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A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNICARIOCA 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INGRID DIAS XAVIER RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2018 
 
 
INGRID DIAS XAVIER RODRIGUES 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientadora: Gisele Reinaldo da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2018 
Trabalho de conclusão de 
curso apresentado ao Centro 
Universitário Carioca, como 
requisito parcial pra obtenção 
do grau de Licenciado em 
Pedagogia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
Dedico este trabalho, aos meus pais Wagner e 
Silvana e ao meu irmão Iago. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço, primeiramente, a Deus por me permitir 
chegar até aqui. 
A minha família e meus amigos por compreenderem 
minha ausência e por sempre estarem ao meu lado. 
Ao meu namorado pelo apoio em toda minha 
trajetória de realização desta pesquisa. 
A minha orientadora Profa. Gisele Reinaldo, por 
incentivar sempre o melhor de mim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Este trabalho teve como objeto de estudo o trabalho com a literatura na 
educação infantil, com o objetivo de destacar a importância da literatura no 
processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Desta forma, é possível afirmar 
que a realização da pesquisa tem grande relevância e destaca-se por contribuir 
para que as crianças da educação infantil tenham acesso à leitura literária e que 
esta possa ser usada como ferramenta para o processo de ensino-
aprendizagem. A partir das informações coletadas, foram analisados e discutidos 
o conceito de criança e infância conforme a evolução histórica, as diferentes 
contribuições que o trabalho com a literatura possibilita na valorização da cultura 
e através de estudo de caso e entrevistas entender como a literatura, em seu 
caráter estético, pode contribuir no processo de ensino-aprendizagem. Concluiu-
se que a criança que tem acesso à literatura desde cedo desenvolve com muito 
mais facilidade seu processo de ensino-aprendizagem e, com a literatura, o 
aluno amplia seu vocabulário, desenvolve seu senso crítico e pode construir e 
reconstruir seus conhecimentos ao longo de sua vida. 
 
 
Palavras–chave: literatura; educação infantil; cotidiano escolar. 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
Nº da 
página 
1 – INTRODUÇÃO 07 
2 – REFERENCIAL TEÓRICO 10 
3 – RESULTADOS E DISCUSSÕES 18 
4 - CONCLUSÃO 24 
5 - REFERÊNCIAS 25 
6 – ANEXOS 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 Objetivos 
1.1.1 Objetivo Geral 
Compreender e discutir a importância da literatura no processo de ensino-
aprendizagem dos alunos. 
1.1.2 Objetivos Específicos 
Abordar o conceito de criança e infância conforme a evolução histórica. 
Refletir sobre as diferentes contribuições que o trabalho com a literatura 
possibilita na valorização da cultura. 
Analisar, através de entrevistas e estudo de caso, como a literatura, em seu 
caráter estético, pode contribuir no processo de ensino-aprendizagem. 
 
1.2 Justificativa 
Justificou-se a escolha deste tema primeiramente para refletir sobre a 
importância da literatura infantil nas escolas. O ato de praticar a leitura desde 
cedo pode ajudar no desenvolvimento e no processo de ensino-aprendizagem 
do aluno. 
A prática da leitura se faz necessária a qualquer cidadão por ampliar a 
visão de mundo ao inserir um leitor competente em nossa sociedade, 
possibilitando também a vivência de emoções, exercendo o mundo da fantasia 
e o da imaginação. 
Segundo Antonio Candido, em sua obra Vários escritos (2011), o uso da 
imaginação seja através da leitura ou de apresentações culturais faz com que 
qualquer pessoa use sua criatividade como uma necessidade básica. A literatura 
ajuda o indivíduo a se organizar. Primeiro, para conhecer a si mesmo e, por 
consequência, conhecer o outro no meio social. 
É, no entanto, necessário que as instituições busquem resgatar o valor e 
a importância da leitura, como ato de prazer e requisito para emancipação social 
e promoção da cidadania. Porém, tais habilidades não estão sendo 
desenvolvidas devido às práticas de ensino-aprendizagem que privilegiam o 
trabalho quase exclusivo com a gramática normativa, deixando a leitura literária 
enquanto fruição e experimentação estética sempre em segundo plano, 
8 
 
 
 
tornando- se assim uma atividade ocasional, realizada apenas para efeitos de 
resolução de exercícios gramaticais. 
Com a prática da leitura literária, o indivíduo consegue viajar para o 
desconhecido, explorá-lo, decifrar os sentimentos e emoções que o cercam e 
acrescentar vida a sua existência. Pode, assim, vivenciar experiências que 
propiciem e reafirmem os conhecimentos significativos de seu processo de 
aprendizagem. 
Segundo Célia Abicalil Belmiro (apud COSTA, 2009, p.12), em seu 
pensamento pertinente sobre as funções e o papel do leitor: 
 
[...] a leitura será mediadora das relações entre o aluno e o mundo e, a 
partir dela, ele poderá interferir na realidade e reconstruí-la. Dessa 
forma, a ideia de ferramenta, como objeto que permite agir sobre o 
mundo, é transportada para a leitura como instrumento, recurso para 
expressão e, como tal, basta dominar seu código já que sua técnica é 
superada pela perspectiva da leitura como um modo de organizar e 
constituir o conhecimento, estando a serviço, pois, da construção de 
um mundo de referências que dão sentido à existência humana. A 
atividade de leitura é posta como um ato político. 
 
