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APOSTILA Elaboração das Demonstrações Financeiras

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- -1
Ativo
Emerson Strutz
Introdução
Vamos dar início aos estudos da famosa contabilidade, a qual nasceu dos conhecimentos mais antigos de que se
tem registro, pois as pessoas precisavam controlar suas riquezas e posses, ou seja, seu patrimônio, surgindo,
assim, a contabilidade.
Neste tema, vamos conhecer, portanto, alguns termos técnicos, que são conhecidos como nomenclatura ou
terminologias contábeis, e que podem ser utilizados em outras ciências na administração.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• identificar as contas patrimoniais do ativo classificando-as corretamente no Balanço Patrimonial.
Conceitos básicos
A contabilidade é um mecanismo administrativo que possui como objetivo principal o controle do patrimônio, a
apuração de resultados e a disponibilização de informações sobre a evolução do patrimônio das organizações,
com fins lucrativos ou não.
Trata-se de uma ciência social que registra e controla os atos e fatos econômicos, financeiros e administrativos
das entidades, ou seja, é um sistema de informação e avaliação para fornecer aos interessados demonstrações e
análises econômicas, financeiras, físicas e de produtividade relativas à entidade objeto de contabilização
(BARROS, 2013).
Assim, é primordial obter conhecimentos contábeis para a gestão de qualquer negócio para que seja possível
acompanhar os resultados obtidos durante determinado período. Por exemplo, quando nos deparamos com um
item chamado “patrimônio”, estamos diante de um elemento que representa um agrupamento de itens que são
essenciais para que uma organização exista, sendo composta por bens, direitos e obrigações.
•
- -2
Figura 1 - Máquinas como exemplo de patrimônio empresarial
Fonte: Sapsiwai, Shutterstock, 2019.
Outra terminologia que você pode se deparar é “empresa”, “entidade” ou “organização”, que pode ser uma
pessoa física ou jurídica com patrimônio. É o resultado de três fatores de produção: capital, natureza e trabalho.
Já o termo “rédito” nada mais é do que o resultado econômico da empresa: o lucro ou o prejuízo.
Você também conhecerá a expressão “regime de caixa” – quando o rédito é apurado através dos recebimentos e
pagamentos, ou seja, a efetiva entrada e saída de dinheiro do caixa da entidade. Esse regime é muito utilizado
pelas entidades sem fins lucrativos.
Dentre as funções que a contabilidade nos proporciona, há a função econômica, com o objetivo apurar o lucro ou
prejuízo (rédito), e a função administrativa, que busca prestar informações à área de gestão e controle do
patrimônio.
A contabilidade também possui algumas técnicas:
· escrituração: registro contábil em livros próprios, sendo os principais livros o Diário e o Razão, onde serão
registrados os fatos e atos administrativos que ocorrem durante as atividades de uma entidade (RIBEIRO, 2010);
· demonstração: relatórios que visam a fornecer informações conforme a necessidade do usuário;
· auditoria ou revisão: quando ocorre uma análise sobre a escrituração contábil, verificando se os dados estão
registrados de forma exata;
· análise de balanços: quando os dados são transformados em informação para os diferentes tipos de
interessados.
· Os princípios da contabilidade são:
· da entidade: o patrimônio líquido não é dívida da entidade para com os sócios, pois estes não emprestam, mas
entregam seus recursos para a organização ter vida própria. O patrimônio investido pelos sócios pertence à
entidade e não pode ser confundido com o patrimônio dos seus proprietários (IUDÍCIBUS, 2010);
- -3
· da continuidade: refere-se à continuidade ou não da entidade;
· da oportunidade: diz respeito à tempestividade e à integridade dos registros referentes às mudanças
patrimoniais;
· do registro pelo valor original: todo valor deve ser registrado com o valor original da transação e também
respeitando a moeda do país em que se encontra estabelecida a entidade;
· da competência: as despesas e receitas devem ser registradas no momento em que ocorrem,
independentemente do seu pagamento ou recebimento;
· da prudência: é o princípio do qual resulte o menor patrimônio líquido, através da adoção dos menores valores
do ativo e os maiores do passivo.
Ativo
O que chamamos na contabilidade de ativo é o grupo de contas representado pelos valores positivos que
compõem o patrimônio, ou seja, é tudo aquilo que a entidade possui e o que ela tem a receber. O ativo é
composto pelos bens e direitos da entidade.
Figura 2 - Representação do patrimônio
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Os bens podem significar quaisquer coisas que satisfaçam a necessidade humana e que possam ser avaliados
economicamente, podendo ser classificados em bens tangíveis e intangíveis.
Os bens tangíveis são aqueles físicos e palpáveis: utensílios, máquinas, matéria-prima, prédios etc. Já os bens
intangíveis são impalpáveis e incorpóreos: marcas, fundo de comércio, capital intelectual etc.
As contas dizem respeito aos direitos. Quando a empresa ou pessoa física cede um produto ou serviço, porém o
pagamento não é realizado imediatamente, pode ser classificado como um bem que a entidade possui em posse
de terceiros e que ainda não recebeu, e seu pagamento será feito posteriormente, por meio de um crédito.
FIQUE ATENTO
Caso realize alguns estudos relacionados às competências contábeis, algumas bibliografias
trazem o princípio da atualização monetária, porém esse princípio foi revogado pela Resolução
nº 1.282/10, no art. 4º e também no art. 1º, alterando os Princípios Fundamentais de
Contabilidade (PFCs) para Princípios de Contabilidade (PCs).
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Classificação das contas do ativo
O grupo de contas que compõem o ativo são dois, os chamados ativo circulante e ativo não circulante.
Figura 3 - Classificação das contas do ativo
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Para Iudícibus (2010), o ativo circulante é o considerado de curto prazo, ou seja, seu recebimento é dentro do
ano ou no próximo ano. Já o ativo não circulante é aquele de longo prazo, ou seja, seu recebimento se dá após o
próximo ano.
Ativo circulante
Conforme Iudícibus (2010), o ativo circulante constitui-se das contas que possuem giro rápido, ou seja, devem se
transformar em dinheiro, no máximo, até o fim do próximo exercício social.
As principais contas do ativo circulante são:
· disponibilidades: possuem maior grau de liquidez em comparação com as demais contas do ativo. Nesse grupo,
os valores monetários estão disponíveis imediatamente ou podem estar disponíveis em um período de tempo
muito curto, por exemplo, depósitos em conta bancária, dinheiro disponível no caixa da entidade ou as
aplicações de curto prazo – aplicações financeiras de liquidez imediata, bancos contas movimento, caixa
(RIBEIRO, 2010);
· contas a receber ou a recuperar: direitos que a entidade possui e seu recebimento se dá no curto prazo. É
importante segmentar essas contas com a atividade principal da empresa: se esses valores forem de origem da
atividade principal da empresa, esta deve classificá-los como, por exemplo, clientes; caso tenha uma outra
origem, como, por exemplo, outros créditos. Caso seja viável, pode-se criar subcategorias: notas promissórias a
receber, duplicatas a receber, empréstimos a funcionários, adiantamento a clientes, ou seja, tudo aquilo que pode
ser realizado em curto prazo (MATARAZZO, 2016);
· estoques: dependem do tipo de atividade da entidade. Se esta for do ramo comercial, a conta estoque será
composta por mercadorias; se for do ramo industrial, seu estoque será composto por matéria-prima, produtos
acabados e produtos em elaboração;
- -5
Figura 4 - Estoque como exemplo de ativo
Fonte: Shutterstock, 2019.
· despesas antecipadas (ou despesas do exercício seguinte): grupo de contas que são pagas antecipadamente e
seus serviços serão concretizados no exercício seguinte, por exemplo, assinaturas de anuidades, prêmio de
seguros, antecipação de comissões etc.
Ativo não circulante
Trata-se das contas em que sua liquidez se dá somente após o encerramento do próximo exercício contábil,
assim, sua liquidez somente ocorrerá,no mínimo, após o encerramento do próximo exercício. Dentre as
principais contas encontramos:
· ativo realizável em longo prazo: contas em que se dará sua liquidez após o encerramento do próximo exercício.
Suas contas são praticamente as mesmas do ativo circulante, porém sua realização é superior a um ano
(MATARAZZO, 2016);
· investimentos: ativos os quais a empresa não tem intenção de vender ou de desfazer-se. Por exemplo, obras de
arte, participação em outras sociedades, imóveis para não uso (aluguel);
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· imobilizado: itens que são utilizados na atividade operacional. Caso a empresa realize a venda de um desses
itens ou equipamentos, pode paralisar ou prejudicar a sua atividade. Por exemplo, terrenos, veículos, máquinas,
equipamentos;
· intangível: bens que não podem ser apalpados, que não possuem matéria e não podem ser tocados fisicamente.
Para que esse ativo seja concretizado, os custos devem ser mensurados com segurança, gerando benefícios
econômicos futuros, como direitos autorais, patentes, marca, direito de uso de etc. (MATARAZZO, 2016).software
Para que você fixe esse conhecimento, observe que a resolução do exemplo fica da seguinte forma:
· ativo circulante: Caixa, Banco Conta Movimento, Estoque;
· ativo realizável em longo prazo: Títulos a Receber (após 360 dias);
· ativo permanente: veículos da empresa, móveis da empresa.
Com essas classificações, podemos compor o ativo da entidade, que poderá variar de empresa para empresa e de
acordo com as necessidades operacionais de cada uma.
SAIBA MAIS
É importante saber que o relatório administrativo de algumas entidades deve relacionar os
seus investimentos à sociedade coligada ou controlada, devido à relevância dos investimentos
que recebe. Para saber mais sobre esse assunto, leia o artigo 243, da Lei nº 6.404/1976.
