Prévia do material em texto
Arquitetura Românica Histórico Precisar o surgimento exato do estilo Românico é complicado; dependendo do autor, pode variar do século V ao século IX; Pevsner: “... nessa época, a estabilidade política foi restabelecida no império (Sacro Império Romano). Oto, o Grande, foi coroado em Roma em 962; na mesma época, o primeiro dos movimentos de reforma monástica irradiava-se, a partir de Cluny, na Borgonha (o centro religioso mais importante da cristandade medieval). O abade Mayeul (posteriormente canonizado) foi entronizado em 965, e foi por essa época que se criou o estilo românico.” Histórico O seu auge, porém, ocorreu entre os anos 1000 e 1200; Do ponto de vista das artes figurativas, o termo “românico” pretendia exprimir, de maneira sintética, o processo de ligação de tudo aquilo que ainda restava da tradição artística romana com as técnicas e tendências “bárbaras”. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=romanesque+architecture&source=images&cd=&cad=rja&docid=MX5lJpmfDszCCM&tbnid=gVmYGDk9_brcxM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.durhamworldheritagesite.com/architecture/romanesque/fleury-abbey-portico&ei=CJZYUbucIZSK9gSuvYG4Cg&bvm=bv.44442042,d.dmg&psig=AFQjCNEAZGJ3ay0oVR3g2lCzTzcAxHRoWA&ust=1364846347059757 Histórico “Neste raciocínio, há uma parte de verdade e outra de erro. Na arte românica, foram de fato utilizados elementos romanos e germânicos, mas também bizantinos, islâmicos e armênios. Mas, sobretudo, o que ela criou foi essencialmente original”. (F. Conti) Abadia de Maria Laach (Alemanha) Embora o período românico apresente uma profunda unidade em muitos dos seus aspectos, ele também se caracteriza por um grande número de “escolas” locais. Se isso, por um lado, está em perfeita concordância com as condições políticas e sociais da época, por outro dificulta o estudo em tamanha extensão geográfica. Histórico Excetuando a arte barroca, não existe outra experiência figurativa européia tão infiltrada, em cada um dos países, como a da arte românica. (F. Conti) Histórico “Para descrever um estilo em arquitetura, é preciso descrever suas características próprias. Mas as características, por si sós, não constituem o estilo. É necessário que haja uma ideia central atuando em todas elas. (...) No final do século X, as inovações mais significativas são as de planta térrea – (...) todas motivadas por uma nova vontade de articular e ordenar nitidamente os espaços.” (Pevsner) Saint-Étienne (Vignory, França), inaugurada em 1057 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=romanesque+architecture&source=images&cd=&cad=rja&docid=tUvcBCmjI9BiPM&tbnid=mlN7A5PII2lQ8M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.flickr.com/photos/martin-m-miles/5267329066/&ei=25dYUYnpBJCi8ASQnIC4Cg&bvm=bv.44442042,d.dmg&psig=AFQjCNEAZGJ3ay0oVR3g2lCzTzcAxHRoWA&ust=1364846347059757 Coro: (do grego choros): “Nas igrejas cristãs, refere-se ao espaço reservado aos clérigos, que remata a nave principal onde se encontram o altar-mor e os cadeirais.” (http://www.histeo.dec.ufms.br/aulas) Cadeiral do coro da Catedral de Lund (Suécia) – século XI • Em termos de espaço, em oposição ao “espírito escultural da arte dos romanos e dos gregos” e ao “flutuar mágico do espaço (...) paleocristã”, o espaço medieval torna-se “organizado, planificado e agrupado”; •A parte oriental das igrejas românicas ordena-se, portanto, segundo dois tipos principais, ambos concebidos na França: o plano irradiante e o plano escalonado (todos os dois com um deambulatório atrás da abside e com capelas de algum modo ligadas à parede). • N. Pevsner: “...o arquiteto dos novos tempos irá agrupar as diferentes capelas num todo único e coerente, quer criando um deambulatório ao redor da abside e acrescentando capelas radiais [plano irradiante], quer prolongando, para além dos transeptos, as naves laterais terminadas em pequenas absides paralelas, ou quase paralelas, à abside principal; a tudo isso são acrescentadas duas ou mesmo três absides ao longo da parede oriental de cada transepto [plano escalonado].” http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=romanesque+church+floor+plan&source=images&cd=&cad=rja&docid=uX_ctRJpBWhzyM&tbnid=MAdYVOMnNka8MM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.sacred-destinations.com/france/chauvigny-church-photos/slides/floor-plan-zodiac-p.htm&ei=U6lYUfCvNIiC9gTasYCICg&psig=AFQjCNH87-d2JOX_U382MiCJJntBRAhNpA&ust=1364851377412866 • Os mais antigos exemplos de plano irradiante encontram-se em Tournus e em Notre Dame de la Couture (em Le Mans), igrejas que datam dos primeiros anos do século XI; •A origem desse tipo de igreja talvez remonte à igreja de Saint Martin, de Tours, um dos mais famosos santuários da cristandade (Pevsner). Igreja de St-Pierre de Chauvigny (séc. XI) http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=St-Pierre+++Chauvigny+&source=images&cd=&cad=rja&docid=kkz19IBC0sw0NM&tbnid=Du5AzKdD6NYAtM:&ved=0CAUQjRw&url=http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Chauvigny_saint-pierre1.JPG&ei=p61YUcSCIYbe9AT7toCgBg&psig=AFQjCNH-Q22iXza4oPyoavLUfuvCJYbv-w&ust=1364852101201511 • O plano escalonado aparece pela primeira vez em Cluny, aparentemente na abadia reconstruída pelo abade Mayeul e consagrada em 981; • No plano escalonado, duas ou mais naves laterais atravessam os transeptos e terminam em pequenas absides (menores) paralelas – ou quase paralelas – à abside principal. Abadia de Cluny Planta baixa da abadia de Saint-Benoit-sur-Loire (França) Planta baixa da Catedral de Santiago de Compostela (Espanha): 1060 a 1211 Vista do deambulatório e capela na Igreja de Sacré-Coeur de Paray-Le-Monial Detalhe de capela em St. Sernin • As razões funcionais desses dois planos eram, de um lado, o desenvolvimento do culto dos santos e, de outro, o costume cada vez mais difundido entre os padres de dizer a missa diariamente; • Ou seja, tornava-se necessário um maior número de altares, e, para acomodá-los, a solução foi aumentar o número de capelas nas partes orientais das igrejas, isto é, as partes reservadas ao clero. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=romanesque+church+++chapel&source=images&cd=&cad=rja&docid=iWYeFokPLVUyKM&tbnid=gsk_NCx5AoySCM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.durhamworldheritagesite.com/architecture/romanesque/fleury-abbey-crypt&ei=rK9YUffzNJTg8wT2nYCYCw&bvm=bv.44442042,d.dmQ&psig=AFQjCNF4fl5vNfrfEW5aSUUm0gWhWvS4UQ&ust=1364853014308832 • Contudo, quase ao mesmo tempo em que os franceses começavam a propor esses novos esquemas, na Saxônia (região da Alemanha), foi encontrado um outro sistema para articular o todo de uma igreja, sistema esse adotado pelos arquitetos da Europa central durante os dois séculos seguintes. Igreja de St. Michael (Hildersheim, Alemanha) • A igreja de St. Michael em Hildesheim é considerada o melhor exemplo deste novo sistema: ela tem dois transeptos, dois coros e duas absides. “Uma disposição menos simplista e ritmicamente mais interessante vem substituir a monotonia da disposição paleocristã.” (Pevsner) “Era uma planta complexa, mas plenamente dominada pela lógica de uma razão ativa e coerente” (N. Pevsner) http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=st+michael+++hildesheim&source=images&cd=&cad=rja&docid=6jUSqIfasCPOZM&tbnid=b04kYVq1BwcXnM:&ved=0CAUQjRw&url=http://vialucispress.wordpress.com/2012/04/08/saint-michaels-church-hildesheim-jong-soung-kimm/&ei=h7FYUd7BE4TW9AS09oHADw&bvm=bv.44442042,d.dmQ&psig=AFQjCNFGKLuG2n9EHBh7YsAwyOSd4LNQ0g&ust=1364853289178769 • O edifício típico: a igreja; • Na verdade, o período é marcado pela forte religiosidade, o que transformaria a Igreja, “entidade realmente onipresente”, na organização mais rica, culta e tecnologicamente equipada de toda a Europa. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=romanesque+architecture&source=images&cd=&cad=rja&docid=WIYf6BWCacw6IM&tbnid=Yp2FlwyySFyi5M:&ved=&url=http://www.flickr.com/photos/mauroppp/240753994/&ei=djBrUZqrA4ag9QTqtoHwDQ&bvm=bv.45175338,d.eWU&psig=AFQjCNGGULjjoWmB8ovR3wExfQ_WpQUu-A&ust=1366065654523184• O desafio técnico central, em torno do qual gira todo o projeto e construção da edificação românica: a cobertura do espaço com abóbadas, ou seja, com estruturas curvas em pedra; • Lembrete: as basílicas paleocristãs não eram cobertas com abóbadas! Catedral de Aix-de-Provence (França) • Uma concepção estética favorável a construções articuladas e maciças; uma arquitetura de “peso” e “estabilidade” caracterizada por fortes efeitos de claro- escuro e luz que se projeta em direção ao solo, mas que penetra por poucas e estreitas aberturas. • A luz como “material de construção”... A arquitetura românica utilizou-se de abóbadas de diferentes tipos (berço e arestas). A Abóbada Românica Basílica de St. Madeleine (Vezeláy, França) http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=saint+madeleine+vezelay&source=images&cd=&cad=rja&docid=M5htS16AV3xWLM&tbnid=AISlxV-m6gkR7M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.paradoxplace.com/Photo%20Pages/France/Burgundy%20Champagne/Vezelay/Vezelay_2007/Capitals/Vezelay_Capitals.htm&ei=ykEdUcz1M4mI9QTU14DwAg&bvm=bv.42452523,d.eWU&psig=AFQjCNGlIWxcBjeZ6R3Pxjmy9qnoN2T3Hw&ust=1360958279277287 A Abóbada Românica Igreja de St. Martin et Chapaize (França) Abadia de Saint-Foy (França) file:///upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/cc/Vo%25C3%25BBte_en_berceau_Conques.JPG Os romanos souberam, em seu tempo, como fazer abóbadas de grandes dimensões. Porém, no ocidente, até meados do século XI, só se encontravam abóbadas nas absides e abóbadas de berço ou então de aresta nas naves laterais (as menores); Construir abóbadas de pedra sobre as naves centrais das igrejas