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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
ANA FLÁVIA SOARES KIDA 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO COMPARATIVO DE DIFERENTES SISTEMAS DE 
CONSTRUTIVOS DE VEDAÇÃO EM OBRAS EXECUTADAS NO MUNICÍPIO DE 
BARRA DO GARÇAS-MT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barra do Garças 
2018 
 
ANA FLÁVIA SOARES KIDA 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO COMPARATIVO DE DIFERENTES SISTEMAS CONSTRUTIVOS 
DE VEDAÇÃO EM OBRAS EXECUTADAS NO MUNICÍPIO DE BARRA DO 
GARÇAS-MT 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de Curso 
apresentado ao curso de Engenharia 
Civil, da Universidade Federal de Mato 
Grosso, Campus Universitário do 
Araguaia, como parte das exigências 
para obtenção do grau de bacharel em 
Engenharia Civil. 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof.° Igor Aureliano Miranda Silva Campos 
 
 
 
 
 
 
 
Barra do Garças 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho, primeiramente, a Deus, depois aos meus 
pais e ao meu irmão, com todo o meu amor. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus, por me ajudar nos momentos de 
dificuldade, por sempre estar comigo me iluminando e me dando forças para realizar 
os meus sonhos e por nunca deixar me faltar nada. 
Agradeço com todo o meu coração aos meus pais, Augusto Akira Kida e 
Irene Soares de Souza Kida, por sempre me apoiarem e me incentivarem a lutar 
pelos meus objetivos, pela paciência, pelo amor, pela compreensão, além da 
confiança em mim depositada. 
Agradeço ao meu irmão, Gabriel, pelo amor, pela paciência que tem comigo 
e, simplesmente, por fazer parte da minha vida. 
Agradeço ao meu orientador, Professor Igor Aureliano Miranda Silva 
Campos, pela paciência, incentivo e dedicação com este trabalho. 
Agradeço a todos os meus amigos de Barra do Garças, em especial a 
Alline, Lais, Daniela, Jéssica, Natália, Moisés, Jackson, Hisabella, Líniker, Iury, Yuri, 
Cleudimar, Kamilla e Giovana, pela amizade, companheirismo, incentivo e apoio nos 
estudos. 
Agradeço ao meu namorado, Heber, pelo amor, carinho, incentivo e 
compreensão que tem comigo, principalmente, durante a elaboração deste trabalho. 
Agradeço a todos os meus amigos de Rondonópolis, principalmente a 
Jheniffer, Clara, Fernanda e Morghana, pela amizade, incentivo e compreensão em 
várias fases da minha vida, inclusive durante a elaboração deste TCC. 
E por fim, agradeço a todos que direta ou indiretamente colaboraram para a 
realização deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria, se 
aprende é com a vida e com os humildes." 
Cora Coralina 
 
RESUMO 
 
Na execução de edificações existem diversas análises relacionadas às etapas 
construtivas. No presente trabalho de conclusão de curso delimitou-se como marco 
teórico da pesquisa a avaliação da etapa de vedação referente a diferentes 
sistemas construtivos – a alvenaria convencional de blocos cerâmicos, a alvenaria 
estrutural com blocos de concreto, o sistema light steel frame, as paredes de 
concreto e o drywall. Além do modo de execução das paredes, foi feito um 
comparativo entre os sistemas construtivos, baseando-se em: os custos diretos de 
acordo com as tabelas do Sinapi, a produtividade, a mão de obra necessária, a 
disponibilidade dos materiais, além de um breve levantamento sobre o conforto 
térmico e acústico. Este trabalho baseou-se em visitas in loco de três obras de Barra 
do Garças-MT, utilizadas nelas os seguintes sistemas de vedação: alvenaria de 
vedação de blocos cerâmicos, alvenaria estrutural de blocos de concreto e paredes 
de concreto. Foram analisados, também, o sistema construtivo light steel framing e 
o drywall, contudo, não se encontrou obras que utilizam esses sistemas no 
Município de Barra do Garças, por isso eles foram estudados e analisados por meio 
de referenciais bibliográficos. Os resultados obtidos foram representados em 
gráficos e quadros. A partir desses resultados, então, conclui-se que as paredes de 
concreto se destacam no quesito de produtividade, obtendo um valor de 7,11 m²/h; 
o drywall, por sua vez, foi considerado como o melhor sistema quanto ao 
desempenho termoacústico e os blocos cerâmicos possuem vantagem significativa 
com relação à mão de obra disponível. Para escolher um sistema construtivo mais 
adequado para uma edificação, então, é necessário analisar o que é prioridade e 
quais as principais características de custo-benefício que se deseja obter. 
 
Palavras-chave: Alvenaria de vedação. Alvenaria estrutural. Sistemas construtivos. 
Edificações. Barra do Garças - MT. 
 
 
ABSTRACT 
 
During the execution of a building, there are many analyses that can be made 
through the various stages of construction. This project focuses on a theoretical 
research that will evaluate different construction methods for the stage of raising 
non-load-bearing walls – conventional ceramic bricks, non-load-bearing conventional 
cinder blocks, light steel frame walls, concrete walls, and drywalls. In addition to the 
wall raising analysis, a comparison of constructive methods, was done focusing on: 
direct costs according to the Sinapi charts, productivity, workforce necessary, 
material availability, and a brief study of thermal and acoustic comfort. The data was 
gathered by visiting three on going constructions in Barra do Garças-MT, which 
differed in: conventional ceramic brick walls, cinder block walls, and concrete walls. 
Light steel frame walls, and drywalls were studied and analyzed through the help of 
bibliographical references, however, there were no constructions in the city of Barra 
do Garças utilizing these methods. Graphics and charts represented the results 
obtained. Based on the results gathered, it was concluded that the concrete walls 
were the most productive, with a result of 7,11 m²/h; the drywall had the best thermo 
acoustic performance, and the ceramic brick wall had the best-prepared workforce. 
However, the most adequate constructive system will depend on the priorities of the 
constructor and on the cost effectiveness analysis. 
 
Keywords: Non-load-bearing wall, Cinder Blocks, Constructive methods, Buildings, 
Barra do Garças - MT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Nível de Bolha .......................................................................................... 20 
Figura 2 - Alvenaria com blocos cerâmicos em Barra do Garças ............................ 21 
Figura 3 - Construção de alvenaria com blocos cerâmicos ...................................... 21 
Figura 4 - Armazenamento de tijolos cerâmicos de 6 furos ..................................... 22 
Figura 5 - Encontro de paredes com blocos de concreto ......................................... 23 
Figura 6 - Abertura para colocação de esquadria .................................................... 23 
Figura 7 - Dimensões de uma unidade .................................................................... 26 
Figura 8- Blocos da família 40 representados em várias vistas ............................... 28 
Figura 9 - Processo de assentamento das canaletas como vigas baldrames .......... 29 
Figura 10 - Levantamento dos blocos de concreto no canteiro de obras. ................ 29 
Figura 11 - Encontro de paredes .............................................................................. 29 
Figura 12 - Bordas de paredes encaixadas com bloco compensador ...................... 29 
Figura 13 - Encaixe do bloco tipo “J” na terceira fiada ............................................. 30 
Figura 14 - Perfis metálicos que formam as paredes de LSF .................................. 32 
Figura 15 - Passagem de tubulação entre as placas OSB .......................................33 
Figura 16 - Manta hidrófuga sobre placas OSB ....................................................... 34 
Figura 17 - Estrutura em Light Steel Framing .......................................................... 34 
Figura 18 - Chapas de gesso acartonado ................................................................ 37 
Figura 19 - Três tipos de placas de gesso acartonado............................................. 38 
Figura 20 - Esquema de vedação vertical em gesso acartonado ............................. 39 
Figura 21 - Edificação feita com paredes de concreto ............................................. 42 
Figura 22 - Nivelamento de laje com nível laser ...................................................... 43 
Figura 23 - Disposição de Armaduras, telas e instalações elétricas ........................ 43 
Figura 24 - Armaduras, telas e instalações .............................................................. 43 
Figura 25 - Grampos de fixação ............................................................................... 44 
Figura 26 - Ancoragem ............................................................................................. 44 
Figura 27 - Armadura com tela simples .................................................................... 44 
Figura 28 - Teste Slump Flow .................................................................................. 45 
Figura 29 - Concretagem das paredes ..................................................................... 46 
Figura 30 - Zoneamento Bioclimático Brasileiro ....................................................... 54 
Figura 31 - Escola Builders localizada em São Paulo - SP ...................................... 60 
Figura 32 - Escola Pólen localizada em Nova Lima - MG ........................................ 60 
file:///C:/Users/Milton%20Vizini/Downloads/TCC%20ANA%20F%20(1)%20-revisão%20final.docx%23_Toc504697194
file:///C:/Users/Milton%20Vizini/Downloads/TCC%20ANA%20F%20(1)%20-revisão%20final.docx%23_Toc504697199
file:///C:/Users/Milton%20Vizini/Downloads/TCC%20ANA%20F%20(1)%20-revisão%20final.docx%23_Toc504697200
file:///C:/Users/Milton%20Vizini/Downloads/TCC%20ANA%20F%20(1)%20-revisão%20final.docx%23_Toc504697212
file:///C:/Users/Milton%20Vizini/Downloads/TCC%20ANA%20F%20(1)%20-revisão%20final.docx%23_Toc504697213
file:///C:/Users/Milton%20Vizini/Downloads/TCC%20ANA%20F%20(1)%20-revisão%20final.docx%23_Toc504697214
file:///C:/Users/Milton%20Vizini/Downloads/TCC%20ANA%20F%20(1)%20-revisão%20final.docx%23_Toc504697215
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file:///C:/Users/Milton%20Vizini/Downloads/TCC%20ANA%20F%20(1)%20-revisão%20final.docx%23_Toc504697221
 