FIQUE ATENTO
Você pode ter dúvidas na classificação de contas relacionadas ao subgrupo de investimentos
com o imobilizado. Apesar de os dois grupos incluírem itens que não têm venda prevista, o que
difere uma conta da outra é que nos investimentos são incluídos aqueles valores que não
prejudicam o andamento da empresa, diferentemente do imobilizado, em que se a venda for
realizada, prejudicará o bom andamento da entidade.
EXEMPLO
Suponha que a empresa XYZ possua o seguinte grupo de contas: Títulos a Receber (após 360
dias), Caixa, Móveis da Empresa, Banco Conta Movimento, Veículos da Empresa e Estoques.
Como deve ser a classificação em ativo circulante, ativo realizável em longo prazo e ativo
permanente?
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Fechamento
Neste tema, aprendemos algumas terminologias contábeis necessárias ao estudos das demonstrações
financeiras; conhecemos o grupo de contas relacionadas ao ativo; compreendemos que o ativo circulante é
aquilo que a empresa possui em disponibilidade ou que sua previsão de liquidez se dê dentro do ano contábil;
que o não circulante é composto pelos elementos dos quais sua liquidez se dará apenas após no próximo ano ou
que pode ser composto pelos investimentos ou imobilizado e também pelos ativos intangíveis.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
• identificar as contas patrimoniais do ativo classificando-as corretamente no Balanço Patrimonial.
Referências
BARROS, M. . São Paulo: IDEPAC, 2013.Contabilidade Geral
BRASIL. . Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Brasília, 1976.Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976
IUDÍCIBUS, S. de. . 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.Teoria da Contabilidade
MATARAZZO, D. C. . 7. ed. São Paulo: Atlas, 2016.Análise Financeira de Balanços
RIBEIRO, O. M. . 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.Contabilidade Básica Fácil
•
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Passivo
Emerson Strutz
Introdução
Neste tema, aprofundaremos nosso conhecimento sobre as contas patrimoniais do Passivo. Para isso,
estudaremos sua classificação – Passivo Circulante e Passivo Não Circulante – além das suas principais contas.
Bom estudo!
Ao final desta aula, você será capaz de:
• identificar as contas patrimoniais do Passivo classificando-as corretamente no Balanço Patrimonial.
Compreendendo o Passivo
Para a contabilidade, as obrigações que a entidade possui são chamadas de . Assim, o passivo representapassivo
todas as obrigações financeiras que a entidade precisa quitar com terceiros. Essas obrigações são oriundas de
transações realizadas a prazo, ou seja, em que a entidade pagará futuramente. (IUDÍCIBUS, 2010)
É importante estar ciente de que todas as contas do passivo representam valor negativo no patrimônio líquido.
Assim, elas são consideradas contas que diminuem o patrimônio. Além disso, no grupo de contas do passivo
também encontramos o capital próprio que a entidade possui. A classificação desse capital no grupo do passivo
faz com que o total do ativo se iguale ao total do passivo. Caso os dois valores não sejam iguais, há algum erro no
balanço. Podemos afirmar, então, que o grupo de contas abrange todo o capital de terceiros, que chamamos de
obrigações, e também pelo capital próprio e as variações que ele pode sofrer.
Para compreender sobre o conceito de obrigações, tenha em mente que elas representam um compromisso
futuro de pagamento que uma entidade ou pessoa possui ao adquirir um bem ou serviço, representado por um
documento, como promissórias a pagar, duplicatas a pagar.
As contas do passivo também são concatenadas de acordo com sua exigibilidade (vencimento). Desta forma, as
contas que serão pagas (liquidadas) em um período curto compõe o primeiro grupo do passivo, e aquelas
obrigações que serão liquidadas em um prazo mais longo formarão um segundo grupo.
De acordo com o Art. 179 da Lei n. 6.404/76, alterado pela Lei n. 11.941/09, “as obrigações da companhia,
inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo
circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em
prazo maior” (BRASIL, 2009).
•
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Figura 1 - Introdução ao Balanço Patrimonial
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
Para a contabilidade, as contas do passivo devem ser classificadas, por orientação, através do seu grau de
exigibilidade, de acordo com seu vencimento de forma decrescente. Assim, aquelas pagas dentro deste ano e do
próximo são classificadas como passivo circulante e as contas a serem pagas no próximo ano são chamadas de
longo prazo, conforme apresenta a figura a seguir.
Figura 2 - Classificação quanto a exigibilidade
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em IUDÍCIBUS, 2010.
Assim, as contas serão classificadas como de curto prazo, passivo circulante, ou, se os vencimentos serão pagos
após o próximo ano, de longo prazo, no grupo de contas do passivo.
Classificação das contas do passivo
O passivo é classificado em passivo circulante, passivo não circulante e o chamado Patrimônio Líquido. Neste
tema, estudaremos o passivo circulante e o passivo não circulante. Acompanhe!
SAIBA MAIS
Entenda mais sobre como é tratada a análise das demonstrações financeiras na obra 
, de Viceconti e Neves (2013).Contabilidade avançada e análise das demonstrações financeiras
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Passivo circulante
As contas que classificamos no grupo do passivo circulante contemplam as obrigações que a entidade deve
recolher ou pagar até que o próximo exercício termine (IUDÍCIBUS et. al., 2010). O título destas contas,
geralmente, é formado pelo sufixo “a recolher” ou “a pagar”. Assim, é importante ter atenção a este grupo de
contas devido ao fato de elas influenciarem diretamente o fluxo de caixa da entidade. Entenda que o fato de a
entidade não controlar adequadamente as contas de curto prazo pode levá-la à falência.
De acordo com Iudícibus et. al. (2010, p.144), “O passivo circulante refere-se às obrigações da empresa cujo
pagamento se espera que aconteça de acordo com o ciclo operacional da empresa. Estes compromissos podem
representar valores fixos ou variáveis, vencíveis ou a vencer”.
Passivo não circulante
O grupo de contas que classificamos como passivo não circulante é composto pelas obrigações que serão
quitadas após o final do exercícioseguinte. Essas contas, geralmente, são pagas após um ano, ou seja, são de
longo prazo. Conforme o tempo passa, as contas classificadas como exigível a longo prazo passam para o passivo
circulante, isso ocorre porque as obrigações serão quitadas no próximo exercício contábil.
No passivo não circulante, segundo Iudícibus et. al. (2010, p.147), “são registradas as obrigações da companhia
cuja liquidação deverá ocorrer em prazo superior a seu ciclo operacional, ou após o exercício social seguinte, e
que não se enquadrem nas definições de passivo não circulante”.
São exemplos de contas que compõe o passivo exigível de longo prazo: adiantamentos, empréstimos,
fornecedores a pagar, financiamentos, ou seja, todas aquelas obrigações de longo prazo.
EXEMPLO
Acompanhe alguns exemplos de contas que compõem o passivo circulante: empréstimos a
pagar, financiamentos a pagar, juros a pagar, fornecedores a pagar, impostos a recolher,
duplicatas a pagar, salários a pagar, adiantamento de clientes, encargos trabalhistas a pagar,
títulos a pagar, aluguel a pagar, energia elétrica a pagar, provisão para o 13º salário, provisão
para imposto de renda, provisão para férias, entre outras contas.
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A figura a seguir apresenta a classificação do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, bem como a origem dos
recursos de cada conta, para a compreensão da formação do relatório contábil chamado de Balanço Patrimonial.
Figura 3 - Exemplo do balanço
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em IUDÍCIBUS, 2010.
Na figura anterior é possível compreender o esqueleto do balanço patrimonial e suas divisões. Encontramos de
um lado as contas classificadas no grupo do Ativo, que são chamadas de aplicações, e na segunda coluna as
contas que formam o grupo do Passivo, que são as origens dos recursos, capital de terceiros e próprios.
FIQUE ATENTO
O grupo de contas do Passivo não circulante é considerado um subgrupo do passivo exigível no
relatório contábil conhecido como Balanço Patrimonial. Ele é composto pelas obrigações que a
entidade deve quitar futuramente, ou seja, seus vencimentos irão ocorrer após o final do
exercício seguinte ao encerramento do balanço patrimonial.
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Figura 4 - Resumo do Balanço Patrimonial
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
Veja que sempre deverá haver os totais equivalentes, ou seja, o total do ativo deverá sempre coincidir com o
total do passivo.
Principais contas do passivo
As contas que vamos abranger a seguir podem estar localizadas tanto no passivo circulante quanto no passivo
não circulante, o que difere sua classificação é o período de quitação de suas contas.
Fornecedores
No grupo de contas de fornecedores são classificadas as obrigações com origem na aquisição de bens ou de
serviços de terceiros contratados. Iudícibus et. al. (2010) demonstram que os fornecedores devem ter a
classificação conforme sua natureza, seja ela de bens ou serviços, como as mercadorias para a revenda, matérias-
primas, material para consumo etc., desta forma eleva a qualidade do relatório contábil.
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Obrigações fiscais
No grupo das obrigações fiscais são encontradas as contas que a entidade deve cumprir com o fisco. Elas podem
ser subclassificadas, nas diferentes ordens, de acordo com a esfera do tributo. Os tributos devem ser
representados por sua conta específica, por exemplo, IRPJ a recolher, Cofins a Recolher, ISS a recolher, PIS a
recolher etc.
Empréstimos e financiamentos
Neste grupo de obrigações são classificadas aquelas contas contraídas com o objetivo de financiar as operações
da entidade, seja através de reforço de caixa, capital de giro ou financiamento de imobilizados. Aqui, geralmente,
encontramos organizações financeiras, porém é possível encontrar fornecedores que financiaram máquinas,
equipamentos ou algum outro bem.
