-se estimar, primeiro, a inclinação da a 
curva de demanda: 
5,38
13,0
5
48,1035,10
7075
−=−=
−
−
=


P
Q
. 
 
Sabendo a inclinação, podemos, então, estimar a elasticidade utilizando 
os dados de preço e quantidade mostrados na tabela acima. Dado que se 
presume que a curva de demanda seja linear, a elasticidade será 
diferente em 1997 e 1998, porque o preço e a quantidade são diferentes. 
Você pode calcular a elasticidade nos dois anos e no ponto médio entre os 
dois anos: 
52,5)5,38(
5,72
415,10
2
2
76,5)5,38(
70
48,10
31,5)5,38(
75
35,10
9897
9897
98
97
−=−=


+
+
=
−=−=


=
−=−=


=
P
Q
QQ
PP
E
P
Q
Q
P
E
P
Q
Q
P
E
Méd
p
p
p
 
 
Para derivar a curva de demanda de café instantâneo, observe que a 
inclinação da curva de demanda é -38,5=-b. Para encontrar o coeficiente 
a, utilize qualquer um dos pontos da tabela acima de modo a obter 
a=75+38,5*10,35=473,1 ou a=70+38,5*10,48=473,1. A equação da curva 
de demanda é, portanto,. 
Q=473,1-38,5P. 
c. Qual dos dois cafés possui a elasticidade-preço da demanda a curto 
prazo mais elevada? Por que você acha que isso acontece? 
O café instantâneo é significativamente mais elástico do que o café 
torrado. Na verdade, a demanda por café torrado é inelástica e a 
demanda por café instantâneo é elástica. O café torrado pode ter uma 
demanda inelástica no curto prazo, pois muitas pessoas consideram o 
café um bem necessário. Por outro lado, o café instantâneo pode ser 
Capítulo 2: O Básico sobre a Oferta e Demanda 
 27 
visto, por muitos, como um substituto conveniente, mas imperfeito, para 
o café torrado. Dado o preço mais elevado, por libra, do café instantâneo 
e a preferência de muitos consumidores por café torrado, a demanda por 
este será menos elástica do que a demanda por café instantâneo. 
Observe, também que o café torrado é um bem de luxo; sua demanda se 
encontra à direita da demanda por café instantâneo. Isso levará a 
demanda por café torrado a ser mais inelástica, pois, qualquer que seja o 
preço, a quantidade demandada será maior para café torrado do que 
para café instantâneo. Essa diferença de quantidade será grande o 
suficiente para compensar a diferença na inclinação das duas curvas de 
demanda. 
 
