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COZINHAS Professora: Me. Larissa Siqueira Camargo Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey Projeto Gráfico Thayla Guimarães Design Educacional Marcus Vinicius Almeida da Silva Machado Editoração Produção de materiais Ilustração Marta Kakitani, Bruno Pardinho Qualidade Textual Produção de Materiais DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; CAMARGO, Larissa Siqueira. Projeto de Interiores para o Morar. Larissa Siqueira Camargo; Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 29 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Projeto. 2. Interiores. 3. EaD. I. Título. ISBN: 978-85-459-1388-7 CDD - 22 ed. 745 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 sumário 06| LAYOUT 12| DIMENSÕES ADEQUADAS 18| ESCOLHAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Compreender a importância de uma boa solução de layout para uma cozinha. • Identificar dimensões de circulação e uso dos espaços de uma cozinha. • Conhecer os materiais indicados no projeto de cozinhas. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Layout • Dimensões adequadas • Escolhas COZINHAS INTRODUÇÃO introdução Seja bem-vindo, caro(a) aluno(a). Sem dúvidas, a cozinha é um dos ambientes mais importantes de uma casa. Nela, as famílias ou moradores se reúnem, ali são preparados os alimentos, não somente essenciais para nossa sobrevivência como, muitas vezes, a represen- tação de carinho por parte de quem prepara para quem irá consumir. Ao longo da história, a cozinha foi ganhando outros usos, deixando de ser um espaço destinado a empregados domésticos, passando a ser comumente um ambien- te de confraternização e recepção. Essas mudanças não alteraram a necessidade de ser um espaço de dis- tribuição adequada, oferecendo qualidade de uso dos mobiliários e nem a preocupação na escolha dos materiais a serem empregados, considerando a importância da manutenção e da higiene. Com esses princípios, nosso estudo propõe a imersão no projeto deste cômodo de tanta importância, apresentando inicialmente técnicas e ferramen- tas aplicadas à elaboração do layout, incluindo especialmente a triangulação e a setorização ou zoneamento a partir das atividades a serem desenvolvidas. Seguidamente, e tão associada ao layout, falarei sobre as dimensões adequa- das, especialmente de circulação, e as necessárias para o uso dos equipamentos, considerando a ergonomia, o conforto e a segurança, tão essencial para esse espaço. Para isso, diferentes autoras e até normativas foram cruzadas, apresen- tando assim diretrizes importantes ao projetar uma cozinha. Para finalizar nosso estudo sobre o projeto de interiores de cozinhas, uma explanação sobre as escolhas de materiais de revestimento de piso, parede, tampo de bancada e fabricação de mobiliários, fundamentados na manuten- ção e qualidade do resultado final. Além disso, uma explanação sobre a escolha de cores é bastante relevante e inserida nesta aula. Espero que com tudo apresentado neste estudo, seus projetos de cozinha se tornem de melhor qualidade, atendendo, ou melhor, superando as expec- tativas de seus clientes em sua contratação. Boa leitura! Pós-Universo 6 layout Pós-Universo 7 A cozinha é um dos ambientes de uma casa que apresenta a maior possibilidade de usos, de acordo com os hábitos dos habitantes. Para grande parte das famílias, é onde acontece a maior parte das atividades da residência, para outras, existe apenas para oferecer água gelada. Como apresenta Gurgel (2013, p. 183), “paixão para uns e pesadelos para outros, a cozinha reflete o estilo de vida de uma família”. E justamen- te considerando tantas possibilidades de uso, é um ambiente que exige bastante cuidado ao ser projetado. Para Grimley e Love (2016), a cozinha é o ambiente de uma casa que exige maior trabalho ao ser projetado, objetivando funcionalidade e coe- rência visual. Camargo (2014) diz que é na área da cozinha que se armazena e prepara os ali- mentos; nas residências a cozinha é usada como um local de integração familiar, onde