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Klaus Kaysenberg – RIDE Página 1 de 415 Klaus Kaysenberg – RIDE Página 2 de 415 Olá nobres concurseiros (as) alunos (as), tudo bem? Permita-me uma breve apresentação. Sou o professor KLAUS KAYSENBERG, ministro aulas de Atualidades para concursos públicos desde o ano de 2002. Iniciei minhas atividades docentes no ano de 1999 após ingressar na Graduação (Licenciatura Plena – Geografia no antigo CEUB – Atual UNICEUB), tive a honra de ser aprovado em 2007 para o concurso de Oficial do Exército Brasileiro (tendo atuado no Colégio Militar de Brasília entre 2007 a 2012) e, em agosto/2012 fui nomeado para outro cargo público no Ministério da Defesa – Analista de Tecnologia Militar, e, hoje, concilio a carreira de Servidor Público Federal com a carreira de docência em diversos cursos preparatórios para concursos públicos. Klaus Kaysenberg é Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Americana do MERCOSUL, Especialista em Gerência Executiva de Transportes, Mobilização, Logística e Meio Ambiente pela universidade de Miami (EUA) e pela Universidade Católica de Brasília - UCB, Especialista em Gestão em Programas de Reforma Agrária pela Universidade Federal de Lavras - MG, Especialista em Letramento pela Universidade Gama Filho – RJ e Graduado em Geografia (Licenciatura Plena) pelo UNICEUB – Centro Universitário de Brasília e Servidor Público Federal no cargo de Analista de Tecnologia Militar do Ministério da Defesa e Professor de Atualidades para concursos públicos da administração federal e do DF há mais de 16 (dezesseis anos). Klaus Kaysenberg – RIDE Página 3 de 415 SUMÁRIO 1. Realidade étnica, social, histórica, geográfica, cultural, política e econômica e da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – RIDE. 1.1. Cronologia e Marco Legal da RIDE – DF e Entorno. 1.2. RIDE – DF e Entorno - Aspectos Geográficos, Econômicos e Sociais). 1.3. Alguns aspectos históricos de Brasília - Desejo de transferência (séc. XVIII/XIX/XX) – Sonho de Dom Bosco - Adolfo de Varnhagen – Missão Cruls. 1.4. Aspectos relativos a: Construção, Inauguração e Primeiros Anos. 1.5. Alguns Aspectos Geográficos de Brasília-DF. 1.6. Economia no DF. 1.7. Delimitação do Espaço Metropolitano de Brasília (Área Metropolitana de Brasília) – Nota Técnica nº 1/2014 e Fluxos dos Serviços Públicos e Demográficos. 1.8. A capital e o Futuro Projetado e Aspectos Urbanos Metropolitanos do DF. 1.9. Aspectos Geográficos (Regiões: RIDE, AMB, REGIC – Região de Influência de BsB e Região Geoeconômica de BsB) e os Aspectos Atuais Sobre o DF. 1.10. Realidade Étnica do DF, Ocupação e Estruturação, Aspectos Culturais e o Aglomerado Urbano de BsB e do Entorno. 1.11. Atualidades Mais Relevantes no DF. 2. Questões Comentadas. 3. Gabarito. Klaus Kaysenberg – RIDE Página 4 de 415 EXEMPLO EDITAL RIDE REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO DF E ENTORNO E ATUALIDADES LOCAIS (PARA A PROVA OBJETIVA) Realidade étnica, social, histórica, geográfica, cultural, política e econômica do DF e Entorno e tópicos relevantes e atuais da RIDE relacionados a diversas áreas tais como: segurança, transporte, política, economia, sociedade, educação, saúde, cultura, e suas vinculações e inter-relações. ORGANIZADOR: Prof Klaus Kaysenberg As fontes que foram utilizadas para a confecção teórica deste foram (IBGE, SUDECO, IPEA, MIN, CODEPLAN, SENADO, CLDF, CÂMARA FEDERAL, ANUÁRIO DO DF, PORTAL SÃO FRANCISCO, PORTAL DO GDF) são consideradas são oficiais e relevantes e contribuem diretamente de forma objetiva para um melhor entendimento técnico-histórico-geográfico, socioeconômico e cultural da RIDE – DF e ENTORNO e municípios que a integram, serviram também para fundamentar teoricamente alguns comentários das questões objetivas, vejamos abaixo algumas considerações sobre o que elas irão nos apresentar. Klaus Kaysenberg – RIDE Página 5 de 415 IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (DADOS HISTÓRICOS-GEOGRÁFICOS RELATIVOS A POPULAÇÃO, ECONOMIA, SAÚDE, EDUCAÇÃO, TRANSPORTES) www.ibge.gov.br SUDECO – Superintendência de Desenvolvimento do Centro–Oeste (ATUALIDADES SOBRE A RIDE E DADOS RELATIVOS A ECONOMIA, DESENVOLVIMENTO HUMANO, LEGISLAÇÃO) www.sudeco.gov.br IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (PESQUISA RELACIONADA A ASPECTOS TÉCNICO E INSTITUCIONAL DIRECIONADAS PARA AS AÇÕES GOVERNAMENTAIS E PARA A FORMULAÇÃO E REFORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO BRASILEIROS EM ESCALA MUNICIPAL, ESTADUAL, REGIONAL E NACIONAL). www.ipea.gov.br MIN – Ministério www.integracao.gov.br da Integração Nacional (DADOS SOBRE AS POLÍTICA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL – PNDR, PLANOS E PROGRAMAS REGIONAIS DE DESENVOLVIMENTO E ESTRATÉGIAS DE INTEGRAÇÃO DAS ECONOMIAS REGIONAIS – RELACIONADOS E DIRECIONADOS A RIDE – DF E ENTORNO – MUNICÍPIOS QUE INTEGRAM) www.integracao.gov.br Klaus Kaysenberg – RIDE Página 6 de 415 CODEPLAN – Companhia de Planejamento do Distrito Federal (DADOS PESQUISAS E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS, E INFORMAÇÕES ESTATÍSTICAS, DEMOGRÁFICAS, SOCIOECONÔMICAS, GEOGRÁFICAS, TERRITORIAIS, AMBIENTAIS E URBANAS, QUE CONTRIBUEM PARA O PLANEJAMENTO INTEGRADO DO DISTRITO FEDERAL E DA REGIÃO GEOECONÔMICA DE BRASÍLIA, ASSIM COMO DE SUA ÁREA METROPOLITANA, ENTRE ELAS A RIDE). www.codeplan.df.gov.br ANUÁRIO DO DF (DADOS RELACIONADOS A LINHA DO TEMPO, RADIOGRAFIA, ECONOMIA, REGIÕES ADMINISTRATIVAS, ECONOMIA DO DF). www.anuariododf.com.br PORTAL SÃO FRANCISCO (DADOS RELACIONADOS A HISTÓRRIA E GEOGRAFIA DE BRASÍLIA E SUAS DIVERSAS INTER-RELAÇÕES). www.portalsaofrancisco.com.br Delimitação do Espaço Metropolitano de Brasília (Área Metropolitana de Brasília) – Nota Técnica nº 1/2014 COMPANHIA DE PLANEJAMENTO DO DISTRITO FEDERAL CODEPLAN Lei obriga concursos do DF a cobrar conhecimentos sobre o DF e Região do Entorno do DF Foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), 10 de janeiro de 2017, a Lei N.º 5.768, de 14 de dezembro de 2016, que altera a Lei nº 4.949, de 15 de outubro de 2012, chamada lei dos concursos, que estabelece normas gerais para realização de concurso público pela administração direta, autárquica e fundacional do Distrito Federal. A nova regra torna obrigatórios conhecimentos sobre a realidade étnica, social, histórica, geográfica, cultural, política e econômica e da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – RIDE para certames locais. Klaus Kaysenberg – RIDE Página 7 de 415 1.1 Cronologia e Marco Legal da RIDE – DF e Entorno. CRONOLOGIA E DESTAQUE CULTURAL INTERNACIONAL E NACIONAL 1761 O Marquês de Pombal, por motivos políticos, lança uma ideia aparentemente fora do lugar: erguer uma nova capital de Portugal no sertão, a meio caminho da África e dasÍndias. 1789 – Os inconfidentes associam a luta pela Independência do Brasil à mudança da capital do Rio de Janeiro para a cidade mineira de São João Del Rey. 1813 – Com sucessivos artigos no Correio Braziliense, editado em Londres, o jornalista Hipólito José da Costa tenta empolgar a opinião pública com a ideia da construção de uma nova capital no interior. 1883 – Na cidadezinha de Belcchi, na Itália, o padre salesiano João Bosco tem um sonho-visão: “no Brasil, entre os paralelos 15º e 20º surgiria uma grande civilização, a Terra Prometida, onde correria leite e mel”. Local da atual sede da nova Capital. 1891 – A primeira Constituição da República estabelece, em seu artigo terceiro: “Fica pertencente à União, no Planalto Central da República, uma zona de 14.40 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada, para nela estabelecer-se a futura Capital Federal”. 1892 – Floriano Peixoto constituiu a Comissão exploradora do Planalto Central do Brasil, sob a chefia do cientista Luís Cruls, diretor do observatório Astronômico do Rio de Janeiro, para estudar e demarcar a área do Distrito Federal. 1893 – É editado um mapa do Brasil e no Planalto de Goiás havia um retângulo com a inscrição: “ Futuro Distrito Federal”. 1922 – Num clima de festa, em 7 de Setembro, é lançada a pedra fundamental da futura capital, a 9km da cidade de Planaltina, em Goiás, no Centro da América Latina. 1940 – O presidente Getúlio Vargas lança a Marcha para o Oeste”, mas não pretende transferir a capital do Rio de Janeiro. Projeto adiado desde a instalação da ditadura do Estado Novo. 1946 – O Brasil se redemocratiza. A mudança da Capital para o Planalto Central é incluída nas disposições transitórias da Constituição. O Presidente Eurico Gaspar Dutra nomeia a Comissão de Localização da Nova Capital, chefiada pelo General Aguinaldo Caiado de Castro. 1953 – É sancionada a Lei nº 1.803, que autoriza o governo a definir o sítio da nova capital em três anos. 1955 – Em 4 de abril, num comício em Jataí, Goiás, o candidato à Presidência da República, Juscelino Kubitschek promete que, se eleito, fará a transferência da capital para o Planalto Central. 