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Consumido IV

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Consumidor IV
Cláusulas contratuais abusivas
O artigo 51 do CDC elenca as cláusulas contratuais que são nulas de pleno direito.
O CDC reconhece apenas as nulidades absolutas de pleno direito, fundadas no art. 1 do CDC, que estabelece que as normas que regulam as relações de consumo são de ordem pública e interesse social. 
O consumidor não está obrigado a cumprir qualquer obrigação que lhe imponha mediante cláusula abusiva.
Nulidade absoluta: o caput do artigo 51 do CDC dispõe serem nulas de pleno direito as cláusulas abusivas.
Não há que se falar em cláusula abusiva que se possa validar: ela sempre nasce nula.
Imprescritibilidade:
Não há, na Lei 8.078/90 nenhum prazo para o exercício do direito de pleitear em juízo a declaração da nulidade da cláusula abusiva. 
O princípio é o de que a nulidade da cláusula abusiva á absoluta, de acordo com as disposições do CDC, cuja matéria é de ordem pública e interesse social (artigo 1 do CDC). E, quer se considere a decisão judicial que reconheça a nulidade como “meramente declaratória”, quer como “desconstitutiva”, a ação é imprescritível.
Cláusula de não indenizar:
Artigo 51, I do CDC – São, portanto, nulas as disposições que retiram do consumidor o direito inequívoco de ser indenizado pelos prejuízos advindos de relação de consumo. Exemplo: Placas em estacionamentos: informando que o fornecedor não se responsabiliza por furto, roubo ou danos causados aos veículos. (Ainda que não haja pagamento pelo estacionamento).
Renúncia ou disposição de direitos:
Proíbe o artigo 51, I do CDC, é a de renúncia ou disposições de direitos pelo consumidor em cláusula contratual. Assim, não pode o fornecedor, por exemplo, inserir cláusula contratual.
Limitação da indenização:
Da mesma forma a exoneração da responsabilidade do fornecedor, é invalida também a cláusula que limita o valor da indenização a ser paga ao consumidor.
Reembolso de quantia paga:
O CDC proíbe a inserção de cláusula contratual, que subtraia do consumidor, a opção de reembolso da quantia já paga advinda de obrigação assumida com o fornecedor. Art. 51, II do CDC. Situações: artigos 18 ao 20 do CDC (vício de qualidade ou quantidade); artigo 35 CDC recusa de cumprimento da oferta; artigo 49 do CDC desistência do consumidor em compras feitas fora do estabelecimento comercial. 
Transferência de responsabilidade a terceiros: Artigo 51, III do CDC.
São nulas de pleno direito as cláusulas contratuais, que permitem aos fornecedores de produtos ou serviços, a transferência de responsabilidade a terceiros, visando a exoneração de sua responsabilidade.
Desvantagem exagerada para o consumidor e cláusula incompatível com a boa-fé e a equidade:
Prevê o artigo 51, IV do CDC, que são nulas as cláusulas contratuais que estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam, incompatíveis com a boa-fé ou a equidade.
Inversão do ônus da prova:
Vimos que o artigo 6, VIII do CDC, garante como direito básico do consumidor, a facilitação da defesa de seus direitos em juízo, inclusive prevendo a possibilidade de inversão do ônus da prova a seu favor, quando preenchido os requisitos de verossimilhança das alegações, ou quando for o consumidor hipossuficiente. 
O artigo 51, VI do CDC, determina a nulidade da cláusula contratual que prevê a inversão do ônus da prova em desfavor do consumidor.
Arbitragem compulsória:
Pelo compromisso arbitral, as pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis, furtando-se, assim de recorrer diretamente ao poder judiciário para a solução da controvérsia. A decisão proferida pelo árbitro não fica sujeita a recurso ou homologação do poder judiciário.
O compromisso arbitral é regido pela Lei n. 9.307/96 e não afasta a possibilidade de sua aplicação nas relações de consumo. No entanto, cuidou a lei consumerista, no art. 51, VII do CDC, de decretar a nulidade de cláusula contratual que imponha ao consumidor a utilização compulsória de arbitragem.
O referido dispositivo tem nítido caráter protetivo em relação ao consumidor, presumivelmente a parte mais fraca da relação jurídica, evitando-se com isso, que o fornecedor de bens e serviços possa impor solução arbitral nos contratos e geral. Assim, surgida a controvérsia, pode o consumidor, em conjunto com o fornecedor, estabelecer a solução arbitral consensualmente, sendo plenamente válida na forma da Lei n. 9.307/96.
Imposição de representante:
O artigo 51, VIII do CDC, proíbe expressamente a utilização de cláusula contratual que imponha representante para concluir ou realizar outro negócio pelo consumidor. Trata-se da denominada “cláusula mandato”.
Vantagem exagerada:
No parágrafo primeiro do artigo 51 do CDC determinou alguns critérios para a constatação de quando a vantagem contratual em favor do fornecedor deve ser tida como exagerada, o que ocorre quando:
Ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
Restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
Se mostra excessivamente onerosa para o consumidor.
Efeitos da nulidade de cláusula abusiva:
A preservação do contrato é importante para a segurança dos negócios jurídicos e economicamente tanto para o consumidor como para o fornecedor. Dessa forma, o reconhecimento de cláusula abusiva não deve ser suficiente para invalidar todo o contrato, salvo em restritos casos. O parágrafo 2 do artigo 51 do CDC contempla o princípio da conservação do contrato, nos termos:
“A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração decorrer ônus excessivo a qualquer das partes”.

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