até se recebe visitas. Para a autora, existe uma variação de uso e ocupação da cozinha, dependendo dos moradores e usuários. Independente do uso, Szücs (2000) apresenta que existem equipamentos mínimos a serem instalados em uma cozinha, sendo esses um balcão com pia, geladeira com congelador integrado, fogão de quatro bocas, mesa para duas ou quatro cadeiras (ou banquetas) e armário suspen- so com duas ou quatro portas. O primeiro passo, sempre, independente do briefing levantado, é o da criação de layout de mobiliários e equipamentos, e essa definição depende também de que etapa encontra-se o ambiente, construído, já pronto, ou ainda em fase de projeto ar- quitetônico ou construção, o que permite alterações dos pontos hidráulicos, já que justamente a localização destes pontos, serão o ponto de partida do layout, consi- derando que, normalmente é inviável a troca de um ponto de entrada ou saída de água, salvo em situações nas quais não haja realmente outra solução e seja necessá- rio a mudança da instalação hidráulica. Assim, já defendemos que o projeto de distribuição de móveis e equipamen- tos em uma cozinha parte da localização das torneiras (GURGEL, 2013), então, a pia é a primeira a ser posicionada. Juntamente com a pia, a geladeira e o fogão são os equipamentos mais importantes em uma cozinha. Assim, após a definição de locali- zação da pia, determina-se a posição dos outros dois eletrodomésticos. Tanto Gurgel (2013) quanto Grimley e Love (2016) defendem o aplicação da técnica de triangu- lação entre esses três equipamentos da cozinha, que consiste na distribuição deles de forma triangular. Pós-Universo 8 Figura 1 - Distribuição triangular de equipamentos na cozinha Fonte: A autora. A técnica da triangulação tende a facilitar as atividades e considera a integração de uso dos equipamentos no desenvolvimento das principais ações que acontecem em uma cozinha, sendo que ela é possível de ser aplicada em praticamente todas as cozinhas, independente de formato e dimensões, conforme nos apresenta Grimley e Love (2016, p. 93): Procure manter a soma das três distâncias (entre os 3 equipamento) inferior a 6,5 metros, considerando que esse percursos poderão ser feitos muitas vezes ao dias por alguns moradores, sendo que, a distância entre a pia e a geladeira deverá ser a menor delas. Fonte: Adaptado de Gurgel (2013, p. 191). saiba mais Pós-Universo 9 Título - Cozinha linear paralela Fonte: Shuterstock Bastante comum em plantas de apartamen- tos, essa solução de disposição é ideal para as co- zinhas com duas portas. É indicado que se tenha 1,20 metros no cor- redor, entre um alinhamento de armário e outro, ou, no mínimo 0,90 metros. Título - Cozinha em forma de L e cozinha em forma de U Fonte: Shuterstock Essas disposições funcionam tanto em espaços pe- quenos, desde que o suficiente para a ocupação e circulação ade- quada, como para espaços maiores. Também é indicado que se tenha livre 1,20 metros de circulação. Pós-Universo 10 Título - Cozinha com ilha Fonte: Shuterstock Oferece um espaço a mais para uso, sendo que na ilha pode ser insta- lado a piaou o fogão. É indicado para ambientes maiores, e sua maior vantagem é a possibilidade de socialização entre os diferen- tes usuários do ambiente. Título - Cozinha linear Fonte: Shuterstock Quando a cozinha é muito estreita, não é indicada a ocu- pação dos dois lados, consi- derando que o mínimo indicado é de 0,90 metros. Neste caso, não é possível a dis- posição de forma triangular, mas é interessante que a sequência dos equipamentos siga a ordem de geladeira, pia e fogão. Tabela 1 - Técnica de triangulação de cozinhas Fonte: Adaptado de Grimley e Love (2016, p. 93). Pós-Universo 11 Os três equipamentos alocados na técnica da triangulação praticamente definem as atividades básicas de uma cozinha, ou seja, armazenar (geladeira), preparar (pia) e cozinha (fogão), o que nos leva à próxima técnica a ser empregada na definição de layout de uma cozinha: a setorização por zonas de trabalho, que baseia-se na ideia central de distribuir na cozinha os