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Caderno de ProtoColos ClíniCos da FHeMiG segunda edição (revisada e ampliada) Fundação Hospitalar do estado de minas gerais | FHemig Caderno de ProtoColos ClíniCos da FHeMiG “Um projeto em busca de melhoria da qualidade de atenção à saúde” editores Francisco Carlos de Souza Guilherme Freire Garcia Janete Mendes Carvalho Marta Alice Campos Valda Maria Franqueira Mendonça seGunda edição \ Belo Horizonte \ 2010 FiCHa CataloGráFiCa F438 Fundação HosPitalar do estado de Minas Gerais – FHeMiG Caderno de Protocolos Clínicos/ organizadores: Francisco Carlos de souza, Guilherme Freire Garcia, Janete Mendes Carvalho, Marta alice Campos, Valda Maria Franqueira Mendonça. – Belo Horizonte: FHeMiG, 2010. v.1; il. 1. Protocolos Clínicos 2. diretrizes Clínicas 3. Medicina Baseada em evidência 4. linhas Guias 5. Gestão da Clínica. i – souza, Francisco Carlos de. ii – Mendonça, Valda Maria Franqueira. iii – Garcia, Guilherme Freire ISBN 978-85-61907-01-3 Belo Horizonte – 2010 Direitos exclusivos para língua portuguesa Copyright 2009 by FHEMIG Alameda Vereador Álvaro Celso, 100 – Bairro Santa Efigênia – Belo Horizonte – Minas Gerais. CEP: 30.150-260 – Fone: 0 (XX) 31 3239-9500 – Fax: 0 (XX) 31 3239-9579 Site: www.fhemig.mg.gov.br – e-mail: fhemig@fhemig.mg.gov.br. faleconosco@fhemig.mg.gov.br Revisão prevista a cada 3 anos. É permitida a divulgação, citação parcial e total deste trabalho para os fins a que se propõe, desde que citada a fonte: Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais - FHEMIG. expediente Antônio Augusto Junho Anastasia GoVERNADoR Do EStADo DE MINAS GERAIS Antônio Jorge de Souza Marques SECREtÁRIo DE EStADo DE SAúDE Antônio Carlos de Barros Martins PRESIDENtE Christiano Augusto Bicalho Canêdo VICE-PRESIDENtE Fernando Eduardo Guimarães de Carvalho CHEFE DE GABINEtE Alcy Moreira dos Santos Pereira DIREtoR ASSIStENCIAl Mércia Fátima Cardoso de Andrade DIREtoRA DE PlANEJAMENto, GEStão E FINANçAS Josiano Gomes Chaves DIREtoR DE DESENVolVIMENto EStRAtÉGICo E PESqUISA Artur Peretz lichter DIREtoR DE ENSINo E DESENVolVIMENto DE PESSoAS Julio César Pinto PRoCURADoR-CHEFE Alexandre Gorgulho Cunningham AUDItoR SECCIoNAl Christina Marândola ASSESSoRA DE CoMUNICAção SoCIAl Comissão Central de protoColos ClíniCos da FHemig Dr. Guilherme Freire Garcia (coordenador) Dr. Francisco Carlos de Souza Dra. Marta Alice Campos Dra. Valda Maria Franqueira Mendonça Enfa Janete Mendes Carvalho Farm. tânia Azevedo Anacleto Comissão iniCial de protoColos ClíniCos da FHemig Dra. Fátima lúcia Guedes Silva Enfa. Placidina Ferreira de Sousa Enfa. Elizabeth Canuta dos Santos Dr. Francisco Carlos de Souza (coordenador) Dr. José tarcísio Portela Dra. Valda Maria Franqueira Mendonça Dr. Frederico José Amedée Peret Dra. Maria do Socorro Alves lemos unidades assistenCiais da rede FHemig por Complexos Hospitalares: Complexo de Urgência e Emergência Hospital Infantil João Paulo II – HIJPII • Hospital João XXIII – HJXXIII • Hospital Galba Veloso ortopédico – HGVo • Hospital Maria Amélia lins – HMAl • Hospital Cristiano Machado – HCM – Sabará • Complexo de Hospitais Gerais Hospital Júlia Kubitscheck – HJK • Hospital Regional Antônio Dias – HRAD – Patos de Minas • Hospital Regional de Barbacena – HRB • Hospital Regional João Penido – HRJP – Juiz de Fora• Complexo de Especialidades Hospital Eduardo de Menezes – HEM • Maternidade odete Valadares – MoV • Hospital Alberto Cavalcanti – HAC • Complexo de Reabilitação e Cuidado ao Idoso Casa de Saúde Padre Damião – CSPD – Ubá• Casa de Saúde Santa Fé – CSSF – três Corações• Casa de Saúde Santa Izabel –CSSI – Betim• Casa de Saúde São Francisco de Assis – CSSFA – Bambuí• Complexo de Saúde Mental Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena – CHPB • Centro Mineiro de toxicomania – CMt • Centro Psíquico da Adolescência e da Infância – CEPAI • Hospital Galba Velloso – HGV • Instituto Raul Soares – IRS • Complexo MG transplantes A FAlA Do PRESIDENtE “Compete ao médico aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o me- lhor do progresso científico em benefício do paciente”. Este é um dos princípios fundamentais do novo Código de Ética Médica, Resolução CFM Nº 1931/2009. “o médico generalista, para manter-se atualizado, deveria examinar 17 artigos ao dia, todos os dias do ano”, segundo Davidoff et al: Evidence based medicine: a new journal to help doctors identify the information they need. BMJ 310: 1085, 1993. Apesar de todos os avanços científicos ocorridos nas diversas áreas do cuidado em saúde e de sua disponibilização através da web, os profissionais ainda encontram inúmeros obstáculos no acesso às informações atualizadas, confiáveis e validadas internacionalmente. Cabe aos gestores da saúde a implementação de políticas, ações e programas que irão agregar qualidade, eficácia e eficiência aos serviços prestados. A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais - FHEMIG, com suas 22 uni- dades na capital e interior do Estado de Minas Gerais, tem a responsabilidade de entregar à população serviços de qualidade e humanizados, de média e de alta complexidade. Como gestores, temos a obrigação de garantir que nossos profis- sionais estejam qualificados e treinados na utilização de todas suas capacidades e dos conhecimentos disponíveis em prol dos usuários do SUS. Adotar a estratégia de gestão da clínica, utilizando Protocolos Clínicos desenvol- vidos por profissionais que atuam na ponta do sistema assistencial da sua Rede, trouxe à FHEMIG transparência e profissionalismo à gestão. Por meio do monitora- mento e revisão periódica desses processos, pretende-se reduzir sua variabilidade e obter resultados mais efetivos. o profissional, sobrecarregado pelo sistema e sem tempo de “aprimorar continu- amente seus conhecimentos científicos”, encontra nos Protocolos Clínicos esta oportunidade, facilitando e agregando valores às ações no dia-a-dia a favor da preservação da vida. lucram os profissionais e os gestores com a adequação de recursos tecnológicos e humanos e, principalmente nossos clientes, nosso objetivo maior. Antônio Carlos de Barros Martins Presidente da FHEMIG preFáCio “Um Projeto em busca de melhoria da qualidade de atenção à saúde” Apresentamos o primeiro volume de Protocolos Clínicos da FHEMIG baseado na sistematização do conhecimento atual sobre métodos diagnósticos e abordagens terapêuticas. Esse projeto objetiva promover maior segurança e qualidade ao aten- dimento que prestamos. Mais do que uma normalização de condutas, pretende-se com esse projeto facilitar a disseminação de boas práticas em todas as nossas unidades hospitalares, assegurando à população por nós assistida o acesso a con- dutas seguras e efetivas. Gostaríamos, ao apresentar esse projeto, de fazer uma reflexão sobre três pontos que lhe são fundamentais: Primeiro, o entendimento da complexidade que carac- teriza o momento epidemiológico atual dos adoecimentos e mortes. Complexi- dade formatada na múltipla causalidade dos eventos em saúde, na possibilidade de abordagens variadas, na velocidade e na pressão pela incorporação de novas tecnologias e nas inúmeras fontes de informação. Este cenário diversificado e ao mesmo tempo fértil aponta a necessidade de desenvolver protocolos que reflitam as evidências científicas para a orientação da prática clínica. Segundo, dentro deste campo da complexidade se destaca como desafio contem- porâneo o entendimento e aprimoramento das relações intersubjetivas e suas sin- gularidades. Para nós, profissionais de saúde e cuidadores, esse tema é de grande interesse e relevância. Restabelecer relações dialógicas baseadas em valores como solidariedade, afetividade e respeito ao outro também fazem parte do processo de qualificação da atenção. No entanto, o projeto de Protocolos Clínicos apesar de não pretender cobrir esse espaço de relações, com certeza contribui para seuapri- moramento a partir do momento que torna mais transparente e ágil o processo de tomada de decisão. terceiro, compreendemos que os protocolos não são simples instrumentos de au- tomação da prática clínica; o grau de objetividade e subjetividade que norteiam esse processo são, de longe, mais complexos. No entanto, a normalização de con- dutas é não só uma necessidade das instituições de saúde, mas um instrumento eficaz na qualificação dessa prática e um imperativo ético diante da diversidade de ofertas e alternativas de abordagens nem sempre qualificadas ou reconhecidas. Este projeto significa um processo constante de modelagem e remodelagem de nossas condutas à luz das evidências científicas. Exige a construção e reconstrução de temas na velocidade que a realidade determina, sensibilização e capacitação de nossos profissionais para sua utilização e incorporação no cotidiano, além do monitoramento e da avaliação de seu impacto e resultado. Firmamos o compromisso desta gestão com este projeto e com todos os outros que tenham como objetivo garantir a segurança de nossas ações e a qualidade de nossos serviços. Dr. José Orleans da Costa Diretor Assistencial da FHEMIG no período de 10 de Setembro de 2004 a 20 de Março de 2007 apresentação Promover a melhoria contínua do nível da