Figura 33 - Residência em Belo Horizonte - MG ...................................................... 61 
Figura 34a - Transmitância e capacidade térmica de alguns sistemas de paredes . 62 
Figura 34b - Transmitância e capacidade térmica de alguns sistemas de paredes..62 
Figura 34c - Transmitância e capacidade térmica de alguns sistemas de paredes..62 
Figura 35 - Variáveis da metodologia: análise dos sistemas construtivos................ 65 
Figura 36 - Análise dos sistemas construtivos ......................................................... 70 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 - Tipos de argamassas ............................................................................. 19 
Quadro 2 - Comparação entre os sistemas construtivos LSF e Drywall .................. 39 
Quadro 3 - Capacidade térmica de paredes externas .............................................. 52 
Quadro 4 - Valores máximos admitidos para a transmitância térmica de paredes 
externas ................................................................................................................... 53 
Quadro 5 - Valores de dB (A) ................................................................................... 55 
Quadro 6 - Níveis de iluminamento geral para iluminação artificial...........................56 
Quadro 7 - Critério para avaliação de desempenho térmico para as condições de 
verão..........................................................................................................................56 
Quadro 8 - Cidades consideradas para simulação computacional do desempenho 
térmico ..................................................................................................................... 57 
Quadro 9 - Simulações computacionais para a estação Inverno..............................57 
Quadro 10 - Simulações computacionais para a estação verão ............................... 58 
Quadro 11 - Características físico-construtivas das edificações .............................. 60 
Quadro 12 - Conforto Termoacústico (sim ou não) .................................................. 61 
Quadro 13 - Análise de Sistemas Construtivos ........................................................ 66 
Quadro 14 - Cálculo da produtividade do sistema LSF ............................................ 68 
Quadro 15 - Comparação entre os Sistemas Construtivos ...................................... 68 
Quadro 16 - Composições de Custos ...................................................................... 76 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 - RUP diária, cumulativa e potencial ......................................................... 51 
Gráfico 2 - Desempenho térmico dos blocos de concreto e cerâmicos no verão ..... 73 
Gráfico 3 - Desempenho térmico dos blocos de concreto no inverno ...................... 73 
Gráfico 4 - Desempenho térmico dos blocos de cerâmicos no inverno.................... 73 
Gráfico 5 - Conforto térmico LSF no inverno e verão ............................................... 74 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
ABNT Associação Brasileira de Normas e Técnicas 
CUB Custo Unitário Básico 
ELS Estado Limite de Serviço 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
LSF Light Steel Framing 
NBR Norma Brasileira Registrada 
OSB Oriented Strand Board 
SINAPI Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil 
SVVIE Sistemas de vedação vertical interno e externo 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 14 
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 15 
1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 15 
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 15 
2 JUSTIFICATIVA.................................................................................................... 16 
3 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 18 
3.1 SISTEMAS CONSTRUTIVOS ............................................................................ 18 
3.1.2 Alvenaria de vedação e alvenaria estrutural ............................................... 18 
3.1.3 Aspectos técnicos e econômicos ................................................................ 23 
3.1.4 Propriedades dos blocos de concreto ........................................................ 24 
3.1.5 Principais pontos positivos da alvenaria estrutural com blocos de 
concreto..................... ............................................................................................. 25 
3.1.6 Principais pontos positivos da alvenaria de vedação de blocos 
cerâmicos... ............................................................................................................ 26 
3.1.7 Modulação dos blocos de concreto ............................................................ 26 
3.1.8 Light Steel Frame ..........................................................................................30 
3.1.9 Gesso acartonado (DRYWALL) .................................................................... 35 
3.1.10 Principais relações entre o light steel framing e o drywall ..................... 39 
3.1.11 PAREDES DE CONCRETO.......................................................................... 40 
3.2 VEDAÇÃO VERTICAL E A RACIONALIZAÇÂO ................................................ 46 
3.3 CUSTOS DE PRODUÇÃO ................................................................................. 47 
3.3.1 Composições de Custos Unitários .............................................................. 47 
3.3.2 Custos Diretos ............................................................................................... 47 
3.4 REFERENCIAL SINAPI ..................................................................................... 48 
3.5 PRODUTIVIDADE .............................................................................................. 49 
3.6 NORMAS DE DESEMPENHO ........................................................................... 51 
3.6.1 Características da NBR 15.575 ..................................................................... 51 
3.6.2 Conforto Térmico .......................................................................................... 52 
3.6.3 Conforto Acústico ......................................................................................... 55 
3.6.4 Desempenho termoacústico ........................................................................ 55 
 
4 METODOLOGIA ................................................................................................... 63 
5 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................. 66 
5.1.1 Comparativo no que diz respeito a acabamento e disponibilidade de 
materiais............ ..................................................................................................... 66 
5.1.2 Comparativo no que diz respeito à produtividade ..................................... 67 
5.2 ANÁLISE DA MÃO DE OBRA NOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS ................... 69 
5.3 VERIFICAÇÃO DOS RESULTADOS COM BASE NO DESEMPENHO 
TERMOACÚSTICO .................................................................................................. 72 
5.4 COMPOSIÇÕES DE CUSTOS .......................................................................... 75 
CONCLUSÃO .......................................................................................................... 79 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 81 
 
 
14 
 
INTRODUÇÃO 
 
Atualmente, a maioria da população deseja ter sua casa própria e lutam 
para conseguir realizar esse sonho, porém são poucos os que possuem o 
conhecimento de quais as diferenças e de quais as vantagens dos sistemas 
construtivos que o mercado imobiliário comercializa nos programas habitacionais e 
de financiamento. 
O intuito da presente pesquisa é mostrar os processos executivos de 
diferentes sistemas construtivos quanto aos seguintes aspectos: o levantamento das 
paredes, os materiais necessários e o tipo de mão de obra empregada. Analisando 
os custos diretos de cada um, além de relacionar esses processos com qual sistema 
possui o melhor conforto termoacústico, segundo a norma de desempenho NBR 
15.575 e a Norma de desempenho térmico de edificações, NBR 15220. 
O trabalho foi direcionado considerando o procedimento de execução da 
parte de alvenaria dos sistemas, analisando qual é mais adequada e mais viável em 
situações diversas e em diferentes locais de implantação. Realizando, também, uma 
breve análise com relação aos custos diretos de alguns dos materiais utilizados na 
construção civil. 
Para tanto, tratou-se dos conceitos de sistemas construtivos, de alvenaria 
estrutural, de alvenaria de vedação, englobando as suas principais características. 
Aborda, também, conceitos de custos diretos, de custos unitários e de 
produtividade, que foram relacionados segundo o Referencial Sinapi, que é o 
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil. 
Como métodos de pesquisa, foram utilizadas as visitas in loco das 
edificações e a investigação bibliográfica. Posteriormente, foi feita uma análise dos 
resultados obtidos, considerando diversas variáveis que são necessárias para a 
realização dos processos construtivos. 
Por fim, espera-se que a pesquisa auxilie além da população em geral, os 
empresários e construtores a definir um sistema construtivo adequado, de acordo 
com o que é prioridade para a construção de cada edificação. 
 
15 
 
1 OBJETIVOS 
 
1.1 OBJETIVO GERAL 
Comparar diferentes sistemas de vedação: a alvenaria convencional de 
blocos cerâmicos, a alvenaria estrutural com blocos de concreto, o sistema light 
steel frame, as paredes de concreto e o drywall. Levando em consideração os 
processos de execução de cada sistema, analisando o tempo de execução e os 
seus custos diretos. 
 
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
- Explicar o processo de execução das alvenarias dos sistemas construtivos; 
- Identificar a existência de obras de disponibilidade de mão de obra local 
para cada um desses sistemas construtivos; 
- Indicar os principais pontos das normativas vigentes que devem ser 
atendidos ao se executar uma construção com base no desempenho termoacústico 
dos sistemas; 
- Verificar os custos diretos de cada sistema com base no SINAPI; 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
2 JUSTIFICATIVA 
 
A indústria da construção civil é de suma importância para o 
desenvolvimento econômico do país, pois além de gerar empregos em diversos 
setores e mobilizar muitos recursos financeiros, colabora de forma dinâmica em 
outros segmentos industriais. A construção civil tem um grande leque de insumos e 
serviços, em cada etapa de construção em obras de diferentes padrões, o que 
reflete diretamente na economia do Brasil. (BREITBACH, 2009). 
Outro fator que indica a importância do macrossetor da construção civil para 
o desenvolvimento da economia brasileira é que ele tem uma parcela considerável 
do Produto Interno Bruto (PIB), de 13,8% (FIESP, 2005 apud AMORIM; MELLO, 
2009). 
Para manter-se como um macrossetor, os empresários e construtores 
buscam por inovações construtivas, visando encontrar o melhor sistema construtivo 
de acordo com o local e o tipo de obra que desejam executar. O avanço tecnológico 
na construção civil possibilita identificar as vantagens e as desvantagens de seus 
sistemas construtivos, para obter um melhor custo-benefício na elaboração de um 
planejamento e, posteriormente, na execução de diferentes obras na construção 
civil. Procedendo, então, processos de racionalização para melhor eficiência na 
execução de cada obra. 
De acordo com Lichtenstein (1987), a racionalização tem como função 
aperfeiçoar os recursos humanos - tanto os materiais, quanto os organizacionais - 
de cada construção, dinamizando e aperfeiçoando os procedimentos no decorrer do 
processo construtivo. 
Existem várias opções de sistemas construtivos, atualmente, no mercado, 
dentre elas: a alvenaria de vedação de blocos cerâmicos, a alvenaria de vedação de 
blocos de concreto, a alvenaria estrutural, o light steel frame, o sistema de paredes 
de concreto e o drywall. Cada um deles possui as suas próprias particularidades 
que podem ser adequados ou não, conforme a finalidade de cada obra. 
Com a dinâmica do crescimento econômico, sempre se busca na 
construção civil um sistema construtivo de maior facilidade de execução e que 
também seja mais econômico, tendo em vista um bom custo-benefício. Porém, para 
que seja possível a execução de obras populares desses sistemas construtivos, 
como as de paredes de concreto, que será um dos temas tratados neste trabalho, 
17 
 
são necessários investimentos financeiros por parte da União e de programas do 
governo como o “MinhaCasa, Minha Vida”, que foi criado com o desenvolvimento 
do construbusiness. 
O construbusiness, segundo John Silva e Agopyan significa: 
 
Construbusiness é um termo criado pela indústria da construção 
brasileira para auxiliar a sua organização política. O conceito 
corresponde ao macro complexo da construção civil, que inclui a 
indústria de construção em si e todos os segmentos industriais 
indiretamente ligados a suas atividades, formando um dos setores 
de maior expressão em qualquer economia (2001, p. 02). 
 