As instituições de ensino, juntamente aos professores e equipe 
pedagógica devem propiciar aos educandos momentos que possam despertar 
neles o gosto pela leitura literária, o amor ao livro, a consciência da importância 
de se adquirir o hábito de ler. O aluno deve perceber que a leitura literária é um 
dos instrumentos mais importantes para alcançar as competências necessárias 
a uma vida de qualidade, produtiva e com realizações nos diversos papéis 
desempenhados por cada sujeito na sociedade. 
A literatura infantil surgiu para instruir e educar, mas sem deixar de ser 
divertida, convidando a criança a viver em um mundo onde existe identificação 
e estranhamento, sendo esta livre para formar suas capacidades intelectuais e 
sociais, visto que ainda está amadurecendo e em processo de construção da 
realidade através de suas experiências de vida. 
Conforme Jesualdo (apud Costa, 2009), a literatura não passa de um meio 
vantajoso de alimentação à imaginação infantil. Toda palavra tem suas 
particularidades e encantamentos, mas só as reconhece quem sabe usá-las. 
Quanto mais oportunidades tenham os alunos de ouvir, ver e sentir 
diferentes leituras literárias, maior será o prazer e a sensibilidade para 
compreender o que leem e ouvem. Quando a leitura é uma necessidade, um 
gosto apreciado no ambiente em que a criança vive, se é partilhada, usufruída 
9 
 
 
 
em comum, a criança desenvolverá o quanto puder a capacidade e o prazer de 
ler. É através da leitura literária que se tem acesso aos significados da cultura 
em que vive, estabelecendo relações entre as informações e construindo sentido 
para si e para o mundo. 
Ao serem estimulados à leitura literária, os alunos poderão compreender 
melhor o que estão aprendendo na escola, de maneira interdisciplinar, e o que 
acontece no mundo em geral, sendo protagonistas da criação de novos 
horizontes. 
 
1.3 Metodologia 
 
O método comparativo proposto para o desenvolvimento da pesquisa 
qualitativa segue as seguintes estratégias: seleção, leitura, análise e discussão 
de textos de especialistas na área da literatura e educação, tais como Antonio 
Candido (2011),Teresa Colomer (2008), Marta Morais da Costa (2009) e Regina 
Zilberman (2009). Ampara-se, também, em entrevistas com professores 
atuantes na área de Educação Infantil. 
 
1.4 Organização do Trabalho 
Este trabalho está assim dividido: introdução, parte na qual se apresenta 
o trabalho, se expõem os objetivos, justificativa, metodologia, organização do 
trabalho, demonstrando a sua importância; pressupostos teóricos, nos quais se 
exploram as teorias que embasam o trabalho; resultados e discussões, em que 
se discutem os dados coletados e os seus resultados; conclusão, na que se 
apresentam as considerações finais do trabalho e os principais resultados 
obtidos; e, por fim, referências, com as citações utilizadas no desenvolvimento 
do texto. 
 
10 
 
 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 2.1 Conceito de criança e infância conforme a evolução histórica. 
 A literatura infantil surgira da tradição oral, com fontes folclóricas, lendas 
mitos e outras narrativas. Porém, a partir da valorização social da criança, tais 
histórias passaram a ser contadas com o intuito de contribuir ao processo de 
formação da criança enquanto sujeito. 
O surgimento da literatura infanto-juvenil se deu pela necessidade de se 
passarem ideias e fatos e o homem buscará na ficção e tradições uma maneira 
de transmitir essa cultura acumulada ao decorrer do tempo. Há, portanto, um elo 
entre a oralidade e a literatura. 
No início, a literatura surgiu com fins moralizadores, afinal, a criança era 
um "mini adulto", sendo assim, devia ser educada conforme os objetivos dos 
seus responsáveis, muitas vezes sem se preocupar com as capacidades da 
própria infância. Mas os escritos destes períodos não visavam só a educação; 
eram utilizados por jovens e adultos para que neles fosse buscada uma 
moralização social em larga escala. No período medieval, crianças filhas de 
nobres tinham a possibilidade de ler autores renomados, enquanto as crianças 
das classes mais desfavorecidas, em geral, ouviam ou liam histórias da 
cavalaria, aventureiros, heróis espertalhões, que utilizavam recursos usuais e 
com características mais populares. Nessa época, a literatura popular era de 
grande importância, visto que reunia lendas e contos folclóricos. Da Idade Média 
ao período renascentista, datam-se os primeiros livros de catecismo, criados por 
padres Jesuítas, com o objetivo de ensinar o catecismo, pregando o cristianismo 
às crianças:"[...] esta foi a primeira forma de literatura infantil, espontânea, com 
a finalidade única de facilitar o ensino às crianças, apenas intuitiva da 
necessidade da infância"(SALEM apud COSTA, 2009, p.114). Contudo, já 
circulavam no período as fábulas com animais, livros com narrativas e os 
bestiários. Alguns exemplos deste período: Raimundo Lúlio, com o título O livro 
das Maravilhas e O Livro dos Animais (Séc, XIII), dentre outros títulos. 
Em torno de 1600, o italiano Giambatista Basile escrevera o Conto dos 
Contos, título que reúne fábulas, na linha dos contos de fadas. Mais tarde 
algumas delas participam da antologia de Charles Perrault. 
No Século XVII, em 1697, a obra do famoso escritor francês Charles 
Perrault é criada, histórias de tradição oral, como Chapeuzinho Vermelho, A Bela 
11 
 
 
 
Adormecida, A Gata Borralheira, dentre outras, fomentando nas crianças e na 
sociedade da época uma forma quase mágica de narrativa, o que fez com que 
tais contos ainda se façam presentes na cultura de todo o mundo civilizado. 
Fénelon também contribuiu para a história da literatura, porém, de forma 
mais didática, com sua obra Aventuras de Telêmaco, dedicada ao neto de Luís 
XV, a qual introduz valores moralistas e instrutivos, quase como uma cartilha de 
Educação Infantil. O Famoso livro As Mil e uma Noites, de origem arábica e 
revelado em 1704, introduz a cultura oriental na rota da literatura infantil, mostra 
a importância da criatividade, conhecimento e liberdade para a vida pessoal, haja 
vista que a protagonista, Sherazade, tem que usar criatividade para poder 
conquistar a atenção do rei. 
O ideal da literatura infanto-juvenil é propor o entretenimento e a instrução, 
ligados ao prazer de ler. Portanto, a literatura tem a função de educar a 
sensibilidade, sempre somando o artifício das palavras às belezas das 
ilustrações visuais, enriquecendo o conteúdo e fomentando a criatividade, além 
de melhorar o entendimento de questões sociais próprias e alheias. 
A literatura infantil tem a criança como seu ideal máximo, pois seu objetivo 
é sempre buscar e explicar que ela pode ser mágica, por isso os contos 
enumeram fadas, anjos, bruxas, dando assim “asas à imaginação”: “A criança 
serve-se do real, justamente, para penetrar em sua fantasia” (JESUALDO apud 
COSTA, 2009, p. 117). 
Esse tipo de literatura, dita infantil, surge para instruir e educar, mas sem 
deixar de ser lúdica. 
 