De acordo com Iudícibus et. al. (2010), nos empréstimos e financiamentos também há a recomendação de que as
contas sejam registradas de forma individual. Nesse grupo de contas, é comum a incidência de atualização
monetária e encargos financeiros que influenciam no momento da visualização entre o valor amortizado e o
valor da obrigação principal, assim, registrando separadamente através de uma organização contábil para
melhor distinção os fatos.
Debêntures e outros títulos
Quando a entidade financia um produto, serviço ou equipamento através de nota promissória, por exemplo, sua
classificação é relacionada no grupo de contas de Debêntures e outros títulos.
De acordo com Iudícibus et. al. (2010, p.244)
são classificadas nesse grupo de contas as obrigações que a entidade contrai a partir do momento em
que ela emite títulos com o objetivo de financiar suas operações com o mercado e também os demais
títulos de crédito que a entidade emite, como por exemplo, Debêntures e Notas Promissórias.
FIQUE ATENTO
Caso a entidade possua fornecedores, tanto nacionais quanto internacionais, é obrigada a
realizar a separação destes fornecedores, sendo que as obrigações devem ser convertidas para
a moeda nacional, ou seja, em reais, respeitando a taxa de cambio no momento em que o
balanço está sendo realizado.
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Obrigações diversas ou outras obrigações
Neste grupo de contas são encontradas as contas residuais. A empresa pode classificar quaisquer contas nesse
grupo, exceto quando há algum grupo de contas previsto no balanço da empresa. Podemos agrupar desde as
obrigações com empregados, adiantamento a clientes, aluguéis a pagar, entre outras contas que venham a
representar obrigações que não sejam enquadradas nas demais contas do passivo.
Provisões
As provisões são descritas pelo CPC 25, de acordo com Iudícibus et. al. (2010, p.247):
Neste grupo de contas do passivo é concatenado especificamente pelo CPC 25 – Provisões, Passivos
Contingentes e Ativos Contingentes, dando ênfase no item 14 que estabelece os critérios que são
reconhecidos como provisões, tais como:
A) A entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como resultado de um evento
passado;
B) Seja provável que será necessária uma saída de (...) para liquidar a obrigação; e
C) Possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.
Fechamento
É importante que as entidades classifiquem adequadamente o passivo, uma vez que, nele, encontram-se as
obrigações com terceiros. Desta maneira, a entidade pode realizar seu planejamento estratégico de forma
sustentável, monitorando o passivo, para manter o capital de giro, e fazendo cumprir o passivo de curto prazo.
Referências
BRASIL. , de 28 de dezembro de 2007. Disponível em:Lei n. 11.638 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03
. Acesso em: 11/02/19./_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
BRASIL. , de 27 de maio de 2009. Disponível em: Lei n. 11.941 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2009/Lei/L11941.htm. Acesso em: 01/04/2019.
IUDÍCIBUS, S. et al. . São Paulo: Atlas, 2010.Manual de contabilidade societária
VICECONTI, P.; NEVES, S. Contabilidade avançada e análise das demonstrações financeiras. 17. ed. rev. São Paulo:
Saraiva, 2013.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm
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Patrimônio Líquido
Emerson Strutz
Introdução
A partir de agora, vamos estudar o Patrimônio Líquido, ou PL, o qual é constituído por um grupo de contas,
tornando-se um dos pontos mais importantes em uma entidade por, de forma geral, representar sua riqueza.
Por meio do PL, podemos identificar informações importantes, como lucros ou prejuízos, acumulados pela
empresa.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• identificar as contas patrimoniais do Patrimônio Líquido classificando-as corretamente no Balanço 
Patrimonial.
Patrimônio
Quando falamos sobre patrimônio, pensamos em tudo aquilo que uma pessoa tem ou adquiriu durante a vida.
Assim, com a evolução comercial, além dos bens, passou a fazer parte do patrimônio o conjuntode direitos e
obrigações.
Figura 1 - Composição do Patrimônio
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Como podemos observar, o patrimônio é o conjunto formado pelos bens, diretos e obrigações.
•
- -2
Bens
De acordo com Iudícibus (2010), entende-se por bens tudo aquilo que pode ser avaliado em forma de dinheiro,
ou seja, possui um valor monetário e pode ser utilizado para venda, uso ou troca. São considerados bens, aquilo
que satisfazem a necessidade dos indivíduos que possuem sua posse.
Figura 2 - Composição do Balanço Patrimonial
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Note na imagem anterior que os bens é parte do Ativo não circulante ou permanente, podem ser classificados de
acordo com a finalidade do bem.
A contabilidade busca classificar os bens de empresas, organizações ou entidade. Veja a seguir algumas dessas
classificações.
Consumo: os bens de consumo são aqueles que a entidade utiliza no curto prazo e, normalmente, no mesmo
exercício em que houve a aquisição, como material de limpeza e material de escritório.
• Permanentes: os bens classificados como permanentes são aqueles que não são destinados à venda, •
- -3
• Permanentes: os bens classificados como permanentes são aqueles que não são destinados à venda, 
como ferramentas, veículos e máquinas.
• Imóveis: esses bens não podem ser deslocados, ou seja, não saem de seu lugar de instalação sem sofrer 
algum dano físico, como prédio, terreno, reflorestamento, casa etc.
• Móveis: são classificados como bens móveis tudo aquilo que pode ser deslocado sem dano físico. 
Exemplo: equipamentos, móveis, máquinas etc.
• Corpóreos: os bens corpóreos são aqueles tangíveis, ou seja, aqueles que podem ser tocados. Exemplos: 
mercadorias, veículos, equipamentos etc.
• Incorpóreos: os incorpóreos são aqueles intangíveis, ou seja, aqueles que não são formados por matéria 
e não podem ser tocados. Esses bens também podem ser avaliados financeiramente, como marcas, 
licenças e direitos autorais.
Direitos
Segundo Iudícibus (2010) os direitos que a entidade possui são representados pelos bens que está em poder de
terceiros. Essas contas normalmente são acompanhadas pelas expressões: recuperar, compensar, receber,
creditar, ou até mesmo outra palavra que tenha o mesmo significado que indique um recebimento. Como
exemplo, podemos citar as duplicatas a receber, os títulos a receber, as contribuições a receber etc.
Obrigações
Dentro do patrimônio da empresa, conforme trás Iudícibus (2010), as obrigações indicam aquilo que a entidade
tem a pagar a terceiros, ou seja, são as dívidas que ela contraiu. Geralmente, esse grupo de contas vem
acompanhado das palavras: liquidar, passivos, pagar, recolher.
Patrimônio líquido
O patrimônio líquido é representado no balanço patrimonial na coluna do passivo, ele busca equilibrar esse
relatório. Outro motivo para ele se encontrar no lado do passivo, devido o patrimônio líquido representar uma
“dívida” que a entidade possui com seus investidores, sócios, acionistas.
•
•
•
•
•
FIQUE ATENTO
Ao classificar as contas no grupo do Ativo dentro do subgrupo de Direitos, é necessário ter
uma contrapartida em uma conta que diminuirá o ativo, por exemplo, ao realizar uma venda
de mercadoria a prazo, diminuirá a conta “estoques” e aumentará a conta “duplicatas a
receber”.
- -4
Figura 3 - Situação Líquida no Patrimônio Líquido
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Conforme identificado na figura anterior, o patrimônio líquido encontramos a situação líquida que ajuda a
compor o passivo total do balanço patrimonial.
Figura 4 - Balanço patrimonial
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Para Iudícibus (2010, p. 166), o patrimônio líquido é “simplesmente a diferença, em determinado momento,
entre o valor do ativo e do passivo, atribuindo-se a este último a conotação restritiva de dívidas e obrigações”.
FIQUE ATENTO
Se, ao elaborar o balanço patrimonial, o lado referente ao grupo de contas do Ativo não
coincidir com o mesmo valor do lado do grupo de contas do passivo, há lançamentos ou
valores colocados incorretamente durante a elaboração do relatório. Ele somente é
considerado válido se ambos os valores forem iguais.
- -5
Iudícibus (2010, p. 161) também explica que “assim o total do ativo é igual ao total do passivo, equilibrando
assim as contas no balanço patrimonial da entidade”. Dessa forma, toda conta credora terá a obrigatoriedade de
ter uma conta devedora, ou seja, todo lançamento precisa ter uma contrapartida, e, ao realizar essa
contrapartida, é ocasionado o equilíbrio do patrimônio.
Capital Social
Iudícibus (2010) afirma que, ao começar as atividades, a entidade ou empresa deve possuir um capital social, o
qual é composto pelo valor empregado pelos sócios ou acionistas visando não só ao início, mas também à
manutenção das atividades. Como esse valor será utilizado até a empresa gerar lucro, ele deve ter um montante
mínimo para viabilizar isso.
Esse montante varia de acordo com a natureza jurídica da entidade. Caso um indivíduo queira abrir uma 
considerado válido se ambos os valores forem iguais.
EXEMPLO
Vamos analisar o caso de uma empresa chamada Fashion Show, a qual foi fundada por dois
sócios, Leonardo e Ana. Os acionistas investiram o montante de R$ 30 mil reais (capital total),
sendo que, um deles, integralizou uma parcela de 20 mil reais, relacionados a investimentos na
estrutura física.
Para calcular o patrimônio líquido dessa situação, teremos:
Capital social = R$ 30.000
(-) Capital a integralizar = R$ 10.000
Valor total do Patrimônio Líquido = R$ 20.000
Suponha que, após um período de trabalho, faturaram R$ 10.000, após deduzirem os impostos,
o lucro foi de R$ 6.000. Qual seria o novo patrimônio líquido da entidade?
Capital social = R$30.000
(-) Capital a integralizar = R$10.000
(+) Lucros acumulados = R$ 6.000
Total do PL = R$ 26.000
Leonardo e Ana decidiram, então, integralizar R$ 10.000 que faltava do capital com o intuito de
investir em mercadorias. Qual seria o valor do Patrimônio líquido com essa movimentação?
