Buscar

AULA 4 - SISTEMA PROCESSUAIS PENAIS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PROCESSUAL PENAL
TEORIA GERAL DO PROCESSO PENAL
ANOTAÇÃO:
Para alterar a imagem no slide, selecione e exclua a imagem. Em seguida, use o ícone Imagens no espaço reservado para inserir sua própria imagem.
1.
3. Sistemas Processuais
3.1. Origem, Evolução Histórica, Importância.
3.2. Do Processo Acusatório.
3.3. Do Processo Inquisitivo.
3.4. Do Processo Misto.
SISTEMAS PROCESSUAIS
 “O processo acusatório impõe um repensar a construção do saber jurisdicional, delimitando, portanto, o campo de exercício do poder” (LOPES JR. Aury, 2010, p. 545)
1.
3. Sistemas Processuais
3.1. Origem, Evolução Histórica, Importância.
SISTEMAS PROCESSUAIS
 
SISTEMA PROCESSUAL PENAL BRASILEIRO
Doutrinariamente, são três as espécies de sistemas processuais: Sistema Inquisitório, Sistema Acusatório e Sistema Misto.
Sistema pode ser conceituado como “um conjunto de temas colocados em relação por um princípio unificador, que forma um todo pretensamente orgânico destinado a uma determinada finalidade.
(COUTINHO, Jacinto.Introdução aos Princípios Gerais do Direito Processual Penal Brasileiro .Separata da Revista Instituto Transdisciplinar de Estudos Criminais . Ano 2, n. 4, jan/fev/mar. Porto Alegre: ITEC, 2000, p. 3 )
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A atividade jurisdicional consiste em o Estado Juiz aplicar o direito ao caso concreto. A forma de solução dos conflitos de interesses passou por um processo de modificação, na maneira como eram solucionados, bem como sobre qual o papel que o Estado exercia em cada um dos momentos.
Na busca em solucionar os conflitos existentes e com a implementação de novas técnicas, o Estado tomou para si a aplicação do direito. Nesse contexto, foram criados sistemas processuais penais. Portanto os Sistemas se iniciaram nos primórdios da sociedade e se desenvolveram de tal forma que hoje corporificam o processo penal. Surgem e evoluem pelas experiências no exercício do “Jus Puniendi”, e pela influência dos pensamentos da era do iluminismo, que despertam à uma consciência da dignidade da pessoa e da necessidade de se estabelecer a igualdade entre as partes do processo, de forma a assegurar a justa composição da lide penal.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
“ Com o passar do tempo, desde a Grécia e Roma, até, mais especificamente, os dias de hoje, percebe-se o surgimento de três tipos de sistemas processuais: inquisitivo, acusatório e o misto. Mas não se pode falar que o desenvolvimento deles segue uma linha contínua, ou seja, do processo inquisitivo, até chegar ao mais moderno que é o acusatório. Verifica-se isso, pois em Roma Antiga e na Grécia já era utilizado o sistema acusatório, enquanto o inquisitorial passou a ser utilizado apenas posteriormente, no Império Romano e ao longo da Idade Média, prolongando-se até a época do absolutismo. Tudo isso aconteceu devido ao conjunto sociopolítico vigente em cada época e lugar. Interessante ressaltar que esses tipos de sistemas foram utilizados em um mesmo momento histórico, hoje há quem defenda que ainda existem ambas as formas de sistemas processuais, apesar da incompatibilidade do sistema inquisitorial com os direitos e garantias individuais dos cidadãos. (2009, MACHADO, p. 7-8).
