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Frequencia-respiratoria

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Sinais Vitais 
 
Semiologia respiratória 
 
 
 
• Frequência respiratória 
 
- CASO CLÍNICO 
 
Paciente sexo feminino, 65 anos, chega ao departamento de emergência com 
queixa de febre e disúria. O plantonista pede que você colete seus sinais vitais, 
você examina a paciente e retorna com os valores: FC: 56 irpm (em uso de 
Atenolol), PA: 110 x 66 mmHg, FR: 27 irpm, temperatura 37,6°c. Relata ainda 
que ela estava um pouco sonolenta, abrindo o olho apenas ao chamado. O 
plantonista afirma que essa paciente pode estar séptica e dá início ao protocolo 
de cuidado. Quais dados do exame físico o fizeram pensar neste diagnóstico? 
- INTRODUÇÃO 
A respiração é a troca de gases que ocorre nos alvéolos pulmonares. Para que 
ela aconteça fisiologicamente são necessárias duas etapas principais. A 
primeira envolve que o ar oxigenado passe pelas vias aéreas até os alvéolos, o 
que é feito criando uma pressão negativa intratorácica por meio de movimentos 
musculares, sobretudo a contração do diafragma. A segunda requer que o 
sangue venoso, rico em CO2 chegue por capilares até esses alvéolos e retorne 
ao coração pelas veias pulmonares. Esse processo é controlado centralmente 
pelo Bulbo, que recebe informações de receptores periféricos que analisam a 
concentração de CO2 no sangue e estimulam aumento ou redução da 
respiração. A frequência respiratória é a sequência de movimentos pulmonares 
(inspiração e expiração) que permitem essa troca gasosa. Ela é registrada em 
incursões respiratórias por minuto (irpm) ou em movimentos por minuto (mpm). 
Um adulto eupneico tem entre 12 e 20 irpm, enquanto em recém-nascidos esse 
valor pode ir até 60 irpm, em crianças menores de um ano até 50 irpm e entre 1 
e 5 anos até 40 irpm (apesar de haver divergência na literatura quanto a esses 
valores acostume-se com essas faixas). Muitas vezes a contagem da frequência 
respiratória é negligenciada, sobretudo em consultas de urgência, quando o 
atendimento precisa ser mais rápido. Entretanto a sua alteração pode ser o 
primeiro sinal de descompensação clínica, precedendo alterações cardíacas e 
pressóricas, o que justifica sua importância. 
 
 
 
- SEMIOTÉCNICA 
1) Inspeção 
É o método mais utilizado para mensuração da frequência respiratória. São an-
alisados movimentos torácicos e/ou abdominais durante o ciclo respiratório. O 
paciente deve estar em repouso, sem ter realizado exercício físico nos últimos 
minutos, e com a menor quantidade de roupa possível. O ideal é que a in-
speção seja feita sem que o paciente perceba, para que não haja interferência 
voluntária na sua respiração (lembrando que a respiração é o único sinal vital 
que pode ser controlado voluntariamente). Uma boa técnica é pegar no pulso 
radial do paciente enquanto examina os movimentos torácicos, criando um dis-
trator para o paciente. Durante um minuto (registrado em cronômetro, em 
relógio de pulso ou de parede com precisão de segundos) devem ser obser-
vadas inspirações, marcadas por aumento do volume torácico e contração ab-
dominal, e expirações, com redução do volume torácico e dilatação abdominal. 
Caso mensure um valor fora da referência, o ideal é manter essa contagem por 
mais um minuto, para reduzir erros. 
2) Palpação 
Em pacientes nos quais é difícil realizar a análise da frequência respiratória pela 
inspeção, ela pode ser feita pela palpação. Para isso o paciente deve estar sen-
tado no leito, com as costas viradas para o examinador, que coloca ambas as 
mãos espalmadas sobre as bases pulmonares, deixando os dois polegares se 
tocar em ângulo reto. São contados os números de inspirações, marcadas pela 
dilatação torácica, com movimentação lateral das mãos do examinador e 
afastamentos dos polegares. Essa análise é mais difícil em pacientes com au-
mento da frequência respiratória e com padrão mais superficial, nos quais o 
movimento da caixa torácica é menor. 
3) Ausculta 
A ausculta é menos utilizada para aferição da frequência respiratória por sofrer 
mais variações com patologias intrapulmonares (consolidações, roncos ou 
 
 
 
sibilos), que podem confundir o examinador pela presença de ruídos ad-
ventícios. Quando indicada, o local de ausculta preferencial é sobre as vias 
aéreas altas, colocando o estetoscópio na região cervical central para auscultar 
o fluxo de ar pela traqueia. Oriente o paciente a não conversar durante a análise 
e conte o número de vezes que o ar passa pela traqueia intensa e rapidamente 
(inspirações). 
4) Métodos auxiliares para análise 
Há alguns aparelhos digitais que fazem a aferição automática da frequência 
respiratória, como os capnógrafos, que avaliam o CO2 expirado. Podem ser 
úteis para monitorização contínua em pacientes em terapia intensiva, mas são 
menos sensíveis que a análise por inspeção e menos disponíveis na prática. 
 