[...] identificação, pelo prazer que toda leitura com pretensões a ser de 
algum proveito deve provocar na alma da criança, para além de 
qualquer simplismo de expressão, ou do puro retrato físico de uma 
modalidade de ser e de sentir, que a criança permanentemente luta por 
transcender. (JESUALDO apud COSTA, 2009, p. 118) 
 
As histórias convidam ao amadurecimento moral, social e literário dos 
pequenos leitores, correlacionando os mundos, real e imaginário, nos quais 
todas as crianças vivem em seus momentos de fuga da realidade, sendo assim, 
preparados, com a leitura, para operar a transposição do literário ao real. 
 
12 
 
 
 
 
2.2 Diferentes contribuições que o trabalho com a literatura possibilita na 
valorização da cultura 
 
 Esta reflexão sobre as contribuições do trabalho com a literatura na 
educação infantil parte de um conceito também histórico, o qual valoriza a cultura 
literária e a leitura. A literatura infantil surgira da tradição oral, com fontes 
folclóricas, lendas, mitos e outras narrativas. Porém, a partir da valorização social 
da criança, tais histórias passaram a ser contadas com o intuito de formar alunos. 
Todos sabem que as pessoas têm direitos básicos e essências como por 
exemplo a alimentação, saúde, educação e lazer, porém nem sempre se 
reconhece o direito ao consumo de determinados tipos de cultura, como por 
exemplo, ir a exposições, teatro, cinema, etc. Candido explica que não se faz por 
mal, apenas não se dá conta que os direitos são iguais a todos. “Na verdade, a 
tendência mais funda é achar que os nossos direitos são mais urgentes que o 
do próximo” (CANDIDO, 2011, p.232). E, com isso, entra-se no conceito de bens 
compreensíveis e incompreensíveis que variam com a cultura e o tempo de cada 
povo, pelo que o autor nos convida a navegar sobre essas premissas, por vezes 
ocultas. 
Candido (2011) faz reflexões sobre os direitos humanos e a literatura. O 
autor afirma que a população na atualidade já evoluiu muito e atingiu um grau 
elevado de racionalidade se comparada a épocas atrás e, com o avanço da 
tecnologia, podem-se resolver problemas sociais, ao mesmo tempo em que se 
pode também destruir vidas. E quanto mais se evolui mais aumenta a 
desigualdade social. 
A consideração a respeito da literatura deve ser incluída nos direitos 
essenciais do homem, como necessidades básicas: moradia, saúde, segurança, 
liberdade de expressão, educação, etc. Sua ausência pode causar 
desorganização pessoal, fazendo falta na vida do indivíduo. Neste ponto entra o 
papel humano e social da literatura, o qual é reiterado por Candido: 
 
 
Assim como não é possível haver equilíbrio psíquico sem o 
sonho durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem a 
literatura. Deste modo ela é fator indispensável de humanização 
13 
 
 
 
e, sendo assim, confirma o homem na sua humanidade (2011, 
p.240) 
. 
Segundo Célia Abicalil Belmiro (apud COSTA, 2009, p.12), pode-se 
resumir um pensamento sobre as funções e o papeldo leitor como 
[...] a leitura será mediadora das relações entre o aluno e o 
mundo e, a partir dela, ele poderá interferir na realidade e 
reconstruí-la. Dessa forma, a ideia de ferramenta, como objeto 
que permite agir sobre o mundo, é transportada para a leitura 
como instrumento, recurso para expressão e, como tal, basta 
dominar seu código já que sua técnica é superada pela 
perspectiva da leitura como um modo de organizar e constituir o 
conhecimento, estando a serviço, pois, da construção de um 
mundo de referências que dão sentido à existência humana. A 
atividade de leitura é posta como um ato político. 
 
Ao ler o sentido flutua, o leitor projeta, sobre a materialidade das palavras, 
significados que variam de leitor para leitor, poucas vezes com muita diferença, 
mas sempre com algumas particularidades, frutos do íntimo de cada leitor. 
Essa posição teórica altera veementemente o trabalho escolar com a leitura, 
valorizando-se muito mais a força e a capacidade do leitor de construir sentidos 
diferenciados para os textos que lê. 
Diz Eni Orlandi (apud COSTA, 2009, p.13) que “[...] a linguagem é sempre 
passível de equívoco. [...] os sentidos não se fecham, não são evidentes, embora 
pareçam ser”. Entende-se que qualquer texto tem um sentido em aberto. Cada 
leitor a partir se suas experiências com as palavras seleciona os sentidos e 
monta conjuntos coesos que produzem uma interpretação satisfatória aos 
objetivos expostos no início da leitura. 
 
2.3 Como a literatura, em seu caráter estético, pode contribuir no processo 
de ensino-aprendizagem 
 
Todo processo de ensino-aprendizagem parte da formação do leitor, pois 
esta atravessa todos os níveis escolares em nosso país. 
Segundo Costa (2009) quando os docentes fazem uso da pergunta: “para 
que serve a leitura? ”, as respostas mostram as expectativas que a sociedade 
alimenta sobre este tema. Com esses dados, o professor pode montar 
estratégias para sua atuação e prever problemas no caminho da formação do 
14 
 