assistência é o primeiro objetivo da Diretoria Assistencial da FHEMIG. No universo das estratégias utilizadas para esse fim, as ferramentas de gestão da clínica têm demonstrado forte poder de indução das boas práticas assistenciais. A política institucional de incentivo ao desenvolvimento e implantação de Proto- colos Clínicos nos hospitais da Fundação tem dado passos importantes no sentido de consolidar o modelo de organização dos processos assistenciais, fundamentado nos melhores níveis de evidências para tomada de decisão pelas equipes. Atallah diz em seu artigo Medicina baseada em evidências. Uma nova maneira de ensinar e praticar a medicina. Rev Diag trat 1996;1(2):8-10: “utilizando-se da Medicina Baseada em Evidências não teremos a garantia de bons resultados, mas diminuem-se claramente as possibilidades de maus resultados, aumentando a efi- ciência profissional, com menor desperdício de recursos e energia do médico e do paciente.” Para nortear este caminho existe o compromisso do corpo técnico-assistencial da Fundação em oferecer aos cidadãos procedimentos com elevado padrão de segu- rança, buscando integrar a experiência clínica às melhores evidências disponíveis. A constituição formal das Comissões locais de Protocolos Clínicos, bem como da Comissão Central, institucionaliza as ações necessárias para manter viva a propos- ta, seja pela revisão periódica dos protocolos publicados, seja pela implantação e publicação de novos números. Um caminho inequívoco que se abre de continui- dade deste compromisso, que não é apenas com a ciência ou com as estatísticas de redução de danos, o que por si só o justificaria, mas particularmente, com o da promoção de uma medicina ética. Novos desafios já despontam, pela necessidade notória de convocar as outras áreas afins como a enfermagem, a farmácia, a fisioterapia, a fonoaudiologia, a psicologia, a nutrologia, a odontologia, o que dará a dimensão transdisciplinar que a assistência requer. o primeiro volume, que ora se apresenta, é fruto do árduo trabalho de várias mãos, inicialmente patrocinado pelo Dr. José orleans da Costa, e desde então ten- do à frente o Dr. Francisco Carlos de Souza como fiel depositário deste propósito na coordenação desta área na Diretoria Assistencial da FHEMIG. Alcy Moreira dos Santos Pereira Diretor Assistencial da FHEMIG Fala do diretor assistenCial autores e ColaBoradores do VoluMe i os autores e colaboradores deste volume estão citados na primeira folha de cada Protocolo. Em sua grande maioria, os autores são funcionários da FHEMIG, e graças à sua excelência profissional, foi possível realizar este proje- to. A Comissão Central de Protocolos Clínicos agradece o incansável trabalho desses profissionais, que engrandecem a instituição, e convida para a continui- dade desta tarefa nos próximos volumes. aGradeCiMentos À Comissão de Protocolos Clínicos expressa a gratidão pelo apoio diário de todos os assessores e supervisores da DIRASS. Cláudio Pedrosa Assumpção Dalze lohner Maia Solange Pimentel Bastos Pereira lívia Mara Ferreira Maria Auxiliadora M. de Melo Vianna Edna Moura de Carvalho Ivan lamac de Carvalho Hessem Miranda Neiva Ivana Cátia Moutinho Ramos tânia Anacleto Azevedo Verônica de Fátima Ribeiro Macedo Magda Pinheiro Franco leonardo de Assis Freitas Velloso Elaine de Andrade Azevedo tiago Sávio Moreiras Possas Carmem Sofia Fernandes dos Santos lucas Antônio Monteiro Castro Sobrinho Kátia Virgínia Bittencourt Agradecemos os serviços de suporte de secretaria: Paula Kelly Moreira de Matos Paulo César Evaristo Sotero Edilaine Rocha Gouvêa Gomes Maurício Campos Faria aGradeCiMento esPeCial: Agradecimento especial à Assessoria de Comunicação Social da FHEMIG e à Bi- bliotecária Denise Aparecida teixeira, da Diretoria de Ensino e Desenvolvimento de Pessoas. “A ‘Medicina Baseada em Evidências’ aponta um cami- nho que desafia dogmatismos, certezas e confortáveis unanimidades, sem chegar ao extremo de condenar práticas e pesquisas convencionais evidentes ou de cair em dúvidas paralisantes.” José Paulo Drummond – UFRJ “Working with gifted colleagues, first at McMaster and later in oxford and throughout Europe, I became an expert in an old field with a new name: evidence based medicine” ........................... “Sackettisation,” defined as “the artificial linkage of a publication to the evidence based medicine movement in order to improve sales.” ...................... “Is redemption possible for the sins of expertness?” Sackett Dl, the sins of expertness and a proposal for redemption. BMJ 2000 May 6; 320 (7244): 1283 “Não se pode esquecer que a história é cruel com aqueles que pensam que ela é eterna. Porque ela não é eterna. Ela muda as faces, muda as exigências. E pode se converter num abismo e afogar aqueles que não perceberem que é momento de mudar de rumo”. Florestan Fernandes – 1995 Em todos os casos sempre houve responsabilização de um ou mais profissionais na redação de cada texto. Entretanto, todos os protocolos clínicos foram e deve- rão ser enriquecidos com discussões conjuntas com os profissionais dos hospitais, onde os protocolos foram e serão desenvolvidos. Essas discussões foram todas conduzidas pela comissão de protocolos, buscando garantir a uniformização metodológica na construção, bem como a oportunidade de crítica interna de profissionais distintos. Além disso, esta publicação foi disponi- bilizada na intranet da Fhemig, para consulta, antes de ser divulgada. os autores assumem total responsabilidade pelo conteúdo técnico divulgado em cada texto e se comprometem com a citação desta obra em qualquer outro traba- lho em que venham utilizá-la. Compromisso editorial sumário histórico1. ................................................................................................. 16 o projeto cinco anos depois2. ................................................................. 17 introdução3. ............................................................................................. 18 uma visão sobre a mbe4. .......................................................................... 19 m5. étodos e materiais .............................................................................. 21 Envolvimento dos executores finais das unidades Definição e métodos de seleção dos temas e protocolos orientação para grau de recomendação e nível de evidência Validação interna dos Protocolos eleitos I6. mplantação e continuidade dos protocolos .................................... 23 referências bibliográficas7. ....................................................................24 anexos8. tabela I .................................................................................................... 25 tabela II ................................................................................................... 26 tabela III .................................................................................................. 27 protocolos clínicos9. Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo 1. Cranioencefálico leve ........................................................................ 30 Protocolo de Atendimento ao Paciente 2. Vítima de traumatismo Abdominal ...................................................... 41 Sepse Grave e Choque Séptico3. ............................................................ 48 Pré-Eclâmpsia4. ...................................................................................... 81 Prematuridade5. .................................................................................... 90 Acompanhamento Ambulatorial do Paciente com HIV/AIDS6. ............... 97 Abordagem e Acompanhamento Ambulatorial 7. do Paciente com Hepatite Viral Aguda ............................................. 102 Convulsão no Recém-nascido8. ............................................................ 117 Protocolo de Intubação em Sequência Rápida em Pediatria 9. .............. 123 Atendimento terciário das lesões traumáticas do quadril e Pelve 10. ..... 135 Protocolo para tratamento da Fratura-luxação trans-escafoperisemilunar 11. do Carpo e da luxação Perisemilunar do Carpo .............................. 148 tratamento das Hepatites Virais Crônicas B, C e Co-infectados HIV12. ... 154 tratamento de Feridas Hospitalares I úlceras por Pressão13. ................... 203 Uroginecologia14. ................................................................................. 221 Manejo Hospitalar da tuberculose15. ..................................................... 231 Abordagem do Paciente em Síndrome de 16. Abstinência Alcóolica: Diagnóstico, avaliação e tratamento. ............. 243 Apendicectomia17. ................................................................................ 254 Protocolo de Captação de Doadores de tecidos oculares para transplante18. 259 tratamento Primário das Fraturas Expostas19. ........................................ 271 linha Guia para o Manejo Clínico do Paciente com 20. Influenza por Cepa Emergente Potencialmente Pandêmica ............... 285 Asma na Infância21. .............................................................................. 300 Cuidados com o paciente em morte encefálica 22. ou suspeita de morte encefálica. ...................................................... 