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Avaliação da Saúde Financeira de 
uma Empresa
Finanças 
Corporativas
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
AUTORIA
André de Faria Thomáz
Sou bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade de Minas 
(2006); e mestre (2011) e doutor (2018) em Administração pela Pontifícia 
Universidade Católica do Paraná. Atuo como contabilista e como professor, 
nas modalidades presencial e a distância, nas áreas de auditoria contábil 
de departamentos, de finanças e de pessoal.
Durante minha atuação como contabilista, tenho vasta experiência 
na área de Obrigações Acessórias e Obrigatórias. Por outro lado, ao longo 
de minha experiência como docente, além de ter sido coordenador de 
curso, lecionei, principalmente, as seguintes disciplinas: Contabilidade 
Básica; Economia; Planejamento e Contabilidade Tributária; Contabilidade 
de Custos e Análise de Custos; Gestão por Processos; Estrutura das 
Demonstrações Contábeis; Análise das Demonstrações; Contabilidade 
Gerencial; Teoria da Contabilidade; Contabilidade Intermediária; 
Contabilidade Internacional; Auditoria; Contabilidade Empresarial; Controle 
Interno; Matemática; Logística; Recursos Humanos; e Gestão de Risco.
Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência 
de vida àqueles que se iniciam em suas profissões. Por isso, fui convidado 
a integrar o elenco de autores independentes da editora TeleSapiens. 
Estou muito feliz por poder ajudá-lo, aluno, nesta fase da vida de muito 
estudo e de muito trabalho.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Falências e Recuperações das Empresas ......................................... 10
Capital e Controle Acionário ..................................................................................................... 11
Registro Contábil dos Financiamentos ............................................................................ 19
Projeções de Balanços e Estruturas de Capitais ...........................23
Controle de Orçamento ..............................................................................................................24
Custo e Volume ................................................................................................................................27
Volume de Vendas, Custos e Lajir ...................................................................28
Volume de Vendas, Custos e Ponto de Equilíbrio ............................... 31
Margem de Contribuição........................................................................................33
Alavancagem Operacional e Ponto de Equilíbrio Contábil ...........34
Análises de Rotações e Liquidez ..........................................................38
Aquisição ou Incorporação ..................................................................................................... 38
Fusão ....................................................................................................................................................... 40
Cisão ......................................................................................................................................................... 41
Índices Patrimoniais e Estrutura ...........................................................43
Governança Corporativa: Conceito e Contribuições .............................................43
Conformidade das Práticas de Governança Corporativa ..................................47
7
UNIDADE
04
Finanças Corporativas
8
INTRODUÇÃO
Você sabia que a gestão de financiamentos de curto e longo prazo 
auxilia na estruturação das fontes de capital que possibilita criar valor 
para a empresa. Mas você sabe se existe uma estrutura ótima de capital 
para as empresas? Se há uma composição de fontes de recursos que 
minimize o custo de capital total e que maximize o valor da empresa para 
os acionistas e para o mercado?
Existem diferentes teorias sobre estruturação de capital. 
Dependendo da ótica, considera-se ou não que a estrutura do 
financiamento da empresa possa influenciar no custo total e na criação 
do valor.
Na prática, indicadores podem ser calculados para este fim. De 
qualquer forma, para viabilizar suas operações, as empresas necessitam 
captar recurso, seja exclusivamente com fonte própria, ou pela 
composição com fonte de terceiros, sendo que cada uma destas fontes 
tem um custo relacionado. O capital próprio é remunerado com lucros 
e o capital de terceiros é remunerado pelos juros. O desafio da gestão 
do financiamento é racionalizar o uso destas fontes para obter o melhor 
resultado possível em termos de lucro econômico ou da geração do valor 
econômico agregado.
Finanças Corporativas
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até 
o término desta etapa de estudos, onde iremos juntos analisar e verificar 
como as atividades de financiamento influenciam e contribuem para o 
equilíbrio das finanças empresariais:
1. Compreender o cenário, contexto e consequências da falência e 
da recuperação judicial das empresas.
2. Interpretar as projeções econômicas das empresas com base nos 
principais indicadores extraídos do balanço contábil.
3. Analisar e interpretar a rotação e o índice de liquidez das empresas.
4. Identificar a robustez da estrutura de capitais e do balanço 
patrimonial de uma empresa.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! Lembre-se vamos juntos na troca do conhecimento.
Finanças Corporativas
10
Falências e Recuperações das Empresas
OBJETIVO:
A esta altura, sabemos que os financiamentos, se forem 
bem geridos, são capazes de ajudar na estruturação das 
diversas fontes de capital de uma empresa; e, também, 
que certas maneiras de empregar o capital, quando forem 
aplicadas aos nossos negócios, poderão ser mais eficientes 
do que outras. Mas, caro aluno, você saberia dizer-nos se 
alguma combinação específica das muitas fontes de capital 
pode resultar em custos de capital menores e em valor da 
instituição maior frente o mercado e os acionistas?
Conforme estudaremos neste capítulo, as teorias que 
se debruçam sobre a estrutura de capital existem em 
considerável número e, a depender de sua perspectiva, 
podem, até mesmo, supor que a criação de valor no âmbito 
de uma empresa e que o custo total de suas operações 
não é afetados pela estrutura de capitais. Porém, em sua 
maioria, as teorias considerarão que, mesmo que seja 
mínima, essa interação existe e pode ser descoberta por 
meio de certos índices..
Existem diferentes teorias sobre estruturação de capital. Dependendo 
da ótica, considera-se ou não que a estrutura de financiamentodas 
empresas possa influenciar no custo total e na criação do valor. Em nossa 
lida cotidiana, poderemos calcular indicadores com a capacidade de nos 
revelar se isso acontece, de fato, no contexto em que atuamos.
O importante é ter em vista que os recursos financeiros deverão ser 
incorporados às empresas de alguma maneira, seja por contra própria, 
seja por intermédio de terceiros, independentemente da via adotada, um 
custo impactará o fluxo de caixa. Enquanto gestores financeiros, caberá 
a nós avaliar as fontes de capital e disponíveis e escolher a equilibra os 
maiores benefícios e os menores custos.
Bons estudos!
Finanças Corporativas
11
Caro aluno, concorda conosco quando afirmamos que as empresas 
devem render aos seus proprietários, pelo menos, as suas menores 
expectativas de ganhos? Sim, essa afirmação é verdadeira e nos revela 
uma séria preocupação: para garantir, minimamente, os menores retornos 
projetados por seu proprietário, uma empresa dependerá de que capital 
seja investido em sua estrutura. 
Nesse sentido, a identificação de quais fontes de capital serão as 
melhores escolhas para o negócio será uma decisão que se baseará 
em um conhecimento profundo de todas as suas atividades financeiras. 
Durante esse processo de identificação, tomaremos, como base, o custo 
de capital, que resultará da combinação dos custos de oportunidade 
associados tanto ao uso de capital próprio quanto ao uso de capital de 
terceiros e ao custo médio ponderado de capital.
Capital e Controle Acionário
Como precisamos saber neste ponto de nossos estudos, o capital 
próprio de um negócio equivale aos seus recursos financeiros de 
longo prazo, os quais são desembolsados, em algum momento, pelos 
proprietários ou sócios do empreendimento. Geralmente, o aporte é 
registrado, no contrato social da empresa, como seu capital social.
No caso de uma sociedade anônima de capital aberto, cujo 
capital social é convertido em ações ou cotas-parte (átomos do capital 
social da empresa), teremos duas fontes principal de capital próprio: 
vendas de ações preferenciais (sem direito a voto em assembleias, mas 
com prioridade no recebimento de dividendos); e capital de acionistas 
ordinários, que é composto pelas ações ordinárias (com direito a voto e 
a controle proporcional da companhia, mas preferência no recebimento 
de dividendos) e pela porcentagem de lucro retido (parte do lucro que 
é reinvestida, diretamente, nas operações da empresa, sem qualquer 
distribuições entre os acionistas, quer os preferenciais, quer os ordinários).
Finanças Corporativas
12
De forma geral, os estudiosos das Finanças Corporativas assumem 
que o capital que resulta da emissão de ações de ordinárias é a forma 
mais onerosa de capital próprio, por ceder, em contrapartida ao aporte 
de recursos financeiros, parte do controle acionário organizacional. 
Em seguida, de acordo com Hoji (2010), temos a retenção de lucros e 
comercialização de ações preferenciais. 
