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II_Teorico (6)

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Políticas Públicas e 
Desenvolvimento 
Sustentável
Ciclo das Políticas Públicas
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Rodrigo de Souza Marin
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Introdução;
• Identificação do Problema;
• Agenda e Alternativas;
• Tomando a Decisão;
• Avaliação;
• Extinção.
Fonte: Getty Im
ages
Objetivos
• Identificar o problema público, passando pela definição da agenda pública, de alternati-
vas e políticas públicas;
• Saber como as decisões são tomadas e as políticas públicas avaliadas, e, por fim, a even-
tual extinção de determinada política pública.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
Ciclo das Políticas Públicas
UNIDADE 
Ciclo das Políticas Públicas
Contextualização
Um problema público é tudo o que interfere na vida das pessoas ou de uma co-
munidade cuja opinião é socialmente expressiva, e que tenha a intenção e o objetivo de 
colocar em discussão determinado assunto ou problema, no âmbito do espaço público, 
para que sejam tomadas as devidas providências.
As políticas públicas e suas avaliações ganham espaço à medida que entendemos que 
as diferentes percepções de um problema público sofrem, forçosamente, transformações 
e mutações ao longo do tempo, e o que era entendido como um problema grave outrora, 
hoje pode já não ser visto da mesma maneira.
Entenderemos de que modo os analistas de políticas públicas têm o constante desafio 
de entender a natureza de um problema público e de distingui-lo de um problema 
privado, e ainda de criar alternativas para solucioná-lo.
Para que um problema público seja devidamente tratado e avaliado, é necessário 
colocá-lo em concorrência e confrontá-lo com outros na agenda pública, de modo que as 
devidas decisões e providências sejam tomadas por parte dos atores sociais envolvidos. 
e isso, sem contar que (como dissemos) as percepções tendem a mudar, de modo que 
um mesmo problema público pode perder a sua relevância com o passar do tempo caso 
não seja solucionado.
Nesta Unidade, então, veremos que algumas políticas públicas podem ser extintas, e 
existem boas razões para que esta possibilidade seja contemplada aqui.
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7
Introdução
Como dito, em outra Unidade, problema público é tudo aquilo que gera um impacto 
negativo na sociedade como um todo, ou em um grupo social determinado e dotado de 
certa representatividade. A razão de ser das políticas públicas é fazer frente aos diversos 
problemas públicos, após o longo trabalho do analista de políticas públicas.
É claro que não dá, simplesmente, para trazer uma solução – uma política pública 
– para um determinado problema na pretensão de resolvê-lo definitivamente, de uma 
vez por todas, para que nunca torne a acontecer. Não é simples, nem fácil assim: toda 
solução eficaz requer um longo processo de avaliação, análise e muito comprometimento 
por parte do analista. Para isso, temos um ciclo de políticas públicas, que deve ser 
seguido sempre que surgir um problema público, de acordo com o fluxo a seguir:
Identi�cação do problema
De�nição das necessidades
Avaliação
Acompanhamento do problema
Implementação
Adoção da solução
Tomada de decisão
Escolha da solução
Formulação de alternativas
Análise das possíveis soluções
Figura 1 – Formulação de políticas
Primeiramente, o analista de políticas públicas identifica o problema. Esta etapa 
inicial de identificação requer bastante atenção e dinamismo, e sobretudo retidão ética. 
O Analista deve fazer-se algumas perguntas que vão de encontro ao problema público. 
Por exemplo: 
• É um problema que deve ser resolvido?
• É um problema público ou privado?
• Sendo um problema público, tem condição de ser resolvido?
Uma vez respondidas estas perguntas, o analista, junto com a equipe responsável, 
formulará diversas alternativas para solucionar o problema público. Essas alternativas 
são, então, levadas a fórum – uma agenda para um encontro público – onde serão apre-
sentadas alternativas, ideias, argumentações, técnicas e conceitos. Nesta fase, decisões 
são tomadas – por vezes, contrárias e divergentes em relação à opinião e às sugestões 
do analista.
7
UNIDADE 
Ciclo das Políticas Públicas
Uma vez tomadas as decisões, é necessário em seguida iniciar a implementação da 
solução para o determinado problema público, e depois, é claro, acompanhar e monito-
rar a execução da solução para garantir a eficácia dos seus resultados.
Veremos, mais adiante, que algumas das políticas públicas acabam sendo extintas, 
ou então transformadas, reformuladas e realocadas, uma vez que se tornaram obsoletas. 
