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Características do direito da personalidade

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Universidade Castelo Branco
Teoria Geral do Direito Civil
Campus Realengo
			Alunos: Fabrício de Andrade Presciliano
	Matricula: 2020115862
Características do direito da personalidade
Vitalício 
	Os direitos da personalidade são vitalícios, ou seja, acompanham a pessoa durante toda a vida. Isso não significa que os direitos da personalidade possam acompanhá-lo após a morte. A morte põe fim a personalidade jurídica (art. 6° do CC/02), motivo pelo qual o de cujus não é sujeito de direitos. 
	Daí porque falamos que os direitos da personalidade NÃO são perpétuos, mas apenas vitalícios.
 Absoluto 
Na prática, isso significa que o titular do direito poderá exigir:
· Que o Estado e toda a comunidade o respeite;
· Que o Estado promova tais direitos. 
· O Estado e a coletividade, diante do direito da personalidade do indivíduo, deve assumir postura de abstenção/ tolerância.Entretanto, o Estado não deve ficar inerte. 
· A postura de abstenção do Estado ocorre para evitar a repressão de tais direitos.
 	Em paralelo, é também função do Estado promover os direitos da personalidade, tais como o direito à educação, à saúde, à igualdade, dentre outros.
	Por isso os direitos da personalidade são oponíveis não apenas aos indivíduos, mas também ao Estado, que tem o dever de promovê-los. 
Ilimitado 
	É preciso ter cuidado com o termo “ilimitado”. A leitura fria pode levar o operador do direito a falsa conclusão de que os direitos da personalidade não tem limites. Isso é um erro comum. 
	Em verdade, dos direitos da personalidade são ilimitados, pois apresentam-se de forma não exaustiva na legislação. Por exemplo, o reconhecimento do estado de filiação é um direito da personalidade. 
Neste sentido, “o reconhecimento do estado de filiação configura direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, que pode ser exercitado, portanto, sem nenhuma restrição, contra os pais ou seus herdeiros“. (STJ – AREsp: 1179890 SC 2017/0252143-5, Relator: Ministro MOURA RIBEIRO, Data de Publicação: DJ 16/12/2019) 
Inato 
	Inato pode ser compreendido como algo que pertence ao ser desde o seu nascimento. Em paralelo, pode ser compreendido também como algo que independe do próprio ordenamento jurídico.
	O Direito admite as duas interpretações, sendo a última bastante defendida pelo jusnaturalismo. 
	É justamente essa característica (inato) que coloca os direitos da personalidade em posição ímpar no âmbito dos direitos privados. 
	Protegerem, desde o nascimento e independente do ordenamento, valores originários da pessoa humana e, também da pessoa jurídica, como a vida, a honra, a identidade, o segredo e a liberdade. 
	É preciso observar que, em regra, os direitos da personalidade nascem junto a pessoa, contudo, excepcionalmente, podem ser adquiridos (e.g. direito autoral). 
	Neste particular, é importante lembrar da discussão em torno da teoria concepcionista moderada e demais teorias que discutem o início da personalidade jurídica. Também recomenda-se a leitura do artigo dedicado ao fim da personalidade jurídica. 
Extrapatrimoniais 
	Os direitos da personalidade não comportam avaliação econômica. Entretanto, além de poder postular para que cesse a ameaça (tutela inibitória), pode o ofendido postular pela reparação do dano moral (art. 5°, V, CF/88). 
	Esta reparação assume, inclusive, caráter educativo (preventivo) diante do ofensor. 
	
Imprescritíveis 
	O Código Civil esclarece que, violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue pela prescrição (art. 189 do CC/02). A pretensão, por sua vez, pode ser compreendida como sendo o conteúdo do direito de ação. 
	A prescrição é, então, a perda do conteúdo do direito de ação. Não é, ao contrário do que muitos defendem, a perda do direito de ação, já que o direito de ação é direito fundamental e, portanto, imprescritível (art. 5°, XXXV, CF/88) 
	Os direitos da personalidade são inatos, podemos, por isso, defender que nascem junto ao ser humano e compõe sua própria existência. Além disso, os direitos da personalidade são vitalícios, ou seja, acompanham o indivíduo até a morte. 
	Por isso, não faz sentido falar em prescrição dos direitos da personalidade. 
	Contudo, é preciso tomar cuidado com alguns detalhes, o direito da personalidade não comporta avaliação patrimonial, muito embora seja possível pedir, na justiça, reparação pelo dano moral.
	Uma coisa, portanto, é o pedido de reparação, ante a violação do direito da personalidade, outra, completamente diferente, é o pedido de proteção do direito da personalidade.
	O pedido de reparação prescreve em 3 anos no Código Civil (art. 206, §3°, V, CC/02) e em 5 anos no Código de Defesa do Consumidor (art. 27 do CDC). Todavia, o pedido que tem por objetivo a proteção dou reconhecimento da ofensa ao direito da personalidade não prescreve. Aliás, o STJ expressamente reconheceu que a pretensão de reconhecimento de ofensa a direito da personalidade é imprescritível. 
Intransmissíveis e Irrenunciáveis 
	Ao menos em tese, o que se pretende com essa característica é destacar que: 
· Os direitos da personalidade não podem ser transmitidos em vida ou após a morte;
· Os direitos da personalidade são irrenunciáveis. 
Entretanto, há uma série de debates em torno do tema. 
	Em primeiro lugar, o próprio art. 11 do Código Civil aponta, expressamente, que podem haver exceções na legislação: 
Art. 11 do Código Civil: Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
	Desde já, então, é fácil perceber que nem todos os direitos da personalidade são irrenunciáveis e intransmissíveis. 
O art. 11 do Código Civil esclarece, na parte final, que os direitos da personalidade não podem sofrer limitação voluntária. 
O tema foi objeto de profundo debate na doutrina e legislação. 
	No programa de televisão denominado Big Brother, por exemplo, os participantes devem abrir mão da sua liberdade. 
	Como harmonizar o art. 11 com essa situação (e outras semelhantes…), considerando que, voluntariamente, os participantes optam por abrir mão da liberdade. 
	Para resolver esse e outros debates, o enunciado 4 da I Jornada de Direito Civil do CJF esclareceu o seguinte: “o exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral“. 
	Portanto, o exercício do direito da personalidade pode ser limitado voluntariamente, desde que de forma parcial e temporária. 
Relativamente Indisponível 
	Como expliquei no tópico anterior, a intransmissibilidade e irrenunciabilidade são relativas, já que podem ser feitas de forma voluntária, desde que parcialmente e por prazo determinado, ou ainda, desde que previsto em lei. 
	Da mesma forma, a indisponibilidade também é relativa, já que não pode ser feita, em regra, de forma permanente e geral. Evidente que há direitos indisponíveis, como, por exemplo, a disposição do próprio corpo, outros, contudo, podem ser cedidos (e.g. direito autoral).

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