Capítulo 3: Comportamento do consumidor 
 22 
PARTE II 
PRODUTORES, CONSUMIDORES E MERCADOS 
COMPETITIVOS 
CAPÍTULO 3 
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 
OBSERVAÇÕES PARA O PROFESSOR 
 O Capítulo 3 fornece a base a partir da qual será derivada a curva de demanda 
no Capítulo 4. Para que os alunos sejam capazes de entender a teoria da demanda, 
eles devem dominar os conceitos de curvas de indiferença, taxa marginal de 
substituição, linha do orçamento, e escolha ótima do consumidor. É possível discutir 
as escolhas do consumidor sem aprofundar-se nos detalhes da teoria da utilidade. 
Para muitos estudantes, as funções de utilidade são um conceito mais abstrato do que 
as relações de preferência. No entanto, caso se pretenda discutir a questão da 
incerteza no Capítulo 5, será necessário discutir antes o conceito de utilidade 
marginal (seção 3.5). Mesmo que a teoria da utilidade seja apresentada apenas 
brevemente, é importante que os alunos compreendam o conceito de utilidade, pois 
esse termo aparecerá muitas vezes no Capítulo 4. 
 Ao introduzir o conceito de curva de indiferença, é importante enfatizar que os 
dois eixos representam quantidades físicas. De fato, após terem estudado a oferta e a 
demanda, os alunos poderiam pensar que o preço deveria estar no eixo vertical. Como 
forma de ilustrar as curvas de indiferença, escolha uma cesta inicial no gráfico e peça 
aos alunos para apontar as cestas que os consumidores devem preferir em relação à 
cesta inicial, e aquelas que devem ser consideradas inferiores à cesta inicial. Isso 
deverá dividir o gráfico em quatro quadrantes, o que tornará mais fácil para os alunos 
a visualização do conjunto de cestas entre as quais o consumidor é indiferente. É 
recomendável que sejam apresentados vários exemplos com diferentes tipos de 
mercadorias, pedindo-se à turma para desenhar as curvas de indiferença em cada 
caso. Os exemplos também são úteis para explicar a significância das hipóteses 
relativas às preferências; ao apresentar diferentes exemplos, pode-se perguntar quais 
hipóteses seriam violadas. 
 A explicação do conceito de utilidade flui naturalmente a partir da discussão 
das curvas de indiferença. Apesar de tratar-se de um conceito abstrato, é possível 
transmitir aos alunos a essência desse conceito em tempo relativamente curto. Para 
tanto, pode-se partir da observação de que o objetivo dos consumidores é maximizar 
sua utilidade sujeito a uma restrição orçamentária. Quando um consumidor vai a 
uma loja, escolhe a cesta de produtos preferida dentre aquelas que pode adquirir. A 
partir disso, pode-se derivar a curva de demanda. É importante ressaltarque, para o 
consumidor, o que importa é a ordenação relativa entre as várias possíveis cestas de 
produtos, e não o valor absoluto da utilidade, que não tem qualquer significado. Por 
fim, outro conceito fundamental é a taxa à qual os consumidores estão dispostos a 
trocar mercadorias (a taxa marginal de substituição), que depende da satisfação 
relativa derivada do consumo de cada mercadoria. 
Capítulo 3: Comportamento do consumidor 
 23 
 A taxa marginal de substituição, TMS, é um conceito que pode confundir os 
alunos. Alguns deles tendem a confundir a TMS com a razão entre as quantidades 
das duas mercadorias. Quando isso ocorre, pode-se notar que a inclinação é igual à 
razão entre a variação na quantidade medida no eixo vertical, Y, e a variação na 
quantidade do eixo horizontal, X. Essa razão é igual à razão dos interceptos de uma 
linha tangente à curva de indiferença. À medida que nos movemos ao longo de uma 
curva de indiferença convexa, esses interceptos mudam e, conseqüentemente, a TMS 
também muda. Outro problema é a terminologia “TMS de X por Y”, que pode causar 
confusão pelo fato de que não estamos trocando “X por Y”, mas Y por uma unidade de 
X. É recomendável ilustrar esse importante conceito através de diversos exemplos em 
sala de aula. 
QUESTÕES PARA REVISÃO 
1. O que significa o termo transitividade de preferências? 
A transitividade de preferências significa que, se alguém prefere A em 
relação a B, e B em relação a C, então essa pessoa prefere A em relação 
a C. 
2. Suponha que um determinado conjunto de curvas de indiferença não 
possua inclinação negativa. O que você pode dizer a respeito de quão 
desejáveis são essas duas mercadorias? 
Uma das principais hipóteses da teoria das preferências é que 
quantidades maiores dos bens são preferidas a quantidades menores. 
Logo, se a quantidade consumida de um bem diminui, os consumidores 
devem obter um menor nível de satisfação. Esse resultado implica 
necessariamente curvas de indiferença negativamente inclinadas. No 
entanto, se uma mercadoria é indesejável, o consumidor estará em 
melhor situação ao consumir quantidades menores da mercadoria; por 
exemplo, menos lixo tóxico é preferível em relação a mais lixo. Quando 
uma mercadoria é indesejável, as curvas de indiferença que mostram o 
dilema entre aquela mercadoria e a mercadoria desejável apresentam 
inclinações positivas. Na Figura 3.2 abaixo, a curva de indiferença U2 é 
preferida à curva de indiferença U1. 
Capítulo 3: Comportamento do consumidor 
 24 
Bem Y
Lixo tóxico
Pontos
preferidos
U2
U1
 