Isto acontece porque, muitas vezes, a percepção da sociedade em relação a um proble-
ma tende a mudar ao longo do tempo. Há alguns anos, por exemplo, o bullying não era 
mencionado como um problema público, e grande parte das pessoas tendia a encará-lo 
com indiferença e mesmo (uma indevida) naturalidade. Hoje, o bullying é sinônimo de 
uma atitude socialmente reprovável, e criminalizado em si mesmo.
Para enfrentar o problema do bullying, existem agora Políticas Públicas e diversas 
alternativas que inexistiam há algum tempo atrás, certo? Pois bem, nada impede que 
elas também deixem de existir, que sejam extintas no futuro próximo ou distante, seja 
isso (a sua extinção) algo bom ou mau. Em uma situação que antes era criminalizada, e 
que agora já não é, a política pública deixa de ser atuante.
Identificação do Problema 
Como já é sabido, a análise de políticas públicas serve para tratar, processar e compre-
ender um determinado problema público. A análise obedece a toda uma metodologia – 
um procedimento, um processo – que, a princípio, analisa, separa, decompõe em partes, 
para em seguida reagrupar, recompor, refazer o conjunto e compreender a totalidade 
do contexto social em que se insere o problema público. procedendo desta maneira, 
pode-se mitigar, evitar e prevenir a recorrência de um determinado problema público.
Observe, a seguir, que um Problema Público pode surgir em três situações diversas:
• Avistamento de uma oportunidade de melhoria: é quando a situação atual se 
aproxima do estado ideal e desejado, graças a uma melhoria, por exemplo, uma des-
coberta científica ou tecnológica (novos medicamentos, novos modelos de gestão etc.);
• Mudança da percepção das pessoas: é quando não há nenhuma transformação 
objetiva e qualitativa na situação atual, tendo em vista o estado ideal, mas há uma 
transformação subjetiva – valorativa, abstrata, simbólica – na percepção das pesso-
as acerca de um determinado problema público, de modo que este pode deixar de 
ser visto como tal, ou seja, propriamente como um problema público. Novamente, 
o exemplo do bullying: até certo tempo atrás, este termo não era sequer mencio-
nado na sociedade e na mídia; hoje, representa uma prática socialmente tóxica e 
nociva, tendo-se criminalizado;
• Deterioração do status quo: é quando uma comunidade, ambiente social ou es-
paço público sofre um trauma.Por exemplo, a crise resultante de uma estagnação 
econômica, o problema da sonegação de impostos, da corrupção estatal, ou no 
limite, até um desastre natural, como um tornado, um tsunami ou um terremoto.
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Identificar a existência efetiva de um problema público é a primeira das fases do ciclo 
das políticas públicas. A política pública surge para abordar, enfrentar e solucionar um 
determinado problema público, seja ele declarado ou socialmente construído.
A identificação do problema é geralmente feita pelos próprios grupos 
afetados, ou pelos meios de comunicação quando fazem denúncias de 
situações alarmantes ou de oportunidades de melhora, ou por qual-
quer indivíduo ou grupo que tenha sensibilidade pela causa. (SECCHI, 
2013, p. 28)
Quando uma pessoa ou comunidade solicita a assistência de um órgão público para 
dar início a uma análise de política pública, ela tende a manter naturalmente a expec-
tativa de que o órgão responsável entregue as devidas orientações para que as devidas 
decisões sejam tomadas.
A análise das políticas públicas se divide em duas etapas: primeiramente, trata-se de 
analisar o problema e conceber uma possível solução. O problema público é uma situação 
incômoda e indesejada na perspectiva e percepção das pessoas envolvidas, isto é, o con-
junto de atores sociais que compõem aquela comunidade. a solução do problema público 
deve ir de encontro ao problema público. Sendo assim, o analista deve ter a capacidade de 
entender e diferenciar um problema público das suas respectivas soluções públicas.
Se alguém afirma que a falta de hidrantes nas ruas da cidade é um 
problema público, essa pessoa está confundindo problema com so-
lução. Os hidrantes são terminais hidráulicos para bombeamento da 
água utilizada no combate a incêndios. Ou seja, são alternativas ao 
enfrentamento do problema de incêndios. Outras soluções concorren-
tes a esse problema público poderiam ser o aumento do tamanho das 
cisternas dos caminhões do corpo de bombeiros, aliados à distribuição 
de extintores químicos nos prédios e programas de prevenção de in-
cêndios. (SECCHI, 2016, p. 28)
De acordo com Secchi (2013), existem questões pontuais a serem consideradas pelo 
analista ao iniciar uma política pública. A primeira é: se algo não está quebrado, não há 
nenhuma razão para querer consertá-lo, certo? Sendo assim, o analista de política públi-
ca deve sempre pensar e se perguntar (sendo esta a questão fundamental): isto é real-
mente um problema público que deve, enquanto tal, ser analisado e solucionado?