Figura 1 – Negociação de ações no mercado
Fonte: Pixabay.
Embora seja um pouco mais difícil compreender isso, capital 
próprio tem, como dissemos acima, um custo associado: a taxa de retorno 
de cada um dos investimentos realizados ou por realizar das empresas, 
taxas com base nas quais é possível atingir e manter um valor específico 
para a sua cota-parte. Ainda de acordo com Hoji (2010), pode ser definido 
como o número que nos permitirá se o resultado de um investimento 
que consideramos realizar no presente representará aumento no valor da 
corta-parte. Caro aluno, isso ficou claro para você?
NOTA:
Tentaremos, então, informar isso de outro modo, garantindo 
que tudo seja compreendido por você. É inerente à 
atividade empresarial, seja qual for, a busca de meios de 
garantir a sobrevivência da organização no mercado, que 
experimenta uma fase de integração jamais vista. Até aqui, 
nada há de complicado, certo? 
Finanças Corporativas
13
Esses meios de garantir a sobrevivência da organização no mercado, 
em quase todos os casos os casos, tomam a forma de investimentos. 
Porém, não podemos realizar um novo investimento, comprometendo o 
capital próprio da empresa, se não tivermos algum indício de que renderá 
ganhos relevantes ao fim de um prazo. Muito menos, poderemos contratar 
capital de terceiros, cujos custos são, em média, superiores aos do capital 
próprio, para arcar com investimentos, a menos que os indícios de que 
lucraremos com isso sejam fortes. 
Por essas razões, devemos conhecer o custo associado ao uso do 
capital, que, como foi definido por nós, será a taxa de retorno de cada um 
dos investimentos realizados ou por realizar.
Existem casos em que, em vista de obter lucratividade, os gestores 
financeiros podem decidir investir não na sua empresa, mas, sim, em 
organizações alheias. O principal motivo pelo qual isso acontece é a 
diversificação das operações da empresa investidora, o que, além de 
poder alcançar o lucro desejado, poderá ser uma maneira importante 
de combater as consequências das crises que, em certas situações, o 
mercado atravessar.
Conhece, caro aluno, algum caso em que, para uma organização 
qualquer, pode ser mais proveitoso investir em outro nicho do mercado 
do que expandir as próprias operações? Por exemplo, isso pode ser 
interessante quando a economia do país estiver em recessão. Sendo 
assim, nos nichos que não tiverem sido impactados pela recessão – o que, 
pelo menos, tiverem sido pouco impactos e apresentarem boas taxas de 
crescimentos, poderemos encontrar companhias nas quais investir. Em 
consequência disso, conforme apontamos, diversificaremos nossa matriz 
de atividade, burlaremos o período de recessão e alcançaremos alguma 
margem de lucratividade.
Finanças Corporativas
14
SAIBA MAIS:
Sabemos que você conhece o conceito de investimento 
institucional, porque faz parte do conteúdo que estudamos. 
Então, se você prestou atenção, deve ter percebido que 
é desse conceito que falamos nos últimos parágrafos. 
Nesse sentido, os investimentos institucionais têm o poder 
de elevar o capital de empresas, proporcionando-lhes o 
fôlego necessário para crescer em momentos nos quais o 
seu nicho de mercado não estiver favorável.
Quando as empresas que recebem investimentos institucionais 
são de pequeno porte, não é incomum que sejam engolidas pelo capital 
externo, porque as más condições do mercado financeiro a tornarão 
atrativas para as investidoras. Por outro, os investimentos institucionais 
podem ser direcionados a empresas maiores, que, proporcionalmente, 
converter-se-ão em partes menores dos seus ativos e, portanto, mais 
raramente, em controle das atividades organizacionais. Ambas as 
situações – investimentos de nossas instituições em empresas pequenas 
e em empresas grandes – resultarão em controle acionário quando 
somarem mais de 50% do total do seu capital social da empresa-alvo, 
tornando-nos a companhia que gerimos responsável por suas atividades.
Exemplo Imaginemos um prédio qualquer de dez apartamentos; e 
que Ricardo, um único indivíduo, seja proprietário de seis apartamentos 
– 60% do total. Nesse contexto, será natural que, nas assembleias 
de condomínios, sejam acatadas as decisões de Ricardo, apesar da 
possibilidade de Aline, de Lúcia, de Pedro e de Roberto serem donos dos 
demais apartamentos. Acontece que, frente aos votos de Aline, de Lúcia, 
de Pedro e de Roberto, que serão quatro, Ricardo, por si só, terá seis e fará 
à tomada de decisões no condomínio. 
Considerando, mais uma vez, um prédio qualquer de dez 
apartamentos, vamos supor, agora, que Ricardo tem quatro apartamentos 
e que Aline é dona de outros três. Nesse novo contexto, Ricardo e 
Aline, juntos, serão proprietários de 70% dos apartamentos do prédio, 
sendo maioria absoluta em relação a Lúcia, a Pedro e a Roberto, que, 
Finanças Corporativas
15
individualmente, têm um apartamento. Portanto, Ricardo e Aline, se 
estiverem alinhados,terão o controle conjunto da administração do 
condomínio. Ao mesmo tempo, se Ricardo não for um bom vizinho, 
Aline finalizar sua aliança com ele e se unir a Lúcia, a Pedro e a Roberto, 
combatendo Ricardo nas assembleias.
Em uma empresa, acontecerá como nos condomínios apresentados: 
a maioria dos acionistas ordinários vencerá as votações. Logicamente, 
qualquer empresa (ou conjunto de empresas) que detiver mais de 50% do 
capital de outra (que seja 50,01%) exercerá o seu controle administrativo, 
atuando como empresa controladora.
Figura 2 – Controle administrativo conjunto
Fonte: Pixabay.
Caro aluno, vamos parar um instante, para refletir: o controle 
administrativo direto será o único meio pelo qual a empresa controladora 
poderá exercer seu poder sobre a empresa cuja maioria das ações detém? 
Não, caro aluno, o controle administrativo direto não é a única forma 
de a empresa controladora exercer poder sobre outras. Existe, ainda, o 
controle indireto, que não é muito bem-visto pelos demais acionistas da 
empresa controlada, por terem seus direitos prejudicados. Em caso de 
controle indireto, uma empresa investidora, por intermédio de uma das 
empresas que controla, adquire um número majoritário de ações de uma 
terceira empresária, controlando essa empresa por via da sua empresa 
intermediária.
Finanças Corporativas
16
Figura 3 – Controle indireto
Fonte: Carvalho (2021).
Para que a organização de capital aberto se projeta de casos de 
controle indireto, existe um mecanismo chamado tag along. Basicamente, 
esse mecanismo estipula que os sócios minoritários da companhia terão 
direitos iguais aos dos acionistas majoritários. Isso está previsto está 
previsto na chamada Lei das S.A. (Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976) e 
é utilizado para garantir que os acionistas minoritários receberão fará jus a 
100% de todos os percentuais fixados, à semelhança do sócio controlador.
1.2 Investimentos, controle acionário e coligação
Caro aluno, observe a seguinte imagem, retirada de Carvalho (2021), 
em que podemos observar uma rede de interações de investimentos que 
envolve cinco empresas.
Figura 4 – Rede de interações de investimentos entre cinco empresas
Fonte: Carvalho (2021).
De acordo com a imagem, temos as seguintes relações entre as 
empresas A, B, C D e E (CARVALHO, 2021):
 • A – é controladora direta de B, com 55% das suas ações, e coligada 
a C, com 40% de suas ações.
Finanças Corporativas
17
 • B – é controlada por A diretamente (que detém 55% das suas 
ações), controla D diretamente (com 55% das suas ações) e está 
coligada a E (com 35% de suas ações).
 • C – está coligada a A por 40% das próprias ações e controla E 
diretamente, com 51% das suas ações.
 • D – é controlada por B (que detém 55% das suas ações).
 • E – está coligada a B por 35% de suas ações) e é controlada por C 
diretamente (que detém 51% das suas ações).
Com base nessas relações, é possível compreender do que se trata 
a coligação entre empresas, caro aluno? Acreditamos que é possível, 
sim, depreender o que o conceito significa, mas preparemos uma 
definição para você. Vamos lá: a coligação é uma relação de influência 
de uma empresa sobre as decisões de outra de cujas ações detém um 
percentual igual ou superior a 20% e menor ou igual a 50%. Assim sendo, 
a empresa investidora terá um poder de voto relevante, mas não terá o 
controle acionário. Devemos considerar, a título de coligação, apenas a 
parte do capital da empresa com direito à voto, eliminando, pois, as ações 
preferenciais. Agora, não há erros quanto à coligação entre empresas, 
certo?
