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Antiguidade Clássica Arquitetura Grega Grécia Clássica A natureza e a sociedade começaram a ser analisadas e compreendidas, pelos filósofos, através de explicações racionais e organizadas. A história do homem moderno começa, de fato, quando os gregos “entraram pela primeira vez no palco das civilizações”; Demócrito de Abdera (c.460 a.C. – c.370 a.C.): maior expoente da teoria atômica http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=democritus&source=images&cd=&cad=rja&docid=miiUHJxHYv3xjM&tbnid=3nwpekKARmjy7M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.universetoday.com/60058/democritus-atom/&ei=Pa8zUeq5A4jI9gS_n4HIAQ&bvm=bv.43148975,d.dmQ&psig=AFQjCNFmrvN0J0KoTcOCXnrMY5hqIAvXjQ&ust=1362428080743874 Grécia Clássica A aversão à hubris – o excesso – e o princípio “conhece-te a ti mesmo” (inscrito em um dos pórticos de Delfos) tornaram-se os axiomas do pensamento grego, que tinha por ideal uma mente equilibrada e “nada desmedido”; Avanços na geometria (Thales, Pitágoras, Euclides, Arquimedes), na medicina (Hípócrates) etc.: busca pela racionalidade sempre que possível. Ruínas do Santuário de Apolo em Delfos, recinto do famoso Oráculo (1.500 a.C.) A Geografia As comunidades gregas ficavam separadas umas das outras por altas montanhas. Por essa razão, cada grupo tinha um forte sentimento de sua própria independência. A Grécia é um país de penínsulas e ilhas. Os barcos sempre foram um meio de transporte vital para o povo grego e seus bens. No continente montanhoso, muitas vezes era mais fácil navegar de uma parte à outra do que ir por terra. A Geografia A Geografia Os próprios gregos tinham consciência do aspecto notável de sua paisagem. Eles muitas vezes construíam seus templos em lugares (locus) escolhidos justamente pela beleza natural. A Geografia Sendo o templo a “morada do Deus” na terra, é lógico supor que somente os locais mais belos (ou de maior destaque) fossem escolhidos; Além disso, não podemos ignorar o impressionante efeito do brilho do sol sobre a superfície branca e polida do mármore usado nessas construções... A Geografia Réplica do templo de Ártemis (Diana) em Éfeso (Turquia) A Geografia A importância do genius loci (ou “espírito do lugar”) O Clima Na maior parte do ano, a Grécia é quente e seca; os invernos também costumam ser muito rigorosos. Assim sendo, para os antigos gregos, era difícil tirar o seu sustento apenas da terra. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=greek+climate&source=images&cd=&cad=rja&docid=7GkwVYfjG9lBBM&tbnid=uqUy2xYfiIUX5M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.plant-medicine.com/community/learning/greeks/climate.htm&ei=l7EzUYvhFJGm9gSqy4CwBw&bvm=bv.43148975,d.dmQ&psig=AFQjCNGKQe8IO-zP69QzWhypnDUgV5LjpQ&ust=1362428689842499 O Clima Outro “efeito colateral” do clima rigoroso da Grécia que afeta diretamente a arquitetura: a escassez de boa madeira para construção! O Clima O clima quente e seco, por outro lado, dava a eles um grande benefício: a maior parte de sua vida diária podia ser passada ao ar livre. Política: as Cidades-Estado Todos os homens adultos nascidos numa polis classificavam-se como cidadãos daquela cidade-estado em particular; Curiosidade: uma cidade-estado de 10 mil cidadãos teria, na verdade, uma população total de quase 100 mil: cerca de 40 mil mulheres, crianças e estrangeiros e talvez até 50 mil escravos. Política: as Cidades-Estado A maior parte das antigas cidades-estado gregas, de fato, era pequena, contando com menos de 10 mil cidadãos; Atenas, por exemplo, era considerada grande, com cerca de 40 mil cidadãos; Esparta, por outro lado, tinha apenas 9 mil cidadãos (embora os escravos chegassem aos 60 mil). Política: as Cidades-Estado