1956 – No dia 18 de abril, o Presidente Juscelino Kubitschek envia ao Congresso a “Mensagem de Anápolis” propondo a criação da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (NOVACAP) e o nome de Brasília para a nova Capital. Em 19 de setembro é sancionada a Lei nº 2.874, que Klaus Kaysenberg – RIDE Página 8 de 415 determina a transferência, em definitivo, da Capital. No mesmo dia é lançado o Concurso do Plano Piloto. Vence o projeto do urbanista Lúcio Costa. 1957 – Em abril, surgem as primeiras casas de madeira na Cidade Livre, (hoje RA do Núcleo Bandeirante) onde todas as atividades são isentas de impostos. No dia 7 de maio é rezada a primeira missa, na presença de 15 mil pessoas na Praça do Cruzeiro. 1959 – Cerca de 60 mil candangos trabalham febrilmente na construção da cidade. No início, eram apenas mil. Faltando pouco mais de um ano para a inauguração, Brasília e arredores contavam com mais de 100 mil habitantes, vindos de vários estados do Brasil. 1960 – Em 21 de abril, Brasília é inaugurada. Durante a missa comemorativa é lida uma mensagem radiofônica do Papa João XXIII. Emocionada, a multidão acompanha a cerimônia, ajoelhada no barro vermelho. Na instalação do Congresso Nacional, o deputado Ranieri Mazzilli diz: “Mais ainda que um milagre da vontade humana, Brasília é um milagre da fé”. 1962 – Empossado o primeiro Conselho da Universidade de Brasília – UnB, começa a funcionar uma nova experiência em ensino superior. Os alunos de engenharia, por exemplo, podiam estudar filosofia. O campus foi batizado com o nome de um dos seus fundadores, o antropólogo Darcy Ribeiro. A idéia, que se concretizou, era transformar a UnB em um centro irradiador de cultura. 1965 – O crítico Paulo Emílio Sales Gomes organiza o primeiro Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O evento se tornaria um símbolo da cidade. 1970 – É inaugurada a Catedral de Brasília, um dos mais belos monumentos da Capital. No mesmo ano, as embaixadas e o Ministério das Relações Exteriores também foram transferidos para a Capital. 1976 – Em 22 de agosto, morre o ex- presidente Juscelino Kubitschek em um na Esplanada dos Ministérios para homenagear JK. A multidão cantava o Peixe Vivo, sua música predileta. 1978 – Surge o “Projeto Cabeças”, criado por jovens artistas da cidade, numa época de muita repressão, com a finalidade de envolver a comunidade de Brasília com a cultura e a arte local. Promove shows e diversas manifestações culturais ao ar livre. Brasília deixava de ser uma mera cidade administrativa para ser um espaço público de cidadania. 1979 – É criada Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro. A iniciativa teria o objetivo de popularizar a música clássica e o ensino de música. 1980 – O Papa João Paulo II visita Brasília e celebra missa na Esplanada dos Ministérios para mais de 800 mil pessoas. 1981 – Em setembro, é inaugurado o “Memorial JK”, espaço que abriga os restos mortais do ex-presidente, sua biblioteca particular e objetos pessoais Nesse mesmo ano, a atriz Dulcina de Moraes, inaugura Faculdade de Artes, que leva seu nome, e dois teatros, revelando grandes atores como os nacionalmente conhecidos Irmãos Guimarães. 1985 – O rock leva Brasília ao cenário mundial. A música enriquece a crônica da cidade falando da vida cotidiana, dos Klaus Kaysenberg – RIDE Página 9 de 415 impasses da expansão urbana, das pessoas, das influências místicas da capital e de “um silêncio, lindo onde Deus parece com esperança, entre bilhões de estrelas”. Bandas como Legião Urbana, chegam a vender um milhão de discos. Com a música, ganham espaço a poesia, o teatro, o cinema a as artes plásticas. 1986 – Inaugurado o Panteão da Liberdade, na Praça dos Três Poderes. Uma homenagem o político Tancredo Neves e personagens históricos como Tiradentes, Zumbi dos Palmares e Dom Pedro I. 1987 – Ao contemplar 27 anos, Brasília passa a figurar ao lado de cidades milenares como Jerusalém e Cairo, na condição de Patrimônio Cultural da Humanidade. A designação dada pela UNESCO se destina apenas a bens de valor universal excepcional. 1990 – Em 15 de novembro, o Distrito Federal conquista autonomia política, elegendo seu primeiro governador pelo voto popular direto, além de 24 deputados distritais para formar a Câmara Legislativa. Brasília – Patrimônio Cultural da Humanidade Brasília é uma cidade totalmente construída com idéias modernistas. O valor do seu plano urbanístico e de seus monumentos faz com que Brasília seja um marco mundial da arquitetura e urbanismo modernos. Assim, a Capital do Brasil foi o primeiro núcleo urbano, construído no século XX, considerado digno de ser incluído na lista de bens de valor universal, recebendo o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1987, pela UNESCO. O reconhecimento de seu valor patrimonial fundamentou-se no plano urbanístico de Lúcio Costa, concebido em quatro escalas estruturais: a Monumental – compreendida em todo o Eixo Monumental e que abriga a alma político-administrativa do País -; a Gregária – representada por todos os setores de convergência da população -; a Residencial – composta pelas Superquadras Sul e Norte – e a Bucólica – que permeia as outras três, por se destinar aos gramados, praças, áreas de lazer, orla do lago Paranoá e aos jardins tropicais de Burle Marx. Da interação dessas quatro escalas nasceu uma cidade que “sendo monumental, é também cômoda, eficiente, acolhedora e íntima. É ao mesmo tempo, derramada e concisa, bucólica eurbana, lírica e funcional…” (Lúcio Costa). Para compor o plano urbanístico, Oscar Niemeyer projetou monumentos marcantes, considerados o melhor da expressão arquitetônica moderna brasileira. O grande diferencial desses monumentos e de outros espaços de Brasília é a integração da arte à arquitetura. Com isso, vários artistas de renome participaram da construção da capital, transformando-a em palco de experimentação das artes. Todo esse diferencial urbanístico, arquitetônico e artístico faz com que Brasília seja uma cidade muito especial, diferente de qualquer outra já vista no mundo. Fonte: www.setur.df.gov.br http://www.setur.df.gov.br/ Klaus Kaysenberg – RIDE Página 10 de 415 1.2 RIDE – DF e Entorno - Aspectos Geográficos, Econômicos e Sociais). RIDE - REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO ENTORNO E DISTRITO FEDERAL E/OU REGIÃO METROPOLITANA DE BRASÍLIA (ESPECIAL) E/OU REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DE BRASÍLIA COMO ERA: COMO FICOU: Klaus Kaysenberg – RIDE Página 11 de 415 O processo de urbanização brasileiro caracterizou-se por ser um processo rápido, ocorrido no século passado. Além disso, esse processo teve como uma de suas marcas a concentração da população em grandes aglomerados urbanos, que, com o passar do tempo, adquiriram porte metropolitano. A gestão metropolitana no Brasil foi assunto tratado no texto da Constituição Federal de 1988. A responsabilidade principal por esta matéria é dos estados federados, conforme o artigo 25, parágrafo 3°: “Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. ” Sabe-se, porém, que algumas aglomerações urbanas ultrapassam os limites de unidades federativas diferentes. A fim de solucionar tal questão, o próprio texto constitucional assevera, em seu artigo 21, inciso IX, ser atribuição da União “elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social”. Já em seu artigo 43, temos: “Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais”. O mesmo artigo aponta que o instrumento legal para tais políticas serão leis complementares. A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE/DF) é uma região integrada de desenvolvimento econômico, criada pela Lei Complementar n.º 94, de 19 de fevereiro de 1998, e regulamentada pelo Decreto n.º 7.469, de 04 de maio de 2011, para efeitos de articulação da ação administrativa da União, dos Estados de Goiás, Minas Gerais e do Distrito Federal. Consideram-se de interesse da RIDE os serviços públicos http://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_integrada_de_desenvolvimento_econ%C3%B4mico http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2710.htm Klaus Kaysenberg – RIDE Página 12 de 415 comuns ao Distrito Federal, Estados de Goiás, Minas Gerais e aos Municípios que a integram, relacionados com as seguintes áreas: • Infraestrutura; • Geração de empregos e capacitação profissional; • Saneamento básico, em especial o abastecimento de água, a coleta e o tratamento de esgoto e o serviço de limpeza pública; • Uso, parcelamento e ocupação do solo; • Transportes e sistema viário; • Proteção ao meio ambiente e controle da poluição ambiental; • Aproveitamento de recursos hídricos e minerais; • Saúde e assistência social; • Educação e cultura; • Produção agropecuária e abastecimento alimentar; • Habitação popular; • Serviços de telecomunicação; • Turismo; e • Segurança pública. A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – RIDE/DF, foi criada em 1998 pela Lei Complementar nº 94, de 19 de fevereiro de 1998, com o objetivo de promover a articulação da ação administrativa da União, dos estados de Goiás e de Minas Gerais e do Distrito Federal, para reduzir as desigualdades regionais causadas pela alta concentração urbana decorrente do fluxo migratório