Capital social = R$ 30.000
Lucros acumulados = R$ 6.000
Valor total do patrimônio líquido = R$ 36.000
Após entender o cálculo, a organização precisa estabelecer a periocidade do cálculo do
patrimônio líquido, seja anual como exigido legalmente, ou de acordo com a necessidade da
entidade.
- -6
Esse montante varia de acordo com a natureza jurídica da entidade. Caso um indivíduo queira abrir uma 
 (Eireli), por exemplo, o valor obrigatório a serEmpresa Individual de responsabilidade Limitada
integralizado é o resultado de 100 vezes do salário mínimo vigente.
Como uma Eireli é um tipo de natureza jurídica, há naturezas jurídicas que não exigem que seja realizada uma
integração de capital imediata, como uma sociedade limitada (Ltda.), que é considerada subscrita. Nesse caso, os
empresários realizam uma promessa de pagamento no momento da abertura.
Ao integralizar o capital, ele passa a ser parte do patrimônio líquido da entidade, podendo ser através de valores
monetários, bens móveis ou imóveis.
Reservas de Capital
Conforme descreve Iudícibus (2010), são considerados reservas de capital os acréscimos patrimoniais que a
entidade recebe e não transitam pelo resultado como receitas, não realizando qualquer esforço pela entidade em
relação à prestação de serviço ou venda de um bem.
Assim, as reservas de capital são constituídas pelos valores que os investidores, acionistas ou sócios que formam
a entidade e ela recebem, seu valor é direcionado ao patrimônio liquido. Como por exemplo, a Lei nº 6.404/76.
De acordo com a Lei nº. 6.404/1976, no artigo 182, informa que podem ser classificadas como reservas de
capital as contas que registrarem:
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações
sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de
conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônusde subscrição;
c) o produto da alienação de bônus de subscrição;
d) será registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não
capitalizado.
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Iudícibus (2010) descreve que são considerados Ajustes de Avaliação Patrimonial o momento que um bem é
avaliado pelo seu justo valor, ou valor justo, ou seja, ele é reavaliado. Esse é o valor financeiro que um ativo é
negociado entre duas partes independe e também pode ser utilizado para liquidar algum passivo.
Reservas de Lucro
De acordo com Iudícibus (2010, p. 210), “são consideradas reservas de lucro os valores monetários oriundos dos
lucros da entidade com o objetivo de suprir as diferentes finalidades. Essas reservas constam no patrimônio
líquido da entidade”. Assim uma entidade pode destinar valores para serem utilizados futuramente para alguma
emergência.
Ações em tesouraria
Conforme Iudícibus (2010), as ações em tesouraria são aquelas que a entidade vende e depois recompra,
destinando-as a proventos de acionistas ou programas de incentivo a funcionários.
- -7
Lucros ou Prejuízos Acumulados
Iudícibus (2010, p. 218), afirma que “quando tratamos os lucros ou prejuízos acumulados, estamos falando do
valor positivo ou negativo resultante da Demonstração de Resultado do Exercício de uma entidade. Assim esses
valores ficam no aguardo de uma futura absorção”. Dessa forma, a entidade pode realizar investimentos futuros
ou ainda a distribuição para os sócios no caso de lucros e o pagamento futuro das obrigações em caso de prejuízo.
Já para as sociedades por ações, de acordo com a Lei n. 11.638/2007, o saldo desse tipo de conta não poderá
mais ser credora.
Fechamento
Ao concluir esta aula sobre Patrimônio Líquido, você pôde compreender que em toda organização é
imprescindível ter uma boa gestão financeira e contábil. Assim, realizar o balanço patrimonial de forma correta é
uma forma de ter dados para realizar uma boa gestão. O patrimônio líquido é uma subconta que encontramos no
passivo total da entidade.
No patrimônio líquido são registrados os valores pertinentes ao Capital Social da entidade, os lucros ou prejuízos
acumulados e também as contas referentes às reservas que podem vir a ser constituídas no período.
Referências
BRASIL. , de 15 de dezembro de 1976. Altera e revoga dispositivos da lei 6.404, e estende àsLei n. 6.404
sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras.
Disponível em: . Acesso em: 12/03 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
/19.
IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. . São Paulo: Atlas, 2010. Manual de contabilidade societária
PADOVEZE, Clóvis Luís. . 7 ed. São Paulo: Atlas, 2011.Manual de contabilidade básica
SAIBA MAIS
Convidamos você a conhecer um pouco mais sobre o aspecto contábil referente aos conceitos
básicos, estrutura e metodologia operacional, para isso leia o Manual de contabilidade básica,
de Clóvis Luís Padoveze.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
- -1
Equação Contábil
Emerson Strutz
Introdução
Nesta aula, vamos verificar a Equação Contábil, também conhecida por Equação fundamental do patrimônio, ou
como Equação de Balanço. Ela é destinada a representar a relação entre o Total do Ativo e o Total do Passivo,
levando em consideração o Capital próprio da entidade, ou seja, o patrimônio.
Realizando a Equação Contábil, podemos verificar se o ativo é o suficiente para cobrir as obrigações ou não, ou
seja, é um indicador da situação operacional e econômica da empresa, podendo ser analisado para melhorar o
planejamento quando necessário.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• reconhecer a relevância da equação contábil para elaboração do Balanço Patrimonial.
Equação Fundamental do Patrimônio
O Balaço Patrimonial é o relatório contábil composto por informações que representam o patrimônio da
entidade, sendo as informações referentes aos bens, direitos e obrigações de uma entidade em determinada data.
Ele pode ser elaborado mensalmente, assim a empresa tem uma visão referente ao mês que passou, traçando
estratégias para melhorar o desempenho se necessário.
Tendo o formato de um quadro, o Balanço Patrimonial tem no lado esquerdo o ativo e no direito o passivo e o
patrimônio líquido, como pode ser observado na imagem a seguir.
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Os valores do ativo, juntamente com o passivo e o patrimônio líquido, devem demonstrar o equilíbrio, ou seja, o
Balanço do patrimônio da entidade, o patrimônio líquido deve representar a diferença entre o ativo e o passivo.
Dessa forma, chegamos na equação fundamental do patrimônio.
•
- -2
Figura 1 - Equação fundamental do patrimônio
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Ao substituir os termos acima pelos contábeis, temos o seguinte:
ATIVO = (PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO)
Assim, chegamos ao valor nulo, ou seja, o conceito principal do balanço patrimonial.
Realizando a equação vista anteriormente, se a empresa receber todos os seus direitos, realizar a venda de todos
os seus bens e quitar todas as suas obrigações, o que sobra é o capital próprio, também determinado pela
nomenclatura contábil de patrimônio líquido.
Para compreender como o patrimônio líquido é formado, vamos entender as situações líquidas patrimoniais
possíveis de se encontrar ao realizar as movimentações na entidade, sejam compras de artigos, vendas de
mercadorias, empréstimos, entre outros. Para encontrar a situação patrimonial, o importante são os dados que
constam no balanço. Vamos verificar no exemplo a seguir.
Vamos considerar que o ativo é composto pelos seguintes itens:
caixa = R$ 300,00;
móveis = R$ 500,00;
estoque de mercadorias = R$ 200,00;
duplicatas a receber = R$ 400,00;
promissórias a receber = R$ 100,00;
duplicatas a pagar = R$ 350,00;
salários a pagar = R$ 150,00;
impostos a pagar = R$ 300,00.
Agora, estruture o ativo e o passivo no balanço patrimonial.
Resolução:
FIQUE ATENTO
Como conhecemos o passo a passo do balanço patrimonial, ele deverá ser sempre
representado graficamente dessa forma e seu título deve ser e faz parteBalanço Patrimonial
das Demonstrações Contábeis exigidas pela Lei n. 6.404/76, esse relatório deve evidenciar a
situação do patrimônio da entidade em certo momento de forma clara.
- -3
Realizando a diferença do total dos bens e direitos na coluna do ativo com o total das obrigações na coluna do
passivo, encontramos a situação líquida patrimonial de R$ 700,00.
Assim, no quadro que representa o balanço patrimonial, inserimos a situação líquida que equilibra nosso
balanço patrimonial.
Como podemos verificar, o total do lado esquerdo é equivalente ao total do lado direito, equilibrando assim o
balanço patrimonial. Note também que há uma nova informação na tabela final que é a ,Situação Líquida
referente ao cálculo efetuado.
Situações Líquidas Patrimoniais
Para encontrar a situação patrimonial líquida, é necessário realizar a diferença do valor total do ativo
diminuindo o valor total do passivo, tal cálculo é necessário para identificar se o valor total do ativo possui o
montante necessário para cobrir todo passivo contraído pela entidade. Ao realizar essa mensuração, é
encontrado o estado em que se encontra a situação da entidade naquele momento.
- -4
Situação líquida superavitária
Quando o ativo formado pelos bens e direitos é maior que as obrigações, ou seja, se a entidade realizar a venda
de todos seus bens e receber seus direitos quitando assim suas obrigações, a diferença é a parte que sobra aos
seus sócios e acionistas. Podemos afirmar que a entidade se encontrar em um dos seguintes estágios:
• situação líquida favorável;
• situação líquida positiva;
• situação líquida superavitária;
• situação líquida negativa;
• situação líquida nula.
Vamos supor o seguinte balanço patrimonial:
Figura 2 - Balanço Patrimonial
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Nessa situação, é possível observar que o total do ativo é de R$ 1.500,00 e o total dopassivo é de R$ 800,00,
assim, os lados do quadro não possuem o mesmo valor, sendo necessário encontrar a diferença.
