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PDDU - Seminário

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1. Legislação
1. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano é um mecanismo básico para o desenvolvimento e expansão urbana municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes; o PDDU define princípios, objetivos e diretrizes para o desenvolvimento econômico, serviços urbanos básicos, política territorial, meio ambiente e cultura do município, ou seja, norteia o desenvolvimento da cidade.
O PDDU da cidade de Salvador fundamenta-se na Constituição Federal, na Constituição do Estado da Bahia, na Lei Orgânica do Município de Salvador (LOM) e na Lei Federal n° 10. 257/2001, Estatuto da Cidade (PDDU, Art. 1). Sendo este de responsabilidade da SUCOM (Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo), a qual estabelece parâmetros urbanísticos a serem seguidos pelas edificações construídas no território municipal. Além  disso, vê-se que, o Plano Diretor como instrumento norteador do desenvolvimento da cidade estabelece critérios sobre o ordenamento do uso e ocupação do solo, orientando a elaboração da Lei de Uso e Ocupação do Solo. 
O Plano Diretor dispõe sobre Meio Ambiente, Atendimentos às Necessidades Habitacionais, Macrozoneamento e Macrozona de Ocupação Urbana, além disso, Zoneamento: Zonas de Uso, Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), dentre outras inúmeras temática, de relevância para a construção da cidade, no entanto, houve um recorte do documento escolhendo-se as temáticas supracitadas, com o fito de tornar intuitivo a busca por parâmetros que são relevantes para a área estudada: o Subúrbio Ferroviário, em especial, um terreno na região da Plataforma e São João do Cabrito. 
1. Meio Ambiente 
Conforme estabelecido no Art. 19 do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, a conservação das áreas verdes que contribuem de forma significativa para a qualidade ambiental urbana do Município de Salvador são estabelecidas pelo Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural (SAVAM). Desta forma, o SAVAM enquadra o terreno mencionado em três subgrupos: Áreas de Proteção de Recursos Naturais (APRN), a Área de Borda Marítima (ABM) e Áreas de Remanescentes do Bioma Mata Atlântica (RMA). 
Detalhe do Mapa Sistemas de Áreas de Valor Ambiental e Cultural - SAVAM
Fonte: Plano de Desenvolvimento Urbano de Salvador - PDDU 2016
As Áreas de Proteção de Recursos Naturais são áreas dotadas de atributos relevantes do ponto de vista ambiental e significativos para o equilíbrio e o conforto ambiental, ja  a Área de Borda Marítima é a faixa de terra de contato com o mar que delimita o contorno da cidade, desta maneira, visando preservar o patrimônio cultural e ambiental, conforto do ambiente urbano e insolejamento das praias o Art. 273 do PDDU e  LOUOS estabelecem a restrição de altura máxima de 12 metros para as edificações nas quais a maior parte do terreno esteja cortada pelo limite ABM em decorrência destes critérios. As Áreas de Remanescentes do Bioma Mata Atlântica são áreas não ocupadas ou de baixa densidade demográfica, na qual é possível identificar vegetação remanescente do bioma Mata Atlântica como restingas e manguezais.
Detalhe do Mapa Áreas Remanescentes do Bioma Mata Atlântica
Fonte: Lei do Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo LOUOS - 2016
1. Macrozoneamento, Macrozona de Ocupação Urbana e Zoneamento 
O PDDU aborda uma diversidade de zonas, estabelecidas por seus usos e funções, dessa forma, ocorre o zoneamento das áreas, a fim de que cada uma cumpra com seu papel na evolução da cidade. Para isso, ocorre seu macrozoneamento, dividindo-a em: Macrozona de Conservação Ambiental e Macrozona de Ocupação Urbana, a qual tem seu uso direcionada para moradias, atividades de fim econômico e social, estas, por sua vez, são divididas em: 
I - Macroárea de Integração Metropolitana; 
II - Macroárea Urbanização Consolidada; 
III - Macroárea de Estruturação Urbana; 
IV - Macroárea de Reestruturação da Borda da Baía de Todos os Santos; 
V - Macroá rea de Requalificação da Borda Atlântica. 