entre o Distrito Federal e os municípios vizinhos. Sua área de abrangência é de 50.612 km², na qual abriga 1.057.358 habitantes, com densidade demográfica de 20,9 hab/km² (IBGE 2007). (A RIDE-DF na atualidade engloba o Distrito Federal, quatro municípios mineiros (Unaí, Buritis, Cabeceira Grande e Arinos) e mais vinte e nove municípios goianos, no caso de Cabeceira Grande e Arinos e mais os dez municípios goianos recém inseridos na RIDE, se deu por meio da aprovação no SENADO em (22/05/2018) e da sanção presidencial em (14/06/2018) do PLC 102/2015), pois anteriormente eram na RIDE apenas (21 municípios no Entorno do DF) no caso, 02/dois municípios mineiros (Unaí e Buritis) e 19 municípios goianos (Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cabeceiras, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Klaus Kaysenberg – RIDE Página 13 de 415 Mimoso de Goiás, Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás e Vila Boa). Essa RIDE foi criada com objetivo de buscar solução para os problemas gerados pelo crescimento desordenado de Brasília e de seu entorno, cada vez mais povoado por migrantes em busca de melhores condições de vida, que acabaram por pressionar os serviços públicos da capital do país. As ações da RIDE têm priorizado os Arranjos Produtivos Locais (APLs), entre eles, o de fruticultura, artesanato, confecção, movelaria e pedras que são, inclusive, exportadas por meio dos APLs. O cooperativismo e o associativismo como forma de aumentar a geração de renda também são fortemente incentivados. Em sintonia com as recentes mudanças no cenário nacional e internacional, em que o Estado deixa de ser o provedor absoluto de bens e serviços públicos e responsável único pela promoção do desenvolvimento econômico e social, e passa a adotar estratégias de descentralização, novos atores e arranjos institucionais começam a participar do processo de desenho e implementação de políticas públicas. Além disso, a Constituição Federal de 1988 avançou no sentido da descentralização e participação da sociedade civil e, ao tratar da regionalização, permitiu a articulação da União sobre complexos geoeconômicos e sociais, com vistas ao desenvolvimento regional e à redução das desigualdades. Nesse contexto, foram criadas as Regiões Integradas de Desenvolvimento - RIDES, como mais uma forma de construção de redes de cooperação. Por envolver municípios de mais de uma Unidade da Federação, a RIDE é uma forma de ação mais ampla que a prevista nas regiões metropolitanas. A RIDE tem como objetivo articular e harmonizar as ações administrativas da União, dos Estados e dos municípios para a promoção de projetos que visem à dinamização econômica de territórios de baixo desenvolvimento e assim, conseguir prioridade no recebimento de recursos públicos destinados à promoção de iniciativas e investimentos que reduzam as desigualdades sociais e estejam de acordo com o interesse local pactuado entre os entes participantes. Esse acordo é fundamental, pois a criação de uma RIDE envolve a negociação préviaentre os Estados envolvidos sobre questões como os limites e municípios da região, os instrumentos necessários, os objetivos e a adequação às necessidades específicas de gestão. Os recursos públicos destinados às RIDEs visam promover o seu desenvolvimento global e se destinam a: sistema viário, transporte; serviços públicos comuns; geração de empregos e capacitação profissional; saneamento básico; uso, parcelamento e ocupação do solo; proteção ao meio-ambiente; aproveitamento de recursos hídricos e minerais; saúde e assistência social; educação e cultura; produção agropecuária e abastecimento alimentar; habitação popular; combate a causas de pobreza e fatores de Klaus Kaysenberg – RIDE Página 14 de 415 marginalização; serviços de telecomunicação; turismo e segurança pública. As RIDEs contam com um Conselho Administrativo da Região Integrada de Desenvolvimento (COARIDE) para coordenar e decidir sobre a execução de programas e projetos de interesse da Região Administrativa. Seus membros são representantes da União, Estados e municípios integrantes. A lei de criação prevê um Programa Especial de Desenvolvimento para a Região Integrada, com as ações de desenvolvimento, os instrumentos para tratar dos serviços e tarifas comuns, e o envolvimento institucional, com as parcerias entre o setor público e a sociedade civil. Fonte: IBGE – tratamento dos dados: Sudeco 1. O que é a RIDE/DF? Brasília, a capital federal, foi pensada como novo centro da administração federal e como pólo de desenvolvimento. Em seu processo de expansão urbana, levou à ocupação e ao crescimento de municípios próximos dela. Estes guardam forte dependência da capital, partilhando com ela serviços e contribuindo em sua economia, tendo sua própria organização interna muita influência do que ocorre em Brasília. A fim de articular a ação administrativa da União, dos Estados de Minas Gerais e Goiás e dos municípios que a constituem, foi criada a RIDE/DF: Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno. É constituída pelo Distrito Federal, pelos municípios de Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Alto Paraíso de Goiás, Alvorada do Norte, Barro Alto, Cabeceiras, Cavalcante, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina, Flores de Klaus Kaysenberg – RIDE Página 15 de 415 Goiás, Formosa, Goianésia, Luziânia, Mimoso de Goiás, Niquelândia, Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, São João d’Aliança, Simolândia, Valparaíso de Goiás, Vila Boa e Vila Propício, no Estado de Goiás, e de Arinos, Buritis, Cabeceira Grande e Unaí, no Estado de Minas Gerais. 2. Quando foi criada a RIDE/DF? A RIDE foi criada pela Lei Complementar nº 94, de 19 de fevereiro de 1998, e regulamentada pelo Decreto nº 7.469, de 4 de maio de 2011, atualmente em vigor. A criação de Regiões Integradas de Desenvolvimento (existem ainda as RIDEs de Juazeiro-Petrolina e de Teresina-Timon) é prevista pela Constituição Federal em seu artigo 43, que diz: "Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais". O § 1º deste mesmo artigo aponta que isto será feito por meio de Lei Complementar. 3. Quais são os assuntos de interesse da RIDE/DF? Consideram-se de interesse da RIDE os serviços públicos comuns ao Distrito Federal, aos Estados de Goiás e de Minas Gerais e aos municípios que a integram relacionados com as seguintes áreas: infraestrutura, geração de empregos e capacitação profissional, saneamento básico, em especial o abastecimento de água, a coleta e o tratamento de esgoto e o serviço de limpeza pública, uso, parcelamento e ocupação do solo, transportes e sistema viário, proteção ao meio ambiente e controle da poluição ambiental, aproveitamento de recursos hídricos e minerais, saúde e assistência social, educação e cultura, produção agropecuária e abastecimento alimentar, habitação popular, serviços de telecomunicação, turismo e segurança pública. 4. Quais são os projetos da Sudeco para a RIDE/DF? A RIDE/DF é prioridade para a Sudeco que tem agido no sentido de liberar os recursos de convênios para obras de pavimentação e drenagem e aquisição de máquinas e equipamentos nos municípios da RIDE-DF. No final do ano de 2011, aconteceu a primeira reunião do Conselho Administrativo da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (COARIDE) após seis anos de paralisação. Naquela ocasião, foi criado um Grupo de Trabalho para discutir e apontar soluções para os problemas da RIDE/DF. Também no final de 2011, o Diretor-Superintendente da Sudeco e os governadores do Distrito Federal e de Goiás assinaram acordo de cooperação com o Governo Federal para dar início à transformação da Klaus Kaysenberg – RIDE Página 16 de 415 linha férrea entre Brasília e Luziânia (GO) em linha regular de transporte de passageiros. Além de integrar ainda mais a região, a implantação do novo meio de transporte beneficiará cerca de 500 mil moradores do Entorno Sul. No dia 19.12.2013, foi assinado, com as empresas vencedoras do consórcio que elaborará o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), mais um passo rumo à construção desta nova opção de mobilidade. A Sudeco tem ainda atuado no incentivo ao turismo em todo o Centro-Oeste, por meio do programa Brasil Central Tur, que visa divulgar informações dos pontos turísticos do Centro- Oeste para turista e operadores de turismo nacionais e internacionais. Isto tem ocorrido por meio de aplicativos desenvolvidos para smartphones (Iphones e Androids), uma página na internet e cartilhas explicativas. Alguns dos municípios da RIDE/DF são alvo do programa, como a cidade turística de Pirenópolis. 5. Quando foi criado o Conselho Administrativo da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno? COARIDE? A Lei Complementar n.º 94, de 19.02.1998, que autorizou o Poder Executivo a criar a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno, a RIDE, também o autorizou a criar um Conselho Administrativo para coordenar as atividades a serem desenvolvidas na Região. As primeiras reuniões do conselho ocorreram em 2000, quando a administração da RIDE era responsabilidade do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), passando posteriormente para a Secretaria de Desenvolvimento do Centro-Oeste do Ministério da Integração Nacional (MI). O Decreto n.