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Obstetrícia Doença hipertensiva específica da gravidez Definição e epidemiologia Alta prevalência. 90% se manifestam no fim da gestação e os 10% que se manifesta de forma precoce tendem a ser mais graves. Classificação - Pré-eclâmpsia - Hipertensão arterial gestacional - Pré-eclâmpsia superajuntada: que seria uma paciente que é hipertensa crônica com pré- eclâmpsia. - Eclâmpsia: é a grande preocupação. - Síndrome HELLP. * Hipertensão crônica não é uma é doença especifica da gravidez. Nem sempre é fácil diferenciar, porque, por exemplo, pode nunca ter consultado com um médico e não sabe que é hipertensa e faz o primeiro controle pré-natal as 35 semanas. Fisiopatologia Pré-eclâmpsia é uma doença endotelial que vai surgir de um fenômeno de má placentação. Em pacientes normais o diâmetro da artéria espiralada se encontra bem avantajado e o fluxo aumenta 16 vezes mais para receber a gestação. Quando há fatores imunológicos, estresse oxidativos e genéticos que não permite uma boa placentação esse diâmetro da artéria espiralada não aumenta o suficiente para aumentar o fluxo o suficiente para ter uma gestação comum. Porém, a placenta faz de tudo para levar nutrientes e oxigênio para o bebê, produzindo fatores que vão cair na corrente sanguínea materna. Estes fatores vão gerar espasmo arteriolar e CIVD. É importante entender a fisiopatologia para lembrar os fatores de risco. Fatores de risco Nos fatores de risco em verde são os mais relacionados com a teoria imunológica. A primiparidade e a troca de parceiro é como se fosse por uma “sensibilização” ao sêmen. Nos fatores de risco em azul são os mais relacionados com a teoria genética. Nos fatores em vermelho são os relacionados com a teoria oxidativa. São as doenças sistémicas. Se a paciente tem um endotélio doente tem mais propensão a ser doente na gestação. Quadro clínico - Hipertensão arterial. - Alterações renais: proteinuria (mais comum) ou insuficiência renal aguda. - Alterações hepáticas: transaminases, bilirrubina e alteração de coagulação. - Alterações hematológicas, sendo a principal a plaquetopenia (<100mil pelo fator de diluição). - Alterações neurológicas, como convulsões. - Alterações placentárias: infartos placentários, RCIU. Diagnóstico A pressão eleva é medida duas vezes intervaladas 4 horas entre si, porém não mais de 7 dias. Sempre lembrar como aferir a pressão (30 minutos de descanso, sentada, não pode ter fumado nem ingerido café antes etc). Edema já foi critério diagnóstico, mas não é mais, entretanto ajuda. O edema fisiológico da gravidez é discreto e vai até o tornozelo. Tem que suspeitar quando a paciente começa a ganhar peso muito rápido e se associa a esse quadro clínico clássico. Os critérios de gravidade é lesão de órgão alvo, podendo acometer qualquer órgão. Disfunção renal e lembrar que a proteinuria não é critério de gravidade. Critério de gravidade renal é a creatinina. Os sinais de eminência de eclâmpsia são, por exemplo, exacerbação dos reflexos, distúrbios visuais, cefaleia intensa etc. Síndrome HELLP Hemólise se controla com LDH, bilirrubina total ou com a presença de esquizócitos em sangue periférica. É dificil quando a paciente não sabe que é hipertensa e não é acompanhada previamente. Quando a paciente sabe da hipertensão e acompanha, dá para saber como está o fundo de olho, a proteinuria, a creatinina, se tem ou não algum grau de disfunção orgânica e se torna fácil diagnosticar a pré-eclâmpsia superajuntada. Porém, quando a paciente não sabe se já tinha hipertensão, é muito dificil saber se já tinha proteinuria ou disfunção orgânica antes da gestação. Tem que prestar atenção nos outros critérios, como alterações hepáticas, edema, crescimento fetal, quantidade do liquido amniótico. Avaliar esses parâmetros: - O ácido úrico não se eleva na