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Português
 TIPOS DE TEXTO
Os tipos de textos, também chamados de tipos textuais, são as diferentes formas que um texto pode apresentar, visando responder a diferentes intenções comunicativas.
Os aspectos constitutivos de um texto divergem mediante a finalidade do texto: contar, descrever, argumentar, informar...
Diferentes tipos de texto apresentam diferentes características: estrutura, construções
frásicas, linguagem, vocabulário, tempos verbais, relações lógicas, modo de interação com o leitor...
Podemos distinguir os seguintes tipos textuais:
 Texto narrativo;
 Texto descritivo;
 Texto dissertativo (expositivo e argumentativo);
 Texto explicativo (injuntivo e prescritivo).
É de salientar que um único texto pode apresentar passagens de várias tipologias textuais.
Texto narrativo
A principal finalidade de um texto narrativo é contar uma história através de uma sequência de ações reais ou imaginárias. A narração da história é construída à volta de elementos narrativos, como o espaço, tempo, personagem, enredo e narrador.
Exemplos de texto narrativo:
 romances:
 contos;
 fábulas;
 depoimentos;
 relatos
7
Texto descritivo
A principal finalidade de um texto descritivo é apresentar a descrição pormenorizada de algo ou alguém, levando o leitor a criar uma imagem mental do objeto ou ser descrito. A descrição pode ser mais objetiva ou mais subjetiva, focando apenas aspectos mais importantes ou também detalhes específicos.
Os textos descritivos não são, habitualmente, textos autônomos. O que acontece mais frequentemente é a existência de passagens descritivas inseridas em textos narrativos, havendo uma pausa na narração para a descrição de um objeto, pessoa ou lugar.
Exemplos de texto descritivo:
 folhetos turísticos;
 cardápios de restaurantes;
 classificados;
Texto dissertativo (expositivo e argumentativo).
A principal finalidade de um texto dissertativo é informar e esclarecer o leitor através da
exposição rigorosa e clara de um determinado assunto ou tema. Texto dissertativo expositivo visa apenas expor um ponto de vista, não havendo a necessidade de convencer o leitor.
Já o texto dissertativo argumentativo visa persuadir e convencer o leitor a concordar com a
tese defendida.
Exemplos de texto dissertativo-expositivo:
 enciclopédias;
 resumos escolares;
 jornais;
 verbetes de dicionário;
Exemplos de texto dissertativo argumentativo:
 artigos de opinião;
 abaixo-assinados;
 manifestos;
 sermões;
Texto explicativo (injuntivo e prescritivo)
A principal finalidade de um texto explicativo é instruir o leitor acerca de um procedimento.
Fornece uma informação que condiciona a conduta do leitor, incitando-o a agir.
Os textos explicativos podem ser injuntivos ou prescritivos. Os textos explicativos injuntivos possibilitam alguma liberdade de atuação ao leitor, enquanto os textos explicativos prescritivos exigem que o leitor proceda de uma determinada forma.
Exemplos de texto explicativo injuntivo:
 receitas culinárias;
 manuais de instruções;
 bula de remédio;
Exemplos de texto explicativo prescritivo:
 leis;
 cláusulas contratuais;
 edital de concursos públicos;
9
 SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS
A semântica é a parte da linguística que estuda o significado das palavras, a parte
significativa do discurso. Cada palavra tem seu significado específico, porém podemos
estabelecer relações entre os significados das palavras, assemelhando-as umas às outras ou diferenciando-as segundo seus significados.
SINONÍMIA: Sinonímia é a divisão na Semântica que estuda as palavras sinônimas, ou
aquelas que possuem significado ou sentido semelhante.
Algumas palavras mantêm relação de significado entre si e representam praticamente a
mesma ideia. Estas palavras são chamadas de sinônimos.
Ex: certo, correto, verdadeiro, exato.
Sendo assim, SINÔNIMOS são palavras que possuem significados semelhantes.
A contribuição greco-latina é responsável pela existência de numerosos pares de sinônimos:
 adversário e antagonista;
 translúcido e diáfano;
 semicírculo e hemiciclo;
 contraveneno e antídoto;
 moral e ética;
 colóquio e diálogo;
 transformação e metamorfose;
 oposição e antítese.
10
ANTONÍMIA: É a relação entre palavras de significado oposto.
Outras palavras, ainda, possuem significados completamente divergentes, de forma que um
se opõe ao outro, ou nega-lhe o significado. Estas palavras são chamadas de antônimos.
 direita e esquerda;
 preto e branco;
 alto e baixo;
 gordo e magro.
Desta forma, ANTÔNIMOS são palavras que opõem-se no seu significado.
Observação: A antonímia pode originar-se também de um prefixo de sentido oposto ou negativo:
 bendizer e maldizer;
 simpático e antipático;
 progredir e regredir;
 concórdia e discórdia;
 ativo e inativo;
 esperar e desesperar;
 simétrico e assimétrico.
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 FLEXÃO DE GÊNERO
Na língua portuguesa há dois gêneros: o masculino, antecedido pelo artigo o; e o feminino, antecedido pelo artigo a.
Exs.:
o sabão – o carro – o colchão – o sol – o macarrão
a espuma – a mesa – a colcha – a nuvem – a salada
Os substantivos podem ser biformes e uniformes.
a) substantivos biformes – são aqueles que possuem duas formas para indicar o gênero.
Abaixo, mostramos algumas formações do feminino nos substantivos biformes.
Grande parte dos substantivos terminados em -o (forma masculina), mudam para -a (forma feminina).
Exs.:
 menino – menina
 boneco – boneca
 gato – gata
Os substantivos terminados em -ão (forma masculina) podem passar para -ã, -oa ou ainda para -ona na forma feminina.
Exs.:
 capitão – capitã
 leão – leoa
 valentão valentona
12
Na maioria dos substantivos terminados em -or (forma masculina) acrescentamos -a na sua forma feminina.
Exs.:
 cantor – cantora
 animador – animadora
 vendedor vendedora
Porém, alguns substantivos terminados em -or (forma masculina) substituem o sufixo -or por -eira em sua forma feminina.
Exs.:
 lavador – lavadeira
 arrumador arrumadeira
Alguns substantivos terminados em -e (forma masculina) mudam a terminação para -a (forma feminina).
Exs.:
 governante – governanta
 mestre – mestra
 monge – monja
Nos substantivos terminados em -ês, l e z (forma masculina) acrescentamos -a no feminino.
Exs.:
 camponês – camponesa
 bacharel bacharela
 juiz – juíza
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Alguns substantivos que indicam ocupação ou título formam o feminino com os sufixos - esa, -essa e -isa.
Exs.:
 barão – baronesa
 conde – condessa
 sacerdote sacerdotisa
Além das formações apresentadas acima para os substantivos biformes, também temos outras formações que não se encaixam em nenhum desses grupos, são as chamadas formações irregulares, como podemos ver abaixo.
 Ateu – ateia
 ator – atriz
 avô – avó
 czar – czarina
 dom – dona
 embaixador – embaixatriz
 europeu – europeia
 frade – freira
 galo – galinha
 guri – guria
 herói – heroína
 imperador – imperatriz
 judeu – judia
 mandarim – mandarina
 perdigão – perdiz
 peru – perua
 pigmeu – pigmeia
 rapaz – rapariga
 rei – rainha
 réu – ré
 sultão – sultana
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Na categoria dos substantivos biformes, também temos aqueles que possuem palavras
diferentes para o masculino e feminino.
 Bode – cabra
 boi – vaca
 carneiro – ovelha
 cavaleiro – amazona
 cavalheiro – dama
 cavalo – égua
 genro – nora
 homem – mulher
 pai – mãe
 zangão – abelha
b) Substantivos uniformes: são aqueles que possuem apenas uma forma para os dois gêneros. Eles podem ser comuns-de-dois, epicenos e sobrecomuns.
Comuns-de-dois: São aqueles que diferenciam o gênero através da anteposição do artigo o (masculino) e do artigo a (feminino).
Exs.:
 o capitalista – a capitalista
 o estudante – a estudante
 o cliente – a cliente
Epicenos: são os nomes de animais e plantas que diferenciam os gêneros acrescentando as
palavras macho e fêmea.
Exs.:
 cobra macho – cobra fêmea
 peixe macho – peixe fêmea
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Sobrecomuns: são aqueles que possuem apenas uma forma, tanto para o masculino quanto
para o feminino.
Exs.:
 a criança
 o indivíduo
 a testemunha
Observações:
1) Os nomes de rios, ventos, montes, pontos cardeais e meses são masculinos porque essas palavras estão subentendidas.Exs:
 o (rio) Nilo
 o (vento) Aragano
 o leste
 o (oceano) Atlântico
 o (mês) maio
2) Há ainda os substantivos que quando estão no masculino possuem um significado e
quando estão no feminino o significado é alterado.
Exs.:
 o cabeça (o chefe) – a cabeça (parte do corpo)
 o capital (dinheiro, bens) – a capital (cidade principal)
 o rádio (aparelho) – a rádio (estação)
3) Abaixo, apresentamos uma lista de substantivos que podem oferecer dúvidas em relação
ao seu gênero:
Masculinos: Os nomes das letras do alfabeto, dó, formicida, lança-perfume, pijama, saca-rolhas, sanduíche, sósia, telefonema.
Femininos: aguardente, alface, análise, cal, cólera, dinamite, fênix, fruta-pão.
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 FLEXÃO DE ADJETIVOS
Ao conhecermos sobre os conteúdos gramaticais de uma forma geral, um aspecto
extremamente relevante é entendermos sobre o sentido denotativo no que se refere ao conceito de um determinado termo.
Para tal, iniciaremos o referente assunto enfatizando sobre a maneira como se dá a flexão:
Assim como os substantivos, os adjetivos são mutáveis quanto ao gênero, número e grau, sendo que tais termos nos remetem à ideia de singular/plural, masculino/feminino, aumentativo/diminutivo.