A segunda pergunta que o analisa deve se fazer é: trata-se verdadeiramente de 
um problema público ou privado? Em países comunistas, como a Coreia do Norte, a 
escassez de sorvetes pode ser considerada um verdadeiro problema público. Mas em 
países capitalistas, como o Brasil, este problema seria deslocado para o âmbito privado, 
pautado pela relação entre empresas (de sorvete) e consumidores ou clientes. É preciso 
fazer uma distinção entre uma coisa e outra, no que se refere à percepção da natureza 
do problema, das opiniões e dos valores envolvidos. Por isso, esta é uma questão que 
requer bastante discernimento no momento de ser abordada e respondida.
Este fato se estende por conta das diferentes vertentes políticas. Imagine que pessoas 
e grupos de esquerda defendam que relações de trabalho devam ser protegidas pelo 
9
UNIDADE 
Ciclo das Políticas Públicas
Estado. Já pessoas com ideologia de direita defenderiam que estas mesmas questões 
podem ser discutidas e acertadas entre os patrões e seus empregados. Por isso é impor-
tante o discernimento para saber diferenciar um problema público de um privado.
A terceira pergunta que o analista deve sempre se fazer é a seguinte: este é um 
problema público que pode ser resolvido?
De acordo com alguns estudiosos, o conceito de problema público determina que só 
existe de fato um problema público quando há uma situação ideal a ser alcançada. 
Se a situação ideal (ou seja, a política pública) é inviável e impossível de se alcançar, enten-
de-se que não há tanta necessidade de se investir em um trabalho de análise e solução de 
um problema que, segundo a definição dos especialistas, nem mesmo pode ser considera-
do um problema público propriamente dito.
Há situações em que o problema público pode ter um grande potencial de solução, 
mas depende de outras forças, fatores e agentes envolvidos que estão fora da jurisdição de 
análise. Por exemplo, um vereador que possua a percepção de um problema em alguns 
processos legislativos em seu município, mas nada pode fazer porque a competência le-
gislativa é de nível federal.
Lembre-se que um problema público pode ser apresentado de maneira muito superfi-
cial, pois há inúmeras interpretações conflitantes e interesses divergentes em jogo.
Se o analista de política pública não estiver preparado para fazer um 
bom diagnóstico do problema, pode acabar perdendo seu tempo e es-
forço tentando consertar os problemas errados, ou ainda, falsos pro-
blemas. O analista de política pública corre sempre o risco de apontar 
soluções certas para os problemas errados. (SECCHI, 2016, p. 38)
Leia o artigo intitulado “Políticas públicas exige a capacidade de identificar problemas públi-
cos e pensar soluções para o bem-estar da população”. Disponível em: http://bit.ly/35qmRvo
Agenda e Alternativas
Agenda pública é o espaço onde são tratados e discutidos os principais temas e pro-
blemas públicos nacionais, regionais e locais. A agenda pública pode envolver todos os 
poderes nos problemas e suas respectivas políticas públicas: o Executivo, o Legislativo 
e o Judiciário.
Segundo alguns autores, existem dois tipos de agenda:
• Agenda política: encontramos o conjunto de problemas e temas que a comuni-
dade e os atores envolvidos percebem e entendem em termos da necessidade de 
algum resultado, ou seja, da implantação de uma política pública;
• Agenda formal: denominada também agenda institucional, compõe os problemas 
públicos e temas que o Poder Público e seus analistas de políticas públicas tomaram 
a decisão de enfrentar com alternativas preestabelecidas. 
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Assim que o problema público é identificado, diagnosticado e definido em sua especi-
ficidade, o analista então começa a estudar as opções e alternativas para desempenhar 
a funcionalidade da solução adotada.
Como vimos em parágrafos anteriores, identificar e analisar um problema público 
implica decompô-lo, dividi-lo em partes, para que a partir da análise se possa ter uma 
visão de conjunto e um entendimento abrangente do problema público. De forma geral, 
a solução do problema público é o fim último, em si mesmo, enquanto que a política 
pública é o meio, caminho ou método adotado.