309 Protocolo de traumatismo Raquimedular (tratamento agudo)23. ........... 321 24. Protocolo de Cuidados ao Idoso e Reabilitação .................................. 327 25. triagem Nutricional em pacientes adultos ......................................... 364 pág. 16 \\ Na página oficial da rede FHEMIG – Fundação Hospitalar do Estado de Minas Ge- rais, na web, encontramos: “A missão institucional da fundação é prestar assistên- cia hospitalar de complexidade secundária e terciária, com importância estratégica regional e estadual, participando da formulação da política de gestão para hospi- tais integrados ao Sistema único de Saúde (SUS) de Minas Gerais”1 Com 33 anos de existência esta é a maior rede de hospitais públicos da América do Sul. Com seus 22 hospitais, é a REFERÊNCIA HoSPItAlAR PúBlICA de Minas Gerais, além de ser o maior centro formador de pós-graduação de profissionais da saúde da América latina. A Fundação completou três décadas em atividade com uma nova visão administrativa, buscando o desenvolvimento de um Sistema de Gestão para maior eficiência administrativa de suas unidades1. A Diretoria Assistencial (DIRASS), uma das unidades administrativas da FHEMIG, de acordo com o Decreto 43.676, de 4 de dezembro de 2003, tem dentre outras competências: Coordenar a padronização de medicamentos e insumos hospitalares e de-• finir protocolos para a sua utilização; Definir protocolos de conduta para serem implantados nas unidades assis-• tenciais, em suas diversas clínicas; Exercer, na sua área de competência, a coordenação das atividades reali-• zadas pelas unidades. Nesse contexto foi criada a “Comissão Central de Protocolos Clínicos da FHEMIG” (CCPC), para a elaboração, implantação e coordenação de protocolos de condutas clínicas, especificamente. No primeiro semestre de 2005, esta comissão iniciou seus trabalhos com a ela- boração de um projeto para a constituição dos protocolos com uma estratégia baseada na vivência clínica de seus profissionais internos, calcada em modelos e experiências de outras instituições nacionais e internacionais, além de literatu- ra específica sobre diretrizes e Protocolos Clínicos2,3,4,5,6,7. Com os trabalhos desta comissão em pleno andamento, dois acontecimentos vieram confirmar que está- vamos no caminho certo: a implantação de protocolos na rede de assistência pri- mária da Secretaria Estadual de Saúde, e a publicação da portaria n° 816, de 31 de maio de 2005, do Ministério da Saúde, que constituiu o Comitê Gestor Nacional de Protocolos de Assistência, Diretrizes terapêuticas e Incorporação tecnológica em Saúde (CGN)8. Esta portaria considera a necessidade, entre outras, de definir critérios para a incorporação de “Protocolos Clínicos e Assistenciais” no Sistema único de Saúde (SUS), mostrando a consonância da FHEMIG, com as políticas de saúde estadual e nacional, dando assim mais fôlego ao nosso projeto. Ratifica, por fim, a assertiva deste projeto, o lançamento do livro de Protocolos – Urgências e Emergências de uma grande instituição de saúde complementar de Minas Gerais com a participação, inclusive, de colaboradores do nosso projeto. Nosso caderno de protocolos clínicos contribuirá definitivamente para consolida- ção das boas práticas assistenciais na rede e para sua acreditação junto a organis- mos de acreditação nacional de instituições de saúde, tendência irreversível nos dias atuais. HistóriCo \\ pág. 17 A Portaria Presidencial da FHEMIG No. 262/2005 instituiu a Comissão Permanente Central de Protocolos Clínicos e a Portaria No. 293/2006 determinou aos Direto- res das Unidades Assistenciais da Rede instituir, através de ordem de Serviço, as Comissões locais de Protocolos Clínicos (ClPC). os decretos No. 43.676/2003 e No. 44.466/2007 da FHEMIG regulamentam a padronização de medicamentos e insumos hospitalares, definindo a implantação de protocolos para a sua utilização sob competência da Diretoria Assistencial - DIRASS. A utilização de diretrizes clínicas leva a diminuição dos riscos para os usuários, homo- geneíza condutas clínicas, garante qualidade quando baseada nas melhores evidên- cias científicas disponíveis, além de ser um produto facilitador para a educação dos profissionais. os protocolos continuam chegando, e como previsto no projeto inicial, novos desafios vão surgindo. A sensibilização dos profissionais é atividade contínua tanto na construção como na aplicação dos protocolos na ponta do sistema. Definiu-se como implementação as estratégias de treinamento e sensibilização dos profissionais sobre a importância do uso dos protocolos e do monitoramento dos resultados para identificação e correção das inconformidades. o novo paradigma “gestão da clínica” tem sido comparado pelos seus apologis- tas notáveis, à clássica gestão de meios, centrada apenas em recursos humanos, materiais e financeiros. Nesta comparação consideram que há ganho de eficácia e eficiência nos sistemas de saúde na utilização da primeira. Avançou-se na adequação dos recursos materiais e na identificação das necessida- des de recursos humanos qualificados. As diretorias e gerências assistenciais têm investido na solidificação das ClPC, disponibilizando recursos humanos específi- cos. os treinamentos têm sido constantes e redirecionadospelo que se aprende ao fazê-los. Notou-se rapidamente a interdisciplinaridade dos protocolos envolvendo, por vezes, desde a portaria até os mais altos níveis de complexidade das unidades e os seus profissionais. Durante reuniões de implementação, pôde-se notar dificul- dades e propor soluções para os diversos setores de um hospital, sendo esta uma oportunidade gerencial única de integração do grupo gestor com os profissionais da linha de frente. A resistência dos profissionais para aceitar a incorporação de processos no trabalho e a racionalização dos investimentos em inovações tecnoló- gicas são batalhas intrínsecas a esse processo. Para avaliar resultados é necessário medir, ao que se chamou de monitorizar ou gerenciar. Como ainda não há este hábito, essa tarefa de aspecto impossível à primeira vista torna-se viável com esta perspectiva de designação de pessoal espe- cífico para coletar e organizar dados, com a escolha de poucos protocolos (carros- chefe das unidades) para monitorização e perspectiva de informatização plena. Cinco anos após, ainda há que avançar no processo de medir os resultados do projeto Protocolos Clínicos, desenvolvendo a indispensável ferramenta moderna de gerência que é a informatização plena da atenção e gerenciamento das unida- des. Ato pioneiro, a inclusão dos protocolos no Sistema Informatizado de Gestão Hospitalar (SIGH) adiciona qualidade e segurança no monitoramento, agilizando o gerenciamento das inconformidades em tempo hábil garantindo melhora conti- nua na atenção aos usuários do SUS. Por último, como garantir a perenidade do processo? É necessário manter uma ca- deia de esforços, desde decisão gerencial, a estrutura de ClPC funcionantes e reco- nhecidas, protocolos atualizados, sensibilização para a cultura de se trabalhar com protocolos e apoio material e de recursos humanos adequados para cada etapa do processo. Sobretudo, é necessário estar sempre atento ao caminhar da história para que ela não seja “cruel” conosco, nos dizeres de Florestan Fernandes, percebendo sempre com o pensar e repensar, fazer e refazer o “momento de mudar de rumo”. o projeto CinCo anos depois pág. 18 \\ “Informação em saúde deve ser trabalhada no sentido de reforçar os direitos hu- manos, de contribuir para a eliminação da miséria e das desigualdades sociais e ao mesmo tempo subsidiar o processo decisório na área da saúde, em prol de uma atenção com efetividade, qualidade e respeito à singularidade de cada indivíduo e ao contexto de cada população”. Ilara Hämmerli S. Moraes. In: Política, tecnologia e informação em saúde. Casa da qualidade Editora – Salvador – Bahia – 2002. A velocidade da informação evoluiu nas últimas décadas em ritmo estonteante, sendo a maioria inválida ou irrelevante para a prática clínica5. É vasta na litera- tura médica a informação sobre a elaboração, crítica e apologias de diretrizes terapêuticas2-7, 9. A Medicina Baseada em evidência (MBE) nasceu em meados dos anos 80 na Universidade McMaster, (Canadá), berço da Epidemiologia Clínica anglo-saxônica. Entretanto, pesquisa no Pub-Med, como base de dados de literatura médica com os termos “evidence based medicine”, sem limite inferior de data, só mostra da- dos a partir do ano de 1992. Até julho de 2005 encontram-se 18.133 referências e 19.070, até 15 de outubro do mesmo ano, ou seja, 9,5 publicações sobre o as- sunto por dia, nos últimos 3 meses do primeiro semestre de 2005. Nos últimos dois anos os mesmos verbetes, na mesma fonte mostram 27.989, ou seja, ritmo de crescimento ainda maior de 12,22 publicações por dia. A maioria destas, 93,2%, nos últimos nove anos. A maioria destas, 89,9%, nos últimos sete anos. Com esta verdadeira avalanche de informação sobre um corpo atuante onde muitos médi- cos foram formados bem antes da marcante presença da MBE na prática médica, faz-se necessária uma sistematização e muito mais, uma