http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=helots&source=images&cd=&cad=rja&docid=9YEhh-0LWkliRM&tbnid=msuCHG4gafMeBM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.larkin.net.au/ah_hsc/Sparta/008_sparta_helots.html&ei=27QzUYmYMIu09gTspoH4DQ&bvm=bv.43148975,d.dmQ&psig=AFQjCNETmGcSQbBrJXrz01V4ufW_iZ0s4g&ust=1362429517945844 Uma intensa rivalidade entre diversas cidades- estado, particularmente Atenas e Esparta, é uma questão chave na história da Grécia. Política: as Cidades-Estado A Expansão Grega O grande crescimento demográfico verificado a partir do século VIII a.C. e o sistema hereditário de partilha de terras levou os gregos a ocupar novos territórios; Em cada lugar conquistado, um ritual era realizado antes da demarcação dos lotes de terra; Nos primeiros anos, a colônia sustentava uma economia de caráter essencialmente agrário, integrado às demandas da cidade com a qual mantinha o vínculo. Com o passar do tempo, porém, também poderiam exercer atividades no campo do comércio e do artesanato. A Expansão Grega O grande domínio naval permitiu aos gregos a fundação de pequenas colônias em diversos locais ao redor do Mediterrâneo e na costa do Mar Negro: litoral da Turquia (conhecida na época como Ásia Menor), costa da Líbia, oeste da Itália, sul da França e até mesmo na Espanha. Chersonesus Taurica: colônia fundada no século VI a.C. na Criméia (Ucrânia). A Expansão Grega Além de ser um povo muito inventivo, os gregos foram rápidos em valorizar o alfabeto dos fenícios, a matemática dos babilônicos e a extraordinária escultura dos egípcios – idéias que eles “tomaram emprestadas” para enriquecer a sua própria cultura. Ruínas de Ikaros, na Turquia A Expansão Grega Ruínas de Olvia, na Ucrânia Estátuas gregas arcaicas (c.650 a.C. – c.600 a.C.) A Expansão Grega Conjunto escultórico egípcio (c.2480 a.C.) http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=ancient+greek+sculpture+history&source=images&cd=&cad=rja&docid=6a4JoSIjgstB5M&tbnid=5g2aJRAZ0pG_oM:&ved=0CAUQjRw&url=http://turismo.culturamix.com/cultural/estatuas-gregas&ei=aoQ4UamgKIOc9QSG5oGwDg&bvm=bv.43287494,d.eWU&psig=AFQjCNE40jqPU3CgbCAFgxEP8ABlYI7NLQ&ust=1362744790162825 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=archaic+egyptian+statue&source=images&cd=&cad=rja&docid=6dKSOEQc3ITicM&tbnid=M98yQUGvGIZZtM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.tumblr.com/ZXxZQvPLtd0B&ei=xIU4Ua68EZHk8gSc-ICYAg&bvm=bv.43287494,d.eWU&psig=AFQjCNHc_FFlmsPnNt8h5lYYXwHCoXEBJA&ust=1362745141473119 A Paisagem Humana Os gregos levavam uma vida ativa, passando boa parte de seu tempo ao ar livre e participando de várias atividades físicas; Detalhe: só os cidadãos (homens) participavam da vida pública; as mulheres normalmente ficavam em casa! A educação era rica para os meninos e incluía a leitura de épicos como a Odisséia e a Ilíada (de Homero, séc. XVIII a.C.), além de muitas atividades físicas. A Paisagem Humana Os gregos adoravam conversar e debater. Discutiam todos os aspectos do mundo ao seu redor – o modo como ele funcionava, o sentido da vida e a natureza do comportamento humano. Chamavam esse estudo de filosofia, que quer dizer “amor à sabedoria”. A Paisagem Humana A Importância da Religião Os gregos, extremamente religiosos, concebiam os deuses do Olimpo não apenas como personificação dos poderes da Natureza, mas também como seres anatomicamente perfeitos, ainda que possuidores de várias fraquezas humanas. Exemplo: o mito de Medusa (na versão de Ovídio – 43 a.C.