 
 
aluno-leitor. As respostas a essa pergunta irão desde a crença de que a leitura 
instrui, informa, leva ao conhecimento, até resultados mais práticos, como por 
exemplo: “A leitura me permite sair da situação de pobreza, porque posso 
conseguir um trabalho melhor”, ou“ A leitura me torna independente, pois posso 
saber das coisas sem precisar do auxílio dos outros”. 
As respostas possivelmente não terão um teor negativo, de repulsa à 
leitura. Em outras palavras, as pessoas podem até dizer que a literatura é difícil, 
chata, demorada, mas não culparão seus professores de lhes terem ensinado 
algo desnecessário quando foram alfabetizados por intermédio da leitura. 
A função do leitor resumiu-se, por muito tempo, a interpretar uma suposta 
vontade, colocada pelo autor no texto lido. Era frequente na escola a pergunta: 
“O que o autor quis dizer nesse texto? ”. No entanto, as teorias da recepção dos 
textos literários, hoje, mudam a importância do papel exercido pelo sentido e 
significado do texto para o leitor. Isto é: “considera-se que um livro fechado não 
tem vida. Quem lhe dá força e sobrevivência é a leitura, ação praticada por um 
leitor” (COSTA, 2009, p.12). Sendo assim, o leitor passa a ocupar o papel 
principal e não um papel secundário, subordinado à vontade do autor ou do texto. 
Ao praticar a leitura, valoriza-se muito mais a força e a capacidade do 
leitor de construir sentidos diferenciados para os textos que se lê. Eni Orlandi 
(apud COSTA, 2009, p.13) afirma que “[...] a linguagem é sempre passível de 
equívoco. [...] os sentidos não se fecham, não são evidentes, embora pareçam 
ser”. Entende-se que qualquer texto tem um sentido em aberto. Cada leitor, a 
partir de suas experiências com as palavras, seleciona os sentidos e monta 
conjuntos coesos que produzem uma interpretação satisfatória aos objetivos 
expostos no início da leitura. 
É diferente procurar um sentido quando há a obrigatoriedade de se extrair 
dos textos palavras isoladas (adjetivos, por exemplo) ou quando o aluno procura 
responder perguntas de respostas óbvias do tipo: Quantos porquinhos o lobo 
mau comeu? Porque a história é chamada de O gato de botas? E assim por 
diante. 
Cabe ao docente a promoção de perguntas que instiguem, que sejam 
sobre diferentes perspectivas do texto, para que a capacidade de compreensão 
dos alunos seja exercitada. 
15 
 
 
 
Segundo Teresa Colomer (2008), a evolução da presença de leituras 
literárias, nos últimos anos, tem sido estudada nas escolas, além da pesquisa 
acerca dos hábitos dos leitores e a observação da diferença entre leitura de lazer 
e leitura prescritiva escolar. Os dados obtidos ajudam a pensar em meios de 
intervir nessas áreas, cabendo ao professor criar rotinas educativas que 
conciliem com o dia-a-dia escolar, sem necessidade de intervenção a todo 
momento, podendo assim atuar em algumas características da leitura e trabalhar 
em cima delas, tais como o planejamento abaixo: 
 
Ler sozinho: o que os textos ensinam 
Sempre se acreditou que “ler se aprende lendo”. Isto ajuda os discentes 
a progredir enormemente quanto à competência literária. 
A função do docente é propiciar aos discentes o material mais adequado, 
levando em consideração que as leituras têm sempre um marcante componente 
geracional, em todo conjunto do sistema literário. Leitura de determinados livros 
colidem em cada geração da sociedade, como por exemplo, no caso das 
canções de época ou acontecimentos sociais. 
As leituras de infância e adolescência nem sempre apresentam um 
componente geracional, mas estão enormemente presentes alguns aspectos 
como a sensibilidade para com a proximidade da língua, a identificação do eu, 
entre outros. Há também leitores que abordam os livros em um ponto fora do 
contexto (ou seja, sem que haja relevância de quem, quando e onde se escreve). 
A análise dos livros para essas faixas etárias pode revelar o ponto em que são 
sensíveis a alguns tipos de fenômenos das sociedades, como a falta de costume 
social e a variabilidade cultural. Atender a produção no espaço de leitura não 
significa que os livros vão exercer uma função de construção de um horizonte de 
qualidade das obras, um leque explícito do que se pode esperar dos livros. Uma 
socialização, vertical, em relação à sua cultura, pois na verdade o que realmente 
importa não são os livros, mas sim o que se aprende e cria com eles. 
 
 
Ler com os demais: criar pontes e gerar a oportunidade de cruzá-las 
Atualmente, um dos caminhos mais interessantes para pertencer a uma 
comunidade de leitores tem sido a criação de pequenos grupos ou clubes de 
16 
 
 
 
leitores para o compartilhamento e a discussão coletiva do material lido. As 
crianças sentem-se parte do grupo e têm um sentimento de igualdade quando 
percebem, em grupo, que todos conhecem o mesmo conteúdo. 
É interessante, neste espaço, uma atividade escolar extensa que 
incentive essa prática, permitindo, assim, uma interpretação individual no meio 
de rotinas de trabalho, de maneira a fomentar a discussão do conteúdo. 
 
Ler, expandir e conectar: a literatura até no ar 
Não há tarefa escolar da qual a literatura não faça parte, logo faz-se 
importante então propor que os discentes, em vários capítulos, divididos em 
grupos, conectem uma única história, incentivando assim a integração entre os 
mesmos. O resultado obtido vai além do campo intelectual, abarcando, também, 
o social, haja vista que integra e une os discentes. 
 
Ler com especialistas: conduzir e abrir as portas 
Todo leitor deseja ler com especialistas, sejam eles crítico, escritor, 
professor, etc. Nesse sentido, a escola tem papel fundamental para guiar os 
discentes. No entanto, é evidente que a sua maneira de guiar, atualmente, não 
parece lograr tanto sucesso, pois, ao invés de guiar, a escola tem imposto a sua 
interpretação. 
A ajuda dos especialistas deve levar osleitores para além da interpretação 
padrão imposta na aprendizagem tradicional escolar, incentivando o discente a 
interpretar, sem fugir da linha de raciocínio proposta pelo texto, a sua maneira, 
evitando assim a sistematização das descobertas, além de fomentar nos 
discentes a imaginação acerca do que pensam sobre o mundo. 
A leitura guiada se tornaria melhor se houvesse o questionamento das 
reais aprendizagens que devem ser realizadas durante a escolaridade 
obrigatória, e o especialista tem a função de desconstruir o modelo, por vezes 
obsoleto, que prende o aluno à visão analítica de um tema já proposto. É muito 
melhor abordar o estudo de forma poética, sem a necessidade de aplicação de 
teorias ou normas interpretativas enrijecidas previamente. 
Os recursos literários formalizaram a leitura, levando os alunos a um 
processo automatizado de aprendizagem, padronizado no meio escolar. Sendo 
assim, cabe ao docente desconstruir este processo, tentando conciliar os 
17 
 
 
 
recursos interpretativos oriundos de cada texto com o processo individual, 
interpretativo de cada discente. 
 