leitura crítica sobre o seu papel nesta prática. Assim procurou-se um olhar tanto crítico quanto possível, buscando extrair da MBE o máximo de sua contribuição para os propósitos dessas diretrizes, sem cair naquilo que Vasconcelos Silva em seu estudo “Proliferação das rupturas paradigmáticas” chama de fundamentalismo, status de normatividade (prescritiva ou proscritiva), que por vezes perde seu senso crítico. introdução \\ pág. 19 Ao considerar as publicações científicas e classificá-las segundo os modelos que se utilizou como metodologia para confeccionar e avaliar os protocolos, procurou-se desde o primeiro momento uma visão aberta da hoje popularizada MBE. Rosem- berg define a MBE como “processo de descobrir sistematicamente, avaliar e usar achados de investigações como base para decisões clínicas”.5 Vasconcellos, Silva atribui a Drummond (in: Medicina baseada em evidências. São Paulo: Atheneu; 1998) a afirmativa de que a MBE se apoia em tripé formado pela epidemiologia clínica, pela bioestatística e pela informática médica. Aquele autor define a MBE como “transição paradigmática originada de imperativos de ordem econômica e cognitiva sobre uma medicina baseada em observações não sistematizadas. A experiência clínica pessoal, imposta de forma arbitrária, empobreceria a produção de certezas e a eficácia terapêutica. A MBE se instalaria assim como mediadora essencial no processo de ‘tomada de decisões clínicas’ que atende às premissas da ética dos objetos, o que é tacitamente admitido como a melhor maneira de praticar a medicina.” Vista assim, passa uma ótica positivista onde o conhecimento seria um aglutinado de estudos como um bloco de um novo paradigma ampliado, totalizante e im- parcial. tentar responder a pergunta de Vasconcelos, Silva: A melhor evidência é equivalente ao melhor cuidado? poderá aguçar a nossa capacidade crítica. Se considerarmos o contexto que Drummond justifica a MBE: 1) custos cada vez mais elevados; 2) métodos pedagógicos obsoletos e 3) extensão e heterogeneida- de da produção científica, assumimos valores econômico-cognitivos para respon- der que a melhor maneira de praticar a medicina é aquela com decisões corretas, eficiência e redução de custos. Se a premissa econômica se agiganta, os pacientes passam a ser tratados como “consumidores” ou “orçamento” no caso da inicia- tiva pública. Não é confortável opor-se a evidências que, com os parcos recursos existentes, nos trazem economia e efetividade por um lado. Não cabe também a crítica sec- tária ou imobilista mediante o estabelecido, tradicional, construído na observação, opinião e experiência pessoal, por outro lado. Entretanto, quando esses valores econômico-cognitivos são impostos incondicionalmente sobre qualquer outro, a crítica sensata pode nos aproximar da lucidez.o uso cego, religioso da MBE no contexto em que Drummond a justifica, pode levar a distorções. o grande, se não o maior, exemplo disto foi a renúncia pública de Sackett, idealizador e um dos mais árduos defensores da MBE desde MacMaster e depois por todo o mundo, ao título de autoridade no assunto “devido às críticas de sackettização de publicações para aumentar venda”10. Estes interesses só serão percebidos por nós na prática diária com o exercício da crítica equilibrada. É valioso observar que a própria siste- matização de ensaios clínicos randomizados (ECR) pode virar uma mera compila- ção de informações para totalizar e potencializar uma grande verdade acrítica de reafirmação de valores técnicos. As críticas de que a MBE não atende a todos os aspectos e demandas individuais, a recursos limitados e contingências específicas e involui ao nível de receita de bolo, podem parecer contra-fundamentalista e não tão grave como a crítica que Silva chama atrofia do discernimento profissional e da razão prática dadas as circunstâncias extra-clínicas de difícil parametrização9. Se a resposta sobre a melhor maneira para a prática assistencial se baseia no resumo das relações entre sujeitos (profissionais) e suas técnicas (econômico-cognitivos), somente osobjetos parametrizáveis. uma visão sobre a mbe pág. 20 \\ serão considerados. A abordagem apenas por métodos de registro do observável exclui a subjetividade, o intangível pelos profissionais e suas técnicas (econômico- cognitivo, pilar da MBE), podendo trazer confusão ao seu conhecimento e sua técnica. Deve-se, sem dúvida, investir no desenvolvimento de técnicas e no sujeito (profis- sional), mas não tirar a perspectiva do que é o fundamental na atividade assisten- cial médica, ou seja, a relação sujeito-sujeito buscando, talvez com os velhos para- digmas, mensurar o produto desta relação que não é parametrizável pela MBE. Dr. Francisco Carlos de Souza Dra. Valda Maria Franqueira Mendonça \\ pág. 21 Na ausência de prática com um modelo metodológico para construção de Protoco- los Clínicos, pensou-se em definir com clareza os objetivos, princípios norteadores, formato e estratégias para a construção dos Protocolos Clínicos. Uma das estraté- gias de elaboração foi a mobilização de todos os hospitais para se envolverem na construção dos protocolos, visto que, na visão da coordenação e de experiências internacionais, há uma baixa adesão à prática dos protocolos sem o envolvimento daqueles que finalmente o executam. Divulgação e discussões amplas sobre a ne- cessidade de protocolos onde a Medicina Baseada em Evidência (MBE) se coloca como paradigma da atual prática médica, foram o foco desta fase do projeto. enVolViMento dos exeCutores Finais das unidades Com os princípios de considerar a prevalência, diversidade de conduta, custos e impactos na população foi solicitado o levantamento dos temas e a elaboração em cada hospital dos protocolos julgados mais importantes por eles. Devido ao tamanho e visibilidade da demanda, à complexidade, papel estratégico, e custos especiais de alguns hospitais, estes foram visitados (inicialmente) para re- forçar a solicitação de envio de protocolos, feita a todos anteriormente, conforme os prazos do projeto. deFinição e Métodos de seleção dos teMas e ProtoColos Para a definição dos protocolos que teriam prioridade na implantação, foi elabo- rada uma grade de critérios para seleção (tabela I – apêndice) que resultou em uma classificação (tabela II – apêndice). Esta, à semelhança do AGREE9, do qual foi adaptado, considerou o resultado mais para avaliação qualitativa que quantitati- va. Com a mesma base de informações foi também elaborada uma classificação adaptada do “oxford Centre for Evidence-based Medicine levels of Evidence (May 2001)”4 à semelhança da adaptação feita pelo Projeto Diretrizes da AMB/CFM2 para grau de recomendação e nível de evidência (tabela III – apêndice), seguindo a tendência atual de se pautar protocolos/ diretrizes/“guidelines” pela MBE. Para a elaboração dos critérios de seleção, foram pesquisados na Medline no período de 1992 a julho de 2005 estudos existentes sobre as diversas orien- tações para elaboração de diretrizes clinicas2,5,7 e para avaliação qualitativa de protocolos9. os resultados deste estudo, associados aos princípios anteriormente citados, resultaram na grade de seleção da tabela I. Definiu-se que seriam elabo- rados e implantados inicialmente os que obtiveram maior pontuação e/ou temas que a CCPC (Comissão Central de Protocolos Clínicos) julgassem prioritários. os protocolos com temas iguais e afins foram compilados pelos elaboradores em um único material. métodos e materiais pág. 22 \\ orientação Para Grau de reCoMendação e níVel de eVidênCia Para elaboração de diretrizes encontra-se na web vasta literatura2,7. Evidenciam-se entre elas pequenas variações metodológicas. Buscou-se neste trabalho nortear por alguns princípios como: protocolos que se pautem por Exequibilidade – atingir a atividade fim da Fundação, ou seja, todo o cliente do SUS, na assistência hospita- lar e especializada bem como o profissional de saúde, o executor desta ação; Uni- versalidade – seguir uma orientação matricial, guardada a realidade das unidades e particularidades do tema; objetividade – texto prático e objetivo com fluxograma e fácil acesso, virtual e físico, onde toda fundamentação e comunicação teórica fun- damental sejam facilmente transmitidas aos executores. Base de evidência científi- ca – além de citar referências bibliográficas, procurou-se também indicar o grau de recomendação e o nível de evidência científica, conforme o modelo, objetivando ressaltar a consistência da informação e objetividade na utilização do protocolo. A base principal para orientação aos elaboradores na estratificação do grau de recomendação e evidência, foi o “oxford Centre for Evidence based medicine”. Validação interna dos ProtoColos eleitos. Recomendamos que a validação interna de um protocolo clínico se fizesse desde o momento da sua elaboração pelo corpo clínico, sugerindo-se reunião sobre o tema que fosse amplamente divulgado na unidade e com a participação de todos os profissionais envolvidos na sua utilização final. Estes momentos possibilitam esclarecer dúvidas, definir fluxogramas, rever processos de trabalho, envolver e estimular o trabalho em equipe, garantindo assim sua incorporação pelo grupo. Muitos