mobiliários e equipamentos a partir de sua ne- cessidade de uso. Para Grimley e Love (2016), as zonas de trabalho são exatamente definidas pelos equipamentos que estabelecem a triangulação, assim, são 3 zonas: a de lavagem, composta principalmente por pia e máquina de lavar louças, quando existente; a de preparo, que consiste em um refrigerador e uma área de balcão ad- jacente; e a de cozimento, onde são instalados fogão e forno. Já para Gurgel (2013), a indicação é que sejam estabelecidas 5 zonas na cozinha: próximo a pia, ou setor de limpeza; próximo ao fogão, ou setor de cocção; área ou setor de refeições; bancadas, ou setor de preparo; geladeira e armários, setor de ar- mazenamento ou estocagem. Figura 2 - Zonas de trabalho de uma cozinha, de acordo com Gurgel (2013) Fonte: Adaptado de Arauco (2016, on line)¹ Pós-Universo 12 dimensões adequadas Pós-Universo 13 Considerando o objetivo de um projeto funcional, as dimensões de uma cozinha, seja de mobiliário, alocação, circulação etc., são de extrema importância no processo do projeto. Dessa maneira, Neufert (2004) diz que a cozinha deve ter, no mínimo, 187 cm de largura, e para a NBR - Norma Brasileira - nº. 15.575 (ABNT, 2013) esse mínimo é de 150 cm. Camargo (2014) diz que um dos principais pontos a serem considerados em um projeto de cozinha são os espaços livres, que devem ser adequados para a circulação entre armários ou eletrodomésticos, garantindo conforto e segurança ao usuário. Assim, de acordo com Panero e Zelnik (1979), a distância entre o mobiliário ou equipamento e outra barreira, que pode ser outro mobiliário, equipamento ou mesmo a parede, deve ser entre 152 cm e 167 cm, permitindo a passagem de uma pessoa de forma confortável e segura, mesmo com uma porta ou uma gaveta aberta. Em se tratando do espaço disponível para o uso dos equipamentos da cozinha, desconsiderando o espaço de circulação, o indicado é de 101 cm, tanto em frente ao fogão quanto à pia (PANERO & ZELNIK, 1979), o que se aproxima do apresenta- do por Neufert (2004), 110 cm, muito próximo do defendido por Boueri Filho (2008), que indica a distância entre o fogão e o obstáculo à frente entre 100 e 120 cm. Em se tratando das indicações da NBR nº. 15.575 (ABNT, 2013), a circulação mínima em frente à pia, ao fogão e à geladeira é de 85 cm, sendo que essa indicação desconside- ra a circulação de uma segunda pessoa quando algum dos equipamentos estiverem em uso. É possível observar na figura abaixo que Boueri Filho (2008), ao apresentar as di- mensões adequadas para a instalação de fogão e forno alto, além do espaço frontal para o uso dos equipamentos, existe a altura adequada para a instalação do forno e um espaço livre nas laterais do fogão de 35 cm de cada lado do equipamento. Boueri (2008) apresenta que a instalação do forno (do tipo independente de fogão) ou do micro-ondas deve ser entre 0,85 e 0,95 mts de altura, não se esquecendo da neces- sidade de área livre à frente para o uso correto e seguro do eletrodoméstico. No caso do forno baixo, convencional, junto ao fogão, ou ainda, armários abaixo de bancada e até lava louças, importante lembrar que o modo ideal de uso é agachado, assim, é necessário aumentar o espaço livre ao redor, já que o movimento necessita de uma área maior para ser realizado do que o uso em pé. Pós-Universo 14 Figura 3 - Uso de fogão e forno Fonte: Boueri (2008, p. 16). Para Camargo (2014), diferentes autores apresentam dados aproximados quanto ao espaço necessário para o uso da geladeira, que variam entre 70 e 100 cm, garantin- do que ocorra a abertura adequada e os mantimentos possam ser retirados de forma adequada, sem prejudicar a postura do usuário. Fogão|Forno Baixo Forno Alto 1.70 1.00 1.10 1.20b 1.00 1.10 1.20b .8 0a .8 5 .3 5c .3 5c A ltu ra .8 5| .9 5 .70 .80 .70 .80 1.90 Pós-Universo 15 Figura 4 - Uso da geladeira Fonte: Boueri (2008, p. 17). Considerando que a pia é o local onde as atividades mais demoradas são desenvol- vidas, é um dos elementos que precisa de maior cuidado em suas especificações. Para a sua altura, é possível