Para o desenvolvimento econômico do país, é indispensável analisar os 
processos construtivos, com o intuito de observar qual melhor se encaixa em cada 
tipo de obra; qual o preço dos materiais que serão utilizados, a quantidade, 
qualidade e disponibilidade deles; qual a mão de obra existente no local da 
construção, se ela é especializada ou não, de que maneira fica a compatibilização 
necessária das etapas da obra além de levar em conta cada etapa do processo de 
execução. 
 
18 
 
3 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
3.1 SISTEMAS CONSTRUTIVOS 
 
Segundo Sabbatine (1989, p. 25): 
 
sistema construtivo é um processo construtivo de elevados níveis de 
industrialização e de organização, constituído por um conjunto de 
elementos e componentes inter-relacionados e completamente 
integrados pelo processo 
 
Atualmente, estão ocorrendo mudanças no cenário da construção civil, que 
objetivam elaborar cada etapa de planejamento e execução dos projetos. Isso 
ocorre devido à própria demanda do mercado de trabalho, que requer mais 
dinamismo para atender as necessidades de cada cliente individualmente. O projeto 
em si deve ser mais detalhado, o que facilita, inclusive, no momento da construção 
das edificações. (NOVAES, 2001 apud NICOMEDES; QUALHARINI, 2003). 
Os processos construtivos convencionais estão se tornando cada vez mais 
racionalizados e mais detalhados na construção civil. Além dessas técnicas, ainda 
há a possibilidade de usar sistemas industrializados durante a obra, fazendo com 
que a mesma fique mais rápida, limpa, e econômica; favorecendo, assim, as etapas 
construtivas, e tornando-as mais viáveis tecnicamente. (CAPORIONI et al, 1971 
apud NICOMEDES; QUALHARINI, 2003). 
 
3.1.2 Alvenaria de vedação e alvenaria estrutural 
 
Entre os sistemas de alvenaria existentes, o que mais se destaca no Brasil é 
a alvenaria de vedação com blocos cerâmicos, que serve para dividir os ambientes 
das edificações e também proteger contra as intempéries. Esse sistema é muito 
utilizado em obras de pequeno e de médio porte, pois é um método construtivo 
bastante difundido entre os profissionais da área de engenharia civil, além de 
possuir materiais de fácil acesso à população, tendo em vista que possui muitos 
fornecedores. 
Um dos principais fatores que propicia a utilização do tijolo cerâmico em 
larga escala e para diferentes tipos de obras é haver abundância de sua matéria-
prima, que é a argila. 
19 
 
Na história, não se sabe ao certo quando surgiu o primeiro tijolo cerâmico, 
mas há indícios de que, possivelmente, os romanos começaram a utilizá-lo, pois 
essa civilização possuía conhecimentos sobre o manuseio da argila. 
Segundo Friedrich (2010), a alvenaria pode ser definida como “um conjunto 
de pequenos blocos ou tijolos denominados unidades, dispostos em camadas 
sucessivas, denominadas fiadas, ligados por argamassa”. 
Segundo Penteado e Marinho (2011, p. 20): 
 
Os tijolos devem ser bem conformados, isentos de saliências ou 
reentrâncias anormais, rachas e fissuras, não devem possuir 
inclusões calcárias e devem ter um toque sonoro quando 
repercutidos com uma peça metálica. Os tijolos devem ser marcados 
com a identificação do fabricante. 
 
Existem diferentes tipos de argamassa para diferentes funções nos 
sistemas construtivos. Carasek (2007) apud Friedrich (2010), as evidenciam no 
Quadro 1 abaixo: 
Quadro 1 - Tipos de argamassas 
 
Fonte: Carasek (2007) apud Friedrich (2010). 
 
Ainda conforme Penteado e Marinho (2011), a quantidade de blocos 
utilizada por m² de alvenaria e o volume da argamassa de assentamento, dependem 
de alguns fatores, tais como: as dimensões dos blocos, se são de seis, oito ou dez 
furos, o formato desses furos, entre outros. O processo de alvenaria com blocos 
20 
 
cerâmicos furados é mais veloz que a com tijolos maciços, por serem mais leves 
que os maciços, o que confere maior agilidade dos operários. 
Para iniciar o processo de levantamento da alvenaria, os blocos cerâmicos 
de canto são assentados e depois, com o auxílio de pregos, são enroladas linhas 
para fazer o nivelamento inicial e a colocação dos tijolos da primeira camada. 
Verifica-se, então, a horizontalidade da estrutura com o auxílio de um nível de bolha 
(Figura 1), se a bolha estiver no centro a estrutura está nivelada corretamente, caso 
a bolha tenda para esquerda ou para direita, o nivelamento está incorreto 
(PENTEADO; MARINHO, 2011). 
 
Figura 1 - Nível de Bolha 
 
Disponível em: < http://resolvavocemesmo.com.br> 
 
É feito, então, o levantamento dos blocos, sempre conferindo o prumo da 
alvenaria. Depois são colocadas as fiadas seguintes dos tijolos com a argamassa de 
assentamento. As instalações elétricas e hidráulicas, geralmente, são embutidas 
após o levantamento dos blocos, quando é feita a quebra para passagem delas. 
Devem-se colocar vergas e contravergas nas aberturas de esquadrias (PENTEADO; 
MARINHO, 2011). As Figuras 2 e 3 ilustram a alvenaria com blocos cerâmicos com 
aberturas para posterior colocação de esquadrias, em uma obra que foi analisada 
com visitas in loco, em Barra do Garças, Mato Grosso. 
 
 
 
21 
 
Figura 2 - Alvenaria com blocos cerâmicos em Barra do Garças 
 
Fonte: Do autor (2017). 
 
Figura 3 - Construção de alvenaria com blocos cerâmicos 
 
Fonte: Do autor (2017). 
 
A Figura 4 mostra o armazenamento de tijolos cerâmicos de 06 furos na 
obra analisada em Barra do Garças. O armazenamento, entretanto, foi feito de 
maneira inapropriada, pois os tijolos foram empilhados em uma altura muito 
elevada, maior que a máxima recomendada pela NBR 15270, que seria de 1,80m. 
22 
 
Figura 4 - Armazenamento de tijolos cerâmicos de 6 furos 
 
Fonte: Do autor (2017). 
 
A mão de obra observada de alvenaria de blocos cerâmicos de Barra do 
Garças, foi considerada desqualificada, pois há grande perda de materiais. Esse 
desperdício ocorre, principalmente, pela inabilidade na execução do assentamento 
dos tijolos, em que a parede fica com o prumo desalinhado e esse erro só é 
“corrigido” depois, com o processo de chapisco, emboço e reboco da parede, o que 
acarreta no desperdício da argamassa. Não significa, todavia, que toda mão de obra 
de vedação de tijolos cerâmicos é desqualificada. 
Outro sistema construtivo que está ascendendo no mercado brasileiro na 
atualidade é o de alvenaria de vedação de blocos de concreto. Esse sistema, 
claramente, possui como função essencial a vedação, mas em algumas obras pode 
exercer, também, função estrutural. 
Conforme Ramalho e Corrêa (2008, p. 06): 
 
Dentro do sistema Alvenaria Estrutural, a alvenaria não-armada de 
blocos vazados de concreto parece ser um dos mais promissores, 
tanto pela economia proporcionada como pelo número de 
fornecedores já existentes. Sua utilização é mais indicada em 
edificações residenciais de padrão baixo ou médio com até 12 
pavimentos. Nesses casos utilizam-se paredes com espessura de 14 
cm e a resistência de bloco normalmente necessária é de 1 MPa 
vezes o número de pavimentos acima do nível considerado. 
 
As Figuras 5 e 6 abaixo são exemplo de uma obra de blocos de concreto 
em Barra do Garças - MT. 
 
23 
 
Figura 5 - Encontro de paredes com 
blocos de concreto Figura 6 
 
Fonte: Do autor. 
 
3.1.3 Aspectos técnicos e econômicos 
 
Antes de se iniciar qualquer obra na área da construção civil, é 
imprescindível fazer um planejamento para analisar qualo melhor método 
construtivo a ser adotado de acordo com cada obra. 
Essa análise deve levar em conta o custo, a mão de obra necessária, o 
tempo de execução, a resistência de cada estrutura conforme sua solicitação, as 
características do solo do terreno, a localização do fornecedor de materiais, entre 
outros fatores, para escolher processo executivo mais adequado à situação. 
Em relação às opções existentes no mercado da construção civil, analisar-
se-á uma série de fatores que envolvem a alvenaria de vedação de blocos 
cerâmicos e a alvenaria estrutural de blocos de concreto, procurando assim, 
escolher qual o sistema construtivo mais ideal, para a maioria das obras de pequeno 
porte. Os demais sistemas construtivos que serão tratados no presente trabalho de 
conclusão de curso, todavia, são mais voltados para obras de grande porte. 
Conforme Ramalho e Corrêa (2008. p. 09), a alvenaria estrutural tem como 
característica: 
 
Assim, a alvenaria passa a ter a dupla função de servir de vedação e 
suporte para a edificação, o que é, em princípio, muito bom para a 
economia. Entretanto, a alvenaria, nesse caso, precisa ter sua 
resistência perfeitamente controlada, de forma a se garantir a 
segurança da edificação. Essa necessidade demanda a utilização de 
materiais mais caros e também uma execução mais cuidadosa, o 
Figura 6 Abertura para colocação de 
esquadria Figura 5 
 
24 
 
que evidentemente aumenta o seu custo de produção em relação à 
alvenaria de vedação. 
 