hospitais, particularmente aqueles com residência médica, têm reuniões ampliadas com definições de protocolos já validados pela sua prática há alguns anos. Contudo estes protocolos não estão sistematizados com elementos que per- mitam sua avaliação por instrumentos internacionais consagrados. o papel chave da CCPC é justamente orientar esta sistematização. Algumas clínicas referenda- ram em reuniões os seus protocolos especificamente para esta publicação, como fora sugerido a todas. \\ pág. 23 Um indicador pode ser um fato, um número absoluto, um índice, uma taxa ou coeficiente e medem aspectos quantitativos e/ou qualitativos relacionados à es- trutura, processos ou resultados. Eles sinalizam e nos direcionam para assuntos específicos da organização e devem ser reavaliados periodicamente. Na gestão pela qualidade total, indicadores são denominados itens de controle e possibilitam medir a qualidade e a quantidade dos serviços sendo, portanto, im- prescindíveis no planejamento, organização, coordenação e avaliação da atenção à saúde. Protocolos Clínicos com itens de controle definidos possibilitarão informações se- guras à gestão da Fundação para suporte material e de recursos humanos qualifi- cados assegurando, assim, sua continuidade. Contudo, definir métodos, periodicidade de avaliação e, sobretudo, assegurar o envolvimento do profissional em todo o processo de trabalho com os protocolos, desde a sua fase inicial, é sua maior garantia de continuidade. Entendemos que a pactuação com a Diretoria Assistencial em cada unidade hos- pitalar, a partir desse processo, criando as Comissões locais de Protocolos Clínicos (ClPCs), a exemplo da existente no Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII) e asso- ciado aos Núcleos de Ensino e Pesquisa (NEPs), seja a tradução orgânica desta continuidade dentro de cada Unidade. Esta estrutura determinará os instrumentos para acompanhar a gestão material, RH e, particularmente, a alimentação do SIGH – Sistema de Gestão Hospitalar. Esse programa deve gerar, em cada prontuário, o número do protocolo a que está ligado cada paciente a partir do diagnóstico principal, secundário e/ou de alta. Isso vai gerar um banco de dados com imenso potencial de utilização. o acompanhamento das ClPCs pelas diretorias, incenti- vando os profissionais, inclusive com investimento na qualificação, será a pedra angular desse processo ora em construção. Após cinco anos, concluímos e ampliamos a implantação efetiva dos Protocolos Clínicos. Anos que significaram todo um processo de participação, envolvimento, investimento financeiro e decisões, onde se aprendeu a conhecer melhor a rea- lidade da nossa Instituição, as nossas possibilidades e a conquistar um contínuo espaço de criatividade. Alguns Protocolos Clínicos já se constituem novas práticasnas nossas Unidades, a exemplo do processo de implantação do “acolhimento com classificação de risco” nas portas de urgência. Estamos fazendo agora a segunda edição do “Caderno”, embora, desde maio de 2006 houvéssemos colocado nossos primeiros protocolos na web, divulgando para o mundo a experiência por nós construída. Experiência essa que se espera possibilitar uma relação dialógica com as demais experiências e construções exis- tentes. Nesse contínuo “fazer e refazer”, sempre em outro patamar, aceitamos o desafio em se ganhar mais profissionais para a prática baseada em evidências, gestão do cuidado e produção de outros protocolos tendo, sempre, o compromisso com a segurança e qualidade no atendimento prestado. Comissão de Protocolos Clínicos da FHEMIG – Junho de 2010. implantação e Continuidade dos protoColos pág. 24 \\ FHEMIG. [ acesso em: 2005 jul 27].1. Disponível em: http://www.FHEMIG.mg.gov.br/ Jatene FB, Cutait R, Introdução. In: Jatene FB, Cutait R, editors. Projeto 2. Diretrizes. 1a ed. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal. de Medicina. 2005: vii-xii. 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BMJ. 2000; 10. 320:1283. reFerênCias bibliográFiCas \\ pág. 25 taBela i \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Quadro Para Pontuação dos ProtoColos suGeridos Pelas unidades Nome protocolo: Hospital: Avaliador: 1, 2, 3, 4 quesito de avaliação Pontuação: mínima máxima pontuação (1 a 4) Prevalência 1 4 Construção do processo 1 4 Impacto 1 4 Não alteração na estrutura 1 4 Indicadores 1 4 objetividade clinica 1 4 MBE 1 4 Conflito ético 1 4 Validação interna 1 4 Validação externa 1 4 Custos 1 4 totAl 11 44 11 a 44 Cálculo % = soma (4ª coluna – 2ªcoluna / 3ªcoluna-2ªcoluna) Semelhante ao “AGREE” Percentual do Avaliador 1 Percentual do Avaliador 2 Percentual do Avaliador 3 Percentual do Avaliador 4 AVAlIAção PERCENtUAl FINAl média avaliadores 1,2,3 e 4 pág. 26 \\ ta B el a ii \ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ n o ta ç ã o F in a l Pr o to C o lo s se le C io n a d o s H o SP It A l / t EM A S / o rd em a lfa bé tic a A v. 1 A v. 2 A v. 3 A v. 4 Po nt ./ M ín . Po nt ./ M áx . Po nt ./M ed C la ss ifi ca çã o/ po nt ua çã o H o SP It A l / t EM A S/ po nt ua çã o al ca nç ad a A bs ce ss o C er vi ca l + C or po E st -d ig es tiv o A lto 23 11 24 24 44 17 6 20 ,5 ñ av al ia do Im pl an ta çã o m at er ia l c irú rg ic o A C o lH IM EN to – C lA SS IF. /R IS C o 31 32 35 36 44 17 6 33 ,5 ñ av al ia do U so d e an tim ic ro bi an os A co m pa nh am en to A m b H . V ira l a gu da 36 33 35 36 44 17 6 35 ñ av al ia do A ud ito ria p ar a A nt im ic ro bi an os A ID S; A co m pa nh am en to a m bu la to ria l. 38 30 36 37 44 17 6 35 ,2 5 ñ av al ia do C om pl em en ta çã o te ra pê ut ic a A ID S; P rin ci pa is in di ca çõ es in te rn aç ão 27 11 33 25 44 17 6 24 ñ av al ia do o xi ge no te ra pi a do m ic ili ar p ro lo ng ad a A tB ; p re ve nç ão B .M . R es is te nt e 35 25 33 37 44 17 6 32 ,5 ñ av al ia do A nt i-s ep si a eq ui pe c irú rg ic a A nt i-s ep si a eq ui pe c iru rg ic a . . . . 44 17 6 ñ av al ia do 20 ,5 0 A bs ce ss o C er vi ca l + C or po E st . d ig es tiv o. a lto A pe nd ic ec to m ia 28 27 34 29 44 17 6 29 ,5 20 ,7 5 Ep is ta xe A sm a br ôn qu ic a 34 26 31 34 44 17 6 31 ,2 5 21 ,2 5 C or po s es tr an ho s vi a D A lta A V C – f as e ag ud a 25 11 35 31 44 17 6 25 ,5 23 ,5 0 tR A q U Eo St o M IA S C al az ar /C al az ar g ra ve 38 24 28 34 44 17 6 31 23 ,5 0 tr au m a oc ul ar a be rt o C et oa c. d ia bé tic a, a du lto -c ria nç a- ge st an te 27 26 31 28 44 17 6 28 23 ,7 5 tr au m a ce rv ic al . A bo rd ag em in ic ia l \\ pág. 27 C iru rg ia s do q ua dr il 30 26 34 37 44 17 6 31 ,7 5 24 ,0 0 A ID S; P rin ci pa is in di ca çõ es in te rn aç ão C ol ec is te ct om ia V l 27 24 31 33 44 17 6 28 ,7 5 24 ,0 0 tr au m a ab d. f ec ha do /p en et ra nt e (a bd ) C on tr ol e gl ic êm ic o no p ac ie nt e cr iti co 25 24 26 28 44 17 6 26 ,5 24 ,0 0 tr au m a oc ul ar n ão a be rt o C or po s es tr an ho s vi a D A lta 23 11 27 24 44 17 6 21 ,2 5 25 ,0 0 D Po C – d es co m pe ns aç ão C on vu ls õe s no R ec ém N as ci do 32 25 35 33 44 17 6 31 ,2 5 25 ,5 0 A V C – f as e ag ud a D M us cu la r ve nt . M ec ân ic a do m ic íli o 32 27 32 26 44 17 6 29 ,2 5 25 ,5 0 PN M c om un itá ria D Po C – d es co m pe ns aç ão 25 11 35 29 44 17 6 25 26 ,2 5 tr at am en to c irú rg ic o do r efl ux o G E Ep is ta xe 23 11 25 24 44 17 6 20 ,7 5 26 ,5 0 C on tr ol e G lic êm ic o no p ac ie nt e cr iti co Es ta do d e M al E pi lé pt ic o 34 27 27 30 44 17 6 29 ,5 26 ,7 5 It U c om pl ic ad a FI BR o SE C ÍS tI C A 30 29 32 34 44 17 6 31 ,2 5 27 ,0 0 S. c or on ar ia na s ag ud as ; 1 ° at en di m en to Fr at ur a/ lu xa çã o do c ar po 32 28 36 37 44 17 6 33 ,2 5 27 ,5 0 H ér ni as d e pa re de a bd om in al H ér ni as d e pa re de a bd om in al 29 25 27 29 44 17 6 27 ,5 27 ,7 5 tC E H ip er te ns ão in tr ac ra ni an a 34 26 29 28 44 17 6 29 ,2 5 28 ,0 0 tt c irú rg ic o C a gá st ric o It U c om pl ic ad a 23 20 35 29 44 17 6 26 ,7 5 28 ,6 7 C et oa c. d ia bé tic a, a du lto -c ria nç a- ge st an te Im pl an ta çã o m at er ia l c irú rg ic o . . . . 44 17 6 ñ av al ia do 28 ,7 5 C ol ec is te ct om ia V l M en in gi te b ac te ria na n a in fâ nc ia 28 21 36 30 44 17 6 28 ,7 5 28 ,7 5 M en in gi te b ac te ria na n a in fâ nc ia U so d e an tim ic ro bi an os . . . . . . ñ av al ia do 29 ,2 5 D M us cu la r ve nt .M ec ân ic a do m ic íli o, A ud ito ria p ar a A nt im ic ro bi an os . . . . 