Figura 3.2 
3. Explique a razão pela qual duas curvas de indiferença não podem se 
interceptar. 
A resposta pode ser apresentada mais facilmente com a ajuda de um 
gráfico como o da Figura 3.3, que mostra duas curvas de indiferença se 
interceptando no ponto A. A partir da definição de uma curva de 
indiferença, sabemos que um consumidor obtém o mesmo nível de 
utilidade em qualquer ponto sobre uma determinada curva. Nesse caso, 
o consumidor é indiferente entre as cestas A e B, pois ambas estão 
localizadas sobre a curva de indiferença U1. Analogamente, o 
consumidor é indiferente entre as cestas A e C porque ambas estão 
localizadas sobre a curva de indiferença U2. A propriedade de 
transitividade das preferências implica que tal consumidor também 
devera ser indiferente entre C e B. No entanto, de acordo com o gráfico, 
C está situada acima de B, de modo que C deve ser preferida a B. Assim, 
está provado que duas curvas de indiferença não podem se interceptar. 
Capítulo 3: Comportamento do consumidor 
 25 
Bem Y
Bem X
A
C
B
U1
U2
 
Figura 3.3 
4. Desenhe um conjunto de curvas de indiferença para as quais a taxa 
marginal de substituição seja constante. Desenhe duas linhas de orçamento 
com diferentes inclinações; mostre, em cada caso, qual será a escolha 
maximizadora de satisfação. Que conclusões você poderia tirar? 
Na Figura 3.4, a mercadoria X e a mercadoria Y são substitutos 
perfeitos, de modo que as curvas de indiferença são linhas retas, U1 e 
U2, ambas com inclinação igual a -1. No caso de mercadorias que são 
substitutos perfeitos, o consumidor sempre preferirá comprar a 
mercadoria mais barata, de modo a obter utilidade máxima. Por 
exemplo, se a mercadoria Y for mais barata que a mercadoria X, o 
consumidor se defrontará com a restrição orçamentária L2 e maximizará 
sua utilidade no ponto A. Por outro lado, se a mercadoria X for mais 
barata que a mercadoria Y, o consumidor se defrontará com a restrição 
orçamentária L1 e maximizará sua utilidade no ponto B. Se a 
mercadoria X e a mercadoria Y tiverem o mesmo preço, a restrição 
orçamentária coincidirá com a curva de indiferença, e o consumidor será 
indiferente entre qualquer ponto sobre a curva. Para entender a razão 
disso, lembre que a inclinação da linha do orçamento é −
Px
Py
. Em termos 
mais gerais, a inclinação de uma curva de indiferença linear é a taxa 
constante à qual o consumidor está disposto a trocar as duas 
mercadorias. Se as inclinações da linha de orçamento e da curva de 
indiferença forem iguais, o consumidor será indiferente entre qualquer 
ponto sobre a linha do orçamento. Quando as inclinações forem 
diferentes, o consumidor deverá optar por uma das extremidades da 
linha do orçamento, de acordo com as respectivas inclinações. 
Capítulo 3: Comportamento do consumidor 
 26 
Bem Y
Bem X
A
B
U1 U2L1
L2
 
Figura 3.4 
 
5. Explique por que a taxa marginal de substituição de uma pessoa entre 
duas mercadorias deve ser igual à razão entre os preços das mercadorias 
para que o consumidor possa obter satisfação máxima. 
A TMS representa a taxa à qual o consumidor está disposto a trocar 
uma mercadoria por outra de modo a manter seu nível de satisfação 
inalterado. A razão entre os preços representa a troca que o mercado 
está disposto a realizar entre as duas mercadorias. A tangência de uma 
curva de indiferença com a linha do orçamento representa o ponto no 
qual as duas taxas são iguais e consumidor obtém satisfação máxima. Se 
a TMS entre duas mercadorias não fosse igual à razão entre os preços, o 
consumidor poderia trocar uma mercadoria pela outra aos preços de 
mercado, de modo a obter níveis de satisfação mais elevados. Esse 
processo continuaria até que o nível de satisfação mais alto possível 
fosse atingido. 
 