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
“ O processo penal brasileiro iniciou-se no período de descobrimento, ou seja, no período colonial, nessa época os ricos e poderosos gozavam de privilégios, podendo usar seu dinheiro para livrar-se das penas, sendo que o sistema utilizado era o sistema inquisitivo, pois era regulado pela lei portuguesa. Foi só no período imperial, com a independência do Brasil diante de Portugal, quando outorgada a Constituição de 1824, que surgiram ideais liberais substituindo as práticas do sistema inquisitivo. O primeiro Código de Processo Penal, que entrou em vigor no Brasil de 1832, trouxe a baila o sistema misto ou Napoleônico. (MACHADO, 2009, p.7-8)”
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
“ O processo penal brasileiro iniciou-se no período de descobrimento, ou seja, no período colonial, nessa época os ricos e poderosos gozavam de privilégios, podendo usar seu dinheiro para livrar-se das penas, sendo que o sistema utilizado era o sistema inquisitivo, pois era regulado pela lei portuguesa. Foi só no período imperial, com a independência do Brasil diante de Portugal, quando outorgada a Constituição de 1824, que surgiram ideais liberais substituindo as práticas do sistema inquisitivo. O primeiro Código de Processo Penal, que entrou em vigor no Brasil de 1832, trouxe a baila o sistema misto ou Napoleônico. (MACHADO, 2009, p.7-8)”
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
“ Apenas no período Republicano, com a promulgação da Constituição de 1891, a qual atribuiu aos Estados a faculdade de legislar sobre o Processo Penal, pratica essa que só prejudicou a aplicação da lei Penal e o avanço do processo Penal no Brasil. Foi só com a promulgação da Constituição de 1934, que se restabeleceu a unidade processual, passando somente à União a competência para legislar sobre o processo penal. Já em meados de 1937, passou a vigorar no ordenamento pátrio, a Constituição de 1937 que providenciou a promulgação de um novo Código de Processo Penal, que ocorreu em 1941, o qual para a doutrina da época não trouxe nenhuma novidade, pois tamanha era a dificuldade da aplicação de lei penal. (CARVALHO, 2007, p.11-12)”
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
“ No Brasil, somente a partir da Constituição de 1988 é que se restabeleceu o sistema acusatório, pois ao Ministério Público foi conferido, em regra, o monopólio da ação penal, abolindo-se o procedimento ex officio das contravenções penais, mas, ainda, mantendo a persecução penal pela vítima nas ações penais privadas.” (CARVALHO, 2007, p.13).
EVOLUÇÃO HISTÓRICA – SISTEMA ACUSATÓRIO
“ No Brasil, somente a partir da Constituição de 1988 é que se restabeleceu o sistema acusatório, pois ao Ministério Público foi conferido, em regra, o monopólio da ação penal, abolindo-se o procedimento ex officio das contravenções penais, mas, ainda, mantendo a persecução penal pela vítima nas ações penais privadas.” (CARVALHO, 2007, p.13).
EVOLUÇÃO HISTÓRICA – SISTEMA ACUSATÓRIO
“Esse sistema surgiu na antiguidade e levou este nome, pois alguém só seria processado e levado a juízo mediante uma acusação. A sua grande diferença em relação aos outros sistemas, é que aqui há a constituição de uma relação processual, ou seja, são diferentes os sujeitos que acusam, julgam e defendem. Esse sistema é, inegavelmente, o mais democrático de todos, possuindo uma série de características, tais como: o Juiz não pode produzir provas e nem intervir na sua produção, as partes que tem a ampla liberdade para produzi-la, e o Juiz, com base nessas provas, deve decidir o caso concreto; com relação às garantias processuais, são asseguradas as partes a igualdade, o contraditório e a ampla defesa, tornando-se um dos mais importantes por assegurar ao acusado as suas garantias” (AGUIAR, 2005, s.p.).
SISTEMA PROCESSUAL PENAL BRASILEIRO
Doutrinariamente, são três as espécies de sistemas processuais: Sistema Inquisitório, Sistema Acusatório e Sistema Misto.
Sistema pode ser conceituado como “um conjunto de temas colocados em relação por um princípio unificador, que forma um todo pretensamente orgânico destinado a uma determinada finalidade.
