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SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS 
 
 
Mônica Custódio dos Santos¹, Leonardo do Nascimento Lima² 
 
 
RESUMO: O nosso sistema processual penal, para atender os anseios de toda a 
sociedade, já passou por diversas modificações para tentar reduzir as injustiças perante a 
adequação de um processo jurisdicional que sempre necessitou de sua adequação para 
dar credibilidade a segurança jurídica e dignidade da pessoa humana. 
Etimologicamente, sistema – no viés jurídico – é o conjunto de normas, coordenadas 
entre si, intimamente correlacionadas, que funcionam como uma estrutura organizada 
dentro do ordenamento jurídico. Para que haja um sistema, é imperiosa a existência de 
uma ideia fundante e de um conjunto de normas que decorre dessa premissa. Basta, 
portanto, identificar o princípio unificador de cada sistema processual penal para saber 
de qual sistema estar-se-á tratando. Todo sistema é, portanto, regido por um único 
princípio unificador (ideia fundante) e, daí decorre as demais normas que devem ser 
interpretadas sob essa ótica. Dentro deste contexto será abordado os principais sistemas 
processuais penais – inquisitório, acusatório e misto – e como cada um deles foi sendo 
inserido dentro do nosso ordenamento jurídico. 
 
Palavras-chave: Sistemas acusatórios e inquisitórios. Sistema misto. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Sistema processual penal é um conjunto ordenado de características do processo 
penal extraídas de um determinado período histórico, relacionadas por um alicerce 
unificador. 
O sistema processual penal reflete a estrutura política do Estado em conjugação 
com o respeito aos direitos e garantias fundamentais. “A estrutura do processo penal é o 
termômetro dos elementos corporativos ou autoritários da constituição de uma nação”. 
 A doutrina é uníssona em proclamar que não existem sistemas processuais puros, 
pois há a adoção de características acusatórias e inquisitórias nos vários modelos 
processuais. 
Dentro deste contexto será abordado os principais sistemas processuais penais – 
inquisitório, acusatório e misto – e como cada um deles foi sendo inserido dentro do 
nosso ordenamento jurídico. 
 
 
METODOLOGIA 
 
 
O estudo deste trabalho será fundamentado em ideias e pressupostos que 
apresentam significativa importância na definição e construção dos conceitos discutidos 
nesta análise: O sistema processual penal 
Para obter os resultados e respostas acerca da problematização apresentada neste 
trabalho, foi escolhido como fonte de pesquisa o livro “Curso de Direito Processual 
Penal - Indicado Para Concursos da OAB - 2ª Ed. 2014” de Ana Flávia Messa e 
pesquisas realizadas em sites na internet. Assim sendo, o trabalho transcorrerá a partir 
do método conceitual-analítico, visto que utilizarei conceitos e ideias de autores, 
semelhantes com os nossos objetivos, para a construção de uma análise científica sobre 
o nosso objeto de estudo. 
 