 
6. Explique por que os consumidores provavelmente estariam em piores 
condições de satisfação quando um produto que eles consomem fosse 
racionado. 
Se a quantidade máxima de uma mercadoria for fixada por lei em nível 
inferior à quantidade desejada, nada garante que o mais alto nível de 
satisfação possível possa ser alcançado. De fato, o consumidor não será 
capaz de obter maiores quantidades da mercadoria racionada através da 
redução do consumo de outras mercadorias. O consumidor só conseguirá 
maximizar sua utilidade sem restrição no caso em que a quantidade 
máxima for fixada em nível acima do desejado. (Observação: o 
Capítulo 3: Comportamento do consumidor 
 27 
racionamento pode causar maior nível de bem-estar social, por razões de 
eqüidade ou justiça entre os consumidores.) 
7. Após a fusão com a economia da Alemanha Ocidental, os consumidores 
da Alemanha Oriental demonstravam preferência por automóveis 
Mercedes-Benz em relação a automóveis Volkswagen. Entretanto, depois de 
terem convertido suas poupanças para marcos alemães, muitos desses 
consumidores correram até os revendedores Volkswagen. Como você 
explicaria esse aparente paradoxo? 
Para responder essa questão, são necessárias três hipóteses: 1) um 
Mercedes custa mais do que um Volkswagen; 2) a função de utilidade 
dos consumidores da Alemanha Oriental inclui duas mercadorias: 
automóveis e todas as outras mercadorias, avaliadas em marcos 
alemães; e 3) os consumidores da Alemanha Oriental auferem alguma 
renda. Combase nessas premissas, podemos especular que, ainda que 
os consumidores da antiga Alemanha Oriental prefiram um Mercedes a 
um Volkswagen, é possível que eles não tenham renda suficiente para 
comprar um Mercedes ou, então, que eles prefiram uma cesta composta 
por um Volkswagen e outras mercadorias a uma cesta que inclua apenas 
um Mercedes. A utilidade marginal de consumir um Mercedes pode 
exceder a utilidade marginal de consumir um Volkswagen, mas para o 
consumidor o que importa é a utilidade marginal por dólar para cada 
mercadoria. O fato dos consumidores terem se dirigido aos 
revendedores Volkswagen, e não aos revendedores Mercedes, indica que 
a utilidade marginal por dólar deve ter sido mais elevada para os 
Volkswagen. 
8. Descreva o princípio da igualdade marginal. Explique por que esse 
princípio não se mantém se uma utilidade marginal crescente estiver 
associada ao consumo de uma ou ambas as mercadorias. 
De acordo com o princípio da igualdade marginal, para que o grau 
máximo de satisfação seja obtido é necessário que a razão entre 
utilidade marginal e preço seja igual para todas as mercadorias. A linha 
de raciocínio é a mesma apresentada na Questão para Revisão No. 5. 
Parte-se do fato de que a utilidade é maximizada quando o orçamento é 
alocado de modo a igualar, para todas as mercadorias, a utilidade 
marginal por dólar gasto. 
Se a utilidade marginal é crescente, o consumidor maximiza sua 
satisfação consumindo quantidades cada vez maiores da mercadoria. 
Isso significa que, supondo preços constantes, o consumidor acabaria 
gastando toda sua renda com uma única mercadoria. Teríamos, então, 
uma solução de canto, na qual o princípio da igualdade marginal não 
pode valer. 
9. Qual é a diferença entre utilidade ordinal e utilidade cardinal? Explique 
por que a suposição de utilidade cardinal não se faz necessária para a 
ordenação das preferências do consumidor. 
Capítulo 3: Comportamento do consumidor 
 28 
A utilidade ordinal implica um ordenamento das alternativas que não 
leva em consideração a intensidade das preferências. Essa abordagem 
permite, por exemplo, afirmar que a primeira escolha do consumidor é 
preferida à segunda escolha, mas não especifica quão preferível é a 
primeira opção. A utilidade cardinal implica que a intensidade das 
preferências pode ser quantificada. Uma classificação ordinal é 
suficiente para ordenar as escolhas do consumidor de acordo com suas 
preferências. Não é necessário saber quão intensamente um consumidor 
prefere a cesta A à cesta B; é suficiente saber que A é preferida a B. 
10. Os preços dos computadores caíram substancialmente durante as duas 
últimas décadas. Use essa queda no preço para explicar por que o IPC 
tende a subestimar o índice de custo de vida para indivíduos que utilizam 
essas máquinas intensivamente. 
O índice de preços ao consumidor mede as variações na média 
ponderada dos preços de uma cesta de mercadorias adquiridas pelos 
consumidores. Os pesos de cada mercadoria correspondem à sua 
participação na despesa total do consumidor. Escolhe-se um ano-base, e 
usam-se os pesos observados no ano para calcular o IPC naquele e nos 
anos seguintes. Quando o preço de uma mercadoria cai de forma 
significativa, o consumidor tende a consumir mais daquela mercadoria 
em detrimento das demais, o que implica mudanças na distribuição da 
renda do consumidor entre as várias mercadorias. O uso dos pesos do 
ano-base ignora o efeito das variações de preço sobre a participação de 
cada mercadoria no total de despesas, levando, assim, a uma medida 
imprecisa das mudanças no custo de vida. 
Por exemplo, suponha que, em 1970, Fred gastasse 10% de sua renda 
em computadores, e que a participação de cada mercadoria na despesa 
total de Fred em 1970 tenha sido usada como peso no cálculo do IPC de 
Fred nos anos seguintes. Se a demanda de Fred por computadores fosse 
inelástica, reduções no preço dos computadores (em relação às outras 
mercadorias) diminuiriam a proporção de sua renda gasta com 
computadores. Após 1970, um IPC baseado nos pesos de 1970 estaria 
atribuindo um peso de 10% ao preço dos computadores, apesar de Fred 
gastar menos que 10% de sua renda com computadores. Supondo que os 
preços das outras mercadorias estivessem aumentando, ou caindo menos 
que 10%, o IPC estaria atribuindo pesos excessivamente pequenos às 
variações nos preços das outras mercadorias, e subestimando as 
mudanças no custo de vida de Fred. 
 