Ler além: a decisão de passar pelas portas abertas 
A aprendizagem literária abre horizontes e é ferramenta importante para 
adquirir conhecimento e desenvolver a compreensão da literatura enquanto 
sistema, carregando valores que podem ser utilizados por toda a vida. Contudo, 
o curto tempo escolar dedicado a este fim torna ineficaz a aplicação integral 
desses valores, visto que “a filosofia do resultado” ainda é muito forte no sistema 
educacional brasileiro vigente. O discente já tem um caminho que o ajudará na 
vida pessoal e na sua formação de cidadão. 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
3.1 Estudo de caso 
Nesta etapa da pesquisa, acompanhou-se o dia-a-dia de algumas turmas 
educação infantil em uma escola na zona oeste do Rio de Janeiro, dentre elas 
seis turmas de grupo 4, com em média vinte e dois alunos em cada, cinco turmas 
de grupo 5, com em média vinte e quatro crianças por turma e seis turmas de 
primeiro ano, com em média vinte e cinco alunos. Foi possível notar como a 
literatura é presente no cotidiano dessas crianças de maneira tranquila e 
prazerosa.1 
A começarmos pelo grande acervo de livros que a escola possui, existe 
uma biblioteca a qual foi dada o nome de Ruth Rocha, que conta com os mais 
variados tipos de leitura, onde as crianças fazem uma visita uma vez por semana 
podendo ser contada uma história pela professora regente ou a responsável pela 
biblioteca. As crianças podem também visitar a biblioteca com os seus 
responsáveis no horário de entrada e saída e realizarem empréstimos de livros. 
Deste espaço também saem os livros que são chamados biblioteca de sala, 
livros selecionados por especialistas de acordo com a faixa etária e projetos da 
escola, que ficam na sala de aula de cada turma para ser manuseado pelas 
crianças e professores a qualquer momento. 
Um outro projeto muito interessante que pôde ser observado foi a ciranda 
de livros. São livros comprados pelos próprios responsáveis, os quais toda sexta 
feira são expostos em uma malha e escolhidos pelas crianças. Depois dessa 
escolha, eles preenchem um controle no qual diz o título do livro que levou e a 
data. Esse livro é levado para casa onde deve ser lido com os pais durante todo 
final de semana e retorna para escola na segunda feira. Esse projeto é de 
extrema importância para a construção do gosto pela leitura, pois essa prática 
deve ser constante tanto na escola quanto na casa das crianças. 
Através da literatura, a criança cria e modifica suas visões de mundo e 
sente-se capaz de criar e dominar suas imaginações, como indica Tâmara 
Cardoso André, no texto “Literatura Infantil – Práticas adequadas ajudam a 
despertar o gosto pela literatura”: 
 
1 A identidade da escola citada nessa pesquisa foi preservada, assim como o nome dos 
professores entrevistados no item subsequente. 
19 
 
 
 
A relação com o livro antes de aprender a ler auxilia a criança a 
torna-lo significativo como um objeto que proporciona satisfação. 
Isto ocorre porque, ao tocar, olhar, alisar o livro e brincar com 
suas folhas e gravuras, a criança sente um prazer similar ao 
proporcionar um brinquedo (ANDRÉ, 2004, p18) 
 
Pode-se observar também nesta instituição um projeto bem maior acerca 
da literatura, a Feira Literária, que acontece anualmente. Esta feira consiste em 
expor para a comunidade produções literárias dos alunos. 
As crianças primeiramente escolheram através de votação uma história 
dentre as opções apresentadas pelos próprios para ser a história da turma, após 
essa escolha a professora contou diversas versões dessa mesma história, 
versões de diferentes autores, editoras e até em vídeos da internet apropriados 
para a idade. Após esse período de descobertas, os alunos montaram gráficos 
para pontuar as diferenças de cada história e, então, começaram as produções, 
cada grupo/série com uma maneira de recontar essas histórias. 
Em um grupo específico, desde o início do ano, estava sendo trabalhado 
o manuseio do programa paint nos computadores de touch screen, sendo assim 
esse grupo realizou o reconto da sua história através de desenhos no 
computador. Cada aluno fazia elementos de uma cena da história e aos poucos 
foi criando um formato muito bacana. E a gravação do áudio da história também 
era feita por eles, em que cada criança gravava uma parte ou uma fala da 
história. Depois de tudo isso, a professora de tecnologia junto à turma fez a união 
dos áudios e dos desenhos e, assim, surgiu o reconto daquela turma. 
Já outras turmas receberam ilustrações da história e precisaram escrever 
o que se passava em cada uma daquelas cenas, fazendo assim o reconto 
daquela história. Eles produziram também a capa, utilizando papelão, tinta, 
biscuit, etc. 
Algumas outras turmas estavam trabalhando sobre o folclore brasileiro. 
Cada turma escolheu uma lenda para que pudesse ser feito o reconto. Nessas 
turmas, foi utilizada uma técnica chamada stop motion, a qual consiste em fazer 
bonecos de massinha e fotografá-los em ordem cronológica para depois fazer 
um vídeo com essas fotos. Logo após essa atividade, as crianças também 
gravaram os áudios referentes àquela história e mais uma vez com a ajuda da 
professora de tecnologia foi montado o reconto dessas lendas. 
20 
 
 
 
Em outros grupos foi montado um livro de cultura popular, no qual eles 
escolheram adivinhas, parlendas, brincadeiras de roda, trava-línguas e lendas 
para compô-lo. As escolhas foram feitas através de votação, ou seja, as crianças 
traziam sugestões que eram expostas para toda turma e em seguidas eram 
votadas e registradas em folhas especificas através de escrita e desenho. 
Algumas vezes essas escritas eram copiadas do quadro, mas na maioria das 
vezes era uma escrita espontânea. Algumas das folhas desse livro tiveram 
participação dos pais, os alunos levavam para casa para registar, por exemplo, 
a brincadeira de infância preferida dos pais. 
Esses trabalhos parecem simples, mas as crianças começam a produzir 
meses antes da feira e no dia da feira os pais visitam a escola, podem 
acompanhar de perto fotos e vídeos da produção dos seus filhos e, por fim, virem 
o trabalho concluído. 
 