º 7.469, de 04.05.2011, que regulamentou a referida Lei Complementar, estabeleceu, em seu art. 2º, que o Conselho Administrativo da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno - COARIDE, vinculado à Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste - SUDECO, tem a finalidade de coordenar as atividades a serem desenvolvidas na RIDE, bem como coordenar as ações dos entes federados que compõem a RIDE, visando ao desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais. 6. Quando foi instalado o COARIDE? A primeira reunião ordinária do COARIDE aconteceu em 16 de agosto de 2000, quando foi implantado, e suas atividades seguiram normalmente até o dia 12 de dezembro de 2007. Após a regulamentação da Lei Complementar n.º 94 pelo Decreto n.º 7.469, de 04.05.2011, a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste, no uso de suas atribuições, Klaus Kaysenberg – RIDEPágina 17 de 415 reimplantou o COARIDE, no dia 20 de dezembro de 2011. Ou seja, o COARIDE já está funcionando. 7. Quem compõe o Conselho Administrativo da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno - COARIDE? O COARIDE tem a seguinte composição: • o Ministro de Estado da Integração Nacional, que o presidirá; • o Diretor-Superintendente da SUDECO; • um representante, de cada um dos seguintes Ministérios, indicados por seus titulares; o do Planejamento, Orçamento e Gestão; o da Fazenda; e o das Cidades; • um representante da Casa Civil da Presidência da República, indicado por seu titular; • dois representantes do Ministério da Integração Nacional, indicados por seu titular; • um representante da SUDECO, indicado por seu titular; • um representante do Distrito Federal, um do Estado de Goiás e um do Estado de Minas Gerais, indicados pelos respectivos Governadores; e • um representante dos Municípios que integram a RIDE, indicado pelos respectivos Prefeitos. 8. Quais são as competências do COARIDE? Compete ao COARIDE: • coordenar as ações dos entes federados que compõem a RIDE, visando ao desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais; • aprovar e supervisionar planos, programas e projetos para o desenvolvimento integrado da RIDE; • programar a integração e a unificação dos serviços públicos que lhes são comuns; • indicar providências para compatibilizar as ações desenvolvidas na RIDE com as demais ações e instituições de desenvolvimento regional; • harmonizar os programas e projetos de interesse da RIDE com os planos regionais de desenvolvimento; • coordenar a execução de programas e projetos de interesse da RIDE; e • aprovar seu regimento interno. Klaus Kaysenberg – RIDE Página 18 de 415 9. Qual a diferença entre RIDE e Área Metropolitana de Brasília (AMB) e Região Metropolitana de Brasília (RMB)? A RIDE foi criada pela Lei Complementar nº 94/1998, ou seja, ela goza de regulamentação legal e de instâncias para sua administração. Por considerar o termo "Entorno" como pejorativo e por considerar que alguns dos municípios da RIDE não possuem uma dinâmica metropolitana com Brasília, alguns estudiosos e organismos oficiais adotam, com base em diversos indicadores (especialmente os do IBGE), como escala de estudo ou de ação, a Área Metropolitana de Brasília, que elimina os municípios mais afastados de Brasília. Recentemente o Governo do Distrito Federal criou uma Secretaria de Estado para o desenvolvimento da Região Metropolitana de Brasília, porém esta não possui o mesmo status legal das outras Regiões Metropolitanas brasileiras (cuja criação é atribuição dos governos estaduais, segundo a Constituição Federal de 1988). Assim, dos três termos (ou três escalas), apenas a RIDE/DF foi criada com base em Lei. Além desta diferença do ponto de vista legal, a quantidade de municípios e o espaço de abrangência é diferenciado. 10. A RIDE é uma região metropolitana? A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 26º, § 3º, coloca como atribuição dos Estados a criação das Regiões Metropolitanas ("Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum"). Como a RIDE/DF foi criada por uma Lei Complementar federal, ela não pode ser considerada, do ponto de vista legal, como uma Região Metropolitana. Isto, porém, não impede que se reconheça Brasília como uma metrópole, nem que haja dinâmica metropolitana em seu território de abrangência. 11. Quais as potencialidades econômicas da RIDE/DF? A economia da RIDE/DF gira em torno da economia do Distrito Federal, que possui a maior parte da população (cerca de 70% de toda a RIDE, segundo o Censo 2010 do IBGE) e as principais atividades econômicas. Como a economia do Distrito Federal tem forte influência do setor terciário (por conta da renda gerada pela Administração Pública), pode-se dizer que as principais atividades econômicas da RIDE/DF encontram-se neste setor. Porém a RIDE/DF também possui importantes atividades nos setores secundário e primário. Neste em função do crescimento da agropecuária de alta tecnologia, em municípios como Klaus Kaysenberg – RIDE Página 19 de 415 Cristalina, e naquele por polos industriais de mais alta tecnologia, como os existentes no Distrito Federal. 12. O que é a Mesorregião de Águas Emendadas? Segundo a Política Nacional de Desenvolvimento Regional – PNDR as Mesorregiões Diferenciadas são espaços subnacionais contínuos que abrangem territórios de um ou mais Estados da Federação. São menores que as macrorregiões. Possuem identidade comum e são definidas para fins de identificação de potencialidades e vulnerabilidades que norteiem a formulação de objetivos socioeconômicos, culturais, político-institucionais e ambientais. A identificação das mesorregiões tem como objetivo a ação territorial integrada e efetiva que visa contribuir para a redução das desigualdades regionais, promovendo novas dinâmicas de desenvolvimento de suas potencialidades. A Mesorregião de Águas Emendadas compreende 100 municípios, sendo 23 no estado de Minas Gerais e 77 no estado de Goiás. Possui uma área total de 234.458,63 km² e população de 2.183.986 habitantes (Fonte: IBGE 2010). A Mesorregião de Águas Emendadas tem como característica física marcante o fato de situar- se numa região de junção de três grandes bacias hidrográficas (Bacia do Tocantins, Bacia do Prata e Bacia do São Francisco) e de possuir uma rica beleza cênica proporcionada pela existência de parques naturais e sítios históricos e culturais, como o Sítio do Patrimônio Histórico e a Reserva Cultural Kalunga. 13. Quais municípios fazem parte da Mesorregião de Águas Emendadas? Municípios do Estado de Goiás: Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Alto Paraíso de Goiás, Alvorada do Norte, Barro Alto, Buritinópolis, Cabeceiras, Campinaçu, Campinorte, Campo Alegre de Goiás, Campos Belos, Carmo do Rio Verde, Catalão, Cavalcante, Ceres, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Colinas do Sul, Corumbá de Goiás, Cristalina, Damianópolis, Davinópolis, Divinópolis de Goiás, Flores de Goiás, Formosa, Goianésia, Guaraíta, Guarani de Goiás, Heitoraí, Hidrolina, Iaçiara, Ipiranga de Goiás, Itaberaí, Itaguari, Itaguaru, Itapaci, Itapuranga, Jaraguá, Jesúpolis, Luziânia, Mambaí, Mimoso de Goiás, Minaçu, Monte Alegre de Goiás, Morro Agudo de Goiás, Niquelândia, Nova América, Nova Glória, Nova Roma, Novo Gama, Ouvidor, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Posse, Rialma, Rianápolis, Rubiataba, Santa Isabel, Santa Rita do Novo Destino, Santo Antônio do Descoberto, São Domingos, São Francisco de Goiás, São João d'Aliança, São Luiz do Norte, São Patrício, Simolândia, Sítio d'Abadia, Teresina de Goiás, Três Ranchos, Klaus Kaysenberg – RIDE Página 20 de 415 Uruaçu, Uruana, Valparaíso de Goiás, Vila Boa e Vila Propício. Municípios do Estado de Minas Gerais: Arinos, Bonfinópolis de Minas, Brasilândia de Minas, Buritis, Cabeceira Grande, Chapada Gaúcha, Dom Bosco, Formoso, Guarda-Mor, João Pinheiro, Lagamar, Lagoa Grande, Natalândia, Paracatu, Pintópolis, Presidente Olegário, Riachinho, Santa Fé de Minas, São Romão, Unaí, Uruana de Minas, Urucuia e Vazante. 14. Quais as potencialidades dos municípios da Mesorregião de Águas Emendadas? A Mesorregiãode Águas Emendadas possui como maior fonte de recursos os setores de serviços e de agropecuária, com ênfase na produção agrícola. A área urbana é bem desenvolvida e em decorrência desse fator e do elevado fluxo migratório as demandas de saneamento básico, infraestrutura, saúde, educação também vêm aumentando. Ações cooperativas entre os municípios estão se estabelecendo por meio da formação de associações ou consórcios municipais, como exemplos temos o Consórcio de Desenvolvimento Integrado e Sustentável da Região de Serra da Mesa (CINDISEM), o Consórcio dos Usuários da Bacia do Alto Tocantins (CONAGUA) e a Agência de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Vale do Rio Urucuia. Essa região também vem se destacando com seu potencial no setor ecoturístico e ainda reforça os valores culturais e de identidade territorial com os seus artesanatos, o aproveitamento dos frutos do Cerrado e a produção de aguardente com destaque para os municípios do Vale do Rio Urucuia (Noroeste de Minas Gerais), o Lago de Serra da Mesa (com oito municípios limítrofes ao lago), os municípios goianos de Alto Paraíso, Cavalcante, Teresina de Goiás, Colinas do Sul, São João d'Aliança e Nova Roma-GO, que compõem a Chapada dos Veadeiros, o Parque Nacional Grande Sertão Veredas (nos municípios da Chapada Gaúcha e de Formoso), os municípios de Guarani de Goiás-GO, São Domingos-GO e Mambaí, no Vão do Rio Paranã, no qual se encontra o Parque Estadual de Terra Ronca. 