Capítulo 3: Comportamento do consumidor 
 29 
EXERCÍCIOS 
1. Neste capítulo, não foram consideradas mudanças nas preferências do 
consumidor por diversas mercadorias. Todavia, em determinadas 
situações, as preferências devem se modificar à medida que ocorre o 
consumo. Discuta por que e como as preferências poderiam se alterar ao 
longo do tempo tendo por referência o consumo das seguintes mercadorias: 
a. Cigarros 
A hipótese de preferências constantes é razoável se as escolhas do 
consumidor são independentes no tempo. Mas essa hipótese não é 
válida nas situações em que o consumo do bem envolve a criação de 
hábitos ou vícios, como no caso dos cigarros: o consumo de cigarros em 
um período influencia seu consumo nos períodos seguintes. 
b. Jantar pela primeira vez em um restaurante de culinária típica 
Jantar pela primeira vez em um restaurante diferente não envolve 
nenhum vício do ponto de vista físico, mas, ao propiciar ao consumidor 
maiores informações sobre o restaurante em questão, influencia suas 
escolhas nos períodos subseqüentes. O consumidor pode gostar de jantar 
sempre em restaurantes diferentes, que ainda não conheça, ou então 
pode estar cansado de fazê-lo. Em ambos os casos, as preferências 
mudam à medida que ocorre o consumo. 
2. Desenhe as curvas de indiferença para as seguintes preferências de um 
consumidor por duas mercadorias: hambúrguer e cerveja. 
a. Alex gosta de cerveja, porém detesta hambúrgueres. Ele sempre 
prefere consumir mais cerveja, não importando quantos 
hambúrgueres possa ter. 
Para Alex, os hambúrgueres são um “mal.” As suas curvas de 
indiferença apresentam inclinação positiva em vez de negativas. Para 
Alex, U1 é preferida a U2 e U2 é preferida a U3. Veja a figura 3.2a. Se os 
hambúrgueres fossem um bem neutro, as curvas de indiferença seriam 
verticais e a utilidade cresceria à medida que nos movêssemos para a 
direita e mais cerveja fosse consumida. 
b. Betty mostra-se indiferente entre cestas que contenham três cervejas 
ou dois hambúrgueres. Suas preferências não se alteram à medida 
que consome maior quantidade de qualquer uma das duas 
mercadorias. 
Dado que Betty é indiferente entre três cervejas e dois hambúrgueres, 
existe uma curva de indiferença ligando esses dois pontos. As curvas de 
indiferença de Betty são um conjunto de linhas paralelas com inclinação 
de −2
3
. Veja a figura 3.2b. 
c. Chris come um hambúrguer e em seguida toma uma cerveja. Ele 
nunca consumirá uma unidade adicional de um item sem que 
consuma também uma unidade adicional do outro. 
Capítulo 3: Comportamento do consumidor 
 30 
Para Chris, hambúrgueres e cerveja são complementos perfeitos, ou 
seja, ele sempre deseja consumir as duas mercadorias em proporções 
fixas. As curvas de indiferença apresentam formato de L, com os 
ângulos do L ao longo de uma linha de 45 graus a partir da origem. Veja 
a figura 3.2c. 
 