(COUTINHO, Jacinto.Introdução aos Princípios Gerais do Direito Processual Penal Brasileiro .Separata da Revista Instituto Transdisciplinar de Estudos Criminais . Ano 2, n. 4, jan/fev/mar. Porto Alegre: ITEC, 2000, p. 3 )
Título e Layout de Conteúdo com Lista
SISTEMA ACUSATÓRIO CONSTITUCIONAL
O sistema acusatório constitucional, como deve ser o brasileiro, caracteriza-se não só pela separação das funções de acusar e julgar, mas, também, pelo respeito às garantias relativas ao exercício do direito à defesa, à produção probatória e à formação da convicção do órgão judicante, sendo este um sujeito despido de iniciativa da persecutio criminis (PRADO, Regis 2006, p. 33).
Extrai-se do comando Constitucional de 1988 o modelo do sistema acusatório,que deve ser aplicado sob a luz de um elevado número de garantias constitucionais em favor da pessoa/acusado, tais como o devido processo legal (art. 5º, LIV), o contraditório e a ampla defesa (art. 5º, LV), o princípio do juiz natural (art. 5º, LIII) e a presunção de inocência (art. 5º, LVII).
SISTEMA INQUISITIVO/INQUISITÓRIO
O modelo inquisitório é marcado por um autoritarismo por parte do Estado que assume o papel de acusar, julgar e defender, sendo que o juiz passa a ser um inquisidor. 
“O sistema inquisitório muda a fisionomia do processo de forma radical. O que era um duelo leal e franco entre acusador e acusado, com igualdade de poderes e oportunidades, se transforma em uma disputa desigual entre o juiz inquisidor e o acusado. O primeiro abandona sua posição de árbitro imparcial e assume a atividade de inquisidor, atuando desde o início também como acusador. Confundem-se as atividades do juiz e acusador, e o acusado perde a condição de sujeito processual e se converte mero objeto da investigação.” (LOPES, Aury Jr. Direito Processual Penal e sua Conformidade Constitucional. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008, P. 61.)
SISTEMA INQUISITIVO/INQUISITÓRIO
No sistema inquisitivo encontram-se mais uma forma autodefensiva de administração da justiça do que um genuíno processo de apuração da verdade. Tem suas raízes no Direto Romano, quando, por influência da organização política do Império, se permitiu ao juiz iniciar o processo de ofício. Revigorou-se na Idade Média diante da necessidade de afastar a repressão criminal dos acusadores privados e alastrou-se por todo o continente europeu a partir do século XV diante da influência do Direito Penal da Igreja e só entrou em declínio com a Revolução Francesa. Nele inexistem regras de igualdade e liberdade processuais, o processo é normalmente escrito e secreto e se desenvolve em fases por impulso oficial, a confissão é elemento suficiente para a condenação, permitindo-se inclusive a tortura. (Mirabete, Julio F, 2008, p. 21),
SISTEMA INQUISITÓRIO – características:
a) Julgamento feito por magistrado ou juiz permanente, que sempre é um funcionário do rei ou autoridade subordinada ao poder governamental; 
b) juiz acusa, defende e julga, sempre se sobrepondo à pessoa do acusado; 
c) acusação, que sempre é ex officio, permite que a denúncia seja feita de forma secreta; 
d) procedimento escrito, secreto, não admitindo contraditório e consequentemente, ampla defesa; 
e) julgamento com base na prova valorada ou tarifada; 
f) prisão preventiva é regra; 
g) decisão jamais transita formalmente em julgado, podendo o processo ser reaberto a qualquer tempo.
SISTEMA INQUISITÓRIO – características:
Com relação ao interrogatório do Réu, no sistema inquitório “era utilizado tão somente como meio de prova. Na época, a sua única finalidade era a punição imediata do criminoso e a defesa do bem social. Para conseguir esse objetivo, eram utilizados todos os meios coercitivos para o réu confessar e assim buscar a justiça do caso concreto” (EL DEBS, 2001, s.p.)
