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Contabilidade Financeira e Gerencial Estudo de Caso Professor: Claudinei Nascimento 2 Unicesumar estudo de caso Empresa ABC A empresa ABC está comemorando 15 anos de sua fundação. Há vários motivos para come- morar o fato, mas também há alguns motivos para certa preocupação de seus sócios. Os dois sócios e também administradores da empresa, os irmãos João Galhardo e Vitor Galhardo, lamen- tam o fato de a empresa não estar mais conseguindo alcançar os objetivos de lucro esperado. A empresa conseguia manter uma lucratividade líquida de 30% e, nos três últimos anos, não vem mais alcançando esse resultado embora as vendas tenham melhorado. A demons- tração de resultado dos últimos três anos é apresentada a seguir: ANO 1 ANO 2 ANO 3 (ATUAL) Receita Líquida 820.000,00 832.000,00 850.000,00 CPV 492.000,00 540.000,00 595.192,00 Lucro Bruto 328.000,00 292.000,00 254.808,00 Despesas Operacionais 162.000,00 183.000,00 212.000,00 Lucro Líquido 166.000,00 109.000,00 42.808,00 Os irmãos Galhardo sabem que os custos e as despesas aumentaram, mas acreditam que esse aumento foi suportado pelo aumento das vendas. Eles não entendem por que estão lucrando menos. A ABC fabrica 10 tipos de produtos com as características abaixo (dados do Ano 3): PRODUTO PREÇO UNITÁRIO DE VENDA(LÍQUIDO DE TRIBUTOS) CUSTO UNITÁRIO PRODUÇÃO (EM UNI- DADES) VENDAS (EM UNI- DADES) A 50,00 35,00 5.000 4.749 B 42,00 32,00 4.800 4.476 C 30,00 25,00 3.000 2.698 D 35,00 23,00 3.500 3.000 E 40,00 28,00 2.800 2.799 F 25,00 20,00 1.800 1.500 G 20,00 12,00 1.600 1.300 H 23,00 8,00 1.400 1.201 I 15,00 7,00 1.600 1.501 J 10,00 4,00 1.400 1.302 Unicesumar 3 estudo de caso As despesas variáveis referem-se às comissões de vendas e representam 5% sobre a receita líquida e é igual para todos os produtos. O custo fixo e indireto da empresa é de 80.700,00, e a empresa utiliza o critério da quantidade produzida para fazer o rateio. Essa estrutura de custos fixos foi implantada para permitir um volume de produção de 35.000 unidades. Há três anos, a empresa tinha uma estrutura de 50.000,00 que permitia um volume de produ- ção de 25.000 unidades. Como a empresa criou uma estrutura de produção para 35.000 unidades, também criou uma estrutura de despesas fixas que aumentou 20.000,00 no Ano 2 em relação ao Ano 1 e mais 20.000,00 no Ano 3 em relação Ano 2. O valor médio dos últimos três anos dos recursos aplicados da empresa é de 400.000,00. O valor médio dos últimos três anos dos recursos aplicados pelos irmãos Galhardo na empresa é de 150.000,00. Sempre que esse montante diminui, eles aumentam o valor do seu inves- timento na empresa. Sabe-se que o Retorno sobre Investimento (ROI) representa o lucro da empresa em relação ao total do ativo, ou seja, representa quanto cada 1,00 de ativo traz de lucro para a empresa. O ROI é dado pela seguinte equação: Sabe-se que o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RPL) representa o lucro da empresa em relação ao patrimônio líquido, ou seja, representa quanto cada 1,00 de patrimônio líquido traz de lucro para os sócios. O RPL é dado pela seguinte equação: Sabe-se que o Retorno sobre as Vendas (RV) representa o lucro da empresa em relação ao total de receitas com vendas, ou seja, representa quanto cada 1,00 de receita traz de lucro para a empresa. O RV é dado pela seguinte equação: 4 Unicesumar estudo de caso Quando as pessoas fazem cursos a fim de aprender as ciências contábeis, observa-se a an- siedade pela convivência com as práticas contábeis, muitos acreditam que tal ciência é uma mera ferramenta, não tem conhecimento do quão útil e relevante são as informações e re- latórios gerados pela ela. Muitas vezes, tal pensamento provém da ideia de que os contadores são as pessoas que executam, exaustiva e repetitivamente, as funções burocráticas, como lançamento de notas, apuração de impostos, cálculos trabalhistas, entre outros. Segundo José (2014, online)1, “é importante considerar que, a