considerar duas possibilidades, dependendo da altura da pessoa que fará mais uso do equipamento ou da média geral de todos os usuá- rios, sendo que pode variar entre 0,80 a 1,00 metro – quando o usuário for mais alto (GURGEL, 2013). Geladeira .70 1.00 .70 1.00 .8 5 Pós-Universo 16 Figura 5 - Altura de bancada de cozinha Fonte: Shuterstock Não é indicado que sua profundidade ultrapasse os 60 cm, já que torna a dimensão do tampo de alcance desconfortável, além de dispor de um espaço de armazena- mento no armário inferior com uma profundidade que não proporciona praticidade de uso. Importante observar também a distância, a bancada e os armários superio- res, para evitar que ocorram colisões com a cabeça. O rodapé ou sóculo também é essencial para o uso adequado, visto que sua altura deve estar entre 15 e 20 cm, e sua profundidade de no mínimo 15 cm. O sóculo é a base do seu armário quando ele tocar o chão e der acaba- mento ao móvel. Pode ser feito de alvenaria ou de madeira e ser revestido – ou não – de granito ou com o mesmo piso do ambiente em que ele se insere. Móveis com sóculo de alvenaria e revestimento de piso ou granito são ideais para espaços em que se pretende jogar água durante a limpeza, ou que possua solo muito úmido. Se você preferir, pode fazer um móvel suspenso a 15cm-20cm (sem sóculo), chumbando-o na parede. Fonte: Adaptado de http://3hauss.com.br/cozinhas-integradas-parte-2/. saiba mais Pós-Universo 17 Figura 6 - Profundidade da bancada e altura do armário superior Gurgel (2013) apresenta indicações de profundidade e altura adequadas para prate- leiras – internas ou externas aos armários – para armazenamento dos itens mais comuns de uma cozinha. Para panelas e travessas, as prateleiras devem ter entre 50 a 55 cm de profundidade e de 20 a 35 cm de altura, assim, sendo instalada em balcões, e não armários superiores. Para o armazenamento de louças, a indicação é de que tenha entre 30 e 45 cm de profundidade e de 15 a 25 cm de altura, podendo estar tanto em balcões como em superiores. No caso do armazenamento de garrafas em pé, de 20 a 45 cm de profundidade e de 25 a 45 cm de altura, se for para garrafas dei- tadas, de 40 a 45 cm de profundidade e de 10 a 15 cm de altura. Para Boueri (2008), uma prateleira acima da pia com 1,35 m de altura a partir do piso permite que 95% da população a alcance com as duas mãos, e com 1,45 m, 95% da população alcança itens que estão na frente na prateleira. Para o projeto de cozinhas que atendam a pessoas com deficiência, é neces- sário buscar outras referências de dimensões, considerando a necessidade dos usuários. Fonte: a autora. atenção Pós-Universo 18 escolhas Pós-Universo 19 Definir materiais, acabamentos e até cores para uma cozinha exige dedicação do pro- jetista responsável, já queuma especificação equivocada pode apresentar bastante problemas pós-uso. O princípio básico nas escolhas para uma cozinha, normalmente, estão norteados a partir da higiene, a aparência de limpeza desejada, considerando ser o espaço onde serão manuseados alimentos. Nem sempre o tão desejado branco brilhante, que apresenta tanto o aspecto de limpeza, é a melhor opção de manuten- ção e o efeito desejado, difícil de ser mantido (GURGEL, 2013). Assim, de acordo com o apanhado em diferentes autores (GURGEL, 2013; GURGEL 2009; GRIMLEY & LOVE, 2016; GIBBS, 2015), vejamos a seguir as indicações para os materiais a serem utiliza- dos na cozinha. PISO A opção mais defendida é a do piso cerâmico, sempre que possí- vel, porcelanato retificado, considerando que o porcelanato é menos poroso e o retificado necessita de um rejunte menor. Cuidado com o polido, que pode marcar e manchar mais facilmente. Outra pos- sibilidade de uso, já bastante utilizada no exterior e que vem se destacando no Brasil, são os pisos vinílicos ou de borracha, que além de flexíveis, o que aumenta sua resistência, suportam grandes tráfe- gos, umidade e resistem bem aos materiais de limpeza. Existem ainda os pisos em pedras naturais, mas para esse uso é necessário bastante cuidados quanto à