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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE DIREITO CAMPUS Dorival Caymmi RESENHA CRÍTICA Aluno: Diego Brandão Teixeira Trabalho da disciplina: Direito Administrativo II Professor: Abel Martins Filho DESAPROPRIAÇÃO E SEUS DESDOBRAMENTOS A Constituição Federal de 1988 no Inciso XXIII do Artigo 5º, estabelece que a propriedade atenderá a sua função social, sendo uma condição ao direito de propriedade, seja ela urbana ou rural deverá servir aos interesses do proprietário e atender às necessidades e interesses da sociedade. No caso dos imóveis urbanos, os interesses da sociedade são estabelecidos na ordenação da cidade, definida pelo Plano Diretor. Assim, a propriedade urbana cumpre sua função social quando seu uso é compatível com a infraestrutura, equipamentos e serviços públicos disponíveis, e colabora para a segurança, bem estar e desenvolvimento dos usuários, vizinhos e da população como um todo. A função social da propriedade rural é definida no texto constitucional como sendo: o aproveitamento racional, a utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente, a observância das disposições que regulam as relações de trabalho e, por fim, a exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. Caso algum dos requisitos da função social da propriedade seja descumprido pelo proprietário, haverá autorização constitucional para a desapropriação. A intervenção da propriedade é uma clara demonstração de supremacia do interesse público sobre o interesse privado. Em virtude dessa supremacia o Estado tem o poder de limitar o direito de propriedade do particular, desde que seja baseado em razões de interesse público. Isso está previstos no artigo 5º, inciso XXIV da Constituição Federal, que fala: a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro. Existem algumas maneiras para que essa intervenção ocorra, por exemplo a intervenção Restritiva, que limita e condiciona a propriedade, mas não retira o bem do particular, e há também a forma de intervenção Supressiva, que é aquela na qual o Estado suprime o direito de propriedade do particular, essa forma de intervenção é uma das espécies da desapropriação, que é forma originária de aquisição de propriedade, isso significa que o bem desapropriado é recebido pelo estado livre e desembaraçado. Exatamente por conta disso, foi identificado que o Estado começou a se utilizar da intervenção na propriedade privada de forma autoritária, e devido ao confisco estatal das propriedades, nasce então o instituto da desapropriação. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm O Decreto-Lei n° 3.365/41, assim como a teoria geral da desapropriação define quais são as formas de desapropriação. 1) Utilidade Pública ou Interesse Social – Essa forma de desapropriação esta ligada a preponderância do interesse público ao direito de propriedade, como já citado acima, que se aplica por exemplo no caso da construção de uma rodovia, aeroporto ou de um bem público que deve beneficiar a população no geral. Sendo sua indenização paga de forma prévia e em dinheiro, após análise de um perito. 2) Urbana – Esse tipo de desapropriação ocorre quando a propriedade descumpre a função social urbana, com isso a Administração Pública, nesse caso deverá ser o Município, comunica o proprietário sobre o descumprimento social do imóvel e determina que seja feito algo nesse imóvel, caso contrário ele será desapropriado. A indenização neste caso é paga por títulos da dívida pública, que podem ser resgatáveis em até 10 anos. 3) Rural – A desapropriação rural, da mesma forma que a urbana ocorre pela má utilização da propriedade, porém tem finalidade de alcançar a reforma agrária, nesse caso a competência é da União, sendo sua indenização paga por títulos da dívida agrária, com vencimentos resgatáveis em até 20 anos. 4) Confisco – Nesse caso a desapropriação ocorre por decorrência de crimes, como por exemplo, cultivo de psicotrópicos e exploração de trabalho escravo. Não há de se falar em indenização por esse tipo de desapropriação, onde o proprietário simplesmente perde a propriedade e ainda responde na esfera criminal e cível pelos delitos e aos danos causados. Independente da espécie de desapropriação mencionadas acima, o que se pode discutir é se há algum vício do processo judicial ou a impugnação do preço avaliado do bem. Na prática todos os meios de defesa do expropriado são excluídos, o amparo legal para tal procedimento está previsto no art. 20 do Decreto Lei 3365/41. Sendo assim podemos concluir que a defesa de um ato de desapropriação, é claramente limitada, restando então ao expropriado uma boa análise de todos os fatores circunstanciais, desde o prazo da notificação aos valores oferecidos pela desapropriação, pois serão os únicos meios legais para que seja assegurado uma desapropriação justa na forma da lei. Referência: Alexandre Damasio Coelho, Análise acerca dos limites processuais para a oposição de defesa no processo de desapropriação por utilidade pública, Artigo publicado em 2015, disponível em https://www.direitonet.com.br/ Juliana Giovanetti Pereira da Silva Advogada Mestre em Direitos e Garantias Fundamentais pela Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP. Bolsista CAPES. Graduada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas Decreto Lei 3365/41 Constituição Federal de 88 https://www.direitonet.com.br/artigos/perfil/exibir/223403/Alexandre-Damasio-Coelho https://www.direitonet.com.br/
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