contabilidade, como ciência, área ou ferramenta deve estar qualificada para oferecer fortes recursos e informações aparelhadas para o auxílio da melhor decisão para empreendedores”. Para Marion e Iudícibus (2000, p. 53): O objetivo da contabilidade pode ser estabelecido como sendo o de fornecer informação estru- turada de natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de produtividade e social, aos usuários internos e externos à entidade objeto da Contabilidade. Dessa maneira, a contabilidade é uma ferramenta tanto financeira quanto gerencial. Ressalta- se que, para sua melhor utilização, é necessário que tanto o contador quanto o seu usuário saibam da potencialidade das informações geradas pela contabilidade, além disso, é preciso que a interpretação de tais informações seja feita de maneira correta. De acordo com o COSIF, usuários são todos que usam a contabilidade para se atualiza- rem sobre a situação da empresa. Assim, os usuários se dividem em dois grupos: usuários internos e usuários externos. • Usuários Internos: são as pessoas que estão dentro da empresa, entre elas estão administradores, sócios, gestores, funcionários, entre outros. As informações direcionadas aos usuários internos são mais voltadas para os aspectos gerenciais, ou seja, são escritas de forma não sistemática para facilitar a compreensão das pessoas que irão utilizá-la. • Usuários Externos: são as pessoas que estão fora da entidade, entre elas estão governo, bancos, fornecedores, clientes, concorrentes, entre outros. As informações direcionadas aos usuários externos são mais voltadas aos aspectos da contabilidade financeira, são escritas de maneira mais sistemática e burocrática. 1 Disponível em: <http://www.administradores.com.br/mobile/artigos/negocios/importancia-da-analise-economico-financeira-das-demonstracoes-conta- beis/80698/>. Acesso em: 9 set. 2015. http://www.contabeis.com.br/termos-contabeis/contabilidade Unicesumar 5 estudo de caso Sabe-se que a Análise das Demonstrações Contábeis é uma área da contabilidade que permite o levantamento de várias informações úteis ao processo de tomada de decisões, entre eles destacam-se: concessão de crédito, alteração da política de compras, alteração no prazo de recebimento, capacidade de solvência, entre outros. Com base em Assaf Neto (apud JOSE, online) 2, José faz a seguinte afirmação sobre a finalidade da Análise das Demonstrações Contábeis Assaf Neto (2010a, p.35) determina que sua finalidade seja “relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determi- nam a evolução apresentada e as tendências futuras” permitindo assim, a geração de informações passadas sobre a posição financeira de uma organização a fim de realizar projeções futuras. Entre as análises feitas por tal área, um exemplo é o cálculo dos índices de liquidez, o resul- tado demonstra como está a capacidade de pagamento da empresa de maneira geral, tanto em curto quanto em longo prazo. Esses índices podem levar a empresa a decisões importan- tíssimas, tais como o aumento do preço de venda, a diminuição das compras, entre outros. Ainda é preciso observar que esse é um dos índices observados por instituições bancárias para a concessão de crédito. Portanto, existem muitas ferramentas que já foram observadas e aprovadas por sua efi- ciência na análise das demonstrações contábeis, as quais, quando aplicadas de maneira criteriosa e com interpretação consistente, podem gerar diagnósticos e pareceres muito efi- cientes para a tomada de decisão. Ressalta-se que tais ferramentas, sejam elas sofisticadas, sejam elas simples, são utilizadas em busca das interpretações e das análises das demonstrações contábeis, para dar suporte à gestão empresarial que está comprometida com a eficiência e a eficácia da entidade. 2 Disponível em: <http://www.administradores.com.br/mobile/artigos/negocios/importancia-da-analise-economico-financeira-das-demonstracoes-con-tabeis/80698/>. Acesso em: 9 set. 2015.
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