Além dessas, outras relação, menos óbvias do que são as anteriores, 
existem entre as empresas A, B, C D e E. Em primeiro lugar, embora A 
seja a empresa investidora de D, não existe relação de controle direto 
entre ambas: nesse caso, A controla B diretamente, que, por sua vez, é 
responsável pelo controle direto de D – portanto, caso D não apresente 
uma cláusula de tag along, seus acionistas minoritários (os quais, inclusive, 
podem ter sido seus proprietários antes do investimento de A em suas 
ações) poderão enfrentar dificuldades para os obter percentuais a que 
têm direito.
Em segundo lugar, A e E, via C não têm qualquer tipo de relação 
de controle. Porquanto A seja coligada a C, apesar de essa empresa 
deter 51% das ações de E, A não terá controle sobre C, nem diretamente 
nem indiretamente. Por outro lado, A controla 55% das ações de B, que é 
coligada a E por meio de 35% de suas ações. Logo, como A tem controle 
Finanças Corporativas
18
direto sobre B e, por essa via, coligação relevante com E; e como, por outro 
lado, tem uma coligação relevante com C, que controla E diretamente, A 
poderia pensar em uma estratégia para assumir o controle acionário de E, 
caro aluno?
A legislação é dúbia em relação a esse assunto. De acordo com 
a Lei das S.A. (BRASIL, 1976), a coligação existe apenas nos casos de 
investimentos diretos, de modo que os investimentos de A via B e via C 
em E não poderiam ser utilizados para o estabelecimento de um controle 
acionário conjunto sobre E. Por outro lado, de acordo com a lei 11.638, 
de 28 de dezembro de 2007, a coligação poderia acontecer no caso de 
investimentos indiretos, o que viabilizaria o empenho de A.
Como vimos, os tentáculos de A se estendem ao controle 
administrativo de todas as demais empresas, seja por via direta, seja por 
via indireta. O emaranhado de relações entre as empresas chega a ser 
esquisito, não é mesmo? Por que uma empresa como A teria interesse de 
absorver outras empresas e mais outras empresas de tal maneira? 
Um motivo bastante plausível é a lavagem de dinheiro, que 
consiste na transformação de dinheiro ilícito em dinheiro lícito por meio 
da passagem pelos caixas de várias empresas, sob a alegação fajuta de 
prestação de serviços. Assim, o dinheiro se tornará legal e será mantido 
dentro da área de influência da empresa que o lavou, no caixa de suas 
controladas. Em geral, empresas de serviços são escolhidas para a 
realização de lavagem de dinheiro porque se trata da negociação de 
produtos intangíveis. Portanto, após a alegada prestação, apenas a nota 
fiscal gerada pela transação seria prova de que grande parte dos serviços 
foi realizada.
Nesse sentido, caro aluno, caso você se veja envolvido com 
relações que sejam semelhantes às existentes entre A, B, C, D e E, 
investigue! Se se tratar de transações legítimas de compras de ações, 
cuide para que a empresa sob a sua gerência tenha todos os documentos 
legais que comprovem isso, visto que os fiscalizadores estarão de olho na 
sua contabilidade. No entanto, se constatar que alguma atividade é ilegal, 
desligue-se da empresa e a denuncie aos órgãos competentes.
Finanças Corporativas
19
Para que possamos identificar facilmente qual é a relação existente 
entre as entidades, basta nos preocuparmos com os percentuais dos 
investimentos. Se ele for maior do que 50%, há o controle; se estiver 
entre 20% e 50%, há a coligação; e se for menor que 20%, trata-se de um 
investimento comum.
Registro Contábil dos Financiamentos
O gerenciamento dos investimentos em outras empresas nunca 
deve ser o foco enquanto gestor de uma organização, exceto se o negócio 
que gerimos tiver, como atividade principal, a realização de investimentos. 
Ao contrário, o tempo e os recursos de que dispomos devem ser 
aplicados no crescimento de nossas empresas. Portanto, nesta seção, 
abordaremos sobre o registro contábil de investimentos realizações por 
nossas empresas em sua própria estrutura.
NOTA:
Certos investimentos, como os de aquisição de ações de 
empresas, podem ser classificados, corretamente, em 
mais de um dos conjuntos de investimentos presentes no 
Balanço Patrimonial. O que definirá o seu encaixe em um 
grupo será a intenção da empresa com a sua realização.
Inicialmente, notemos que investimentos de curto e de longo prazo 
têm, necessariamente,classificações distintas, apesar de serem do mesmo 
tipo e de terem a mesma intenção. Nesse caso, o que os diferenciará será, 
justamente, o prazo. Ao mesmo tempo, se o investimento for permanente 
– por exemplo, no caso em que passar a fazer parte do capital da 
empresa, com a emissão de novas ações no mercado –, será classificado 
de outra forma. Por detrás das três formas de classificação, há o objetivo 
de gerenciar os investimentos de maneira mais eficiente, adequando-os 
ao contexto da empresa e aos requisitos de uma boa gestão financeira.
Finanças Corporativas
20
Um investimento poderá ser classificado como de valor justo por 
meio de resultado se for adquirido com a intenção de ser revendido a curto 
prazo, conforme Assaf Neto e Lima (2010) nos explicam. Geralmente, os 
ativos serão inseridos nessa rubrica se forem avaliados por (i) preço justo; e 
se (ii) forem mantidos para negociação. De acordo com o pronunciamento 
técnico 46 da Comissão de Valores Mobiliários,
valor justo é uma mensuração baseada em mercado e 
não uma mensuração específica da entidade. Para alguns 
ativos e passivos, pode haver informações de mercado 
ou transações de mercado observáveis disponíveis e 
para outros pode não haver. Contudo, o objetivo da 
mensuração do valor justo em ambos os casos é o mesmo 
– estimar o preço pelo qual uma transação não forçada 
para vender o ativo ou para transferir o passivo ocorreria 
entre participantes do mercado na data de mensuração 
sob condições correntes de mercado (ou seja, um preço 
de saída na data de mensuração do ponto de vista de 
participante do mercado que detenha o ativo ou o passivo). 
(BRASIL, 2012)
Ao passo que todos os registros relativos aos investimentos em 
ativos financeiros devem ser receber entrada a valor justo nos registros 
contábeis, algo diferente acontecerá com perdas e com ganhos que 
decorram dos investimentos: no último caso, uma nova aferição deverá 
acontecer, para compor os resultados do período e, assim, proporcionar 
uma análise contábil mais precisa dos investimentos por intermédio da 
equivalência patrimonial. 
Depois que identificarmos quais valores devem ser encontrados pelo 
método de equivalência patrimonial, faremos outra identificação com base 
nos investimentos: verificaremos que parte do patrimônio líquido da empresa 
pertence a investidores. O passo seguinte será subtrair o valor do patrimônio 
líquido que pertence a investidores do valor registrado para o investimento 
nos livros contábeis da empresa, resultando na equivalência patrimonial.
Exemplo Desta vez, imaginemos que Ricardo, nosso proprietário 
de apartamentos, adquiriu, na forma de sua empresa de investimentos, a 
Blue Dragon, no início de 2020, 40% do capital social da empresa Agatha 
& Filhas, que se dedica a produtos relacionados ao segmento doméstico 
“cama, mesa e banho”. 
Finanças Corporativas
21
Considerando que o capital da empresa Agatha & Filhas, na época 
do investimento, era de R$ 3.000.000, 00; o aporte inicial de Ricardo será 
de R$ 1.200.000,00. No momento em que a equivalência patrimonial foi 
escriturada, contudo, o capital da empresa Agatha & Filhas havia variado 
para R$ 4 milhões, o que, consequentemente, aumentou a de Ricardo 
para R$ 1,6 milhão (40% de R$ 4 milhões), uma ampliação de 33% do 
capital investido inicialmente.
Quando fizermos os registros contábeis de atualização, como 
aconteceu no caso de Ricardo, é necessária uma quantidade absurda 
de atenção: somente os resultados de equivalência patrimonial que 
tenham sido originados de lucros e de prejuízos de investimentos podem 
ser analisados, porque a modalidade de registro contábil não engloba 
resultados que não tenham sido obtidos.
