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Caderno De Protocolos Clinicos

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Caderno de
ProtoColos 
ClíniCos 
da FHeMiG
segunda edição
(revisada e ampliada)
Fundação Hospitalar do estado de minas gerais | FHemig
Caderno de
ProtoColos 
ClíniCos 
da FHeMiG
“Um projeto em busca de melhoria
da qualidade de atenção à saúde”
editores
Francisco Carlos de Souza
Guilherme Freire Garcia
Janete Mendes Carvalho
Marta Alice Campos
Valda Maria Franqueira Mendonça
seGunda edição \ Belo Horizonte \ 2010
FiCHa CataloGráFiCa 
F438 Fundação HosPitalar do estado de Minas Gerais – FHeMiG
Caderno de Protocolos Clínicos/ organizadores: Francisco 
Carlos de souza, Guilherme Freire Garcia, Janete Mendes 
Carvalho, Marta alice Campos, Valda Maria Franqueira 
Mendonça. – Belo Horizonte: FHeMiG, 2010.
v.1; il.
1. Protocolos Clínicos 2. diretrizes Clínicas 3. Medicina 
Baseada em evidência 4. linhas Guias 5. Gestão da Clínica. 
i – souza, Francisco Carlos de. ii – Mendonça, Valda Maria 
Franqueira. iii – Garcia, Guilherme Freire
ISBN 978-85-61907-01-3 
Belo Horizonte – 2010 
Direitos exclusivos para língua portuguesa 
Copyright 2009 by FHEMIG 
Alameda Vereador Álvaro Celso, 100 – Bairro Santa Efigênia – 
Belo Horizonte – Minas Gerais. 
CEP: 30.150-260 – Fone: 0 (XX) 31 3239-9500 – 
Fax: 0 (XX) 31 3239-9579 
Site: www.fhemig.mg.gov.br – e-mail: fhemig@fhemig.mg.gov.br. 
faleconosco@fhemig.mg.gov.br
Revisão prevista a cada 3 anos. 
É permitida a divulgação, citação parcial e total deste trabalho para 
os fins a que se propõe, desde que citada a fonte: Fundação Hospitalar 
do Estado de Minas Gerais - FHEMIG.
expediente 
Antônio Augusto Junho Anastasia 
GoVERNADoR Do EStADo DE MINAS GERAIS
Antônio Jorge de Souza Marques 
SECREtÁRIo DE EStADo DE SAúDE 
Antônio Carlos de Barros Martins 
PRESIDENtE 
Christiano Augusto Bicalho Canêdo
VICE-PRESIDENtE
Fernando Eduardo Guimarães de Carvalho
CHEFE DE GABINEtE
Alcy Moreira dos Santos Pereira 
DIREtoR ASSIStENCIAl 
Mércia Fátima Cardoso de Andrade
DIREtoRA DE PlANEJAMENto, GEStão E FINANçAS 
Josiano Gomes Chaves 
DIREtoR DE DESENVolVIMENto EStRAtÉGICo E PESqUISA 
Artur Peretz lichter
DIREtoR DE ENSINo E DESENVolVIMENto DE PESSoAS
Julio César Pinto
PRoCURADoR-CHEFE
Alexandre Gorgulho Cunningham
AUDItoR SECCIoNAl
Christina Marândola
ASSESSoRA DE CoMUNICAção SoCIAl
Comissão Central de protoColos ClíniCos da FHemig 
Dr. Guilherme Freire Garcia (coordenador)
Dr. Francisco Carlos de Souza 
Dra. Marta Alice Campos
Dra. Valda Maria Franqueira Mendonça
Enfa Janete Mendes Carvalho
Farm. tânia Azevedo Anacleto
 
Comissão iniCial de protoColos ClíniCos da FHemig 
Dra. Fátima lúcia Guedes Silva
Enfa. Placidina Ferreira de Sousa
Enfa. Elizabeth Canuta dos Santos
Dr. Francisco Carlos de Souza (coordenador)
Dr. José tarcísio Portela
Dra. Valda Maria Franqueira Mendonça
Dr. Frederico José Amedée Peret
Dra. Maria do Socorro Alves lemos
unidades assistenCiais da rede FHemig por 
Complexos Hospitalares: 
Complexo de Urgência e Emergência 
 Hospital Infantil João Paulo II – HIJPII •	
 Hospital João XXIII – HJXXIII •	
 Hospital Galba Veloso ortopédico – HGVo •	
 Hospital Maria Amélia lins – HMAl •	
 Hospital Cristiano Machado – HCM – Sabará •	
Complexo de Hospitais Gerais 
Hospital Júlia Kubitscheck – HJK •	
Hospital Regional Antônio Dias – HRAD – Patos de Minas •	
Hospital Regional de Barbacena – HRB •	
Hospital Regional João Penido – HRJP – Juiz de Fora•	
Complexo de Especialidades 
Hospital Eduardo de Menezes – HEM •	
Maternidade odete Valadares – MoV •	
Hospital Alberto Cavalcanti – HAC •	
Complexo de Reabilitação e Cuidado ao Idoso 
Casa de Saúde Padre Damião – CSPD – Ubá•	
Casa de Saúde Santa Fé – CSSF – três Corações•	
Casa de Saúde Santa Izabel –CSSI – Betim•	
Casa de Saúde São Francisco de Assis – CSSFA – Bambuí•	
Complexo de Saúde Mental 
Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena – CHPB •	
Centro Mineiro de toxicomania – CMt •	
Centro Psíquico da Adolescência e da Infância – CEPAI •	
Hospital Galba Velloso – HGV •	
Instituto Raul Soares – IRS •	
Complexo MG transplantes
A FAlA Do PRESIDENtE 
“Compete ao médico aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o me-
lhor do progresso científico em benefício do paciente”. Este é um dos princípios 
fundamentais do novo Código de Ética Médica, Resolução CFM Nº 1931/2009. “o 
médico generalista, para manter-se atualizado, deveria examinar 17 artigos ao dia, 
todos os dias do ano”, segundo Davidoff et al: Evidence based medicine: a new 
journal to help doctors identify the information they need. BMJ 310: 1085, 1993. 
Apesar de todos os avanços científicos ocorridos nas diversas áreas do cuidado em 
saúde e de sua disponibilização através da web, os profissionais ainda encontram 
inúmeros obstáculos no acesso às informações atualizadas, confiáveis e validadas 
internacionalmente. Cabe aos gestores da saúde a implementação de políticas, 
ações e programas que irão agregar qualidade, eficácia e eficiência aos serviços 
prestados.
A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais - FHEMIG, com suas 22 uni-
dades na capital e interior do Estado de Minas Gerais, tem a responsabilidade de 
entregar à população serviços de qualidade e humanizados, de média e de alta 
complexidade. Como gestores, temos a obrigação de garantir que nossos profis-
sionais estejam qualificados e treinados na utilização de todas suas capacidades e 
dos conhecimentos disponíveis em prol dos usuários do SUS.
Adotar a estratégia de gestão da clínica, utilizando Protocolos Clínicos desenvol-
vidos por profissionais que atuam na ponta do sistema assistencial da sua Rede, 
trouxe à FHEMIG transparência e profissionalismo à gestão. Por meio do monitora-
mento e revisão periódica desses processos, pretende-se reduzir sua variabilidade e 
obter resultados mais efetivos.
o profissional, sobrecarregado pelo sistema e sem tempo de “aprimorar continu-
amente seus conhecimentos científicos”, encontra nos Protocolos Clínicos esta 
oportunidade, facilitando e agregando valores às ações no dia-a-dia a favor da 
preservação da vida.
lucram os profissionais e os gestores com a adequação de recursos tecnológicos e 
humanos e, principalmente nossos clientes, nosso objetivo maior.
Antônio Carlos de Barros Martins
Presidente da FHEMIG
preFáCio
“Um Projeto em busca de melhoria da qualidade de atenção à saúde” 
Apresentamos o primeiro volume de Protocolos Clínicos da FHEMIG baseado na 
sistematização do conhecimento atual sobre métodos diagnósticos e abordagens 
terapêuticas. Esse projeto objetiva promover maior segurança e qualidade ao aten-
dimento que prestamos. Mais do que uma normalização de condutas, pretende-se 
com esse projeto facilitar a disseminação de boas práticas em todas as nossas 
unidades hospitalares, assegurando à população por nós assistida o acesso a con-
dutas seguras e efetivas. 
Gostaríamos, ao apresentar esse projeto, de fazer uma reflexão sobre três pontos 
que lhe são fundamentais: Primeiro, o entendimento da complexidade que carac-
teriza o momento epidemiológico atual dos adoecimentos e mortes. Complexi-
dade formatada na múltipla causalidade dos eventos em saúde, na possibilidade 
de abordagens variadas, na velocidade e na pressão pela incorporação de novas 
tecnologias e nas inúmeras fontes de informação. Este cenário diversificado e ao 
mesmo tempo fértil aponta a necessidade de desenvolver protocolos que reflitam 
as evidências científicas para a orientação da prática clínica. 