3.2 Análise a partir de entrevistas 
 Foi realizada uma entrevista com 10 professores que trabalham com a 
educação infantil em diferentes escolas, todas privadas e situadas na zona oeste 
do Rio de Janeiro. As respostas foram coletadas de duas formas diferentes, 
anotadas manualmente e enviadas por e-mail. As perguntas foram baseadas na 
importância da literatura na educação infantil e a utilização no processo de 
ensino-aprendizagem, trazendo assim as respostas aos resultados e discussões 
do presente trabalho. 
 Ao serem perguntados sobre a ajuda que a literatura possibilitano 
processo de ensino-aprendizagem todos os entrevistados responderam que a 
literatura é de extrema importância nesse processo, completando ainda que os 
livros ajudam os alunos a conhecerem o mundo letrado. 
 Quando questionados sobre a importância da família no incentivo à leitura 
junto à escola, todos os professores concordaram que a família precisa sim 
incentivar os alunos pois, com isso, faz com que o aprendizado e o gosto pela 
leitura fluam de melhor maneira. Completaram, ainda, que as escolas deveriam 
ter o compromisso de provocar esse momento da literatura com a família, 
buscando diferentes estratégias, pois, muitas vezes, as famílias não possuem 
contato com a literatura. 
21 
 
 
 
 Na terceira pergunta, os docentes precisavam responder se em todas as 
suas aulas existem momentos específicos para a contação de história e 90% 
afirmou que separam algum momento do dia em seu planejamento para a hora 
do conto e para manuseio de livros, sempre com intencionalidades e escolhendo 
os títulos previamente. Os outros 10% acreditam que este momento seja de 
grande importância para os alunos, porém, por questões da instituição, não 
conseguem que essa estratégia seja aplicada, tendo poucos momentos para a 
leitura. 
 Na pergunta seguinte, os docentes foram questionados sobre a 
valorização da cultura através da literatura e 100% deles acreditam que a 
literatura é uma grande auxiliadora no conhecimento cultural do aluno, na 
construção moral e ética e na formação de um indivíduo crítico. 
 Por último, como quinta pergunta, verificou-se se é necessário investir na 
qualidade da formação dos leitores com compras de livros adequados à faixa 
etária, recursos com leitura lúdica e estratégias de leituras diferenciadas, para 
assim haver uma formação integral do indivíduo. Todos os entrevistados 
concordaram que é de suma importância investir na qualidade da formação dos 
leitores. Disseram, ainda, que essa conscientização da formação do pequeno 
leitor é imprescindível e que muitas escolas ainda não compreendem isso como 
essencial. Com esse não entendimento das instituições de ensino, os alunos 
podem perder toda a motivação em ter contato com a literatura. 
 Após analisar os dados coletados pode-se chegar à conclusão de que 
todos os professores entrevistados consideram a literatura como indispensável 
na educação infantil. Que nesse primeiro contato com os livros, mesmo que 
ainda sem saber ler, a criança iniciara o seu prazer pela leitura e começara a 
desenvolver sua parte intelectual. 
 
(...) é importante para a formação de qualquer criança ouvir 
muitas histórias. Escutá-las é o início da aprendizagem para ser 
um leitor e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de 
descoberta e de compreensão do mundo... (ABRAMOVICH, 
2005, p.16) 
 
 
 Assim como afirma Abramovich, os professores entrevistados neste 
trabalho acreditam que é necessário ouvir histórias e manusear livros desde as 
séries iniciais, para assim despertar o gosto pela leitura desde cedo e também 
22 
 
 
 
poder contribuir no processo de ensino-aprendizagem de cada criança, 
auxiliando no desenvolvimento do aluno e na formação do indivíduo para o 
mundo. 
3.3 O docente e sua prática com a literatura 
Ao analisarem-se o estudo de caso e as entrevistas realizadas pode-se 
observar que, nos dias atuais, a literatura já possui um reconhecimento de sua 
importância muito maior do que em décadas anteriores e que há professores, 
como os entrevistados, que fazem uso constante dessa ferramenta em suas 
salas de aula, embora, ainda assim, existam escolas que não reconhecem a 
importância da literatura no cotidiano escolar. 
Em consonância com as reflexões propostas no TCC, a entrevista 
confirma que a literatura exerce diversos papeis, dentre eles, estimular a 
imaginação, educar, instruir, desenvolver habilidades cognitivas, servir como 
embasamento para a qualidade da alfabetização, desenvolver o senso crítico e 
a capacidade de interpretação. Através da literatura, o ser humano é capaz de 
absorver e produzir novos conhecimentos, além de transformar-se ao longo de 
sua vida. 
Segundo Ninfa Pereira, em sua obra Confusão de línguas na literatura: o 
que o adulto escreve, a criança lê (2009), a aproximação da criança com o livro 
acontece assim como com um brinquedo ainda não descoberto. 
 