Quanto ao gênero, subdividem-se em:
Uniformes – Possuem apenas uma forma, sendo aplicada tanto a substantivos masculinos,
quanto a femininos:
Exemplos:
 garoto feliz – garota feliz
 mulher triste – homem triste
 momento anterior – hora anterior
Biformes – Possuem duas formas distintas de aplicabilidade, uma para o masculino e outra
para o feminino:
Exemplos:
 professor dinâmico – professora dinâmica
 alunos inquietos – alunas inquietas
 gato furioso – gata furiosa
Quanto ao número:
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Os adjetivos simples geralmente concordam com o substantivo a que eles se referem:
Exemplos:
 criança amável – crianças amáveis
 jovem trabalhador – jovens trabalhadores
 público animado – públicos animados
Já os adjetivos compostos, obedecem a algumas regras específicas, na qual somente o último elemento é flexionado:
Exemplos:
 olhos castanho-claros
 esculturas greco-romanas
 comemorações cívico-religiosas
 Há algumas exceções, como é o caso de: azul-marinho e azul-celeste, ambos são invariáveis, observe:
 ternos azul-marinho
 lingeries azul-celeste
Quando os dois elementos são variáveis:
Exemplos:
 alunos surdos-mudos
 garotas surdas-mudas
Quando o segundo elemento representar um substantivo, também permanece invariável:
Exemplos:
 vestidos amarelo-limão
 geladeiras branco-gelo
 tecidos verde-oliva
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Quanto ao grau:
Apresentam-se em dois graus: comparativo e superlativo:
Grau comparativo - subdivide-se em:
Comparativo de igualdade – Paulo é tão alto quanto seu irmão
Comparativo de inferioridade – Paulo é menos alto que (ou do que) seu irmão.
Comparativo de superioridade – Paulo é mais alto que (ou do que) seu irmão.
Grau superlativo – subdivide-se em:
Superlativo relativo de inferioridade – Mariana é a menos esforçada das irmãs.
Superlativo relativo de superioridade – Marcos é o mais calmo de toda a família.
Superlativo absoluto – é quando a qualidade é expressa de maneira intensificada.
Superlativo absoluto analítico – A funcionária é extremamente (ou bastante, muito)
esforçada.
Superlativo absoluto sintético – A recepcionista é agradabilíssima.
Note que o superlativo absoluto sintético é formado pelo acréscimo do sufixo íssimo, -rimo, imo.
20
 
USO DE CRASE 
Você sabe o que é crase?
A palavra crase tem origem na Grécia e significa mistura ou fusão. Na língua portuguesa, a crase indica a contração de duas vogais idênticas, mais precisamente, a fusão da preposição a com o artigo feminino a e com o a do início de pronomes. 
Sempre que houver a fusão desses elementos, o fenômeno será indicado através da presença do acento grave, também chamado de acento indicador de crase.
Para usar corretamente o acento indicador de crase, é necessário compreender as situações de uso nas quais o fenômeno está envolvido.
Aprender a colocar o acento depende, sobretudo, da verificação da ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome.
Observe abaixo os principais casos em que o acento grave deve ser utilizado, casos em que seu uso não é permitido e os casos em que seu emprego é facultativo:
Casos em que nunca ocorre crase:
Antes de palavra masculina (pois antes de masculina não ocorre o artigo"a", indicador do gênero feminino): pagamento a prazo; andar a cavalo; sal a gosto.
Antes de verbo (porque antes de verbo não ocorre artigo): O suspeito está disposto a ajudar.
Antes de pronomes em geral (porque antes deles, geralmente, não ocorre artigo): Ele disse a ela que não fará a viagem; Ele falou alguma coisa a você?
Antes de nome de cidade (porque antes de nomes de cidade não se emprega artigo): Você não vai a Natal?
Expressões formadas por palavras repetidas: Cara a cara; frente a frente; minuto a minuto.1
"A" antes de palavras flexionadas no plural: Os dados coletados não se referem a
populações indígenas.
Depois de preposições como para, perante, com e contra: O encontro foi marcado para as 18 h; A manifestação é contra a corrupção.
Casos em que sempre ocorre a crase:
Locuções adverbiais femininas que expressam ideia de tempo, lugar e modo: Às vezes Mariana vai à escola de ônibus; O aluno fez a lição às pressas e entregou para a professora.
Locuções prepositivas: Os médicos estão à espera do paciente à esquerda do corredor.
Locuções conjuntivas (existem apenas duas locuções desse tipo): À medida que o tempo passa, o casal fica mais apaixonado; À proporção que os dias passavam, o medo crescia.
Casos em que a crase é opcional: 
Antes de pronomes possessivos femininos minha, tua, nossa etc. (pois nesses casos o uso do artigo antes do pronome é opcional): Os presentes foram entregues à minha irmã ou Os presentes foram entregues a minha irmã.
Antes de nomes de mulheres (pois aqui o artigo é opcional): Felipe fez um pedido à Raquel ou Felipe fez um pedido a Raquel.
Antes da palavra até (se depois dela houver uma palavra feminina que admita artigo, a crase será opcional): Os amigos foram até à praça ou Os amigos foram até a praça.
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 USO DE PRONOMES
O pronome é uma classe gramatical variável, ou seja, flexiona-se em gênero e número. Ele tem a função de relacionar o substantivo a uma das três pessoas do discurso (quem fala, com quem se fala e de quem se fala), podendo ainda indicar a posse de um objeto ou sua localização. Quando substituem o substantivo, denominam-se pronome substantivo; quando o acompanham, pronome adjetivo.
Os pronomes classificam-se em: pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e relativos. Acompanhe a seguir as características de cada pronome:
Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais indicam as pessoas gramaticais, também chamadas de pessoas do discurso (Eu, tu, ele, nós, vós, eles). Eles podem pertencer ao caso reto e ao caso oblíquo.
Para cada pronome reto, há um correspondente no caso oblíquo. Veja a explicação
 Eu Me, mim, comigo.
 Tu Te, ti, contigo.
 Ele Se, o, a, lhe, si, consigo.
 Nós Nos, conosco.
 Vós Vos, convosco.
 Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.
Os pronomes do caso reto exercem a função sintática de sujeito, enquanto os do caso oblíquo, de complemento. Por isso, construções como: "Você trouxe para mim comer?" ou "Isso é para mim fazer" são equivocadas, pois, nos dois exemplos, o pronome oblíquo está exercendo uma função que não lhe pertence, a de sujeito. Portanto, para os enunciados ficarem gramaticalmente corretos, devem ser construídos assim: "Você trouxe para eu comer?" e "Isso é para eu fazer".
23
Veja a seguir os pronomes retos e oblíquos exercendo suas funções gramaticais:
 Lorenzo saiu de férias. Ele vai viajar. (Pronome reto – função sujeito)
 Alguém me chamou? (Pronome oblíquo – função de complemento)
Atenção: Os pronomes substantivos exercem as mesmas funções sintáticas do substantivo, e os pronomes adjetivos, as mesmas do adjetivo.
É importante atentar para esse detalhe!
Pronomes de tratamento
Os pronomes de tratamento indicam uma forma indireta de nos dirigirmosaos nossos
interlocutores (parceiros na comunicação). Esses pronomes são divididos por grau de
formalidade, portanto, para cada contexto, há um pronome de tratamento a ser utilizado.
Embora indiquem interlocução (conversa), o que indicaria o uso da segunda pessoa do discurso (tu), com os pronomes de tratamento, os verbos devem ser usados na terceira pessoa.
Veja os exemplos:
 Vossa Excelência está atrasada para a sessão. (Ministra)
 Vossa Alteza está muito elegante. (Princesa)
 O senhor já sabe quando chegará o ofício? (Pessoas mais velhas ou a quem se deve
respeito)
 IV. Você não aprende mesmo! (Indica tratamento informal).
Pronomes possessivos
Os pronomes possessivos estabelecem a ideia de posse entre o objeto e as três pessoas do
discurso.
Portanto:
 1ª pessoa do discurso (eu) meu, minha, meus, minhas.
 2ª pessoa do discurso (tu) teu, tua, teus, tuas.
 3ª pessoa do discurso (ele) seu, sua, seus, suas.
 1ª pessoa do discurso – plural (nós) nosso, nossa, nossos, nossas.4
 2ª pessoa do discurso – plural (vós)vosso, vossa, vossos, vossas.
 3ª pessoa do discurso – plural (eles) seu, sua, seus, suas.
Veja os exemplos:
 O carro é meu. (Objeto pertence à 1ª pessoa do discurso – eu)
 Nossa casa é linda. (Objeto pertence à 1ª pessoa do discurso – nós)
 Sua roupa está suja. (Objeto pertence à 3ª pessoa do discurso – ele ∕ ela)
*O gênero e o número dos possessivos concordam com o objeto possuído.
Ex. João, sua camisa é linda.
*Os pronomes de tratamento utilizam os pronomes possessivos na 3ª pessoa.
Ex. Você deve encaminhar sua solicitação o mais rápido possível.
Pronomes demonstrativos
Indica a localização dos seres em relação ao espaço e ao tempo. Também se relaciona às
três pessoas do discurso, determinando a proximidade entre elas e o objeto. Flexiona-se em
gênero e número.
1ª pessoa este, esta, estes, estas, isto (Os seres ou objetos estão próximos da pessoa que
fala).
2ª pessoa esse, essa, esses, essas, isso (Os seres ou objetos estão próximos da pessoa com quem se fala).
3ª pessoa aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo (Os seres estão longe tanto do emissor (quem fala) quanto do receptor (com quem se fala)).
 Ex.:
 Minha bolsa é aquela.
 Esta é minha caneta.
 Essa camisa está suja.
