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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS 
Faculdade Mineira de Direito 
 
 
 
 
Gabriela Parreiras Aleixo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2020 
Gabriela Parreiras Aleixo 
1. Quais os fundamentos da intervenção do Estado na Propriedade? 
São fundamentos da intervenção do Estado na propriedade particular: a 
função social da propriedade e a prevalência do interesse público, a 
supremacia do interesse público sobre o privado. Na intervenção na 
propriedade privada, a atuação do Estado é efetivada de forma vertical, 
agindo o Poder Público em uma situação de superioridade, mediante a 
imposição de regras que de alguma forma restringem o uso da 
propriedade pelo particular. 
2. O que é intervenção restritiva? 
A intervenção restritiva, que é aquela em que o “Estado impõe restrições e 
condicionamentos ao uso da propriedade, sem, no entanto, retirá-la de seu 
dono”, e a intervenção supressiva, em que “o Estado transfere 
coercitivamente para si a propriedade de terceiro, em virtude de algum 
interesse público previsto em lei. O efeito, pois, dessa forma interventiva é a 
própria supressão da propriedade das mãos de seu antigo titular. 
3. O que é intervenção supressiva? Mencione os tipos? 
a Intervenção supressiva, ao contrário da restritiva, é aquela na qual o 
Estado, valendo-se de sua supremacia sobre os particulares, transfere 
coercitivamente a propriedade de um bem de terceiro para si. São 
modelos de intervenção supressiva, o tombamento , a desapropriação. 
4. O que é? qual o fundamento? e quais os tipos de desapropriação 
existentes? 
Conforme Di Pietro “desapropriação é um procedimento administrativo pelo 
qual o poder público e seus delegados, mediante prévia declaração de 
necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, impõe ao proprietário 
a perda de um bem, substituindo-o em seu patrimônio por justa indenização “. 
De acordo com o Art. 22, II da CR/88, compete privativamente a União legislar 
sobre desapropriação. Assim, somente a ela desempenha tal função, não 
podendo afirmar que o Distrito Federal, por exemplo é competente para tal. 
 