-17 d.C.). Estátua de Zeus A Importância da Religião Um detalhe importante: em função do clima, a maior parte dos rituais religiosos ocorria do lado de fora dos templos! Ou seja, o templo era para ser visto (muito mais do que para ser “usado” ou “habitado”), daí a maior importância atribuída ao seu aspecto exterior. Recriação de cerimônia religiosa antiga na Grécia (2012). A Importância da Religião Porém, eles superam “a imperfeição básica de sua religião” materializando as divindades em esculturas soberbas, idealizando o próprio corpo humano e “eternizando, na poesia, no mito,na arte dramática e na arquitetura, toda a hierarquia olímpica”; De forma a agradá-los, os gregos então fizeram estátuas de seus deuses e construíram santuários para a sua moradia: os famosos templos gregos. Ares (Marte) A Arquitetura Grega A arquitetura grega era mais urbana que nacional. Foi a partir das obras públicas de Atenas que o Século de Péricles (século V a.C.) viu florescer o seu gênio, caracterizado pela “virtude do perfeccionismo”; À semelhança do que aconteceu na escultura, no teatro, nas leis e na filosofia, também na arquitetura se procurou a perfeição absoluta, mas dentro de limites claramente definidos (tanto técnicos quanto normativos). Ou seja, a perfeição seria obtida, acreditava-se, pela estrita obediência a um conjunto de regras bem definidas. A Arquitetura Grega Os gregos nunca foram engenheiros. Com isso, suas obras, do ponto de vista estrutural, eram bastante simples, com a adoção das soluções trilíticas (ou arquitravadas). Trilítico = três (tri) + pedras (lithos) Resumo: o enorme talento do trabalho em pedra (cantaria), a devoção pela matemática, uma forte religiosidade, a veneração pelo corpo humano e a conseqüente elevação da escultura à categoria de arte dominante: tais foram os elementos em função dos quais se organizou a arquitetura grega. A Arquitetura Grega Os templos gregos Leonardo da Vinci: “O homem vitruviano” Os templos gregos Acreditava-se que cada templo era uma morada terrena para o deus (ou deusa) a quem era dedicado. Os gregos, portanto, esperavam que os deuses os “visitassem” ali; Os templos, como vimos, eram projetados para serem vistos do lado de fora (os principais rituais aconteciam na área externa) e geralmente num local isolado, separado das ruas principais da cidade. Templo de Poseidon, em Paestum (antiga colônia grega na Itália), hoje a cidade de Pesto Os templos gregos “Seu interior importava infinitamente menos do que seu exterior. (...) Os fiéis não entravam no templo para ficar horas em comunicação com a divindade (...). Nossa concepção ocidental do espaço teria parecido tão ininteligível para um homem do século de Péricles quanto nossa religião”. (N. Pevsner) http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=ancient+greek+religious+ceremonies&source=images&cd=&cad=rja&docid=eQjio_JU5ReN6M&tbnid=_B43RSNLQYKokM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.hyperhistory.org/index.php?option=displaypage&Itemid=741&op=page&printpage=Y&ei=dZLiUfSCHqjj4AOOsYCYCg&bvm=bv.48705608,d.dmg&psig=AFQjCNFtieY47mr2hWlf2TSGRV-hSCwJ-Q&ust=1373889471165154 Origem provável: megaron (casa do chefe micênico); Primeiros templos seriam em madeira; Sistema arquitravado (ou trilítico). Os templos gregos Templos inicialmente menores e mais simples Os templos gregos Mais tarde, o templo retangular, com o teto ligeiramente inclinado e rodeado de colunas (o estilo períptero) passou a ser o paradigma do templo grego. Os templos gregos Uma “ordem” consiste na unidade “coluna-superestrutura” que compõe a colunata de um templo; Não precisa ter pedestal – e muitas vezes não tem – mas precisa ter um entablamento (afinal, colunas só têm sentido se suportam alguma coisa!). As Ordens das Colunas //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6a/Classical_orders_from_the_Encyclopedie.png J. Summerson: “O fato é que as ordens eram escolhidas principalmente em função do gosto, em função de circunstâncias e, inúmeras vezes, em função dos meios As Ordens das Colunas disponíveis, já que uma construção em que é empregada a ordem (...) dórica é, obviamente, mais barata do que aquela onde aparece a escultórica ordem coríntia. Por outro lado, existem casos em que a escolha de uma determinada ordem foi feita