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Pronomes Indefinidos
Os pronomes indefinidos são usados para demonstrar imprecisão ou indeterminação, por
esse motivo, referem-se sempre à 3ª pessoa do discurso. Podem ser variáveis (sofrem modificações quanto ao gênero e ao número) ou invariáveis (não se flexionam). Quando acompanharem o substantivo, serão pronomes adjetivos, portanto, exercerão a função sintática própria do adjetivo. Quando substituírem o nome, serão, portanto, pronome
substantivo, logo, exercerão as mesmas funções sintáticas do substantivo.
Veja os exemplos:
 Alguém me chamou? (pronome substantivo)
 Muitas pessoas precisam de assistência. (pronome adjetivo)
Acompanhe a lista dos pronomes indefinidos:
Variáveis: algum, bastante, certo, muito, nenhum, outro, pouco, qualquer, tanto, todo, um, vários, quanto.
Invariáveis: cada, nada, ninguém, alguém, algo, outrem, tudo, quem, demais.
Pronomes relativos
Os pronomes relativos recebem esse nome porque se relacionam ao termo anterior e têm a
função de substituí-lo. Eles são necessários para evitar a repetição desnecessária dos termos.
Veja os exemplos:
 Essa é a empresa que lhe falei.
 A casa onde moro é linda.
 Não conheço a pessoa a quem você entregou a carta.
Os pronomes relativos podem ser variáveis ou invariáveis. Veja:
Variáveis: o qual, cujo, quanto.
Invariáveis: que, quem, onde.
26
 VERBOS
Verbo é a palavra que exprime um fato, localizando-o no tempo. Geralmente exprime ideia de ação, estado ou fenômeno. É importante ressaltar que os verbos podem expressar outros tipos de fatos que não ação, estado ou fenômeno.
A língua portuguesa é riquíssima em vocábulos e existem, aproximadamente, cerca de onze mil verbos, divididos em três subgrupos chamados de conjugações. Conjugar um verbo é dizê-lo em todas as suas formas nas diversas pessoas, números, tempos, modos e vozes.
São três as conjugações:
 Primeira conjugação: os verbos terminados em -ar: amar, cantar, dançar;
 Segunda conjugação: os verbos terminados em -er: fazer, comer, crescer;
 Terceira conjugação: os verbos terminados em -ir: pedir, partir, sentir.
O verbo apresenta várias flexões. São elas:
 Pessoa: primeira, segunda e terceira;
 Número: singular e plural;
 Modo: indicativo, subjuntivo e imperativo;
 Tempo: presente, pretérito e futuro;
 Voz: ativa, passiva e reflexiva.
Além das conjugações e flexões, os verbos apresentam-se sob diferentes formas, denominadas formas nominais. São elas:
 Infinitivo (-r): Dançar, fazer, sentir
 Gerúndio (-ndo): Dançando, fazendo, sentindo
 Particípio (-ado): Dançado, falado, sentido
27
 MODOS VERBAIS
Na primeira oração temos um predicado verbal "estudaram para o simulado", no qual o
núcleo é o verbo nocional "estudaram". Já na segunda oração o núcleo do predicado é um
nome "cautelosos" conectado por um verbo de ligação (foram) ao sujeito (Eles) e, portanto, é um predicado nominal.
Os modos verbais estão relacionados ao estudo dos verbos, classe de palavras variável que
admite flexão de número (singular e plural), pessoa (primeira, segunda e terceira), tempo
(presente, pretérito e futuro), voz (ativa, passiva e reflexiva) e modo (indicativo, subjuntivo
e imperativo).
Os modos verbais estão relacionados com as atitudes de quem fala ou escreve, exprimindo
a posição do falante diante de uma posição verbal.
Graças aos modos verbais o enunciador pode explicitar intenções e juízos de valores.
Observe as definições dos modos verbais indicativo, subjuntivo e imperativo, assim como
suas situações de uso:
Modo indicativo: É empregado quando a atitude do enunciador revela ser aquele fato
sobre o qual se escreve ou fala algo real, verdadeiro:
 Trabalho no escritório da empresa.
 A mãe fazia lindos vestidos para complementar a renda familiar.
 O trem partiu da estação às três horas da tarde de Domingo.
O modo indicativo possui os seguintes tempos verbais:
 Presente;
 Pretérito perfeito;
 Pretérito imperfeito;
 Pretérito mais-que-perfeito;
 Futuro do presente;
 Futuro do pretérito.
Modo subjuntivo: É empregado quando a atitude do enunciador revela conteúdos
emocionais que expressam ideias de dúvida ou incerteza:
 Se ele andasse mais rápido...
 Que ele faça o bolo, não iremos comer
 Quando nós sairmos de casa, iremos à praia
O modo subjuntivo possui os seguintes tempos verbais:
 Presente;
 Pretérito imperfeito;
 Futuro;
Modo imperativo: É empregado quando a atitude do enunciador exprime ideia de ordem
ou pedido:
 Faça o favor de se comportar na escola!
 Fique quieto!
O modo imperativo, diferentemente do que acontece com os outros modos verbais, é
indeterminado em relação ao tempo. Por se tratar de uma ordem ou pedido, infere-se que
a ação ocorrerá no futuro. Não possui a 1ª pessoa do singular e nem a 3ª pessoa, a representação é feita pelo pronome você. Possui duas formas distintas:
Imperativo afirmativo;
 Chegue cedo em casa.
Imperativo negativo
 Não diga nada aos meus pais!
29
 ADVÉRBIOS
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou outro advérbio. São flexionados em grau (comparativo e superlativo) e divididos em: advérbios de modo, intensidade, lugar, tempo, negação, afirmação, dúvida.
Classificação dos Advérbios
De acordo com a circunstância que os advérbios exprimem nas frases, eles podem ser:
Advérbio de Modo
Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, devagar, acinte, debalde e grande parte das palavras que terminam em "-mente": cuidadosamente, calmamente, tristemente, dentre outros.
Exemplos:
 Fui bem na prova.
 Estava andando depressa por causa da chuva.
Advérbio de Intensidade
Muito, demais, pouco, tão, quão, demasiado, bastante, imenso, demais, mais, menos, quanto, quase, tanto, assaz, tudo, nada, todo.
Exemplos:
 Comeu demasiado naquele almoço.
 Ela gosta bastante dele.
30
Advérbio de Lugar
Aí, aqui, acolá, cá, lá, ali, adiante, abaixo,embaixo, acima, adentro, dentro, afora, fora, defronte, atrás, detrás, atrás, além, aquém, antes, algures, nenhures, alhures, aonde, longe, perto.
Exemplos:
 Minha casa é ali.
 O livro está embaixo da mesa.
Advérbio de Tempo
Hoje, já, afinal, logo, agora, amanhã, amiúde, antes, ontem, tarde, breve, cedo, depois, enfim, entrementes, ainda, jamais, nunca, sempre, doravante, outrora, primeiramente, imediatamente, antigamente, provisoriamente, sucessivamente, constantemente.
Exemplos:
 Ontem estivemos numa reunião de trabalho.
 Sempre estamos juntos.
Advérbio de Negação
Não, nem, tampouco, nunca, jamais.
Exemplos:
 Jamais reatarei meu namoro com ele.
 Não saiu de casa naquela tarde.
Advérbio de Afirmação
Sim, deveras, indubitavelmente, decididamente, certamente, realmente, decerto, certo, efetivamente.
Exemplos:
 Certamente passearemos nesse domingo.
 Ele gostou deveras do presente de aniversário.
31
Advérbio de Dúvida
Possivelmente, provavelmente, acaso, porventura, quiçá, será, talvez, casualmente.
Exemplos:
 Provavelmente irei ao banco.
 Quiçá chova hoje.
Flexão dos Advérbios
Os advérbios são consideradas palavras invariáveis pois não sofrem flexão de número
(singular e plural) e gênero (masculino, feminino); porém, são flexionadas nos graus
comparativo e superlativo.
Grau Comparativo
No Grau Comparativo, o advérbio pode caracterizar relações de igualdade, inferioridade ou
superioridade.
Igualdade: formado por "tão + advérbio + quanto" (como), por exemplo: Joaquim é tão
baixo quanto Pedro.
Inferioridade: formado por "menos + advérbio + que" (do que), por exemplo: Joana é
menos alta que Sílvia.
Superioridade: analítico: formado por "mais + advérbio + que" (do que), por exemplo: Ana é
mais alta que Carolina.
Sintético: formado por "melhor ou pior que" (do que), por exemplo: Paula tirou nota
melhor que Júlia na prova.
Grau Superlativo
No Grau Superlativo, o advérbio pode ser:
Analítico: quando acompanhado de outro advérbio, por exemplo: Isabel fala muito baixo.
Sintético: quando é formado por sufixos, por exemplo: Isabel fala baixíssimo.
32
 PREPOSIÇÕES
A preposição faz parte da classe de palavras invariáveis da língua portuguesa. Sua principal
função é estabelecer entre palavras e orações relações de sentido e de dependência, portanto, uma relação de subordinação.
Apesar de não desempenharem função sintática, as preposições são importantes para a
construção do texto, pois atuam como conectivos, elementos indispensáveis para a coesão
textual. Em determinadas situações, as preposições serão fundamentais para a
compreensão da frase ou da oração.
Classificação das preposições
Para facilitar nossos estudos, as preposições foram classificadas em preposições essenciais e preposições acidentais:
Preposições essenciais: Chamamos de preposições essenciais as palavras que não
desempenham outra função na língua portuguesa, atuando apenas como preposições.
São elas: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
 Os jogadores jogaram a partida contra o time da casa.
 O réu compareceu perante o juiz para ouvir a sentença.
 Os alunos estudaram para a prova de matemática.
É importante ressaltar que não devemos confundir a preposição a com o artigo definido a e
com o pronome a, visto que a preposição é uma palavra invariável, o que não acontece com
o pronome e com o artigo, que podem ser flexionados de acordo com a estrutura sintática.