Na alvenaria estrutural, então, é possível dispensar a construção de pilares 
e vigas, pois ela já é considerada a própria estrutura da edificação, além de, 
obviamente, ter também a função de vedar. 
 
3.1.4 Propriedades dos blocos de concreto 
 
Em se tratando de blocos de concreto é fundamental fazer uma análise 
quanto as suas propriedades físicas e mecânicas para relacionar com a sua 
interação com a argamassa de assentamento. As principais propriedades dos 
blocos de concreto serão abordadas neste tópico, tais como: a absorção de água, o 
teor de umidade e a retração por secagem. 
A aderência é uma característica da união entre os blocos com a 
argamassa, levando em consideração o trabalho em conjunto dos dois materiais. A 
capacidade de sucção dos substratos possui uma enorme influência sobre a 
aderência, além da mão de obra que define o traço da argamassa, o que interfere 
nas suas propriedades mecânicas (MULLER, 1999). 
 
Quando a argamassa não possui uma retenção de água adequada 
irá ocorrer: absorção excessiva de água pelo bloco, expandindo-o e 
aumentando o potencial de retração na secagem; perda rápida de 
água da argamassa provocando uma diminuição na resistência de 
aderência e aumento do módulo de deformação quando endurecida; 
redução na sua resistência por prejuízos à hidratação do cimento e 
carbonatação da cal com a perda inadequada de água. Em 
decorrência destes fatores haverá, ainda, prejuízo na durabilidade e 
estanqueidade da parede (SABBATINI, 1986 apud STEIL, 2003, 
p.17). 
 
Uma das principais preocupações da construção civil é a ocorrência de 
fissuras na alvenaria, seja ela de vedação com blocos cerâmicos, vedação com 
blocos de concreto ou estrutural. Segundo Casali (2008), uma das principais causas 
do aparecimento de fissuras está no processo de retração por secagem que ocorre 
devido à saída de água dos blocos de concreto e, consequentemente, ocorre a 
alteração no seu volume. 
De acordo com Molin (1988), a retração por secagem possui uma parcela 
irreversível devido à umidade do meio ambiente, que em um local com ar não 
25 
 
saturado o concreto se retrai, entretanto em um local com umidade relativa de 100% 
ele se expande devido à absorção de água. 
Na atualização da norma NBR 6136 (2014) não foram registradas 
recomendações que tratam da ação da umidade do ambiente quando se levanta a 
alvenaria. Tal fato dificulta a execução da alvenaria, pois pode acarretar o aumento 
da ocorrência de fissuras na estrutura. Caso o construtor queira ter uma maior 
precaução nesse quesito, portanto, deve retomar a edição da norma mais antiga da 
NBR 6136 (1994), que informa que a umidade máxima recomendada aumenta 
quanto mais baixo é o valor da retração nos blocos de concreto. 
Os cuidados com a argamassa de assentamento interferem diretamente na 
qualidade da alvenaria final. É necessário controlar a absorção de água pelo bloco 
de concreto para evitar a perda de água na secagem, que pode dificultar a 
aderência entre o bloco e a argamassa e diminuir a resistência do bloco de 
concreto, além de prejudicar a estrutura com relação ao seu estado limite de serviço 
(ELS) em que entre os seus itens está a durabilidade e a aparência das estruturas 
(SABBATINI, 1986 apud STEIL, 2003). 
 
3.1.5 Principais pontos positivos da alvenaria estrutural com blocos de 
concreto 
 
Segundo Ramalho e Corrêa (2008), em construções de alvenaria estrutural 
com blocos de concreto, existem alguns pontos favoráveis para a adoção desse 
sistema em relação aos de tijolos cerâmicos, são eles: 
 Redução nos desperdícios de material, considerando que nesses 
blocos não se pode fazer rasgos para colocar instalações hidráulicas e elétricas; 
 Quase não há fôrmas, porque se limitam apenas para concretagem da 
laje; 
 Como os blocos de concreto possuem alta qualidade, o revestimento 
interno é feito apenas com uma camada de gesso, o que reduz o gasto em 
revestimento em relação com os tijolos cerâmicos; 
 Não é preciso um tempo de cura para as lajes, se elas forem pré-
moldadas; 
26 
 
 Reduz-se o número do quadro de funcionários já que quase não se 
utiliza fôrmas; 
 Economia da argamassa de assentamento. 
 
3.1.6 Principais pontos positivos da alvenaria de vedação de blocos 
cerâmicos 
 
Conforme Andrade (2002), existem pontos favoráveis para adoção do 
sistema de tijolos cerâmicos, que são: 
 Possuem uma carga pequena com relação aos outros sistemas 
construtivos; 
 Os tijolos cerâmicos têm um baixo preço de mercado; 
 São encontrados facilmente em diversos locais do Brasil; 
 Dispõem de um bom isolamento térmico e acústico; 
 Possuem alta resistência ao fogo. 
 
3.1.7 Modulação dos blocos de concreto 
 
Alvenaria é a construção de paredes que utiliza unidades como blocos 
cerâmicos, blocos de concreto, pedras, tijolos de solo-cimento, blocos sílico-
calcários, entre outros. Essas unidades terão sempre três dimensões: comprimento, 
largura e altura, como demonstra a Figura 7. 
 
Figura 7– Dimensões de uma unidade 
 
Fonte: Ramalho; Corrêa (2008). 
 
De acordo com Ramalho e Corrêa (2008, p.13): 
27 
 
 
Dentro dessa perspectiva, percebe-se que é muito importante que o 
comprimento e a largura sejam iguais ou múltiplos, de maneira que 
efetivamente se possa ter um único módulo em planta. Se isso 
realmente ocorrer, a amarração das paredes será enormemente 
simplificada, havendo um ganho significativo em termos da 
racionalização do sistema construtivo. Entretanto, se essa condição 
não for atendida, será necessário se utilizar unidades especiais para 
a correta amarração das paredes, o que pode trazer algumas 
consequências desagradáveis para o arranjo estrutural. 
 
 
É essencial que os projetos de alvenaria estrutural sejam coordenados 
modularmente, o que significa adotar uma medida de referência, e seguir o projeto 
em concordância com múltiplos dessa medida. Geralmente, o valor adotado é de 
M=100mm. Os blocos de concreto possuem dimensões padronizadas no mercado 
da construção civil e na análise da obra em questão foram utilizados blocos da 
família 40. 
 
Ao contrário do que possa parecer, projetar de maneira modular 
utilizando uma base reticulada espacial nos eixos cartesianos não 
engessa o projeto, mas possibilita uma perfeita organização dos 
espaços e compatibilização dos elementos construtivos com a 
flexibilidade necessária ao atendimento do escopo, a proposta 
técnica e o partido arquitetônicodefinido pelo arquiteto. Sempre que 
necessário, utilizam-se submódulos de M, possibilitando ainda mais 
a flexibilidade no desenvolvimento do projeto de arquitetura. (TAUIL; 
NESE, 2010. p. 24). 
 
Sobre a modulação horizontal, um fator importante para escolher as 
medidas dos blocos que serão trabalhados é a largura das paredes em que se 
deseja estabelecer. Tendo em vista que a melhor solução para a edificação em 
termos de modulação é que coincida a largura dos blocos com a largura das 
paredes, para evitar problemas de ligação nos encontros de paredes. Geralmente 
se adota larguras de blocos que são mais facilmente encontradas no mercado, 
como a de 15 ou 20 cm. (RAMALHO; CÔRREA, 2003). 
Existem diferentes tipos de blocos para cada função no processo de 
assentamento dos blocos. Foram realizadas visitas in loco em uma obra de 
alvenaria estrutural de blocos de concreto em Barra do Garças e observou-se que 
foi utilizado como viga baldrame os blocos canaletas para facilitar a passagem das 
armaduras necessárias, nas fiadas seguintes foram colocados os blocos de 
dimensões 14x19x39 cm, observando sempre os pontos de encaixe da estrutura. 
28 
 
Em alguns pontos de encontro de uma parede com a outra, eram colocados blocos 
de 14x19x54 cm e em algumas bordas foram colocados blocos compensadores de 
19x19x19 cm para fechamento. A Figura 8 exibe os blocos da família 40, sendo que 
alguns deles foram utilizados na obra em questão. As Figuras 9 à 13 demonstram 
esse processo de execução. 
 
Figura 8- Blocos da família 40 representados em várias vistas 
 
Fonte: Tauil; Nese (2010). 
 
29 
 
Figura 9 - Processo de assentamento das canaletas como vigas baldrames 
 
Fonte: Do autor (2017). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Do autor (2017). 
 
Figura 12- Bordas de paredes encaixadas com bloco compensador 
 
Fonte: Do autor (2017). 
 
Figura 10 - Levantamento dos blocos de 
concreto no canteiro de obras. 
Figura 11 - Encontro de paredes 
30 
 
Além dos blocos utilizados na obra em Barra do Garças, existem uma série 
de outros blocos de concreto que podem ser empregados de acordo com as 
necessidades de cada obra. O bloco tipo “J” é um exemplo disso, que como afirma 
Tauil e Nese (2010), serve para execução de cintas, vergas e contravergas. 
 
