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Princípios norteadores do Direito falimentar

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Princípios norteadores 
do Direito Falimentar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANDERSON DIAS DA SILVA 
20191104966 
 
 
PROF: VINICIUS TAVARES DOS SANTOS 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
O processo falimentar no Brasil tem como seu objetivo de alcance, segundo o que diz 
na lei 11.101/05, a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do 
empresário e da sociedade empresária. 
Fato é, que a ideia da existência de princípios jurídicos como alicerces do sistemas 
normativos e guias para compreensão e aplicação das normas é uma ideia comum na 
dogmática jurídica 
Ao longo dos anos, algumas mudanças ocorreram no Direito Falimentar. A lei de 
falências (Lei 11.101/05) foi um passo, talvez um grande, mas também um pequeno passo 
se nós pensarmos que a mesma já entrou em vigou com alguns dispositivos ultrapassados 
para o nosso tempo. Logo, o objetivo primordial do processo falimentar, segundo a Lei 
11.101/05, é “promover o afastamento do devedor de suas atividades” visando a 
“preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, 
inclusive os intangíveis, da empresa”. 
Nesse sentido, é importante a analise dos princípios e fundamentos que norteiam o 
instituto jurídico de recuperação de empresas. Em vista disso, apresentarei dois princípios 
que conduzem a locomotiva jurídica do Direito Falimentar no País: 
 
2. PRINCÍPIO DA VIABILIDADE DA EMPRESA 
 
Segundo Luis Fernando Valente de Paiva, a viabilidade da empresa se constitui na 
demonstração das condições que possibilitam a mesma continuar existindo. 
O princípio da viabilidade econômico-financeira se trata de preceito basilar para 
empresas que almejam beneficiar-se da recuperação judicial, sendo pressuposto 
indispensável ao deferimento da recuperação, sem o qual a empresa não logrará êxito em 
demonstrar a sua condição de cumprir as disposições contidas em seu plano de 
recuperação judicial, bem como com os preceitos do art. 47 da LRE, ou seja, não 
conseguirá manter os postos de trabalho, cumprir sua função social e estimular a atividade 
econômica como um todo. 
Os fundamentos da empresa devem ser sólidos, fazendo com que o motivo causador 
da crise seja decorrente de falha de planejamento, ocorrência de crise econômica sazonal ou 
reversível, ou seja, que a superação da crise da empresa seja possível através da recuperação 
judicial. 
 
 
 
3. PRINCIPIO DO CONTRADITÓRIO. 
 
No momento em que Demonstrada a viabilidade econômico-financeira da empresa, 
pressuposto processual para o pedido de recuperação inicial, caberá ao Juízo se pronunciar 
sobre o pedido. Nesse momento, antes de adentrar a decisão judicial em si, necessário fazer 
uma análise sobre o Princípio do Contraditório nos pedidos de recuperação judicial. 
O Art.5, inciso LV da Constituição da Republica assim dispõe "aos litigantes, em 
processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes". 
O contraditório, nada mais é, do que a oportunidade de todas as partes envolvidas 
na demanda analisarem os documentos e provas constantes dos autos, e antes mesmo da 
manifestação do Juízo, terem a oportunidade de apresentarem seus argumentos, sejam 
favoráveis ou contrários. 
Via de regra, a fim de justificar as decisões proferidas sem a real instauração do 
contraditório os Juízos utilizam-se do art. 130 do CPC "Caberá ao juiz, de ofício ou a 
requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do processo, 
indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias." 
Isso acontece porque os Juízos utilizam a chamada Verdade Formal, que pode ser 
definida como aquela que resulta ser verdadeira em razão das provas já acostadas aos autos. 
Atualmente a Verdade Formal tem sido muito combatida no Processo Civil, e cada 
vez mais o uso da Verdade Material, que é utilizada no Processo Penal, tem sido requerida, 
por ser ela a que realmente garante o contraditório. 
Na Verdade Material o Juízo deixa de ser um mero espectador do processo, deixa 
de ser alguém que decide de acordo com as provas que lhe são apresentadas, ele passa, 
também, a impulsionar o feito, ao determinar ex officio provas que julgue necessárias. 
Ao decidir com base na Verdade Material, o Juízo garante o contraditório de uma 
maneira mais efetiva, ainda que não tenha intimado diretamente as demais partes 
envolvidas na demanda, uma vez que não se limita às provas apresentadas pelo requerente. 
Nos termos da LER o pedido de recuperação judicial é feito e o pronunciamento 
do Juízo, sobre a aceitação do mesmo ou não, independe de citação, intimação ou 
manifestação de quaisquer uma das outras partes envolvidas, principalmente dos credores, 
é uma decisão unilateral do Juízo, levando em consideração apenas sua análise e 
julgamento. 
 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10728312/inciso-lv-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10727808/artigo-130-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
 
 
4. CONCLUSÃO 
 
Deste modo princípios informadores do processo de recuperação judicial de 
empresas destinam-se a orientar as decisões que serão tomadas pelo magistrado que 
presidir o pedido recuperatório, nos quais poderá fundamentar sua decisão, desde que não 
haja conflito evidente com regras legais expressas. 
Estes princípios inspiram os procedimentos adotados pelo legislador e orientam a 
aplicação dos procedimentos pelos juristas. Estes princípios são alinhavados entre si,bem 
como devem sempre estar em concordância com os princípios 
constitucionais,principalmente naquilo que diz respeito aos princípios da ordem 
econômica. 
 
5. BIBLIOGRAFIA 
http://genjuridico.com.br/2016/07/15/principios-da-falencia/ 
https://jus.com.br/artigos/64936/a-recuperacao-judicial-de-empresas-e-seus-principios-
norteadores 
https://tede.pucsp.br/bitstream/handle/8614/1/Thomaz%20Henrique%20Junqueira%20de%2
0Andrade%20Pereira.pdf 
http://www.sintese.com/doutrina_integra.asp?id=1229 
https://anacarolbrandao.jusbrasil.com.br/artigos/215823146/o-principio-da-viabilidade-
economico-financeira-aplicado-no-procedimento-em-contraditorio 
https://www.boletimjuridico.com.br/artigos/direito-falimentar/1700/recuperacao-judicial-
empresa-com-fundamento-principio-viabilidade-economico-financeira 
http://repensandodireito.blogspot.com/2013/08/aula-de-direito-empresarial-3-
antigo_2433.html 
http://www.lex.com.br/doutrina_26577222_OS_PRINCIPIOS_DO_PROCESSO_DE_RECUPERAC
AO_JUDICIAL_DE_EMPRESAS.aspx 
http://genjuridico.com.br/2016/07/15/principios-da-falencia/
https://jus.com.br/artigos/64936/a-recuperacao-judicial-de-empresas-e-seus-principios-norteadores
https://jus.com.br/artigos/64936/a-recuperacao-judicial-de-empresas-e-seus-principios-norteadores
https://tede.pucsp.br/bitstream/handle/8614/1/Thomaz%20Henrique%20Junqueira%20de%20Andrade%20Pereira.pdf
https://tede.pucsp.br/bitstream/handle/8614/1/Thomaz%20Henrique%20Junqueira%20de%20Andrade%20Pereira.pdf
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https://anacarolbrandao.jusbrasil.com.br/artigos/215823146/o-principio-da-viabilidade-economico-financeira-aplicado-no-procedimento-em-contraditorio
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https://www.boletimjuridico.com.br/artigos/direito-falimentar/1700/recuperacao-judicial-empresa-com-fundamento-principio-viabilidade-economico-financeira
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