6 - Depressores do SNC (1)

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04/10/2019
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DEPRESSORES DO SNC
Normal
Alívio da 
ansiedade
Desinibição
Hipnótico
Anestesia Geral
Coma
Morte
Depressores do SNC
Os depressores do SNC são um grupo de substâncias que promovem efeitos 
ansiolíticos e induzem sedação e sono.
Outros termos: sedativo, tranquilizante, ansiolítico, hipnótico.
Aumento da dose
ETANOL
ETANOL
Conteúdo alcoólico de bebidas típicas
Bebidas Conc. Alcoólica (v/v)
Vinho tinto, branco, champanhe 8-12%
Cerveja 2-6%
Vinho do porto, vermute 14-22%
Licores 15-40%
Destilados (uísque, rum, 35-45%
aguardente) 
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TOXICOCINÉTICA
ABSORÇÃO 
Baixo peso molecular e hidrossolúvel (depende do volume de água 
nos tecidos)
Rapidamente absorvido pelo estômago (20%) e intestino delgado 
(80%)
Cmáx: 30 a 90 min
Tempo de esvaziamento gástrico influencia na absorção
TOXICOCINÉTICA
BIOTRANSFORMAÇÃO
90 a 98% biotransformado no fígado por oxidação
Principal via metabolismo:
◦ Álcool Desidrogenase (AD)
◦ Aldeído Desidrogenase (ALD)
AD ALD
Álcool ⇒ aldeído ⇒ ácido ⇒ CO2 +H20
etílico acético acético
TOXICOCINÉTICA TOXICOCINÉTICA
EXCREÇÃO
5 a 10% excretado na forma inalterada
◦ Suor
◦ Urina
◦ Respiração 
Restante é biotransformado.
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MECANISMO DE AÇÃO
Sistema GABAérgico
TOXICIDADE AGUDA
Sedação, diminuição da ansiedade, fala pastosa, ataxia, prejuízo 
da capacidade de julgamento, desinibição do comportamento, 
amnésia (blackout).
Fatores: dose ingerida, velocidade de absorção (alimentos), 
peso e sensibilidade do indivíduo, tolerância, tipo de bebida.
Os efeitos comportamentais são mais visíveis quando a
alcoolemia está em ascensão, sendo menos evidentes na fase
de declínio.
0,2 g/L = desinibição, sensação agradável
0,4 g/L = redução da memória.
0,3 g/L = maior desinibição, aumento da loquacidade, incoordenação motora.
1,0 g/L = Alteração no estado de ânimo. Perda de autocrítica. Probabilidade 7x
maior de acidentes de carro.
0,6 g/L = maior incoordenação motora, dificuldade de andar, maior tempo de reação,
redução no discernimento.
1,5 g/L = probabilidade 25x maior de acidentes de carro.
2,0 g/L = Agressividade. Alterações no curso do
pensamento.
3,0 g/L = Fala ininteligível, inconsciência.
4,0 g/L = Respiração debilitada, parada
respiratória, coma e morte.
0,8 g/L = probabilidade 4x maior de acidentes de carro.
TOXICIDADE AGUDA
 Lavagem gástrica.
 Glicose e tiamina – Encefalopatia de Wernicke e/ou síndrome 
de Korsakoff.
 Wernicke: confusão, ataxia, movimentos oculares involuntários e 
oscilatórios.
 Korsakoff: amnésia retrógrada (incapacidade de formar novas 
memórias) e confabulação (produtos falsos da memória).
 Monitorizar sinais vitais – arritmia e pneumonia aspirativa.
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TOXICIDADE CRÔNICA
S. hematológico: deficiência de ácido fólico –
anemia megaloblástica
S. neurológico: neuropatia periférica, 
alterações cognitivas (Wernicke – Korsakoff)
S. cardiovascular: miocardiopatia, 
hipertensão, elevação do colesterol, IAM, 
AVE
S. endócrino: diminuição da libido, 
impotência, esterilidade
S. gastrintestinal: câncer esôfago e 
estômago/ gastrite / pancreatite
Síndrome Alcoólica Fetal
Depósito de gordura 
causa aumento do 
fígado
Surgimento de 
fibrose hepática
Recuperação ainda 
possível
Prejudica a 
arquitetura 
hepática, 
hipertensão 
portal e IH
INTERAÇÃO COM OUTRAS SUBSTÂNCIAS
Interação farmacocinética ou farmacodinâmica
Antidepressivos, Barbitúricos, Benzodiazepínicos, Antipsicóticos, Analgésicos 
Opióides:
◦ Sinergismo da depressão do SNC, diminuição da atenção, risco a vida.