Segundo, dentro deste campo da complexidade se destaca como desafio contem-
porâneo o entendimento e aprimoramento das relações intersubjetivas e suas sin-
gularidades. Para nós, profissionais de saúde e cuidadores, esse tema é de grande 
interesse e relevância. Restabelecer relações dialógicas baseadas em valores como 
solidariedade, afetividade e respeito ao outro também fazem parte do processo de 
qualificação da atenção. No entanto, o projeto de Protocolos Clínicos apesar de 
não pretender cobrir esse espaço de relações, com certeza contribui para seuapri-
moramento a partir do momento que torna mais transparente e ágil o processo 
de tomada de decisão. 
terceiro, compreendemos que os protocolos não são simples instrumentos de au-
tomação da prática clínica; o grau de objetividade e subjetividade que norteiam 
esse processo são, de longe, mais complexos. No entanto, a normalização de con-
dutas é não só uma necessidade das instituições de saúde, mas um instrumento 
eficaz na qualificação dessa prática e um imperativo ético diante da diversidade de 
ofertas e alternativas de abordagens nem sempre qualificadas ou reconhecidas. 
Este projeto significa um processo constante de modelagem e remodelagem de 
nossas condutas à luz das evidências científicas. Exige a construção e reconstrução 
de temas na velocidade que a realidade determina, sensibilização e capacitação 
de nossos profissionais para sua utilização e incorporação no cotidiano, além do 
monitoramento e da avaliação de seu impacto e resultado. 
Firmamos o compromisso desta gestão com este projeto e com todos os outros 
que tenham como objetivo garantir a segurança de nossas ações e a qualidade de 
nossos serviços. 
Dr. José Orleans da Costa 
Diretor Assistencial da FHEMIG no período de 10 de Setembro de 2004 a 
20 de Março de 2007
apresentação
Promover a melhoria contínua do nível da assistência é o primeiro objetivo da 
Diretoria Assistencial da FHEMIG. No universo das estratégias utilizadas para esse 
fim, as ferramentas de gestão da clínica têm demonstrado forte poder de indução 
das boas práticas assistenciais. 
A política institucional de incentivo ao desenvolvimento e implantação de Proto-
colos Clínicos nos hospitais da Fundação tem dado passos importantes no sentido 
de consolidar o modelo de organização dos processos assistenciais, fundamentado 
nos melhores níveis de evidências para tomada de decisão pelas equipes. 
Atallah diz em seu artigo Medicina baseada em evidências. Uma nova maneira 
de ensinar e praticar a medicina. Rev Diag trat 1996;1(2):8-10: “utilizando-se da 
Medicina Baseada em Evidências não teremos a garantia de bons resultados, mas 
diminuem-se claramente as possibilidades de maus resultados, aumentando a efi-
ciência profissional, com menor desperdício de recursos e energia do médico e do 
paciente.” 
Para nortear este caminho existe o compromisso do corpo técnico-assistencial da 
Fundação em oferecer aos cidadãos procedimentos com elevado padrão de segu-
rança, buscando integrar a experiência clínica às melhores evidências disponíveis. 
A constituição formal das Comissões locais de Protocolos Clínicos, bem como da 
Comissão Central, institucionaliza as ações necessárias para manter viva a propos-
ta, seja pela revisão periódica dos protocolos publicados, seja pela implantação e 
publicação de novos números. Um caminho inequívoco que se abre de continui-
dade deste compromisso, que não é apenas com a ciência ou com as estatísticas 
de redução de danos, o que por si só o justificaria, mas particularmente, com o da 
promoção de uma medicina ética. 
Novos desafios já despontam, pela necessidade notória de convocar as outras 
áreas afins como a enfermagem, a farmácia, a fisioterapia, a fonoaudiologia, a 
psicologia, a nutrologia, a odontologia, o que dará a dimensão transdisciplinar 
que a assistência requer. 
o primeiro volume, que ora se apresenta, é fruto do árduo trabalho de várias 
mãos, inicialmente patrocinado pelo Dr. José orleans da Costa, e desde então ten-
do à frente o Dr. Francisco Carlos de Souza como fiel depositário deste propósito 
na coordenação desta área na Diretoria Assistencial da FHEMIG. 
Alcy Moreira dos Santos Pereira 
Diretor Assistencial da FHEMIG
Fala do diretor assistenCial
autores e ColaBoradores do VoluMe i 
os autores e colaboradores deste volume estão citados na primeira folha 
de cada Protocolo. Em sua grande maioria, os autores são funcionários da 
FHEMIG, e graças à sua excelência profissional, foi possível realizar este proje-
to. A Comissão Central de Protocolos Clínicos agradece o incansável trabalho 
desses profissionais, que engrandecem a instituição, e convida para a continui-
dade desta tarefa nos próximos volumes.
aGradeCiMentos 
À Comissão de Protocolos Clínicos expressa a gratidão pelo apoio diário de 
todos os assessores e supervisores da DIRASS. 
Cláudio Pedrosa Assumpção 
Dalze lohner Maia 
Solange Pimentel Bastos Pereira 
lívia Mara Ferreira 
Maria Auxiliadora M. de Melo Vianna 
Edna Moura de Carvalho 
Ivan lamac de Carvalho 
Hessem Miranda Neiva 
Ivana Cátia Moutinho Ramos 
tânia Anacleto Azevedo 
Verônica de Fátima Ribeiro Macedo 
Magda Pinheiro Franco 
leonardo de Assis Freitas Velloso 
Elaine de Andrade Azevedo 
tiago Sávio Moreiras Possas 
Carmem Sofia Fernandes dos Santos 
lucas Antônio Monteiro Castro Sobrinho
Kátia Virgínia Bittencourt 
Agradecemos os serviços de suporte de secretaria: 
Paula Kelly Moreira de Matos 
Paulo César Evaristo Sotero 
Edilaine Rocha Gouvêa Gomes 
Maurício Campos Faria 
aGradeCiMento esPeCial: 
Agradecimento especial à Assessoria de Comunicação Social da FHEMIG e à Bi-
bliotecária Denise Aparecida teixeira, da Diretoria de Ensino e Desenvolvimento 
de Pessoas.
“A ‘Medicina Baseada em Evidências’ aponta um cami-
nho que desafia dogmatismos, certezas e confortáveis 
unanimidades, sem chegar ao extremo de condenar 
práticas e pesquisas convencionais evidentes ou de cair 
em dúvidas paralisantes.” 
José Paulo Drummond – UFRJ 
“Working with gifted colleagues, first at McMaster 
and later in oxford and throughout Europe, I became 
an expert in an old field with a new name: evidence 
based medicine” 
........................... 
“Sackettisation,” defined as “the artificial linkage of a 
publication to the evidence based medicine movement 
in order to improve sales.” 
...................... 
“Is redemption possible for the sins of expertness?”
 
Sackett Dl, the sins of expertness and a proposal for redemption. BMJ 2000 May 
6; 320 (7244): 1283 
“Não se pode esquecer que a história é cruel com 
aqueles que pensam que ela é eterna. Porque ela não é 
eterna. Ela muda as faces, muda as exigências. E pode 
se converter num abismo e afogar aqueles que não 
perceberem que é momento de mudar de rumo”. 
Florestan Fernandes – 1995
Em todos os casos sempre houve responsabilização de um ou mais profissionais 
na redação de cada texto. Entretanto, todos os protocolos clínicos foram e deve-
rão ser enriquecidos com discussões conjuntas com os profissionais dos hospitais, 
onde os protocolos foram e serão desenvolvidos. 
Essas discussões foram todas conduzidas pela comissão de protocolos, buscando 
garantir a uniformização metodológica na construção, bem como a oportunidade 
de crítica interna de profissionais distintos. Além disso, esta publicação foi disponi-
bilizada na intranet da Fhemig, para consulta, antes de ser divulgada. 
os autores assumem total responsabilidade pelo conteúdo técnico divulgado em 
cada texto e se comprometem com a citação desta obra em qualquer outro traba-
lho em que venham utilizá-la.
Compromisso editorial
sumário
histórico1. ................................................................................................. 16
o projeto cinco anos depois2. ................................................................. 17
introdução3. ............................................................................................. 18
uma visão sobre a mbe4. .......................................................................... 19
m5. étodos e materiais .............................................................................. 21
Envolvimento dos executores finais das unidades
Definição e métodos de seleção dos temas e protocolos
orientação para grau de recomendação e nível de evidência
Validação interna dos Protocolos eleitos
I6. mplantação e continuidade dos protocolos .................................... 23
referências bibliográficas7. ....................................................................24
anexos8. 
tabela I .................................................................................................... 25
tabela II ................................................................................................... 26
tabela III .................................................................................................. 27
protocolos clínicos9. 
Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo 1. 
Cranioencefálico leve ........................................................................ 30
Protocolo de Atendimento ao Paciente 2. 
Vítima de traumatismo Abdominal ...................................................... 41
Sepse Grave e Choque Séptico3. ............................................................ 48
Pré-Eclâmpsia4. ...................................................................................... 81
Prematuridade5. .................................................................................... 90
Acompanhamento Ambulatorial do Paciente com HIV/AIDS6. ............... 97
Abordagem e Acompanhamento Ambulatorial 7. 
do Paciente com Hepatite Viral Aguda ............................................. 102
Convulsão no Recém-nascido8. ............................................................ 117
Protocolo de Intubação em Sequência Rápida em Pediatria 9. .............. 123
Atendimento terciário das lesões traumáticas do quadril e Pelve 10. ..... 135
Protocolo para tratamento da Fratura-luxação trans-escafoperisemilunar 11. 
do Carpo e da luxação Perisemilunar do Carpo .............................. 148
tratamento das Hepatites Virais Crônicas B, C e Co-infectados HIV12. ... 154
tratamento de Feridas Hospitalares I úlceras por Pressão13. ................... 203
Uroginecologia14. ................................................................................. 221
Manejo Hospitalar da tuberculose15. ..................................................... 231
Abordagem do Paciente em Síndrome de 16. 