 
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS 
 
Para entender os sistemas processuais penais é necessário, antes de qualquer 
coisa, compreender o significado da palavra “sistema”. Etimologicamente, sistema – no 
viés jurídico – é o conjunto de normas, coordenadas entre si, intimamente 
correlacionadas, que funcionam como uma estrutura organizada dentro do ordenamento 
jurídico. 
Assim, para que haja um sistema, é imperiosa a existência de uma idéia fundante e 
de um conjunto de normas que decorre dessa premissa. Basta, portanto, identificar o 
princípio unificador de cada sistema processual penal para saber de qual sistema estar-
se-á tratando. Todo sistema é, portanto, regido por um único princípio unificador (idéia 
fundante) e, daí decorre as demais normas que devem ser interpretadas sob essa ótica. 
São três os sistemas processuais penais existentes no ordenamento jurídico: a) 
sistema inquisitório ou inquisidor; b) sistema acusatório; c) sistema misto, reformado, 
napoleônico ou acusatório formal. 
No modelo inquisitivo, um dos alicerces fundamentais foi a busca da verdade na 
defesa da sociedade, em detrimento da garantia da pessoa do acusado, com apoio no 
secretismo, na escrita e na ausência do contraditório. 
Nesse modelo, existiam duas fases: a) inquisitivo generalis: a investigação era da 
materialidade do fato; b) inquisitivo specialis: a investigação era da autoria da infração. 
O processo tinha início ex officio, sem necessidade de acusação. O réu era mero 
objeto da persecução penal, sem direitos e garantias processuais frente ao juiz. 
No modelo inquisitivo, não havia contraditório, publicidade nem oralidade. Em 
relação à forma dos atos, havia predominância da palavra escrita. 
O sistema inquisitivo era uma forma de autodefesa de administração da justiça, 
em que não existia liberdade nem igualdade processual. 
Em relação à publicidade, havia o sigilo para o público e para o réu. 
A prisão preventiva do acusado durante o processo ocorria na maioria dos casos, 
pois se presumia a culpa do réu. Excepcionalmente se concedia a liberdade provisória 
mediante caução juratória ou fiança penal. 
Não havia uma distribuição das funções de acusar, defender e julgar para pessoas 
distintas. Ao contrário, no modelo inquisitivo havia a reunião na mesma pessoa dessas 
funções. 
O juiz era o dominus do processo, pois, além de iniciar o processo de ofício, 
investigava o fato com plena liberdade na coleta de provas, pronunciava e julgava com 
o que constava nos autos. Era funcionário público permanente e irrecusável, que não 
tinha a independência necessária a um julgamento imparcial. 
Dessa forma, podemos enumerar as seguintes características do modelo 
inquisitivo: 
O modelo acusatório existiu na Antiguidade Grega, onde se desenvolveu a 
participação popular no direito de punir; existiu na Antiguidade Romana, onde perdurou 
até o fim da República; foi também adotado na França, após as invasões bárbaras. 
No modelo acusatório, um dos alicerces fundamentais foi o princípio de que 
ninguém podia ser levado a julgamento sem acusação. 
Num primeiro momento, a iniciativa do processo cabia à parte acusadora, que 
podia ser o ofendido ou seu representante legal. Com a evolução e a verificação de que 
o crime era uma ofensa à sociedade, a iniciativa podia ser feita por qualquer do povo ou 
órgão do Estado. 
O processo tinha início com a acusação; em seguida, era feita uma investigação 
pelo acusador, na presença facultativa do acusado para apuração da verdade material da 
existência do crime e sua respectiva autoria. O encargo da prova da acusação era do 
acusador. 
Tanto o acusador como o acusado se faziam acompanhar de comites, amigos que 
funcionavam como fiscalizadores na tramitação processual. 
No modelo acusatório, havia o predomínio do contraditório, da publicidade e da 
oralidade. Em relação à oralidade, havia a predominância da palavra falada. 
O processo era baseado no princípio do contraditório, e a disponibilidade de seu 
conteúdo pertencia às partes. No modelo acusatório, havia uma busca na igualdade de 
poderes, armas e oportunidades entre a acusação e a defesa na atuação processual. 
Em relação à publicidade, os julgamentos eram públicos, com os magistrados 
votando ao final sem deliberar. 
O acusado presumia-se inocente até decisão definitiva em sentido contrário e 
permanecia em liberdade ao longo do processo. 
Há uma distribuição das funções de acusar, defender e julgar para pessoas 
distintas. O juiz assumia uma postura de imparcialidade, em posição super partes, 