Hipoglicemiantes e Metronidazol
◦ Efeito Antabuse
◦ Sudorese, rubor, cefaléia, náuseas, hipotensão 
◦ Aumento de acetaldeído no organismo por inativação da enzima aldeído 
desidrogenase.
Antibióticos e AAS:
◦ Aumentam a concentração de etanol no sangue. 
TOXICOLOGIA ANALÍTICA
• Resolução do 
CONTRAN nº 432 de 
23/01/2013
• Art 11º - É obrigatória
a realização do exame
de alcoolemia para as
vítimas fatais de
acidentes de trânsito.
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INALANTES
TIPOS DE INALANTES
Solventes voláteis
◦ São líquidos que vaporizam na temperatura ambiente;
◦ Tinner, removedores de tintas, corretivo, esmalte.
Aerossóis
◦ São líquidos ou sólidos em suspensão contidos em frascos pressurizados;
◦ Desodorante, spray para cabelo.
Gases
◦ Propano, butano, óxido nitroso (“gás hilariante”).
Nitritos orgânicos voláteis:
◦ Nitritos de amila, isoamila, butila e isobutila.
INALANTES
Produtos mais utilizados no Brasil são:
◦ lança-perfume, cola de sapateiro e cheirinho-da-loló.
A popularidade dos inalantes varia com a população exposta:
◦ estudantes do ensino fundamental:
◦ sexo masculino: lança-perfume, cheirinho-da-loló, éter, benzina e
tínner.
◦ Sexo feminino: produtos de beleza como acetona e esmalte.
◦ crianças de rua: cola de sapateiro
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INALANTES
Toxicodinâmica:
◦Mecanismos de ação não estão bem elucidados.
◦Teorias:
◦ interação com receptores GABA e glutamato,
◦ “fluidificação” das membranas neuronais - inibição do
potencial de ação
EFEITOS - CURTO PRAZO
Fase inicial excitatória similar àquela observada com a ingestão de álcool, há um
período de euforia e bem-estar. São relatados sentimentos de tranquilidade, paz de
espírito, grandiosidade, onipotência, hilaridade, sensação de flutuação com distúrbios
de espaço e tempo.
Alucinações visuais são geralmente agradáveis, mas outras vezes assustadoras.
Fase final depressora do SNC:
◦ confusão mental, desorientação, incoordenação muscular, diminuição dos
reflexos, cefaléia, sonolência, fala pastosa.
◦ Casos mais graves: inconsciência, depressão respiratória, parada respiratória.
EFEITOS - LONGO PRAZO
Ressaca: cefaleia
Em geral:
◦ rinite crônica, ulcerações nasais e orais, aumento da expectoração.
◦ Os demais são solventes dependentes:
◦ Tolueno: perda da acuidade visual, surdez, incoordenação motora, prejuízo
intelectual e de memória, cefaleia.
◦ N-hexano: Neuropatia periférica
◦ Hidrocarbonetos clorados: dano hepático (hepatomegalia, cirrose) e renal (acidose
tubular, cálculo renal, proteinúria, hematúria).
TOXICOLOGIA FORENSE
• Sudden sniffing death: 
• morte súbita pelo uso de 
inalantes. 
• Provocada por arritmia 
cardíaca e falência do 
coração.
• Anóxia:
• Falta de oxigênio
◦ Asfixia:
◦ Pela obstrução das vias 
aéreas:
◦ Vômitos;
◦ Gases frios 
espasmo da laringe e 
formação de edema
◦ Traumatismo:
◦ Consequência da ataxia
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OPIOIDES
Opioides
Opiáceos:
◦ Substâncias naturais contidas no ópio.
◦ Papaver somnifereum L.
◦ morfina, codeína, etc.
Opioides:
◦ Derivados sintéticos dos opiáceos;
◦ Termo utilizado para substâncias naturais e sintéticas, 
relacionadas ao ópio;
◦ Meperidina, heroína, hidrocodona, dextrometorfano, 
levopropoxifeno.
Efeitos no SNC
Receptores Drogas Efeitos
µ Morfina, codeína, 
heroína
Analgesia, supra-espinhal, depressão 
respiratória, euforia, miose, dependência
κ Pentazocina, nalorfina, 
ciclazocina
Analgesia espinhal, sedação, sono, miose, 
depedência
σ Levaorfano, 
pentazocina, nalorfina
Disforia, desilusão, alucinação, estimulação 
respiratória
δ Naloxona Alteração do comportamento afetivo
Efeitos no SNC
Analgesia: alteração da percepção da dor e na reação do paciente a esta dor.