15. Há prioridade na aplicação dos recursos dos Fundos Regionais (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste - FCO e Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste ? FDCO) para os espaços prioritários? Sim. Segundo as Portarias do Ministério da Integração Nacional, que aprovam as diretrizes e orientações gerais do FCO e do FDCO, são considerados prioritários os projetos que contribuam para a redução das desigualdades regionais nos espaços prioritários, segundo a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) Klaus Kaysenberg – RIDE Página 21 de 415 1. 1. municípios da Faixa de Fronteira; 2. 2. municípios da Mesorregião de Águas Emendadas; 3. 3. municípios da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE), exceto os municípios localizados no Estado de Minas Gerais, que não são beneficiários do FCO; 4. 4. municípios integrantes das microrregiões classificadas pela Tipologia da PNDR como de renda estagnada ou dinâmica. 16. Quais municípios fazem parte da Faixa de Fronteira do Centro-Oeste? A Faixa de Fronteira no Centro-Oeste é formada pelas subregiões IX, X, XI, XII, XIII e XIV conforme abaixo: Subregião IX: Chupinguaia, Colorado do Oeste, Parecis, Pimenta Bueno, Primavera de Rondônia, Santa Luzia d'Oeste, São Felipe do Oeste e Vilhena no Estado de Rondônia; Comodoro, Conquista d'Oeste, Campos de Júlio, Sapezal, Nova Lacerda e Tangará da Serra no Estado de Mato Grosso. Subregião X: Araputanga, Barra do Bugre, Curvelândia, Figueirópolis d'Oeste, Glória d'Oeste, Indiavaí, Jauru, Lambari d'Oeste, Mirassol d'Oeste, Pontes e Lacerda, Porto Esperidião, Porto Estrela, Reserva do Cabaçal, Rio Branco, Salto do Céu, São José dos Quatro Marcos, Vale de São Domingos e Vila Bela da Santíssima Trindade no Estado de Mato Grosso. Subregião XI: Barão de Melgaço, Cáceres, Nossa Senhora do Livramento e Poconé no Estado de Mato Grosso. Aquidauana, Anastácio, Corumbá, Ladário, Miranda e Porto Murtinho no Estado de Mato Grosso do Sul. Subregião XII: Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Caracol, Guia Lopes da Laguna, Jardim e Nioaque no Estado de Mato Grosso do Sul. Subregião XIII: Caarapó, Deodápolis, Dois Irmãos do Buriti, Douradina, Dourados, Fátima do Sul, Glória de Dourados, Itaporã, Jateí, Laguna Carapã, Maracajú, Novo Horizonte do Sul, Rio Brilhante, Sidrolândia, Taquarussu e Vicentina no Estado de Mato Grosso do Sul. Subregião XIV: Amambaí, Antônio João, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Eldorado, Iguatemi, Itaquiraí, Japorã, Juti, Mundo Novo, Naviraí, Paranhos, Ponta Porã, Sete Quedas e Tacuru no Estado de Mato Grosso do Sul. 17. Quais as potencialidades da Faixa de Fronteira? Apesar de o setor pecuário ter relativa expressão na Faixa de Fronteira, a produção de grãos continua sendo o setor de maior relevância, em algumas áreas do Arco Central da Faixa Klaus Kaysenberg – RIDE Página 22 de 415 (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). Apesar, do monopólio da soja, em algumas áreas aparece um alto grau de diversidade das lavouras temporárias. As lavouras permanentes apresentam geralmente valores mais baixos, se comparadas às temporárias. Através de Estudos realizados pelo Ministério da Integração Nacional, constatou-se que a pecuária de corte e de leite estão presentes em grande número de municípios, porém, em pequena quantidade. De modo geral, estas atividades são utilizadas pelos produtores como uma alternativa à manutenção de um fundo de caixa mínimo necessário à sua sobrevivência. RIDE-DF Criada em 1998 pela Lei Complementar Federal nº. 94/98, a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride-DF) é composta segundo o IBGE por 22 municípios e pelo Distrito Federal e possui área de 56.434 km². Em 2010, a Ride-DF possuía um grau de urbanização de 94,1%. A população do município núcleo desta correspondia, em 2010, a 69% da população da região. A taxa de crescimento da população da RIDE-DF, entre 2000 e 2010, foi de 2,33% ao ano. Klaus Kaysenberg – RIDE Página 23 de 415 O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) na Ride-DF. Em 2000, a Ride-DF apresentava Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) igual a 0,680, situando-se na faixa de Médio Desenvolvimento Humano. Já em 2010, esta apresentava IDHM de 0,792, passando para a faixa de Alto Desenvolvimento Humano. O IDHM Educação, em 2000, era 0,516, passando, em 2010, para 0,701. O IDHM Longevidade era de 0,791 e, em 2010, correspondeu a 0,857. Já o IDHM Renda era de 0,769, tendo passado para 0,826. Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais evoluiu, em termos absolutos, foi a dimensão Educação, que registrou um aumento de 0,185. Abaixo, a contribuição das diferentes dimensões para o IDHM em 2000 e 2010. Klaus Kaysenberg – RIDE Página 24 de 415 EVOLUÇÃO DO IDHM NA RIDE-DF Em 2000, 10% das Unidades de Desenvolvimento Humano (UDH) da Ride-DF encontravam- se na faixa de Muito Alto Desenvolvimento Humano, enquanto 20% apresentavam Alto Desenvolvimento Humano. Em 2010, essas proporções correspondiam respectivamente, a 35% e 39%. No mesmo período, o percentual de UDHs nas faixas de Baixo e Muito Baixo Desenvolvimento Humano passou, respectivamente, de 29% e 9%, para 0% em ambos os casos, não havendo UDHs nessas faixas em 2010, conforme ilustra o Gráfico 2. O Gráfico 2 mostra que, entre 2000 e 2010, há uma concentração das UDHs nas faixas mais elevadas de desenvolvimento humano, com uma redução do intervalo de resultados encontrados entre as UDHs que apresentam os mais elevados índices e as UDHs que trazem os índices mais baixos. O Gráfico 3, apresenta a distribuição dos resultados do IDHM na Ride-DF, para os anos 2000 e 2010. A atenuação da inclinação da curva de distribuição de 2010, em relação à curva de 2000, evidencia a retração da desigualdade entre as suas UDHs, no período. KlausKaysenberg – RIDE Página 25 de 415 OS MAIS ALTOS E OS MAIS BAIXOS IDHMS Analisando a distribuição dos resultados do IDHM de 2000 da Ride-DF, nota-se que grande parte das UDHs com valores mais altos de IDHM situam-se na porção central da Ride-DF, enquanto a maior parte das UDHs que possuem os valores mais baixos de IDHM localizam-se na sua porção norte. As UDHs correspondentes às menores faixas de desenvolvimento humano concentram-se nos municípios de Vila Boa, Padre Bernardo, Mimoso de Goiás e Água Fria de Goiás. No que tange ao IDHM de 2010, verifica-se que as UDHs de maior valor de IDHM se expandem para o entorno imediato do núcleo da Ride-DF. Na outra extremidade, os valores mais baixos de IDHM são encontrados em UDHs localizadas na periferia da Ride-DF, distribuídas por diversos municípios. Ao observar o Gráfico 4, é possível visualizar a dinâmica dos valores de IDHM da Ride-DF. No período de 2000 a 2010, houve redução no número de UDHs com IDHM que se enquadra como Baixo e Muito Baixo. Em contrapartida, nota-se que ocorreu a elevação no número de UDHs com IDHM alto e muito alto. O gráfico sugere que a performance das UDHs da Ride-DF melhorou no período. Klaus Kaysenberg – RIDE Página 26 de 415 A DESIGUALDADE NA RIDE-DF Ao analisar o nível de desigualdade do IDHM entre as UDHs da Ride-DF, percebe-se que, em termos absolutos, a diferença entre o menor e o maior IDHM, no ano 2000, era de 0,489, diminuindo para 0,341, em 2010. Em relação à variância desses índices, o Gráfico 5 traz a distribuição e concentração dos dados para o município-núcleo da Ride-DF, Brasília,1 e para os demais municípios da região, identificados, no gráfico, como o entorno. No caso do município-núcleo, em 2000, o IDHM variava entre 0,445 e 0,922, sendo que a metade das UDHs possuíam IDHM entre 0,581 e 0,736. Em 2010, o IDHM variava entre 0,616 e 0,957, ou seja, possuía uma amplitude menor que em 2000, e metade das UDHs apresentavam índices concentrados entre 0,735 a 0,856. Houve, portanto, uma redução da amplitude total dos dados, associada a um aumento do IDHM. Já no caso dos demais municípios, em 2000, metade das UDHs possuíam IDHM entre 0,501 e 0,623. Em 2010, esse intervalo ficava entre 0,656 a 0,747. Nesses municípios, em 2000, o IDHM variou entre 0,433 e 0,777, ao passo que, em 2010, variou entre 0,619 e 0,868. Percebe-se, neste caso, uma redução da amplitude total dos dados, associada a um aumento do IDHM das UDHs no período. O maior avanço (crescimento absoluto) dentre as UDHs dos municípios