Abstinência Alcóolica: Diagnóstico, avaliação e tratamento. ............. 243
Apendicectomia17. ................................................................................ 254
Protocolo de Captação de Doadores de tecidos oculares para transplante18. 259
tratamento Primário das Fraturas Expostas19. ........................................ 271
linha Guia para o Manejo Clínico do Paciente com 20. 
Influenza por Cepa Emergente Potencialmente Pandêmica ............... 285
Asma na Infância21. .............................................................................. 300
Cuidados com o paciente em morte encefálica 22. 
ou suspeita de morte encefálica. ...................................................... 309
Protocolo de traumatismo Raquimedular (tratamento agudo)23. ........... 321
24. Protocolo de Cuidados ao Idoso e Reabilitação .................................. 327
25. triagem Nutricional em pacientes adultos ......................................... 364
pág. 16 \\ 
Na página oficial da rede FHEMIG – Fundação Hospitalar do Estado de Minas Ge-
rais, na web, encontramos: “A missão institucional da fundação é prestar assistên-
cia hospitalar de complexidade secundária e terciária, com importância estratégica 
regional e estadual, participando da formulação da política de gestão para hospi-
tais integrados ao Sistema único de Saúde (SUS) de Minas Gerais”1 
Com 33 anos de existência esta é a maior rede de hospitais públicos da América 
do Sul. Com seus 22 hospitais, é a REFERÊNCIA HoSPItAlAR PúBlICA de Minas 
Gerais, além de ser o maior centro formador de pós-graduação de profissionais da 
saúde da América latina. A Fundação completou três décadas em atividade com 
uma nova visão administrativa, buscando o desenvolvimento de um Sistema de 
Gestão para maior eficiência administrativa de suas unidades1.
A Diretoria Assistencial (DIRASS), uma das unidades administrativas da FHEMIG, 
de acordo com o Decreto 43.676, de 4 de dezembro de 2003, tem dentre outras 
competências: 
Coordenar a padronização de medicamentos e insumos hospitalares e de-•	
finir protocolos para a sua utilização; 
Definir protocolos de conduta para serem implantados nas unidades assis-•	
tenciais, em suas diversas clínicas; 
Exercer, na sua área de competência, a coordenação das atividades reali-•	
zadas pelas unidades. 
Nesse contexto foi criada a “Comissão Central de Protocolos Clínicos da FHEMIG” 
(CCPC), para a elaboração, implantação e coordenação de protocolos de condutas 
clínicas, especificamente. 
No primeiro semestre de 2005, esta comissão iniciou seus trabalhos com a ela-
boração de um projeto para a constituição dos protocolos com uma estratégia 
baseada na vivência clínica de seus profissionais internos, calcada em modelos 
e experiências de outras instituições nacionais e internacionais, além de literatu-
ra específica sobre diretrizes e Protocolos Clínicos2,3,4,5,6,7. Com os trabalhos desta 
comissão em pleno andamento, dois acontecimentos vieram confirmar que está-
vamos no caminho certo: a implantação de protocolos na rede de assistência pri-
mária da Secretaria Estadual de Saúde, e a publicação da portaria n° 816, de 31 de 
maio de 2005, do Ministério da Saúde, que constituiu o Comitê Gestor Nacional 
de Protocolos de Assistência, Diretrizes terapêuticas e Incorporação tecnológica 
em Saúde (CGN)8. Esta portaria considera a necessidade, entre outras, de definir 
critérios para a incorporação de “Protocolos Clínicos e Assistenciais” no Sistema 
único de Saúde (SUS), mostrando a consonância da FHEMIG, com as políticas de 
saúde estadual e nacional, dando assim mais fôlego ao nosso projeto. 
Ratifica, por fim, a assertiva deste projeto, o lançamento do livro de Protocolos – 
Urgências e Emergências de uma grande instituição de saúde complementar de 
Minas Gerais com a participação, inclusive, de colaboradores do nosso projeto.
Nosso caderno de protocolos clínicos contribuirá definitivamente para consolida-
ção das boas práticas assistenciais na rede e para sua acreditação junto a organis-
mos de acreditação nacional de instituições de saúde, tendência irreversível nos 
dias atuais.
HistóriCo
\\ pág. 17
A Portaria Presidencial da FHEMIG No. 262/2005 instituiu a Comissão Permanente 
Central de Protocolos Clínicos e a Portaria No. 293/2006 determinou aos Direto-
res das Unidades Assistenciais da Rede instituir, através de ordem de Serviço, as 
Comissões locais de Protocolos Clínicos (ClPC). os decretos No. 43.676/2003 e 
No. 44.466/2007 da FHEMIG regulamentam a padronização de medicamentos e 
insumos hospitalares, definindo a implantação de protocolos para a sua utilização 
sob competência da Diretoria Assistencial - DIRASS. 
A utilização de diretrizes clínicas leva a diminuição dos riscos para os usuários, homo-
geneíza condutas clínicas, garante qualidade quando baseada nas melhores evidên-
cias científicas disponíveis, além de ser um produto facilitador para a educação dos 
profissionais. os protocolos continuam chegando, e como previsto no projeto inicial, 
novos desafios vão surgindo. A sensibilização dos profissionais é atividade contínua 
tanto na construção como na aplicação dos protocolos na ponta do sistema. 
Definiu-se como implementação as estratégias de treinamento e sensibilização dos 
profissionais sobre a importância do uso dos protocolos e do monitoramento dos 
resultados para identificação e correção das inconformidades.
o novo paradigma “gestão da clínica” tem sido comparado pelos seus apologis-
tas notáveis, à clássica gestão de meios, centrada apenas em recursos humanos, 
materiais e financeiros. Nesta comparação consideram que há ganho de eficácia e 
eficiência nos sistemas de saúde na utilização da primeira.
Avançou-se na adequação dos recursos materiais e na identificação das necessida-
des de recursos humanos qualificados. As diretorias e gerências assistenciais têm 
investido na solidificação das ClPC, disponibilizando recursos humanos específi-
cos. os treinamentos têm sido constantes e redirecionadospelo que se aprende ao 
fazê-los. Notou-se rapidamente a interdisciplinaridade dos protocolos envolvendo, 
por vezes, desde a portaria até os mais altos níveis de complexidade das unidades 
e os seus profissionais. Durante reuniões de implementação, pôde-se notar dificul-
dades e propor soluções para os diversos setores de um hospital, sendo esta uma 
oportunidade gerencial única de integração do grupo gestor com os profissionais 
da linha de frente. A resistência dos profissionais para aceitar a incorporação de 
processos no trabalho e a racionalização dos investimentos em inovações tecnoló-
gicas são batalhas intrínsecas a esse processo.
Para avaliar resultados é necessário medir, ao que se chamou de monitorizar ou 
gerenciar. Como ainda não há este hábito, essa tarefa de aspecto impossível à 
primeira vista torna-se viável com esta perspectiva de designação de pessoal espe-
cífico para coletar e organizar dados, com a escolha de poucos protocolos (carros-
chefe das unidades) para monitorização e perspectiva de informatização plena. 
Cinco anos após, ainda há que avançar no processo de medir os resultados do 
projeto Protocolos Clínicos, desenvolvendo a indispensável ferramenta moderna 
de gerência que é a informatização plena da atenção e gerenciamento das unida-
des. Ato pioneiro, a inclusão dos protocolos no Sistema Informatizado de Gestão 
Hospitalar (SIGH) adiciona qualidade e segurança no monitoramento, agilizando 
o gerenciamento das inconformidades em tempo hábil garantindo melhora conti-
nua na atenção aos usuários do SUS. 
Por último, como garantir a perenidade do processo? É necessário manter uma ca-
deia de esforços, desde decisão gerencial, a estrutura de ClPC funcionantes e reco-
nhecidas, protocolos atualizados, sensibilização para a cultura de se trabalhar com 
protocolos e apoio material e de recursos humanos adequados para cada etapa do 
processo. Sobretudo, é necessário estar sempre atento ao caminhar da história para 
que ela não seja “cruel” conosco, nos dizeres de Florestan Fernandes, percebendo 
sempre com o pensar e repensar, fazer e refazer o “momento de mudar de rumo”.
o projeto CinCo anos depois
pág. 18 \\ 
“Informação em saúde deve ser trabalhada no sentido de reforçar os direitos hu-
manos, de contribuir para a eliminação da miséria e das desigualdades sociais e ao 
mesmo tempo subsidiar o processo decisório na área da saúde, em prol de uma 
atenção com efetividade, qualidade e respeito à singularidade de cada indivíduo e 
ao contexto de cada população”. 
Ilara Hämmerli S. Moraes. In: Política, tecnologia e informação em saúde. Casa da qualidade Editora – 
Salvador – Bahia – 2002. 
A velocidade da informação evoluiu nas últimas décadas em ritmo estonteante, 
sendo a maioria inválida ou irrelevante para a prática clínica5. É vasta na litera-
tura médica a informação sobre a elaboração, crítica e apologias de diretrizes 
terapêuticas2-7, 9. A Medicina Baseada em evidência (MBE) nasceu em meados 
dos anos 80 na Universidade McMaster, (Canadá), berço da Epidemiologia Clínica 
anglo-saxônica. 