em função de seu significado simbólico”. As Três Ordens das Colunas Gregas Os gregos consideravam-se uma mistura de duas raças: a dórica e a jônica; Os Dórios – trabalhadores, fortes e pragmáticos – eram uma tribo de pastores vindos do norte. Os Jônios – orientais, “sensuais” – atravessaram o mar, provenientes da Ásia Menor (Turquia etc.); Como não podia deixar de ser, o caráter refletiu-se na arquitetura. Ao conjugarem na maioria de seus templos estas duas ordens arquitetônicas – a dórica, simples e robusta, e a jônica, elegante e ornamentada – os gregos tinham a convicção de estarem, deste modo, refletindo os dois extremos da sua natureza: o requinte e a moderação. As colunas gregas eram então produzidas de acordo com uma série de características que definem as três ordens clássicas: dórica, jônica e a coríntia. As Três Ordens das Colunas Gregas Cada coluna era composta de três partes principais: base (opcional na dórica), fuste e capitel. Acima do capitel, ficava então o entablamento. As Três Ordens das Colunas Gregas As Colunas Gregas Logo que os blocos eram conduzidos até o local, as pontas ásperas externas eram cinzeladas e a coluna então estava pronta para ser polida e canelada; “Acanalar” era uma tarefa extremamente especializada. Cada ranhura tinha de ser perfeitamente reta e alinhada com todas as outras. O mais leve erro podia afetar o aspecto do templo inteiro! Cada coluna era composta de 8 a 10 partes (ou “tambores”); A superfície de cada bloco da coluna era cuidadosamente preparada: um anel externo era aplainado, mas o anel interno era deixado áspero, de forma a dificultar (pelo atrito) a movimentação após a montagem; O centro era ajustado com um “batoque” que mantinha os blocos unidos. As Colunas Gregas De acordo com o registro de Vitrúvio, as dimensões das colunas gregas variavam de acordo com o tipo do templo e principalmente do vão adotado entre as colunas (o intercolúnio); No terceiro livro de sua obra (Os Dez Livros de Arquitetura), ele relaciona inúmeras regras que procuram orientar os construtores na determinação da largura e altura de suas colunas, garantindo assim não apenas os melhores resultados estéticos como também uma maneira de “contrabalançar a ilusão de ótica” através de ajustes nas respectivas proporções. As Colunas Gregas Exemplo: Vitrúvio ensinava que as colunas das extremidades (cantos) deveriam ter o seu diâmetro aumentado em 1/5 (em relação às demais), pois devido a sua posição, elas “parecem mais esbeltas do que realmente são para os observadores”. As Colunas Gregas “Estes alargamentos proporcionais são feitos no diâmetro das colunas por conta das diferentes alturas a que o olho humano deve atingir. Pois o olho está sempre em busca da beleza, e se não satisfizermos o seu desejo por prazer através de um alargamento proporcional nestas medidas, e com isso compensar a ilusão de ótica, uma aparência grosseira e deselegante será apresentada ao espectador”. (Livro III – Capítulo III) As Colunas Gregas A ordem dórica “De acordo com Vitrúvio, quando olhamos para uma ordem dórica feita de pedra, estamos vendo, na verdade, uma representação esculpida em pedra de uma ordem dórica construída em madeira; não uma representação literal, claro, mas um equivalente escultórico”. (Summerson) A ordem dórica E talvez tenha sido considerado obrigatório preservar, na versão permanente de pedra, aquelas formas nas quais se havia “concentrado tanta santidade” (Summerson); Daí teria surgido a necessidade de copiar em pedra ou mármore os elementos de carpintaria, a esta altura já bastante estilizados, do entablamento; Mais tarde, ao se erigirem outros templos de pedra em novos sítios, “as cópias foram copiadas”, e assim por diante, até tudo isso tornar-se uma fórmula estável e aceita. A ordem dórica Exemplos: “A espessura da coluna deverá ser igual a dois módulos, e a