visando um julgamento objetivo do caso concreto e o respeito aos princípios do 
contraditório, da publicidade e da oralidade. Não podia promover o processo nem 
condenar além da acusação. 
Cabe, por fim, registrar as desvantagens do modelo acusatório puro: a) 
impunidade dos criminosos; b) facilidade de acusação falsa; c) desproteção dos fracos; 
d) deturpação da verdade; e) impossibilidade de julgamento; f) inexequibilidade da 
sentença.O Sistema Misto, também chamado de Sistema Acusatório Formal, consagrado 
com as reformas do Liberalismo, inaugurado com o Code d’Instruction Criminelle 
(Código de Processo Penal) francês em 1808, dividia o processo em duas fases: a) fase 
inicial inquisitiva (investigação preliminar e instrução preparatória); b) julgamento com 
as garantias do acusatório. 
No modelo misto, há uma combinação entre a punição dos criminosos e a 
promoção das garantias processuais do acusado, evitando perseguição e condenação de 
inocentes. 
Nesse modelo, o princípio inquisitório predomina na fase inicial de investigação 
preliminar e instrução probatória, e o princípio acusatório, na fase do julgamento. Dessa 
forma, na fase inicial vigora a sigilosidade e o não contraditório; na fase de julgamento, 
o processo é oral, público e contraditório. 
As provas são discutidas e apreciadas pela acusação, pela defesa e pelo juiz. Há 
uma distribuição das funções de acusar, defender e julgar para pessoas distintas. Não há 
igualdade de armas entre a acusação e a defesa. 
O juiz possui independência formal, mas não tem independência material, 
funcionando como mero colaborador na realização do interesse do Estado. 
Dessa forma, podemos enumerar as seguintes características do modelo misto: 
a) distribuição de funções: há uma distribuição das funções de acusar, defender e 
julgar para pessoas distintas; 
b) garantias processuais: concilia a figura do juiz inquisidor na instrução 
preliminar, com a incidência do contraditório e da ampla defesa, típicos do sistema 
acusatório; 
c) formalidades: compõe-se de uma primeira fase, inquisitiva, de instrução ou 
investigação preliminar, sigilosa, escrita e não contraditória, e de uma segunda fase, 
acusatória, informada pelos princípios do devido processo legal, do contraditório e da 
ampla defesa. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
Nos dias atuais, há uma prevalência na doutrina de afirmar que o sistema 
brasileiro é o misto, pois há uma fase inquisitiva, o inquérito policial, e outra fase 
acusatória pura, que é o processo penal propriamente dito. No Brasil, o sistema misto 
foi instituído pelo Código do Processo Criminal do Império (Lei n. 127/1832). 
Há o reconhecimento de três funções processuais distintas, realizadas por órgãos 
distintos – a acusação, a defesa e o julgamento. Em sentido contrário (Mirabette, 
Tourinho, Scarance), o sistema brasileiro é o acusatório, pois a fase investigatória tem 
caráter administrativo, e não processual. 
Pode-se afirmar que o sistema processual penal é definido a partir de uma ideia 
fundante (premissa ou princípio unificador), em que todas as demais características e 
normas devem ser interpretadas de acordo com essa ideia. Conhecida essa premissa, é 
possível distinguir o que sistema está se tratando. 
Importante frisar que os sistemas processuais são intimamente interligados com 
o modelo político de Estado. Vale ressaltar que não existem sistemas puros, ninguém 
pode se levado a julgamento sem acusação, o réu é sujeito de direitos, e não objeto da 
persecução penal, o processo é cercado de garantias fundamentais em busca da justa 
composição da lide, no sistema brasileiro, há uma distribuição das funções de acusar, 
defender e julgar para pessoas distintas, e que na visão majoritária da doutrina, o Brasil 
adota o sistema misto, pois há uma fase inquisitiva e outra fase acusatória. 
 
 
 
REFERENCIAS 
 
 
Curso de Direito Processual Penal - Indicado Para Concursos da OAB - 2ª Ed. 
2014 
 
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6193/Sistemas-Processuais-Penais 
 
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-172/sistema-processual-penal/ 
 
https://jus.com.br/artigos/26262/os-sistemas-processuais-penais 
 
https://www.institutoformula.com.br/processo-penal-sistemas-processuais-penais-
conceitos/ 
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6193/Sistemas-Processuais-Penais
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-172/sistema-processual-penal/
https://jus.com.br/artigos/26262/os-sistemas-processuais-penais

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