Buscar

Reflexões - Texto A Menina do Vestido Azul

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Trata-se de uma história de um professor que resolveu tomar uma atitude simples, qual seja, comprar um vestido azul para uma menina que frequentava uma escola de um bairro pobre de uma cidade distante trajando roupas velhas, atitude essa que desencadeou todo um processo de mudanças, iniciando com a própria aluna, passando pelos pais, pelos vizinhos do bairro, pela administração da cidade, culminando com a formação de várias comissões pelo país afora para estudar os melhoramentos necessários, que ajudaram os bairros pobres a se reconstruírem.
Nessa história há muitas verdades implícitas que guardam relações com a educação. A mensagem induz-nos a fazer diversos questionamentos sobre práticas e processos educativos vigentes, bem como a apontar alguns caminhos que possam nortear a educação na perspectiva de atingir suas finalidades precípuas.
 De modo exemplificativo, suscitamos as seguintes questões para reflexões a partir da leitura do texto em análise:
● Você como futuro educador se comportaria como aquele professor ou não se importaria com o estado da menina que ia para a escola suja?
● A escola deve ter apenas preocupação com conteúdo ou deve ir além, preocupando-se também com os alunos enquanto indivíduos inseridos na sociedade?
● A atitude do professor daquela escolinha propiciou a reconstrução do bairro pobre onde a menina morava, o que se alastrou para outros bairros igualmente pobres do país afora. Será se nossas atitudes enquanto educadores estão incentivando a reconstrução da sociedade? 
● Os conteúdos escolares devem se limitar aos estudos teóricos das disciplinas ou devem oferecer ensinamentos para a vida pessoal e para a vida em sociedade?
● A partir da atitude do professor, os pais da menina fizeram profundas mudanças na vida de toda a família. Hoje, como as escolas podem incentivar os pais a cuidarem da higiene física e mental dos filhos e de si próprios? 
● É difícil reconstruir uma sociedade em crise, mas é possível engatilhar pequenos conhecimentos que podem ser transformadores, como o vestido azul.
● A profissão de professor é tão importante ao ponto de um ato pedagógico criar um efeito dominó, como aconteceu com o vestido azul?
● O conhecimento tem o poder de transformar o ser humano quando transmitido com responsabilidade e respeito como o vestido azul fez?
● O vestido azul poderia representar como um conhecimento tem poder? Um pequeno conhecimento unido a vários conhecimentos pode também transformar a sociedade?
● Uma “mala pedagógica” de um professor competente sempre tem “vestidos azuis” que se materializam em saberes tão fortes que são capazes de unir a família e a escola para o mesmo objetivo que é edificar no aluno conhecimento que o transformará em um cidadão de bem.
A maior verdade que esse texto encerra, refere-se ao poder transformador que a educação é capaz de propiciar. Pode parecer, a princípio, que o gesto do professor não seja propriamente um ato pedagógico, até porque não se espera que os professores do nosso país, que recebem salários não condizentes com a magnitude da profissão, saiam por aí comprando vestuários e outros objetos pessoais para os seus alunos. Todavia, aquela atitude revela o tipo de profissional que precisamos em nossas escolas, ou seja, um professor que está na sala de aula não apenas para fazer mecanicamente o trabalho de retransmitir conhecimentos, de maneira que faça jus ao salário no final do mês, mas que vá além, preocupando-se com a formação do cidadão.
Não é nenhuma novidade afirmar que o conteudismo puro e simples é uma prática majoritária nas escolas. Todavia, essa é uma realidade que precisa mudar, porquanto a educação, para atingir os seus verdadeiros propósitos, não deve se limitar à retransmissão dos conhecimentos já produzidos. Temos que ultrapassar a barreira dos conteúdos das disciplinas, se quisermos formar pessoas, e não robôs, capazes de contribuir para a evolução da sociedade. Para tanto, precisamos de escolas e professores que tenham atitudes semelhantes à daquele professor que presenteou sua aluna com um simples vestido azul.
Essa história demonstra, de uma maneira simples, o quanto uma ação correta partindo da escola pode encontrar ressonância na sociedade, ao ponto de produzir mudanças significativas. Se as práticas e processos educativos puderem desencadear transformações sociais, a escola estará justificando a sua razão de existir, porque este é o papel dela: formar cidadãos que sejam indutores de mudanças em qualquer que seja o universo em que eles estejam inseridos, na família, no trabalho, no bairro, na cidade, na sociedade como um todo. 
O vestido azul é uma metáfora, que se carreada para a educação, pode alcançar inúmeros significados. Ele assemelha-se ao saber que o aluno deve obter na escola para a sua vida enquanto indivíduo e enquanto cidadão. É o poder transformador do conhecimento. É a capacidade que tem o professor e a escola de ser a mola mestra para a reconstrução da sociedade que se encontra em crise. É o pensamento crítico que o professor e a escola devem estimular nos alunos, para que eles não sejam meros decoradores de conteúdos, mas que sejam capazes de desenvolver ideias a partir dos conhecimentos obtidos e aplicá-las na sociedade, com o intuito de obtermos um mundo melhor.

Outros materiais