Detalhe Mapa Macroáreas 
Fonte: Plano diretor de desenvolvimento Urbano - PDDU 2016
A macroárea (IV) de reestruturação da borda da baía de todos os santos, compreende também o chamado Subúrbio Ferroviário, que se configura em uma área de maior predomínio residencial, abrigando, em especial, indivíduos de média e baixa renda. Vale salientar também, o alto índice de ocupação do solo e densidade demográfica presente nesta região, cujo solo encontra-se em condições precárias, gerados e potencializados pelos assentamentos,  não sendo propício para a apropriação humana.
Em contrapartida, para tentar amenizar a precariedade da população desse local, a prefeitura de Salvador, por meio do PDDU, em seu artigo 146, busca solucionar problemas, por meio de políticas de infraestrutura, equipamentos sociais e serviços urbanos, visa melhorar a qualidade de vida dos indivíduos desta localidade, criando mais empregos e aparatos para modificar esta realidade.  Some- se a isso, buscam também a implantação de estratégias de conservar áreas íntegras da SAVAM, principalmente, as bacias daquela região, tais como: Bacia do Cobre, Vale do Paraguari e Aratu, Áreas de Proteção Cultural e Paisagística (APCP) de Plataforma.
Outrossim, é viável ratificar a existência do zoneamento dentro do âmbito municipal, de acordo seus diferentes parâmetros de uso e ocupação, assim, ficam divididas em 12 zonas: 
I - ZPR – Zona Predominantemente Residencial; 
II - ZEIS – Zona Especial de Interesse Social; 
III - ZCMe – Zona Centralidade Metropolitana; 
IV - ZCMu – Zona Centralidade Municipal; 
V - ZCLMe – Zona Centralidade Linear Metropolitana; 
VI - ZCLMu – Zona Centralidade Linear Municipal; 
VII - ZUSI – Zona de Uso Sustentável nas Ilhas;
VIII - ZIT – Zona de Interesse Turístico; 
IX - ZDE – Zona de Desenvolvimento Econômico; 
X - ZEM – Zona de Exploração Mineral; 
XI - ZUE – Zona de Uso Especial; 
XII - ZPAM – Zona de Proteção Ambiental. 
A zona de maior importância para a elaboração do presente documentos, é Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), na qual encontra-se o terreno que será utilizado, desse modo, foi dada atenção especial nos recortes que a referenciam. Isto posto, conforme no art. 163 desta lei, as ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social), são subdivididas em 1, 2, 3,4 e 5, que vão desde favelas a assentamentos. 
Detalhe Mapa Zonas Especiais de Interesse Social
Fonte: Plano diretor de desenvolvimento Urbano - PDDU 2016
É conveniente ressaltar também, que os padrões estabelecidos para a construção civil, pelo PDDU, LOUOS e Código de Obras, quando se trata de ZEIS, se modifica em algumas aplicações, dado as circunstâncias locais, tanto econômica quanto em outras questões, assim, sendo viável a flexibilização, a fim de que os parâmetros venham a incentivar e não a reprimir, dado a necessidade da área, por conta de seus distintos déficits. 
Em consonância com o Art. 169, que afirma: “Nas ZEIS 1, 2, 3 e 4 o licenciamento de edificação nova ou de reforma com mudança de categoria de uso deverá atender à destinação de percentuais mínimos de área construída total para Habitação de Interesse Social (HIS) e Habitação de Mercado Popular (HMP).” ou seja, atendendo-se aos percentuais mínimos, a área construída será maior, sendo este um símbolo de crescimento econômico para a região, assim como mencionado. Segue abaixo informações pertinentes para o estudo, §1º e §2º: 
§1º As exigências estabelecidas no caput aplicam-se aos imóveis dotados de área de terreno superior a 1.500 m2 (mil e quinhentos metros quadrados), ficando excetuados os imóveis públicos destinados a equipamentos sociais e infraestrutura urbana. 