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Preposições acidentais: Diferente do que ocorre com as preposições essenciais, que não
podem exercer outra função a não ser a função de preposição, as preposições acidentais
são termos que, dependendo do contexto no qual se encontram, podem atuar como
preposições.
São elas: como, conforme, consoante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão,
tirante, visto etc.
 A entrada na festa só será permitida mediante pagamento.
 Os alunos saíram-se mal nos exames, visto que não estudaram.
 A sentença foi dada conforme o esperado.
À união de duas ou mais palavras que atuam como preposição é dado o nome de locução
prepositiva, sendo que a última palavra da locução será, obrigatoriamente, uma preposição.
Observe os exemplos:
Por trás de, por cima de, por causa de, perto de, junto de, junto a, abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, de acordo com etc.
 Por causa de sua insatisfação, o funcionário pediu demissão de seu emprego.
 A criança aproximou-se e sentou-se perto de seus colegas de escola.
 O trabalho deve ser entregue de acordo com as regras determinadas.
As preposições também podem formar combinações e contrações ao unirem-se com outras
palavras. Na combinação, a preposição mantém todos os seus fonemas.
Observe os exemplos: a + o(s) = aos preposição + artigo = combinação
 Os diplomas foram entregues aos formandos.
Quando a preposição se une à outra palavra e, nesse processo, sofre alterações em seus
fonemas, dizemos que houve uma contração.
Observe os exemplos:
da = de (preposição) + (artigo)
no = em (preposição) + o (artigo)
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numa = em (preposição) + uma (artigo)
dessa = de (preposição) + essa (pronome demonstrativo)
 Bentinho se mudou da velha casa da rua Matacavalos.
 Encontraram-se numa festa qualquer e logo se casaram.
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 CONJUNÇÕES
A conjunção é uma unidade de língua portuguesa que reúne duas frases em um mesmo
enunciado e que podem exercer a função de conectora ou transpositora dessas orações.
As conjunções podem ser:
Aditivas: unem dois termos ou duas orações de mesmo valor sintático, exprimindo uma
relação de adição, de soma: e, nem.
Exemplo: Ganhei o prêmio e viajei para o Caribe.
Adversativas: conectam dois termos ou duas orações com a mesma função, exprimindo
uma relação de contraste, de oposição: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto.
Exemplo: Ela gosta de comer guloseimas, mas precisa emagrecer.
Alternativas: conectam dois termos ou orações de sentido diferentes, exprimindo uma
relação de alternância ou exclusão: ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja, nem...
nem, já... já.
Exemplo: Ou você encerra a discussão ou eu me retiro.
Conclusivas: conectam à anterior uma oração que possui o sentido de conclusão, por isso, exprimem uma relação conclusiva: logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim, então.
Exemplo: Ela estuda muito para o concurso, portanto deverá ser aprovada.
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Explicativas: conectam duas orações, sendo que a segunda possui um sentido explicativo
em relação a primeira: que, porque, pois, porquanto.Exemplo: A professora chegará atrasada, pois seu carro quebrou.
CONCORDÂNCIA NOMINAL
A Concordância Nominal é o acordo entre o nome (substantivo) e seus modificadores (artigo, pronome, numeral, adjetivo) quanto ao gênero (masculino ou feminino) e o número (plural ou singular).
Exemplo: Eu não sou mais um na multidão capitalista.
Observe que, de acordo com a análise da oração, o termo "na" é a junção da preposição "em" com o artigo "a" e, portanto, concorda com o substantivo feminino multidão, ao mesmo tempo em que o adjetivo "capitalista" também faz referência ao substantivo e concorda em gênero (feminino) e número (singular).
Vejamos mais exemplos: Minha casa é extraordinária.
Temos o substantivo "casa", o qual é núcleo do sujeito "Minha casa". O pronome possessivo
"minha" está no gênero feminino e concorda com o substantivo. O adjetivo "extraordinária", o qual é predicativo do sujeito (trata-se de uma oração com complemento conectado ao sujeito por um verbo de ligação), também concorda com o substantivo "casa" em gênero (feminino) e número (singular). 
Para finalizar, veremos mais um exemplo, com análise bem detalhada:
Dois cavalos fortes venceram a competição.
Primeiro, verificamos qual é o substantivo da oração acima: cavalos. Os termos modificadores do substantivo "cavalos" são: o numeral "Dois" e o adjetivo "fortes".
Os termos que fazem relação com o substantivo na concordância nominal devem, de
acordo com a norma culta, concordar em gênero e número com o ele.
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Nesse caso, o substantivo "cavalos" está no masculino e no plurale a concordância dos
modificadores está correta, já que "dois" e "fortes" estão no gênero masculino e no plural.
Observe que o numeral "dois" está no plural porque indica uma quantidade maior do que
"um".
Então temos por regra geral da concordância nominal que os termos referentes ao
substantivo são seus modificadores e devem concordar com ele em gênero e número.
Importante: Localize na oração o substantivo primeiramente, como foi feito no último
exemplo. Após a constatação do substantivo, observe o seu gênero e o número. Os termos
referentes ao substantivo são seus modificadores e devem estar em concordância de
gênero e número com o nome (substantivo).
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 CONCORDÂNCIA VERBAL
A concordância verbal refere-se à relação de dependência estabelecida entre um termo e outro mediante um contexto oracional. Os agentes principais desse processo são representados pelo sujeito, que funciona como subordinante; e o verbo, o qual desempenha a função de subordinado.
Dessa forma, temos que a concordância verbal caracteriza-se pela adaptação do verbo aos
quesitos "número e pessoa" em relação ao sujeito.
Exemplificando, temos:
 O aluno chegou atrasado.
Nesse caso, o verbo apresenta-se na terceira pessoa do singular, pois faz referência a um
sujeito, assim também expresso (ele).
Como poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados.
Esse, portanto, é o princípio básico da concordância verbal. Observe agora os casos de
sujeito simples e sujeito composto:
Casos referentes a sujeito simples:
1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo em número e pessoa:
 O aluno chegou atrasado
2) Nos casos referentes a sujeito representado por substantivo coletivo, o verbo permanece
na terceira pessoa do singular:
 A multidão, apavorada, saiu aos gritos.
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Observação:
No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto adnominal no plural, o verbo
permanecerá no singular ou poderá ir para o plural:
 Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
 Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
3) Quando o sujeito é representado por expressões partitivas, representadas por "a maioria
de, a maior parte de, a metade de, uma porção de, entre outras", o verbo tanto pode concordar com o núcleo dessas expressões quanto com o substantivo que a segue:
 A maioria dos alunos resolveu ficar.
 A maioria dos alunos resolveram ficar.
4) No caso de o sujeito ser representado por expressões aproximativas, representadas por
"cerca de, perto de", o verbo concorda com o substantivo determinado por elas:
 Cerca de vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas.
5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão "mais de um", o verbo
permanece no singular:
 Mais de um candidato se inscreveu no concurso de piadas.
Observação: no caso da referida expressão aparecer repetida ou associada a um verbo que
exprime reciprocidade, o verbo, necessariamente, deverá permanecer no plural:
 Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram na campanha de doação de
alimentos.
 Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades de formatura.
6) Quando o sujeito for composto da expressão "um dos que", o verbo permanecerá no
plural:
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 Esse jogador foi um dos que atuaram na Copa América.
7) Em casos relativos à concordância com locuções pronominais, representadas por "algum
de nós, qual de vós, quais de vós, alguns de nós", entre outras, faz-se necessário nos atermos a duas questões básicas:
No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, o verbo poderá com ele concordar, como poderá também concordar com o pronome pessoal:
 Alguns de nós o receberemos.
 Alguns de nós o receberão.
Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso no singular, o verbo permanecerá, também, no singular:
 Algum de nós o receberá.
8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome "quem", o verbo permanecerá
na terceira pessoa do singular ou poderá concordar com o antecedente desse pronome:
 Fomos nós quem contou toda a verdade para ela.
 Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela.
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela palavra "que", o verbo deverá
concordar com o termo que antecede essa palavra:
 Nesta empresa somos nós que tomamos as decisões.
 Em casa sou eu que decido tudo.
10) No caso de o sujeito aparecer representado por expressões que indicam porcentagens, o verbo concordará com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa porcentagem:
 50% dos funcionários aprovaram a decisão da diretoria.
 50% do eleitorado apoiou a decisão.2
Observações:
Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de porcentagem, esse deverá concordar com
o numeral:
 Aprovaram a decisão da diretoria 50% dos funcionários.
Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no singular:
 1% dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria.
Em casos em que o numeral estiver acompanhado de determinantes no plural, o verbo
permanecerá no plural:
 Os 50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria.
11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por pronomes de tratamento, o verbo
deverá ser empregado na terceira pessoa do singular ou do plural:
 Vossas Majestades gostaram das homenagens.
 Vossa Majestade agradeceu o convite.
12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo próprio no plural encontram-se
relacionados a alguns aspectos que os determinam:
Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser, este permanece no singular,
contanto que o predicativo também esteja no singular:
 Memórias póstumas de Brás Cubas é uma criação de Machado de Assis.
Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também permanece no plural:
 Os Estados Unidos são uma potência mundial.
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Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem aparece, o verbo permanece
no singular:
 Estados Unidos é uma potência mundial.
Casos referentes a sujeito composto:
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes, o verbo deverá
ir para o plural, estando relacionado a dois pressupostos básicos:
Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as demais:
 Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na 2ª ou na 3ª pessoa:
 Tu e ele sois primos.
 Tu e ele são primos.
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer anteposto ao verbo, este permanecerá no
plural:
 O pai e seus dois filhos compareceram ao evento.
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este poderá concordar com o
núcleo mais próximo ou permanecer no plural:
 Compareceram ao evento o pai e seus dois filhos.
 Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com mais de um núcleo, o verbo deverá
permanecer no singular:
 Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade do mundo.
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5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas ou ordenado por elementos em
gradação, o verbo poderá permanecer no singular ou ir para o plural:
 Minha vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de meu esforço.
 Minha vitória, minha conquista, minha premiação é fruto de meu esforço.
45
 FIGURAS DE LINGUAGEM
Dividimos as figuras de linguagem em metáfora, hipérbole, eufemismo, ironia, elipse, zeugma, comparação, metonímia, antítese, paradoxo, prosopopeia, pleonasmo, anáfora, sinestesia, gradação, aliteração, polissíndeto, assíndeto e onomatopeia.
Metáfora
A metáfora ocorre quando é utilizada uma substituição de termos que possuem significados
diferentes, atribuindo a eles o mesmo sentido. Veja o exemplo abaixo:
 "Meu pensamento é um rio subterrâneo."
Na frase acima o autor dá o sentido de "pensamento" ao termo "rio subterrâneo", que nada
têm em comum, mas passam a ter na oração.
Metonímia
Metonímia é o uso da parte pelo todo. Ocorre quando o autor substitui uma palavra por outra próxima. É utilizada para evitar a repetição de palavras em um texto.
Por exemplo:
 "Os meus braços precisam dos teus"
Na frase acima, Vinicius de Morais se refere à necessidade que ele tem de ter a presença de
outra pessoa e não somente dosbraços.
 "Eu adoro ler Maurício de Souza"
Na frase acima, a pessoa está querendo dizer que gosta de ler as obras de Maurício de
Souza, e não ler o autor, o que seria impossível.
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Sinestesia
A sinestesia é o jogo da mistura das sensações. Quando na mesma oração o autor realiza o
cruzamento de diferentes sentidos humanos.
Sinestesia é uma figura de linguagem muito utilizada em livros e poesias em geral. É muito
comum também notar sua presença em letras de música.
Perceba no exemplo abaixo:
 "Ela sentiu o sabor frio da derrota"
Na frase acima, a sensação de frio que sentimos nos tatos foi direcionada para o paladar
(sabor). De fato, não podemos sentir o sabor do "frio", por isso ocorreu um cruzamento de
sensações na frase, o que configura uma figura de linguagem sinestesia.
Catacrese
A Catacrese é um tipo de recurso muito interessante. Tal figura de linguagem ocorre
quando atribuímos um "nome" a algo que não possui um nome específico, fazendo referência a outras coisas e objetos.
Um ótimo exemplo seria o "céu da boca" ou a "asa da xícara". Perceba que nossa boca não
possui um céu de fato, assim como a xícara não possui asas de fato, parte atribuída somente às aves.
Antítese
Quando, em uma mesma oração, usamos termos que possuem sentidos contrários, configura-se a antítese. Por exemplo:
 "O Renato estava dormindo acordado na aula"
Perceba que "dormindo" e "acordado" entram em contraste de significado na frase.
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Paradoxo
Esta figura de linguagem se refere a algo "contrário ao que se pensa", fugindo do senso
comum e até mesmo refletindo a falta de nexo.
Confira um exemplo simples de um paradoxo:
 "Ele não passa de um pobre homem rico"
Eufemismo
Troca de um termo por outro mais "leve", que acaba passando uma conotação mais
agradável a um sentido. Um bom exemplo de eufemismo é quando trocamos o termo
"morreu" por "foi para o céu".
Hipérbole
Ao contrário de eufemismo, a hipérbole é uma figura de linguagem que dá um exagero
intencional ao contexto.
Por exemplo, em vez de dizermos "eu estou com muita sede", as vezes dizemos "estou
morrendo de sede".
Na verdade, não estamos morrendo literalmente, mas ocorre um exagero para ilustrar a
grandeza da sede.
Ironia
Ironia é a utilização proposital de termos que manifestam o sentido oposto do seu
significado. Por exemplo, uma pessoa que foi demitida após péssimo dia de trabalho, dizer:
 "Era o que faltava para encerrar o meu dia maravilhosamente bem.
Apóstrofe
Esta figura de linguagem ocorre quando alguma pessoa faz uso da "invocação" de algo ou
alguém para manifestar algum sentido ao contexto.48
 "Meu Deus! Que susto!"
Personificação ou Prosopopeia
A personificação ou prosopopeia ocorre quando atribuímos sentidos racionais a elementos
irracionais. Por exemplo, quando dizemos "A natureza está em chorando…" estamos
atribuindo o "choro" (algo racional) à natureza (um elemento irracional). Outro exemplo seria dizer
 Meu coração está em pratos...
Pleonasmo
Pleonasmo é muito utilizado no dia-a-dia. Trata-se da repetição de palavras que tem o
mesmo significado, em uma mesma oração.
Exemplos:
 "Sair para fora"
 "subir para cima"
 "dupla de dois"
Cacofonia
A cacofonia surgem quando ocorre uma junção do final de um vocábulo e começo de outro, formando tonalidades estranhas, dando significados controversos, quando lemos ou pronunciamos a frase rapidamente. Assim, outras pessoas podem entender ou atribuir sentidos contrários ao que falamos. É considerado um vício de linguagem.
Exemplo:
 Eu vi ela na praça. (vi+ ela= viela)
 Alma minha gentil que te partiste (Alma + minha = maminha)
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 ACENTUAÇÃO E NOVAS 
 REGRAS
Em se tratando de acentuação, devemos nos ater à questão das novas regras ortográficas
da Língua Portuguesa, as quais entraram em uso desde o dia 1º de janeiro de 2009. Como
toda mudança implica adequação, o ideal é que façamos uso das novas regras o quanto
antes.
O estudo exposto a seguir visa a aprofundar seus conhecimentos no que se refere à maneira correta de grafar as palavras, levando em consideração as regras de acentuação e
o que foi proposto pelo novo acordo ortográfico.
Acentuação tônica
A acentuação tônica refere-se à intensidade em que são pronunciadas as sílabas das
palavras. Aquela que é pronunciada de forma mais acentuada é a sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas como:
Oxítonas: são aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba.
 café – coração – cajá – atum – caju – papel
Paroxítonas: são aquelas em que a sílaba tônica evidencia-se na penúltima sílaba.
 útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível
Proparoxítonas: são aquelas em que a sílaba tônica evidencia-se na antepenúltima sílaba.
 lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
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Acentuação gráfica
Proparoxítonas: todas são acentuadas.
 analítico, hipérbole, jurídico, cólica.
Palavras oxítonas: acentuam-se todas as oxítonas terminadas em "a", "e", "o", "em",
seguidas ou não do plural(s). Ex.: Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s).
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
Monossílabos tônicos terminados em "a", "e", "o", seguidos ou não de "s".
 pá – pé – dó – há
Formas verbais terminadas em "a", "e", "o" tônicos seguidas de lo, la, los, las.
 respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo.
Paroxítonas: Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: - i, is
 táxi – lápis – júri
- us, um, uns
 vírus – álbuns – fórum
- l, n, r, x, ps
 automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
- ã, ãs, ão, ãos
 ímã – ímãs – órfão – órgãos
- Ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de "s".
 água – pônei – mágoa – jóquei
Regras especiais:
- Os ditongos de pronúncia aberta "ei", "oi", que antes eram acentuados, perderam o
acento com o Novo Acordo. Veja na tabela a seguir alguns exemplos:
	ANTES
	AGORA
	Assembléia
	Assembleia
	Idéia
	Ideia
	Geléia
	Geleia
	Jibóia
	Jiboia
	Apóia (verbo apoiar)
	Apoia
	Paranóico
	Paranoico
- Quando "i" e "u" tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de
"s", desde que não sejam seguidos por "-nh", haverá acento:
 saída – faísca – baú – país – Luís
	ANTES
	AGORA
	Bocaiúva
	Bocaiuva
	FFeiúra
	Feiura
	Sauípe
	Sauipe
	ANTES
	AGORA
 Observação importante:
- Não serão mais acentuados "i" e "u" tônicos formando hiato quando vierem depois de
ditongo:
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- O acento pertencente aos hiatos "oo" e "ee" foi abolido.
	Crêem
	Creem
	Lêem
	Leem
	vôo
	Voo
	Enjôo
	Enjoo
- Não se acentuam as vogais "i" e "u" dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica:
 xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba .
No entanto, em se tratando de palavra proparoxítona, haverá o acento, já que a regra de
acentuação das proparoxítonas prevalece sobre a dos hiatos:
 fri-ís-si-mo, se-ri-ís-si-mo
- As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz com "u" tônico precedido de "g"
ou "q" e seguido de "e" ou "i" não serão mais acentuadas.
	ANTES
	AGORA
	Apazigúe (apaziguar)
	Apazigue
	Averigúe (averiguar)
	Averigue
	Argúi (arguir)
	Arguir
Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir e dos seus
compostos (conter, reter, advir, convir etc.).
	SINGULAR
	PLURAL
	Ele tem
	Eles têm
	Ele vem
	Eles vêm
	Ele contém
	Eles contêm
	Ele obtém
	Eles obtêm
	Ele retém
	Eles retêm
Não se acentuam mais as palavras homógrafas para diferenciá-las de outras semelhantes.
Apenas em algumas exceções, como:
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua sendo acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa do singular do
presente do indicativo). O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciá-lo da preposição
por.
Exemplos de palavras homógrafas:
 pera (substantivo) - pera (preposição antiga)
 para (verbo) - para (preposição)
 pelo(s) (substantivo) - pelo (do verbo pelar)
54
 SUJEITO E PREDICADO
O que é sujeito?
O sujeito compõe o chamado termo essencial da oração. Recebe essa classificação em razão de sua importânciapara o enunciado, embora, mesmo que contraditório, possam existir orações sem sujeito. Quando aparecem na oração, são chamados de determinados, quando estão escondidos, são classificados como indeterminados.