SISTEMA INQUISITÓRIO – RESUMO
O processo inquisitivo se caracterizou pela ausência de contraditório; pela concentração no órgão judicial das funções de acusar, defender e julgar; pelo sigilo; pela desigualdade entre as partes; pelas acusações difusas; pelas provas aleatórias ou obtidas por meios violentos, como a tortura e a devassa etc. A Roma autoritária dos tempos régios, por exemplo, conheceu esse tipo de processo no período que ficou conhecido como da inquistio; e a Idade Média, sobretudo com a Inquisição, também foi palco dessa forma de procedimento penal. (MACHADO, Antonio Alberto. 2009, p. 8).
SISTEMA INQUISITÓRIO – RESUMO
“O processo tipo inquisitório puro é a antítese do acusatório. Nele, não há o contraditório, e por isso mesmo, inexistem as regras de igualdade e liberdade processual. As funções de acusar, defender e julgar encontram-se enfeixadas em uma só pessoa: o juiz. É ele quem inicia, de ofício, o processo, quem recolhe as provas e quem, ao final, profere a decisão, podendo, no curso do processo submeter o acusado a torturas (na origem), a fim de obter a rainha das provas: a confissão. O processo é secreto e escrito, nenhuma garantia se confere ao acusado.” (NETTO, José Laurindo de Souza. Processo Penal: Sistemas e Princípios. Curitiba: Juruá, 2003, p. 25.)
SISTEMA INQUISITÓRIO – RESUMO
“O sistema inquisitivo, assim, não guarda compatibilidade com os direitos constitucionais que devem prevalecer em um Estado Democrático de Direito e, em vista disso, deve ser afastado das legislações contemporâneas que tem o escopo de assegurar ao cidadão as mínimas garantias em apreço à honra da pessoa humana.”
RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. 14ª Ed. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2008, p, 47.
SISTEMA ACUSATÓRIO - CARACTERÍSTICAS
O Sistema acusatório tem sua raízes na Grécia e em Roma, instalado com fundamento na acusação oficial, embora se permitisse, excepcionalmente, a iniciativa da vítima, de parentes próximos e até de qualquer do povo. 
No direto moderno, tal sistema implica o estabelecimento de uma verdadeira relação processual, estando em pé de igualdade o autor e o réu, sobrepondo-se a eles, como órgão imparcial da aplicação da lei, o juiz. 
No plano histórico das instituições processuais, apontam-se como traços profundamente marcantes do sistema acusatório: 
a) o contraditório, como garantia político-jurídica do cidadão; 
b) as partes acusadora e acusada, em decorrência do contraditório, encontram-se no mesmo pé de igualdade; c) o processo é público, fiscalizável pelo olho do povo; excepcionalmente permite-se uma publicidade restrita ou especial; 
 
SISTEMA ACUSATÓRIO - CARACTERÍSTICAS
d) as funções de acusar, defender e julgar são atribuídas a pessoas distintas e, logicamente, não é dado ao juiz iniciar o processo; 
e) o processo pode ser oral ou escrito; 
f) existe, em decorrência do contraditório, igualdade de direitos e obrigações entre as partes; 
g) a iniciativa do processo cabe à parte acusadora, que poderá ser o ofendido ou seu representante legal, qualquer cidadão do povo ou órgão do Estado. 
O sistema acusatório floresceu na Inglaterra e na França após a revolução, sendo hoje adotado na maioria dos países americanos e muitos da Europa. 
SISTEMA ACUSATÓRIO - RESUMO
Com relação ao sistema acusatório, ensina Nucci que: 
“Possui nítida separação entre o órgão acusador e o julgador; há liberdade de acusação, reconhecido o direito do ofendido e a qualquer cidadão; predomina a liberdade de defesa e a isonomia entre as partes no processo; vigora a publicidade do procedimento; o contraditório esta presente; existe a possibilidade de recusa do julgador; há livre sistema de produção de provas; predomina maior participação popular na justiça penal e a liberdade do réu e a regra” (Nucci, 2008, p. 116).
SISTEMA ACUSATÓRIO - RESUMO
O Sistema Acusatório é um dos tipos processuais penais que se destaca pela “(...) defesa dos direitos fundamentais do acusado contra a possibilidade de arbítrio do poder de punir (...)”