sua altura, incluindo o capitel, catorze. A altura do capitel será de um módulo,e sua largura será igual a dois módulos e um sexto”. Ou seja, o arquiteto não tinha quase margem alguma para criar… Normalmente sem qualquer base sob o fuste; Capitel: equino na forma de moldura convexa saliente e ábaco quadrado; Fuste composto geralmente de 20 caneluras, que normalmente se interceptam em extremidades bem pronunciadas ou cantos vivos; O fuste apresenta um adelgamento no sentido da base para cima e esse, freqüentemente, assume a forma de uma curva muito delicada: a êntase; Entablamento bastante detalhado. A ordem dórica A ordem dórica Sobre o ábaco repousa a arquitrave, a principal viga em pedra a correr de coluna a coluna; na ordem dórica esta arquitrave é normalmente lisa. O entablamento dórico Acima da arquitrave vem o friso. Este consiste, na parte frontal, de tríglifos e métopas alternados; Os tríglifos são blocos delgados, maiores na altura que na largura, divididos em 3 listras verticais lisas; Existe normalmente um tríglifo para cada coluna e outro para cada intercolúnio. O entablamento dórico O entablamento dórico As métopas são da mesma altura que os tríglifos porém mais largas, de forma aproximadamente quadrada, e são encaixadas recuadamente em relação à superfície dos tríglifos; seu único ornamento, a não ser que tenham figuras entalhadas em relevo, é um filete plano projetado que corre por toda a sua parte superior. Métopa do Partenon (detalhe) http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=m%C3%A9topa&source=images&cd=&cad=rja&docid=uLIhgBEaUXLYWM&tbnid=4IA_8fio6uHMOM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.europaenfotos.com/atenas/pho_atenas_22.html&ei=l57iUfWDFo_e4AOe5oHoAQ&bvm=bv.48705608,d.dmg&psig=AFQjCNFwtoxOfkNTPALFIsQGFftErmwCHA&ust=1373892618664692 O entablamento dórico Relembrando: os tríglifos e métopas representam, em pedra, a estrutura em madeira da cobertura dos antigos templos gregos (e dos megarons)! Acima do friso vem a cornija, uma série de pesados blocos salientes de modo a formar uma espécie de beiral contínuo de pedra; Acima da cornija, porém, era grande a variação dos elementos utilizados (antefixas etc.). O entablamento dórico A ordem dórica Templo da Concórdia em Agrigento (Sicília) Templo de Hera em Olímpia (Grécia) A ordem dórica A ordem jônica As colunas repousam sobre bases emolduradas que, por sua vez, erguem-se normalmente sobre plintos quadrados que se assemelham ao ábaco dórico; Fuste com 24 caneluras (número habitual) e as concavidades quase invariavelmente são separadas por listras estreitas de superfície. toro nacela / escócia plinto Capitel decorado com volutas (espirais); O capitel jônico, ao contrário do dórico, apresenta vistas frontais e laterais muito diversas e destina-se a ser contemplado sobretudo a partir da parte frontal ou posterior; O ábaco tem geralmente o perfil em gola reversa. A ordem jônica Friso em óvalo e dardo Friso liso O entablamento jônico A ordem jônica Templo de Niké Apteros, na Acrópole (Atenas) Templo de Atenia Polia, em Priene A ordem jônica A ordem coríntia Segundo D. S. Robertson, foi em um templo dórico, o Templo de Apolo Epicuro, em Basse (Grécia), que registrou-se, pela primeira vez um capitel que pudesse receber a denominação de “coríntio”. Representação artística do interior do templo de Apolo Epicuro em Basse (Bassae, Grécia) Planta baixa A ordem coríntia Vista atual das ruínas do templo de Apolo Epicuro em Bassea (Grécia) A ordem coríntia O nome teria sido dado em honra à cidade de Corinto, onde supostamente o escultor Calímaco teria inventado esta ordem no final do século V a.C.; Uso pelos gregos, contudo, foi pequeno (ao contrário dos romanos!). O capitel era tratado livremente. Com o passar do tempo, assistiu-se ao desenvolvimento de diversas escolas locais; Base, fuste e