O sujeito pode ser formado por um ou dois núcleos. No primeiro caso, é classificado como
sujeito simples; no segundo, como composto. O núcleo do sujeito (parte mais importante) pode ser representado por um pronome substantivo (substituto do nome), substantivo (palavra que nomeia os seres) ou palavra substantivada (embora não seja substantivo, no
contexto em questão é classificada como tal).
Acompanhe os exemplos:
 O menino chegou atrasado. (Núcleo: substantivo)
 Ele comeu todo o macarrão. (Núcleo: pronome substantivo)
 O cantar dos pássaros é uma dádiva de Deus. (Núcleo: palavra substantivada)
 A fé e a confiança devem ser inabaláveis. (Núcleo: substantivo + substantivo)
Na sintaxe de concordância verbal, o sujeito precisa estar em harmonia com o verbo, por
isso, no exemplo 4, o verbo "devem" está na 3ª pessoa do plural, já que o sujeito é formado
por dois núcleos, classificando-se como sujeito composto.
Às vezes, o sujeito é eliminado porque é facilmente reconhecido pela desinência verbal, sendo, por isso, classificado como desinencial. Algumas gramáticas ainda o classificam como oculto, por não aparecer explicitamente na oração, entretanto, entendê-lo como
desinencial torna mais fácil a sua aprendizagem, já que basta analisar o verbo e esse
"contará" quem é o sujeito.
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Veja alguns exemplos:
 Saímos apressadamente.
 Comi muita polenta ontem.
A desinência verbal, ou seja, o morfema (menor unidade com significado) que indica o
número e a pessoa, demonstra que o sujeito 1 é " nós", enquanto o 2 é "eu". Isso se torna
lógico se for usado outro pronome ou mesmo substantivo; na hora, percebe-se que não faz
sentido, portanto, a única possibilidade é a que o verbo define, ou seja, 1ª pessoa do plural
e 1ª pessoa do singular, respectivamente.
Quando o sujeito não aparece na frase, ou por não poder ser determinado, ou por não
querer determiná-lo, ele é classificado como indeterminado, sendo assim classificado em
duas situações:
I. Quando não há sujeito expresso e o verbo encontra-se na 3ª pessoa do plural.
 Compraram jabuticaba.
II. Quando o verbo intransitivo, transitivo indireto ou de ligação aparece ao lado da
partícula "se" – nesse caso, classificada como índice de indeterminação do sujeito. O verbo
não sofre flexão, permanecendo na 3ª pessoa do singular.
Algumas orações não vão possuir sujeito, sendo, por isso, classificadas como orações sem
sujeito. Para que recebam essa classificação, as orações precisam ter as seguintes
características:
Verbo indicando fenômeno da natureza:
 Trovejou a noite toda.
Verbo haver usado com o sentido de existir:
 Houve manifestações em todo Brasil.
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O que é predicado?
A sintaxe é a parte da gramática que estuda a organização da oração. Para facilitar esse
estudo, a oração (todo enunciado que possui verbo) é dividida em termos, que se
classificam em: integrantes (complementos verbais, complemento nominal e agente da
passiva), acessórios (adjunto adverbial, adjunto adnominal, vocativo e aposto) e essenciais (sujeito e predicado).
Os termos essenciais, sujeito e predicado, recebem essa denominação por constituírem a
essência da oração, pois representam a base dos sintagmas (parte da oração). O sujeito compõe o sintagma nominal, enquanto o predicado, o sintagma verbal.
O predicado é a parte da oração em que há verbo, portanto, não existe predicado que não possua verbo ou locução verbal. O predicado é essencial para a oração, pois é esse termo
que traz todas as informações sobre o sujeito. Então, para facilitar seu reconhecimento, é preciso detectar quem é o sujeito ou o vocativo, caso apareça, tudo o que restar é o predicado. No caso das orações sem sujeito, o que deve ser considerado é o processo verbal em si.
A classificação do predicado está relacionada ao tipo de verbo que o constitui, portanto, se o verbo for significativo ou nocional (verbos transitivos e intransitivos), ele será o núcleo (parte mais importante) da oração. Logo, o predicado é classificado como verbal, pois contém como parte principal o verbo. Entretanto, quando é constituído por verbo de ligação, cuja função não é ser núcleo, e sim "ponte" entre o sujeito e o predicativo do sujeito, o predicado é classificado como nominal, uma vez que quem é o núcleo desse predicado não é o verbo, e sim o nome, ou seja, o predicativo do sujeito.
Acompanhe os exemplos:
 O amor é benigno.
 O livro está rasgado.
 O ônibus quebrou na Marginal Botafogo.
 Os vândalos quebram os bancos do estádio Serra Dourada.
Como dito anteriormente, para detectar o tipo de predicado, é essencial que se classifique o verbo que o compõe. Analisando os exemplos, percebe-se que nem todos os verbos indicam uma ação ou fenômeno meteorológico, logo não são considerados significativos, pois alguns indicam apenas o estado do sujeito, sendo, portanto, de ligação.
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 Voltando aos exemplos, vamos classificar os predicados?
 Predicado: é benigno. (Predicado Nominal)
 Predicado: está rasgado. (Predicado Nominal)
 Predicado: quebrou na Marginal Botafogo. (Predicado Verbal)
 Predicado: quebraram os bancos do estádio Serra Dourada. (Predicado Verbal)
Os exemplos I e II são classificados como predicado nominal, pois possuem verbo de ligação e a parte mais importante, ou seja, o núcleo, é o predicativo do sujeito, respectivamente representado pelos adjetivos: benigno e rasgado. Já os exemplos III e IV possuem verbos nocionais ou significativos.
Perceba que a informação mais importante do predicado é trazida pelo verbo. É importante destacar, ainda, que embora seja o mesmo verbo (quebrar) em contextos diferentes, ele possui predicações diferentes, sendo intransitivo no exemplo III e transitivo direto no IV.
Existem predicados que, além de conter um verbo significativo ou nocional, possuem também um predicativo que pode se relacionar ao sujeito, classificando-se como predicativo do sujeito, ou pode se relacionar ao complemento verbal (objeto direto ou indireto), sendo chamado de predicativo do objeto.
Quando isso acontece, ou seja, quando no predicado há dois núcleos, um verbal e um
nominal, o predicado é classificado como verbo-nominal. Veja os exemplos:
 Os ministros do Supremo Tribunal declararam o réu inocente.
 João voltou satisfeito.
 O menino quebrou a cadeira amarela.
Em todos os exemplos, percebe-se a presença de dois núcleos, um verbal e um nominal, portanto, todos os predicados acima são classificados como verbo-nominal.
Sintetizando:
Predicado verbal: possui como núcleo um verbo nocional;
Predicado nominal: possui como núcleo o predicativo do sujeito;
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Predicado verbo-nominal: apresenta dois núcleos, um nominal (predicativo do sujeito ou do
objeto) e um verbal (verbo transitivo ou intransitivo).
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TERMOS INTEGRANTES DA
 ORAÇÃO
Os termos integrantes da oração são o complemento verbal, o complemento nominal e o
agente da passiva.
Complemento Nominal
O complemento nominal é o termo da oração que é ligado ao sujeito, predicativo, objetivo direto, o objeto indireto, o agente da passiva, o adjunto adverbial, o aposto ou ao vocativo.
O complemento nominal liga-se ao substantivo, adjetivo ou advérbio por intermédio de
uma preposição.
Exemplo 1:
 A mulher tinha necessidade de medicamentos.
Nome (substantivo): necessidade
Complemento nominal: de medicamentos.
Exemplo 2:
 Esta conduta é prejudicial à saúde.
Nome (adjetivo): prejudicial
Complemento nominal: à saúde.
Exemplo 3:
 Decidiu favoravelmente ao acusado.
Nome (advérbio): favoravelmente
Complemento nominal: ao acusado.
O núcleo do complemento nominal, em geral, é representado por um substantivo ou
palavra com valor de substantivo. O pronome oblíquo também pode representar um
complemento nominal deixando a preposição implícita no pronome.
Exemplo:
 Andar a pé lhe era agradável. (Era agradável a ele)
Complemento nominal: lhe
Quando houver um período composto, a função do complementonominal pode agir na
oração com valor de substantivo. Nos casos em que isso ocorre, a denominação é de oração substantiva completiva nominal.
Exemplo:
 Tinha a necessidade de que o socorressem.
Complemento nominal: de que o socorressem.
Oração: Tinha necessidade
Agente da Passiva
O agente da passiva é o complemento preposicionado que representa o ser que pratica a
ação expressa por um verbo na voz passiva.
Exemplo:
 A criança foi orientada pelo professor.
Sujeito: A criança
Verbo na voz passiva: pelo professor.
Transposição da Voz Passiva para a Voz Ativa
O agente da passiva é o sujeito na voz ativa. O objeto direto da voz ativa passa a sujeito da
voz passiva.
Complemento Verbal
Objeto Direto
O objeto direto é o complemento de um verbo transitivo direto sem preposição obrigatória.
Ele indica o ser para a qual se dirige a ação verbal.
Pode ser apresentado por substantivo, pronome, numeral, palavra ou expressão substantivada ou oração substantiva.
Exemplo:
 Algumas pessoas tomam vinho.
Sujeito: Algumas pessoas
Verbo transitivo direto: tomam
Objeto direto: vinho
Objeto Direto Preposicionado
Ocorre quando o objeto direto vem regido por preposição.
Exemplos:
 Nunca enganaram a mim.
Objeto direto preposicionado: a mim.
Verbo transitivo direto: enganaram
62
Objeto Indireto
O objeto indireto completa a significação de um verbo e vem sempre acompanhado de
preposição. Pode ser representado por substantivo ou palavra substantivada, pronome, numeral, expressão substantivada ou oração substantiva.