 
Hambúrgueres
Cerveja
U3
U2
U1
 
Figura 3.2.a 
 
 
Hambúrgueres
Cerveja
U1 U2 U3
1
2
3
4
5
6
7
8
9
3 6 9
 
Figura 3.2.b 
 
d. Doreen gosta muito de cerveja, porém é alérgica a carne. Toda vez 
que come um hambúrguer, fica com urticária. 
Capítulo 3: Comportamento do consumidor 
 31 
Para Doreen, os hambúrgueres não são um “bem”, mas um “mal,” de 
modo que sua utilidade não aumenta ao mover-se para cima e para a 
direita, e sim para baixo e para a direita. Para Doreen, U1 é preferidaa 
U2 e U2 é preferida a U3. Veja a figura 3.2d. 
 
Hambúrgueres
Cerveja
U1
U2
U3
1
2
3
1 2 3
 
Figura 3.2.c 
 
Hambúrgueres
Cerveja
U1
U2
U3
 
Figura 3.2.d 
 
3. O preço de uma fita cassete é $10 e o preço de um CD é $15. Philip tem 
um orçamento de $100 e já adquiriu 3 fitas. Portanto, ele ainda possui $70 
para gastar com fitas adicionais ou CDs. Desenhe a linha do orçamento de 
Philip. Se o resto de suas despesas for destinado a comprar 1 fita cassete e 4 
CDs, mostre sua escolha de consumo na linha do orçamento. 
Capítulo 3: Comportamento do consumidor 
 32 
Dada a renda de $70 que ainda lhe resta, Philip pode adquirir até 7 fitas 
cassete, caso gaste toda a renda nesse tipo de mercadoria, ou até 4,7 
CDs, caso toda a renda seja destinada a essa mercadoria. Assim, 
conforme mostra a figura 3.3, a sua linha do orçamento intercepta o eixo 
vertical na quantidade de 7 fitas e o eixo horizontal na quantidade de 
4,7 CDs. Dado que os preços são constantes, a linha do orçamento 
apresenta inclinação constante e é uma linha reta. 
 