era, portanto, a ambição dos arquitetos românicos, tanto por uma questão de segurança contra incêndios como por uma questão estética (de certa forma, um resgate da tradição romana que comprovava um maior apuro técnico dos construtores). A Abóbada Românica A Abóbada Românica Interior da igreja de Saint-Etienne (Vignory, França): românico antigo, com cobertura (telhado) aparente A Abóbada Românica Basílica de San Miniato al Monte (Florença) – início em c.1031 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=Dkv2uBT7f2aSbM&tbnid=BBqjngwV6_RBZM:&ved=0CAUQjRw&url=http://it.wikipedia.org/wiki/Basilica_di_San_Miniato_al_Monte&ei=Aio8Uq6LA4qu9ATwyoHADw&psig=AFQjCNEUYu9vPNLHXpQS-kgDWaR1uKg-xw&ust=1379760990590413 A partir do século X, a técnica para cobrir com abóbadas as naves mais amplas de igrejas maiores foi mais uma vez dominada “e – como sempre acontece quando uma inovação é a expressão plena do espírito de uma época – dominada separadamente por vários arquitetos talentosos, em vários centros de atividade de construção, mais ou menos no mesmo momento”. (N. Pevsner) A Abóbada Românica Catedral de Speier (c.1080, Alemanha) A típica abóbada românica é, portanto, a de arestas. Já conhecida dos romanos, ela é resultante da interseção, em ângulo reto, de duas abóbadas de berço; Pevsner: “as abóbadas nervuradas românicas elevam-se sobre vãos quadrados” (ou quase quadrados). A Abóbada Românica Dessa forma, libertando a parte alta da construção, verificamos o reaparecimento dos clerestórios: na prática, um plano vertical, rasgado de janelões, entre a abóbada principal e as abóbadas nas naves laterais (menores e mais baixas). A Abóbada Românica Catedral de Speier (c.1080, Alemanha) Diferente da abóbada de berço, a abóbada de arestas necessita de quatro pontos de apoio nos ângulos do seu vão; Ao utilizarmos pilares (ou colunas) de grande espessura, estes poderão resistir aos empuxos e servir de ponto de apoio a quatro ângulos de outros tantos vãos (pois a abóbada de arestas pode ser construída em todas as direções, conforme vimos). A Abóbada Românica As Nervuras Os arcos que formavam as abóbadas eram, a princípio, simples arestas vivas: o encontro de duas superfícies curvas formando os panos da abóbada; As Nervuras Mais tarde, no entanto, começou-se a dotar de ressaltos - ou “nervuras” - aqueles arcos que separavam uma abóbada de arestas da outra (ao que tudo indica, iniciado em Durham, na Inglaterra). As Nervuras Com a utilização dessas nervuras, as abóbadas de arestas passam então a se chamar “abóbadas de cruzaria” (ou também “abóbadas de nervuras”). As Nervuras Se a nervura se prolonga até o chão (ou seja, se a carga da abóbada continua pelo pilar), o próprio pilar que separa os quatro tramos toma a forma de uma cruz, com um núcleo central e quatro saliências: o pilar cruciforme, bastante frequente nas construções românicas. Pilares Cruciformes Pilares Cruciformes Este processo também pode ser ampliado. Exemplo: pode-se dotar com outras saliências os dois arcos diagonais, prolongando-as depois até o chão, ao longo dos mesmos pilares. Obtêm-se assim um pilar cruciforme que terá, para além do núcleo central, oito saliências. Esta forma de tramo, composto por uma abóbada de cruzaria apoiada em pilares cruciformes, é a mais típica expressão da arquitetura românica! O Tramo O uso desses tramos, por sua vez, tinha duas funções básicas: uma estrutural e outra estética. Ou seja, a estrutura definia o próprio caráter estético do estilo românico. Do ponto de vista estrutural, compreendeu-se logo que pelas nervuras passavam as maiores cargas de toda a estrutura. Ou seja, o resto da abóbada de cruzaria servia muito mais para cobrir o espaço do que efetivamente para sustentar o peso da cobertura. O Tramo: Estrutura http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=groin+vault&source=images&cd=&cad=rja&docid=8Iuct9U_J8SfxM&tbnid=CUyp7oa-EdY2yM:&ved=0CAUQjRw&url=http://quizlet.com/2538676/artf100-test2-worksheet-flash-cards/&ei=4rdYUaDWG4KW8gSD04DIBw&bvm=bv.44442042,d.dmQ&psig=AFQjCNFLNVcy2y1hFOWUuiDME4sYSMwTlg&ust=1364854996734998 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=groin+vault&source=images&cd=&cad=rja&docid=4gvnvRIWJc4zbM&tbnid=Yj0IEX0X0lTEbM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.buffaloah.com/a/DCTNRY/v/vault.html&ei=OLhYUa3YCoeE8ATthIGYBg&bvm=bv.44442042,d.dmQ&psig=AFQjCNFLNVcy2y1hFOWUuiDME4sYSMwTlg&ust=1364854996734998 Foi assim que acabou-se por perceber que as zonas entre cada nervura (os “panos da abóbada”) nada mais eram do que algo para enchimento, qualquer coisa que pudesse ser sustentada pelas nervuras. O Tramo: Estrutura http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=groin+vault&source=images&cd=&cad=rja&docid=U9nWdqh7t8ebEM&tbnid=3VOficqHW5rSxM:&ved=0CAUQjRw&url=http://etc.usf.edu/clipart/58200/58290/58290_rib_vault.htm&ei=h7hYUdGyKIq88wTGs4CQBA&bvm=bv.44442042,d.dmQ&psig=AFQjCNFLNVcy2y1hFOWUuiDME4sYSMwTlg&ust=1364854996734998 