Assim que o analista escolher a melhor abordagem de análise do problema público, 
deve então passá-lo por três fases de até concluir o projeto: (i) geração de alternativas; (ii) 
estabelecimento de critérios; (iii) projeção de resultados.
A primeira fase, geração de alternativas, é uma tarefa que deve adotar uma metodo-
logia, por assim dizer, racionalista. Esta fase representa um momento intuitivo, que re-
quer intuição da parte do analista, o qual deve agregar e incentivar o uso da imaginação 
para potencializar a criatividade na concepção de alternativas e soluções.
Para manter o trabalho de análise coeso, é importante que o analis-
ta traga para essa etapa o problema público que foi definido. Como 
já visto anteriormente, a definição do problema é importante para 
a delimitação do escopo do trabalho. A definição do problema, no 
entanto, pode mudar ao longo do trabalho à medida que o analista 
vai ganhando mais maturidade quanto ao entendimento do contexto 
e aos interesses que envolvem o problema. (SECCHI, 2016, p. 70)
De acordo com alguns estudiosos, um número razoável de alternativas é entre três 
e sete. Outros pesquisadores sugerem que o número ideal varia entre duas e três alter-
nativas. Este número já é o suficiente para que o analistainicie e conclua o trabalho da 
política pública.
Formação da agenda pública – por Augustinho Paludo.
Agenda pública é um espaço em que os principais temas e problemas nacionais, regionais ou 
locais encontram-se reunidos para serem debatidos. É importante notar que a agenda pública 
pode envolver questões relacionadas a todos os poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
Para ler o artigo na íntegra, acesse: https://bit.ly/2M6SVNA
Tomando a Decisão 
Retomando a sequência inicial do processo de análise prescritiva de 
política pública, o diagnóstico e a definição do problema (problem 
analysis) são sucedidos pela análise das soluções (solution analysis). 
(SECCHI, 2016, p. 127)
Se o analista de política pública tiver aderido a uma metodologia e uma abordagem 
argumentativa para realizar a análise de políticas públicas (soluções), certamente dependerá 
11
UNIDADE 
Ciclo das Políticas Públicas
da percepção, do envolvimento e da atuação de outros atores sociais. A abordagem 
argumentativa é baseada na composição de alternativas, no diálogo e na argumentação 
de pessoas envolvidas com determinado problema público.
Partindo deste pressuposto, a participação e o envolvimento dessas pessoas, bem 
como o debate entre as quais, são fundamentais para a revisão das causas e possíveis 
definições do problema público estruturado na análise recebida.
Naturalmente, o analista tem a sua percepção e uma determinada interpretação do 
problema analisado. A percepção e interpretação subjetivas podem mostrar-se divergen-
tes das percepções e interpretações de outros atores envolvidos; muitas vezes, isso vale 
tanto para a interpretação do problema como para a definição de alternativas – às 
vezes manifestadas de forma ampla, às vezes fora de contexto.
Nas políticas públicas, “[...] o processo argumentativo acontece em um fórum de 
política pública (policy forum), que é uma reunião de atores políticos relevantes para 
a análise de alternativa da solução para o problema público” (SECCHI, 2013, p. 128).
No Brasil, essas reuniões recebem diversas definições como, por exemplo:
• Reunião de conselho municipal;
• Assembleia de orçamento participativo;
• Reunião do plano diretor;
• Encontro setorial;
• Conferências estaduais, regionais ou nacionais.
O primeiro passo de um processo de análise argumentativa de política 
pública é o planejamento e a organização da participação. Para tanto, é 
necessário planejar o encontro entre os atores políticos, estabelecendo 
o conjunto de temas que serão tratados (pauta), o horário, o local e os 
recursos necessários para que os debates ocorram. Também é neces-
sário estar atento para iniciar a divulgação com antecedência suficiente 
para a chamada do processo participativo. (SECCHI, 2013, p. 129)
Estes fóruns ou reuniões compõem diversos problemas e assuntos públicos, podendo 
ser debatidos e discutidos em um único encontro – neste caso, são denominados 
multitemáticos. Quando se baseiam em um único assunto e em um único problema 
público de maior abrangência e urgência, são então monotemáticos.
A organização e o planejamento são assim definidos por Secchi (2013, p. 129): “[...] 
planejar significa delinear objetivos, métodos e antever dificuldades para poder driblá-
-las. Organizar significa mapear as funções, distribuir responsabilidades e definir o fluxo 
do trabalho ao longo do tempo”.