Desapropriação sanção urbana: 
Como dito inicialmente, a propriedade deve cumprir sua função social, logo, o 
proprietário que abandona um imóvel, por exemplo, pode sofrer 
desapropriação. Via de regra, a desapropriação deve ser paga em dinheiro, 
contudo, tal previsão não é absoluta. Vejamos a disposição legal trazida pelo 
Art. 5º: 
“XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por 
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e 
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta 
Constituição;” 
Desapropriação sanção rural: 
Essa modalidade recai sobre imóveis rurais que não cumprem sua função 
social, a finalidade da desapropriação é promover a reforma agrária. Assim 
como a desapropriação urbana, o pagamento também é feito por meio de 
títulos, contudo são títulos da dívida agrária e o prazo para o resgate é de no 
máximo vinte anos. 
Desapropriação sanção por cultivar psicotrópicos: 
O cultivo de plantas psicotrópicas deve obedecer à normas estabelecidas pelo 
Ministério da Saúde e ter por finalidade o desenvolvimento terapêutico ou 
científico. Por exemplo, para o desenvolvimento de pesquisas. O tema além de 
ser exposto na Constituição por meio do Art. 243, também é disciplinado e 
detalhado pela Lei 8.257 de dezembro de 1991. A referida Lei conceitua planta 
psicotrópica da seguinte forma: 
“Art. 2° Para efeito desta lei, plantas psicotrópicas são aquelas que permitem a 
obtenção de substância entorpecente proscrita, plantas estas elencadas no rol 
emitido pelo órgão sanitário competente do Ministério da Saúde.” 
Desapropriação por motivo de utilidade pública 
Esta é a modalidade mais conhecida por todos. É um tipo de desapropriação 
que gera uma certa inquietação, pois, ao contrários das modalidades outrora 
estudadas, não tem caráter punitivo. Consagra o princípio da supremacia do 
interesse público sobre o privado. Visa o bem da coletividade em detrimento de 
um indivíduo ou um grupo. Assim, a desapropriação em questão tem por 
finalidade a utilidade pública, o interesse social ou a necessidade pública. 
A desapropriação por utilidade pública é regulada pelo Decreto-Lei 3365/41: 
“Art. 2º – Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser 
desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e 
Territórios”. 
5. Disserte sobre a desapropriação comum, sua fundamentação 
jurídica e seu procedimento? 
A desapropriação ordinária, clássica ou comum, é aquela espécie geral, 
contemplada no art. 5º, XXIV, da Constituição Federal, que preenche os 
requisitos constitucionais de utilidade pública, necessidade pública, 
interesse social e indenização prévia e justa. Urge aclarar que esta 
modalidade expropriatória pode incidir sobre quaisquer bens, salvaguardou-
se aqueles manifestos em lei, além disso, não se faz presente a figura 
do ius puniendi, eis que não dá ensejo a qualquer meio de punição. Quanto 
à competência, aqueles que a detêm são a União, os Estados-Membros, os 
Municípios, o Distrito Federal e todas aquelas pessoas que a lei permitir. 
6. Disserte sobre a desapropriação especial urbana, sua fundamentação 
jurídica e seu procedimento? 
Tem-se a desapropriação extraordinária ou especial, a qual se subdivide 
em urbanística sancionatória, rural e confiscatória [39]. A expropriação 
urbanística sancionatória tem fulcro no art. 182, §4º, III, da Constituição 
Federal, sendo aplicada como punição aquele proprietário que não 
obedecer à obrigação de motivar o conveniente aproveitamento da sua 
propriedade, segundo o Plano Diretor do Município em que está localizado 
o bem imóvel. O Poder Público não pode deixar que o particular fique em 
estado de inércia, por isso, se faz necessária esta medida, para que o 
desenvolvimento urbano tenha prosseguimento. 
7. Disserte sobre a desapropriação especial rural, sua fundamentação 
jurídica e seu procedimento? 
A desapropriação para fins de reforma agrária é do tipo desapropriação-
sanção, porque busca punir àquele que não cumpre a função social de sua 
propriedade. É de competência exclusiva da União Federal, prevista no 
artigo 184 da Constituição Federal e é disciplinada pela Lei 8.629/1993. 
O artigo 148 da Constituição Federal assim a prevê: 
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins 
de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função 
social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, 
com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até 
vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização 
será definida em lei. 
Esta espécie de desapropriação tem por finalidade atender ao interesse 
coletivo das classes rurais carentes, constituídas pelos agricultores, para que, 
com os proveitos da terra consigam arcar com o próprio sustento e de seus 
familiares 
 
8. Disserte sobre a desapropriação confisco, sua fundamentação jurídica 
e seu procedimento? 
Essa modalidade de desapropriação está regulamentada pela Lei n. 8.257/91, 
que estabelece as regras processuais aplicáveis na transferência do bem 
imóvel ao Poder Público. 
A competência para propor a ação expropriatória é privativa da União 
podendo essa atribuição ser delegada a pessoa jurídica da administração 
indireta (autarquia, fundação pública ou sociedade de economia mista). 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10657347/artigo-184-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104141/lei-8629-93
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10671429/artigo-148-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/127955/lei-8257-91
 
9. Quem possui competência para o ato declaratório de desapropriação? 
Quais exceções? 
O Poder Público está vinculado para fazer o ato declaratório que está 
disposto na lei. 
Desse modo: “Por essa ótica, o ato declaratório será vinculado, não tendo o 
administrador qualquer liberdade quanto ao fundamento da declaração, já que 
os parâmetros de atuação, que representam esse fundamento, são de 
natureza legal 
 
10. O que é e como se dá a fase declaratória da desapropriação e quais os 
seus efeitos? 
A primeira fase, fase declaratória, já produz alguns efeitos: 
a) submete o bem à força expropriatória do Estado; 
b) fixa o estado do bem, isto é, suas condições, melhoramentos, 
benfeitorias existentes; 
c) confere ao Poder Público o direito de penetrar no bem a fim de fazer 
verificações e medições, desde que as autoridades administrativas 
atuem com moderação e sem excesso de poder; 
d) dá início ao prazo de caducidade da declaração. 
Assim, mesmo não tendo o bem ainda sob seu poder, o Poder Público 
tem competência para adentrar imóvel para fazer a verificações 
necessárias. Contudo, o proprietário ainda pode gozar, usar e dispor 
do bem. 
 