Por fim, o custo histórico consiste em um método de análise dos 
investimentos de uma empresa; e compõe o Princípio do Registro pelo 
Valor Original, que faz parte da organização da atividade contábil no Brasil 
(CFC, 2010, on-line). Nesse sentido, importará, para nós, que o Princípio 
do Registro pelo Valor Original determina que os registros de operações 
contábeis sejam feitos com base no valor original do que a empresa 
houver negociado, independentemente de qual dor a sua destinação 
após o processo de aquisição.
Finanças Corporativas
22
SAIBA MAIS:
Leia, a seguir, como o Conselho Federal de Contabilidade 
define custo histórico:
Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a 
serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo 
valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-
los na data da aquisição. Os passivos são registrados 
pelos valores dos recursos que foram recebidos em 
troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, 
pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os 
quais serão necessários para liquidar o passivo no 
curso normal das operações (CFC, 2010)
Nesse sentido, que tal seria se você consultasse essa 
resolução e lesse, na íntegra, todos os princípios adotados 
pelo Conselho Federal de Contabilidade. Isso enriqueceria 
bastante os seus conhecimentos sobre as Finanças 
Corporativas.
Na prática, o custo histórico visa garantir que as informações 
contábeis de uma empresa recebam o menor número de interações que 
for possível. Como consequência disso, a qualidade e a confiabilidade das 
informações geradas a partir desses registros serão muito maiores.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir algo do que vimos. Você deve ter 
compreendido como compreender o cenário, contexto e 
consequências da falência e da recuperação judicial das 
empresas. 
Finanças Corporativas
23
Projeções de Balanços e Estruturas de 
Capitais
OBJETIVO:
Caro aluno, para que nos tornemos aptos a compreender 
a abrangência do conceito de empresa como instituição 
que explora atividade econômica de maneira organizada, 
devemos assumir que todas as relações desempenhadas 
pelas empresas, tanto as internas quanto as externas, 
constituem um sistema muito bem integrado e dinâmico. .
Nesse sentido, nós, gestores financeiros, dependeremos de 
conhecer, com requinte de detalhes, todos as atividades das nossas 
empresas, sabendo como, juntas, formam uma estrutura organizacional 
nos moldes da definição presente no parágrafo anterior; e estando 
conscientes de que todas as nossas decisões, mesmo que sejam as mais 
circunscritas aos menores setores operacionais, terão influência sobre a 
empresa como um todo – ou seja, terão consequências sistêmicas.
De acordo com Batista (2004, p. 58), sistema, conforme nos 
interessará nesta seção, é um “conjunto de elementos interdependentes, 
ou um todo organizado, ou partes que interagem formando um todo 
unitário e complexo”. Por exemplo, não é verdadeiro que as empresas, 
costumeiramente, são formadas por grupos de pessoas, de bens 
(equipamentos, imóveis, veículos, dentre outros) e de capital? Cada um 
desses grupos, no seu nível de operação, é um sistema; e, juntos, os 
grupos formam a própria empresa, um sistema ainda maior.
Finanças Corporativas
24
Controle de Orçamento
A medida do crescimento de custos, para que uma empresa não 
passe por sérias dificuldades financeiras, jamais pode ser maior do que a 
receita operacional. Nesse caso, como se anularão, teremos uma situação 
de equilíbrio que pode, novamente, ser revertida em favor do aumento 
das receitas operacionais. Do contrário, o resultado será o endividamento 
da empresa.
Se soubermos calcular quais são as dívidas de uma empresa 
e quais são os seus índices de endividamento, caro aluno, teremos a 
oportunidade de obter um panorama de quanto do negócio que gerimos 
depende do aporte de capital de terceiros para render lucros (parcela do 
processo produtivo movida à base de investimento externo).
Os índices de endividamento das empresas são grandezas 
com as quais tanto acionistas (de ambos os tipos) quantocredores se 
preocupam. Isso acontece porque os índices nos relevam o grau de 
comprometimento futuro das empresas. No caso dos acionistas, elevados 
graus de comprometimento futuro das empresas com capital de terceiros 
– que têm prioridade legal no pagamento em relação aos dividendos 
dos acionistas – significam menores dividendos a receber. Por outro lado, 
no caso dos credores, elevados graus de comprometimento futuro das 
empresas com capital de terceiros sinalizam a existência um cenário 
futuro em que a empresa pode não ter rendimentos suficientes para pagar 
os investidores e, ainda assim, quitar as dívidas que financiaram.
Em geral, dívidas de longo prazo não são bem-vistas pelos analistas 
– dentre outros, economistas, administradores, contabilistas e gestores 
financeiros. Você imagina por que os profissionais têm uma opinião tão 
negativa em relação às dívidas de longo prazo, caro aluno? Isso se deve 
ao fato de que comprometer as receitas operacionais, por um período 
grande, com pagamentos cujas taxas de juros sejam altas pode prejudicar 
a saúde financeira da empresa, levando-a à falência em casos mais 
extremos.
Finanças Corporativas
25
Dois dos indicadores mais utilizados pelos analistas de mercado 
e pelos acionistas, rentabilidade e lucratividade indicam diferentes 
informações a respeitos dos retornos obtidos pela empresa:
 • rentabilidade indica qual será o lucro dos investidores com base 
nos valores investidos, considerando, também, o volume de ativos 
que da empresa.
 • lucratividade é a participação do lucro líquido, em determinação 
exercício, na composição dos retornos obtidos, considerando, 
proporcionalmente, o volume de vendas.
Caso a taxas de lucratividade e/ou de rentabilidade de uma empresa 
sejam ruins, a tarefa de obter capital de terceiros se tornará complicada, 
visto que são os indicadores que, em geral, definem se os investidores 
aportarão ou não capital em determinado negócio.
Ebitda, sigla de earnings before interest, taxes, depreciation and 
amortization, observa a geração bruta operacional de lucro. Para isso, por um 
lado, é necessário avaliar somente os resultados das operações; e, por outro, 
é necessário somar as depreciações e as amortizações ao lucro operacional.
A função do Ebitda é verificar se os ativos operacionais geram caixa. 
Por ignorar as despesas e as receitas operacionais, adotando somente os 
resultados operacionais que influenciam o caixa da empresa diretamente, 
é tomado, pelos analistas financeiros, como um dos melhores indicadores 
do seu tipo. No rol de receitas e de despesas operacionais ignoradas, 
dentre outras, estão estas:
 • Resultado de equivalência patrimonial.
 • Imposto de Renda.
 • Amortização.
 • Contribuição Social Sobre o Lucro.
 • Exaustão.
 • Despesas operacionais não rotineiras.
 • Depreciação.
Finanças Corporativas
26
Em resumo, o Ebitda é o valor obtido após os descontos das 
depreciações e das amortizações do lucro operacional. Deve ser suficiente 
para o pagamento de juros e dos impostos sobre o lucro e ainda distribuir 
lucros ou dividendos.
Com a constante necessidade de aprimorar os dados gerencias das 
organizações, principalmente em época de concorrência acirrada, alguns 
pesquisadores e consultores de empresas norte-americanas começaram, 
há muito tempo, a divulgar um método alternativo de medida de 
desempenho e de resultado.
Esse método, chamado de valor econômico, é fundamental para 
a apresentação de informações gerenciais, vista a pouca utilizada da 
contabilidade financeira nesse sentido, por se basear demais em valores 
vinculados ao custo histórico. O valor econômico não é novidade como 
medida de desempenho, tendo aparecido, no cenário corporativo, em 
1920, no âmbito da General Motors Corporation. 
Sob uma perspectiva ampla, a metodologia conhecida como EVA® 
nos permite identificar duas funções importantes:
1. instrumento de mensuração de valor.
2. ferramenta de gestão.
O EVA® ajuda gerentes a transformar suas estratégias em um 
conjunto de ações que possam maximizar o valor da empresa. De acordo 
com Assaf Neto e Lima (2010), trata-se de uma fórmula simples em que 
o custo do capital empregado pela empresa tem papel fundamental. A 
maioria das empresas usa o capital próprio como se não tivesse custo 
e, por isso, não lhe dá um valor contábil apropriado. Essa é, de fato, uma 
das grandes diferenças entre os conceitos de lucro contábil e de lucro 
econômico.