do entorno ocorreu na UDH Setor Oeste / Setor Sul / Setor das Mansões (Planaltina/GO) com amplitude de 0,222, enquanto para o município-núcleo a UDH Gama: Vila DVO foi a que apresentou maior crescimento com aumento de 0,210. A mediana dos valores de IDHM verificada na capital apresenta uma evolução de 0,125. Apesar de partir de um patamar mais baixo, em 2000, a mediana do entorno apresenta maior evolução do que aquela verificada para o município Klaus Kaysenberg – RIDE Página 27 de 415 núcleo, igual a 0,141. A amplitude para o conjunto das UDHs reduziu-se menos nas UDHs dos municípios do entorno do que entre as UDHs do município-núcleo da Ride-DF. 1.3 Alguns aspectos históricos de Brasília - Desejo de transferência (séc. XVIII/XIX/XX) – Sonho de Dom Bosco - Adolfo de Varnhagen – Missão Cruls. O SONHO PROFÉTICO DE DOM BOSCO Desejada por brasileiros de todas as naturalidades, Brasília também foi sonhada. Ou melhor: prevista. Foi o padre italiano Dom Bosco quem, no final dos anos 1880, teve, em um de seus sonhos, a visão do surgimento de uma rica e próspera civilização na América do Sul. Sem nunca ter pisado o solo brasileiro, o padre fundador dos Salesianos viu, entre os paralelos 15° e 20°, a Terra da Promissão. “Entre os graus 15 e 20 existia um seio de terra bastante largo e longo, que partia de um ponto onde se formava um lago. E então uma voz me disse, repentinamente: ‘Quando vierem escavar os minerais ocultos no meio destes montes, surgirá aqui a Terra da Promissão, fluente de leite e mel. Será uma riqueza inconcebível’”, profetizou. “Dom Bosco acreditava que toda a história dele era revelada em sonhos. Aos nove anos ele sonhou trabalhando com jovens. Assim, anos mais tarde fundaria uma congregação salesiana na Itália”, comenta padre Pascoal, da paróquia São João Bosco. As profecias de Dom Bosco já corriam o mundo quando Israel Pinheiro, político mineiro que Klaus Kaysenberg – RIDE Página 28 de 415 dirigiu a Novacap, devoto de Dom Bosco, viu no sonho do padre salesiano uma alusão à nova capital, tornando-o padroeiro de Brasília. As primeiras capitais do Brasil, Salvador e Rio de Janeiro, tiveram como característica fundamental o fato de serem cidades litorâneas, explicado pelo modelo de ocupação e exploração empreendido pelos portugueses anteriormente no continente africano e asiático. À medida que a importância econômica da colônia aumentava para a manutenção do reino português, as incursões para o interior se tornavam mais frequentes. A percepção da fragilidade em ter o centro administrativo próximo ao mar, no entanto, fez que muitos intelectuais e políticos portugueses discutissem a transferência da capital da colônia e até mesmo do império para regiões mais interiores do território. Um dos mais importantes apoiadores desse projeto foi Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, em 1751. A transferência também era uma das bandeiras de movimentos que questionavam o domínio português, como a Inconfidência Mineira, ou de personagens que, após a independência do Brasil, desejavam o fortalecimento da unidade do país e o desenvolvimento econômico das regiões interioranas, como o Triângulo Mineiro ou o Planalto Central. Com a primeira constituição republicana (1891), a mudança ganhou maior visibilidade e mais apoiadores, tanto que em seu 3º artigo havia determinação de posse pela União de 14.400 quilômetros quadrados na região central do país pra a futura instalação do Distrito Federal. Comissão Cruls e as décadas seguintes Depois da Proclamação da República em 1889, o país se encontrava imerso em um cenário de euforia com a mudança de regime e da crença no progresso e no futuro. Para definir o lugar onde se efetivaria a determinação da futura capital, em 1892, o presidente Floriano Peixoto criou uma comissão para concretizar esses estudos, chefiada pelo cientista Luís Cruls, de quem a expedição herdou o nome. A expedição partiu de trem do Rio de Janeiro até Uberaba (estação final da Estrada de Ferro Mogiana) e dali a pé e em lombo de animais até o Planalto Central. Com pesquisadores de diversas áreas, foi feito um levantamento amplo (topográfico, climatológico, geográfico, hidrológico, zoológico etc.) da região, mapeando-se a área compreendida pelos municípios goianos de Formosa, Planaltina e Luziânia. O relatório final permitiu que fosse definida a área onde futuramente seria implantada a capital. Uma segunda missão de estudos foi empreendida nos locais onde a implantação de uma cidade seria conveniente dentro do quadrilátero definido anteriormente. A saída de Floriano Peixoto do governo em 1896 fez com que os trabalhos da Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil fossem interrompidos. No entanto, mesmo não contando com a existência de Goiânia,os mapas nacionais já traziam o Klaus Kaysenberg – RIDE Página 29 de 415 quadrilátero Cruls e o Futuro Distrito Federal. Apesar do enfraquecimento do ímpeto mudancista, eventos isolados deixavam claro o interesse de que essa região recebesse a capital da federação. Em 1922, nas comemorações do centenário da Independência nacional, foi lançada a pedra fundamental próximo à cidade de Planaltina. Na década de 1940, foram retomados os estudos na região pelo governo de Dutra (1945-50) e, no segundo governo de Getúlio Vargas (1950-1954), o processo se mostrou fortalecido com o levantamento de cinco sítios para a escolha do local da nova capital. Mesmo com a morte de Vargas, o projeto avançou, mas a passos lentos, até a posse de Juscelino Kubitschek. Governo JK Desde seu governo como prefeito de Belo Horizonte (também projetada e implantada em 1897), Juscelino ficou conhecido pela quantidade e o ímpeto das obras que tocava, sendo chamado à época de prefeito-furacão. O projeto de Brasília entrou no plano de governo do então presidente como uma possibilidade de atender a demanda da época. Mesmo não constando no plano original, ao ser questionado sobre seu interesse em cumprir a constituição durante um comício em Jataí-GO, Juscelino sentiu-se impelido a criar uma obra que garantisse a obtenção dos objetivos buscados pela sociedade brasileira na época: desenvolvimento e modernização do país. Entrando como a meta 31 posteriormente sendo chamada de meta síntese – Brasília polarizou opiniões. Em Goiás existia interesse na efetivação da transferência, apesar da oposição existente em alguns jornais, assim como no Rio de Janeiro, onde ocorria uma campanha aberta contra os defensores da NOVACAP (nome da estatal responsável por coordenar as obras de Brasília e que, por extensão, virou uma alusão a própria cidade). Com o compromisso assumido por JK em Jataí, Brasília passou a materializar-se imediatamente, mas a cada passo político ou técnico dado, uma onda de acusações era lançada contra a iniciativa. Construída em pouco mais de 3 anos (de outubro de 1956 a abril de 1960), Brasília tornou-se símbolo do espírito da época. Goiás, por outro lado, tornou-se a base para a construção, sendo que Planaltina, Formosa, Corumbá de Goiás, Pirenópolis e, principalmente, Anápolis tiveram suas dinâmicas modificadas, econômica e socialmente. História do Distrito Federal Brasília começou a existir na primeira Constituinte no Império Brasileiro, em 1823, numa proposta colocada por José Bonifácio de Andrada e Silva, argumentando quanto à necessidade da mudança da Capital para um ponto mais central do interior do país e sugerindo ainda para a cidade o próprio nome que a tornou famosa em todo o mundo. A vocação mística de Brasília se inicia quando é incorporada à sua história a visão soft do santo italiano, São João Bosco – Dom Bosco. Ele dizia ter sonhado com uma espé- cie de terra prometida para uma civilização do futuro, que nasceria situada entre os paralelos 15° e 20°, às margens de um lago. No dia 7 de Setembro de 1922 é lançada a pedra fundamental Klaus Kaysenberg – RIDE Página 30 de 415 de Brasília, próxima a Planaltina. Por inspiração e iniciativa do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, em 1956, foi criada a NOVACAP – Companhia Urbanizadora na Nova Capital, empresa pública à qual foi confiada a responsabilidade e competência para planejar e executar a construção da nova capital, na região do cerrado goiano. Tudo surge a partir do sinal da cruz traçado por Lúcio Costa, o encarregado do urbanismo da cidade. Articulado com a equipe de Lúcio Costa, um grupo de arquitetos encabeçado por Oscar Niemeyer projetou, em curto espaço de tempo, todos os prédios públicos e grande parte dos residenciais da nova cidade. No dia 21 de Abril de 1960, a estrutura básica da cidade está edificada, muitos prédios ainda são apenas esqueletos, mas os candangos (nome dado aos primeiros habitantes da nova cidade), liderados por seu presidente, festejam ruidosamente a inauguração da cidade, fazendo o coração do Brasil pulsar forte para dar vida à nova civilização sonhada por Dom Bosco. Nasce Brasília – a Capital da Esperança. Ao lado os principais responsáveis pela construção de Brasília: Oscar Niemeyer, Israel Pinheiro, Lúcio Costa e Juscelino Kubitschek. Geografia e Política regional