44 17 6 ñ av al ia do 29 ,2 5 H ip er te ns ão in tr ac ra ni an a PN M g ra ve n a cr ia nç a 35 23 29 31 44 17 6 29 ,5 29 ,2 5 SA RA n o C tI ; t ra ta m en to PN M c om un itá ria 25 11 37 29 44 17 6 25 ,5 29 ,5 0 A pend ic ec to m ia Pr é- ec lâ m ps ia 40 30 32 34 44 17 6 34 29 ,5 0 Es ta do d e M al E pi lé pt ic o pág. 28 \\ SA RA n o C tI ; t ra ta m en to 31 26 30 30 44 17 6 29 ,2 5 29 ,5 0 PN M g ra ve n a cr ia nç a Se ps e: a bo rd ag em à s 6h e 2 4h 37 24 34 28 44 17 6 30 ,7 5 30 ,7 5 Se ps e: a bo rd ag em à s 6h e 2 4h S. c or on ar ia na s ag ud as ; 1 ° at en di m en to 33 18 30 27 44 17 6 27 31 ,0 0 C al az ar / C al az ar g ra ve tC E 26 11 33 40 44 17 6 27 ,5 31 ,2 5 A sm a br ôn qu ic a tr ab al ho d e pa rt o pr em at ur id ad e 40 29 34 35 44 17 6 34 ,5 31 ,2 5 C on vu ls õe s no R ec ém N as ci do . tr au m a ce rv ic al . A bo rd ag em in ic ia l 27 11 30 27 44 17 6 23 ,7 5 31 ,2 5 FI BR o SE C ÍS tI C A tR M t t° t ER C IÁ RI o 32 31 35 39 44 17 6 34 ,2 5 31 ,7 5 C iru rg ia s do q ua dr il tR A q U Eo St o M IA S 23 11 33 27 44 17 6 23 ,5 32 ,5 0 A tB ; p re ve nç ão B .M . R es is te nt e tt c irú rg ic o C a gá st ric o 29 23 28 32 44 17 6 28 33 ,2 5 Fr at ur a/ lu xa çã o do c ar po tr at am en to c irú rg ic o do r efl ux o G E 29 21 23 32 44 17 6 26 ,2 5 33 ,2 5 U ro gi ne co lo gi a tr au m a ab d. F ec ha do /p en et ra nt e (a bd ) 29 11 32 24 44 17 6 24 33 ,5 0 A C o lH IM EN to -C lA SS IF. /R IS C o tr au m a oc ul ar a be rt o 24 14 25 31 44 17 6 23 ,5 34 ,0 0 Pr é- ec lâ m ps ia tr au m a oc ul ar n ão a be rt o 27 14 27 28 44 17 6 24 34 ,2 5 tR M t t° t ER C IA RI o U ro gi ne co lo gi a 40 28 32 33 44 17 6 33 ,2 5 34 ,5 0 tr ab al ho d e pa rt o pr em at ur id ad e C om pl em en ta çã o te ra pê ut ic a . . . . 44 17 6 ñ av al ia do 35 ,0 0 A co m pa nh am en to A m b H . V ira l a gu da o xi ge no te ra pi a do m ic ili ar p ro lo ng ad a . . . . 44 17 6 ñ av al ia do 35 ,2 5 A ID S; A co m pa nh am en to a m bu la to ria l \\ pág. 29 taBela iii \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Grau de reCoMendação e níVel de eVidênCia Estudos terapêuticos e Preventivos Estudos Diagnósticos A 01 Revisão sistemática de ensaios controlados aleatorizados A 01 Revisão sistemática de estudos melhor desenhados 02 Ensaio controlado e aleatorizado de IC* pequeno 02 Padrão ouro + observação cega + seleção adequada 03 Alta sensibilidade e/ou alta especificidade B 03 outros ensaios de intervenção com resultados “all or none” B 04 Revisão sistemática de estudos pior desenhados 04 Revisão sistemática de estudos de coorte 05 Padrão ouro + observação cega ou seleção adequada 05 Estudo de coorte 06 - 06 Estudo de coorte de cuidados médicos recebidos “outcomes research” 07 - 07 Revisão sistemática de estudos caso-controle 08 observação cega + seleção adequada sem padrão ouro 08 Estudo caso-controle C 09 Série de casos ou opinião de especialistas C 09 Padrão ouro ou observação cega ou seleção adequada D 10 Consenso ou opinião de especialistas D 10 Consenso ou opinião de especialistas *Intervalo de Confiança Adaptado de Projeto Diretrizes AMB-CFM Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve noMe do teMa \\ Protocolo de Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve resPonsáVeis – unidade \\ Dr. Rodrigo Moreira Faleiro Dr. Josaphat Vilela de Morais – HJXXIII ColaBoradores \\ Dr. Ricardo Cipriano da Silva – HJK Dr. João Batista Gomes Soares – HAC Validadores \\ Equipe de neurologia do HJXXIII 001 EStABElECIDo EM 13/12/2005 últIMA REVISão EM 21/12/2009 Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve \\ 1 \\ pág. 31 introdução / raCional \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ traumatismo crânio-encefálico (tCE) é entidade frequente e com alta mortali-1. dade. A cada 15 segundos ocorre um caso de tCE e em decorrência deste, um paciente morre a cada 12 minutos; 50% das mortes decorrentes de trauma têm como etiologia o tCE;2. Classifica-se como tCE leve os pacientes com 13 a 15 pontos na Escala de 3. Coma de Glasgow (ECG) (item III, texto subsidiário). Há tendência a classificar o paciente com 13 pontos na ECG como tCE moderado, tendo em vista a maior incidência de lesões expansivas intracranianas (lEIC) pós-traumáticas. (texto subsidiário – APÊNDICE V). oBJetiVo \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Sistematizar o atendimento inicial ao paciente vítima de tCE leve, por médicos especialistas ou não especialistas, em unidades da rede hospitalar FHEMIG; Evitar a liberação de pacientes com risco elevado de lEIC pós-traumática; Evitar internações desnecessárias de pacientes com baixo risco de lEIC pós- traumática; Reduzir custos com transferências inter-hospitalares e tomografias computa- dorizadas (tC) do encéfalo desnecessárias. Material/Pessoal neCessário \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Equipe médica capacitada para avaliação inicial do paciente vítima de trauma, 1. segundo preceitos do Advanced trauma life Support (AtlS). (Cirurgião geral, Clínico geral ou Pediatra); Equipe de enfermagem treinada e orientada para cuidados com o paciente 2. vítima de tCE; Sala de Raio-X com técnico treinado para a realização de radiografias de crâ-3. nio e coluna cervical; Colar cervical para imobilização. lanterna com luz forte para exame das 4. pupilas; Veículo e equipe médica e paramédica capacitada para o transporte inter-5. hospitalar de pacientes vítimas de tCE. Estes pacientes apresentam o risco de rápida deterioração durante o transporte, portanto o veículo deve estar capaci- tado para realizar proteção de vias aéreas (inclusive intubação oro-traqueal); Medicamentos essenciais: analgésicos, anticonvulsivantes (diazepam, feni-6. toína), manitol a 20%, anestésicos para intubação orotraqueal (midazolam, fentanil e suxametônio). atiVidades essenCiais \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Admissão do paciente vítima de tCE na sala de emergência, pela equipe do 1. trauma ou plantonista, com registro do diagnóstico no campo do SIGH; Aplicar protocolo de atendimento segundo preceitos do AtlS;2. Realizar Exame Neurológico Mínimo:3. a. Nível de Consciência (Escala de Coma de Glasgow); b. Exame do diâmetro pupilar (isocórica/anisocórica); c. Detectar déficits neurológicos grosseiros (paresias/plegias). Propedêutica radiológica se necessário;4. Classificar o paciente com tCE leve em RISCo AUMENtADo, RISCo MoDERADo 5. e RISCo BAIXo de apresentar lEIC pós-traumática. (APÊNDICE I); Definir uma dentre as quatro condutas específicas: (APÊNDICE II).6. Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve \\ 1 \\ pág. 31 a. Alta hospitalar; b. observação hospitalar na UB (até 12 horas) e alta subsequente; c. Encaminhar para o HJXXIII para realização de tC do encéfalo com ttIH preenchido (APÊNDICE III). Se tC normal, o paciente retornará à unidade de origem para observação hospitalar. Se tC anormal, o paciente deverá manter observação no HJXXIII; d. Encaminhamento direto para internação e conduta especializada por neurocirurgião/neurologista em centro referência para trauma da rede FHEMIG (HJXXIII). Fornecer e explicar a FolHA DE oRIENtAçÕES básicas ao paciente vítima de 7. tCE leve ou a seu acompanhante. (APÊNDICE IV), em caso de alta. itens de Controle \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Avaliar redução nos pedidos de RX de crânio na unidade hospitalar básica da 1. rede FHEMIG; Avaliar redução nos pedidos de tC do encéfalo na unidade referência de trau-2. ma da rede FHEMIG (HJXXIII); Notificação compulsória dos pacientesvítimas de tCE leve, que foram corre-3. tamente submetidos ao protocolo de atendimento acima, mas mesmo assim evoluíram com complicações neurológicas pós-traumáticas; Percentual de internações pelo diagnóstico de tCE do SIGH;4. Percentual de tC de encéfalo em vítima de tCE alcoolizado;5. Percentual de Folha orientação Entregas.6. siGlas \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ SIGH – Sistema Integrado de Gestão Hospitalar tCE – traumatismo Cranioencefálico AtlS – Advanced trauma life Support tC – tomografia Computadorizada RX – Radiografia ECG – Escala de Coma de Glasgow UB – Unidade básica da rede FHEMIG – Hospital da rede FHEMIG não capaci- tado para atendimento neurológico de pacientes vítimas de tCE. HJXXIII – Unidade avançada de trauma neurológico da rede FHEMIG – Hospital capacitado com neurologistas/neurocirurgiões e tC do encéfalo para trata- mento clínico ou cirúrgico dos pacientes vítimas de tCE = Hospital João XXIII ttIH – termo trasferência Inter-Hospitalar HIC – Hipertensão Intracraniana PIC – Pressão Intracraniana HSDA – Hematoma Subdural Agudo HSAt – Hematoma Sub-araquinoide de traumático PIA – Pressão Intra Arterial PPC – Pressão de Perfusão Cerebral HEDA – Hematoma Extradural Agudo pág. 32 \\ 1 \\ Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve \\ 1 \\ pág. 33 reFerênCias\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Grau de reCoMendação Comitê de trauma do Colégio Americano de Cirurgiões. Suporte 1. avançado de vida no trauma (SAVt – AtlS). 8a Ed. Chicago: 2008. D Rimel RW, Giordani B, Barth Jt, 2. et at. 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Fístula liquórica (rino ou otoliquorreia);2. tCE + trauma de outros sistemas (Politraumatismo) (avaliar protocolo 003 – 3. trauma Abdominal); Petéquias sugestivas de síndrome de embolia gordurosa;4. Piora do nível de consciência para ECG < 15 ou surgimento de déficits neu-5. rológicos focais; Meningismo;6. Déficit de acuidade visual;7. tCE por ferimento de arma branca;8. ECG < 15;9. Crises sub-entrantes (estado epilético).10. risCo Moderado Envolvimento em acidente grave, com vítimas fatais. queixas neurológicas. 1. História não confiável (suspeita de crianças/idosos espancados); Equimose palpebral, retroauricular ou ferida em grande extensão no couro 2. cabeludo; Intoxicação aguda por álcool ou drogas ilícitas. Síndrome de abstinência al-3. cóolica (Protocolo 016); Cefaleia progressiva, vômitos ou convulsão.