Figura 13 - Encaixe do bloco tipo “J” na terceira fiada 
 
Fonte: Tauil; Nese (2010). 
 
Outro material integrante para a execução da alvenaria de concreto armado 
é o graute, que é mais caro que a alvenaria de tijolos cerâmicos, sendo definido 
como: 
 
O graute é um concreto com agregados de pequena dimensão e 
relativamente fluido, eventualmente necessário para o 
preenchimento dos vazios dos blocos. Sua função é propiciar o 
aumento da área da seção transversal das unidades ou promover a 
solidarização dos blocos com eventuais armaduras posicionadas nos 
seus vazios. Dessa forma pode-se aumentar a capacidade portante 
da alvenaria à compressão ou permitir que as armaduras colocadas 
combatam tensões de tração que a alvenaria por si só não teria 
condições de resistir. (RAMALHO; CORREA, 2008. p. 08). 
 
 
3.1.8 Light Steel Frame 
 
Um sistema construtivo que começou a chamar atenção atualmente é o 
Light Steel Framing (LSF), que possui como estrutura perfis de aço galvanizado 
formados a frio, que são considerados esbeltos, ou seja, possuem uma dimensão 
muito maior que as outras. É necessário que esse sistema atue em conjunto com 
31 
 
outros subsistemas leves como, por exemplo, com relação a cobertura e 
acabamentos. Uma das suas principais vantagens é que sua utilização demora um 
curto período de execução, além disso, trata-se de um sistema racionalizado, que 
evita desperdícios. (RODRIGUES, 2006 apud SANTIAGO; 2008). 
Segundo Souza, Amparo e Gomes (2011, p. 114): 
 
Esse sistema surge como uma importante alternativa, devido à 
facilidade de execução e obtenção de seus elementos constituintes, 
e também por representar uma tecnologia limpa, minimizando o uso 
de recursos naturais e de entulho, e permitindo uma construção a 
seco, unindo diversos sistemas ou produtos industrializados 
compatíveis entre si. Função disso, essa nova tecnologia tem-se 
mostrado uma alternativa para construções habitacionais de médio e 
alto padrão, que demandam pouca carga e pequenos vãos. 
 
 
No Brasil, o Light Steel Framing ainda é pouco empregado, já que a maioria 
das construções utiliza estruturas em concreto armado. Para uma melhor 
compreensão de como esse sistema é utilizado, pode-se citar como exemplo o 
drywall. O drywall por ser bastante aplicado em vedações verticais internas, ele 
também é composto de perfis de aço galvanizados, porém não possui função 
estrutural como o LSF (CRASTO, 2005). 
Quando é preciso fazer construções em larga escala em algumas 
edificações, como em conjuntos habitacionais, o Light Steel Framing é uma 
excelente alternativa, pois a sua execução é rápida e dinâmica. 
Vivan, Paliari e Novaes afirmam que (2010, p. 01): 
 
[...] a Construção Civil ainda assimila o uso de sistemas construtivos 
tradicionais e materiais rústicos que permitem a variabilidade da 
matéria-prima. Como conseqüência pode haver o surgimento de 
diversas manifestações patológicas, improdutividade e desperdícios, 
o que não pode ser admitido para bens produzidos em larga escala. 
Neste contexto, a adoção de sistemas construtivos industrializados 
como o Light Steel Framing (LSF) pode contribuir para a melhoria 
dos processos e favorecer a industrialização do subsetor de 
edificações. 
 
Além das edificações residenciais de alto padrão, outro exemplo de 
aplicação do Light Steel Frame é realizada por grandes empresas como o Mc 
Donald's e a Ipiranga Produtos de Petróleo, que atuam no varejo de combustíveis. 
Esse sistema construtivo é utilizado por essas empresas com o objetivo de diminuir 
32 
 
o período de construção das suas edificações, e aumentar os pontos de venda de 
seus produtos (CAMPOS, 2014). 
Os painéis que compõem o LSF são de dois tipos: os montantes, que são 
os elementos verticais, e as guias, que são os elementos horizontais. Os montantes 
são dispostos, geralmente, entre 40 e 60 cm, mas quando precisam suportar cargas 
maiores é feita a diminuição do espaçamento, que pode ser de até 20 cm. A Figura 
14 mostra como é feito o encaixe do aço galvanizado na elaboração das paredes 
desse sistema construtivo. 
 
Figura 14- Perfis metálicos que formam as paredes de LSF 
 
Fonte: Crasto (2005). 
 
Para o sistema LSF, é essencial que a mão de obra seja qualificada e, logo, 
ter o conhecimento de como é feito o encaixe das guias e montantes e seguir 
corretamente o espaçamento especificado no projeto, além das outras etapas da 
construção, como a vedação dos painéis externos mostrada mais à frente. Outro 
fator importantíssimo que indica o porquê é necessária a mão de obra qualificada é 
por se tratar de um sistema estrutural, que se não for bem montado pode 
comprometer a segurança da edificação. 
A Figura 15 mostra a passagem das instalações entre as placas de OSB, 
nome referente à sigla em inglês Oriented Strand Board, que significa Painel de 
33 
 
Tiras de Madeira Orientada, que servem como shafts que facilitam a passagem das 
instalações elétricas e hidráulicas, já com espaço próprio para isso. (MAGALHÃES, 
2013). 
 
Figura 15 - Passagem de tubulação entre as placas OSB 
 
Fonte: Magalhães (2013). 
 
Para a construção de paredes externas, devido à possibilidade de chover e 
ocorrer outras intempéries, coloca-se uma manta hidrófuga, que é fixada sobre as 
placas para dificultar a passagem de água, como ilustra a Figura 16. 
34 
 
 
Figura 16- Manta hidrófuga sobre placas OSB 
 
Fonte: Magalhães (2013). 
 
A Figura 17 demonstra como é feita a montagem de Light Steel Framing de 
uma residência. 
 
Figura 17- Estrutura em Light Steel Framing 
 
Fonte: Construtora Sequência LTDA, (2005) apud Magalhães (2013).35 
 
3.1.9 Gesso acartonado (DRYWALL) 
 
O gesso acartonado tem como principal característica ser um material leve 
para vedação em ambientes internos, que possui uma espessura menor em relação 
aos demais sistemas de vedação. Ele consiste em placas de gesso e papel cartão, 
que são parafusadas em estruturas de perfis de aço galvanizado. 
Quando se fala em drywall, geralmente trata-se de chapas de gesso 
acartonado e perfis de aço galvanizado, todavia é essencial ter o conhecimento de 
que esse é somente um dos diversos tipos de drywall existentes. Dentre os outros 
tipos há, também, as placas cimentícias ou similares, as placas de OSB, do inglês 
“Oriented Strand Board”, que significa painel de tiras de madeira orientadas na 
mesma direção (CRASTO, 2005). 
É um sistema de vedação vertical considerado uma tecnologia que gera 
bem menos resíduos em relação à alvenaria convencional de tijolos cerâmicos, pois 
facilita as instalações hidráulicas e elétricas, que são de fácil encaixe, sendo 
desnecessária a quebra de blocos para a passagem das mesmas. 
O drywall é caracterizado por SABBATINI (1998) apud LABUTO (2014, p.4) 
como: 
 
[...] um tipo de vedação vertical utilizada na compartimentação e 
separação de espaços internos em edificações, leve, estruturada, 
fixa ou desmontável, geralmente monolítica, de montagem por 
acoplamento mecânico; constituída por uma estrutura de perfis 
metálicos ou de madeira e fechamento em chapas de gesso 
acartonado. 
 
Uma das vantagens desse sistema construtivo é a rapidez de execução da 
obra devido ao manuseio simples do material. Ele possui como sua principal função 
a vedação, e pode ser utilizado em paredes, forros e revestimentos. É fundamental 
sempre verificar como está o seu funcionamento em relação à resistência das 
cargas da estrutura, que não pode ser elevada, porque pode comprometer a 
segurança da edificação, pois o drywall não suporta muito peso. 
Escolhendo um tipo de sistema construtivo para ser empregado na 
construção civil é imprescindível conhecer as características das propriedades 
mecânicas desses sistemas, posto que elas interferem diretamente no desempenho 
da obra. 
36 
 
Dentre as características físicas do drywall se destacam a resistência à 
tração na flexão, a resistência à compressão, a dureza superficial, o isolamento 
térmico e acústico, a resistência ao fogo e a grande durabilidade. 
Quanto à resistência à flexão, os gessos encontrados no Brasil possuem em 
média de resistência à tração na flexão valores entre 4,40 a 10,50 Mpa, que é a 
quantidade de esforços transversais que um objeto (no caso o gesso) pode resistir 
(SAVI, 2012 apud ERBS, 2015). Quanto à resistência à compressão, a NBR 13207 
afirma que para o gesso na construção civil, é necessário que a resistência seja 
maior que 8,4 Mpa, para ser considerado com boas propriedades físicas e 
mecânicas. 
A NBR 15575 define Vida Útil de Projeto (VUP) como: 
 
O período estimado de tempo para o qual um sistema é projetado, a 
fim de atender aos requisitos de desempenho estabelecidos nessa 
norma, considerando o atendimento aos requisitos das normas 
aplicáveis, o estágio do conhecimento no momento do projeto e 
supondo o cumprimento dos procedimentos especificados nos 
Manuais de Uso, Operação e Manutenção do empreendimento. 
 