entablamento semelhantes aos da ordem jônica; Capitel decorado com folhas de acanto. A ordem coríntia Acanthus mollis, planta típica do Mediterrâneo A ordem coríntia Cobertura dos templos Ao que tudo indica, usava-se uma estrutura em madeira recoberta com telhas cerâmicas ou em mármore (peças bem finas, quase translúcidas); Muitos templos aparentemente possuíam forros internos em madeira (tipo caixote), o que dificultava a iluminação natural (lembrando que os templos não tinham janelas). Cobertura dos templos Detalhe: para garantir uma melhor iluminação interna, a grande maioria dos templos gregos era construída voltada para o leste (em direção ao sol nascente). Muitos deles, inclusive, eram situados com a porta principal voltada para a posição exata em que nascia o sol no dia do ano correspondente ao festival daquele deus (ou deusa) que o templo buscava homenagear. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=greek+temple+orientation&source=images&cd=&cad=rja&docid=7ANxAOIzbnIQQM&tbnid=yyeIlMxNOtq0JM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.livescience.com/10614-ancient-sicilians-build-temples-fit.html&ei=MafiUa7CAZa54APms4CoCQ&bvm=bv.48705608,d.dmg&psig=AFQjCNEpPIICjDqNzBkflmSRSANY8h6Kyw&ust=1373894815454755 Cobertura dos templos Concepção artística da construção do telhado do Partenon Os frontões Normalmente eram ricamente decorados com esculturas em relevo; Da mesma forma, estes relevos, de acordo com recentes pesquisas, seriam bastante coloridos, de forma a serem percebidos a grande distância. O Partenon Situado na Acrópole (“cidade alta”), em Atenas, era dedicado à deusa Partenos Atenas, protetora da cidade. Círculo, elipse e parábola: eis os elementos que compõem este edifício “ilusoriamente retangular”: “este é o ponto de vista do escultor, mais do que do arquiteto”; Todas as linhas horizontais – degraus, cornijas etc. – são imperceptivelmente curvas, como se fossem o arco de uma circunferência com um raio de mais de 3.000 metros; As colunas, além da êntase (correção ótica), estão ligeiramente inclinadas para dentro, de modo que os eixos centrais, se prolongados para cima, encontrar- se-iam a mais de 1.600 metros acima do solo. O Partenon “O aspecto de uma edificação, quando vista de perto, é uma coisa; de uma determinada altura é outra; será diferente quando observada em um recinto fechado ou quando estiver em um espaço aberto. Em todos estes casos, será preciso pensar bastante para decidir o que deve ser feito. O fato é que nem sempre o olho nos dá uma impressão real sobre as coisas, mas frequentemente conduz a mente a formar uma falsa impressão.”(Vitrúvio – 27 a.C.) O Partenon O Partenon Exemplos de distorções que ocorrem, por exemplo, quando observamos de perto a fachada de uma igreja gótica... As paredes internas foram feitas em mármore, com blocos de formato retangular, unidos por tiras de ferro do tipo “duplo T” revestidas em chumbo; Em outros templos, os blocos podiam ser unidos por sistemas diferentes. O Partenon O Partenon Concepção artística da construção do Partenon Concepção artística da vista do friso decorado do Partenon Partenon em 483 a.C. 1 – Frente leste 2 – Dupla fileira de colunas formando o pórtico (pronave) 3 – Métopas e Tríglifos 4 – Friso decorado 5 - Frontão com esculturas O Partenon 6 – Peristilo (colunata) 7 – Base (crepidoma) 9 – Nave 10 – Estátua de Atena 11 – Duas fileiras de colunas para suportar o telhado 13 – Arquitrave 19 – Antefixa 20 – Aposento posterior (ou opistódomo) O Partenon O Partenon Vista provável do Partenon em 483 a.C., incluindo a frente (entrada) leste. No início do século XIX, uma grande parte das esculturas do frontão do Partenon foi levada para a Inglaterra e hoje pode ser vista no Museu Britânico (“Elgin Marbles”). O Partenon Vista atual O Partenon Acrópole: outros destaques O pequeno templo dedicado a