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=groin+vault&source=images&cd=&cad=rja&docid=wksfDSdbw-o49M&tbnid=NqL5Tmx8qrAIIM:&ved=0CAUQjRw&url=http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Groin_Vault.jpg&ei=-LhYUaaXM5Pw8ATUpYEw&bvm=bv.44442042,d.dmQ&psig=AFQjCNFLNVcy2y1hFOWUuiDME4sYSMwTlg&ust=1364854996734998 Era o nascer da concepção da arquitetura como esqueleto de sustentação, preenchido por camadas de pedra menos espessas e que iria tornar-se típica da arquitetura gótica (que da românica foi, ao mesmo tempo, “a superação e a continuação”). O Tramo: Estrutura http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=groin+vault&source=images&cd=&cad=rja&docid=TBYoSrTgCtbbaM&tbnid=gk2zC0tT-IaDkM:&ved=0CAUQjRw&url=http://wps.prenhall.com/wps/media/objects/3832/3924989/getstart/archi.html&ei=sblYUfm_Lozy9gSN3oCQCQ&bvm=bv.44442042,d.dmQ&psig=AFQjCNFLNVcy2y1hFOWUuiDME4sYSMwTlg&ust=1364854996734998 Todavia, a descrição do tramo não acaba aqui: outros elementos derivaram de sua adoção. A abóbada de cruzaria (derivada da de arestas), conforme visto antes, sendo apoiada em quatro pilares não é, por si só, uma forma estável; O Tramo: Estrutura Dado ser construída por duas abóbadas de berço, tendea “abrir-se” (em razão do empuxo), ou seja, a empurrar os pilares (mesmo os mais robustos) para fora, o que acabaria por derrubá- los. A maneira mais simples de resolver este inconveniente é, mais uma vez, encostar um tramo a outro tramo igual. Deste modo, teremos, sobre pilares comuns a dois O Tramo: Estrutura tramos, dois impulsos iguais e contrários, que alternadamente se anularão, garantindo o equilíbrio da estrutura. Mas também esta nova abóbada de cruzaria deverá, por sua vez, apoiar-se em “alguma” coisa em suas extremidades... http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=groin+vault&source=images&cd=&cad=rja&docid=3PLJa3YccG0S6M&tbnid=_qaYMFjeZQhaQM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.sacred-destinations.com/france/tournus-church-photos/slides/xti_4454.htm&ei=pbpYUZGHFpGm8gTqg4GgDg&bvm=bv.44442042,d.dmQ&psig=AFQjCNFLNVcy2y1hFOWUuiDME4sYSMwTlg&ust=1364854996734998 O Tramo: Estrutura A igreja, em resumo, poderá ser constituída por uma série de tramos (quadrados e dispostos de maneira a formarem uma cruz latina na planta), sob a condição, no entanto, de resolver três pontos “fracos” que os tramos criam: a fachada principal, a fachada posterior (a abside) e os lados do edifício. A solução mais simples é a da fachada posterior, onde geralmente a igreja é rematada com uma ou mais capelas semicirculares (as capelas radiantes) cobertas de abóbadas esféricas: as absidíolas. Este arremate, por sua estrutura arqueada, opõe-se à pressão (empuxo) para o exterior, exercida pela série de abóbadas. O Tramo: Estrutura Já a fachada principal é um problema mais complicado. Habitualmente, ela é uma parede lisa, na qual se rasgam portas e janelas. Assim, seria provável que, sob a pressão da estrutura interna e sem alguma forma de opor resistência aos empuxos, as abóbadas (e as próprias paredes da fachada) se projetassem para fora; As soluções para este problema podem ser múltiplas e os arquitetos românicos experimentaram-nas todas. O Tramo: Estrutura A mais simples de todas foi engrossar fortemente as paredes, de tal modo que a sua espessura garantisse qualquer inconveniente. O Tramo: Estrutura http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=ruins+of+romanesque+church&source=images&cd=&cad=rja&docid=5VJIaaRPOKMw1M&tbnid=NyYwbYVYeuv5-M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.roamhungary.com/photos/romanesque_churches/zsambek--the_church_ruins_from_north/&ei=ur5YUbToJ4a08QTgk4HwBA&bvm=bv.44442042,d.dmQ&psig=AFQjCNEWRJGGowQYW7cy1iq7tr2JhM4fVQ&ust=1364856858646759 Muito mais engenhosa e bastante mais disseminada, foi a solução dos contrafortes; Quando o tramo principal, ou os tramos finais de uma igreja se apóiam sobre a fachada, não exercem a mesma pressão sobre toda a parede; ou seja, só precisam de apoio extra aqueles pontos que correspondem aos pilares dos tramos que encostam nessa fachada. O Tramo: Estrutura Igreja de St. Etienne (Caen, França) http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=DsvjPy0lmEJZkM&tbnid=N6OvCtSN_VawcM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.cavetocanvas.com/post/3566257578/church-of-st-etienne-caen-france-c&ei=QjE8UrXBLIrq8wS6xIGQCA&bvm=bv.52434380,d.eWU&psig=AFQjCNEzh62213DWWqZvENVlTeRaf_6K3w&ust=1379762842129165 Deste modo, para eliminar qualquer risco, bastará reforçar de forma adequada esses pontos. Isto faz-se apoiando à parede da fachada grandes pilares exteriores, os quais, devido à sua espessura, não possam ser derrubados pela pressão (empuxo) exercida sobre eles pelo tramo da primeira abóbada de cruzaria. O