Entretanto, pesquisa no Pub-Med, como base de dados de literatura médica com 
os termos “evidence based medicine”, sem limite inferior de data, só mostra da-
dos a partir do ano de 1992. Até julho de 2005 encontram-se 18.133 referências 
e 19.070, até 15 de outubro do mesmo ano, ou seja, 9,5 publicações sobre o as-
sunto por dia, nos últimos 3 meses do primeiro semestre de 2005. Nos últimos dois 
anos os mesmos verbetes, na mesma fonte mostram 27.989, ou seja, ritmo de 
crescimento ainda maior de 12,22 publicações por dia. A maioria destas, 93,2%, 
nos últimos nove anos. A maioria destas, 89,9%, nos últimos sete anos. Com esta 
verdadeira avalanche de informação sobre um corpo atuante onde muitos médi-
cos foram formados bem antes da marcante presença da MBE na prática médica, 
faz-se necessária uma sistematização e muito mais, uma leitura crítica sobre o seu 
papel nesta prática. Assim procurou-se um olhar tanto crítico quanto possível, 
buscando extrair da MBE o máximo de sua contribuição para os propósitos dessas 
diretrizes, sem cair naquilo que Vasconcelos Silva em seu estudo “Proliferação das 
rupturas paradigmáticas” chama de fundamentalismo, status de normatividade 
(prescritiva ou proscritiva), que por vezes perde seu senso crítico.
introdução
\\ pág. 19
Ao considerar as publicações científicas e classificá-las segundo os modelos que se 
utilizou como metodologia para confeccionar e avaliar os protocolos, procurou-se 
desde o primeiro momento uma visão aberta da hoje popularizada MBE. Rosem-
berg define a MBE como “processo de descobrir sistematicamente, avaliar e usar 
achados de investigações como base para decisões clínicas”.5 Vasconcellos, Silva 
atribui a Drummond (in: Medicina baseada em evidências. São Paulo: Atheneu; 
1998) a afirmativa de que a MBE se apoia em tripé formado pela epidemiologia 
clínica, pela bioestatística e pela informática médica. Aquele autor define a MBE 
como “transição paradigmática originada de imperativos de ordem econômica 
e cognitiva sobre uma medicina baseada em observações não sistematizadas. A 
experiência clínica pessoal, imposta de forma arbitrária, empobreceria a produção 
de certezas e a eficácia terapêutica. A MBE se instalaria assim como mediadora 
essencial no processo de ‘tomada de decisões clínicas’ que atende às premissas 
da ética dos objetos, o que é tacitamente admitido como a melhor maneira de 
praticar a medicina.” 
Vista assim, passa uma ótica positivista onde o conhecimento seria um aglutinado 
de estudos como um bloco de um novo paradigma ampliado, totalizante e im-
parcial. tentar responder a pergunta de Vasconcelos, Silva: A melhor evidência é 
equivalente ao melhor cuidado? poderá aguçar a nossa capacidade crítica. 
Se considerarmos o contexto que Drummond justifica a MBE: 1) custos cada vez 
mais elevados; 2) métodos pedagógicos obsoletos e 3) extensão e heterogeneida-
de da produção científica, assumimos valores econômico-cognitivos para respon-
der que a melhor maneira de praticar a medicina é aquela com decisões corretas, 
eficiência e redução de custos. Se a premissa econômica se agiganta, os pacientes 
passam a ser tratados como “consumidores” ou “orçamento” no caso da inicia-
tiva pública. 
Não é confortável opor-se a evidências que, com os parcos recursos existentes, 
nos trazem economia e efetividade por um lado. Não cabe também a crítica sec-
tária ou imobilista mediante o estabelecido, tradicional, construído na observação, 
opinião e experiência pessoal, por outro lado. Entretanto, quando esses valores 
econômico-cognitivos são impostos incondicionalmente sobre qualquer outro, a 
crítica sensata pode nos aproximar da lucidez.o uso cego, religioso da MBE no 
contexto em que Drummond a justifica, pode levar a distorções. o grande, se não 
o maior, exemplo disto foi a renúncia pública de Sackett, idealizador e um dos 
mais árduos defensores da MBE desde MacMaster e depois por todo o mundo, ao 
título de autoridade no assunto “devido às críticas de sackettização de publicações 
para aumentar venda”10. Estes interesses só serão percebidos por nós na prática 
diária com o exercício da crítica equilibrada. É valioso observar que a própria siste-
matização de ensaios clínicos randomizados (ECR) pode virar uma mera compila-
ção de informações para totalizar e potencializar uma grande verdade acrítica de 
reafirmação de valores técnicos. As críticas de que a MBE não atende a todos os 
aspectos e demandas individuais, a recursos limitados e contingências específicas 
e involui ao nível de receita de bolo, podem parecer contra-fundamentalista e não 
tão grave como a crítica que Silva chama atrofia do discernimento profissional e 
da razão prática dadas as circunstâncias extra-clínicas de difícil parametrização9. Se 
a resposta sobre a melhor maneira para a prática assistencial se baseia no resumo 
das relações entre sujeitos (profissionais) e suas técnicas (econômico-cognitivos), 
somente osobjetos parametrizáveis. 
uma visão sobre a mbe
pág. 20 \\ 
serão considerados. A abordagem apenas por métodos de registro do observável 
exclui a subjetividade, o intangível pelos profissionais e suas técnicas (econômico-
cognitivo, pilar da MBE), podendo trazer confusão ao seu conhecimento e sua 
técnica. 
Deve-se, sem dúvida, investir no desenvolvimento de técnicas e no sujeito (profis-
sional), mas não tirar a perspectiva do que é o fundamental na atividade assisten-
cial médica, ou seja, a relação sujeito-sujeito buscando, talvez com os velhos para-
digmas, mensurar o produto desta relação que não é parametrizável pela MBE. 
Dr. Francisco Carlos de Souza 
Dra. Valda Maria Franqueira Mendonça
\\ pág. 21
Na ausência de prática com um modelo metodológico para construção de Protoco-
los Clínicos, pensou-se em definir com clareza os objetivos, princípios norteadores, 
formato e estratégias para a construção dos Protocolos Clínicos. Uma das estraté-
gias de elaboração foi a mobilização de todos os hospitais para se envolverem na 
construção dos protocolos, visto que, na visão da coordenação e de experiências 
internacionais, há uma baixa adesão à prática dos protocolos sem o envolvimento 
daqueles que finalmente o executam. Divulgação e discussões amplas sobre a ne-
cessidade de protocolos onde a Medicina Baseada em Evidência (MBE) se coloca 
como paradigma da atual prática médica, foram o foco desta fase do projeto. 
enVolViMento dos exeCutores Finais das unidades 
Com os princípios de considerar a prevalência, diversidade de conduta, custos e 
impactos na população foi solicitado o levantamento dos temas e a elaboração em 
cada hospital dos protocolos julgados mais importantes por eles. 
Devido ao tamanho e visibilidade da demanda, à complexidade, papel estratégico, 
e custos especiais de alguns hospitais, estes foram visitados (inicialmente) para re-
forçar a solicitação de envio de protocolos, feita a todos anteriormente, conforme 
os prazos do projeto. 
deFinição e Métodos de seleção dos teMas e ProtoColos 
Para a definição dos protocolos que teriam prioridade na implantação, foi elabo-
rada uma grade de critérios para seleção (tabela I – apêndice) que resultou em 
uma classificação (tabela II – apêndice). Esta, à semelhança do AGREE9, do qual foi 
adaptado, considerou o resultado mais para avaliação qualitativa que quantitati-
va. Com a mesma base de informações foi também elaborada uma classificação 
adaptada do “oxford Centre for Evidence-based Medicine levels of Evidence (May 
2001)”4 à semelhança da adaptação feita pelo Projeto Diretrizes da AMB/CFM2 
para grau de recomendação e nível de evidência (tabela III – apêndice), seguindo a 
tendência atual de se pautar protocolos/ diretrizes/“guidelines” pela MBE.
Para a elaboração dos critérios de seleção, foram pesquisados na Medline no 
período de 1992 a julho de 2005 estudos existentes sobre as diversas orien-
tações para elaboração de diretrizes clinicas2,5,7 e para avaliação qualitativa de 
protocolos9. os resultados deste estudo, associados aos princípios anteriormente 
citados, resultaram na grade de seleção da tabela I. Definiu-se que seriam elabo-
rados e implantados inicialmente os que obtiveram maior pontuação e/ou temas 
que a CCPC (Comissão Central de Protocolos Clínicos) julgassem prioritários. os 
protocolos com temas iguais e afins foram compilados pelos elaboradores em 
um único material.
métodos e materiais
pág. 22 \\ 
orientação Para Grau de reCoMendação e níVel de eVidênCia 
Para elaboração de diretrizes encontra-se na web vasta literatura2,7. Evidenciam-se 
entre elas pequenas variações metodológicas. Buscou-se neste trabalho nortear 
por alguns princípios como: protocolos que se pautem por Exequibilidade – atingir 
a atividade fim da Fundação, ou seja, todo o cliente do SUS, na assistência hospita-
lar e especializada bem como o profissional de saúde, o executor desta ação; Uni-
versalidade – seguir uma orientação matricial, guardada a realidade das unidades e 
particularidades do tema; objetividade – texto prático e objetivo com fluxograma e 
fácil acesso, virtual e físico, onde toda fundamentação e comunicação teórica fun-
damental sejam facilmente transmitidas aos executores. Base de evidência científi-
ca – além de citar referências bibliográficas, procurou-se também indicar o grau de 
recomendação e o nível de evidência científica, conforme o modelo, objetivando 
ressaltar a consistência da informação e objetividade na utilização do protocolo. 