A aproximação da criança com os livros deve acontecer como a 
aproximação com os brinquedos: ver, tocar mãos e pés, levar à 
boca.... Primeiramente, uma relação lúdica, de brincadeira 
mesmo. A criança precisa sentir e gostar do livro. Depois, a 
relação se estreita pela experiência que o ser humano vai 
adquirir com ele. (PEREIRA, 2009, p.28) 
 
 Nesse sentido, caberá ao professor, neste primeiro momento, muita 
atenção e paciência com os pequenos, pois nem sempre eles farão uso do livro 
como livro. Porém, o papel do professor como agente mediador entre a criança 
e o livro, garantindo o direito de seu acesso ao mesmo será imprescindível para 
o desenvolvimento pleno da criança. 
 Em contato direto com o objeto livro, a criança toma para si as 
características do mesmo, o modo de manusear, de cuidar, sua função e 
23 
 
 
 
utilidade, e é na primeira infância que o estreitamento de laços se inicia, tendo a 
educação infantil um importante papel na formação de leitores. É, então, nesta 
faixa etária que o conhecimento a respeito do livro pode e deve se tornar 
concreto e o aprendizado referente ao mesmo se fortalece, já que a afetividade 
que perpassa os momentos de leitura compartilhada pelo grupo colabora para o 
fortalecimento de práticas de leitura. 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
4 CONCLUSÃO 
 
 Nesse trabalho foi abordada a importância da literatura na educação 
infantil e como essa ferramenta pode contribuir no ensino-aprendizagem dos 
alunos, bem como em sua formação plena enquanto sujeitos críticos. 
 Nem sempre existiu literatura para as crianças, visto que por décadas elas 
foram consideradas como mini adultos e, por isso, recebiam o mesmo tipo de 
literatura de seus responsáveis. Só depois de algum tempo reconheceram o 
conceito de infância, o qual trouxe consigo a literatura infantil. 
 Pode-se perceber que investir na qualidade da formação dos leitores é 
apenas uma consequência, uma vez que os docentes estejam certos do valor 
que a leitura possui para a formação integral do indivíduo. 
 Concluiu-se que todo processo de ensino-aprendizagem parte da 
constituição do leitor, e a literatura é peça fundamental nesse processo, pois com 
ela o aluno pode se desenvolver cognitivamente, ampliar seu vocabulário, 
desenvolver seu senso crítico, sua imaginação e pode construir e reconstruir 
seus conhecimentos ao longo de sua vida. 
Pode-se considerar que quanto mais lemos, mais informações obtemos. 
O conhecimento não pode ser restrito a determinados grupos de pessoas como 
acontecia em décadas atrás, ele dever ser estendido a todos. Para que isso seja 
uma realidade, é muito importante que comece de criança a busca por 
conhecimento. 
A pesquisa trouxe ainda a importância da família nessa construção do 
gosto pela leitura. Quando a família estimula esse ato, com leituras envoltas por 
afeto, as crianças se interessam mais e desenvolvem mais rápido esse gosto. 
Inclusive, deve ser uma proposta da instituição promover esses momentos de 
leitura com participação dos seus responsáveis. 
Em suma, pode-se dizer que a literatura é primordial no desenvolvimento 
das crianças na educação infantil, haja vista que, através dela, a criança aprende 
a lidar com seus sentimentos, a reconhecer-se e perceber o outro, e, por fim, a 
definir-se como um ser integrante da sociedade. 
 
25 
 
 
 
5 REFERÊNCIAS 
 
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: Gostosuras e Bobices. 5ª Edição. 
São Paulo: Scipione, 2005 
 
ANDRÉ, Tâmara Cardoso. Literatura Infantil – Práticas adequadas ajudam a 
despertar o gostopela literatura. Revista do Professor, Porto Alegre, n.78, p. 
18-21, abr/jun. 2004. 
 
CANDIDO, Antonio, Vários Escritos. São Paulo, Ouro Sobre Azul, 2011. 
 
COLOMER, Teresa. In: Nos caminhos da literatura. Fundação Nacional do 
Livro Infantil e Juvenil. São Paulo: Peirópolis, 2008. 
COSTA, Marta Morais da. Literatura infanto-juvenil. Curitiba: IESD Brasil S.A, 
2009. 
PEREIRA, Ninfa. Confusão de línguas na literatura: o que o adulto escreve, 
a criança lê. Belo Horizonte: RHJ, 2009. 
ZIBELRMAN, Regina. Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da 
Universidade de Passo Fundo, v. 5, n. 1, 9-20 – jan. /jun., 2009. Que literatura 
para a escola? Que escola para a literatura? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
6 ANEXOS 
 
Entrevistado J 
 
1-Você acredita que a literatura ajuda no processo de ensino aprendizagem? 
Sim 
 
2-Você concorda que o incentivo à leitura deve ser compartilhado pela escola e 
pela família? 
Sim 
 
3-Em todas as suas aulas existe um momento específico para a hora do conto 
e/ou contação de histórias? 
Sim 
 
 
4-Você acredita que a literatura auxilia na valorização de cultura para as 
crianças? 
Com certeza 
 
5-É necessário investir na qualidade da formação dos leitores com compra de 
livros adequados à idade, recursos para uma leitura lúdica, para assim haver 
uma formação integral do indivíduo? 
Sim 
 
 
 
Entrevistado M 
 
1-Você acredita que a literatura ajuda no processo de ensino aprendizagem? 
Sim 
 
2-Você concorda que o incentivo à leitura deve ser compartilhado pela escola e 
pela família? 
Sim 
 
3-Em todas as suas aulas existe um momento específico para a hora do conto 
e/ou contação de histórias? 
Sim 
 
 
4-Você acredita que a literatura auxilia na valorização de cultura para as 
crianças? 
Sim 
 
5-É necessário investir na qualidade da formação dos leitores com compra de 
livros adequados à idade, recursos para uma leitura lúdica, para assim haver 
uma formação integral do indivíduo? 
Sim 
27 
 
 
 
 
Entrevistado P 
 
1-Você acredita que a literatura ajuda no processo de ensino aprendizagem? 
Sim 
 
2-Você concorda que o incentivo à leitura deve ser compartilhado pela escola e 
pela família? 
Sim 
 
3-Em todas as suas aulas existe um momento específico para a hora do conto 
e/ou contação de histórias? 
Não, pois trabalho em uma instituição muito conteudista e a leitura infelizmente 
é rara. 
 