abrasão, já que pedras polidas quando molhadas tornam-se muito escorregadias. PAREDE Os revestimentos cerâmicos são os mais utilizados, considerando a facilidade de manutenção, mas cuidado com os que apresen- tam muitos detalhes e necessidade de rejuntes. Necessário também o cuidado com as escolhas próximos à pia e ao fogão, locais que molham e engorduram, e assim, o revestimento pode apresentar o aspecto de manchado ou mesmo manchar permanentemen- te. Porém, tem sido cada vez mais comum a opção de não revestir todas as paredes com azulejos, e a tinta pode ser uma opção. Para os autores, a tinta na cozinha deve ser semi brilho ou brilho, por serem mais resistentes e possíveis de limpeza mais facilmente, além disso, importante que sejam do tipo lavável, ou ao menos resistente à limpeza. Pós-Universo 20 BANCADAS (TAMPOS) A pedra é a opção mais comum, mas não única, e nem sempre a melhor, já que algumas pedras são mais porosas, e por isso, mancham com o respingo de alimentos, especialmente óleos. Entre as varieda- des de pedras, os granitos são os mais indicados para bancadas de cozinha, e os mármores, podem até serem utilizados, de forma mais cautelosa, de preferência em residências onde o uso da cozinha não seja tão frequente. Atualmente, temos as opções semi-sintéticas, que misturam materiais-primas naturais e sintéticas, como o corian, fabri- cado em resina acrílica e minerais, ou ainda, os silestone, caesarstone, dekton, entre outros compostos por minerais de quartzo associado a outros elementos diversos (que os diferenciam), materiais cerâmicos, vidros ou materiais existentes pelo manuseio do petróleo. Uma possibilidade que vem aumentando é a bancada revestida em cerâmica, normalmente, porcelanato, sendo que já existem empresas que prestam essa tipo de serviço, não sendo indicada a montagem na própria obra. Para essa opção, escolha um revestimento com baixa porosidade e superfície resistente a manchas. ARMÁRIOS A tão desejável madeira maciça há tempos não é uma opção tão acessível para a fabricação de mobiliários. Atualmente, as chapas har- dboards, ou chapas de fibras de madeira são as mais empregadas para esse fim. As mais utilizadas são o MDF e o MDP, opções bastan- te resistentes dentro da necessidade de uma cozinha – só não podem ser lavadas. Interessante para os designers ou arquitetos responsáveis pelo projeto da cozinha que as opções de acabamento são inúmeras, e anualmente são lançadas novas, em diferentes tons de madeira, e até imitando outros materiais, como tecidos, cimentos, entre outros. Associado a isso, é possível a utilização de vidros em portas, e esses também oferecem diferentes possibilidades, em cores e jateamen- tos, mas é indispensável o cuidado com a manutenção, já que o vidro costuma marcar mais facilmente. Tabela 2 - Materiais a serem utilizados em cozinhas Fonte: a autora, baseada em (GURGEL, 2013; GURGEL 2008; GRIMLEY & LOVE, 2016; GIBBS, 2015). Pós-Universo 21 Outra escolha que merece cuidado em uma cozinha é quanto às cores a serem empregadas. Para Gurgel (2013, p. 189) “Um ambiente limpo e claro pode ser alcan- çado com revestimentos brancos e off white.”, mas a mesma autora defende que em algumas situações é importante o emprego de outras cores. Por exemplo, quando o teto é alto, uma bancada em tom mais escuro, reforça as linhas horizontais e diminui a sensação de “frieza” causada pela altura. Um teto em tom mais escuro também tem essa função, de diminuir a sensação de muito alto. Uma opção apontada pela autora para cozinhas em localidades de climas mais quentes, ou ainda, cozinhas com pouca ventilação, é a aplicação em alguns elemen- tos da cozinha da cor azul-esverdeado, o que deixará a sensação de frescor. O uso do amarelo ajudará aos moradores a despertarem com mais energia pela manhã, porém, podem estimular a fome, mesmo caso do vermelho e laranja. Tons de violeta não são indicados, pois desestimulam energeticamente. atividades de estudo 1. A triangulação dos principais equipamentos de uma cozinha é uma das técnicas em- pregadas em seu projeto, e sobre ela, leia as afirmativas e análise. I) Os equipamentos que são utilizados como referência para a triangulação são a pia, o fogão e a geladeira. II) O principal equipamento na aplicação da técnica, de onde tudo começa, é a mesa. III) A triangulação deve e pode ser aplicada em cozinhas de formato quadrado e quando possuem duas ou mais portas. IV) Para a triangulação, procure manter a soma das três distâncias (entre os 3 equi- pamento) inferior a 6,5 metros. Está correto o apresentado em: a) I, II e III apenas. b) I, II e IV apenas. c) I e IV apenas. d) II, III e IV apenas. e) III e IV apenas. 