Dessa maneira, uma das contribuições mais importantes do índice 
EVA® foi trazer à luz o fato de que o capital próprio tem um custo, 
embora não tão aparente quanto o custo de capital de terceiros. Para 
obter sucesso na competição pelos recursos escassos do mercado de 
capitais, a empresa deve oferecer, para seus acionistas, no mínimo, um 
Finanças Corporativas
27
retorno igual ao de outros investimentos. Isso significa, portanto, que não 
basta ter lucro líquido positivo e certo nível de lucro por ação. Para muito 
além disso, a empresa precisa ganhar o suficiente para cobrir o custo do 
capital de terceiros e o custo de oportunidade do capital próprio antes de 
começar a criar valor.
Custo e Volume
Como sabemos, uma das preocupações constantes dos gerentes 
financeiros é avaliar como a variação dos custos fixos e dos custos variáveis 
se reflete no lucro das suas empresas. Quando estudamos a relação dos 
conceitos de custo, de volume e de lucro, a influência dos custos fixos e 
dos custos variáveis sobre o lucro se torna mais visível.
Figura 5 – Jornada do gestor financeiro em busca de lucros maiores
Fonte: Pixabay.
Em uma empresa, a estrutura de custo sempre estará ligada com 
o preço de mercado dos produtos vendidos. Logo, dessa ligação perene, 
retiramos as condições necessárias para esboçar estratégias em favor do 
aumento positivo das margens de lucro e contra projetos com taxas de 
crescimento negativos. No segundo caso, as estratégias poderão visar 
tanto à finalização dos projetos, caso sejam avaliados como dispendiosos; 
quanto à sua reformatação, casos suas projeções possam ser melhoradas 
mediante novas atividades de planejamento.
Finanças Corporativas
28
Sem dúvida, em um mercado globalizado e altamente competitivo 
como o atual, o conhecimento profundo das relações custo/volume/
lucro é uma das ferramentas mais poderosas da contabilidade gerencial a 
serviço da gestão empresarial.
A análise dos custos fixos e variáveis possibilita uma visão abrangente 
dos gastos relacionados com os volumes produzidos e vendidos pela 
empresa em determinado período. A partir daí, é possível verificar pontos 
essenciais nos volumes, bem como a tomada de decisões de aumento ou 
diminuição nos volumes de produção.
A análise da tríade custo/volume/lucro dependerá de conceitos de 
gerenciamento de rentabilidade, os quais, a esta altura, são nossos velhos 
conhecidos.
1. Alavancagem operacional.
2. Ponto de equilíbrio.
3. Margem de contribuição.
Vejamos como a tríade custo/volume/lucro e os demais conceitos 
estão relacionados, caro aluno. 
Volume de Vendas, Custos e Lajir
Primeiramente, precisamos ter em mente que aumentos no volume 
de vendas das empresas costumam resultar em lucros maiores. No 
entanto, volume de vendas e lucratividade não grandezas proporcionais. 
Até aqui, está tudo bem simples, não é? Pois então, um aumento de 20% 
no volume de vendas não implicará um aumento de 20% na lucratividade. 
Mas por que isso acontece? Não parece lógico que, se aumentarmos 
nossas vendas, aumentaremos, também, a nossa lucratividade? Isso não 
apenas parece lógico: é verdadeiro. Porém, com um percentual de 20% 
no volume (quantidade) de vendas, considerando que nossos custos 
fixos permaneçam os mesmos – o que, em parte relevantes dos casos, 
acontece –, nada nos impedirá de atingir de lucratividade maiores do que 
20%.
Finanças Corporativas
29
A lucratividade de que falamos é o índice Lajir (lucro antesdos juros 
e imposto de renda). Para encontrá-lo, é necessário saber como funciona 
o impacto da variação das vendas sobre o Lajir. Utilizaremos, então, o 
cálculo do Grau de Alavancagem Operacional (GAO). Por sua vez, antes 
de aprendermos como o GAO é obtido, devemos utilizar este exemplo de 
Kato (2013), visto por nós anteriormente. 
Preste muita atenção às etapas que percorremos até chegar ao 
GAO, caro aluno, porque serão complexas. Tentaremos dividi-las com 
bastante clareza, para facilitar a sua aprendizagem.
 • Etapa 1: Conhecer a Fórmula do o Lajir
Figura 6 – Exemplo de Kato (2013)
Fonte: Kato (2012).
No esquema, temos duas situações: Caso 1 e Caso 2. Caso 2 nos 
apresenta um cenário pessimista, com redução de vendas, ao passo que 
Caso 1 é ou otimista ou realista, a depender da perspectiva do gestor 
financeiro, com aumento de vendas. 
Para analisar ambos os cenários, consideremos que a previsão de 
vendas – indicada na coluna entre Caso 2 e Caso 1, em que constam todas 
as demais previsões – tenha sido de R$ 10.000,00.
Finanças Corporativas
30
Comparando Caso 2 e Caso 1 com as previsões, notamos que Caso 
2 admite uma redução das vendas em 50%. Ao contrário, por sua vez, Caso 
1 adota um aumento das vendas em 50%. Nas duas situações, devido às 
próprias naturezas, os custos fixos são os mesmos, e os custos variáveis, 
proporcionalmente, acompanham as taxas de evolução e de involução 
das vendas: no Caso 2, caem à metade do previsto (de R$ 5.000,00, 
passam para R$ 2.500,00); e, no Caso 1, equivalem a 1,5x, em que x é a 
previsão (de R$ 5.000,00, passam para 1,5 X R$ 5.000,00 = R$ 7.500,00).
O Lucro Antes dos Juros e do Imposto de Renda (Lajir) equivale 
ao lucro operacional e é mensurado sem o desconto das despesas 
operacionais e financeiras, entrando na demonstração de resultado do 
exercício em questão. No Caso 2, o valor do Lucro Antes dos Juros e do 
Imposto de Renda (Lajir) é igual a R$ 0,00. Por outro lado, no Caso 1, o 
valor dobra de R$ 2.500,00 (previsto) para R$ 5.000,00. Isso significa que, 
no Caso 2, nenhum lucro sobra após o pagamento das despesas e dos 
tributos.
NOTA:
Caro aluno, você faz ideia do que podemos concluir com 
base na comparação do Caso 2 com o Caso 1? 
Perceba que, como os custo fixos, necessariamente, 
são iguais nos dois cenários, o Caso 1 demonstra uma 
alavancagem operacional em relação ao Caso 1, uma vez 
que, com as mesmas condições de produção, aumenta o 
lucro operacional em 50%, quando a referência é a precisão; 
e em 200%, quando a referência é o Caso 2.
 • Etapa 2: conhecer a fórmula do GAO
Caro aluno, para calcular GAO, adotaremos a seguinte fórmula.
Finanças Corporativas
31
Sendo assim, descobrimos o motivo de as variações do Lajir e do 
volume de vendas serem importantes a ponto de acionarmos, mais uma 
vez, o exemplo de Kato (2013), certo?
Adotando o Caso 1 de Kato (2013), poderemos calcular o GAO.
 • Etapa 3: calculando o GAO
No Caso 1 de Kato (2013), as vendas e o Lajir aumentaram, 
respectivamente, 50% e 100% em relação às previsões. Então, temos o 
seguinte GAO.
Se GAO é igual a 2, sabemos que, enquanto o índice de vendas 
recebeu um acréscimo de 50%, o Laji teve um crescimento de 100% (2 X 
50%). 
Caso os custos fixos aumentassem no mesmo passo que o volume 
de produção, GAO seria igual a 1, e não haveria alavancagem de produção. 
Na medida em que nos fornece um número que, ao ser multiplicado 
pela variação no volume de vendas, resulta no quanto isso influenciou 
o lucro operacional de uma empresa, o GAO mede a suscetibilidade do 
lucro operacional ao volume de vendas.
Volume de Vendas, Custos e Ponto de Equilíbrio
O ponto de equilíbrio operacional é aquele em que as receitas 
operacionais equivalem às despesas operacionais. Podemos estudá-lo 
de três perspectivas: contábil, financeira e econômica.
A análise do ponto de equilíbrio operacional, também conhecida 
como análise de custo-volume-lucro (CVL), servirá para que calculemos 
o volume de vendas necessário para cobrir os custos operacionais de 
nossas empresas; e para que projetemos a rentabilidade de diferentes 
níveis de vendas (KATO, 2012).
O ponto de equilíbrio contábil ou operacional se estabelece quando 
o volume de lucros é suficiente para pagar as despesas operacionais, 
Finanças Corporativas
32
sendo o lucro operacional igual a zero. A seguir, está a equação do ponto 
de equilíbrio contábil.