A base principal para orientação aos elaboradores na estratificação do grau de 
recomendação e evidência, foi o “oxford Centre for Evidence based medicine”.
Validação interna dos ProtoColos eleitos. 
Recomendamos que a validação interna de um protocolo clínico se fizesse desde 
o momento da sua elaboração pelo corpo clínico, sugerindo-se reunião sobre o 
tema que fosse amplamente divulgado na unidade e com a participação de todos 
os profissionais envolvidos na sua utilização final. Estes momentos possibilitam 
esclarecer dúvidas, definir fluxogramas, rever processos de trabalho, envolver e 
estimular o trabalho em equipe, garantindo assim sua incorporação pelo grupo. 
Muitos hospitais, particularmente aqueles com residência médica, têm reuniões 
ampliadas com definições de protocolos já validados pela sua prática há alguns 
anos. Contudo estes protocolos não estão sistematizados com elementos que per-
mitam sua avaliação por instrumentos internacionais consagrados. o papel chave 
da CCPC é justamente orientar esta sistematização. Algumas clínicas referenda-
ram em reuniões os seus protocolos especificamente para esta publicação, como 
fora sugerido a todas.
\\ pág. 23
Um indicador pode ser um fato, um número absoluto, um índice, uma taxa ou 
coeficiente e medem aspectos quantitativos e/ou qualitativos relacionados à es-
trutura, processos ou resultados. Eles sinalizam e nos direcionam para assuntos 
específicos da organização e devem ser reavaliados periodicamente. 
Na gestão pela qualidade total, indicadores são denominados itens de controle e 
possibilitam medir a qualidade e a quantidade dos serviços sendo, portanto, im-
prescindíveis no planejamento, organização, coordenação e avaliação da atenção 
à saúde. 
Protocolos Clínicos com itens de controle definidos possibilitarão informações se-
guras à gestão da Fundação para suporte material e de recursos humanos qualifi-
cados assegurando, assim, sua continuidade. 
Contudo, definir métodos, periodicidade de avaliação e, sobretudo, assegurar o 
envolvimento do profissional em todo o processo de trabalho com os protocolos, 
desde a sua fase inicial, é sua maior garantia de continuidade. 
Entendemos que a pactuação com a Diretoria Assistencial em cada unidade hos-
pitalar, a partir desse processo, criando as Comissões locais de Protocolos Clínicos 
(ClPCs), a exemplo da existente no Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII) e asso-
ciado aos Núcleos de Ensino e Pesquisa (NEPs), seja a tradução orgânica desta 
continuidade dentro de cada Unidade. Esta estrutura determinará os instrumentos 
para acompanhar a gestão material, RH e, particularmente, a alimentação do SIGH 
– Sistema de Gestão Hospitalar. Esse programa deve gerar, em cada prontuário, 
o número do protocolo a que está ligado cada paciente a partir do diagnóstico 
principal, secundário e/ou de alta. Isso vai gerar um banco de dados com imenso 
potencial de utilização. o acompanhamento das ClPCs pelas diretorias, incenti-
vando os profissionais, inclusive com investimento na qualificação, será a pedra 
angular desse processo ora em construção.
Após cinco anos, concluímos e ampliamos a implantação efetiva dos Protocolos 
Clínicos. Anos que significaram todo um processo de participação, envolvimento, 
investimento financeiro e decisões, onde se aprendeu a conhecer melhor a rea-
lidade da nossa Instituição, as nossas possibilidades e a conquistar um contínuo 
espaço de criatividade. Alguns Protocolos Clínicos já se constituem novas práticasnas nossas Unidades, a exemplo do processo de implantação do “acolhimento 
com classificação de risco” nas portas de urgência. 
Estamos fazendo agora a segunda edição do “Caderno”, embora, desde maio 
de 2006 houvéssemos colocado nossos primeiros protocolos na web, divulgando 
para o mundo a experiência por nós construída. Experiência essa que se espera 
possibilitar uma relação dialógica com as demais experiências e construções exis-
tentes. 
Nesse contínuo “fazer e refazer”, sempre em outro patamar, aceitamos o desafio 
em se ganhar mais profissionais para a prática baseada em evidências, gestão do 
cuidado e produção de outros protocolos tendo, sempre, o compromisso com a 
segurança e qualidade no atendimento prestado. 
Comissão de Protocolos Clínicos da FHEMIG – Junho de 2010.
implantação e Continuidade 
dos protoColos
pág. 24 \\ 
FHEMIG. [ acesso em: 2005 jul 27].1. 
Disponível em: http://www.FHEMIG.mg.gov.br/ 
Jatene FB, Cutait R, Introdução. In: Jatene FB, Cutait R, editors. Projeto 2. 
Diretrizes. 1a ed. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal. de Medicina. 
2005: vii-xii. 
Mendes EV, Shimazaki ME. oficina: A gestão da clínica nos sistemas de se 3. 
serviços de saúde. Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais. Belo 
Horizonte; 2005. 
Clearinghouse.[acesso em 2004 jun 25]. 4. 
Disponível em: http://www.cebm.net/levels_of_evidence.asp 
Rosemberg W. Evidence based medicine: an approach to clinical problem-5. 
solving BMJ. 1995 Apr; 310: 1122-6. 
the AGREE Collaboration. Appraisal of Guidelines for Research & Evaluation 6. 
(AGREE) Instrument. [acesso em 2004 dez 12]. 
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das normas de orientação clínica. Ministério da Saúde de Portugal. [acesso em 
2004 feb 12]. 
Disponível em: http//www.iqs.pt/noc’s.htm 
Ministério da Saúde. Portaria n° 816, 31 de maio de 2005. Diário oficial da 8. 
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Vasconcellos-Silva PR, Castiel lD. Proliferação das rupturas paradigmáticas: o 9. 
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Sackett Dl. the sins of expertness and a proposal for redemption. BMJ. 2000; 10. 
320:1283.
reFerênCias bibliográFiCas
\\ pág. 25
taBela i \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
Quadro Para Pontuação dos ProtoColos suGeridos Pelas unidades 
Nome protocolo:
Hospital:
Avaliador: 1, 2, 3, 4
quesito de avaliação
Pontuação:
mínima máxima
pontuação 
(1 a 4)
Prevalência 1 4
Construção do processo 1 4
Impacto 1 4
Não alteração na estrutura 1 4
Indicadores 1 4
objetividade clinica 1 4
MBE 1 4
Conflito ético 1 4
Validação interna 1 4
Validação externa 1 4 
Custos 1 4
totAl 11 44 11 a 44
Cálculo % = soma 
(4ª coluna – 2ªcoluna / 3ªcoluna-2ªcoluna)
Semelhante 
ao “AGREE”
Percentual do Avaliador 1
Percentual do Avaliador 2
Percentual do Avaliador 3 
Percentual do Avaliador 4
AVAlIAção PERCENtUAl FINAl média avaliadores 1,2,3 e 4
pág. 26 \\ 
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\\ pág. 29
taBela iii \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
Grau de reCoMendação e níVel de eVidênCia
Estudos terapêuticos e Preventivos Estudos Diagnósticos
A
01
Revisão sistemática de 
ensaios controlados 
aleatorizados
A
01
Revisão sistemática 
de estudos melhor 
desenhados
02
Ensaio controlado e 
aleatorizado de IC* 
pequeno
02 Padrão ouro + observação cega + seleção adequada
03 Alta sensibilidade e/ou alta especificidade
B
03
outros ensaios de 
intervenção com 
resultados “all or none”
B
04 Revisão sistemática de estudos pior desenhados
04 Revisão sistemática de estudos de coorte 05
Padrão ouro + 
observação cega ou 
seleção adequada
05 Estudo de coorte 06 -
06
Estudo de coorte de 
cuidados médicos 
recebidos “outcomes 
research”
07 -
07 Revisão sistemática de estudos caso-controle 08
observação cega + 
seleção adequada sem 
padrão ouro
08 Estudo caso-controle
C 09 Série de casos ou opinião de especialistas C 09
Padrão ouro ou 
observação cega ou 
seleção adequada
D 10 Consenso ou opinião de especialistas D 10
Consenso ou opinião de 
especialistas
*Intervalo de Confiança
Adaptado de Projeto Diretrizes AMB-CFM
Atendimento ao Paciente Vítima de 
traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve 
noMe do teMa \\
Protocolo de Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo 
Cranioencefálico leve
resPonsáVeis – unidade \\
Dr. Rodrigo Moreira Faleiro
Dr. Josaphat Vilela de Morais – HJXXIII
ColaBoradores \\
Dr. Ricardo Cipriano da Silva – HJK
Dr. João Batista Gomes Soares – HAC
Validadores \\
Equipe de neurologia do HJXXIII
001
EStABElECIDo EM
13/12/2005
últIMA REVISão EM
21/12/2009
 Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve \\ 1 \\ pág. 31
introdução / raCional \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
traumatismo crânio-encefálico (tCE) é entidade frequente e com alta mortali-1. 
dade. A cada 15 segundos ocorre um caso de tCE e em decorrência deste, um 
paciente morre a cada 12 minutos;
50% das mortes decorrentes de trauma têm como etiologia o tCE;2. 
Classifica-se como tCE leve os pacientes com 13 a 15 pontos na Escala de 3. 
Coma de Glasgow (ECG) (item III, texto subsidiário). Há tendência a classificar 
o paciente com 13 pontos na ECG como tCE moderado, tendo em vista a 
maior incidência de lesões expansivas intracranianas (lEIC) pós-traumáticas. 