PRADO, Geraldo. Sistema acusatório: A conformidade Constitucional das Leis Processuais Penais. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2006, P. 104. 
SISTEMA MISTO – INQUISITÓRIO/ACUSATÓRIO 
O sistema denominado misto, como o próprio nome já explicita, tem natureza mista, ou seja, ele é tanto um sistema inquisitorial, quanto um sistema acusatório, tendo um caráter híbrido” (ZILLI, 2003, p. 41).
Leciona Nucci, “que o sistema denominado misto, surgido na Revolução Francesa, uniu as virtudes dos dois sistemas anteriores caracterizando-se pela divisão do processo em duas grandes fases: a instrução preliminar, com os elementos do sistema inquisitivo, e a fase de julgamento, como a predominância do sistema acusatório. Num primeiro estágio, há procedimento secreto, escrito e sem contraditório, enquanto, no segundo, presentes se fazem a oralidade, a publicidade, o contraditório, a concentração dos atos processuais, a intervenção de juízes populares e a livre apreciaçãodas provas (2009, p. 116-117).
SISTEMA MISTO – características
“No sistema misto, o interrogatório era utilizado tanto como meio de prova, quanto meio de defesa, sua utilização funcionaria eventualmente como meio de prova, quando ocorresse uma confissão, e, por outro lado, seria meio de defesa, sendo o interrogatório o último ato processual da audiência, podendo o réu, nesse caso, se defender dos fatos já lhe imputados, com base na produção das provas levadas ao processo”.(MENDONÇA, 2008, p. 294).
Possui as seguintes características: a) acusação reservada a um órgão do Estado; b) instrução secreta e escrita; c) debate público e oral; d) juiz livre em seu convencimento;e) compreende duas fases procedimentais distintas: instrução e julgamento. Na instrução, apura-se a existência do crime e sua autoria; é presidida por um juiz; não há contraditório; os atos processuais são escritos e secretos. No julgamento, exsurge acusação formal, oportunidade em que caberá o contraditório; além disso, o procedimento é oral e público. 
SISTEMA MISTO – RESUMO
Muitos doutrinadores divergem acerca do sistema adotado no Brasil. Contudo, a própria Constituição Federal de 1988 consagrou o sistema acusatório como norteador do processo penal brasileiro, não restando dúvida acerca do entendimento com relação ao sistema adotado, não tendo lugar, em nosso ordenamento, para um interrogatório estritamente inquisitivo, onde não são respeitados os direitos e garantias do indivíduo. 
Outrossim, fica evidente, que no Código de Processo Penal vigente a confissão não tem valor probatório para levar o acusado à prisão, salvo quando alicerçada em outras provas carreadas ao Inquérito Policial ou ao processo.
Conclui-se que para a doutrina majoritária, os sistemas processuais são de três tipos: o sistema acusatório, o sistema inquisitivo e o sistema misto. Esses sistemas foram utilizados de diversas maneiras e formas, de acordo com cada período histórico. O Sistema Acusatório é o adotado pelo Brasil.
CONTEXTUALIZAÇÃO:
Leitura Complementar: TEXTO acima, publicado: https://canalcienciascriminais.com.br/lei-no-13-24516-e-o-carater-inquisitivo-do-inquerito-policial/
A Lei nº 13.245/16 e o caráter inquisitivo do inquérito policial
Reflexão: “ Com base na dignidade da pessoa humana, que fundamenta nosso sistema constitucional, o investigado não pode ser enquadrado como mero objeto de manipulação do Estado, deve ser visto como sujeito de direitos tanto na fase investigativa quanto na fase processual”.
Assim, a Lei n. 13.245/2016, que alterou o art. 7º, XIV, da Lei n. 8.906/94 (Estatuto da OAB) e acrescentou o inciso XXI e os parágrafos 10, 11 e 12 ao mesmo dispositivo legal, “garante a participação da defesa dentro de um procedimento capaz de afastar direitos fundamentais do indivíduo (...)”. 
CONCLUSÃO

Continue navegando