4.7
7
CD’s
Fitas
4
1
 
Figura 3.3 
 
4. Debra geralmente toma um refrigerante quando vai ao cinema. Ela pode 
escolher entre três tamanhos de refrigerante: pequeno (8 onças), que custa 
$1,50, médio (12 onças), que custa $2,00, e grande (16 onças), que custa 
$2,25. Descreva a restrição orçamentária de Debra referente à decisão de 
quantas onças de refrigerante adquirir. (Suponha que Debra possa se 
desfazer da quantidade de refrigerante que não deseja sem qualquer 
custo.) 
Observe, em primeiro lugar, que o preço por onça diminui à medida 
que aumenta o tamanho do refrigerante. Quando Debra compra o 
refrigerante de 8 onças, paga onçapor 19,0$
8
50,1$
=
oz
. Quando ela compra 
o refrigerante de 12 onças, paga $0,17 por onça, e quando ela compra o 
refrigerante de 16 onças, paga $0,14 por onça. A existência de três 
preços diferentes implica que a linha do orçamento deve apresentar 
duas quebras, como mostra a figura 3.4. 
 
Capítulo 3: Comportamento do consumidor 
 33 
Refrigerante
(onças)
8 12 16
 
Figura 3.4 
5. Suponha que Bill considere manteiga e margarina como substitutos 
perfeitos. 
a. Desenhe um conjunto de curvas de indiferença que descreva as 
preferências de Bill por manteiga e margarina. 
 
Manteiga
Margarina
U1 U2 U3
10
5
15
20
5 10 15 20
 
Figura 3.5.a 
 
b. Será que tais curvas de indiferença seriam convexas? Por quê? 
A convexidade implica que qualquer segmento de reta ligando dois 
pontos da curva deve estar situado acima da curva, ou seja, a curva é 
Capítulo 3: Comportamento do consumidor 
 34 
“arqueada para dentro”. Dado que o consumidor considera a manteiga e 
a margarina como substitutos perfeitos, a utilidade marginal não é 
decrescente, e as curvas de indiferença resultantes são linhas retas. 
Curvas de indiferença retas não são estritamente convexas. 
c. Se a manteiga custasse $2 e a margarina apenas $1, e Bill tivesse um 
orçamento de $20 por mês, qual seria a cesta de mercado que Bill 
escolheria? Você poderia demonstrar isso graficamente? 
Sejam Y a renda de Bill, PB o preço da manteiga, B a quantidade de 
manteiga, PM o preço da margarina e M a quantidade de margarina. A 
restrição orçamentária é, portanto, dada por: 
Y = PB B + PM M. 
Inserindo nessa equação os valores dados de Y, PB, e PM,, obtemos a 
representação específica da restrição orçamentária de Bill: 
20 = 2B + 1M, ou B = 10 - 0.5M. 
Tendo em vista que Bill é indiferente entre manteiga e margarina, e o 
preço da manteiga é maior que o preço da margarina, Bill comprará 
apenas margarina. Trata-se de uma solução de canto, pois a escolha 
ótima ocorre sobre um dos eixos. Na Figura 3.5.c, a cesta que maximiza 
a utilidade de Bill é o ponto A. 
Manteiga
Margarina
U1 U2
U3
10
5
15
20
5 10 15 20
L1
A
 
Figura 3.5.c 
6. Suponha que Jones e Smith tenham decidido reservar $1.000 por ano 
para despesas com bebidas alcoólicas e não-alcoólicas. Jones e Smith 
possuem preferências substancialmente diferentes por esses dois tipos de 
bebida. Jones prefere as bebidas alcoólicas, ao passo que Smith tem 
preferência pelas não-alcoólicas. 
a. Desenhe um conjunto de curvas de indiferença para Jones e um 
segundo conjunto para Smith. 
Capítulo 3: Comportamento do consumidor 
 35 
Alcoólicas
Não-alcoólicas
J1
J2
S1
S2
 