 
4-Você acredita que a literatura auxilia na valorização de cultura para as 
crianças? 
Sim 
 
5-É necessário investir na qualidade da formação dos leitores com compra de 
livros adequados à idade, recursos para uma leitura lúdica, para assim haver 
uma formação integral do indivíduo? 
Sim 
 
 
Entrevistado T 
 
1-Você acredita que a literatura ajuda no processo de ensino aprendizagem? 
Sim 
 
2-Você concorda que o incentivo à leitura deve ser compartilhado pela escola e 
pela família? 
Sim 
 
3-Em todas as suas aulas existe um momento específico para a hora do conto 
e/ou contação de histórias? 
Sim 
 
 
4-Você acredita que a literatura auxilia na valorização de cultura para as 
crianças? 
Sim 
 
5-É necessário investir na qualidade da formação dos leitores com compra de 
livros adequados à idade, recursos para uma leitura lúdica, para assim haver 
uma formação integral do indivíduo? 
Sim 
 
 
28 
 
 
 
 
Entrevistado MB 
 
1-Você acredita que a literatura ajuda no processo de ensino aprendizagem? 
Com certeza 
 
2-Você concorda que o incentivo à leitura deve ser compartilhado pela escola e 
pela família? 
Sim 
 
3-Em todas as suas aulas existe um momento específico para a hora do conto 
e/ou contação de histórias? 
Sim 
 
 
4-Você acredita que a literatura auxilia na valorização de cultura para as 
crianças? 
Demais 
 
5-É necessário investir na qualidade da formação dos leitores com compra de 
livros adequados à idade, recursos para uma leitura lúdica, para assim haver 
uma formação integral do indivíduo? 
Sim 
 
 
Entrevistado S 
 
1-Você acredita que a literatura ajuda no processo de ensino aprendizagem? 
Sim 
 
2-Você concorda que o incentivo à leitura deve ser compartilhado pela escola e 
pela família? 
Sim 
 
3-Em todas as suas aulas existe um momento específico para a hora do conto 
e/ou contação de histórias? 
Sim 
 
 
4-Você acredita que a literatura auxilia na valorização de cultura para as 
crianças? 
Sim 
 
5-É necessário investir na qualidade da formação dos leitores com compra de 
livros adequados à idade, recursos para uma leitura lúdica, para assim haver 
uma formação integral do indivíduo? 
Sim 
 
 
 
29 
 
 
 
 
Entrevistado C 
 
1-Você acredita que a literatura ajuda no processo de ensino aprendizagem? 
Acredito veemente. Além de apresentar um mundo letrado. A literatura permeia 
por todo universo de ensino-aprendizagem. 
 
2-Você concorda que o incentivo à leitura deve ser compartilhado pela escola e 
pela família? 
Sim. Vou até um pouco além. Penso que a escola tem o compromisso de 
provocar esse momento da literatura com a família, buscando estratégias, pois, 
muitas vezes as famílias não possuem contato com a literatura. 
 
3-Em todas as suas aulas existe um momento específico para a hora do conto 
e/ou contação de histórias? 
Em meus planejamentos incluo diariamente momentos de contação de histórias 
e de manuseio de livros. Sempre com intencionalidade. A escolha de cada título 
é pensada previamente. No entanto, os incentivos a trazerem livros para 
compartilharem e, desse modo, conto as histórias trazidas por eles. A partir disso 
levantamos muitas hipóteses de leitura do texto. 
 
 
4-Você acredita que a literatura auxilia na valorização de cultura para as 
crianças? 
Sim. Completamente! É uma construção ... são tantos repertórios. 
 
5-É necessário investir na qualidade da formação dos leitores com compra de 
livros adequados à idade, recursos para uma leitura lúdica, para assim haver 
uma formação integral do indivíduo? 
Acredito fortemente nesse ideal. Essa conscientização da formação do pequeno 
leitor é imprescindível. Muitas escolas ainda não compreendem isso. Mas, como 
educadora, entendo e busco sempre isso no meu cotidiano. 
 
 
Entrevistado Y 
 
1-Você acredita que a literatura ajuda no processo de ensino aprendizagem? 
Sim 
 
2-Você concorda que o incentivo à leitura deve ser compartilhado pela escola e 
pela família? 
Sim 
 
3-Em todas as suas aulas existe um momento específico para a hora do conto 
e/ou contação de histórias? 
Sim 
 
 
 
30 
 
 
 
4-Você acredita que a literatura auxilia na valorização de cultura para as 
crianças? 
Sim, literatura é cultura. 
 
5-É necessário investir na qualidade da formação dos leitores com compra de 
livros adequados à idade, recursos para uma leitura lúdica, para assim haver 
uma formação integral do indivíduo? 
Sim 
 
 
Entrevistado J 
 
1-Você acredita que a literatura ajuda no processo de ensino aprendizagem? 
Sim, pois além de trabalhar o raciocínio linguístico, ajuda a trabalhar o 
simbolismo, significado de metáforas por exemplo e até a subjetividade. 
 
2-Você concorda que o incentivo à leitura deve ser compartilhado pela escola e 
pela família? 
Sim, pois quando o estímulo acontece no ambiente familiar ele torna o 
aprendizado mais fluido. 
 
3-Em todas as suas aulas existe um momento específico para a hora do conto 
e/ou contação de histórias? 
Sim. 
 
4-Você acredita que a literatura auxilia na valorização de cultura para as 
crianças? 
Sim, saber que há uma variedade de culturas e saber também que a cultura nos 
cerca é essencial para valorização. 
 
5-É necessário investir na qualidade da formação dos leitores com compra de 
livros adequados à idade, recursos para uma leitura lúdica, para assim haver 
uma formação integral do indivíduo? 
Sim, porque muitas crianças não possuem um primeiro contato agradável com 
os livros e logo perdem toda a motivação já que nunca foram apresentadas a 
conteúdos adequados para sua faixa etária por exemplo. 
 
 
Entrevistado D 
 
1-Você acredita que a literaturaajuda no processo de ensino aprendizagem? 
Sim 
 
2-Você concorda que o incentivo à leitura deve ser compartilhado pela escola e 
pela família? 
Sim 
 
3-Em todas as suas aulas existe um momento específico para a hora do conto 
e/ou contação de histórias? 
Sim 
31 
 
 
 
 
 
4-Você acredita que a literatura auxilia na valorização de cultura para as 
crianças? 
Sim 
 
5-É necessário investir na qualidade da formação dos leitores com compra de 
livros adequados à idade, recursos para uma leitura lúdica, para assim haver 
uma formação integral do indivíduo? 
Sim

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