QC = equilíbrio contábil
CF = custos fixos
P = preço unitário
CVunitário = custos variáveis unitários
Vamos supor que a empresa Agatha & Filhas tenha custos fixos de 
R$ 80.000,00 e custos variáveis unitários de R$ 120,00, vendendo seus 
cobertores a R$ 200,00 (por unidades). Considerando esse contexto, 
o valor dos cobertores é suficiente para cobrir os custos operacionais? 
Para descobrir essa informação, devemos aplicar equação do ponto de 
equilíbrio contábil.
Para cobrir os custos operacionais, a empresa precisa vender 1.000 
unidades do produto. 
Da perspectiva do ponto de equilíbrio financeiro, não observaremos 
custos fixos que não sejam valores pagos pela empresa – ou seja, valores 
que, em vez de serem pagos, deixam de ser recebidos, impactando, 
igualmente, o ponto de equilíbrio contábil. Um caso desse tipo é o da 
depreciação (D). Para realizar o cálculo do ponto de equilíbrio financeiro, 
precisaremos adaptar a equação anterior à seguinte forma.
Além de cobertores, a empresa Agatha & Filhas produz outros 
produtos do segmento casa, mesa e banho. Um desses é um conjunto de 
duas fronhas, para o qual temos as seguintes informações.
CF = R$ 24.000,00
Finanças Corporativas
33
P = R$ 20,00
CVunitário = R$ 12,00
C = R$ 2.000,00
Portanto, para alcançar um ponto de equilíbrio que considere a 
depreciação do valor dos produtos, 2.750 conjuntos de fronhas precisam 
ser vendidos. 
Por sua vez, o ponto de equilíbrio econômico considera o Lucro 
Desejado (LD).
Vamos imaginar agora, que a empresa Agatha & Filhas deseje 
ter uma margem de lucro de R$ 6.000,00 com a venda do conjunto de 
fronhas. Nesse caso, atingirá o ponto de equilíbrio financeiro com a venda 
de quantas unidades?
CF = R$ 24.000,00
P = R$ 20,00
CVunitário = R$ 12,00
LD (lucro desejado): R$ 6.000,00
Portanto, para alcançar o lucro desejado de R$ 6.000,00, é 
necessário vender 3.750 unidades de conjunto de fronhas.
Margem de Contribuição
O resultado da relação (P – CV), chamado de margem de 
contribuição unitária, não apenas é o denominador da equação de ponto 
de equilíbrio financeiro, mas indica, ainda, se a produção será viável para 
a empresa. Se for positivo, apontará que a produção será benéfica para a 
Finanças Corporativas
34
empresa. Porém, nos casos em que for ou nulo ou negativo, apontará que 
a produção acarretará prejuízos para a empresa.
No exemplo anterior, a margem de contribuição unitária é igual a 
R$ 8,00 ((P – CV) = R$ 20,00 – R$ 12,00 = R$ 8,00), o que significa que, a 
cada conjunto de fronhas vendido, a R$ 8,00 entrarão no caixa da Agatha 
& Filhas com a finalidade de cobrir as despesas ou custos fixos unitários 
(quantidade total de custos/quantidade de produtos vendida).
Caro aluno, você sabe em que facilidade a margem de contribuição 
resulta para o gestor financeiro. Conhecendo essa margem, o gestor 
financeiro se torna capaz de escolher entre os sistemas de custeio (1) 
direto e (2) por absorção, que se diferenciam (Quadro 1) pela forma como 
os custos unitários são alocados em relação aos estoques.
Quadro 1 – Diferenças entre sistemas de custeio
Direto Por absorção
i. Separa os custos em dois 
grupos: fixos e variáveis
ii. Separa os custos, também, 
em diretos e em indiretos
iii. Utiliza somente os custos di-
retos de uma unidade de deter-
minado produto
iv. Adota um critério administra-
tivo interno
i. Separa os custos em dois grupos
ii. Por outro lado, separa os custos em 
diretos e em indiretos
iii. Utiliza tanto os custos diretos quan-to os indiretos de uma unidade de de-
terminado produto
iv. Adota um critério administrativo ex-
terno
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Alavancagem Operacional e Ponto de Equilíbrio 
Contábil
A alavancagem operacional e o ponto de equilíbrio contábil ou 
operacional dependem das mesmas variáveis: receitas e despesas 
operacionais. Agora, analisaremos como a variação dos custos 
operacionais fixos, do custo operacional variável e do preço unitário 
influenciam o ponto de equilíbrio contábil e a alavancagem operacional. 
Para isso, utilizaremos um exemplo de Gitman (2006).
Finanças Corporativas
35
Figura 7 – Influência do custo operacional variável e do preço unitário sobre o ponto de 
equilíbrio contábil ou operacional e sobre a alavancagem operacional
Fonte: Gitman (2006).
Retomando a nossa empresa Agatha & Filhas, suporemos que o seu 
gestor financeiro deseja testar como se sairia, frente aos consumidores, 
um aumento no preço de seu edredom king size.
Com os seguintes dados, calcularemos o equilíbrio contábil antes 
do aumento de preço king size e a alavancagem operacional após o 
aumento de preço.
Antes do aumento de preço
Preço unitário = R$ 320,00
Custo variável unitário = R$ 300,00
Custos fixos = R$ 160.000,00
Depois do aumento de preço
Preço unitário = R$ 400,00
Finanças Corporativas
36
Custo variável unitário = R$ 300,00
Custos fixos = R$ 160.000,00
Portanto, comparando os dois cenários, com um aumento de R$ 
50,00 no preço unitário do edredom king size, a empresa Agatha & Filhas 
deverá vender 1.600 unidades do king size para alcançar o equilíbrio 
contábil, metade do que seria necessário sem o aumento do preço 
unitário.
Agora, verificaremos um terceiro cenário: se as demais variáveis 
permanecerem constantes, qual seria o ponto de equilíbrio contábil se o 
preço unitário do edredom king size aumentasse para R$ 500,00?
Aumento do preço unitário para R$ 500,00
Preço unitário = R$ 500,00
Custo variável unitário = R$ 300,00
Custos fixos = R$ 160.000,00
Finanças Corporativas
37
Portanto, a empresa necessitaria vender 800 unidades do edredom 
king size para alcançar o equilíbrio operacional, 50% a menos do na 
situação anterior.
Aprendemos, com esses exemplos, que um aumento no preço 
unitário de um produto pode conduzir a uma redução do equilíbrio 
operacional. Mas o que tais exemplos nos informam sobre a alavancagem 
operacional? Então, considerando que os custos fixos operacionais 
permaneceram inalterados, o lucro operacional crescerá mais do que a 
variação de preço unitário.
Considerando que cada unidade vendida de determinado produto 
oferece uma contribuição unitária para cobrir os custos fixos e alcançar 
lucro, pode-se, com certa facilidade, simular situações de quantidades 
vendidas, determinando, assim, qual o volume de vendas que deve ser 
atingido para determinado resultado.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos 
resumir algo do que vimos. Você deve ter compreendido 
como interpretar as projeções econômicas das empresas 
com base nos principais indicadores extraídos do balanço 
contábil. 
Finanças Corporativas
38
Análises de Rotações e Liquidez
OBJETIVO:
Na Administração Financeira, é comum a aquisição, a 
incorporação e a cisão de empresas – divisão de uma 
empresa em, pelo menos, duas. Esta seção se debruçará 
sobre cada um desses conceitos, esclarecendo-os para 
você, caro aluno..
Aquisição ou Incorporação
A aquisição costuma ser confundida como uma junção de empresas, 
situação em uma organização, após negociar os procedimentos de como 
isso se dará com outra, absorve o seu patrimônio. Como veremos, esse 
é um caso bastante restrito, enquanto a aquisição, consideravelmente, é 
mais ampla.
Basicamente, uma aquisição conta com dois protagonistas, um 
adquirente e um adquirido e pode ser definida como a operação em que 
um adquirente toma o controle de um ou de mais adquiridos. Caro aluno, 
o conceito continua semelhante ao de absorção, não continua? Faremos 
um esforço para que essas informações fiquem mais claras para você.
Figura 8 – Aquisição: incorporação de uma empresa por outra
Fonte: Pixabay.