Exemplo:
 Amélia acredita em discos voadores.
Sujeito: Amélia
Verbo transitivo direto: em discos voadores.
Nos casos de Pronome Oblíquo
Há casos em que os pronomes oblíquos assumem a função de complementos verbais.
Exemplo:
 A proposta interessava-lhe.
Objeto indireto: lhe
Verbo transitivo indireto: interessava-lhe.
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HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS
Os Homônimos e os Parônimos são termos que fazem parte do estudo da semântica (significado das palavras).
Assim, os homônimos são palavras que possuem a mesma pronúncia (às vezes, a mesma
escrita) e significados distintos.
Já as palavras parônimas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, entretanto, possuem significados diferentes.
Homônimos
As palavras homônimas são classificadas em:
Homógrafas: são palavras iguais na grafia e diferentes na pronúncia, por exemplo: colher
(verbo) e colher (substantivo); jogo (substantivo) e jogo (verbo); denúncia (substantivo) e
denuncia (verbo).
Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e diferentes na grafia, por exemplo: concertar
(harmonizar) e consertar (reparar); censo (recenseamento) e senso (juízo); acender (atear) e
ascender (subir).
Perfeitas: são palavras iguais na grafia e iguais na pronúncia, por exemplo: caminho
(substantivo) e caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo (advérbio de tempo); livre (adjetivo) e
livre (verbo).
Parônimos
Os parônimos são as palavras que se assemelham na grafia e na pronúncia, entretanto, diferem no sentido.
Por isso, é muito importante tomar conhecimento desses termos para que não haja
confusão.
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A seguir, alguns exemplos de palavras parônimas:
- Absolver (perdoar) e absorver (aspirar)
- Apóstrofe (figura de linguagem) e apóstrofo (sinal gráfico)
- Aprender (tomar conhecimento) e apreender (capturar)
- Cavaleiro (que cavalga) e cavalheiro (homem gentil)
- Comprimento (extensão) e cumprimento (saudação)
- Coro (música) e couro (pele animal)
- Delatar (denunciar) e Dilatar (alargar)
- Descrição (ato de descrever) e discrição (prudência)
- Despensa (local onde se guardam alimentos) e dispensa (ato de dispensar)
- Docente (relativo a professores) e discente (relativo a alunos)
- Emigrar (deixar um país) e imigrar (entrar num país)
- Eminente (elevado) e iminente (prestes a ocorrer)
- Flagrante (evidente) e fragrante (perfumado)
- Fluir (transcorrer, decorrer) e fruir (desfrutar)
- Imergir (afundar) e emergir (vir à tona)
- Inflação (alta dos preços) e infração (violação)
- Infligir (aplicar pena) e infringir (violar)
- Mandado (ordem judicial) e mandato (procuração)
- Osso (parte do corpo) e ouço (verbo ouvir)
- Peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos) e pião (brinquedo)
- Precedente (que vem antes) e procedente (proveniente de; que possui fundamento)
- Ratificar (confirmar) e retificar (corrigir)
- Recrear (divertir) e recriar (criar novamente)
- Tráfego (trânsito) e tráfico (comércio ilegal)
- Soar (produzir som) e suar (transpirar)
 PERÍODO COMPOSTO
O período pode ser caracterizado pela presença de uma ou de mais orações, por isso, pode
ser simples ou composto.
Período Simples - apresenta apenas uma oração, a qual é chamada de oração absoluta.
Exemplos:
- Já acordamos.
- Hoje está tão quente!
- Preciso disto.
Período Composto - apresenta duas ou mais orações.
Exemplos:
- Conversamos quando eu voltar.
- É sua obrigação explicar o que aconteceu.
- Descansou, passeou e fez o que mais quis nas férias.
O número de orações depende do número de verbos presentes num enunciado.
O período composto é formado por mais do que uma oração e pode ser classificado em
Período composto por Coordenação e Período composto por Subordinação.
Há tantas orações quanto o número de verbos existentes no período, ou seja, oração =
número de verbos. A Sintaxe dos períodos compostos estuda a função e a relação entre os
períodos e a sua lógica.
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Período composto por Coordenação
No período composto por coordenação a oração não exerce função sintática com relação a
outras orações, ou seja, ela é independente ou absoluta.
Exemplos:
- Acordei/, tomei café/ e apanhei o ônibus.
- Viu o filme,/ mas não compreendeu o enredo.
Orações Coordenadas Sindéticas e Assindéticas
As orações coordenadas podem ser Sindéticas ou Assindéticas, mediante o uso ou não de
conjunção.
Exemplos:
- Acordei/, tomei café/ e apanhei o ônibus. (Duas orações coordenadas assindéticas e uma
oração coordenada sindética “e apanhei o ônibus.”)
- Viu o filme/ mas não compreendeu o enredo. (Uma oração coordenada assindética e uma
oração coordenada sindética “mas não compreendeu o enredo.”)
Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas
Aditivas - exprimem ideia de soma. Exemplo: Faço natação e judô.
Adversativas - exprimem ideia de adversidade, contrariedade. Exemplo: Vou ao casamento, todavia não posso ficar para a festa.
Alternativas - exprimem ideia de alternância, escolha. Exemplo: Vamos ao cinema hoje, quer
você queira quer não.
Conclusivas - exprimem ideia de conclusão. Exemplo: Está chovendo, portanto, não vamos
ao parque.
Explicativas - exprimem ideia de explicação, justificação. Exemplo: Estou atrasado, na
verdade, adormeci.
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Período composto por Subordinação
No período composto por subordinação a oração exerce função sintática com relação a
outras orações, uma vez que se relacionam entre si.
Exemplos:
- Não entendi/ o que você quis dizer com isso.
- Vou sair/ para esquecer o acontecimento.
Classificação das Orações Subordinadas
Orações Subordinadas Substantivas
Exercem função de substantivo.
Exemplo:
- É urgente/ que você ligue para a escola.
- Lembre-se/ de fazer as compras.
Orações Subordinadas Adjetivas
Exercem função de adjetivo.
Exemplo:
- Não gosto de pessoas/ que estão sempre a reclamar.
- As matérias/ que são mais difíceis/ exigem mais de nós
Orações Subordinadas Adverbiais
Exercem função de advérbio.
Exemplo:
- "Enquanto um burro fala,/ o outro abaixa a orelha."
- O pudim da avó é tão saboroso/ quanto o da mãe.
Período Composto por Coordenação e por Subordinação
O período composto por coordenação e por subordinação é formado por uma oração
principal, por uma ou mais orações subordinadas e por uma ou mais orações coordenadas.
Somente existe oração principal em relação à oração subordinada, nunca em relação à
oração coordenada.
Exemplos:
- Espero/ que você não se atrase/ e me ajude com o jantar.
- Vamos esconder-nos/ quando ele chegar/ e cantar.
Na primeira oração, temos:
Oração principal: Espero
Oração subordinada: que você não se atrase
Oração coordenada: e me ajude com o jantar.
Enquanto na segunda oração, temos:
Oração principal:Vamos esconder-nos
Oração subordinada: quando ele chegar
Oração coordenada: e cantar.
 VERBOS TRANSITIVOS E 
 INTRANSITIVOS
Verbos Transitivos
Os verbos transitivos são aqueles que necessitam de complemento para constituir o predicado porque não têm sentido completo.
Esses complementos podem ser seguidos ou não de preposição, de modo que os verbos transitivos são classificados em verbos transitivos diretos, verbos transitivos indiretos ou verbos transitivos diretos e indiretos.
Exemplos:
- Rafael comprou pães.
- A carta pertence à Leandra.
Vamos analisar:
Rafael comprou. Mas, afinal, o que Rafael comprou? Pães. O verbos precisou ser
completado para fazer sentido. Assim, pães funciona como o seu complemento.
A carta pertence. A carta pertence a quem? há Leandra. Mais uma vez, o verbo precisa de um complemento para concluir a informação transmitida pelo verbo pertencer. À Leandra é
esse complemento.
Verbos transitivos diretos
Os verbos transitivos diretos são aqueles que não exigem preposição obrigatória.
Exemplo: Marina ama xadrez.1
Marina ama. Marina ama quem ou o quê? Xadrez. O verbo amar precisa de um
complemento para concluir a informação transmitida. Xadrez é esse complemento. Uma vez
que ele não vem seguido de preposição ele é chamado de transitivo direto.
Objeto Direto
O Objeto Direto é um complemento verbal que, geralmente, não é acompanhado por
preposição. Assim como o objeto indireto, tem a função de completar o verbo transitivo, o
qual sozinho não consegue fornecer informação com sentido completo.
O complemento que não é obrigatoriamente acompanhado por preposição é chamado de
objeto direto, enquanto que o complemento que exige preposição é chamado de objeto indireto.
Assim, os verbos transitivos diretos não exigem complemento com preposição.
Exemplos:
- Ana vende livros. (Livros = objeto direto)
- O pai abraçou o filho. (O filho = objeto direto)
- Você conhece o José? (O José = objeto direto)
- Convidei meus amigos para a festa. (Meus amigos = objeto direto), (para a festa = objeto
indireto).
Quando o objeto direto é expresso por mais do que uma palavra, a palavra que tem mais
importância é o seu núcleo. Nos exemplos acima, os núcleos do objeto direto são: livros,
filho, José e amigos.
O objeto direto pode ser representado por:
Substantivos ou palavras substantivadas
- A vizinha abandonou o gato.
- Não esperava um não.
- Pronomes substantivos2
- Vou fazer o quanto puder.
- Não suporto mais isto!
Pronomes oblíquos (o, a, os, as e as variantes lo, la, los, las, no, na, nos e nas)
- Deixei-a na escola e fui trabalhar.
- Explique-nos, já!
O objeto direto pode, ainda, ser representado por uma oração subordinada substantiva.