11. Qual o período de caducidade do ato declaratório? 
A caducidade da desapropriação por utilidade ou necessidade pública, é a 
perda do prazo do Poder Público promover os atos para efetivá-la. Esta 
caducidade ocorre no prazo de cinco anos. O prazo de caducidade, trata da 
desapropriação por interesse social, este prazo será de dois anos a partir da 
decretação da medida, como demonstra o Artigo 3º da Lei 4132/62: “O 
expropriante tem o prazo de 02 (dois) anos, a partir da decretação da 
desapropriação por interesse social, para efetivar a aludida desapropriação e 
iniciar as providências de aproveitamento do bem expropriado.” (BRASIL, 
1962). 
Esta lei, diferentemente da anterior, não estabelece nenhum prazo de 
carência para a emissão de uma nova declaração. 
 
12. Disserte sobre a fase executória da desapropriação e qual a 
necessidade de ingresso judicial? 
Na fase executória da desapropriação, como o próprio nome já diz, o Poder 
Público executa a desapropriação, ou seja, este adota todas as medidas que 
forem necessárias para que haja a efetivação da desapropriação. 
Esta segunda fase pode ser extrajudicial, que seria através da via 
administrativa, ou judicial. 
Pela via administrativa, haveria um acordo entre as partes no que se refere ao 
preço, sendo reduzido a termo a transferência do bem expropriado, assim, 
não haveria intervenção do Poder Judiciário. 
Destarte, esta fase pode inexistir, em vista que o Poder Público caso 
desconheça o proprietário irá propor um ação de desapropriação, ao qual 
independe de saber quem é o titular do domínio. 
13. Disserte brevemente sobre como se dá a ação de desapropriação? 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11701308/artigo-3-da-lei-n-4132-de-10-de-setembro-de-1962
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109257/lei-4132-62
 A desapropriação se dá pela transferência compulsória da propriedade do 
particular ao Poder Público, mediante o pagamento justo e prévio de 
indenização em dinheiro. Tal ato decorre da supremacia do interesse público 
e é, portanto, a maior forma de expressão de poder do Público sobre o 
particular. 
Neste sentido Di Pietro: 
“A desapropriação é o procedimento administrativo pelo qual o Poder 
Público ou seus delegados mediante prévia declaração de necessidade 
pública, utilidade pública ou interesse social, impõe ao proprietário a 
perda de um bem, substituindo-o por justa indenização.” 
 
14. Quais as parcelas acessórias incidentes na indenização pela 
desapropriação? Disserte brevemente sobre cada uma delas? 
São parcelas acessórias: 
a)Correção Monetária: É a atualização da moeda, incidente sobre o 
valor não levantado pelo particular, desde o momento da avaliação do 
perito judicial. Deve ser guiada por índices oficiais que retratem a 
inflação do período. 
b) Juros Compensatórios: Compensa a perda da posse antes de 
receber a indenização justa, devendo incidir sobre 20% + diferença no 
valor da indenização, no patamar de 12% ao ano, conforme súmula 618 
do STF[5]. Deve ser pago mesmo quando a desapropriação recair sobre 
propriedades improdutivas. 
c) Juros Moratórios: Devidos em razão da demora no efetivo 
pagamento pelo Estado. Incidem a partir de 1º de Janeiro do ano 
seguinte a que o precatório deveria ter sido pago, no percentual de 6% 
ao ano, conforme súmula vinculante 17. 
d) Honorários Advocatícios: Incidem sobre o valor fixado na 
sentença excluído o depositado pelo ente estatal (é a diferença entre a 
https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/46440/desapropriacao-e-indenizacao-do-fundo-de-comercio#_ftn5
oferta e a indenização), no percentual entre 0,5% e 5% do valor da 
sucumbência 
15. Disserte brevemente sobre a ação de desapropriação rural? 
A desapropriação movida pelo poder público para expropriação de imóveis 
rurais que tenham áreas de cobertura vegetal, o valor da justa indenização 
expropriatória sobre a área ambientalmente protegida ainda é objeto de 
questionamentos pelo poder público. 
O pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro ao proprietário ou 
possuidor do imóvel expropriado é condição para a efetiva desapropriação do 
imóvel, conforme estabelece o art. 32 do Decreto-Lei nº 3.365/41 (ou Lei de 
Desapropriação). A despeito disso, surgem dúvidas em desapropriações de 
imóveis rurais sobre a inclusão de algumas áreas de cobertura vegetal no 
cálculo da indenização expropriatória. 
Com relação às desapropriações para fins de reforma agrária, a Lei 
nº 8.269/93, em seu art. 12, estabelece taxativamente, ao tratar da indenização 
expropriatória para fins de reforma agrária, que se considera “justa a 
indenização que reflita o preço atual de mercado do imóvel em sua totalidade, 
aí incluídas as terras e acessões naturais, matas e florestas” e, no seu §2º, 
prevê que “integram o preço da terra as florestas naturais, matas nativas e 
qualquer outro tipo de vegetação natural [...]”. Logo, seria possível presumir 
que a vegetação, as florestas e matas são suscetíveis de avaliação econômica 
de mercado para fins de cálculo da indenização devida na desapropriação de 
imóveis rurais para reforma agrária. 
 