(texto subsidiário – APÊNDICE V).
oBJetiVo \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
Sistematizar o atendimento inicial ao paciente vítima de tCE leve, por médicos 
especialistas ou não especialistas, em unidades da rede hospitalar FHEMIG;
Evitar a liberação de pacientes com risco elevado de lEIC pós-traumática;
Evitar internações desnecessárias de pacientes com baixo risco de lEIC pós-
traumática;
Reduzir custos com transferências inter-hospitalares e tomografias computa-
dorizadas (tC) do encéfalo desnecessárias.
Material/Pessoal neCessário \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
Equipe médica capacitada para avaliação inicial do paciente vítima de trauma, 1. 
segundo preceitos do Advanced trauma life Support (AtlS). (Cirurgião geral, 
Clínico geral ou Pediatra);
Equipe de enfermagem treinada e orientada para cuidados com o paciente 2. 
vítima de tCE;
Sala de Raio-X com técnico treinado para a realização de radiografias de crâ-3. 
nio e coluna cervical;
Colar cervical para imobilização. lanterna com luz forte para exame das 4. 
pupilas;
Veículo e equipe médica e paramédica capacitada para o transporte inter-5. 
hospitalar de pacientes vítimas de tCE. Estes pacientes apresentam o risco de 
rápida deterioração durante o transporte, portanto o veículo deve estar capaci-
tado para realizar proteção de vias aéreas (inclusive intubação oro-traqueal);
Medicamentos essenciais: analgésicos, anticonvulsivantes (diazepam, feni-6. 
toína), manitol a 20%, anestésicos para intubação orotraqueal (midazolam, 
fentanil e suxametônio).
atiVidades essenCiais \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
Admissão do paciente vítima de tCE na sala de emergência, pela equipe do 1. 
trauma ou plantonista, com registro do diagnóstico no campo do SIGH;
Aplicar protocolo de atendimento segundo preceitos do AtlS;2. 
Realizar Exame Neurológico Mínimo:3. 
a. Nível de Consciência (Escala de Coma de Glasgow);
b. Exame do diâmetro pupilar (isocórica/anisocórica);
c. Detectar déficits neurológicos grosseiros (paresias/plegias).
Propedêutica radiológica se necessário;4. 
Classificar o paciente com tCE leve em RISCo AUMENtADo, RISCo MoDERADo 5. 
e RISCo BAIXo de apresentar lEIC pós-traumática. (APÊNDICE I);
Definir uma dentre as quatro condutas específicas: (APÊNDICE II).6. 
 Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve \\ 1 \\ pág. 31
a. Alta hospitalar;
b. observação hospitalar na UB (até 12 horas) e alta subsequente;
c. Encaminhar para o HJXXIII para realização de tC do encéfalo com ttIH 
preenchido (APÊNDICE III). Se tC normal, o paciente retornará à unidade 
de origem para observação hospitalar. Se tC anormal, o paciente deverá 
manter observação no HJXXIII;
d. Encaminhamento direto para internação e conduta especializada por 
neurocirurgião/neurologista em centro referência para trauma da rede 
FHEMIG (HJXXIII).
Fornecer e explicar a FolHA DE oRIENtAçÕES básicas ao paciente vítima de 7. 
tCE leve ou a seu acompanhante. (APÊNDICE IV), em caso de alta.
itens de Controle \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
Avaliar redução nos pedidos de RX de crânio na unidade hospitalar básica da 1. 
rede FHEMIG;
Avaliar redução nos pedidos de tC do encéfalo na unidade referência de trau-2. 
ma da rede FHEMIG (HJXXIII);
Notificação compulsória dos pacientesvítimas de tCE leve, que foram corre-3. 
tamente submetidos ao protocolo de atendimento acima, mas mesmo assim 
evoluíram com complicações neurológicas pós-traumáticas;
Percentual de internações pelo diagnóstico de tCE do SIGH;4. 
Percentual de tC de encéfalo em vítima de tCE alcoolizado;5. 
Percentual de Folha orientação Entregas.6. 
siGlas \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
SIGH – Sistema Integrado de Gestão Hospitalar
tCE – traumatismo Cranioencefálico AtlS – Advanced trauma life Support
tC – tomografia Computadorizada
RX – Radiografia
ECG – Escala de Coma de Glasgow
UB – Unidade básica da rede FHEMIG – Hospital da rede FHEMIG não capaci-
tado para atendimento neurológico de pacientes vítimas de tCE. 
HJXXIII – Unidade avançada de trauma neurológico da rede FHEMIG – Hospital 
capacitado com neurologistas/neurocirurgiões e tC do encéfalo para trata-
mento clínico ou cirúrgico dos pacientes vítimas de tCE = Hospital João XXIII
ttIH – termo trasferência Inter-Hospitalar
HIC – Hipertensão Intracraniana
PIC – Pressão Intracraniana
HSDA – Hematoma Subdural Agudo
HSAt – Hematoma Sub-araquinoide de traumático
PIA – Pressão Intra Arterial
PPC – Pressão de Perfusão Cerebral
HEDA – Hematoma Extradural Agudo
pág. 32 \\ 1 \\ Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve \\ 1 \\ pág. 33
reFerênCias\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ Grau de 
reCoMendação
Comitê de trauma do Colégio Americano de Cirurgiões. Suporte 1. 
avançado de vida no trauma (SAVt – AtlS). 8a Ed. Chicago: 
2008.
D
Rimel RW, Giordani B, Barth Jt, 2. et at. Moderate head injury: 
completing the clinical spectrum of brain trauma. Neurosurgery 
1982; 11:344-51.
B
Siang JNKH. High-risk mild head injury. J Neurosurgery 1997;87: 3. 
234-8. B
Masters SJ, McClean PM, Arcarese JS, 4. et at. Skull X-ray examina-
tions after head trauma. N Engl Med 1987; 316:84. D
Andrade AF, Ciquini Jro, Figueiredo EG, 5. et at. Diretrizes do aten-
dimento ao paciente com traumatismo craniencefálico. Arq Bras 
de neurocir, 1999; 18:131-76.
D
Valadka AB, Narayan RK. Emergency room management of the 6. 
head injured patient. In: Narayan RK, Wilberger JE, Povlishok Jt, 
editors. Neurotrauma. New York: McGraw-Hill; 1996. p.119-35
D
aPêndiCe i \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
ClassiFiCação do tCe leVe (eCG 13 e 15) risCo auMentado
Criança espancada, gestante, discrasia sanguínea (ex: pcte hemofílico);1. 
Fístula liquórica (rino ou otoliquorreia);2. 
tCE + trauma de outros sistemas (Politraumatismo) (avaliar protocolo 003 – 3. 
trauma Abdominal);
Petéquias sugestivas de síndrome de embolia gordurosa;4. 
Piora do nível de consciência para ECG < 15 ou surgimento de déficits neu-5. 
rológicos focais;
Meningismo;6. 
Déficit de acuidade visual;7. 
tCE por ferimento de arma branca;8. 
ECG < 15;9. 
Crises sub-entrantes (estado epilético).10. 
risCo Moderado
Envolvimento em acidente grave, com vítimas fatais. queixas neurológicas. 1. 
História não confiável (suspeita de crianças/idosos espancados);
Equimose palpebral, retroauricular ou ferida em grande extensão no couro 2. 
cabeludo;
Intoxicação aguda por álcool ou drogas ilícitas. Síndrome de abstinência al-3. 
cóolica (Protocolo 016);
Cefaleia progressiva, vômitos ou convulsão.* (avaliar protocolo 016)4. 
Perda momentânea da consciência;5. 
Desorientação temporo-espacial, amnésia retrógrada ou pós-traumática (am-6. 
nésia lacunar);
Síncope pós-traumatismo (síndrome vaso-vagal);7. 
Idade < 2 anos (exceto se traumatismo muito trivial);8. 
RX do crânio evidenciando fratura.9. 
pág. 32 \\ 1 \\ Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve \\ 1 \\ pág. 33
Onde:
UB = Unidade básica da rede Fhemig
HPS = Hospital Pronto Socorro Jão XXIII
TC = Tomografia de crânio
vítima de TCE 
Glasgow < 8 TCE grave
Glasglow 9-13 TCE moderado
Glasgow 13-15
TCE lewve
encaminhar direto 
ao HPS para TC
risco
RX de crânio
não fez
alta
normal anormal
normal anormal
retorna ou permanece 
no hospital UB
observação 12 horas
encaminha ao 
Hospital João XXIII
TC no HPS
Glasgow 13 e 15
RISCO AUMENTADO
Glasgow 15
RISCO BAIXO
Glasgow 15
RISCO MODERADO
risCo Baixo
tCE por mecanismo de trauma de pequena intensidade, assintomático, exame 1. 
físico geral normal e sem alterações neurológicas. RX de crânio, se realizado, 
normal;
Sinais ou sintomas mínimos;2. 
Cefaléia leve, não progressiva;3. 
tontura, vertigem temporária;4. 