2. Por questões ergonômicas e de segurança, as dimensões de circulação e mobiliá- rios de uma cozinhas devem ser decididas com bastante cautela, e sobre elas, leia as informações abaixo e defina qual está correta. a) A circulação mínima ideal de circulação de uma cozinha é de 0,60 m, consideran- do a passagem de uma pessoa. b) A altura da pia da cozinha deve estar entre 0,80 e 1,10 metros. c) Todos os armários de uma cozinha, seja inferior ou superior, devem ter entre 0,60 e 0,80 metros de profundidade. d) A altura de instalação de um forno é equivalente à altura de instalação de um micro-ondas. e) Nenhuma das alternativas está correta. atividades de estudo 3. Considerada um dos ambientes mais importantes em uma residência, as escolhas dos acabamentos de uma cozinha são muito importantes, e sobre isso, leia e reflita. I) Os revestimentos em branco são sempre ideais, pois atendem aos objetivos que se deseja para uma cozinha. II) Além dos pisos cerâmicos, existem outros materiais que podem ser utilizados em pisos, como os vinílicos. III) A tinta pode ser uma opção no revestimento de paredes, devendo ser com semi brilho ou brilho. IV) Atualmente, existem materiais alternativos de bastante qualidade para tampos de pia, compostos pela mistura de matérias-primas naturais e sintéticas. Está correto o que se apresenta em: a) I, II e III apenas. b) I, III e IV apenas. c) II, III e IV apenas. d) II e III apenas. e) III e IV apenas. resumo Considerando a importância da cozinha, e que você, profissional, será contratado na busca por soluções adequadas deste ambiente, é indispensável uma visão global do projeto, especialmente do ponto de vista funcional, objetivando ergonomia, manutenção e segurança de uso do espaço e de todos os equipamentos que o compõem. Uma cozinha que atenda a esses requisitos deve apresentar um layout adequado, bem elaborado, a partir da disposição arquitetônica, que parta dos principais equipamentos:pia, fogão e gela- deira. A triangulação é uma das ferramentas mais aplicadas neste conceito, juntamente com a setorização, que melhora não somente o uso dos principais equipamentos, como a relação entre eles e todas as atividades que ali podem ser desenvolvidas. Para que o layout realmente atenda de forma plena, as dimensões de circulação são de extrema importância e definem a qualidade de uso pontualmente e do todo, incluindo o espaço neces- sário para a movimentação do corpo ao utilizar determinados equipamentos, como o forno e a geladeira, além de pia e a simples circulação pelo ambiente. Para finalizar um bom projeto, é indispensável que as escolhas dos materiais a serem emprega- dos seja certeira, tanto em piso, parede, bancadas e mobiliários, atendendo à manutenção, já que esse é um cômodo onde além dos próprios alimentos que ali são manuseados, recebe bastante produtos de limpeza, e assim, a necessidade de resistência a isso. Neste processo também está inserido a escolha de cores, que não deve ser baseada apenas em decisões estéticas. Claro que, apesar da valorização dada à funcionalidade, o fator estético não é deixado de lado, e isso está bastante relacionado a gostos pessoais e tendências disponíveis no mercado, e caberá a você a elaboração de um bom briefing e muitas pesquisas de mercado. Mãos à obra! material complementar Projeto e Dimensionamento dos Espaços da Habitação: Espaço de Atividades Autor: Jorge Boueri Editora: ESTAÇÃO DAS LETRAS Sinopse: O dimensionamento mínimo e