Ativo: + R$ 1.500,00
Passivo: - R$ 800,00
Diferença + R$ 700,00
Para o balanço patrimonial ser equilibrado, temos:
•
•
•
•
•
FIQUE ATENTO
A situação líquida favorável, positiva ou superavitária é quando o valor total do ativo desconta
todas as obrigações que constam no passivo e o resultado encontrado é positivo, ou seja, maior
que zero.
- -5
Figura 3 - Balanço Patrimonial
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Nesse caso, temos a situação líquida superavitária, ou seja, o resultado obtido na diferença do ativo e do passivo
é positivo. Logo, essa seria a situação que todas as empresas buscam e têm como objetivo principal, ou seja, ter
valores positivos ou acima de zero em suas movimentações.
Podemos exemplificar a situação líquida superavitária das seguintes formas:
Figura 4 - Situação líquida superavitária
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
ou
ou, ainda,
Ativo > Passivo
Ativo - Passivo > 0
Situação líquida > 0
Assim, podemos verificar as diversas formas de representar quando o lado positivo é superior ao lado negativo
do balanço patrimonial.
Situação líquida deficitária
Quando a entidade encontra-se nesse estado patrimonial, as obrigações são superiores aos bens e direitos,
portanto ela encontra-se em um estágio Passivo, Negativo, desfavorável ou deficitário.
Vamos supor a seguinte situação:
- -6
Figura 5 - Balanço Patrimonial
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Dessa forma, ao realizar a diferença entre os bens e direitos com as obrigações, temos:
Ativo: + R$ 1.500,00
Passivo: - R$ 1.600,00
Diferença - R$ 100,00
Nesse caso, o balanço é equilibrado da seguinte forma:
Figura 6 - Balanço Patrimonial
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
É possível observar que a situação líquida está negativa em R$ 100,00 no balanço patrimonial, equilibrando o
total do ativo com o total do passivo.
Podemos exemplificar a situação líquida superavitária das seguintes formas:
Figura 7 - Ilustração situação líquida deficitária
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Ou
SL < 0 (Situação líquida menor que zero)
Ou ainda,
Ativo < Passivo
Ativo – Passivo < 0
- -7
Ativo – Passivo < 0
Situação Líquida < 0
Nesse caso, podemos denominar também que a entidade está em Situação de Insolvência ou Passivo a
descoberto, pois o valor total do ativo não é suficiente para cobrir as obrigações que a entidade possui. Com isso,
o patrimônio líquido da entidade estaria diminuindo, ou seja, além dos ativos não serem o suficiente para cobrir
as obrigações, seria necessário um “auxilio” do patrimônio líquido, recorrendo a possíveis incorporações de
patrimônio dos sócios e acionistas, podendo mudar a situação da entidade.
Situação nula
Quando o valor total dos bens e direitos da entidade é igual ao valor das obrigações, a entidade encontra-se no
estado de situação nula, ou seja, se ela realizar a venda de todos os bens e receber todos os direitos é suficiente
para cobrir as obrigações, porém não sobra nenhum valor aos sócios ou acionistas.
Vamos supor a seguinte situação:
Figura 8 - Balanço Patrimonial
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Assim, ao realizar a diferença entre os bens e direitos com as obrigações, temos a situação nula:
Ativo: + R$ 1.500,00
Passivo: - R$ 1.500,00
Diferença R$ 0,00
Portanto, o valor contido no ativo seria suficiente para cobrir o passivo.
Podemos exemplificar a situação líquida superavitária das seguintes formas:
Figura 9 - Ilustração situação nula
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
ou
Situação líquida = 0 (situação líquida igual a zero)
ou
Ativo = Passivo
- -8
Ativo = Passivo
Ativo ( - ) Passivo = 0
Situação Líquida = 0
Dessa forma, é possível encontrar a situação nula no balanço patrimonial da entidade. Assim, se realizar a venda
de todos os bens, o recebimento de todos os diretos, todas as obrigações da entidade estará seguro e não sobrará
nada de valores monetários.
Fechamento
Conforme verificamos, as equações patrimoniais são de suma importância para a compreensão da situação do
patrimônio da empresa. Uma entidade é dinâmica, passando por diversas transformações ao longo de sua
existência. Ela possui início com o aporte de capital de seus sócios e, de acordo com suas movimentações,
começa a ganhar forma e diversificar seus valores em contas, assim como seu patrimônio.
A situação líquida indica, portanto, a situação econômica e financeira da entidade no período ao qual o balanço
se refere, podendo ser percebido por ela se o ativo é suficiente para cobrir as obrigações contidas no passivo,
identificando a situação líquida da entidade.
Cada movimentação realizada afeta diretamente as contas do ativo e do passivo. Dessa forma, a contabilidade
necessita relatar os fatos corretamente para que não haja erro na vida financeira e gestão do negócio.
Referências
BRASIL. , de 15 de dezembro de 1976. Altera e revoga dispositivos da lei 6.404, e estende àsLei n. 6.404
sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras.
Disponível em: . Acesso em: 15 abr.http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
2019.
IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. . São Paulo: Atlas, 2010.Manual de contabilidade societária
SOUZA, Ailton. Fernando de. . Trevisan. São Paulo. 2014.Contabilidade na Prática
SAIBA MAIS
Convidamos você a compreender um pouco mais da contabilidade realizando a leitura do livro
“Contabilidade na Prática”. A obra é dividida em 13 capítulos que tratam sobre a contabilidade
dentro das organizações, além de abordar itens relacionados e aprofundados sobre termos
contábeis.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
- -1
Apresentação do Balanço 
Patrimonial
Emerson Strutz
Introdução
Conforme verificamos, o Patrimônio é o principal objeto de estudo da contabilidade, sendo representado pelos
bens, direitos e obrigações da entidade.
Para o estudo da contabilidade empresarial, é importante que o Patrimônio seja compreendido e interiorizado,
além disso, deve-se saber distinguir e classificar corretamente as contas desse relatório, o que tornará o Balanço
Patrimonial mais fácil entender.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• elaborar o Balanço Patrimonial apresentando corretamente todos os itens.
Estrutura
O relatório contábil que conhecemos como Balaço Patrimonial é considerado pela contabilidade como um dos
relatórios mais importantes que a entidade deve elaborar. Pelo Balanço Patrimonial é possível identificar a real
situação patrimonial e financeira da organização no período em que trata o balanço. Observe que a entidade
pode estipular a periodicidade do balanço, porém é exigido legalmente uma vez ao ano para poder compor a
Demonstração do Resultado do Exercício conhecida como DRE.
Tal relatório evidencia de forma clara as contas que formam o grupo de contas do ativo, do passivo e do
patrimônio líquido da entidade e suas subcontas, as quais podem variar de empresa para empresa e de acordo
com o ramo de atividade.
Há algumas formas para comparar a medição do patrimônio de uma entidade através de uma fórmula, a qual é
chamada de Equação fundamental do patrimônio por alguns autores. Ela leva em consideração os valores de
todas as contas que compõe o ativo e todas as obrigações do passivo. Já para o Balanço Patrimonial ser
considerado correto, o valor total do ativo deve ser igual ao valor total da coluna do passivo. A Equação
fundamental do patrimônio pode ser
•
- -2
Figura 1 - Representação do Balanço Patrimonial
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Na imagem podemos observar que o Ativo é igual à soma do passivo com o patrimônio líquido, ou seja, o lado
direito, representado pelo Ativo, precisa ser igual ao lado esquerdo, representado pelo passivo e pelo patrimônio
líquido. Com isso, tanto o ativo total quanto o passivo total é de R$ 200.000,00, pois somando-se o passivo de R$
140.000,00 mais R$ 60.000,00 do patrimônio líquido chega-se a esse resultado.
A seguir temosuma representação mais detalhada do Balanço Patrimonial. Analise com calma as contas ali
contidas, principalmente no que diz respeito a débito e crédito e o que acontece com as contas quando lançadas
como débito ou como crédito em determinada coluna, seja do ativo ou do passivo.
Figura 2 - Representação do Balanço Patrimonial
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
É possível observar que as contas de débito aumentam o ativo e o crédito diminui as contas do ativo, já quando
SAIBA MAIS
Aprofunde-se sobre o balanço patrimonial lendo a obra de José Carlos Marion intitulada
“Análise das Demonstrações contábeis”, a qual demonstra como utilizar as demonstrações
contábeis para a tomada de decisões empresariais. Além disso, colabora para identificar a
situação econômica e financeira da entidade.
- -3
É possível observar que as contas de débito aumentam o ativo e o crédito diminui as contas do ativo, já quando
tratamos do passivo as contas de débito diminuem o passivo e o crédito aumenta o passivo.
Elaboração
Conforme relata Iudícibus (2010), o Balanço Patrimonial deve ser realizado pela entidade sempre ao final do
exercício social que compreende o período de 12 meses, sem haver necessidade de que ele inicie em janeiro e
termine em dezembro, pois ele deve ser realizado conforme consta no Estatuto Social da entidade. É ele quem dá
origem a DRE, relatório contábil também exigido por lei.
As informações contidas no Balanço Patrimonial vão além da prestação de contas com o Fisco. Ele demonstra
também a situação econômica e financeira da entidade. Assim, gestores, presidentes, acionistas ou quem se
interessar podem verificar como se encontra a empresa em determinado momento.
O objetivo da elaboração do Balanço Patrimonial é demonstrar o equilíbrio das contas da entidade, trazendo a
origem e o destino dos recursos, se a entidade possui dívida com fornecedores, se há empréstimos com
instituições financeiras, o valor do seu capital social, seus bens e direitos, enfim, toda a situação atual da
entidade.
Esse relatório não deve ser desprezado pela organização, pois demonstra, durante a elaboração, o equilíbrio da
entidade. Os gestores conseguem, por meio dele, informações sobre a situação em que a empresa se encontra,
verificando se ela é autossustentável ou se está sobrevivendo de recursos de terceiros. Portanto, avaliar
constantemente o balanço possibilita o sucesso do negócio.