Finanças Corporativas
39
A aquisição é uma operação que pode ser realizada por qualquer 
empresa e não envolve somente o patrimônio de outra. Obrigatoriamente, 
relacionará um adquirente e um adquirido, no mínimo; e, quando for 
finalizada, a empresa adquirida deixará de existir. Além disso, diferentes 
tipos societários podem participar de uma operação de aquisição, tanto 
como adquirentes quanto como adquiridas. Ainda, está prevista na Lei 
das S.A. (BRASIL, 2015) e é regulada pelo Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis (CPC, 2011).
Por outro lado, no caso da absorção de patrimônio, que pode 
acontecer por várias razões, nenhuma dessas características, exceto a 
participação de diferentes tipos societários, estará presente. Destacamos 
que nada do que é estipulado em uma absorção de patrimônio implica o 
necessário fechamento da empresa cujo patrimônio foi absorvido.
Existem diferentes formas por meio das quais viabilizar uma 
operação de aquisição, dentre as quais há as três seguintes:
1. Aquisição dos ativos líquidos de uma entidade, que acontece 
por meio da compra, no mercado de ações, de todas as cotas-
ação ordinárias de uma empresa – neste caso, forçosamente, a 
empresa cujas ações são compradas passa a se comportar como 
uma subsidiária da empresa adquirente ou investidora, visto que a 
totalidade de seu capital social pertence a tal empresa.
2. Aquisições das ações de uma entidade em quantidade suficiente 
para que o seu controle acionário seja tomado – nesta caso, nem 
todo o capital social da empresa adquirida pertencerá à empresa 
adquirente, mas apenas uma parte majoritária. Então, a empresa 
manterá parte dos sócios ordinários antigos, ao passo que a sua 
administração, formalmente, passará às mãos da empresa sócia 
majoritária.
3. Cisão para a distribuição do patrimônio a terceiros.
4. Aquisição ou incorporação reversa, que, no Brasil, é mais comum 
no contexto das empresas estatais – neste caso, a operação é 
realizada em três fases: aquisição do controle da estatal por uma 
empresa concessionária, criação de uma sociedade “veículo”, cujo 
Finanças Corporativas
40
capital está aportado na empresa concessionária, e incorporação, 
pela entidade concessionária, da entidade “veículo”.
Fusão
A fusão se trata de um negócio multilateral, como é o caso da 
aquisição: requer, pelo menos, dois protagonistas para acontecer. Porém, 
se, na seção anterior, vimos que uma das empresas incorporará a outra, 
que deixará de existir; nesta situação, as duas (ou todas as empresas, 
se houver mais) empresas fundidas deixam de existir, originando uma 
organização nova e detentora de todos os bens, de todas as obrigações e 
de todos os direitos das anteriores. 
A legislação societária (BRASIL, 2015), em seu artigo 228, estabelece 
que “fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades 
para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e 
obrigações”, corroborando que afirmamos acima.
Figura 9 – Cálculos referentes à operação cisão
Fonte: Pixabay.
Apesar de a nova empresa herdar todos os bens, de todas as 
obrigações e de todos os direitos das anteriores das que foram fundidas, 
Finanças Corporativas
41
isso não acontecerá com os aspectos contábeis. Nesse sentido, todas as 
contas patrimoniais, sejam representativas de ativos, sejam representativas 
de passivos, são zeradas, transmitindo sobre os itens patromoniais para a 
empresa a ser criada.
A conta que receberá a contraparte contábil é denominada “conta 
corrente de fusão”. Após cumprir a sua função no interstício entre as 
empresas fundidas e a criação de outra empresa, será zerada e substituída 
pelas contas que comporão o patrimôniolíquido da nova organização. 
Prestemos atenção, pois, ao fato de que todos os componentes do Balanço 
Patrimonial da nova organização deverão ser zerados, evidenciando o 
patrimônio de uma empresa que existirá deste momento em diante, em 
nada mais associada às que lhe deram origem.
Cisão
A última operação de reorganização societária que estudaremos é a 
cisão. Na prática, consiste na redução da estrutura de uma empresa, a fim 
de que outra (ou várias outras) sejam criadas. Caso a cisão seja somente 
de um fragmento do patrimônio da empresa, teremos uma cisão parcial. 
Por outro lado, se a cisão for de todo o patrimônio da empresa, que, 
inclusive, deixará de existir na sua forma antiga, teremos uma cisão total.
No artigo 229 da Lei das S.A. (BRASIL, 2015), encontramos que a 
cisão consiste em uma transferência de parcelas do patrimônio de uma 
empresa para uma ou mais sociedades, empresa essa que, no caso de uma 
cisão total (distribuição de todas as parcelas do seu patrimônio), deixará 
de existir; e, no caso de uma cisão parcial, existirá em concomitância com 
a empresa (ou empresas) que foram beneficiadas como o seu patrimônio.
Normalmente, a cisão utilizada como uma estratégia de crescimento 
organizacional. Sabe por isso acontece, caro aluno? Em nosso país, 
existem certos incetivos públicos para empresas cujas operações não 
estejam consolidadas. Por isso, é mais vantajoso para os acionistas cindir 
uma empresa que alcança a maturidade de suas operações, para que 
continuem a aproveitar os incetivos públicos. Essa manobra é totalmente 
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legal: visa a empregar a legislação brasileira a serviço das nossas empresas 
e do seu planejamento tributário.
O planejamento tributário é uma alternativa inteligente de economia 
para o caso de cisão, visto que tem a capacidade de auxiliar a empresa a 
aproveitar os créditos de impostos, como ICMS e IPI; e, ainda, de permitir 
a base de outros impostos seja reduzida, enquanto os pagamentos serão 
feitos de forma simplificada. 
Em relação aos registros contábeis, a cisão não quase não se 
distingue da fusão e da incorporação. Dissemos quase, não foi? No caso 
de haver cisão total, existe uma particularidade: como haverá a extinção 
das atividades da empresa cindida, os lançamentos contábeis das 
empresas resultantes serão muito semelhantes aos de um negócio fruto 
de incorporação.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir algo do que vimos. Você deve ter 
compreendido como analisar e interpretar a rotação e o 
índice de liquidez das empresas. 
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Índices Patrimoniais e Estrutura
OBJETIVO:
A expressão “governança corporativa” vem da expressão 
inglesa “corporate governance”. Muitos países têm notado a 
importância do tema recentemente, embora seja discutido 
há mais de uma década, em função da sua preocupação 
com as empresas radicadas em seu território e com a sua 
fatia do mercado internacional. Aprender o que é e em que 
o contribui serão os objetivos desta seção..
Governança Corporativa: Conceito e 
Contribuições
Sabemos muito bem que boas práticas de transparência são 
fundamentais para aumentar a confiança dos investidores interessados em 
nossos negócios, certo, caro aluno? O aumento da transparência, portanto, 
será acompanhado de um proporcional crescimento da confiabilidade 
das nossas empresas frente ao mercado, ambos os indicadores sendo 
tomados, além disso, como uma demonstração de que a nossa gestão 
lida, adequadamente, com os recursos financeiros de que dispõe. 
Figura 10 – Cálculo de impostos
Fonte: Pixabay.
Finanças Corporativas
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Falamos várias coisas, mas não dissemos o que transparência e 
confiabilidade têm em comum com a governança corporativa. Caro aluno, 
você arriscaria um palpite? Quando consolidamos uma gestão adequada 
dos recursos financeiros a nosso dispor, estaremos, necessariamente, 
alinhados com a legislação fiscal e com a legislação societária, alinhamento 
esse que, comumente, é conhecido como governança corporativa. 
NOTA:
Ao afirmamos que a gestão adequada está alinhada com a 
legislação fiscal e com a legislação societária, desejamos 
destacar que esses são critérios que definem a gestão 
adequada. Portanto, sem esses critérios, poderemos 
ter gestões de quaisquer tipos que formos capazes de 
conceber, mas nenhum poderá ser considerado adequado.
Será que você, caro aluno, conseguiu imaginar o que é governança 
corporativa? Trata-se de um conjunto de práticas cujo objetivo é o de 
maximizar o desempenho de um negócio, protegendo, para isso, as 
partes interessadas: credores, investidores e, também, funcionários. A 
consequência mais óbvia de se implementar tais práticas é facilitar o 
acesso da empresa ao capital, visto que a empresa se transformará em 
um dos focos de interesse do mercado.