Ou seja, a VUP - Vida Útil definida em projeto, só é atingida se forem 
realizadas as manutenções do Manual de uso, caso contrário, a VU - vida Útil Real, 
fica comprometida. 
Quanto à sua durabilidade, o gesso acartonado dispõe de uma Vida Útil de 
Projeto (VUP) de mínímo acima de 20 anos e superior acima de 30 anos, 
conservando a capacidade funcional e aparência estética nesse prazo (LAI, 2016). 
O sistema Drywall e seus elementos devem atender à ABNT NBR 14432 
para controlar os riscos de propagação do incêndio e preservar a estabilidade 
estrutural da edificação em situação de incêndio. 
Sobre a resistência ao fogo do drywall, a ABNT NBR 14432 deve ser 
seguida para que estabilidade estrutural das construções seja mantida segura, 
evitando os riscos de propagação de incêndios. 
LAI (2016, p. 51) informa que: 
 
As paredes de geminação (paredes entre unidades) de casas 
térreas geminadas e de sobrados geminados, bem como as paredes 
entre unidades habitacionais e que fazem divisa com as áreas 
comuns nos edifícios multifamiliares, são elementos de 
compartimentação horizontal e devem apresentar resistência ao fogo 
por um período mínimo de 30 minutos, considerando os critérios de 
37 
 
avaliação relativos à estabilidade, estanqueidade e isolação térmica, 
no caso de edificações habitacionais de até cinco pavimentos. 
 
As chapas de gesso acartonado, ilustradas pela Figura 18, são constituídas 
por Gipsita e aditivos, além de 20% de água em sua composição, o que torna as 
placas resistentes à chama. Em situações de incêndio a água das chapas sai na 
forma de vapor. Mesmo a placa standard, que é a placa branca, para o uso apenas 
em áreas secas suporta até 1000°C durante 30 minutos. Já a placa RF, que é a 
placa rosa, é indicada, especificamente, para resistência ao fogo e aguenta o calor 
por um período mínimo de 60 minutos, podendo chegar até 90 minutos, com duas 
placas, cada uma fazendo o fechamento de um lado da estrutura. E a placa de 
gesso RU, que é a placa verde tem resistência à umidade, portanto, é utilizada em 
áreas molhadas (LABUTO, 2014; KOVACS, 2014). A Figura 19 mostra algumas 
especificações dessas placas. 
 
Figura 18- Chapas de gesso acartonado 
 
Fonte :Gesso Acartonado, 2012. 
 
38 
 
Figura 19- Três tipos de placas de gesso acartonado 
 
Fonte: MT gesso e drywall, 2016. 
 
Para a execução do sistema drywall, é imprescindível que a mão de obra 
seja qualificada para montar o processo construtivo que se segue abaixo 
corretamente e não se confunda os tipos das placas que devem ser aplicadas. 
A seguir, apresenta-se o passo-a-passo de execução das paredes de 
drywall, segundo Knauf, (2010) apud Labuto, (2014): 
 São instaladas as cantoneiras ou guias no piso e no teto; 
 Os montantes ou fechamentos verticais são fixados através de 
parafusos nas cantoneiras, tendo como espaçamento geralmente 40 ou 60 cm um 
do outro, conforme a necessidade do projeto; 
 Como forma opcional, pode ser colocada a lã de vidro que serve para 
isolamento térmico e acústico; 
 São realizadas as instalações hidráulicas e elétricas conforme o 
projeto, passando pelos furos dos montantes; 
 É feito o encaixe das placas de gesso acartonado em ambos os lados 
da estrutura; 
 É produzido o tratamento das juntas entre as placas e entre placa e 
parede, utilizando massa e fita de papel microfurado. 
A Figura 20 exemplifica o procedimento supramencionado: 
39 
 
 
Figura 20 - Esquema de vedação vertical em gesso acartonado 
 
Fonte: (KNAUF, 2010 apud LABUTO, 2014.) 
 
3.1.10 Principais relações entre o light steel framing e o drywall 
 
Quando se trata de fazer um levantamento para descobrir qual sistema 
construtivo é o mais vantajoso de acordo com os diferentes tipos de obras, podem 
surgir algumas dúvidas, uma delas é quando existem dois sistemas construtivos 
semelhantes, porém com algumas características distintas que podem fazer uma 
diferença significativa conforme a finalidade do projeto. 
O Quadro 2 abaixo mostra algumas diferenças entre o sistema construtivo 
Drywall e o sistema Light Steel Framing. 
 
Quadro 2 - Comparação entre os sistemas construtivos LSF e Drywall 
Light Steel Framing Drywall 
Suporta as cargas da edificação Necessita estrutura externa para 
suportar as cargas da edificação 
Revestimento de zinco entre 180 e 
250 g/m² 
Revestimento de zinco de 
aproximadamente 120 g/m² 
Espessura dos perfis metálicos entre 
0,80 e 2,30 mm 
Espessura das chapas metálicas de 
aproximadamente 0,50mm 
Fonte: Do autor (2017). 
 
40 
 
A maior semelhança entre o Light Steel Framing e o Drywall é que ambosutilizam o aço galvanizado. 
Dentre os principais benefícios do uso do aço galvanizado destaca-se a 
redução dos desperdícios na execução das obras e a maior qualidade das 
edificações, pois cada um de seus elementos possui um padrão que deve ser 
seguido nas construções por meio de modulações. Os processos executivos que 
utilizam esse material, no entanto, devem ser realizados por uma mão de obra 
especializada e de maneira minuciosa, além de ser indispensável o conhecimento 
das suas capacidades e dos seus limites, levando em conta que os projetos devem 
estar sempre compatíveis para evitar complicações futuras conforme as etapas 
construtivas evoluem (SANTIAGO, 2008). 
 
3.1.11 PAREDES DE CONCRETO 
 
No atual momento da economia brasileira, algumas edificações precisam 
ser construídas em um curto espaço de tempo, em virtude do desenvolvimento cada 
vez mais acelerado da sociedade. Isso leva as construtoras muitas vezes a 
buscarem métodos construtivos em larga escala para diminuir o prazo de execução 
e de conclusão das edificações, sempre levando em conta os custos e a boa 
qualidade do produto final. 
Outro sistema construtivo que atende esses requisitos, além dos sistemas 
LSF e Drywall anteriormente citados, são as paredes de concreto. Esse método, 
além de possuir um ótimo desempenho, é econômico e dispõem de uma excelente 
otimização da mão de obra, é um sistema estrutural monolítico, o que é uma 
vantagem notável em países que sofrem abalos sísmicos como Chile, Colômbia e 
México (NUNES, 2011). Foi analisada através de visitas in loco, uma obra de 
paredes de concreto com essas características em Barra do Garças. 
As paredes de concreto foram idealizadas nas décadas de 70 e 80, tendo 
em vista que as experiências em concreto celular e concreto convencional foram 
bem-sucedidas. Não houve, todavia, prosseguimento nesse tipo de obra devido à 
crise financeira que atingiu a economia do Brasil naquele período. Com os 
programas governamentais como o Programa do Governo Federal “Minha Casa 
Minha Vida” houve crescimento econômico e, consequentemente, fomento da 
construção civil o que acarretou uma necessidade de construção de habitações em 
41 
 
grande quantidade, o que tornou viável a reimplantação desse sistema construtivo 
(CORSINI, 2011). 
Nesse sistema construtivo, as paredes além da função de vedação, 
possuem, também, a função estrutural, ou seja, não é necessário utilizar vigas e 
colunas. Por isso, se for feita alguma instalação, seja hidráulica ou elétrica, sem a 
prévia análise do projetista, é possível comprometer a estrutura da edificação. 
Em 2012 foi criada uma nova NBR, a NBR 16.055, porque a norma mais 
antiga, a NBR 6118, não era suficiente para tratar das desse tipo de estrutura. A 
normativa antiga tratava de pilares com paredes, o que apresenta uma grande 
diferença do sistema construtivo de paredes de concreto. Já a NBR 16.055:2012 
aborda tanto as etapas construtivas quanto as de dimensionamento das paredes de 
concreto (CORSINI, 2011). 
As fôrmas são utilizadas para modelar o concreto ainda em estado fresco, e 
serve para dar forma para a estrutura da alvenaria. As fôrmas podem ser de 
madeira, metálicas, plásticas, e ainda compostas pela união de mais de um tipo 
desses materiais (NEMER, 2016). No presente trabalho, entretanto, será analisado 
apenas o sistema com fôrmas metálicas compostas de alumínio. 
Umas das principais vantagens das fôrmas metálicas é que ela pode ser 
reutilizada inúmeras vezes e o material gera poucos resíduos, o que evita a poluição 
ao meio ambiente, e ainda facilita o processo de concretagem (CORSINI, 2012 apud 
NEMER, 2016). O lado negativo dessas fôrmas é que possuem um elevado custo 
inicial, e elas não são maleáveis, necessitando de uma precisão maior de suas 
dimensões para a elaboração das alvenarias (NAKAMURA, 2007 apud NEMER, 
2016). O sistema de paredes de concreto está representado pela Figura 21 ainda 
com as fôrmas e escoramentos, esperando o processo de cura do concreto. 
 
42 
 
Figura 21– Edificação feita com paredes de concreto 
 
Fonte: Do autor (2017). 
 
Deve-se seguir a risca o projeto de fôrmas para o perfeito funcionamento da 
estrutura, já que as paredes possuem função estrutural e têm medidas específicas e 
definidas. O projeto de fôrmas deve conter uma série de informações, como a 
posição adequada dos painéis e os materiais necessários para a montagem e 
desmontagem completa do sistema (MISURELLI; MASSUDA, 2009). 
Segue abaixo o passo-a-passo da execução do sistema de fôrmas das 
paredes de concreto, depois de definido a fundação que geralmente é feita em 
radier, segundo a revista Téchne: 
 Primeiro nivela-se o piso com auxílio de equipamentos adequados 
conforme mostrado na Figura 22, depois é feito a marcação de onde serão 
instaladas as paredes de concreto; 
 É realizada a montagem das telas e em seguida colocam-se as 
tubulações das redes hidráulicas e elétricas, ilustrado pelas Figuras 23 e 24; 
 Posicionam-se as fôrmas para a concretagem das paredes; 
 Com relação à abertura de esquadrias, elas já são definidas em projeto 
e nele deve conter um espaçamento adequado e a utilização de fôrmas próprias 
para sua execução. É feito a colocação de caixilhos; 
 Colocam-se faquetas entre uma fôrma e outra, liga-se as fôrmas com 
pinos e cunhas, e, além disso, outra maneira de travamento é a representada pela 
Figura 26. 
 