Um planejamento muito bem feito deve contar, para receber um fórum de política 
pública, com cinco elementos fundamentais para tratar suas definições:
• Conteúdo: objetivo do fórum e a pauta do problema público;
• Participantes: quantidade de envolvidos e característica dos grupos;
12
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• Local: espaço físico e infraestrutura do local;
• Tempo: data da realização do encontro e horários; e
• Metodologia: como é conduzido e quais são os papéis e as responsabilidades.
Leia o artigo intitulado A tomada de decisão de políticas públicas e as visões contemporâneas 
da democracia, disponível em: http://bit.ly/326SvMz
Avaliação
A avaliação da política pública é o “[...] processo de julgamentos deliberados sobre 
a validade de propostas para a ação pública, bem como sobre o sucesso ou a falha de 
projetos que foram colocados em prática”. (SECCHI, 2013, p. 62)
De acordo com esta afirmação, pode-se dizer que existe uma distinção entre a avalia-
ção anterior à implementação e a avaliação posterior à implementação. Ainda existe a 
avaliação que se chama in itinere – de itinerário –, conhecida também como avaliação 
formativa ou monitoramento. Este tipo de avaliação ocorre ao longo do processo de 
implementação da política pública, tendo como opção ajustes imediatos. É como no 
esquema a seguir:
Avaliação ex ante
(anterior à implementação)
Avaliação ex post
(posterior à implementação)
Avaliação in itinere
(monitoramente)
Implementação
Figura 2
A avaliação da política pública requer três fatores essenciais: i) definição de critérios; 
ii) indicadores; e iii) padrões.
Os principais critérios utilizados para aplicar tais avaliações são os seguintes:
• Produtividade: trata-se do ponto ou nível de saídas e de conclusão de um pro-
cesso produtivo;
• Eficiência administrativa: cuida do segmento de conformidade da execução da 
metodologia estabelecida;
• Eficiência econômica: cuida da relação entre os níveis de saída e produtividade 
(outputs) e dos recursos utilizados no processo (inputs);
• Economicidade: cuida do nível de aproveitamento dos recursos; 
• Equidade: cuida da uniformidade, ou seja, da igualdade e isonomia da distribuição 
e disposição de benefícios, ou das punições entre os solicitantes envolvidos em uma 
política pública;
13
UNIDADE 
Ciclo das Políticas Públicas
• Eficácia: esta, por fim, corresponde ao nível do alcance das metas ou dos objetivos 
anteriormente planejados.
Tais critérios são considerados a partir de alguns indicadores. Estes representam 
materiais a serem criados com o intuito de medir os recursos utilizados, as entradas, a 
produtividade e o resultado.
Existe, ainda, um manual com técnicas para a auditoria. Neste manual são expli-
citadas características fundamentais para um sistema de avaliação, tal como a seguir:
• Validade: o indicador deve retratar o fenômeno que se está estudando; 
• Confiabilidade: as fontes de dados do indicador devem ser confiáveis, para evitar 
distorções e fraudes;
• Simplicidade: o indicador deve ser de fácil compreensão para aqueles que o utilizam;
• Acessibilidade: os dados que abastecem o indicador devem ser de fácil acesso;
• Estabilidade: as fontes de dados do indicador devem ser estáveis ao longo do tem-
po, de modo a permitir comparações históricas. (SECCHI, 2013, p. 64)
Outros indicadores são utilizados como indicativos de boas qualificações, tais como 
homogeneidade, independência, seletividade, economicidade, confiabilidade etc.
A metodologia de avaliação permite uma comparação dos problemas e das políticas 
públicas adotadas. A avaliação permite aumentar, gradativamente, a sensibilidade e per-
cepção das pessoas envolvidas, bem como dos solicitantes da política pública, sempre 
com o intuito de melhorá-la.
A avaliação da política pública pode direcionar a alguns caminhos, tais como:
• Continuidade da política pública da forma em que se encontra, ou seja: em seu 
status quo, para aqueles casos inexpressivos onde a implementação da política 
pública é de pouco impacto;
• Reformulação ou reestruturação da política pública em seus detalhes, nos casos em 
que as adversidades implicadas na implementação de uma política pública são reais, 
mas não tão graves ou urgentes – possuem certo impacto, mas não comprometem 
a aplicação da política pública em sua totalidade;
• Extinção da política pública para os casos em que aquele problema público levado à 
análise foi solucionado, não mais havendo necessidade de aplicar tal política pública 
no futuro.