Na figura a seguir, há um exemplo do grupo de contas mais detalhado, com subgrupos tanto no ativo quanto no
passivo. Observe que o ativo ou passivo podem variar de acordo com o ramo de atividade da empresa, bem como
os ativos ou passivos adquiridos ao longo do período.
FIQUE ATENTO
Ao classificar as contas entre ativo e passivo, é imprescindível colocar a conta como débito ou
crédito devidamente para que, ao final o balanço patrimonial, chegue a resultados equivalentes
no total do ativo e do passivo. No entanto, é comum no início realizar confusão ao baixar uma
obrigação ou retirar valores das contas do ativo.
- -4
Figura 3 - Exemplo de Contas do Balanço Patrimonial
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Note que no lado do Ativo encontramos as contas referentes ao Ativo Circulante e ao Ativo não Circulante. Já no
Lado do Passivo, encontramos o Passivo Circulante, não Circulante e o Patrimônio líquido Portanto, para
elaborar o Balanço Patrimonial, é necessário realizar alguns itens para não gerar diferenças, ou seja, os valores
não ficarem inconsistentes. Eis alguns dos itens a serem realizados:
• realizar o Balancete do Razão referente ao último mês;
• ajustar as Contas;
• encerrar as contas de despesas e receitas;
• elaborar a demonstração financeira;
• elaborar as notas explicativas.
Realizar o Balancete do último mês é a primeira etapa para a elaboração do Balanço Patrimonial. Ele verifica os
saldos das contas e em seguida é elaborado o Balancete de Verificação do Razão, abrangendo todas as contas da
entidade. No Balancete, são inseridas todas as movimentações que a empresa teve no período em suas
respectivas contas.
No Balancete, é analisado conta por conta e, se necessário, são realizados ajustes dentro da legalidade para que o
Balanço Patrimonial reflita com exatidão a situação econômica e financeira da empresa, como o exato valor em
caixa, na conta bancária, saldos em estoque através de inventários etc.
Como destaca Iudícibus (2010, p. 135), “as contas contábeis se dividem em dois grandes grupos, as contas de
•
•
•
•
•
- -5
Como destaca Iudícibus (2010, p. 135), “as contas contábeis se dividem em dois grandes grupos, as contas de
resultado (despesas e receitas) e as contas patrimoniais (ativo e passivo)”.
Quando tratamos das contas patrimoniais, o saldo final de um período é o saldo inicial do período seguinte; já as
contas de resultado possuem o saldo nulo ao iniciar o novo período.
As contas de resultados compõem a chamada DRE, Demonstração do Resultado do Exercício.
Apresentação
Apresentar os elementos que compõe o patrimônio é de grande valia, pois proporciona uma análise e revisão
sobre os negócios que envolvem a entidade.
Ao classificar as contas entre ativo e passivo, é preciso compreender a natureza da entidade, bem como a função
de cada conta no conjunto total da organização. A legislação brasileira determina classificar os ativos mais
líquidos decrescendo aos menos líquidos; diferente da europeia que realiza a demonstração inversa.
Uma das leis que mais abordamos nesse estudo é a Lei n. 6404/76, que têm em sua essência a regulamentação
das sociedades por ações. Ela traz as normas, princípios contábeis e também o formato e qual o conteúdo que
deve constar do Balanço Patrimonial.
A partir do Balanço Patrimonial, os gestores e contadores podem desenvolver análises, demonstrações e
comparações, proporcionando mecanismos para gerir melhor o negócio e a apresentação de informações aos
interessados.
Notas Explicativas às Demonstrações 
Financeiras
As Notas Explicativas (NE) são informações adicionais aos relatórios contábeis, complementando as que não são
possíveis de detalhar nas demonstrações contábeis, podendo ser utilizadas em todos os casos em que forem
consideradas importantes.
A Resolução do CFC 1.185/09 traz a forma de se abordar e realizar a estrutura de Notas Explicativas e a Lei n.
6.404/76 diz que: “as demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos
ou demonstrações contábeis necessárias para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do
exercício”.
Quaisquer lançamentos que você ou o responsável contábil realizar no Balanço Patrimonial e considerar que seja
FIQUE ATENTO
A Lei n. 6404/76 foi complementada pela Lei n. 1598/77, a qual traz que, além das sociedades
por ações, todas as pessoas jurídicas devem ser submetidas ao Lucro Real para cálculo de seu
Imposto de Renda. Assim, todas as empresas devem elaborar obrigatoriamente as
demonstrações financeiras exigidas em lei.
- -6
Quaisquer lançamentos que você ou o responsável contábil realizar no Balanço Patrimonial e considerar que seja
necessário incluir uma nota explicativa para que o futuro leitor ou analista do balanço entenda a movimentação
realizada, pode incluir perfeitamente.
Assim, podemos verificar a seguir uma forma de realizar a Nota Explicativa em uma conta que compõe o Balanço
Patrimonial.
Figura 4 - Notas explicativas
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Conforme verificamos no exemplo, as Notas Explicativas têm o objetivo de detalhar operações que não são
possíveis de relacionar durante a elaboração do Patrimônio, assim são referenciadas e proporciona ao leitor uma
análise ou compreensão de determinado lançamento contábil.
As Notas Explicativas são asseguradas legalmente com o intuito de complementar os relatórios contábeis para
melhor compreensão.
Fechamento
O Balanço Patrimonial é um relatório exigido por lei com o intuito de demonstrar o equilíbrio das contas da
entidade, trazendo as origens e o destino dos recursos da empresa.
Ao elaborar o Balanço Patrimonial, é necessáriorealizar o fechamento das contas para obter o saldo real, e, se
necessário, os devidos ajustes. É importante salientar também que ele indica o equilíbrio das contas, assim o lado
do ativo precisa ser igual ao do passivo.
Para algumas situações, é possível inserir Notas Explicativas para que o leitor ou analista do balanço possa
compreender tal evento.
O Balanço Patrimonial deve ser realizado, no mínimo, uma vez por ano de acordo com o ano contábil, podendo
ser realizado periodicamente, se assim desejar os gestores da entidade, para acompanhar a evolução e estágio
financeiro, econômico e contábil da entidade.
- -7
Referências
BRASIL. , de 15 de dezembro de 1976. Altera e revoga dispositivos da lei 6.404, e estende àsLei n. 6.404
sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras.
Disponível em: < >. Acesso em: 25http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
abr. 2019.
IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. . São Paulo: Atlas, 2010.Manual de contabilidade societária
MARION, José Carlos. : Contabilidade Empresarial. 7. ed. São Paulo:Análise das Demonstrações Contábeis
Atlas, 2012.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
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Receita líquida
Emerson Strutz
Introdução
Neste tema vamos compreender a demonstração do resultado do exercício, como se dá sua construção e saber as
informações que ele nos transmite para as análises contábeis e de gestão empresarial. Para isso, uma das
questões que devemos compreender é: o que é receita líquida? Esse é um questionamento comum ao iniciar os
estudos referentes à estrutura e às análises de balanços.
Além disso, é necessário compreender que a receita líquida refere-se à quantidade de dinheiro que uma
organização contabiliza como entrada em um período, incluindo os valores referente às deduções condizentes
aos descontos das mercadorias devolvidas. Como o relatório do resultado do exercício pode auxiliar na gestão de
vendas e custos de uma organização? É o que veremos nesta aula.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• classificar as receitas e suas respectivas deduções.
Demonstração do resultado do exercício
Há relatórios contábeis que garantem aos gestores, acionistas e interessados nas empresas e organizações uma
interpretação assertiva a respeito dos componentes patrimoniais e a saúde financeira da empresa. Alguns
relatórios contábeis são exigidos por lei (lei 6404/76), outros as empresas julgam necessário para
implementarem suas análises.
Todos os anos as organizações elaboram um conjunto de demonstrações contábeis para cumprir a legislação e
para apresentar a terceiros que possuem interessa na empresa. Esses relatórios são disponibilizados após o
encerramento do exercício social.
Conforme previsto no artigo 187 da Lei 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Ações), a demonstração do
resultado do exercício discriminará: “a receita bruta das vendas e serviços [...]; a receita líquida das vendas e
serviços [...]; despesas operacionais [...]; lucro ou prejuízo operacional [...]; o resultado do exercício antes do
Imposto sobre a Renda [...]; o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.”
(BRASIL, 1976).
Conforme Marion (2018, p. 127), os objetivos da (DRE) estãodemonstração do resultado do exercício
intrínsecos em seu conceito:
• demonstrar o resultado (lucro ou prejuízo) de uma organização em um determinado período;
• demonstrar como o resultado (lucro ou prejuízo) originou-se.
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Na estrutura do DRE, as contas são agrupadas de forma dedutiva, partindo da receita bruta, deduzindo ou
adicionando os demais resultados apurados até chegarmos ao lucro líquido.
Segundo Reis e Marion (2003), o objetivo da demonstração do resultado do exercício (DRE) é evidenciar o
resultado das operações sociais – lucro ou prejuízo apurando:
a) o resultado operacional do período, ou seja, o resultado das operações principais e acessórias da
empresa provocado pela movimentação dos valores aplicados no ativo;
b) o lucro líquido de período, ou seja, aquela parcela do resultado que, efetivamente, ficou à
disposição dos sócios para ser retirada ou reinvestida. (REIS; MARION, 2003, p. 32).
A demonstração do resultado do exercício é composto por um conjunto de grupos de contas, que são:
• receita bruta;
• receita líquida;
• lucro bruto;
• lucro operacional;
• lucro antes do imposto de renda;
• lucro depois do imposto de renda;
• lucro líquido.
Para melhor compreensão desse esqueleto, vamos verificar um exemplo de DRE na figura a seguir.