Figura 3.6.a 
b. Utilizando o conceito de taxa marginal de substituição, discuta a 
razão pela qual os dois conjuntos de curvas de indiferença são 
diferentes entre si. 
Para qualquer combinação de bebidas alcoólicas, A, e não-alcoólicas, N, 
Jones está disposto a abrir mão de grande quantidade de N para obter 
uma unidade adicional de A, enquanto que Smith está disposto a abrir 
mão de grande quantidade de A para obter uma unidade adicional de N. 
Dado que Jones precisa receber mais N do que Smith para ser 
compensado pela perda de determinada quantidade de A, a sua taxa 
marginal de substituição de bebidas alcoólicas por não-alcoólicas é mais 
baixa que a de Smith. Colocando as bebidas alcoólicas no eixo vertical, 
as curvas de indiferença de Jones são menos inclinadas que as curvas de 
indiferença de Smith em qualquer ponto do gráfico. 
c. Se Smith e Jones pagassem os mesmos preços por suas bebidas, suas 
taxas marginais de substituição de bebidas alcoólicas por não-
alcoólicas seriam iguais ou diferentes? Explique. 
A maximização da utilidade implica que o consumidor deve escolher as 
quantidades de cada mercadoria de modo que a TMS entre quaisquer 
duas mercadorias seja igual a razão entre seus preços. Se Smith e Jones 
são consumidores racionais, as suas TMS devem ser iguais, pois eles se 
defrontam com os mesmos preços de mercado. É importante ressaltar 
que, por possuírem preferências diferentes, eles deverão consumir 
quantidades diferentes das duas mercadorias, apesar de suas TMS 
serem iguais. 
 
7. Na Geórgia, o preço do abacate é o dobro do preço do pêssego, ao passo 
que, na Califórnia, os dois produtos apresentam o mesmo preço. Se os 
consumidores dos dois estados maximizam a utilidade, suas taxas marginais 
Capítulo 3: Comportamento do consumidor 
 36 
de substituição de pêssegos por abacates serão iguais? Caso não o sejam, em 
que estado a taxa será mais elevada? 
A taxa marginal de substituição de pêssegos por abacates é a 
quantidade de abacates que uma pessoa está disposta a ceder em troca 
de um pêssego adicional. Quando os consumidores maximizam a 
utilidade, eles igualam sua taxa marginal de substituição à razão dos 
preços, que nesse caso é 
abacate
pêssego
P
P
. Na Geórgia, abacatepêssego PP =2 , o que 
significa que, quando os consumidores maximizam a utilidade, 
2
1
==
abacate
pêssego
P
P
TMS . Na Califórnia, abacatepêssego PP = , o que significa que 
quando os consumidores maximizam a utilidade, 
1
1
==
abacate
pêssego
P
P
TMS . 
Logo, a taxa marginal de substituição não é igual nos dois estados, e 
deverá ser mais elevada na Califórnia. 
 
8. Anne participa de um programa de milhagem que lhe confere, por meio 
de bônus, descontos de 25% nas passagens aéreas após ter completado 
25.000 milhas no ano, e de 50% após ter completado 50.000 milhas. Você 
poderia traçar a linha do orçamento com que se defronta Anne ao planejar 
seus vôos para o ano? 
Na Figura 3.8, apresentamos as milhas de vôo (M) no eixo horizontal, e 
todas as outras mercadorias (G), em dólares, no eixo vertical. A 
restrição orçamentária é: 
Y = PM M + PG G, ou 
G =
Y
PG
− M
PM
PG
 
 
 
 
 
 . 
A inclinação da linha do orçamento é −
P
P
M
G
. Nesse caso, o preço das 
milhas de vôo muda à medida que o número de milhas aumenta, de 
modo que a linha do orçamento apresenta quebras para 25.000 e 50.000 
milhas. Supondo que PM seja $1 por milha para milhagens menores ou 
iguais a 25.000 milhas, teremos PM = $0,75 para 25.000 < M  50.000,

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