43 
 
Figura 22- Nivelamento de laje com nível laser 
 
Fonte: Revista Téchne (2009). 
 
 
 
 
Fonte: Do autor. (2017) 
 
Figura 23– Disposição de Armaduras, 
telas e instalações elétricas 
 
Figura 24 - Armaduras, telas e instalações 
44 
 
Fonte: Revista Téchne (2009). 
 
Com relação às armaduras, existem dois tipos: as de telas soldadas simples 
e as de telas soldadas duplas, que são definidas em projeto estrutural. Em 
edificações térreas, geralmente, a armadura simples, apresentada pela Figura 27, já 
basta para atender as solicitações das cargas da estrutura e são colocadas no eixo 
vertical das paredes. Como a obra de paredes de concreto analisada neste trabalho 
são de edificações térreas, não será tratado sobre telas soldadas duplas. Em certos 
pontos pode ser necessário utilizar barras em vergalhões, como em cintas de 
amarração, vergas e contravergas, mas isso também irá depender do projeto. 
(BRAGUIM, 2013; REVISTA TÉCHNE, 2009). 
 
Figura 27- Armadura com tela simples 
 
Fonte: BRAGUIM, (2013). 
 
Figura 25- Grampos de fixação Figura 26- Ancoragem 
45 
 
Na obra executada em Barra do Garças, financiada pela Caixa, antes de se 
realizar a concretagem das alvenarias, verifica-se o “slump flow”, que é o 
espalhamento do concreto, como mostra a Figura 28. Após essa etapa, inicia-se o 
processo de concretagem das paredes de concreto, ilustrado pela Figura 29. 
Esse ensaio mostra como está a trabalhabilidade de concretos auto-
adensáveis, que é o utilizado na obra analisada, ou seja, se os componentes do 
concreto estão bem unidos não há perigo de ocorrer a sua separação. O concreto 
auto-adensável não tem necessidade de ser vibrado, resiste à segregação, não 
retém ar em demasia e deve preencher os espaços vazios das fôrmas com 
facilidade. O slump mínimo recomendado é de 23 cm de diâmetro (GEYER; SÁ, 
2006; Revista Téchne, 2009; BRAGUIM, 2013, Revista Téchne, 2008). 
 
Figura 28- Teste Slump Flow 
 
Fonte: Do autor (2017). 
 
46 
 
Figura 29- Concretagem das paredes 
 
Fonte: Comunidade da Construção, 2013 apud Braguim, 2013 
 
3.2 VEDAÇÃO VERTICAL E A RACIONALIZAÇÂO 
 
A racionalização é um elemento importante para a rapidez de execução dos 
sistemas construtivos e a consequente redução no valor de construção das 
edificações, com o objetivo de evitar ao máximo os desperdícios gerados nos 
canteiros de obras (TANIGUTI, 1999). 
A vedação vertical é executada nas edificações com o intuito de separar os 
ambientes para quea estrutura possa ser utilizada conforme foi projetada. Nessa 
etapa de construção da edificação, dependendo do sistema construtivo, é que 
muitas vezes acontecem as maiores perdas de materiais, devido à falta de 
planejamento ou treinamento da mão de obra. 
Essas características muitas vezes presentes no processo de levantamento 
da alvenaria devem ser transformadas, buscando novas formas de evitar 
desperdícios e retrabalhos acarretados pela falta de compatibilização das etapas 
construtivas e, também, pela falta de racionalização na execução das edificações 
(FRANCO, 1998). 
Para uma racionalização ser feita de maneira eficiente é essencial que seja 
elaborada desde a fase inicial dos projetos da edificação e seja seguida durante 
todas as etapas de execução. Segundo Barros (1996) apud Franco (1998), sugere-
se seguir um modelo de racionalização composto por cinco passos: elaboração do 
projeto, da documentação, dos recursos humanos, obtenção dos materiais de 
produção, e desenvolvimento do controle das etapas construtivas. 
47 
 
 
3.3 CUSTOS DE PRODUÇÃO 
 
3.3.1 Composições de Custos Unitários 
 
Segundo Tisaka (2006), as composições de custos unitários envolvem três 
quesitos: material, mão de obra e equipamento. Com relação aos materiais, deve-se 
verificar o consumo dos mesmos para a execução de uma determinada obra, e 
também os seus preços, em qualquer que seja o sistema construtivo empregado. 
No que diz respeito à mão de obra, deve-se analisar a quantidade de horas de 
trabalho, e se é qualificada ou não, para através disto compor um preço deste item. 
E quanto aos equipamentos, observa-se o valor do seu aluguel, que geralmente é 
medido em horas. A soma de todos os custos unitários compõe os custos diretos. 
 
3.3.2 Custos Diretos 
 
Existem dois tipos de custos de produção: os diretos e os indiretos. Os 
diretos levam em consideração os custos de materiais e de mão de obra que são 
necessários no cotidiano das construções. Os indiretos são todos os outros, que 
recaem sobre os demais serviços da obra, como: equipamentos, salários de outros 
funcionários nas diferentes áreas de atuação das empresas, além dos custos de 
cada projeto, como arquitetônico, hidráulico, estrutural (CARDOSO, 2002). 
No marco teórico da presente pesquisa, entretanto, só será levado em conta 
os custos diretos, visto que as principais análises são feitas para ver como são 
realizados os procedimentos de execução das alvenarias dos diferentes sistemas 
construtivos, portanto será feito um breve balanço dos custos diretos. 
Há um indicador de custo, o CUB (custo unitário básico), que mostra o custo 
unitário com relação ao metro quadrado de construção. Ele leva em conta para o 
seu cálculo fatores como: o número de pavimentos, a qualidade dos acabamentos e 
o tipo de empreendimento, se ele é habitacional ou comercial por exemplo. Esse 
indicador é só um dos referenciais que devem ser considerados com relação aos 
custos, sendo bem limitado em seu conceito. (GUERRA; KERN; GONZÁLEZ, 2009). 
Outros fatores, então, devem ser considerados para o levantamento de 
custos de uma edificação. Entre eles, os elementos funcionais, como paredes 
48 
 
externas e internas, mesmo que em diferentes sistemas construtivos, contribuem 
com um grande impacto com relação aos custos diretos. Além disso, um elemento 
que deve ser contabilizado nos custos é a compacidade da construção, ou seja, a 
proporção de sólidos contidos em certo volume de material conforme o espaço 
analisado se torna mais compacto, os custos de produção da edificação diminuem 
(MASCARÓ, 1985 apud GUERRA; KERN; GONZÁLEZ, 2009). 
Ainda conforme Guerra, Kern e González (2009), as obras que se 
caracterizam como habitação de interesse social, como, por exemplo, a de paredes 
de concreto de Barra do Garças, ocorrem poucas alterações de projeto durante a 
execução, há pouco interferência dos clientes no processo construtivo. Nesse tipo 
de empreendimento a construção é feita em grande escala, ela é vantajosa com 
relação às demais no que diz respeito à rapidez no processo de construção da 
alvenaria, diminuindo o custo de produção. 
 
3.4 REFERENCIAL SINAPI 
 
Segundo o site da Caixa Econômica Federal, o Decreto 7983/ 2013 
estabelece o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil 
(SINAPI), que determina regras sobre como fazer orçamentos em obras e em 
diversos serviços da área de engenharia civil, que são feitos através de recursos 
vindos do governo federal, ele estabelece valores para serem usados como 
referência nessas etapas construtivas. 
A gestão SINAPI é compartilhada entre a Caixa e o Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE). A Caixa classifica os dados da parte técnica de 
engenharia, que são as composições de serviços, a identificação das mercadorias, 
dos produtos, e os orçamentos que devem ser utilizados como base. O IBGE, por 
sua vez, tem a responsabilidade de pesquisar mensalmente os preços, adaptar os 
dados obtidos para a formação de índices. 
Com relação aos orçamentos, segundo o SINAPI, 
 
É a identificação, descrição, quantificação, análise e valoração de 
mão de obra, equipamentos, materiais, custos financeiros, custos 
administrativos, impostos, riscos e margem de lucro desejada para 
adequada previsão do preço final de um empreendimento. 
 
49 
 
Um orçamento deve possuir algumas características fundamentais como: 
aproximação, especificidade e temporalidade. Sendo a primeira baseada em 
estimativas, com a necessidade de que os valores encontrados sejam próximos do 
valor real. A segunda é dada conforme as características de cada empresa e do 
local aonde vai se situar a obra. Na terceira, o orçamento é realizado para um 
determinado momento, que pode sofrer alterações posteriores, portanto, só deve 
ser utilizado para o momento em que foi criado. (BAETA, 2012 apud SINAPI 2017). 
Por isso, os cadernos de composições de serviços do SINAPI estão sempre sendo 
atualizados. 
A formação de preço do SINAPI está sujeita a mudanças, que depende de 
fatores como empresa contratada, contrato, projeto e localidade da obra. Um 
orçamento serve para ter visão de um valor geral que será necessário para a 
execução de uma determinada obra e não o valor que realmente será gasto com a 
conclusão. 
Segundo Ferreira (2004) a palavra insumos significa ―elemento que entra no 
processo de produção de mercadorias ou serviços (máquinas e equipamentos, 
trabalho humano, etc.); fator de produção.” Os insumos se dividem em 
representativos e representados. Os representativos é o insumo que mais é utilizado 
na construção civil e os representados são o restante dos insumos da mesma 
família de materiais. 
O preço do insumo representativo é dado pelo SINAPI. Os insumos 
representados são encontrados multiplicando o valor de um coeficiente de 
representatividade pelo valor do preço do insumo representativo. Os valores 
fornecidos pelo SINAPI podem variar de acordo com diferentes características da 
obra, sendo imprescindível observar alguns fatores que podem resultar em grandes 
diferenças de custos, como: compras de materiais em atacado ou diretamente com 
a indústria, materiais que precisam ser adquiridos de outros locais e deve-se incluir 
o valor do transporte. 
 