Hematoma subgaleal (HSG) ou laceração do couro caneludo (lCC) pequena, 5. 
com RX de crânio normal.
aPêndiCe ii \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
pág. 34 \\ 1 \\ Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve \\ 1 \\ pág. 35
Onde:
UB = Unidade básica da rede Fhemig
HPS = Hospital Pronto Socorro Jão XXIII
TC = Tomografia de crânio
vítima de TCE 
Glasgow < 8 TCE grave
Glasglow 9-13 TCE moderado
Glasgow 13-15
TCE lewve
encaminhar direto 
ao HPS para TC
risco
RX de crânio
não fez
alta
normal anormal
normal anormal
retorna ou permanece 
no hospital UB
observação 12 horas
encaminha ao 
Hospital João XXIII
TC no HPS
Glasgow 13 e 15
RISCO AUMENTADO
Glasgow 15
RISCO BAIXO
Glasgow 15
RISCO MODERADO
aPêndiCe iii \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\ 
terMo de transFerênCia inter-HosPitalar
tVe/aVC/aBdoMe aGudo/trauMa aBdoMinal/eClâMPsia
Hospital de origem ____________________ Data____/____/____ Hora ___:___
Nome do Paciente _________________________________________________ 
Nº do registro _____________________________________________________
Diagnóstico Neurológico ____________________________________________ 
outros Diagnósticos _______________________________________________ 
Foi observado o protocolo? 
o sim 
o não
Motivo Clinico da transferência baseado na observação do protocolo 
 _________________________________________________________________ 
 _________________________________________________________________ 
 _________________________________________________________________
História Sumária e dados vitais:
PA ____/____ ____ mmHg Pulso ____bpm FR ____irpm Glasgow __________
 _________________________________________________________________ 
 _________________________________________________________________ 
 _________________________________________________________________ 
saída
Médico Autorizador: __________________________CRM: ________________
Contato feito pelo autorizador no destino: _____________CRM: __________
Assinatura e carimbo do Autorizador _________________________________
Nome, nº de registro profissional e assinatura do Assistente Social ou profissio-
nal responsável pelo transporte: _____________________________________
Ambulância: oSAMU oFHEMIG-UtI oFHEMIG-CoMUM
Hora contato: ___:____ Hora saída: ___:___ Hpra chegada: ___:___
CHeGada
Hora da chegada HJXXIII: ___:___
Exame:
o USA
o tC
o Angiografia
o outro ________________________________________________________
laudo sumário (radiologista ou médico assistente): _____________________
 _________________________________________________________________
Nome, CRM e carimbo do médico avaliador: ___________________________
retorno
Hora saída NJXXIII: ___:___ Hora chegada à origem: ___:___
Nome, CRM e carimbo médico que recebeu na origem: _________________ 
 _________________________________________________________________
pág. 34 \\ 1 \\ Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve\\ 1 \\ pág. 35
aPêndiCe iV \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
FolHa de orientações ao PaCiente 
Até o momento não foi constatada, através dos exames realizados, qualquer 
evidência de que o trauma deste paciente tenha sido significativo para que 
ele permaneça em observação ou admitido neste hospital e portanto será 
lIBERADo. Entretanto, novos sintomas e sinais podem surgir horas, dias, se-
manas ou até meses após o traumatismo. As primeiras 48 horas são as mais 
críticas. É aconselhável que este paciente permaneça em companhia de al-
guém confiável pelo menos durante este período.
o paciente deverá retornar ao hospital especializado (HPS JXXIII) se aparecerem 
os seguintes sinais e sintomas abaixo relacionados:
Dor de cabeça que não melhora com analgésicos comuns.1. 
Sonolência excessiva.2. 
Irritabilidade ou ansiedade.3. 
Desmaio, fraqueza, diminuição da força ou formigamento nas pernas ou me-4. 
tade do corpo.
Dificuldade para falar ou entender, de memória ou concentração.5. 
Distúrbio de personalidade ou comportamento.6. 
Confusão mental.7. 
Náuseas, vômitos, tonturas ou convulsão.8. 
Diminuição da audição ou visão.9. 
Movimento estranho dos olhos, visão dupla.10. 
Alteração da respiração, batidas do coração ou febre (acima de 37,8°C).11. 
Perda de líquido claro ou sangue pelo ouvido ou nariz.12. 
Alteração do tamanho das pupilas.13. 
Depressão ou agressividade.14. 
Dor na nuca ou durante movimentos do pescoço.15. 
Dificuldades de realizar suas atividades normais em casa ou no emprego.16. 
Pode continuar usando as medicações prescritas pelo seu MÉDICo, porém não 17. 
use sedativos, remédios para dormir, xaropes para tosse ou bebidas alcoólicas 
pelo menos nas próximas 48 horas. Durante o sono peça para ser ser acordado 
frequentemente (2 a 3 vezes), para que se possa avaliar a presença dos sinais 
acima descritos.
Assinatura e carimbo médico
Belo Horizonte, de de 20 .
 Ciente: ______________________________________
 Assinatura e nº de registro do paciente/responsável
pág. 36 \\ 1 \\ Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve \\ 1 \\ pág. 37
aPêndiCe V \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
texto/suBsidiário trauMatisMo CranioenCeFáliCo (tCe) 
i. introdução
o trauma cranioencefálico (tCE) é entidade grave e frequente. A cada 15 
segundos ocorre um novo caso de tCE e em consequência deste, um paciente 
morre a cada 12 minutos. Aproximadamente 50% das mortes em decor-
rência do trauma são devidas ao trauma encefálico e quando se considera 
as mortes decorrentes de acidentes automobilísticos, mais de 60% delas são 
devidas ao tCE.
Várias são as causas do tCE: quedas, acidentes de trabalho, agressão física, 
acidentes domiciliares, queda de bicicleta, trauma no esporte, mas a mais 
frequente de todas, atualmente, é o acidente de tráfego. Destaca-se como 
acidentes relacionados ao trânsito, o acidente automobilístico e os atropela-
mentos.
ii. aBordaGeM Geral
o princípio de abordagem do AtlS (Advanced Trauma Life Suport) é de corrigir 
em primeiro lugar as condições que mais ameaçam a vida do paciente:
a. Vias aéreas pérvias com controle da coluna cervical; 
B. Respiração e ventilação;
C. Circulação com controle da hemorragia; 
d. Incapacidade, estado neurológico;
e. Exposição do paciente/controle do ambiente (evitar hipotermia).
Durante esta avaliação inicial, após detectados e corrigidos os ítens A, B e 
C, o médico irá avaliar o estado neurológico do paciente (escala de coma de 
Glasgow, avaliação das pupilas e determinação de déficits motores) e determi-
nar a propedêutica a ser realizada:
Alta Hospitalar;1. 
observação na UB (até 12 horas) e alta hospitalar;2. 
Encaminhar para HJXXIII para realização de tC do encéfalo. (tC3. 
normal = retorna p/ UB. tC alterada = permanece no HJXXIII).
iii. exaMe neurolóGiCo e ClassiFiCação do tCe
o exame neurológico na sala de emergência deve ser objetivo o suficiente 
para detectar as principais alterações neurológicas mas não deverá retardar o 
andamento da propedêutica e tratamento de patologias concomitantes. Este 
exame neurológico inicial deve ser detalhadamente anotado na folha de ad-
missão porque servirá de base para exames subsequentes, permitindo uma 
análise quantitativa de melhora ou piora do paciente. Se o paciente está alerta e 
cooperativo e não queixa cervicalgia ou limitação à sua movimentação, pode-se 
retirar o colar cervical. Se há confusão mental, coma ou qualquer queixa cervical, 
o colar deve ser mantido até que propedêutica radiológica exclua fraturas ou 
luxações cervicais. o exame objetivo consta na avaliação de três itens:
a. Nível de consciência (Escala de Coma de Glasgow).
b. Função pupilar.
c. Detecção de déficit neurológico motora.
Nível de consciência: a Escala de Coma de Glasgow (ECG) foi desenvolvida 
para uniformizar e quantificar o exame neurológico, eliminando assim a sub-
jetividade interpessoal. Compreende na pontuação somatória da avaliação da 
abertura ocular, melhor resposta motora e resposta verbal, variando de 3 a 15 
pontos, como se segue:
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ABERtURA oCUlAR 
(1-4)
4. Espontânea
3. Ao chamado
2. À dor
1. Não abre
MElHoR RESPoStA MotoRA
(1-6)
6. obedece comandos
5. localiza estímulo doloroso
4. Flexão inespecífica
3. Decorticação
2. Descerebração
1. Sem resposta
RESPoStA VERBAl
(1 – 5)
5. orientado
4. Confuso
3. Palavras desconexas
2. Sons incompreensíveis (geme)
1. Sem resposta verbal
Segundo a escala EGC, classifica-se o tCE como:
leve (13 -15);•	
moderado (9 -12) ou grave (< 8).•	
todo paciente com ECG < 8 (tCE grave) deve ser intubado para proteção de 
vias aéreas.
b. Avaliação pupilar: as pupilas são avaliadas pela simetria e pela sua resposta 
à luz. Uma diferença no diâmetro pupilar de mais de 1 mm é considerada 
anormal. Deve–se excluir trauma ocular direto, próteses, uso de colírios oftal-
mológicos, amaurose prévia que podem confundir o exame e uso de drogas.
c. Detecção de déficit neurológico motor: deve-se observar a movimentação 
espontânea do paciente, se há alguma assimetria ou limitação. A detecção 
desta assimetria pode ser realizada já no exame da ECG em relação à melhor 
resposta motora. o fato do paciente localizar o estímulo doloroso de um lado 
e descerebrar contralateralmente é de extrema importância ao exame e deve 
ser anotado. Se o paciente está alerta e orientado, podemos ainda quantificar 
o déficit: não move (0), contrações musculares (1), move no horizontal, mas 
não vence gravidade (2), vence gravidade (3), vence gravidade e oferece algu-
ma resistência (4), normal (5).