adequado é obtido a partir da composição das atividades propostas pelo programa para cada ambien- te ou espaço da habitação. São disponibilizados dados dimensionais agrupados pelas atividades e funções que ocorrem na habitação e na aplicação do dimensionamento nos projetos, é voltada para a importância do conhecimento do corpo humano, suas medidas e limites físicos – fatores determinantes para que o projeto atenda aos requisitos de facilidade de uso, ma- nutenção e segurança. Comentário: Você tem acesso gratuitamente ao e-book opr meio do link: <https://www. estacaoletras.com.br/product-page/projeto-e-dimensionamento-dos-espa%C3%A7os-da- -habita%C3%A7%C3%A3o-espa%C3%A7o-de-atividades>. Na Web http://www.cliquearquitetura.com.b O site Clique Arquitetura dispõe de diversas dicas sobre projetos arquitetônicos e especial- mente de interiores, inclusive sobre cozinhas. Existe um campo de busca na página principal, basta digitar seu interesse. http://www.estacaoletras.com.br/jorgeboueri http://www.estacaoletras.com.br/jorgeboueri http://www.estacaoletras.com.br/jorgeboueri material complementar Cores Em Casa: Guia Prático Para Decorar e Harmonizar Ambientes Autor: Alice Westgate Editora: Senac Sinopse: Este livro vem derrubar o mito de que algumas pessoas têm uma habilidade natural para combinar cores e outras não. Todos nós sabemos o que nos agrada e o que nos desagrada, mas muitas vezes falta o conhecimento sobre como aplicar tons e texturas em decoração. Conhecer traz a confiança para sair do neutro e transformar o ambiente utilizando uma lata de tinta. “Cores em casa” explica como os designers de interiores conse- guem obter resultados equilibrados mesmo quando uma combinação vai contra o senso comum. Existem técnicas para fazer cores aparentemente conflitantes parecerem perfeitas uma ao lado da outra e existem truques para dar vida a um espaço sem torná-lo berrante ou cansativo. “Cores Em Casa” também apresenta: - receitas de tintas e vernizes artesanais, para quem deseja um toque personalizado; - sugestões de acordo com o impacto da coloração em nossas emoções; - amostras destacáveis de cores, para testes e simulações; - fotos inspiradoras de decorações em tons diversos. referências ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15575: Edificações habitacionais – Desempenho. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. BOUERI FILHO, José Jorge. Projeto e dimensionamento dos espaços da habitação: espaço de atividade. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2008. BUENO, Francisco da Silveira. Minidicionário Escolar da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: DCL, 2010. CAMARGO, Larissa Siqueira. Qualidade Funcional de Quitinetes do Jardim Universitário em Maringá - PR. Dissertação de mestrado. Maringá: UEM, 2014. Disponível em: <http://www.peu.uem.br/ LarissaSiqueira.pdf>. Acesso em: 24 set. 2017. GIBBS, Jenny. Design de Interiores: Guia prático para estudantes e profissionais. Brasil: Gustavo Gili, 2015. GRIMLEY, Chris; LOVE, Mimi. Cor, Espaço e Estilo. São Paulo: Gustavi Gili, 2016. GURGEL, Miriam. Organizando Espaços: Guia de decoração e reforma de residências. São Paulo: SENAC, 2008. ______. Projetando Espaços: Guia de arquitetura de interiores para áreas residenciais. São Paulo: SENAC, 2013. NEUFERT, Peter. A arte de projetar em arquitetura. São Paulo: Gustavo Gili, 2004 PANERO, Julius; ZELNIK, Martin. Las dimensiones humanas en los espacios interiores. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 1979. SZÜCS, C. Habitação de Interesse Social – HIS: Tabela de Requisitos. NUTAU 2000 – Tecnologia e Desenvolvimento. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Departamento de Tecnologia da Arquitetura. 2000. 3 - Hauss. on-line. Disponível em: <http://3hauss.com.br/cozinhas-integradas-parte-2/>. Acesso em: 18 out. 2017. resolução de exercícios 1. c. I e IV apenas. 2. d. A altura de instalação de um forno é equivalente à altura de instalação de um micro-ondas. 3. c. II, III e IV apenas.
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