Niké Apteros – a deusa da Vitóriasem asas – concebida por Calícrates em 426 a.C. Trata-se de um notável templo jônico em miniatura, com menos de 4 metros de comprimento, que contrasta com a imensa massa do Partenon. O Erectéion é um santuário triplo em honra de Erectéion, Poseidon e Atena. Utiliza três vezes a ordem jônica, com três dimensões diferentes. A sua peculiaridade mais notável, porém, é o famoso “Pórtico das Cariátides”. Acrópole: outros destaques Arquitetura Grega Elementos em Destaque A Ágora O grande espaço aberto conhecido como ágora era o lugar central de encontro público numa cidade grega; Cuidadosamente protegido, não era permitido a ninguém ocupar o espaço aberto com casas ou qualquer outro tipo de edificação; A esplêndida ágora ateniense, por exemplo, era uma grande praça de mercado ao ar livre, onde agricultores e artesãos podiam vender seus produtos. Barracas eram, por vezes, montadas nas áreas abertas, assim como dentro das longas construções em colunata chamadas stoas. A Ágora “A ágora (...) compreendia todas as funções e instituições importantes da sociedade antiga: o parlamento, um tipo de proto-prefeitura, o tribunal, vários templos, a casa da moeda, escolas, a primeira universidade (...). Servia como lugar de muitos eventos sociais, para cerimônias religiosas, procissões, celebrações e festivais de todas as sortes, como um palco para contadores de histórias e aqueles que traziam as últimas notícias e (...) como um antepassado da praça do mercado. A ágora era a representação espacial da transformação da economia palaciana (rural e de subsistência) para a economia civil (urbana e de mercado), simbolizando então a economia de mercado emergente”. (Dieter Hassenplug) A Ágora Imagens atuais das ruínas da ágora de Atenas O Teatro Grego Encenar peças era outro modo dos gregos honrarem seus deuses; Na visão de Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), um dos primeiros a estudar o impacto dos espetáculos teatrais, a tragédia seria "uma representação imitadora de uma ação séria, concreta, de certa grandeza, representada, e não narrada, por atores em linguagem elegante, empregando um estilo diferente para cada uma das partes, e que, por meio da compaixão e do horror provoca o desencadeamento liberador de tais afetos”. O Teatro Grego Para Aristóteles, o espetáculo trágico, para realizar-se como obra de arte, deveria sempre provocar a Katarsis, a catarse; isto é a purgação das emoções dos espectadores; Assistindo “as terríveis dilacerações do herói trágico, sensibilizando-se com o horror que a vida dele se tornara, sentindo uma profunda compaixão pelo infausto que o destino reservara ao herói”, o público, exposto “a uma espécie de remédio da alma”, deveria passar por uma espécie de exorcismo coletivo, expelindo suas “próprias dores e sofrimentos ao assistirem o desenlace”. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Aristoteles_Louvre.jpg O Teatro Grego Os gregos não tinham um teatro coberto. Teria ultrapassado seus conhecimentos estruturais construir um telhado de tão grande envergadura; Também não tentaram construir um auditório com os lugares dispostos em degraus, como numa subestrutura de arcos e abóbodas (como fizeram os romanos). Em vez disso, os gregos escolheram um lugar com um declive natural. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=greek+theater&source=images&cd=&cad=rja&docid=wpzGV2UvyKeoQM&tbnid=fyeNw0ujUIzoyM:&ved=0CAUQjRw&url=https://faculty.rpcs.org/susongs/theatre_appreciation.htm&ei=sd0zUbr1O47U9ASqv4C4CQ&bvm=bv.43148975,d.dmQ&psig=AFQjCNGD6qKvdo5OLuKBxfYreaoJzvXw4w&ust=1362439947866890 O Teatro Grego Ou seja, uma vez mais, tal como aconteceu com os templos, os gregos almejavam a perfeição dentro de seus próprios limites; Assim sendo, eles não construíam teatros em terrenos planos pois não podiam (ou não sabiam como fazê-lo)! O Teatro Grego E mais: à exceção do cenário, todas as características essenciais do teatro, tal como hoje o conhecemos, já estavam presentes no antigo teatro grego; Em termos gerais, o teatro grego consistia de duas partes nitidamente separadas: um auditório elevado (o theatron, na forma de um semicírculo), e uma construção cênica (ou skene) de altura menor. Ao ar livre, sem palco e cortinas, a cena muda e a iluminação é muito limitada; Compunham o cenário lonas pintadas penduradas sobre a construção do palco de madeira, ou skene. A representação acontecia na orquestra circular, ou numa plataforma na frente da skene, chamada proskenion. O Teatro Grego O Teatro Grego 1 – Orquestra 2 – Skene 4 – Proskenion 5 – Painel móvel 6 – Cenário 7 – Theatron (platéia) 8 – Assentos dos juízes O Teatro de Dionísio, em Atenas O Teatro Grego O teatro grego em Siracusa (Sicília) O Teatro Grego Planejamento urbano grego É provável que, ao menos até os séculos VII ou VI a.C., a maior parte das cidades existentes na Grécia fossem desenvolvimentos irregulares, com poucas características fixas, exceto uma ágora ou mercado aberto. Matera (Sicília), uma das cidades que faziam parte da antiga Magna Grécia Planejamento urbano grego Na literatura antiga, o planejamento urbano geométrico aparece associado ao nome de Hipodamo de Mileto, que projetou, dentre outras cidades, a colônia de Turi, ao sul da Itália, em 443 a.C. , e também reformou o Pireu, a região portuária de Atenas, por volta da mesma época. Mileto Planejamento urbano grego A partir da época de Alexandre, o Grande (356– 323 a.C), contudo, diversas cidades antigas foram refundadas em locais mais defensáveis (ou mais “convenientes”), e uma série de “Alexandrias”, “Selêucias” e “Antióquias” surgiram, já em esquemas regulares de traçado urbano. Concepção artística de Alexandria (Egito) Planejamento urbano grego Concepção artística de Alexandria (Egito) no tempo de Alexandre, o Grande Planejamento urbano grego Recentes descobertas arqueológicas submersas em Alexandria (Egito) Uma antiga residência grega Fossem no campo ou na cidade, as casas gregas não eram luxuosas; A água era tirada do poço (quando possível) ou então trazida de fontes públicas. Em ambos os casos, esta era uma responsabilidade dos escravos; Frase de Xenofonte (discípulo de Sócrates): “A casa contém pouca decoração elaborada. Os quartos são projetados de modo simples, para fornecer um lugar adequado para coisas que os preencham, e assim cada quarto pede somente aquilo que se adapte a ele”. Uma antiga residência grega 1 – Despensa 2 – Cozinha 3 – Área dos homens (andron) 4 – Área das mulheres (gynaikon) 5 – Oficina 7 - Banheiro 8 – Dormitório As antigas casas gregas eram feitas de tijolo de argila, geralmente com apenas um pavimento; Os quartos ficavam agrupados em volta do pátio, onde estaria o poço (ou a cisterna) que fornecia água; Janelas (sem vidro) eram poucas e altas, para impedir entrada de pó, de calor e de assaltantes/invasores; A parte da frente da casa, o andron ou quarto dos homens, era uma área pública, e incluía os quartos dos convidados; O quarto das mulheres, o gynaikon, era mais afastado e privativo. Perto dali ficavam os quartos das crianças e dos escravos. Uma antiga residência grega Uma antiga residência grega Referências: JORDAN, Robert Furneaux. História da Arquitetura no Ocidente. São Paulo: Editorial Verbo, 1985. LOVERANCE, Rowena. WOOD, Tim. Desvendando a História: Grécia Antiga. São Paulo: Editora Manole Ltda., s.d. MACDONALD, Fiona. BERGIN, Mark. Fique por dentro da história: Um templo grego. São Paulo: Editora Manole Ltda., s.d. PEVSNER, Nikolaus. Panorama da Arquitetura Ocidental. São Paulo: Martins Fontes, 2002. SUMMERSON, John. A linguagem clássica da arquitetura. São Paulo: Martins fontes, 2006.
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