FIQUE ATENTO
É necessário relembrar os conceitos de receita, despesa e resultado. Receita são as entradas de
recursos que aumentam o patrimônio líquido da organização. Despesa é a saída de recursos
que diminuem o ativo ou aumenta o passivo da organização. Resultado é a maneira de
confrontar as receitas e despesas de um determinado período, chegando então ao lucro ou
prejuízo do exercício.
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Figura 1 - Exemplo de uma DRE
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Para Marion (2018), a DRE possibilita que o gestor de uma organização, independentemente do setor, poupe
tempo e dinheiro, transmitindo a ele uma visão geral das finanças. A DRE serve como ferramenta de auxílio para
observar, por exemplo, a evolução das vendas, dos impostos, das despesas e da capacidade da geração de caixa,
incluindo também o nível de endividamento, se necessário.
Ainda segundo Marion (2018), além de ser uma ferramenta contábil, a DRE pode ser utilizada como diagnóstico
da situação financeira da organização. O gestor compara os resultados obtidos com o que foi estipulado em seu
orçamento. Dessa forma, pode traçar estratégias e ações para conduzir a empresa aos objetivos traçados.
Receita bruta
Quando tratamos da , Marion (2018) afirma que é a informação inicial que inserimos no DRE ereceita bruta
pode ser entendida como o valor bruto que a organização obteve em determinado período de acordo com sua
atividade econômica. Por exemplo, se a DRE fosse referente a uma empresa do ramo de vendas, o valor da
receita bruta seria o total das vendas do período.
É importante salientar que nas receitas brutas estão inseridos os impostos sobre as vendas (que são devidos ao
governo).
Quando estamos elaborando a DRE a maioria das linhas a serem preenchidas são autoexplicativas. A parte que
pode gerar maior dificuldade é o reconhecimento dos tributos e realização correta das deduções em cada uma
das etapas.
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Se a organização é uma indústria, ela poderá estar sujeita a impostos, tais como:
• IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados;
• ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços;
• PIS – Programa de Integração Social;
• Cofins;
• IR – Imposto de Renda.
Os tributos a serem cobrados, além do ramo de atividade da empresa, estão relacionados ao seu faturamento.
Por exemplo, o regime de tributos pode ser o Simples Nacional: “[...] um regime compartilhado de arrecadação,
cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, [...]. Abrange os
seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição para a Seguridade Social [...].”
(BRASIL, 2006).
Receita líquida
Após realizarmos todas as deduções, encontramos a , que nada mais é do que um indicador quereceita líquida
os investidores analisam sobre os valores que permanecem no caixa da empresa. Após realizar os descontos das
deduções, ela demonstra o valor monetário que a empresa está ganhando com essas devoluções.
Figura 2 - Cálculo da receita líquida
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Conforme Basso (2011), para encontrarmos a receita líquida de uma organização em função de um determinado
período, é necessário subtrair as deduções do valor referente à receita bruta. Quanto à receita bruta, vimos que
se refere ao valor bruto que deu entrada na empresa. Para isso, precisamos compreender o que são as deduções.
FIQUE ATENTO
Cada organização poderá ter encargos diferentes, ou seja, se é umaprestadora de serviços,
uma indústria, um comércio etc., dependerá do seu ramo de atividade, assim, o responsável
pela contabilidade da empresa identificara os encargos competentes a serem contabilizados e
cobrados.
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Ainda segundo Basso (2011, p. 307), no entanto, não podem ser confundidas com despesas, pois são os ajustes
descontados da receita bruta para chegar ao resultado da receita líquida, e nessas deduções podem ser incluídos:
• impostos: valores que pertencem ao governo;
• devoluções: vendas devolvidas ou canceladas por não estarem de acordo com o pedido realizado pelo 
cliente. O comprador pode devolver a mercadoria integralmente ou parcialmente;
• abatimentos: caso a mercadoria não esteja de acordo com o que o cliente havia pedido, a empresa 
vendedora pode oferecer desconto no valor da mercadoria (abatimento) na tentativa de compensar o 
prejuízo do comprador.
Agora que já conhecemos como se origina a receita líquida, podemos melhorar a ilustração:
Figura 3 - Exemplo cálculo de receita líquida
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
O conceito da receita líquida representa o valor real/efetivo, das vendas de mercadorias ou prestação de serviços.
A DRE possibilita uma análise objetiva e pontual acerca da saúde financeira de uma empresa, permitindo a
análise em tempo real do progresso da empresa. Para isso, é necessário que as informações sejam atualizadas
regularmente de acordo com os dados fornecidos evitando, assim, falhas nos objetivos traçados.
Suponha que a empresa Contabilidade XPTO LTDA apresentou uma receita bruta no valor de R$ 200.000,00
SAIBA MAIS
Para aprimorar seus estudos, aprofunde sua leitura acerca dos itens que constam na
demonstração do resultado do exercício acessando acesse o artigo científico “Demonstração de
resultados para a tomada de decisões”, de Leomara Battisti e Oldair Roberto Giasson (2009).
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EXEMPLO
Todas as empresas, independentemente de seu porte ou área de atuação, devem realizar a
demonstração do resultado do exercício. Em uma empresa prestadora de serviços, como uma
contabilidade, por exemplo, os impostos que devem ser inseridos no cálculo são COFINS, PIS,
ICMS e ISS.
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Suponha que a empresa Contabilidade XPTO LTDA apresentou uma receita bruta no valor de R$ 200.000,00
oriunda de:
• vendas de R$ 160.000,00;
• serviços no valor de R$ 40.000,00;
• devolução de vendas no valor de R$ 10.000,00;
• descontos incondicionais e abatimentos somando o valor de R$ 2.000,00;
• tributos inseridos nas vendas dessa empresa: COFINS R$ 6.000,00, PIS R$ 2.000,00, ICMS R$ 36.000,00 e 
o ISS R$ 16.000,00.
O cálculo da receita líquida dessa empresa seria realizado conforme informações apresentadas no quadro a
seguir.
Figura 4 - Modelo da DRE
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Portanto, com uma receita bruta de R$ 200.000,00 após os devidos descontos efetuados, a receita líquida é de R$
140.000,00 sendo esse valor o montante gerado no caixa da empresa.
Fechamento
Compreendemos até aqui o motivo pelo qual as empresas realizam a DRE, além de ser um relatório exigido
legalmente, é de grande valia para análises referentes à gestão e acompanhamento dos indicadores que traçam
itens do planejamento estratégico da organização.
Portanto, a partir de agora compreendemos o conceito de receita líquida e como se dá seu cálculo.
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Portanto, a partir de agora compreendemos o conceito de receita líquida e como se dá seu cálculo.
Referências
BASSO, I. P. . 4. ed. Ijuí: Unijuí, 2011.Contabilidade geral básica
BATTISTI, L.; GIASSON, O. R. Demonstração de resultados para a tomada de decisões. , PatoRevista e-Estudante
Branco, v. 1, n. 1, 2009. Disponível em: <http://revistas.utfpr.edu.br/pb/index.php/ecap/article/view/452
/230>. Acesso em: 04 jan. 2019.
BRASIL. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. , de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre asLei n. 6.404
sociedades por ações. Brasília, 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.
htm>. Acesso em: 28 dez. 2018.
______. Receita Federal. Ministério da Fazenda. O que é o Simples Nacional? Disponível em: <http://www8.receita.
>. Acesso em: 28 dez 2018.fazenda.gov.br/simplesnacional/documentos/pagina.aspx?id=3
______. Presidência da República. Casa Civil. , de 14 de dezembro de 2006. Institui oLei complementar n. 123
Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Brasília: Subchefia para Assuntos Jurídicos,
2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp123.htm>. Acesso em: 30 dez. 2018.
______. Receita Federal. Ministério da Fazenda. Declaração de informações econômico-fiscais da PJ. Brasília, 2012.
Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/dipj-
>.declaracao-de-informacoes-economico-fiscais-da-pj/respostas-2012/capitulo-viii-lucro-operacional-2012.pdf
Acesso em: 04 jan. 2018.
MARION, J. C. - instrumentos de análise, gerência e decisão. 18. ed. São Paulo: Atlas,Contabilidade empresarial
2018.
REIS, A.; MARION, J. C. . São Paulo: Atlas 2003.Mudanças nas demonstrações contábeis
http://www8.receita.fazenda.gov.br/simplesnacional/documentos/pagina.aspx?id=3
http://www8.receita.fazenda.gov.br/simplesnacional/documentos/pagina.aspx?id=3
http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/dipj-declaracao-de-informacoes-economico-fiscais-da-pj/respostas-2012/capitulo-viii-lucro-operacional-2012.pdf
http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/dipj-declaracao-de-informacoes-economico-fiscais-da-pj/respostas-2012/capitulo-viii-lucro-operacional-2012.pdf
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Lucro bruto
Emerson Strutz
Introdução
Neste tema, vamos aprofundar os estudos sobre a DRE e, para isso, abordaremos superficialmente alguns
conceitos de custos necessários para a composição do lucro bruto. Acompanhe os estudos do tema e entenda que
o lucro bruto é originado da diferença entre a receita líquida e os custos do produto vendido.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• identificar o lucro bruto.
Terminologia aplicada à Contabilidade de Custos
Para entender claramente os conceitos a serem trabalhados neste tema, vamos relembrar, agora, de algumas
terminologias relacionadas à Contabilidade de Custos.
Figura 1 - Terminologia aplicada à Contabilidade de Custos
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Custos: são os gastos dispendidos durante a produção de um bem ou durante a prestação de um serviço.
Gastos: são o sacrifício financeiro que a empresa precisa arcar para obter um produto ou para a prestação de um
serviço.
Investimento: valor que a empresa se dispõe a realizar em função da vida útil ou dos benefícios que
futuramente poderá vir a ter.