Realizado este exame neurológico sumário e objetivo, já podemos classificar o 
paciente como tCE leve, moderado ou grave, anotando possíveis assimetrias 
pupilares e motoras e determinar a propedêutica adequada a ser realizada (ex: 
tC do encéfalo, RX ou observação apenas).
iV. ProPedêutiCa
o RX de crânio é eficiente método de triagem. Em pacientes com trauma 
leve sem perda da consciência e que se encontram com exame neurológico 
normal, mas com sinais externos de trauma craniano, o RX deve ser realizado. 
Se o exame for normal, o paciente pode ser observado no hospital ou liberado 
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com orientações. Mas se houver fratura craniana, a tC do encéfalo deverá ser 
realizada. Desta maneira, reserva-se a tomografia do encéfalo apenas aos pa-
cientes que perderam a consciência no momento do trauma, que se encontra 
com Escala de Coma Glasgow abaixo de 14 ouque apresentem alterações 
ao RX.
o RX do crânio deve ser pedido nas incidências AP, perfil e towne. A tomo-
grafia pode ser pedida com janela óssea (para melhor se detectar fraturas) e 
eventualmente com contraste venoso. Basicamente hematomas apresentam-
se hiperdensos à tC do encéfalo e infarto e edema, hipodensos.
V. Considerações teraPêutiCas
os pacientes vítimas de tCE devem ser observados de maneira rigorosa por 
uma equipe treinada. De preferência esta observação deve ser feita inicial-
mente na sala de politraumatizados e após propedêutica e estabilização do 
quadro, em unidade de terapia intensiva, se indicado.
Posição: Preferencialmente estes pacientes devem ser posicionados com ca-
beceira elevada (30 graus) para melhorar o retorno venoso e com isto evitar 
HIC. Em caso de vômitos, posicionar lateralmente para se evitar aspiração de 
secreções.
observação: de sinais vitais e neurológicos devem ser realizados de uma em 
uma hora ou de 2 em 2 horas. qualquer anormalidade deve ser prontamente 
relatada. 
Sonda vesical de demora e sonda nasogástrica nos pacientes comatosos. •	
Dieta suspensa.•	
analgésicos/antitérmicos/antieméticos: Administra-se dipirona e me-
toclopramida de rotina, pois sabe-se que a dor, hipertermia e um episódio 
de vômito pode aumentar a PIC e ser até o evento precipitante de uma piora 
neurológica.
Proteção mucosa gástrica: o paciente vítima de tCE está sob risco de de-
senvolver úlcera de stress, e por isto administra-se Ranitidina oral ou venosa 
de 12/12 horas.
anticonvulsivante: é administrado de rotina para prevenção de crises con-
vulsivas naquelas lesões sabidamente irritativas ao sistema nervoso, como 
exemplo as contusões cerebrais, HSDA, fratura com afundamento, trauma pe-
netrante, HSAt, entre outras. É administrado para tratamento de qualquer 
paciente, independente da lesão, que tenha apresentado um episódio de cri-
se convulsiva após o trauma. Utiliza-se de rotina a fenitoína (250 mg/5 ml). 
Administra-se uma dose de ataque de 15-20 mg/kg e manutenção de 5 mg/
kg dia, de 8/8 horas. Para cessar a crise inicial administra-se Diazepam 10 mg 
EV, devendo observar a depressão respiratória.
Manitol: trata-se de um agente hiperosmolar que reduz de maneira transi-
tória a PIC. Não deve ser administrado em pacientes com hipotensão arterial. 
Atualmente reservamos seu uso como medida de urgência para um paciente 
que chega à sala de emergência com sinais iminentes de herniação cerebral e 
que ainda vai submeter-se à propedêutica. Neste caso, administra-se na dose 
de 0,25 a 1g/Kg, em bolus. Corticoide não é indicado no paciente com tCE.
Hiperventilação: pode-se hiperventilar o paciente para diminuir a PCo2 ce-
rebral com consequente vasoconstrição e diminuição da PIC. Não deve ser 
realizada empiricamente pois esta vasoconstrição pode ser maléfica a ponto 
de causar isquemia cerebral. Estes pacientes devem estar no CtI, com monitor 
de PIC e PIA para se calcular a PPC. Deve-se passar um cateter de bulbo de 
jugular para se medir a diferença de o2 que entra no compartimento craniano 
(gasometria arterial) e que sai pela jugular (saturação de o2 jugular – SJo2 ). 
Com isto podemos otimizar a hiperventilação de modo a evitar a isquemia 
cerebral.
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Vi. ProtoColos de indiCação Para tC/Cti e Monitorização da PiC
indicação de tC: Glasgow < 15 – Presença de déficit neurológico; Sinais de 
fratura no RX crânio; Cefaleia/vômitos persistentes. Glasgow 15 mas com per-
da da consciência > 5 minutos no momento do trauma
indicação de Cti: Glasgow < 12 – Pós-operatório cirurgia craniana (exce-
to afundamento craniano e HEDA). Deterioração neurológica progressiva. 
trauma sistêmico grave. Necessidade de monitorização de PIC
indicação para monitorização da PCi: Glasgow < ou igual a 8, independen-
te do achado tomográfico
Pós-operatório de contusão cerebral, HSDA ou hematoma cerebral
Pós operatório de HEDA se o paciente não acordar após 6 horas.
Glasgow 9 -13 se tC com sinais de HIC, lesão intraparenquimatosa ou desvio 
de linha média > 5 mm.
Glasgow 8 -12 se:
Necessita sedação para trauma sistêmico grave
trauma torácico que necessite ventilação mecânica prolongada.
tiPos de Monitorização de PiC:
Subdural – Richmond
Parenquimatoso – Fibra óptica
Cateter intraventricular
BiBlioGraFia Consultada \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
Manual de Suporte Avançado de Vida no trauma – AtlS. Colégio Americano 1. 
de Cirurgiões. oitava edição, 2008.
Merrit HH. A textbook of Neurology. Philadelphia, lea and Febiger, 1973; 841.2. 
Stávale MA. Bases da terapia intensiva neurológica. São Paulo, 13. a edição, 
Santos 1996.
Narayan RK, Wilberger JE, Povlishock Jt. Neurotrauma. McGraw-Hill, 1995.4. 
Braakman R. Survey and follow-up of 225 consecutive patients with a de-5. 
pressed skull fracture. J Neurol Neurosurg Psychiatr 1972; 35:395-402.
Jennett B. Epilepsy after non-missile head injuries. london, A William 6. 
Heinemann Medical Books, 1975.
Jennett B, Miller JD, Braakman R. Epilepsy after nonmissile depressed skull 7. 
fracture. J Neurosurg, 1974; 41:208-216.
Cooper PR. Head Injury. third edition. Williams & Wilkins, Baltimore,1993.8. 
lópez M. Emergências Médicas, quinta edição, Rio de Janeiro, Guanabara, 9. 
1989: 714-726.
Greenberg MS. Handbook of Neurosurgery, third edition. lakeland, Greenberg 10. 
Graphics, 1994.
pág. 40 \\ 1 \\ Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve 
Protocolo de Atendimento ao 
Paciente Vítima de traumatismo Abdominal 
noMe do teMa \\
Protocolo de Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo 
Abdominal
resPonsáVeis – unidade \\
Equipe de Cirurgia do HJXXIII
ColaBoradores \\
Dr. leonardo B. ottoni Porto, Dr. Eduardo thomaz Froés – HJK
Validadores \\
Equipe de Cirurgia do HJXXIII
002
EStABElECIDo EM
13/12/2005
últIMA REVISão EM
18/12/2009
pág. 40 \\ 1 \\ Atendimento ao Paciente Vítima de traumatismo Cranioencefálico leve - tCE leve 
introdução / raCional \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
A avaliação do abdome é um dos componentes mais críticos na abordagem 
inicial do traumatizado. o momento mais oportuno para avaliação abdominal 
deve ser determinado considerando o mecanismo de trauma, sua localização 
e o estado hemodinâmico do paciente.
A lesão intra-abdominal não diagnosticada é causa frequente de mortes evitá-
veis. qualquer doente vítima de traumatismo abdominal contuso ou penetran-
te, deve ser visto como portador de lesão cirúrgica, até prova em contrário. 
(texto subsidiário – (APÊNDICE I).
oBJetiVo \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
Sistematizar o atendimento inicial ao paciente vítima de trauma abdominal 
por médicos especialistas ou não especialistas, em unidades básicas da rede 
hospitalar FHEMIG;
Identificar os padrões de trauma Abdominal de acordo com sua causa;
Sistematizar os procedimentos diagnósticos e estabelecer prioridades de trata-
mento conforme o mecanismo da lesão;
Evitar a liberação de pacientes com risco elevado de desfecho desfavorável;
Evitar internações desnecessárias de pacientes com baixo risco de desfecho 
desfavorável;
Reduzir custos com transferências inter-hospitalares e tomografias computa-
dorizadas (tC) do abdome desnecessárias;
Diminuir o número de cirurgias no HJXXIII, que possam ser feitas nos outros 
hospitais.
Material/Pessoal neCessário \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
Serviços médicos de urgência, com equipe médica qualificada (cirurgião geral, 1. 
clínico geral e/ou pediatra), coordenada por um cirurgião geral com formação 
em trauma, para avaliação inicial deste tipo de paciente segundo os preceitos 
do Advanced Trauma Life Support (AtlS);
Equipe de enfermagem treinada e orientada para cuidados com o paciente 2.

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