Tramo: Estrutura Fachada de igreja em Zsambeck (Hungria) Esta estrutura chama-se, precisamente por isso, contraforte, e é um dos elementos mais visíveis e característicos das construções românicas (ou pelo menos de muitas delas). O Tramo: Estrutura Finalmente, existem - e são utilizadas em algumas edificações - soluções muito mais complexas; O Tramo: Estrutura É claro que, por exemplo, se acrescentarmos à fachada duas torres, ou um pórtico, ou uma nova abside, ou então uma série de capelas radiantes, criar-se-á um conjunto que automaticamente resolve o problema da pressão exercida sobre aquele lado. Igreja de St. Andreas (Colônia) O Tramo: Estrutura Catedral de Trier (Alemanha) Liebfrauenkirche (Koblenz) O Tramo: Estrutura Abadia de Maria Laach (Alemanha) Resta, por último, a questão dos flancos (laterais). Também aqui há diversas maneiras de resolver o mesmo problema. Se a igreja tiver um único vão, isto é, se os seus tramos se apoiarem diretamente nas paredes, pode ser adotado o mesmo expediente que se empregou na fachada: engrossar as paredes, ou acrescentar-lhes contrafortes, em correspondência com os pontos de encontro dos vértices das cruzarias. O Tramo: Estrutura Igreja de St. Nicholas (Dorset) O Tramo: Estrutura Mas a igreja de nave única é uma exceção na arquitetura românica. A forma típica de igreja, nesta época, é a de três naves (ou, mais raramente, a de cinco): uma central, com tramos maiores, e uma menor (ou duas) de cada lado, cobertas também com abóbodas. O Tramo: Estrutura Perspectiva (simplificada) da estrutura de uma basílica românica O Tramo: Estrutura Vista das “pequenas” abóbadas de aresta da nave lateral de uma igreja românica Evidentemente, a pressão das abóbadas laterais na direção do interior tenderá a contrabalançar a das abóbadas centrais na direção do exterior. Dado que as duas abóbadas não são iguais (em geral, as das naves laterais são bem menores do que as abóbadas da nave principal), ainda existirá um empuxo (residual) atuando na estrutura. O Tramo: Estrutura Esta carga, porém, poderá ser absorvida por uma nova nave lateral (geralmente menor), ou então por um espessamento da parede, ou ainda por uma série de contrafortes engastados nas paredes laterais. O Tramo: Estrutura Basílica de Saint-Remi (França) A Alternância dos Pilares Uma das características frequentes dos templos românicos é justamente a alternância dos pilares internos, isto é, a sucessão de pilares maiores e menores, ou de pilares e colunas, mesmo quando não justificadas por razões construtivas (e até mesmo quando não existem abóbadas a suportar). Basílica de San Ambrogio (Milão, Itália) Exemplo da Basílica de Santo Ambrósio (Milão): a solução adotada foi a de ladear a nave principal - coberta por grandes abóbodas de arestas - por duas naves menores, uma de cada lado, também elas cobertas com abóbadas de cruzaria, porém menores e mais baixas, de forma a que entre um pilar cruciforme e outro haja dois tramos menores para cada tramo maior. A Alternância dos Pilares Portanto, como a cada tramo principal correspondem dois tramos secundários, entre os pilares principais tem, forçosamente, de ser inserido um segundo pilar; Este segundo pilar, por sua vez, destinado a suportar apenas pequenas abóbadas de cruzaria, é obviamente menor que os principais (que devem suportar o peso das grandes abóbadas de aresta). A Alternância dos Pilares Isto faz com que, para o observador que se encontre no interior, a nave apareça ritmada por um pilar grande e um pilar pequeno, alternados: é a este ritmo que os manuais de arquitetura designam por: A a A a A. A Alternância dos Pilares A Alternância dos Pilares Basílica de San Ambrogio (Milão, Itália) http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=basilica+de+sant'ambrogio&source=images&cd=&cad=rja&docid=NdWtRYt3H5wNeM&tbnid=XKeMO91_oiGuwM:&ved=&url=http://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotos-g187849-d591187-w3-Basilica_di_S_Ambrogio-Milan_Lombardy.html&ei=JY9pUe_xK4XI0wHi6YHQDw&bvm=bv.45175338,d.dmQ&psig=AFQjCNFCDw9ym8i43VlTLpY7Z57nGMKSyw&ust=1365958822016459 A Alternância dos Pilares Interior da Igreja de St. Michael, em Hildersheim, com a modulação de pilares do tipo a-b-b-a-b-b-a(onde “a” é um pilar quadrado e “b” uma coluna). A Alternância dos Pilares Igreja de São Servatius (Quedlinburg, Alemanha) – séc.X As Criptas Outro elemento muito difundido na arquitetura românica, encontrado em várias regiões, é a cripta, ou seja, uma pequena capela, geralmente coberta por uma abóbada de cruzaria, no todo ou em parte subterrânea e colocada sob o altar-mor do templo, cujas funções eram sobretudo a guarda dos tesouros e relíquias, sepultamentos e também a celebração de missas. San Gregorio Maggiore (Spoleto, Itália) As Criptas Cripta da Catedral de Dijon (França) – séc. XI Ornamentos O elemento decorativo principal - e um dos componentes mais