Despesa: é considerada o bem ou serviço que pode ser consumido diretamente ou indiretamente para se obter
receita.
Desembolso: é o pagamento realizado a partir da aquisição de um bem ou de um serviço.
Perda: quando um bem ou serviço é consumido de forma involuntária ou anormal.
Ganho: quando o resultado líquido é favorável e oriundo de movimentações de origem diferente das formas
normais da empresa.
Lucro: é a diferença positiva entre receita, despesa, custos, perdas e ganhos.
•
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Lucro: é a diferença positiva entre receita, despesa, custos, perdas e ganhos.
Prejuízo: é a diferença negativa entre receita, despesa, custos, perdas, e ganhos.
Além dos conhecimentos listados, a Contabilidade de Custos busca levantar informações relativas aos temas
elencados na figura a seguir.
Figura 2 - Custo comercial x custo industrial
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de WK Sistemas, 2018.
A partir desses conhecimentos básicos, podemos continuar os nossos estudos relacionados à DRE, lembrando
que este é um relatório exigido legalmente para apurar o custo das vendas e que a legislação obriga o
desenvolvimento desse relatório pelo método de custeio por absorção.
Custo das vendas
Após encontrarmos a receita líquida na nossa DRE, temos que descontar desse montante o valor doscustos das
vendas. Quando abordamos o custo do produto vendido, estamos ligando esse custo diretamente ao estoque da
empresa devido à necessidade de realizarmos a baixa desses valores na conta de estoque da organização.
A verificação documental dessas informações também permite que a empresa alcance resultados positivos na
sua gestão, observe:
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Figura 3 - Resultados da gestão de custos
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de WK Sistemas, 2018.
Quando o ramo de atividade da organização refere-se a empresas industriais, as entradas são representadas por
todas as peças produzidas acabadas, e a Contabilidade de Custos depende da estrutura adotada pela empresa.
Custo do produto vendido
Quando a unidade fabril finaliza o processo de fabricação de um produto, os que estão totalmente acabados são
transferidos do setor produtivo para os estoques de produtos acabados e permanecem lá até o momento de sua
venda. Então, os produtos acabados recebem todos os custos inseridos em seu processo de fabricação, sejam
diretos ou indiretos para, assim, serem distribuídos de forma unitária.
Caso um produto inicie sua fabricação em um período anterior e sua finalização encontre-se no período atual, os
custos serão repartidos proporcionalmente nos períodos anterior e atual, assim deixando a parte contábil
coerente com seus respectivos períodos e processos.
Dessa forma, quando esse produto for finalizado, estarão contidos os custos no período anterior e adicionados os
custos contabilizados no período atual. Perceba que o custo dos produtos vendidos é o somatório de todos os
custos relacionados ao processo de fabricação de um item e que foram vendidos em determinado período
analisado.
Para apurar o custo do produto vendido, é essencial relembrar de alguns conceitos:
CP = MD + MOD + CIF
CP = Custo de Produção;
MD = Materiais Diretos;
MOD = Mão de Obra Direta;
CIF = Custos Indiretos de Fabricação.
Portanto, o custo de produção é o somatório de todos os custos que ocorreram no período em que o produto
estava dentro da fábrica.
CPA = EIPP + CP – EFPP
CPA = Custo da Produção Acabada;
EIPP = Estoque Inicial de Produtos em Processo;
CP = Custo de Produção;
EFPP = Estoque Final de Produtos em Processo;
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EFPP = Estoque Final de Produtos em Processo;
CF = Custo de Fabricação.
O Custo da Produção Acabada é Igual ao Custo de Fabricação.
CPA = CF
Logo, o Custo de Produção Acabada é o somatório de todos os custos contidos no processo de produção acabada
em determinado período.
CPV = EIPA + CF - EFPA
CPV = Custo do Produto Vendido;
EIPA = Estoque Inicial de Produtos Acabados;
CF = Custo de Fabricação;
EFPA = Estoque Final de Produtos Acabados.
Assim, o custo do produto vendido é o somatório de todos os custos que foram incorridos na produção do item já
acabado em diversos períodos, porém só agora esses produtos estão sendo vendidos.
Conforme o exemplo, o valor do custo do produto vendido nesse período é de R$ 185.000,00.
EXEMPLO
Uma fábrica deseja calcular o custo do produto vendido com estoque inicial de produto
acabado de R$ 100.000; materiais diretos, R$ 50.000; mão de obra direta, R$ 18.000; custos
indiretos de fabricação, R$ 30.000; e estoque final de produtos acabados, R$ 13.000.
CP = MD + MOD + CIF
CP = 50.000,00 + 18.000,00 + 30.000,00
CP = 98.000,00
CPA = EIPP + CP – EFPP
CPA = 0 + 98.000,00 – 0
CPA = 98.000,00
CPA = CF
CPV = EIPA + CF – EFPA
CPV = 100.000 + 98.000,00 – 13.000,00
CPV = 185.000,00
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Compreender o custo do produto vendido é fundamental para o bom funcionamento do negócio da empresa, até
mesmo para conhecer os custos relacionados à produção para colocar em seu . Nenhum custo deve sermark-up
desprezado, pois é através desse dado que podemos garantir a precificação correta dos produtos.
Custo das Mercadorias Vendidas
O Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) é utilizado geralmente pelas empresas cujas atividades são comerciais,
porém, outros setores podem utilizá-lo normalmente. Dessa forma, quando uma empresa realiza a revenda de
um produto, faz uso do CMV,
cuja fórmula é:
CMV = EI + C – EF
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas;
EI = Estoque Inicial;
C = Compras;
EF = Estoque Final.
Veja um exemplo de como encontramos o Custo das Mercadorias Vendidas.
Portanto, o CMV chegou ao valor de R$ 58.000,00.
SAIBA MAIS
Independentemente do ramo de atividade, qualquer que seja o produto fabricado, é
importante que se verifique o custo do produto vendido de forma significativa e que cada
produto tenha uma ficha técnica, trazendo assim resultados significativos em suas análises.
Para saber mais, leia “A ficha técnica de preparação como instrumento de qualidade na
produção de refeições”, de Akutsu et al. (2005).
EXEMPLO
Suponha que uma rede de salão de beleza revende determinado xampu. Sabendo que no seu
estoque há R$ 20.000,00 desse item e que foi realizada a compra de R$ 50.000,00 desse
produto e, ao realizar a contagem final de estoque em valores, obteve-se o valor de R$
12.000,00, calcule o CMV.
CMV = EI + C – EF
CMV = 20.000,00 + 50.000,00 – 12.000,00
CMV = R$ 58.000,00
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Custo dos serviços prestados
O serviço prestado ocorre quando o serviço é realizado utilizando a mão de obra de terceiros, por exemplo, o
professor de uma escola.
Para chegar ao valor do serviço prestado, é utilizada a seguinte fórmula:
CSV = Sin + (MO + GDS + GIS) – Sfi
CSV = Custo dos Serviços Vendidos;
Sin = Saldo inicial dos serviços em andamento;
MO = Mão de obra direta aplicada nos serviços vendidos;
DS = Gastos diretos (locação de equipamentos, subcontratações etc.) aplicados nos serviços vendidos;
GIS = Gastos indiretos (luz, mão de obra indireta, depreciações de equipamentos etc.) aplicados nos serviços
vendidos;
Sfi = Saldo final dos serviços em andamento.
As variáveis Sin e Sfi são relacionadas aos saldos dos estoques, em que é considerado o valor dos custos dos
serviços que estão em processo no momento do cálculo.
O custo dos serviços vendidos, nesse caso, é de R$ 55.000,00. Tal valor pode ser utilizado para a comparação de
faturamento e para analisar o quão o negócio é produtivo.
EXEMPLO
Vamos supor que a agência de publicidade “Divulga Vc” quer calcular o custo dos serviços
prestados tendo as seguintes informações:
Sin = R$ 25.000,00
MO = R$ 28.000,00
GDS = R$ 5.000,00
GIS = R$ 4.000,00
Sfi = R$ 7.000,00
Resolução
CSV = Sin + (MO + GDS + GIS) – Sfi
CSV = 25.000,00 + (28.000,00 + 5.000,00 + 4.000,00) – 7.000,00
CSV = 25.000,00 + 37.000,00 – 7.000,00
CSV = 62.000,00 – 7.000,00
CSV = 55.000,00
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O serviço vendido também é passível de custos, por isso, sua análise e mensuração é importante para que seja
possível realizar sua precificação de forma correta ao cliente. Dessa forma, identificar os custos sobre o serviço
vendido é fundamental para a saúde financeira da empresa.
Lucro bruto
Após entendermos sobre o processo de identificar o custo do produto, mercadoria ou serviço prestado, vamos
continuar nossa DRE, considerando que o lucro bruto nada mais é do que a diferença da Receita Líquida e dos
Custos.
Vamos continuar nosso exemplo visto no tópico anterior supondo que os custos de vendas foram de R$ 2.000,00.
Figura 4 - Lucro bruto
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Vale lembrar que a Receita Líquida se dá através da receita bruta subtraindo-se suas deduções.
Lembre-se de que o lucro bruto é o primeiro item que os gestores, acionistas e interessados na organização
FIQUE ATENTO
Conforme Fernandes (2018), a Receita Federal costuma diferenciar serviço vendido de serviço
prestado, caracterizando como vendido o serviço que é prestado por utilização da mão de obra
de terceiros, como é o caso de um médico no hospital, e prestado o serviço que ocorreu na
prestação direta do serviço, como a instalação de ar-condicionado de uma casa.
FIQUE ATENTO
Se a organização for do ramo industrial, o custo na DRE é chamado de “Custo do Produto
Vendido - CPV”; se a organização for do ramo comercial, o custo na DRE é chamado de “Custo
da Mercadoria Vendida - CMV”; se o ramo de atividade da

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