O Distrito Federal possui 5.801,9 km², está localizado na região Centro-Oeste e possui como limites, Planaltina de Goiás (Norte), Formosa (Nordeste e Leste), Minas gerais (Leste), Cristalina e Luziânia (Sul), Santo Antônio do Descoberto (Oeste e Sudoeste), Corumbá de Goiás (Oeste) e Padre Bernardo (Noroeste). Suas características são: planalto de topografias suaves e vegetação de cerrados, com altitude média de 1.172 metros, clima tropical e os rios principais são o Paranoá, Preto, Santo Antônio do Descoberto e São Bartolomeu. A hora local em relação a Greenwich (Inglaterra) é de – 3 horas. O Distrito Federal é dividido em RAs (Regiões Administrativas). O governo é chefiado pelo Governador do Distrito Federal, auxiliado pela Câmara Legislativa composta por 24 deputados distritais. No Congresso, o Distrito Federal é representado por 3 senadores e 8 deputados federais. Para cada região administrativa é nomeado um administrador. Essas regiões administrativas são formadas pela área urbana e pela da zona rural de cada uma delas. O Distrito Federal é formado pelo Plano Piloto, que engloba as asas sul e norte. São áreas próximas e que formam a cidade de Brasília as regiões administrativas do lago sul, lago norte, setor sudoeste, octogonal, cruzeiro velho e cruzeiro novo. Um pouco mais distante das áreas centrais, ficam as demais regiões administrativas (antigamente chamadas de “cidades satélites”), que são cidades de pequeno e médio portes, localizadas a uma distância variável entre de 6 e 25 km do Plano Piloto. São elas: Gama, Taguatinga, Brazlândia, Sobradinho, Planaltina, Paranoá, Núcleo Bandeirante, Ceilândia, Guará, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião, Recanto das Emas, Riacho Fundo I e II e Candangolândia. Essas cidades satélites (atuais RA’S – Regiões Administrativas) possuem administração própria, sob coordenação do Klaus Kaysenberg – RIDE Página 31 de 415 Governador do Distrito Federal e da SUCAR – Secretaria de Estado de Coordenação das Administrações Regionais. Os órgãos do governo federal, embaixadas, residências oficiais e prédios públicos federais, estão localizados no Plano Piloto, nas asa sul e norte e lago sul, em sua grande maioria. Brasília (Plano Piloto) é dividida em áreas para facilitar a concentração de empresas de um mesmo segmento, tais como: Setor Bancário, Setor Comercial, Setor Hospitalar, Setor de Diversões, Setor de Autarquias, Setor de Clubes, Setor de Embaixadas, áreas residenciais, comerciais locais, dentre outras. As ruas e avenidas em geral são largas, bem conservadas e fluem bem o tráfego dos veículos apesar da cidade possuir a terceira maior frota de veículos dentre todas cidades brasileiras. As principais são o Eixo Monumental (divide as asas sul e norte e onde se localizam os Ministérios, Congresso Nacional e diversos órgãos do governo local e federal), Eixo Rodoviário (pista central de alta velocidade, e os eixos paralelos de menor velocidade, que atravessam a asa sul e asa norte de uma ponta a outra), a W-3 (W de oeste em inglês, “west” – avenida comercial com muitas lojas, sinais e trânsito complicado e atravessam também as asas sul e norte por completo) e a L-2(L de leste, que atravessa a asa sul e norte na região leste, onde se concentram escolas, entidades diversas, igrejas, hospitais, etc). O povo de Brasília Para a construção de Brasília, vieram pessoas de várias regiões do país. Eram os pioneiros, em busca de melhores condições de vida, deslumbrados pela possibilidade de trabalho e atraídos pela proposta de uma remuneração melhor. Eles viveram na chamada “Cidade Livre”, hoje Núcleo Bandeirante e também na Vila Planalto. Muitas construções – diversas delas em madeira, são conservadas até hoje e fazem parte do patrimônio histórico da cidade. Assim, a cidade recebeu sotaques, cultura e costumes de indivíduos que vinham de todas as regiões do Brasil, mobilizadas rapidamente para a execução deste grandioso empreendimento histórico. A população da cidade é predominantemente jovem. Talvez por suas diferenças culturais e diversidade de costumes, esses jovens não incorporaram à sua pronúncia qualquer dos sotaques regionais trazidos de tantos locais. Às festas, aos costumes, ao folclore, à cultura, certamente devem permanecer enraizados os regionalismos mais fortemente ensaiados aqui pelas correntes migratórias vindas de todos os pontos cardeais. O tempo e essa gente vêm definindo o que fica e o que sai de lá. Esses jovens vão, progressivamente, marcando a identidade cultural da cidade. Sua economia A atividade econômica mais importante da cidade é sua própria proposta inspiradora, ou seja, sua função administrativa. Por isso seu planejamento industrial é estudado com muita cautela pelo Governo do Distrito Federal. É intenção preservar a cidade, incentivando o seu desenvolvimento de indústrias não poluentes como a indústria de softwares, de cinema, vídeo, gemologia, entre outras, com ênfase na preservação ambiental e Klaus Kaysenberg – RIDE Página 32 de 415 na manutenção do equilíbrio ecológico. A agricultura e avicultura ocupam lugar de destaque na economia brasiliense. Um cinturão verde na Região Geoeconômica de Brasília abastece a cidade e já exporta alimentos para outros locais. O Plano Piloto de Brasília hoje, possui uma das maiores rendas per capita do Brasil e a melhor média nacional de habitantes/ telefone, habitantes/veículo dentre outros índices. Seu clima Costuma-se racionalizar a informação sobre o clima de Brasília, dizendo-se que lá existem apenas dois períodos climáticos no ano: o seco e o chuvoso, o primeiro, de abril a meados de outubro e o segundo, de meados de outubro a março. Invariavelmente, o mês mais seco do ano é agosto. O mês mais frio é julho. No restante do ano, o clima é ameno e agradável, com temperatura média de 24 graus. Raramente a temperatura atinge 30° de máxima e 15° de mínima. O normal é oscilar entre 22 e 28 graus. Sua vida e o turismo A qualidade de vida da população de Brasília, situa-se dentro dos mais avançados padrões de excelência. Certamente, por ser sede político e administrativa da República, Brasília está dotada de infraestrutura básicas como segurança, assistência à saúde, escolas e transportes, em nível de eficiência encontrado em poucos locais do país. Possui um moderno aeroporto internacional – 2ª cidade do país em movimento de tráfego aéreo -, metrô, uma enorme frota de ônibus urbano e transporte rodoviário para todo o país. O trânsito já foi mais fácil, mas ainda permite se deslocar de grandes distâncias em poucos minutos, que fazem com que a gente da cidade adquira certos costumes pouco peculiares a outras populações de grandes centros. Em 2007 atingiu a incrível marca de um milhão de veículos emplacados. A renda per capita atingiu R$ 14.405,00 ao ano – mais que o dobro da média nacional – e acima de 1/5 da população possui renda média mensal acima de US$ 1,350.00 (2007). Os parques da cidade e da água mineral (32.000 hectares), são locais de grande concentração de pessoas de todas as classes, principalmente nos finais de semana e nos feriados prolongados. Diversas atividades físicas e culturais são desenvolvidos no Parque da Cidade – um dos maiores do mundo. Também há opções ao redor da cidade, como é o caso do Salto do Itiquira, perto de Formosa-GO, e Pirenópolis-GO, cidade histórica distante duas horas de carro de Brasília. Outro hábito muito peculiar aos habitantes da cidade é o das recepções aos amigos, realizadas em recinto doméstico ou em clubes sociais e esportivos. A cidade possui clubes de alto nível, geralmente à beira do Lago Paranoá, proporcionando inúmeras opções esportivas e de lazer para as famílias. A cidade possui a 3ª maior frota registrada de lanchas, barcos e embarcações náuticas em geral de todo o país. Brasília possui também no Plano Piloto – Lagos Sul e Norte -, a maior concentração brasileira e quem sabe mundial, de piscinas em casas de alto padrão de qualidade, também ao redor do Lago Paranoá. Pistas modernas, bem conservadas e limpas cercam toda a cidade. Outros Klaus Kaysenberg – RIDE Página 33 de 415 destaques também são os monumentos e prédios públicos, de formas modernas e arrojadas e as construções históricas, como o Catetinho – primeira residência oficial do presidente da república. Como atrativos também se destacam a Torre de TV com vista panorâmica para toda a cidade, feiras de artesanatos, o autódromo internacional Nélson Piquet com grandes atividades esportivas nacionais e internacionais, a Ermida Dom Bosco, Igreja Dom Bosco, Catedral, Jardim Botânico e o Jardim Zoológico. A cidade possui excepcional infraestrutura hoteleira, a maioria hotéis e flats de 4 e 5 estrelas – a maior concentração nacional, quantidade adequada de táxis, empresas de turismo, locadoras de veículos e passeios turísticos de helicóptero. Entretanto, como toda cidade grande, existem também favelas, grandes concentrações de áreas com população de baixa renda, principalmente no entorno. O turista que se dirige à cidade de carro, percebe logo isso nas imediações da cidade. Isso, em razão de promessas