16. Quando e como se dará a imissão na posse por parte do expropriante? 
A imissão provisória na posse, como prevista na norma do art. 15, caput, §§ 2º 
e 3º, do DL 3.365/1941, é a transferência da posse do bem em favor do 
expropriante, já no início da lide, condicionada à alegação de urgência (que 
não poderá ser renovada), objeto de requerimento que terá de ser feito no 
prazo de 120 dias a contar dela, transferência esta que o juiz concederá 
mediante depósito de importância a ser fixada segundo critério previsto em lei. 
O mandado de imissão provisória será objeto de registro, conforme dispõe a 
norma do art. 15, § 4º, do DL 3.365/1941, ato notarial também previsto na regra 
do art. 167, I, 36, da LF 6.015/1973. 
17. O que é desapropriação privada? 
Desapropriação privada: existe indefinição quanto à natureza do instituto, 
pois “não se identifica com a desapropriação clássica, instituto de direito 
público, como também não pode ser confundido com a usucapião, pois este é 
gratuito, também denomina a hipótese de “desapropriação privada”.O 
instituto não é uma usucapião por se materializar num perdimento do bem e ser 
oneroso, tal como nas desapropriações. O que a aproximaria com a usucapião 
seria a exigência do lapso temporal de cinco anos e a delimitação de área. 
Todavia, como dito, por estar listado nos parágrafos que indicam restrições à 
propriedade, o instituto é uma forma de desapropriação. A denominação que 
parece ser a mais adequada para o instituto seria desapropriação judicial, pois 
é, 1) é desapropriação por implicar na perdada coisa; 2) o juiz é que fixará a 
justa indenização devida ao proprietário (§ 5º). 
18. O que é desapropriação indireta? 
Desapropriação indireta é o fato administrativo pelo qual o Estado se apropria 
do bem particular, sem observância dos requisitos da declaração e da 
indenização prévia. Costuma ser equiparada ao esbulho podendo ser obstada 
por meio de ação possessória. 
Constitui fundamento da desapropriação indireta o art. 35 de Decreto Lei nº 
3.365/41, que dispõe: “Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda 
Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em 
nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, 
resolver-se-á em perdas e danos”. 
19. O que é direito de extensão? 
O direito de extensão é o que assiste ao proprietário de exigir que na 
desapropriação se inclua a parte restante do bem expropriado, que se tornou 
inútil ou de difícil utilização. Tal direito está expressamente reconhecido no 
art. 12 do Dec. Federal 4.956/03". 
Note-se que a oportunidade para o expropriado exercer o direito de extensão 
será durante o procedimento administrativo ou judicial, sob pena da sua 
inércia ser entendida como renúncia, pois é inadmissível requerer a extensão 
após o término da desapropriação. 
20. Disserte sobre tredestinação e retrocessão? 
Retrocessão deriva do latim retrocessus , de retrocesso, que significa 
retrocedimento, recuo, regredimento, e está no sentido de voltar para trás, 
retroagir, retroceder. 
Também denominada reversão ou reaquisição é a devolução do domínio 
expropriado, para que se integre ou regresse ao patrimônio daquele de quem 
foi tirado, pelo mesmo preço da desapropriação. 
Assim, retrocessão é o direito que tem o expropriado de exigir de volta o seu 
imóvel caso o mesmo não tenha o destino para que se desapropriou. 
A tredestinação ocorre quando há a destinação de um bem expropriado a 
finalidade diversa da que se planejou inicialmente. Divide-se em lícita e ilícita. 
A lícita ocorre quando a Administração dá destinação outra que não a 
planejada quando da expropriação, porém, mantém o atendimento ao 
interesse público. Assim, o motivo continua sendo o interesse público, mas, 
como ensina Carvalho Filho, o "aspecto específico" dentro desse interesse 
público é diferente. Logo, não se vislumbra ilicitude porque o fim especial foi 
diferente, porém, o motivo que deu ensejo à expropriação (interesse público) 
permanece. 
21. O que é limitação administrativa? Disserte sobre a possibilidade de 
indenização? 
Limitação administrativa é uma determinação geral, pela qual o Poder Público 
impõe a proprietários indeterminados obrigações de fazer ou de não fazer, 
com o fim de garantir que a propriedade atenda a sua função social. 
Limitação administrativa é toda imposição geral, gratuita, unilateral e de 
ordem pública condicionadora do exercício de direitos ou de atividades 
particulares às exigências do bem-estar social”. 
As limitações administrativas devem ser gerais, dirigidas a propriedades 
indistintas e gratuitamente. Para situações individualizadas de conflito com o 
interesse público, deve ser empregada a servidão administrativa ou a 
desapropriação, por meio de justa indenização. 
Nesse sentido Carvalho Filho (2014, p. 813): “Sendo imposições de caráter 
geral, as limitações administrativas não rendem ensejo à indenização em 
favor dos proprietários. [...] Não há sacrifícios individualizados, mas sacrifícios 
gerais a que se devem obrigar os membros da coletividade em favor desta”. 
As limitações podem atingir tanto a propriedade imóvel como o seu uso e 
outros bens e atividades particulares. O seu objeto é bem variado, exemplos: 
permissão de vistorias em elevadores de edifícios, fixação de gabaritos, 
ingresso de agentes para fins de vigilância sanitária, obrigação de dirigir com 
cinto de segurança. 
Características: 
a) são atos administrativos ou legislativos de caráter geral (todas as demais 
formas de intervenção possuem indivíduos determinados, são atos 
singulares); 
b) têm caráter de definitividade (igual ao das servidões, mas diverso da 
natureza da ocupação temporária e da requisição); 
c) o motivo das limitações administrativas é vinculado a interesses públicos 
abstratos (nas outras maneiras de intervenção, o motivo é sempre a execução 
de serviços públicos específicos ou obras); 
d) ausência de indenização (nas demais formas, pode ocorrer indenização 
quando há prejuízo para o proprietário). 
 