A análise das práticas de governança corporativa, quando é 
aplicada ao mercado de capitais, envolve, principalmente, transparência 
na prestação de contas, confiabilidade frente ao mercado e equidade no 
tratamento dos tipos de acionistas. No caso dos investidores, que são os 
principais afetados por essas práticas, veremos, como resultado dessa 
aplicação, decisões de investimento mais assertivas. Como a governança 
corporativa determina as formas como poderão atuar nas empresas, a sua 
influência no desempenho empresarial será maior e mais clara para todos 
os envolvidos. 
Nesse contexto, aplicar as técnicas cumprirá o objetivo de aumentar 
o valor de mercado da organização que receberá o investimento, 
Finanças Corporativas
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expandindo, também, o patrimônio do investidor. Tudo isso é possível 
porque a governança corporativa reduz o custo de capital das empresas, 
tornando-se atrativa para o mercado de capitais e tendo as suas operações 
ampliadas. Assim, apesar de obter juros sobre o seu capital menores, 
devido à redução do custo de capital para a empresa, o investidor lucrará 
na forma de receitas operacionais.
IMPORTANTE:
Quando investidores aportam o seu capital nas empresas, 
sujeitam-se ao que é conhecido como risco de apropriação 
indevida. Já ouviu falar disso, caro aluno? É uma situação 
em que parte dos lucros rendidos por um investimento são 
retidos, indevidamente, pelos gestores de uma empresa. 
As práticas de gestão corporativa são apreciadas pelos 
investidores na medida em que coíbem esse tipo de 
sonegação, protegendo-os contra a ganância dos gestores 
e dos acionistas.
Até este momento, discutimos a importância da transparência e 
da confiabilidade para o crescimento de uma empresa e como mantêm 
relação com as práticas de governança contábil. Ainda não abordamos, 
portanto, o que é o conceito de equidade no tratamento dos tipos de 
acionistas. 
Começaremos por uma definição da palavra “equidade”, que, 
afinal de contas, não é tão comum assim. Equidade, de acordo com 
Oxford Languages (2021), é uma “virtude de quem ou do que (atitude, 
comportamento, fato etc.) manifesta senso de justiça, imparcialidade, 
respeito à igualdade de direitos”. Logo, conseguimos perceber que 
equidade e justiça tem uma relação íntima, mas não somos capazes, 
ainda, de determinar que relação é essa.
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Figura 11 – Justiça
Fonte: Pixabay.
Avançando um pouco mais, podemos estabelecer que o conceito 
de equidade com o qual trabalharemos será um pouco mais restrito do que 
esse e muito menos parecido com o conceito de igualdade. Assumiremos 
que equidade é uma adaptação dos normas existentes à realidade de 
cada indivíduo ou agente presente em um meio, respeitando, para isso, 
os critérios de justiça. Por sua vez, a igualdade proclama apenas que as 
mesmas normas devem valer para os indivíduos, sem haver exceções.
NOTA:
Ficou clara, para você, a diferença entre equidade e 
igualdade, caro aluno? Então,você deve ter compreendido 
que, enquanto a igualdade preza pela extensão das mesmas 
normas a todos os indivíduos, a equidade prevê, de um 
modo mais prático, que as normas precisam ser adaptadas 
à realidade de cada indivíduo e de cada meio, visto que, 
de indivíduos que não têm as mesmas condições, não se 
esperar comportamentos idênticos em relação às normas.
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Avançando, pela segunda e última vez, em relação ao conceito de 
equidade, podemos, finalmente, admitir o que é equidade no tratamento 
dos tipos de acionistas. Trata-se de adequar as normas (as empresariais, 
no caso de uma empresa; e as legais, no caso da Justiça) ao contexto 
de cada participantes do mercado, assegurando-lhes a proteção dos 
direitos de acesso à informação contábil, sem a adoção de práticas 
discriminatórias entre tipos de investidores, entre tipos de acionistas, 
entre tipos de funcionários e entre quaisquer outros agentes.
Os agentes da governança corporativa devem prestar contas de 
seus atos administrativos, a fim de justificar sua eleição, remuneração e 
desempenho. Também devem zelar pela continuidade da empresa, por 
meio de decisões que privilegiem a perenidade e a sustentabilidade em 
relação ao resultado a curto prazo, sem deixar de considerar sua função 
social e seu dever de contribuir para ações educativas e culturais, ao 
mesmo tempo em que respeita o meio ambiente.
Conformidade das Práticas de Governança 
Corporativa
Anteriormente, mencionamos que a gestão adequada de 
uma empresa, necessariamente, obedece às leis da sociedade e 
aos regulamentos corporativos. A isso, damos, também, o nome de 
conformidade. Dentre outras coisas, a conformidade será fundamental 
para que as operações de uma empresa adentrem o mercado 
internacional, tendo em vista que a conformidade perpassará, também, 
pelos indicadores de transparência e de confiabilidade da empresa.
Portanto, podemos afirmar que, se uma empresa, ao aplicar as 
técnicas de governança corporativa, atingiu o patamar de conformidade, 
houve, por parte dos diferentes mercados, dos investidores e dos 
diversos agentes financeiros, um reconhecimento do seu potencial e da 
sua seriedade, elementos-chave da investida de qualquer empresa no 
mercado internacional.
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Figura 12 – Conformidade
Fonte: Pixabay.
Com vistas a se elevar ao patamar da conformidade, uma 
empresa deve investir em um modelo de governança corporativa que, 
minimamente, paute-se nas seguintes boas práticas:
 • Atribuição de papéis e de responsabilidades a todos os agentes 
em seu âmbito.
 • Explicitação dos padrões de desempenho esperados para cada 
papel atribuído.
 • Definição de uma estrutura organizacional coerente e de como é 
atravessada pela gestão de processos.
 • Delimitação de cada tarefa presente na organização.
 • Determinação de objetivos organizacionais em função do tempo 
que demorarão para ser atingidos (curto, médio e longo prazos).
 • Adoção de mecanismos de controle condizentes com os objetivos 
institucionais.
 • Instituição de mecanismos de avaliação e de recompensa de 
todos os agentes sob a sua gerência.
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Com base nessas boas práticas, você conseguiu ter uma visão 
de como a governança corporativa atua? Então, antes de finalizarmos 
esta unidade, esclarecemos isso para você. A criação de regras para os 
diferentes relacionamentos que existem em uma empresa, estabelecendo 
uma hierarquia entre os papéis, é o princípio da gestão corporativa. Isso 
significa que os papéis sobre os quais recai a responsabilidade de decidir, 
de autorizar e de exigir, os chamados gestores funcionais, devem ter total 
controle sobre todos os segmentos e sobre todos os níveis da empresa. 
Abaixo, os gerentes de processos coordenarão atividades e responderão 
às demandas dos gestores funcionais. Por fim, há os funcionários, que 
executarão os procedimentos de produção, de acordo com as instruções 
recebidas dos gerentes de processos. 
Com a manutenção de uma hierarquia rígida na cadeia da tomada 
de decisões, a governança corporativa prima por um ambiente respeitoso, 
harmônico e organizado, distribuindo essas qualidades por toda a 
empresa.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir algo do que vimos. Você deve ter 
compreendido como identificar a robustez da estrutura de 
capitais e do balanço patrimonial de uma empresa.
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REFERÊNCIAS
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ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAM, B. D. Administração 
Financeira. São Paulo: McGraw-Hill, 2008.
SÁ, C. A. Fluxo de Caixa: a visão da tesouraria e da controladoria. 
São Paulo: Atlas, 2009.
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VIEIRA, M. V. Administração Estratégica do Capital de Giro. São 
Paulo: Atlas, 2008.
WERNKE, R. Gestão Financeira: ênfase em aplicações e casos 
nacionais. Rio de Janeiro: Saraiva, 2008.
Finanças Corporativas
	Falências e Recuperações das Empresas
	Capital e Controle Acionário
	Registro Contábil dos Financiamentos
	Projeções de Balanços e Estruturas de Capitais
	Controle de Orçamento
	Custo e Volume
	Volume de Vendas, Custos e Lajir
	Volume de Vendas, Custos e Ponto de Equilíbrio
	Margem de Contribuição
	Alavancagem Operacional e Ponto de Equilíbrio Contábil
	Análises de Rotações e Liquidez
	Aquisição ou Incorporação
	Fusão
	Cisão
	Índices Patrimoniais e Estrutura
	Governança Corporativa: Conceito e Contribuições
	Conformidade das Práticas de Governança Corporativa

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