* (avaliar protocolo 016)4. Perda momentânea da consciência;5. Desorientação temporo-espacial, amnésia retrógrada ou pós-traumática (am-6. nésia lacunar); Síncope pós-traumatismo (síndrome vaso-vagal);7. Idade < 2 anos (exceto se traumatismo muito trivial);8. RX do crânio evidenciando fratura.9. pág. 32 \\ 1 \\ Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve \\ 1 \\ pág. 33 Onde: UB = Unidade básica da rede Fhemig HPS = Hospital Pronto Socorro Jão XXIII TC = Tomografia de crânio vítima de TCE Glasgow < 8 TCE grave Glasglow 9-13 TCE moderado Glasgow 13-15 TCE lewve encaminhar direto ao HPS para TC risco RX de crânio não fez alta normal anormal normal anormal retorna ou permanece no hospital UB observação 12 horas encaminha ao Hospital João XXIII TC no HPS Glasgow 13 e 15 RISCO AUMENTADO Glasgow 15 RISCO BAIXO Glasgow 15 RISCO MODERADO risCo Baixo tCE por mecanismo de trauma de pequena intensidade, assintomático, exame 1. físico geral normal e sem alterações neurológicas. RX de crânio, se realizado, normal; Sinais ou sintomas mínimos;2. Cefaléia leve, não progressiva;3. tontura, vertigem temporária;4. Hematoma subgaleal (HSG) ou laceração do couro caneludo (lCC) pequena, 5. com RX de crânio normal. aPêndiCe ii \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ pág. 34 \\ 1 \\ Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve \\ 1 \\ pág. 35 Onde: UB = Unidade básica da rede Fhemig HPS = Hospital Pronto Socorro Jão XXIII TC = Tomografia de crânio vítima de TCE Glasgow < 8 TCE grave Glasglow 9-13 TCE moderado Glasgow 13-15 TCE lewve encaminhar direto ao HPS para TC risco RX de crânio não fez alta normal anormal normal anormal retorna ou permanece no hospital UB observação 12 horas encaminha ao Hospital João XXIII TC no HPS Glasgow 13 e 15 RISCO AUMENTADO Glasgow 15 RISCO BAIXO Glasgow 15 RISCO MODERADO aPêndiCe iii \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ terMo de transFerênCia inter-HosPitalar tVe/aVC/aBdoMe aGudo/trauMa aBdoMinal/eClâMPsia Hospital de origem ____________________ Data____/____/____ Hora ___:___ Nome do Paciente _________________________________________________ Nº do registro _____________________________________________________ Diagnóstico Neurológico ____________________________________________ outros Diagnósticos _______________________________________________ Foi observado o protocolo? o sim o não Motivo Clinico da transferência baseado na observação do protocolo _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ História Sumária e dados vitais: PA ____/____ ____ mmHg Pulso ____bpm FR ____irpm Glasgow __________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ saída Médico Autorizador: __________________________CRM: ________________ Contato feito pelo autorizador no destino: _____________CRM: __________ Assinatura e carimbo do Autorizador _________________________________ Nome, nº de registro profissional e assinatura do Assistente Social ou profissio- nal responsável pelo transporte: _____________________________________ Ambulância: oSAMU oFHEMIG-UtI oFHEMIG-CoMUM Hora contato: ___:____ Hora saída: ___:___ Hpra chegada: ___:___ CHeGada Hora da chegada HJXXIII: ___:___ Exame: o USA o tC o Angiografia o outro ________________________________________________________ laudo sumário (radiologista ou médico assistente): _____________________ _________________________________________________________________ Nome, CRM e carimbo do médico avaliador: ___________________________ retorno Hora saída NJXXIII: ___:___ Hora chegada à origem: ___:___ Nome, CRM e carimbo médico que recebeu na origem: _________________ _________________________________________________________________ pág. 34 \\ 1 \\ Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve\\ 1 \\ pág. 35 aPêndiCe iV \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ FolHa de orientações ao PaCiente Até o momento não foi constatada, através dos exames realizados, qualquer evidência de que o trauma deste paciente tenha sido significativo para que ele permaneça em observação ou admitido neste hospital e portanto será lIBERADo. Entretanto, novos sintomas e sinais podem surgir horas, dias, se- manas ou até meses após o traumatismo. As primeiras 48 horas são as mais críticas. É aconselhável que este paciente permaneça em companhia de al- guém confiável pelo menos durante este período. o paciente deverá retornar ao hospital especializado (HPS JXXIII) se aparecerem os seguintes sinais e sintomas abaixo relacionados: Dor de cabeça que não melhora com analgésicos comuns.1. Sonolência excessiva.2. Irritabilidade ou ansiedade.3. Desmaio, fraqueza, diminuição da força ou formigamento nas pernas ou me-4. tade do corpo. Dificuldade para falar ou entender, de memória ou concentração.5. Distúrbio de personalidade ou comportamento.6. Confusão mental.7. Náuseas, vômitos, tonturas ou convulsão.8. Diminuição da audição ou visão.9. Movimento estranho dos olhos, visão dupla.10. Alteração da respiração, batidas do coração ou febre (acima de 37,8°C).11. Perda de líquido claro ou sangue pelo ouvido ou nariz.12. Alteração do tamanho das pupilas.13. Depressão ou agressividade.14. Dor na nuca ou durante movimentos do pescoço.15. Dificuldades de realizar suas atividades normais em casa ou no emprego.16. Pode continuar usando as medicações prescritas pelo seu MÉDICo, porém não 17. use sedativos, remédios para dormir, xaropes para tosse ou bebidas alcoólicas pelo menos nas próximas 48 horas. Durante o sono peça para ser ser acordado frequentemente (2 a 3 vezes), para que se possa avaliar a presença dos sinais acima descritos. Assinatura e carimbo médico Belo Horizonte, de de 20 . Ciente: ______________________________________ Assinatura e nº de registro do paciente/responsável pág. 36 \\ 1 \\ Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve \\ 1 \\ pág. 37 aPêndiCe V \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ texto/suBsidiário trauMatisMo CranioenCeFáliCo (tCe) i. introdução o trauma cranioencefálico (tCE) é entidade grave e frequente. A cada 15 segundos ocorre um novo caso de tCE e em consequência deste, um paciente morre a cada 12 minutos. Aproximadamente 50% das mortes em decor- rência do trauma são devidas ao trauma encefálico e quando se considera as mortes decorrentes de acidentes automobilísticos, mais de 60% delas são devidas ao tCE. Várias são as causas do tCE: quedas, acidentes de trabalho, agressão física, acidentes domiciliares, queda de bicicleta, trauma no esporte, mas a mais frequente de todas, atualmente, é o acidente de tráfego. Destaca-se como acidentes relacionados ao trânsito, o acidente automobilístico e os atropela- mentos. ii. aBordaGeM Geral o princípio de abordagem do AtlS (Advanced Trauma Life Suport) é de corrigir em primeiro lugar as condições que mais ameaçam a vida do paciente: a. Vias aéreas pérvias com controle da coluna cervical; B. Respiração e ventilação; C. Circulação com controle da hemorragia; d. Incapacidade, estado neurológico; e. Exposição do paciente/controle do ambiente (evitar hipotermia). Durante esta avaliação inicial, após detectados e corrigidos os ítens A, B e C, o médico irá avaliar o estado neurológico do paciente (escala de coma de Glasgow, avaliação das pupilas e determinação de déficits motores) e determi- nar a propedêutica a ser realizada: Alta Hospitalar;1. observação na UB (até 12 horas) e alta hospitalar;2. Encaminhar para HJXXIII para realização de tC do encéfalo. (tC3. normal = retorna p/ UB. tC alterada = permanece no HJXXIII). iii. exaMe neurolóGiCo e ClassiFiCação do tCe o exame neurológico na sala de emergência deve ser objetivo o suficiente para detectar as principais alterações neurológicas mas não deverá retardar o andamento da propedêutica e tratamento de patologias concomitantes. Este exame neurológico inicial deve ser detalhadamente anotado na folha de ad- missão porque servirá de base para exames subsequentes, permitindo uma análise quantitativa de melhora ou piora do paciente. Se o paciente está alerta e cooperativo e não queixa cervicalgia ou limitação à sua movimentação, pode-se retirar o colar cervical. Se há confusão mental, coma ou qualquer queixa cervical, o colar deve ser mantido até que propedêutica radiológica exclua fraturas ou luxações cervicais. o exame objetivo consta na avaliação de três itens: a. Nível de consciência (Escala de Coma de Glasgow). b. Função pupilar. c. Detecção de déficit neurológico motora. Nível de consciência: a Escala de Coma de Glasgow (ECG) foi desenvolvida para uniformizar e quantificar o exame neurológico, eliminando assim a sub- jetividade interpessoal. Compreende na pontuação somatória da avaliação da abertura ocular, melhor resposta motora e resposta verbal, variando de 3 a 15 pontos, como se segue: pág. 36 \\ 1 \\ Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve \\ 1 \\ pág. 37 ABERtURA oCUlAR (1-4) 4. Espontânea 3. Ao chamado 2. À dor 1. Não abre MElHoR RESPoStA MotoRA (1-6) 6. obedece comandos 5. localiza estímulo doloroso 4. Flexão inespecífica 3. Decorticação 2. Descerebração 1. Sem resposta RESPoStA VERBAl (1 – 5) 5. orientado 4. Confuso 3. Palavras desconexas 2. Sons incompreensíveis (geme) 1. Sem resposta verbal Segundo a escala EGC, classifica-se o tCE como: leve (13 -15);• moderado (9 -12) ou grave (< 8).