políticas de governadores do Distrito Federal, que incentivaram o êxodo de outras regiões para a cidade o que acabou causando o aumento do desemprego e da violência. Para combater isso, Brasília possui a mais moderna frota de veículos de fiscalização de trânsito e segurança pública do país e também proporcionalmente a maior quantidade de homens policiais civis e militares nas ruas, apesar da concentração se dar principalmente no plano piloto. Sua arquitetura Patrimônio Cultural da Humanidade. Este é o título maior conferido à arquitetura de Brasília, pela Organização das Nações Unidas – ONU. Lúcio Costa, seu projetista urbanístico, e Oscar Niemeyer, o arquiteto das mais importantes edificações de Brasília, conseguiram a harmonia plena entre volumes, espaços e formas. A linha do horizonte foi preservada como característica do relevo natural e a cidade é apenas cortada no azul degradê do seu céu. Os extensos gramados verdes e os jardins coloridos são o tom natural conferindo às edificações, que parecem não ter peso sobre o solo. As linhas arquitetônicas adotadas para as fachadas e colunas de sustentação dos prédios são de beleza ímpar. As fachadas envidraçadas dos modernos edifícios comerciais, espelham a cidade, multiplicando o reflexo das belas imagens arquitetônicas como um sonho futurista. Fonte: sites.google.com A criação do Distrito Federal como sede da República Federativa é idéia que surgiu nos EUA, como forma de evitar rivalidades entre o norte e o sul do país. Foi criado, então, o distrito de Colúmbia, que não é nem Estado e nem Município. Na América Latina vários países como a Argentina, o México, a Venezuela e o Brasil seguiram este exemplo. No séc. XIX o antigoDF (Rio de Janeiro) era um município da província de mesmo nome. A partir de 1834 foi desmembrado da aludida província para constituir o chamado Município Neutro, sede da corte e do governo central. O Rio foi capital única do Brasil desde 1765 até 1961. Mas foi em 1891 que se transformou em DF, enquanto o Rio de Janeiro passou a ser Estado-Membro. Rui Klaus Kaysenberg – RIDE Página 34 de 415 Barbosa dizia que o DF era um Semi-Estado ou um quase-Estado. Em 21.04.60, concretizando uma ideia lançada já na CF 1891, a Capital foi transferida para o Planalto Central. O antigo DF passou a constituir um novo Estado, o Estado da Guanabara, tendo a cidade do Rio de Janeiro como Capital. A Capital do Estado do Rio de Janeiro, por sua vez, era Niterói. O primeiro governador da Guanabara foi Carlos Lacerda. Em 1975 ocorreu a fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, preservando-se o nome Rio de Janeiro e estabelecendo a cidade do Rio como Capital. O atual DF tem aproximadamente 5.800 Km2 e uma população de aproximadamente 3.000.000 habitantes. É composto pela cidade de Brasília e mais 30 regiões administrativas, entre elas Ceilândia, Taguatinga, Samambaia e Planaltina. Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/turismo/ A história do distrito federal A cultura em Brasília se confunde com a própria cidade já que ela é patrimônio Cultural da Humanidade. São 112,25 quilômetros quadrados de área tombada e o único bem contemporâneo a receber esta distinção. Nela estão monumentos e edifícios que são marco da arquitetura e urbanismo modernos. Brasília foi inscrita na lista da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 7 de dezembro de 1987. Estes lugares são reconhecidos como patrimônio de todo o mundo, independente do território onde estejam. O objetivo é a sua preservação para as futuras gerações. Ela foi reconhecida como patrimônio por conta da sua concepção modernista, baseada nas ideias de Lúcio Costa, que integravam a escala monumental, dos grandes espaços e construções, à intenção bucólica, de convivência ao redor das áreas verdes. Oscar Niemeyer projetou grandes monumentos que se integraram ao plano urbanístico, com o melhor da expressão arquitetônica integrada à arte. É por esse motivo que a cultura de Brasília também se mistura à sua história, à história de sua construção e à arquitetura e ao urbanismo. Monumentos históricos Fazem parte dos equipamentos culturais públicos de Brasília o Catetinho, primeira residência oficial de Juscelino Kubitschek por aqui, e o Museu Vivo da Memória Candanga, antigo Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira (HJKO). Ambas construções preservam peças, objetos e fotos da época da construção da Casa do Cantador, Ceilândia – DF. Foto: Tony Winston/Agência Brasília A migração de habitantes de diversas regiões do país para a construção de Brasília, além da convergência natural por ser a capital do país, criou na cidade um caldeirão cultural que reuniu fragmentos de diversos estados e culminou numa identidade própria. É possível ver essa mistura do patrimônio imaterial, por exemplo, em uma visita à Feira da Torre de TV. Além de diversos artigos à venda, a praça de http://www.portalsaofrancisco.com.br/turismo/ Klaus Kaysenberg – RIDE Página 35 de 415 alimentação reúne tradições culinárias de diversas partes do país. A cultura popular também foi homenageada com a construção da Casa do Cantador, em Ceilândia. O espaço é dedicado às apresentações de repentistas e à literatura de cordel. É forte ainda o movimento hip hop em diferentes regiões do Distrito Federal. Junta-se ainda a importância do rock de Brasília para a música brasileira. Fonte: http://www.df.gov.br/index.php/2015/10/21/cultura/ A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE/DF) foi criada pela Lei Complementar nº 94, de 19 de fevereiro de 1998 e ao longo de sua criação foi regulamentada por vários Decretos entre eles o nº 2.710, de 04 de agosto de 1998, alterado pelo Decreto nº 3.445, de 04 de maio de 2000, e o mais recente Decreto 7.469/2011 - A RIDE tem como objetivo articular e harmonizar as ações administrativas da União, dos Estados e dos municípios para a promoção de projetos que visem à dinamização econômica e provisão de infraestruturas necessárias ao desenvolvimento em escala regional. Enquanto institucionalidade legalmente constituída, a RIDE tem prioridade no recebimento de recursos públicos destinados a investimentos que estejam de acordo com os interesses consensuados entre os entes. Esses recursos devem contemplar demandas por equipamentos e serviços públicos, fomentar arranjos produtivos locais, propiciar o ordenamento territorial e assim promover o seu desenvolvimento integrado. Competência Articular, harmonizar e viabilizar as ações administrativas da União, do Distrito Federal, dos Estados de Goiás e de Minas Gerais, e dos municípios que a compõem para a promoção de projetos que visem à dinamização econômica e provisão de infraestruturas necessárias ao desenvolvimento em escala regional. Abrangência É constituída pelo Distrito Federal, pelos municípios de Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cabeceiras, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Mimoso de Goiás, Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás e Vila Boa, no Estado de Goiás, e de Unaí, Buritis e Cabeceira Grande, no Estado de Minas Gerais. Fonte: http://www.mi.gov.br/regioes_integradas_df_rides Mas sem dúvida, entre os diversos aspectos mais importantes que norteiam a sua história, no caso, Brasília, podemos destacar. Em 1823, José Bonifácio de Andrade e Silva, o Patriarca da Independência, propôs a criação de uma nova capital no interior do Brasil (sugerindo o nome Brasília), longe dos portos para garantir a segurança do país. A vocação mística de Brasília se inicia quando é incorporada à sua história o sonho de Dom Bosco. O santo italiano Klaus Kaysenberg – RIDE Página 36 de 415 sonhou com uma depressão bastante larga e comprida, partindo de um ponto onde se formava um grande lago, entre os paralelos 15º e 20º, e que repetidamente uma voz lhe dizia que "...quando vierem escavar as minas ocultas, no meio destas montanhas, surgirá aqui a terra prometida, vertendo leite e mel. Será uma riqueza inconcebível..." No ano de 1892, foi nomeada a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, liderada pelo astrônomo Luiz Cruls e integrada por médicos, geólogos e botânicos, que fizeram um levantamento sobre topografia, o clima, a geologia, a flora, a fauna e os recursos materiais da região do Planalto Central. A área ficou conhecida como Quadrilátero Cruls e foi apresentada em 1894 ao Governo Republicano. A VIAGEM DO VISCONDI DE PORTO SEGURO - ADOLFO DE VARNHAGEN - E A CAPITAL NO INTERIOR DO BRASIL Recentemente em Cristalina (GO) cidade do Entorno do DF – No dia 11 de março/2016, o Comando da 3ª Brigada de Infantaria Motorizada realizou formatura em homenagem ao militar, historiador, engenheiro e diplomata Francisco Adolfo de Varnhagem, “Visconde de Porto Seguro”, Patrono da Brigada. Foi feita a leitura de um texto alusivo, enaltecendo-o como um dos idealizadores e ferrenho defensor da mudança da capital brasileira para o planalto central. A atividade contou com a presença do Comandante da Brigada, General de Brigada Heber Garcia Portella, e dos
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