importantes da arquitetura românica – é justamente o arco; Na quase totalidade dos casos, o arco é semicircular, ou seja, de volta perfeita (o mesmo usado pelos romanos). Muitas vezes, o arco é ainda acompanhado por uma moldura mais ou menos elaborada que lhe realça o perfil; Quase com a mesma freqüência, tal moldura (ou seu intradorso), é decorada com uma alternância de pedras claras e escuras, ou então de pedra e tijolo: surge uma bicromia, isto é, um jogo de claro- escuro – um dos mais freqüentes e “pitorescos” elementos decorativos da arte românica. Ornamentos Ornamentos Basílica de San Ambrogio (Milão) Ornamentos Basílica de St. Madeleine de Vezeláy (França) Ornamentos Basílica de San Zeno (Verona, Itália) – séc. XII Outro elemento - a meio caminho entre o funcional e o decorativo - é a rosácea: uma grande abertura circular, perfurada e preenchida de vitrais, que surge como principal ornamento da fachada (e por vezes, embora com menor frequência, também das naves laterais da igreja) e que tem a mesma função de uma ampla janela. Ornamentos Igreja de San Ponciano (Itália) Ornamentos Basílica de San Zeno Maggiore (Verona, Itália) Ornamentos Catedral (Duomo) de Volterra A rosácea era, na maior parte dos casos, a maior fonte de iluminação do edifício, ou pelo menos de sua nave central. Igreja de S. Pedro (Ávila) http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=romanesque+church&source=images&cd=&cad=rja&docid=F5P4SIWxb_AEmM&tbnid=8Vkz5SdAT_mrBM:&ved=&url=http://www.fotoviajero.com/en/places/castilla-y-leon/romanesque-church-of-san-pedro-avila_783&ei=aZhpUbPdKsrZ0wHjkYHIBw&bvm=bv.45175338,d.dmQ&psig=AFQjCNEVh-k60AprIZCyqoK2fXjN4KsEsw&ust=1365961194132737 E isso porque estava em voga, na época do românico, um tipo particular de janela, que correspondia simultaneamente às exigências da segurança e da estética, enquanto garantia uma determinada iluminação, difusa e discreta, com uma abertura mínima: a janela de voamento. Ornamentos A janela de voamento é, na verdade, uma fresta estreita, rasgada a meio de uma parede, que se vai alargando progressivamente para o interior (voamento simples), ou então tanto para o interior quanto para o exterior (voamento duplo). Ornamentos A partir do século XII, desenvolveu-se um importante elemento decorativo que o românico e o gótico compartilham: o portal com figuras decorativas; Na França, os primeiros exemplos podem ser encontrados por volta de 1130-1135, em Autun e Vezeláy. Ornamentos Tímpano da Catedral de Autun (França) Ornamentos Tímpano da Basílica de St. Madeleine de Vezeláy (França) Abaixo dos tímpanos, entre as portas, surge um outro elemento típico: o mainel (ou “parte-luz”), um pilar esculpido que divide ao meio o vão do portal; Esse elemento, “verdadeiro ponto de encontro entre a escultura e a arquitetura”, empregou-se com maior frequência na França. Ornamentos Ornamentos Basílica de St. Madeleine de Vezeláy (França) Catedral de Sta. Maria de Tarragona (Espanha) Os capitéis das colunas tanto eram decorados com relevos diversos (motivos geométricos, florais etc.), como podiam ser também do tipo historiado (ou seja, um “capitel historiado”), que procurava mostrar, em cada uma das faces, uma história sequencial; O medo dos “poderes demoníacos” e do fim do mundo era tão real quanto a religiosidade nesta época, por isso outros temas também eram explorados nestes capitéis: lendas pagãs, cenas do imaginário popular com figuras de animais ou figuras míticas etc. Ornamentos Ornamentos Abadia de San Juan de la Peña (Espanha) Ornamentos Abadia de Maria Laach (Alemanha) Ornamentos Basílica de Santa Giulia (Itália) Ornamentos Catedral de Autun (França) O exterior acrescenta a esses elementos decorativos uma nova série, os quais, mais uma vez, fazem uso do arco; Exemplo: as arcarias cegas, clássica solução decorativa do românico lombardo, que consistem numa faixa de pequenos arcos, muito usada como cornija decorativa (a chamada banda lombarda), sob o telhado ou como moldura a separar partes da construção. Ornamentos Ornamentos Catedral de Bitonto (Puglia, Itália) – c.1150-1200 “A estes pormenores de ordem eminentemente decorativa, somam-se as diversas concepções de que o organismo da igreja se revestiu nas várias regiões em que o românico se desenvolveu”; (Pevsner) Este é, na realidade, um estilo variadíssimo, que ligou, num espírito de unidade, uma infinita série de diferenças, de escolas e de manifestações locais mais ou menos importantes. Ornamentos Subestilos regionais: a França “Talvez não devêssemos falar da França enquanto nação nos séculos XI e XII. O país ainda estava dividido em territórios separados que guerreavam entre si e, com isso, não havia uma escola de arquitetura única como já existia na Inglaterra, graças aos reis normandos. Na França, as mais importantes escolas são as da Normandia, de Borgonha, de Provence, de Auvergne e de Poitou”. (Pevsner) Subestilos regionais: a França “Os hábitos relativamente fixos dessas regiões eram cortados por uma forte corrente, vinda do norte e do oeste da França, descendo em direção ao noroeste da Espanha: era a corrente das principais rotas de peregrinação”; Na Idade Média, com efeito, as peregrinações eram o principal meio de comunicação cultural e a sua influência no planejamento das igrejas é evidente; A meta era Santiago de Compostela, santuário tão célebre quanto Jerusalém e Roma. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=medieval+pilgrimage&source=images&cd=&cad=rja&docid=TO-I0zF4MRrFXM&tbnid=p8_SIDU2NQ901M:&ved=&url=http://www.internationalschooltoulouse.net/vs/pilgrims/motive.htm&ei=-aFpUfGkMJS_0QHT8IDIDA&bvm=bv.45175338,d.dmQ&psig=AFQjCNHcPc6imRph2uIiFv_6rV3AZ-65Nw&ust=1365963642199682 Subestilos regionais: a França A partir da Normandia, de onde depois foi levado para a Inglaterra, encontramos o costume de decorar a parte interna de algumas igrejas com desenhos geométricos. Notre-Dame-La-Grande (Poitiers, França) Surge ainda uma outra inovação normanda: a abóbada de cruzaria aparece agora sexpartida (ou seja, dividida em seis seções ao invés das usuais quatro), apresentando nervuras transversais às duas diagonais. Subestilos regionais: a França Igreja de St. Etienne (França) Essa “nova” nervura, que se prolonga até o chão, como as outras, converge sobre o pilar intermediário (o menor) e acaba transformando-o em um novo pilar cruciforme (ou seja, fazendo dele um pilar como os demais), dando um ritmo mais “dinâmico” à nave (que apresenta, deste modo, uma sucessão (ritmo) do tipo AAA). Subestilos regionais: a França Igreja Trinité (Caen) Essa mudança será fundamental na concepção das igrejas góticas! Retornará, portanto, aquele ritmo “veloz” do interior das basílicas paleocristãs que procurava dirigir o olhar dos fiéis em direção ao altar com maior rapidez. Subestilos regionais: a França Igreja Trinité (Caen) Subestilos regionais: a Alemanha No que diz respeito à complexidade dos traçados, é à Alemanha que cabe a primazia; Era frequente que as suas igrejas não só tivessem uma extremidade, como também cada braço do transepto mais ou menos complexos. Igreja de São Miguel (Michaeliskirche) em Hildersheim (Alemanha) Subestilos regionais: a Alemanha Planta baixa da Igreja de São Miguel em Hildersheim (Alemanha) Subestilos regionais: a Alemanha Planta baixa da Igreja de St. Andreas Grundriss (Alemanha) Subestilos regionais: a Alemanha Igreja de Santa Maria do Capitólio (Colônia) Subestilos regionais: a Alemanha Um outro elemento, ainda mais importante para o futuro da arquitetura européia, foi a fachada com duas torres; Aparece (segundo Pevsner) pela primeira vez na catedral de Estrasburgo, na forma que tinha em 1015 (mas que depois foi alterada); Esse tema, contudo, foi imediatamente assimilado pela “mais ativa” das províncias francesas, a Normandia, de onde depois (mais uma vez) passou à Inglaterra. Subestilos regionais: a Alemanha Catedral de Munster Catedral de Worms Subestilos regionais: a Alemanha Além disso, é típica do românico alemão uma grande “inflorescência de torres”, que surgiram com diferentes formas e dimensões, quer na fachada do edifício, quer na cabeceira, quer até mesmo no cruzeiro. Abadia de Maria Laach (Alemanha) Subestilos regionais: a Itália Ao contrário da Alemanha, que reúne numa única edificação todos os elementos do culto cristão, a Itália tende a separá- los. Ou seja, o típico traçado românico de um conjunto italiano é uma série de construções independentes: a igreja, o batistério e o campanário. Duomo de San Rufino (Itália) Subestilos regionais: a Itália Catedral de Parma, com seu campanário e batistério – séc. XII Subestilos regionais: a Itália Igreja de San GIovanni, com seu campanário e batistério – c.1008 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=nS3L_XMfb8VLCM&tbnid=0DjPjBvlOXs8KM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.marcostucchi.com/articoli/VigoloMarchese/index.html&ei=6DU8UojkFYXQ8wTMyoCYDA&bvm=bv.52434380,d.eWU&psig=AFQjCNGs2cw8o3JQ_2v_1zwnTRMfciWr4A&ust=1379764026763289 Subestilos regionais: a Itália Catedral de Cremona (c.1107), com seu campanário e batistério http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=NBAOW7uFXkXeiM&tbnid=ojwttWIe1107yM:&ved=0CAUQjRw&url=http://scottbrownscerebralcaffeine.wordpress.com/2013/04/&ei=Nzc8UpmeCov88QSvy4Fg&bvm=bv.52434380,d.eWU&psig=AFQjCNHvPMxQQflTcZ6Q_-FGX6UgUXhmmw&ust=1379764377668772 Subestilos regionais: a Itália O batistério, de planta central (octogonal, circular etc.), está quase sempre ao lado - ou mesmo à frente - do templo. Batistério de Pisa Batistério da Catedral de Parma Subestilos regionais: a Itália O campanário (campanile), ou torre sineira, é geralmente construído ao lado da fachada principal da igreja. Campanário (torre sineira) da Catedral de