De forma geral, as avaliações de políticas públicas têm por meta a superação de dis-
cussões levadas a fórum com um teor mais ou menos simplista.Leia a obra intitulada “Avaliação de políticas públicas: guia prático de análise ex ante”, dis-
ponível em: http://bit.ly/2IEHvOC
14
15
Extinção
Leonardo Secchi (2013, p. 67) afirma: “Usando como metáfora o ciclo de vida dos 
organismos, o ciclo de política pública também tem um fim, no momento da morte ou 
extinção da política pública”.
Apenas para contextualizar, a partir da década de 1970, algumas políticas sociais 
foram colocadas em discussão em países desenvolvidos e desde então, por este motivo, 
pesquisas e diversos estudos relacionados à extinção das políticas públicas ganharam 
enorme espaço.
Começou a ser avaliado, então e de maneira argumentativa e analítica, o enten-
dimento acerca do momento oportuno em que determinada política pública deve ser 
extinta, ou mesmo se deve ser extinta. Se não, uma das alternativas é que sejam subs-
tituídas – a extinção não sendo, portanto, a melhor alternativa.
Algumas são as causas principais que levam a esta discussão, sobre se é melhor 
extinguir ou substituir a política pública. Uma causa fundamental é, via de regra, o fato 
de que mesmo se o problema público não for resolvido, passa a ter cada vez, contudo, 
muito menos relevância, acabando por ser removido da agenda pública – pelo fato de 
que a percepção das pessoas em relação aos problemas públicos se modifica ao longo 
do tempo.
Há , ainda, aquelas políticas públicas com prazo de validade determi-
nado. São políticas públicas criadas para resolver um problema espe-
cífico ou contextual, e têm vigência determinada em lei ou de acordo 
com a discricionariedade do policymaker. (SECCHI, 2013, p. 67)
Um exemplo de políticas públicas difíceis de serem extintas corresponde às de tipo 
redistributivo. Isso porque existe um grande conflito entre grupos beneficiários e paga-
dores. O mesmo vale para políticas públicas de tipo distributivo, afinal, mesmo quando 
uma política se mostra adversa aos interesses coletivos, a pequena parte de envolvidos 
consegue fazer com que continue existindo.
Por fim, há sempre maior ou menor resistência à extinção, atuando não apenas 
pelos órgãos governamentais. Por exemplo, uma organização não governamental que 
luta contra a extinção de alguma espécie de política pública pode continuar contribuindo 
com a produção de argumentos necessários e bastante persuasivos pela urgência e real 
necessidade daquela política pública, de modo que o seu trabalho valha a pena em prol 
da sociedade.
15
UNIDADE 
Ciclo das Políticas Públicas
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Avaliação de Políticas Públicas
http://bit.ly/323cOug
O Ciclo das Políticas Públicas
http://bit.ly/2M6Y3Bk
Extinção de Políticas Públicas. Síntese teórica sobre a fase esquecida do policy cycle
http://bit.ly/2owmsam
Políticas Públicas exige Capacidade para Identificar Problemas
e Pensar Soluções para o bem-estar da População
http://bit.ly/35qmRvo
Conheça e entenda o que é Agenda Pública
http://bit.ly/314HHxl
A Tomada de Decisão de Políticas Públicas e as Visões Contemporâneas da Democracia
http://bit.ly/326SvMz
16
17
Referências
CORTESE, T. T. P.; KNIESS, C. T. T.; MACCARI, E. A. Cidades inteligentes e sus-
tentáveis. Barueri, SP: Manole, 2017.
PROCOPIUCK, M. Políticas públicas e fundamentos da administração pública: 
análise e avaliação, governança e redes de políticas, administração judiciária. São Paulo: 
Atlas, 2013.
SECCHI, L. Análise de políticas públicas: diagnóstico de problemas, recomendação 
de soluções. Sã o Paulo: Cengage Learning, 2016.
______. Políticas públicas. 2. ed. Sã o Paulo: Cengage Learning, 2013.
SILVA, C. da. Políticas públicas e indicadores para o desenvolvimento sustentável. 
São Paulo: Saraiva, 2010.
SOUZA, C. L. D.; AWAD, J. D. C. Cidades sustentáveis: desenvolvimento sustentável 
num planeta urbano. Porto Alegre, RS: Bookman, 2012.
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