3.5 PRODUTIVIDADE 
 
Conforme afirma Ferreira (2004), produtividade quer dizer “relação entre a 
quantidade ou valor produzido e a quantidade ou valor dos insumos aplicados à 
produção.” A produtividade da mão de obra é definida por uma fórmula dada pelo 
50 
 
SINAPI, em que a razão unitária de produção, RUP é dada pela divisão entre o 
esforço empregado pelos trabalhadores, Hh, e a quantidade de serviço realizado, 
Qs, como visto na Equação 1. 
 
 
 
 
 (1) 
Onde: 
Hh = Homens-hora despendidos 
Qs = Quantidade de serviço realizado 
RUP= Razão unitária de produção 
 
Ainda de acordo com o SINAPI, essa característicada produtividade obtida 
pela expressão acima se referem a um dia de trabalho, sendo considerada a RUP 
diária. A mesma possui grandes variações devido às mudanças que ocorrem de um 
dia para o outro, certamente necessitando de outro indicativo mais preciso de 
produtividade. Então, é calculada a RUP cumulativa, trabalhando com os dados 
obtidos passado alguns dias observando a RUP diária e suas principais 
características. 
Existe, ainda, a RUP potencial, que é um valor de produtividade que pode 
ser atingido caracterizando uma boa dinâmica e maior agilidade nos processos 
construtivos, apesar de geralmente não ocorrer durante muito tempo. 
O Gráfico 1 abaixo é um exemplo de como, geralmente, variam os três tipos 
de RUPs citados anteriormente durante um período de 15 dias. Para a elaboração 
do gráfico foram analisadas várias obras, com o objetivo de se retirar um coeficiente 
médio de produtividade. 
51 
 
Gráfico 1- RUP diária, cumulativa e potencial 
 
Fonte: SINAPI, metodologias e conceitos (2017). 
 
3.6 NORMAS DE DESEMPENHO 
 
3.6.1 Características da NBR 15.575 
 
A norma de desempenho, NBR 15.575, foram criadas com o objetivo de 
atender as exigências dos usuários em edificações habitacionais, 
independentemente do tipo de sistema construtivo analisado. Elas estabelecem o 
modo de uso ideal das edificações, e como devem ser cumpridos os seus requisitos 
e critérios. 
A Norma Técnica de Desempenho NBR 15.575 foi aprovada no ano de 
2008,entrou em vigor em um período considerado apenas como uma fase de teste 
em 2010, e era para ter começado a vigorar oficialmente ainda em 2010, contudo, 
esta data foi prorrogada para 2013, por conta de reclamações de projetistas, 
construtores e fabricantes da construção civil. 
Elas servem para verificar a durabilidade, o modo de manutenção, e o 
conforto mínimo necessário para o usuário, entre outros requisitos, sendo divididas 
em 6 partes, que são: 
 - Parte 1: Requisitos Gerais; 
 - Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais; 
 - Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos; 
 - Parte 4: Sistemas de vedações verticais internas e externas – SVVIE; 
 - Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas; 
 - Parte 6: Sistemas hidrossanitários. 
52 
 
No entanto, para a realização deste trabalho foram utilizadas apenas as 
partes 1 e 4, pois a análise é voltada apenas para os sistemas de vedações. 
 
3.6.2 Conforto Térmico 
 
A NBR 15575-4 define como sistemas de vedação vertical interno e externo 
(SVVIE) como: “partes da edificação habitacional que limitam verticalmente a 
edificação e seus ambientes, como as fachadas e as paredes ou divisórias 
internas”. 
Dentre os fatores existentes nas normativas vigentes para se classificar o 
desempenho térmico de um sistema construtivo, estão a capacidade e transmitância 
térmica. Sendo a capacidade térmica de um corpo definida por Schulz (2009) como: 
“a quantidade de energia que este recebe e a variação de temperatura que esta 
causa no corpo”. Salienta-se, ainda, que as paredes externas devem possuir uma 
capacidade térmica mínima conforme estabelecido no Quadro 3. 
 
Quadro 3 - Capacidade térmica de paredes externas 
 
Fonte: NBR 15575-4 (ABNT, 2013). 
 
Já a transmitância térmica é definida pela NBR 15.575 como “transmissão 
de calor em unidade de tempo e através de uma área unitária de um elemento ou 
componente construtivo [...]”, representada pelo Quadro 4 a seguir. 
53 
 
Quadro 4 - Valores máximos admitidos para a transmitância térmica de paredes externas 
 
Fonte: NBR 15575-4 (ABNT, 2013). 
 
Segundo Sorgato, Melo e Lamberts, (2014, p.15) 
O ambiente de permanência prolongada da edificação deve 
apresentar temperaturas menores ou iguais às externas, para o dia 
típico de verão. O pico da temperatura no interior do ambiente deve 
ser menor ou igual ao pico de temperatura do ar exterior. 
 
Agora, para o dia típico de inverno, a NBR 15575-1 nos informa que, a 
temperatura mínima interna das edificações, precisa ser maior ou igual a 
temperatura mínima externa mais 3°C, para as zonas bioclimáticas de 1 a 5. Já para 
as outras zonas esse critério não precisa ser verificado. 
Para fazer essas análises de desempenho das edificações, é importante 
conhecer o zoaneamento bioclimático brasileiro, como segue na Figura 30 abaixo. 
54 
 
Figura 30– Zoneamento Bioclimático Brasileiro 
 
Fonte: Disponível em: < http://bioclimatismo.com.br/bioclimatismo/zoneamento-bioclimatico-
brasileiro/> 
 
Percebe-se, então, que a cidade de Barra do Garças se encontra na zona 
bioclimática de número 6. A cidade Barra do Garças possui duas estações bem 
características, o verão, em que ocorre um alto índice de chuvas, e o inverno, que é 
seco e com pequena quantidade de precipitações. Quanto às temperaturas médias 
mensais para o ano de 2016, foram retiradas através da cidade de Aragarças-GO, 
que está em conurbação com Barra do Garças-MT, sendo que a máxima registrada 
foi no mês de setembro, no valor de 37,41°C, e a mínima registrada foi no mês de 
julho, de aproximadamente 15,67°C (MACIEL, 2016). 
 Grande parte das cidades situadas na zona bioclimática 6, possuem essas 
características quanto ao clima. 
 
55 
 
3.6.3 Conforto Acústico 
 
Silva (1997) apud Nogueira (2008, p. 03) elucida que “o ruído ou barulho 
são sons indesejáveis para o indivíduo ou captor e varia segundo as características 
psicológicas desse mesmo captor”. 
Existem atividades que geram ruídos dentro de uma residência e que 
atrapalham as pessoas em alguns ambientes, como de estudo, sono, trabalho, pois 
são situações em que há necessidade de concentração e foco. Diante disso, é 
fundamental que haja um isolamento acústico entre diferentes ambientes. 
Segundo a NBR 15575-1 (2013, p. 23): 
 
A edificação habitacional deve apresentar isolamento acústico 
adequado das vedações externas, no que se refere aos ruídos 
aéreos provenientes do exterior da edificação habitacional, e 
isolamento acústico adequado entre áreas comuns e privativas. 
 
Além da NBR 15575-1 existe, também, a NBR 10152 para conforto acústico, 
que afirma que em locais como escolas, hospitais, hotéis e residências possuem um 
nível sonoro de conforto e um nível sonoro aceitável. Se forem encontrados níveis 
sonoros acima do aceitável é causado um desconforto para o usuário, que pode ou 
não causar prejuízos à saúde auditiva. O nível de pressão sonora ponderado é dado 
em decibéis, dB(A), e os valores admissíveis se encontram no Quadro 5. 
 
Quadro 5 - Valores de dB (A) 
Residências dB (A) 
Dormitórios 35 - 45 
Salas de Estar 40 - 50 
Fonte: NBR 10152 (ABNT, 1987), adaptado pelo autor. 
Notas: a) O valor inferior da faixa representa o nível sonoro para conforto, enquanto que o 
valor superior significa o nível sonoro aceitável para a finalidade. 
b) Níveis superiores aos estabelecidos nesta Tabela são considerados de desconforto, sem 
necessariamente implicar risco de dano à saúde. 
 
Foram mostrados apenas os valores de residências, porque o presente 
estudo aborda apenas essa temática. 
 
3.6.4 Desempenho termoacústico 
 
56 
 
Segundo a NBR 15.575, “a avaliação de desempenho busca analisar a 
adequação ao uso de um sistema ou de um processo construtivo destinado a 
cumprir uma função, independentemente da solução técnica adotada.” Os Quadros 
6 e 7 abaixo mostram os desempenhos térmicos esperados das edificações no 
inverno e no verão segundo a norma, respectivamente. 
 
Quadro 6 - Critério para avaliação de desempenho térmico para as condições de inverno 
 
Fonte: NBR 15575-1 (ABNT, 2013). 
 
Quadro 7 - Critério para avaliação de desempenho térmico para as condições de verão 
 
Fonte: NBR 15575-1 (ABNT, 2013). 
 
Para análise do desempenho térmico das alvenarias de vedação de blocos 
cerâmicos e das alvenarias de vedação de blocos de concreto, utiliza-se um estudo 
realizado por Sacht e Rossignolo (2009). Os autores fizeram simulações

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