• todo paciente com ECG < 8 (tCE grave) deve ser intubado para proteção de vias aéreas. b. Avaliação pupilar: as pupilas são avaliadas pela simetria e pela sua resposta à luz. Uma diferença no diâmetro pupilar de mais de 1 mm é considerada anormal. Deve–se excluir trauma ocular direto, próteses, uso de colírios oftal- mológicos, amaurose prévia que podem confundir o exame e uso de drogas. c. Detecção de déficit neurológico motor: deve-se observar a movimentação espontânea do paciente, se há alguma assimetria ou limitação. A detecção desta assimetria pode ser realizada já no exame da ECG em relação à melhor resposta motora. o fato do paciente localizar o estímulo doloroso de um lado e descerebrar contralateralmente é de extrema importância ao exame e deve ser anotado. Se o paciente está alerta e orientado, podemos ainda quantificar o déficit: não move (0), contrações musculares (1), move no horizontal, mas não vence gravidade (2), vence gravidade (3), vence gravidade e oferece algu- ma resistência (4), normal (5). Realizado este exame neurológico sumário e objetivo, já podemos classificar o paciente como tCE leve, moderado ou grave, anotando possíveis assimetrias pupilares e motoras e determinar a propedêutica adequada a ser realizada (ex: tC do encéfalo, RX ou observação apenas). iV. ProPedêutiCa o RX de crânio é eficiente método de triagem. Em pacientes com trauma leve sem perda da consciência e que se encontram com exame neurológico normal, mas com sinais externos de trauma craniano, o RX deve ser realizado. Se o exame for normal, o paciente pode ser observado no hospital ou liberado pág. 38 \\ 1 \\ Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve \\ 1 \\ pág. 39 com orientações. Mas se houver fratura craniana, a tC do encéfalo deverá ser realizada. Desta maneira, reserva-se a tomografia do encéfalo apenas aos pa- cientes que perderam a consciência no momento do trauma, que se encontra com Escala de Coma Glasgow abaixo de 14 ouque apresentem alterações ao RX. o RX do crânio deve ser pedido nas incidências AP, perfil e towne. A tomo- grafia pode ser pedida com janela óssea (para melhor se detectar fraturas) e eventualmente com contraste venoso. Basicamente hematomas apresentam- se hiperdensos à tC do encéfalo e infarto e edema, hipodensos. V. Considerações teraPêutiCas os pacientes vítimas de tCE devem ser observados de maneira rigorosa por uma equipe treinada. De preferência esta observação deve ser feita inicial- mente na sala de politraumatizados e após propedêutica e estabilização do quadro, em unidade de terapia intensiva, se indicado. Posição: Preferencialmente estes pacientes devem ser posicionados com ca- beceira elevada (30 graus) para melhorar o retorno venoso e com isto evitar HIC. Em caso de vômitos, posicionar lateralmente para se evitar aspiração de secreções. observação: de sinais vitais e neurológicos devem ser realizados de uma em uma hora ou de 2 em 2 horas. qualquer anormalidade deve ser prontamente relatada. Sonda vesical de demora e sonda nasogástrica nos pacientes comatosos. • Dieta suspensa.• analgésicos/antitérmicos/antieméticos: Administra-se dipirona e me- toclopramida de rotina, pois sabe-se que a dor, hipertermia e um episódio de vômito pode aumentar a PIC e ser até o evento precipitante de uma piora neurológica. Proteção mucosa gástrica: o paciente vítima de tCE está sob risco de de- senvolver úlcera de stress, e por isto administra-se Ranitidina oral ou venosa de 12/12 horas. anticonvulsivante: é administrado de rotina para prevenção de crises con- vulsivas naquelas lesões sabidamente irritativas ao sistema nervoso, como exemplo as contusões cerebrais, HSDA, fratura com afundamento, trauma pe- netrante, HSAt, entre outras. É administrado para tratamento de qualquer paciente, independente da lesão, que tenha apresentado um episódio de cri- se convulsiva após o trauma. Utiliza-se de rotina a fenitoína (250 mg/5 ml). Administra-se uma dose de ataque de 15-20 mg/kg e manutenção de 5 mg/ kg dia, de 8/8 horas. Para cessar a crise inicial administra-se Diazepam 10 mg EV, devendo observar a depressão respiratória. Manitol: trata-se de um agente hiperosmolar que reduz de maneira transi- tória a PIC. Não deve ser administrado em pacientes com hipotensão arterial. Atualmente reservamos seu uso como medida de urgência para um paciente que chega à sala de emergência com sinais iminentes de herniação cerebral e que ainda vai submeter-se à propedêutica. Neste caso, administra-se na dose de 0,25 a 1g/Kg, em bolus. Corticoide não é indicado no paciente com tCE. Hiperventilação: pode-se hiperventilar o paciente para diminuir a PCo2 ce- rebral com consequente vasoconstrição e diminuição da PIC. Não deve ser realizada empiricamente pois esta vasoconstrição pode ser maléfica a ponto de causar isquemia cerebral. Estes pacientes devem estar no CtI, com monitor de PIC e PIA para se calcular a PPC. Deve-se passar um cateter de bulbo de jugular para se medir a diferença de o2 que entra no compartimento craniano (gasometria arterial) e que sai pela jugular (saturação de o2 jugular – SJo2 ). Com isto podemos otimizar a hiperventilação de modo a evitar a isquemia cerebral. pág. 38 \\ 1 \\ Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve \\ 1 \\ pág. 39 Vi. ProtoColos de indiCação Para tC/Cti e Monitorização da PiC indicação de tC: Glasgow < 15 – Presença de déficit neurológico; Sinais de fratura no RX crânio; Cefaleia/vômitos persistentes. Glasgow 15 mas com per- da da consciência > 5 minutos no momento do trauma indicação de Cti: Glasgow < 12 – Pós-operatório cirurgia craniana (exce- to afundamento craniano e HEDA). Deterioração neurológica progressiva. trauma sistêmico grave. Necessidade de monitorização de PIC indicação para monitorização da PCi: Glasgow < ou igual a 8, independen- te do achado tomográfico Pós-operatório de contusão cerebral, HSDA ou hematoma cerebral Pós operatório de HEDA se o paciente não acordar após 6 horas. Glasgow 9 -13 se tC com sinais de HIC, lesão intraparenquimatosa ou desvio de linha média > 5 mm. Glasgow 8 -12 se: Necessita sedação para trauma sistêmico grave trauma torácico que necessite ventilação mecânica prolongada. tiPos de Monitorização de PiC: Subdural – Richmond Parenquimatoso – Fibra óptica Cateter intraventricular BiBlioGraFia Consultada \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Manual de Suporte Avançado de Vida no trauma – AtlS. Colégio Americano 1. de Cirurgiões. oitava edição, 2008. Merrit HH. A textbook of Neurology. Philadelphia, lea and Febiger, 1973; 841.2. Stávale MA. Bases da terapia intensiva neurológica. São Paulo, 13. a edição, Santos 1996. Narayan RK, Wilberger JE, Povlishock Jt. 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Graphics, 1994. pág. 40 \\ 1 \\ Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve Protocolo de Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Abdominal noMe do teMa \\ Protocolo de Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Abdominal resPonsáVeis – unidade \\ Equipe de Cirurgia do HJXXIII ColaBoradores \\ Dr. leonardo B. ottoni Porto, Dr. Eduardo thomaz Froés – HJK Validadores \\ Equipe de Cirurgia do HJXXIII 002 EStABElECIDo EM 13/12/2005 últIMA REVISão EM 18/12/2009 pág. 40 \\ 1 \\ Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve introdução / raCional \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ A avaliação do abdome é um dos componentes mais críticos na abordagem inicial do traumatizado. o momento mais oportuno para avaliação abdominal deve ser determinado considerando o mecanismo de trauma, sua localização e o estado hemodinâmico do paciente. A lesão intra-abdominal não diagnosticada é causa frequente de mortes evitá- veis. qualquer doente vítima de traumatismo abdominal contuso ou penetran- te, deve ser visto como portador de lesão cirúrgica, até prova em contrário. (texto subsidiário – (APÊNDICE I). oBJetiVo \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Sistematizar o atendimento inicial ao paciente vítima de trauma abdominal por médicos especialistas ou não especialistas, em unidades básicas da rede hospitalar FHEMIG; Identificar os padrões de trauma Abdominal de acordo com sua causa; Sistematizar os procedimentos diagnósticos e estabelecer prioridades de trata- mento conforme o mecanismo da lesão; Evitar a liberação de pacientes com risco elevado de desfecho desfavorável; Evitar internações desnecessárias de pacientes com baixo risco de desfecho desfavorável; Reduzir custos com transferências inter-hospitalares e tomografias computa- dorizadas (tC) do abdome desnecessárias; Diminuir o número de cirurgias no HJXXIII, que possam ser feitas nos outros hospitais. Material/Pessoal neCessário \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Serviços médicos de urgência, com equipe médica qualificada (cirurgião geral, 1. clínico geral e/ou pediatra), coordenada por um cirurgião geral com formação em trauma, para avaliação inicial deste tipo de paciente segundo os preceitos do Advanced Trauma Life Support (AtlS); Equipe de enfermagem treinada e orientada para cuidados com o paciente 2.