22. O que é servidão administrativa? Disserte sobre a possibilidade de 
indenização? 
Servidão administrativa consiste em direito real sobre coisa alheia. Tendo em 
vista que este direito é exercido pelo poder público, pode ser mais 
especificamente definido como o direito real de gozo do Poder Público (União, 
Estados, Municípios, Distrito Ferderal, Territórios, Pessoas Jurídicas Públicas 
ou Privadas autorizadas por lei ou contrato) sobre propriedade alheia de 
acordo com o interesse da coletividade. 
Maria Sylvia Zanella di Pietro[ 1 ] conceitua servidão administrativa como 
sendo "o direito real de gozo, de natureza pública, instituído sobre imóvel de 
propriedade alheia, com base em lei, por entidade pública ou por seus 
delegados, em face de um serviço público ou de um bem afetado a fim de 
utilidade pública". 
Considerando que o direito de propriedade consiste no direito absoluto, 
exclusivo e perpétuo de usar, gozar, dispor e reivindicar o bem com quem 
quer que ele esteja, a servidão administrativa atinge o caráter exclusivo da 
propriedade, pois o Poder Público passa a usá-la juntamente com o particular 
com a finalidade de atender a um interesse público certo e determinado, ou 
seja, o de usufruir a vantagem prestada pela propriedade serviente. 
Ressalte-se que a servidão, por se tratar de direito real, deve constar na 
escritura do imóvel para dar publicidade. 
Por fim, vale esclarecer que servidão não se confunde com a passagem 
forçada prevista no art. 1.285 do Código Civil, pois esta decorre da lei e é um 
direito que assiste ao dono de imóvel encravado de reclamar do vizinho que 
lhe deixe passagem mediante indenização. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10649494/artigo-1285-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
23. O que é tombamento? Qual o procedimento? Disserte sobre a 
possibilidade de indenização? 
Tombamento é um ato administrativo realizado pelo poder público com o 
objetivo de preservar, através da aplicação de legislação específica, bens de 
valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para 
a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados. 
O tombamento pode ter por objeto bens móveis e imóveis que tenham 
interesse cultural ou ambiental para a preservação da memória e outros 
referenciais coletivos em diversas escalas, desde uma que se refira a um 
Município, como uma em âmbito mundial. Estes bens podem ser: fotografias, 
livros, acervos, mobiliários, utensílios, obras de arte, edifícios, ruas, praças, 
bairros, cidades, regiões, florestas, cascatas. 
É indicado que durante o processo, o tombamento seja realizado em conjuntos 
significativos, como por exemplo, um ecossistema para a preservação de uma 
ou mais espécies, podendo inclusive, reforçar a proteção em torno de áreas 
protegidas por legislação ambiental nos âmbitos estadual e federal. 
 