§2º A reforma sem mudança de uso que envolver a demolição ou ampliação de 50% (cinquenta por cento) ou mais do total da área construída no lote será considerada edificação nova para fins de aplicação das exigências estabelecidas no caput deste artigo. 
ANEXO I
Conceitos 
Aclive - Inclinação igual ou superior a 22% (vinte e dois por cento) considerada do alinhamento de gradil atéa metade da profundidade do lote ou terreno, medida a partir da metade da testada.
Alinhamento de Recuo - Linha delimitada pelo Município dentro do lote ou terreno, paralela a qualquer das divisas do lote, a partir da qual é permitida a edificação.
Área Construída Computável (ACC) - Somatório das áreas cobertas de todos os pavimentos de uma edificação, inclusive as ocupadas por paredes e pilares, excluídas as situações previstas em lei, que são consideradas para efeito do cálculo do coeficiente de aproveitamento.
Área Construída Não Computável (ACNC) - Somatório das áreas cobertas de uma edificação não consideradas para efeito do cálculo do coeficiente de aproveitamento, nos termos dispostos na legislação pertinente.
Área Construída Total (ACT) - Somatório das áreas cobertas de todos os pavimentos de uma edificação, inclusive as ocupadas por paredes e pilares.
Área de Borda Marítima (ABM) - Faixa de terra de contato com o mar compreendida entre as águas e os limites por trás da primeira linha de colinas ou maciços topográficos que se postam no continente, em que é definida a silhueta da Cidade.
Área de Encosta - Área de terreno em cujo perímetro se observam declividades iguais ou superiores a 45 % (quarenta e cinco por cento).
Área de Proteção dos Recursos Naturais (APRN) - São áreas destinadas à conservação de elementos naturais significativos para o equilíbrio e o conforto ambiental urbano. 
Área de Recuo - Área de terreno não edificável, compreendida entre as divisas do terreno e os alinhamentos dos recuos.
Área Ocupada - Projeção horizontal da área construída de todas as partes cobertas das edificações existentes em um lote.
Área Permeável - Área do terreno livre de pavimentação ou da projeção da edificação, inclusive do avanço do subsolo em relação a ela.
Área Útil - Somatório das áreas de pisos de uma edificação, excluídas as áreas correspondentes às paredes e pilares.
Área Verde - Área livre de caráter permanente, com vegetação natural ou resultante de plantio, destinada a recreação e lazer e/ou proteção ambiental.
Coeficiente de Aproveitamento (CA) - É a relação entre a área total construída (ACt), excluída a área não computável (ACnc), e a área total do terreno (At), definida matematicamente por: CA = (ACt – ACnc) / At, podendo ser: a) básico (CAB) – fator que define o potencial construtivo de um lote ou gleba, adotado como referência básica para cada zona de uso e utilizado gratuitamente; b) máximo (CAM) – fator que define o limite máximo acima do potencial construtivo estabelecido pelo CAB, e que poderá ser autorizado pelo Poder Público, mediante contrapartida do beneficiário, utilizando-se dos instrumentos de política urbana definidos no Plano Diretor; c) mínimo (CAMín) – Fator que define o limite abaixo do qual o imóvel poderá ser considerado subutilizado.
Índice de Ocupação (lO) - É a relação entre a área de projeção horizontal da edificação ou edificações (Aph) e a Área Total do Terreno (At), matematicamente definida por: IO = Aph / At. 
Índice de Permeabilidade (IP) - É a relação entre a área na qual não é permitido edificar ou revestir o solo com material que impeça ou dificulte a absorção das águas de chuvas (Ap) e a área total do terreno (At), matematicamente definida por: Ip = Ap / At.
Recuo da Edificação - Distância medida em projeção horizontal entre as partes mais avançadas da edificação e as divisas do terreno. 
Testada ou Frente do Terreno ou do Lote - Divisa do lote ou terreno lindeira ao logradouro que lhe dá acesso.

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