disfunção orgânica das pacientes com hipertensão arterial crônica, mas costuma se eleva nas pacientes com pré-eclâmpsia. - No doppler pode se avaliar a disfunção placentária que é mais comum nas pacientes com pré- eclâmpsia. - A piora do edema ou inicio do edema. Se a paciente tinha exames prévios e está piorando ou a piora dá pressão arterial é sugestivo de superajuntada. *Obs.: enalapril e lozartana são contraindicados na gestação. Se troca por metildopa, nifedipina Se tiver proteinúria é pré-eclâmpsia e se tem lesão de órgão alvo é pré-eclâmpsia grave. Já na eclâmpsia a paciente vem com um quadro de pré-eclâmpsia e evolui com convulsão tônicoclônicas. Essas convulsões são muito difíceis de distinguir das convulsões tônicoclônicas não relacionadas a eclâmpsia. Durante a convulsão há sofrimento fetal porque há parada de transporte de oxigeno e nutrientes ao feto. É a grande responsável pela alta mortalidade das síndromes hipertensivas especificas da gestação. Tratamento e seguimento Como a doença é gerada pela placenta, só irá curar com a retirada da mesma, ou seja, com o parto. Interromper a gestação com 37 semanas, não mais do que isso. O controle pré-natal tem que ser semanalmente até o parto. O doppler é mensal quando a paciente está totalmente controlada, mas pode ser semanal. O USG a cada 15 dias para avaliar o crescimento fetal. No caso de pré-eclâmpsia e hipertensão gestacional pode tolerar a pressão até 155/105 mmHg, já que necessita de maior pressão para perfundir bem o feto, por isso não se usa anti- hipertensivo. Se a pressão eleva mais que isso é pré-eclâmpsia grave. O anti-hipertensivo se usa com exceção, se for superajuntada onde a paciente já tomava a medicação. Todas pacientes diagnosticadas abaixo de 34 semanas recebem corticoide para maduração fetal. Grave tem que avaliar o quão grave é a mãe e ao feto. Depende da gravidade se pode internar, fazer o corticoide para maturidade pulmonar, administrar o sulfato de magnésio para a prevenção de eclâmpsia. IMPORTANTE! O fato de a paciente ter qualquer disfunção orgânica (não apenar neurológicas) já indica o uso do sulfato de magnésio. O sulfato de magnésio se dá na admissão, no período antes parto, durante o trabalho de parto e 24 horas depois do parto. Sempre que fizer o uso do sulfato de magnésio a paciente tem que estar: *DU: debito urinário. *FR: frequência respiratória. Se ela não está urinando, esta com bradipneia e tem diminuição dos reflexos patelares são sinais de intoxicação por magnésio e tem que serem rastreados a cada 4 horas. Intoxicações graves por magnésio pode levar a paradas cardíacas. Vários esquemas que se podem usar. O esquema de Pritchard se despensa a bomba de infusão e fazem 4 gramas de ataque até em 20 minutos e depois a manutenção é por via intramuscular. O esquema de Zuspan são 4 gramas de ataque e com manutenção com a bomba de infusão. O esquema de Sibai se usa mais em eclâmpsia ou crises convulsivas recorrentes e são 6 gramas de ataque e manutenção com bomba de infusão. *CTG: cardiotoco. O doppler pode diário no caso de pré-eclâmpsia grave. Um dos critérios de gravidade são medidas repetidas maiores que 160/110 mmHg. Nesse caso sim, está indicado o controle com anti-hipertensivos. Metildopa: primeira linha. Dose máxima de 2 gramas diários. Nifedipina: Dose máxima de 60 mg diários (alguns autores dizem 80mg). Pindolol: também se pode usar o metoprolol. Hidralazina pode ser usada em forma oral e venosa. Eclâmpsia dar o sulfato de magnésio e após 3 a 6 horas já está indicado o parto. Que é o tempo de estabilizar a paciente, parar as convulsões e manter a magnesemia. Prevenção e prognóstico - AAS: 100mg/d- Carbonato de cálcio: 1,5 a 2 g/d A obstetra tem que ser capacitado para indicar para as pacientes de alto risco. Prognóstico: Prevenção
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