. PRINCIPAIS ERROS 
 
A) Aferir a frequência durante menos que 60 segundos. Alguns padrões 
respiratórios são arrítmicos, com frequência variável. Por isso a contagem em 
poucos segundos pode falsear o valor para mais ou para menos. 
B) Contar a frequência pela ausculta torácica. Até chegar aos bronquíolos 
terminais e nos alvéolos o fluxo de ar pode sofrer distorções intratorácicas, de 
modo que essa forma de análise é menos precisa. 
C) Avisar o paciente que está observando a frequência respiratória, pois os 
indivíduos tendem a mudar o padrão respiratório quando sabem que estão 
sendo observados. 
D) Tentar medir a frequência respiratória por inspeção em pacientes agitados. 
Movimentos corporais podem se sobrepor aos movimentos respiratórios e 
confundir o examinador, levando a uma contagem falseada. Nesses casos o 
ideal é fazer a análise pela ausculta ou pela palpação. 
 
 
 
 
 
- ACHADOS E CORRELAÇÕES CLÍNICAS 
1) Bradipneia 
É uma frequência respiratória menor que 12 incursões respiratórias por minuto. 
Pode ser fisiológica (geralmente se mantendo entre 12 e 8 irpm) durante o 
sono ou em atletas. Já em condições patológicas graves costuma ser menor que 
8 irpm, relacionada à depressão no sistema nervoso central, como em intoxi-
cação com sedativos (álcool, benzodiazepínicos, opióides), coma, aumento da 
pressão intracraniana ou estágios terminais de insuficiência respiratória. 
 
2) Apneia 
 
Parada total da ventilação durante mais de 10 segundos. Pode ter origem cen-
tral, causada por falência bulbar; obstrutiva, causada por uma obstrução nas 
vias aéreas superiores; ou mista, por uma mistura dos dois fatores. A apneia 
obstrutiva de sono é uma condição na qual o indivíduo apresenta cinco ou mais 
episódios de apneia/hipopneia por hora durante o sono, acompanhados e se-
guidos de esforço respiratório, associada a outros sintomas como despertar 
dispneico, sono não relaxante, sonolência diurna ou roncos. 
 
3) Taquipneia 
É um aumento na frequência respiratória, maior que 22 incursões por minuto 
(valor varia de acordo à referência usada, podendo ser adotado 20 a 24 irpm). 
Pode ocorrer fisiologicamente em casos de estresse, dor, exercício físico ou 
grandes emoções ou em condições patológicas em doenças sistêmicas (febre, 
insuficiência cardíaca, choque, acidose metabólica) ou pulmonares (asma, 
pneumonias, insuficiência respiratória). Além de valor diagnóstico, também 
serve como preditor diagnóstico, sendo que sua presença em pacientes hospi-
talizados está ligada a um maior risco de complicações e de morte. 
 
 
 
 
 
4) Hiperpneia 
Aumento do volume corrente respiratório (quantidade de ar que entra e sai dos 
pulmões em cada ciclo respiratório). Ocorre por aumento da intensidade da in-
spiração, associada ou não ao aumento da frequência. Pode estar presente du-
rante o esforço físico e na acidose metabólica. 
5) Arritmias de ventilação 
São condições nas quais há alternância entre taquipneia e bradipnéia ou ap-
neia. Entre os ritmos mais comuns estão a respiração de Cheyne-stokes, na 
qual há alternância entre hiperpnéia, bradipnéia e apnéia; e a respiração de 
Kussmaul, com sequência de apneias ins e expiratórias.- DESFECHO DO CASO CLÍNICO 
A frequência respiratória é um dado tão importante no exame clínico que faz 
parte de diversos escores utilizados para triagem e classificação de patologias. 
No caso em questão, o escore utilizado foi o Q-SOFA, para triagem de pa-
cientes sépticos (um tipo de resposta inflamatória exacerbada a uma infecção). 
O escore é composto por três variáveis, sendo que a presença de duas delas 
confere um rastreio positivo e necessidade de propedêutica e terapia imediatas: 
pressão arterial sistólica menor ou igual a 100 mmHg, alteração no nível de 
consciência e frequência respiratória maior ou igual a 22 incursões por minuto. 
 
 
	Semiologia respiratória
	Sinais Vitais

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