Santa Maria (Anagni, Itália) Subestilos regionais: a Itália Catedral de Pisa, com seu batistério e a famosa torre inclinada (campanário) Subestilos regionais: a Itália Quanto às igrejas, prevalecem as formas simples – fachadas de empena triangular, com telhado de duas águas, com as duas naves laterais muito mais baixas que a central – e, sobretudo, diferenças decorativas, mais do que estruturais, conforme as várias regiões. Catedral de TroiaAbadia de Sant’Antimo Subestilos regionais: a Itália Exemplos: nas regiões ao norte da Itália, observa-se filas e mais filas de arcadas sobrepostas nas fachadas. Detalhe da fachada da Catedral de Troia (Puglia, Itália) Catedral de Lucca Catedral de Pisa Subestilos regionais: a Inglaterra Menos rica em variações (mas não menos rica de exemplos interessantes), foi a Inglaterra; “Esta, se adotou muitas soluções de origem francesa (através dos normandos), não se limitou a repeti-las, antes dando delas uma versão original, quer pela habilidade construtiva, quer pela imponência dos edifícios”; Catedral de Durham “Não se pode discutir o estilo românico sem levar em consideração as catedrais e abadias normandas na Inglaterra.” (Pevsner) http://www.sacred-destinations.com/england/durham-cathedral-photos/slides/view2-cc-nick-thompson Subestilos regionais: a Inglaterra Na Inglaterra, a catedral de Durham é o monumento principal. Foi iniciado em 1093 e recebeu as abóbadas da parte leste em 1104 e da nave principal em 1130. Vista aérea da catedral de Durham Subestilos regionais: a Inglaterra A nave parece mais alta do que na realidade é, uma vez que, em vez de ser coberta por um teto plano, como era o costume na Inglaterra naquela época, foi coberta por uma abóbada ogival. Interior da catedral de Durham (coro) Subestilos regionais: a Inglaterra “Em Durham, as abóbadas do coro (...) são provavelmente as mais antigas abóbadas ogivais da Europa, o que justifica o lugar de destaque ocupado por essa construção na história da edificação.” (Pevsner) Subestilos regionais: a Inglaterra Segundo alguns historiadores, teria sido também em Durham, que se construíram as primeiras abóbadas de nervuras (cruzaria); Em Durham, a abóbada de nervura “confere à toda a estrutura da igreja uma vivacidade que se opõe ao peso das paredes inertes que oprime tanto os interiores do século XI.” (Pevsner) Subestilos regionais: a Inglaterra A mesma “vivacidade” (ainda que relativa) foi dada pelos desenhos geométricos que ornam algumas colunas, especialmente as linhas em zigue-zague. O interior da catedral de Durham (Inglaterra) Subestilos regionais: a Inglaterra No entanto, apesar de todos estes elementos ornamentais que alteram o ritmo normal do interior do edifício, a arquitetura, em Durham, “está longe de ser alegre ou dinâmica”. O interior da catedral de Durham (Inglaterra) Arquitetura Secular Ao falarmos da arquitetura românica, não nos referimos até agora aos edifícios laicos, os quais, embora em número reduzido em relação aos eclesiásticos, existem de fato. Sobretudo, castelos e alguns palácios. Clifford Tower (c.1245) http://www.sacred-destinations.com/england/york-cliffords-tower-photos/slides/DSC_0008pl Arquitetura Secular Castelo de Sta. Maria da Feira (Portugal) – final do séc. X ou início do séc. XI Arquitetura Secular Castelo Loarre (Espanha) – século XI Arquitetura Secular Castelo em Ulrichsburg (século XII) Arquitetura Secular A omissão deve-se, em parte, ao fato de a estes edifícios não se aplicar com muita propriedade a definição de românico, tendo em vista, sobretudo, o cunho dado à arquitetura religiosa. file:///upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a4/Saint-Guilhem-le-D%25C3%25A9sert20_adjusted.JPG Arquitetura Secular Além disso, aqueles edifícios que podemos considerar “tipicamente românicos” são, na verdade, muito parecidos aos edifícios religiosos (com as devidas adaptações, é lógico). Residência em Treis-Karden (Alemanha) – c. 1167/68 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=bDf5jgO3DqmZpM&tbnid=2z6mRaXYawGyoM:&ved=0CAUQjRw&url=http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Treis-Karden,_Haus_Korbisch,_2012-08_CN-02.jpg&ei=_Ds8UvbCKoGS9QSz_YCYDQ&bvm=bv.52434380,d.eWU&psig=AFQjCNHClMa9us9B7p94depkZA-qmVrsZw&ust=1379765606639065 Arquitetura Secular White Tower (Londres) – século XI Arquitetura Secular Castelo de Colchester (Inglaterra) – século XI Referências: CONTI, Flavio. Como reconhecer a arte Românica. Lisboa: Edições 70, 1984. JORDAN, Robert Furneaux. História da Arquitetura no Ocidente. São Paulo: Editorial Verbo, 1985. PEVSNER, Nikolaus. Panorama da Arquitetura Ocidental. São Paulo: Martins Fontes, 2002. ROMANESQUE Architecture. Disponível em: <http://www.sacred- destinations.com/reference/romanesque-architecture>. Acesso em: 26 fev. 2013. TOMAN, Rolf. Romanesque: Architecture,Sculpture, Painting. Potsdam: H. F. Ullmann, 2010.