24. Quem deverá ser responsável pela conservação e manutenção 
do bem tombado? Há exceção? 
União e dono de imóvel tombado podem responder por conservação do bem. 
A Lei do Tombamento (Decreto-Lei 25, de 1937) poderá estabelecer a 
responsabilidade solidária da União e do proprietário (pessoa 
natural ou empresa) de imóvel tombado para conservação desse patrimônio 
e suas exceções. 
25. O que é requisição administrativa? 
Requisição administrativa é um ato administrativounilateral e auto-executório 
que consiste na utilização de bens ou de serviços particulares pela 
Administração, para atender necessidades coletivas em tempo de guerra ou 
em caso de perigo público iminente, mediante pagamento de indenização a 
posteriori. Não possui a natureza de direito real, posto que dela resulta direito 
pessoal vinculante do Poder Público e do titular do bem ou do serviço 
requisitado. 
Enquadra-se como requisição administrativa a competência prevista no inciso 
XXV do artigo 5° da Constituição, in verbis: “no caso de iminente perigo 
público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, 
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano” 
26. O que é ocupação temporária? 
Ocupação temporária como forma de intervenção pela qual o Poder 
Público usa transitoriamente imóveis privados, como meio de apoio à 
execução de obras e serviços públicos. 
Duas são as formas de ocupação temporária: a ocupação temporária 
para obras públicas vinculadas ao processo de desapropriação e a 
ocupação temporária para as demais obras e para os serviços públicos 
em geral. No primeiro caso, o Estado tem o dever de indenizar o 
proprietário pelo uso do bem imóvel. No segundo caso, em regra, não 
haverá indenização, mas esta será devida se o uso a acarretar 
comprovado prejuízo ao proprietário. 
No que tange a instituição, se for o caso de ocupação vinculada à 
desapropriação, a instituição deve ser feita por decreto específico do 
chefe do executivo. No caso da ocupação desvinculada da 
desapropriação, a atividade é autoexecutória e dispensa ato formal, como 
é o caso de uso de terrenos baldios para alocação de máquinas e 
equipamentos. 
Por fim, cabe ressaltar as principais características desse instituto, a 
saber: cuida-se de direito de caráter não real;

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