Euforia: sensação agradável de flutuar e estar livre da ansiedade e do desconforto.
Sedação: sonolência e turvação da consciência.
Depressão respiratória
¨Supressão da tosse
¨Miose
¨Rigidez no tronco
¨Náuseas e vômitos
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Efeitos Periféricos
¨TGI:
¨Efeitos constipantes: diminuição da motilidade do estômago e aumento 
do tônus, diminuição da produção de secreção gástrica.
¨Aumento do tônus do intestino delgado e espasmos periódicos.
¨Aumento do tônus do intestino grosso e diminuição das ondas 
propulsivas = constipaçãoIntoxicação aguda 
Tríade de sinais da intoxicação:
 Depressão neurológica:
sonolência, torpor e coma.
 Depressão respiratória
 Miose
Tratamento
Manutenção da via respiratória
Intoxicação por via oral: lavagem gástrica e carvão ativado
Naloxona (Narcan):
• antagonistas específico;
• ausência de resposta com 20mg, afastar possibilidade de intoxicação por
opióides;
• Pode precipitar o aparecimento da síndrome de abstinência em pacientes
dependentes.
Metabolismo
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BARBITÚRICOS
Histórico
Inicialmente utilizados para induzir sono (barbital).
1970 - maior causa de morte induzidas por fármacos
Substituídos por benzodiazepínicos (clordiazepóxido).
Ação
Efeito sedativo (relaxamento)
Efeito hipnótico (sono)
 Ação ultracurta: Tiopental, Tiamical, Metolexital - Uso hospitalar (indutor 
de anestesia)
 Ação curta: Hexobarbital, Pentobarbital, Secobarbital - Uso hospitalar 
(indutor de anestesia)
 Ação intermediária: Aprobarbital, Butabarbital
 Ação longa: Barbital, Fenobarbital - Uso ambulatorial (anticonvulsivante) 
Toxicologia forense
ABUSO
Pentobarbital
Secobarbital
Amobarbital
Butobarbital
SUICÍDIO
Fenobarbital
Metilfenobarbital
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Intoxicação aguda
Depressor do SNC
Age em receptor GABAa
Dependente de dose
Estágio 1: estupor, mas responde a comando verbal
Estágio 2: Não responde a todos os estímulos, mas reflexos e sinais 
vitais intactos
Estágio 3: Não responde aos estímulos e reflexos, mas sinais vitais 
estáveis 
Estágio 4: Não responde ao estímulos, reflexos e sinais vitais instáveis
BENZODIAZEPÍNICOS
Uso
• Fármacos mais prescritos e utilizados no mundo
• Ansiolítico (ansiedade)
• Hipnótico (induzir o sono)
• Anticonvulsivante
• Relaxante muscular
Toxicocinética
Boa absorção gatrintestinal
Absorção pode ser influenciada por alimentos, terapia 
associada e formulação
Cmáx: 40 min a 2,5 horas
Produtos biotransformados também tem ação farmacológica
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CLASSIFICAÇÃO PELA MEIA VIDA
AÇÃO MUITO CURTA: Midazolam
AÇÃO CURTA: Alprazolam, Lorazepam, Oxazepam,
AÇÃO LONGA: Clordiazepóxido, Diazepam, Flurazepam
Toxicodinâmica
Ação potencializadora de GABA
Aumento na frequência da abertura do canal
Hiperpolarização - inibe a excitação celular
Mais seguros que os barbitúricos
Intoxicação aguda
Raras
Superdosagem considerada menos perigosa que outros
ansiolíticos/hipnóticos.
A intoxicação aguda de BDZ se caracteriza por sintomas como redução da
atenção, amnésia anterógrada, confusão mental e prejuízo da coordenação
e psicomotricidade.
Sono prolongado sem depressão grave da respiração ou da função
cardiovascular.
Intoxicação aguda
GRAVE
Se associada com outros depressores
Antagonista: Flumazenil
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ASPECTOS FORENSES Michael Jackson
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QUESTÕES
1) De que maneira os barbitúricos atuam para
controlar as crises epilépticas e induzir o sono?
2) Qual a interação entre barbitúricos e etanol que
resulta em profunda depressão do SNC e
respiratória?
3) Qual o objetivo de alcalinizar a urina?