- Espero que eles compareçam. (que eles compareçam=objeto direto)
- Já verifiquei que não foi feito. (que não foi feito=objeto direto)
Verbos transitivos indiretos
Os verbos transitivos indiretos são aqueles que exigem preposição.
Exemplo: Tomás gosta de lasanha.
Tomás gosta. Tomás gosta do quê ou de quem? de lasanha. É necessário completar a oração para que a mesma faça sentido. Sozinho, o verbo gostar não consegue transmitir
completamente uma informação.
De lasanha preenche o que falta para que a oração faça sentido; é, assim, o complemento.
Uma vez que esse complemento vem seguido de preposição ele é chamado de transitivo
indireto.
Objeto Indireto
O Objeto Indireto é um complemento verbal obrigatoriamente acompanhado por
preposição. Ele tem como função completar o sentido dos verbos transitivos que por eles só
não fornecem informação completa.3
Exemplos:
- Meu pai gosta de música clássica.
- O povo confiou no seu candidato.
- Desculpe, não posso ir à tua festa.
- Esta matéria interessa a todos.
- Nossa próxima viagem será para a Ásia.
Enquanto os verbos transitivos indiretos exigem complemento com preposição, o objeto
direto é outro complemento verbal que, por sua vez, não exige preposição.
Exemplos:
- Escreveu diversos poemas.
- Tocou suas músicas preferidas.
Verbos transitivos diretos e indiretos
Os verbos transitivos diretos e indiretos são aqueles que exigem dois complementos, um
dos quais sem e outro com preposição obrigatória.
Exemplo: Carlos ofereceu chocolates à Milena.
Carlos ofereceu. Carlos ofereceu o quê a quem? Temos aqui um verbos que necessita de
dois complementos, afinal temos duas questões, até então, sem respostas.
Bem, Carlos ofereceu chocolates. Chocolates é um complemento sem preposição, logo, direto.
Continuando, Carlos ofereceu chocolates à Milena. À Milena é um complemento, por sua
vez, com preposição, logo, indireto.
Assim, concluímos que na oração acima o verbo oferecer é um verbo transitivo direto e
indireto.
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Objeto Direto e Indireto
Há verbos que exigem dois complementos - um objeto direto e um objeto indireto - de modo que são assim chamados de verbos transitivos diretos e indiretos.
Exemplos:
- Dei livros a todos. (Livros = objeto direto; a todos = objeto indireto)
- Ofereci uma viagem aos meus pais. (uma viagem = objeto direto; aos meus pais = objeto indireto)
Verbos Intransitivos
Ao contrário do verbo transitivo, os verbos intransitivos não necessitam de complemento, porque são capazes de, sozinhos, dar a informação completa sobre o sujeito.
Exemplos:
- Cíntia morreu.
- Daniela chegou.
- Tudo passa.
- Adormeci!
75
 LOCUÇÕES
Uma locução é o conjunto de duas ou mais palavras que transmitem um único significado, desempenhando uma única função gramatical.
Locução adjetiva
Uma locução adjetiva é a junção de duas ou mais palavras que atuam como um adjetivo, caracterizando um substantivo. São majoritariamente formadas por preposição de +
substantivo.
Exemplos de locuções adjetivas:
- A higiene da boca destes alunos é deficiente.
- Não há amor maior do que amor de mãe.
- O cachorro está ferido na pata de trás.
Locução adverbial
Uma locução adverbial é a junção de duas ou mais palavras que atuam como um advérbio.
São maioritariamente formadas por preposição + substantivo, adjetivo ou advérbio.
Exemplos de locuções adverbiais
- Apenas passarei pelo escritório de noite.
- Por favor, prossigam em silêncio.
- Este foi, sem dúvida, o melhor dia da minha vida!
Tal como os advérbios, as locuções adverbiais também podem ser classificadas em locução
adverbial de lugar, de tempo, de modo, de afirmação, de negação, de intensidade e de
dúvida.
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Locução prepositiva
Uma locução prepositiva é a junção de duas ou mais palavras que atuam como uma
preposição. A última palavra dessas locuções será, obrigatoriamente, uma preposição.
Exemplos de locuções prepositivas:
- Acerca desse assunto, não tenho nada a declarar.
- Não se preocupe com isso. Acima do vice-diretor ainda está o diretor.
- Todos concordaram com a proposta, com exceção do professor de ciências.
Locução conjuntiva
Uma locução conjuntiva é a junção de duas ou mais palavras que atuam como uma
conjunção, ligando orações. São maioritariamente formadas por: preposição, particípio ou
advérbio + que.
Exemplos de locuções conjuntivas:
- Uma vez que já terminei meu trabalho, já posso ir passear.
- Fale com ela primeira, para que ele não fique incomodada.
- Eu continuarei trabalhando nesta empresa, mesmo que haja mudança de instalações.
Tal como as conjunções, as locuções conjuntivas podem ser classificadas em locuções
conjuntivas coordenativas e locuções conjuntivas subordinativas:
- As locuções conjuntivas coordenativas podem ser aditivas, adversativas, alternativas,
conclusivas e explicativas.
- As locuções conjuntivas subordinativas podem ser adverbiais causais, comparativas,
concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais, temporais.
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Locução verbal
Uma locução verbal é a junção de dois verbos que transmitem apenas uma ação verbal. É
formada por um verbo auxiliar (primeiro verbo) e por um verbo principal (segundo verbo).
Exemplos de locuções verbais:
- Estamos indo agora para o clube fazer natação.
- Quero dormir durante quinze minutos antes de sair.
- Minha filha tem trabalhado todos os fins de semana.
Nas locuções verbais…
- O verbo auxiliaré flexionado em tempo, modo, número e pessoa.
- O verbo principal fica no gerúndio, infinitivo ou particípio.
Locução substantiva
Uma locução substantiva é a junção de duas ou mais palavras que atuam como um
substantivo.
Exemplos de locuções substantivas:
- Este fim de semana vou a São Paulo.
- A sala de jantar está cheia de pessoas.
- Você viu o pôr do sol? Estava lindo!
Locução pronominal
Uma locução pronominal é a junção de duas ou mais palavras que atuam como um
pronome, mais especificamente como um pronome indefinido.
Exemplos de locuções pronominais indefinidas:
- Qualquer um pode participar no concurso.
- Cada qual que cuide de si.
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- Pode entrar, seja quem for.
Locução interjetiva
Uma locução interjetiva é a junção de duas ou mais palavras que atuam como uma
interjeição.
Exemplos de locuções interjetivas:
- Quem me dera!
- Ai de mim!
- Graças a Deus!
- Ora bolas!
79
 DENOTAÇÃO E 
 CONOTAÇÃO
A Conotação e a Denotação são as variações de significados que ocorrem no signo
linguístico. O signo linguístico é composto de um significante (letras e sons) e um significado (conceito, ideia).
Sentido conotativo é a linguagem em que a palavra é utilizada em sentido figurado, subjetivo ou expressivo. Ele depende do contexto em que é empregado, sendo muito
utilizado na literatura. Isso porque, no meio literário, muitas palavras tem forte carga de sensações e sentimentos.
Sentido denotativo é a linguagem em que a palavra é utilizada em seu sentido próprio, literal, original, real, objetivo.
- Aquele homem é um cachorro. (linguagem conotativa, sentido figurado)
- O cachorro da vizinha fugiu essa manhã. (linguagem denotativa, sentido próprio)
Nesse exemplo, podemos notar que a palavra cachorro é utilizada em dois sentidos
diferentes: conotativo e denotativo.
Na primeira frase o termo refere-se ao caráter do homem "cachorro", numa linguagem conotativa que indica que o homem é mulherengo ou infiel.
Na segunda frase o termo está empregado de forma denotativa, ou seja, no sentido real e original da palavra cachorro: animal doméstico.
O sentido denotativo é muito vezes caracterizado como o sentido do dicionário, ou seja, o primeira acepção da palavra.
Contudo, depois da acepção denotativa há uma abreviação, normalmente entre parênteses (fig), que indica o sentido figurado da palavra, ou seja, o sentido conotativo.
80
 COESÃO E COERÊNCIA 
 TEXTUAIS
A Coesão e a Coerência são mecanismos fundamentais na construção textual.
Para que um texto seja eficaz na transmissão da sua mensagem é essencial que faça sentido para o leitor.
Além disso, deve ser harmonioso, de forma a que a mensagem flua de forma segura, natural
e agradável aos ouvidos.
Coesão Textual
A coesão é resultado da disposição e da correta utilização das palavras que propiciam a ligação entre frases, períodos e parágrafos de um texto. Ela colabora com sua organização e
ocorre por meio de palavras chamadas de conectivos.
A coesão pode ser obtida através de alguns mecanismos: anáfora e catáfora. Enquanto a
anáfora retoma um componente, a catáfora o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual.
Algumas Regras
Confira abaixo algumas regras que garantem a coesão textual:
*Referência
Pessoal: utilização de pronomes pessoais e possessivos. Exemplo: João e Maria casaram.
Eles são pais de Ana e Beto. (Referência pessoal anafórica)
Demonstrativa: utilização de pronomes demonstrativos e advérbios. Exemplo: Fiz todas as
tarefas, com exceção desta: arquivar a correspondência. (Referência demonstrativa catafórica)
Comparativa: utilização de comparações através de semelhanças. Exemplo: Mais um dia
igual aos outros… (Referência comparativa endofórica)
*Substituição
Substituir um elemento (nominal, verbal, frasal) por outro é uma forma de evitar as
repetições. Exemplo: Vamos à prefeitura amanhã, eles irão na próxima semana.
Observe que a diferença entre a referência e a substituição está expressa especialmente no
fato de que a substituição acrescenta uma informação nova ao texto.
No caso de “João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto”, o pronome pessoal referencia as pessoas João e Maria, não acrescentando informação adicional ao texto.
*Elipse
Um componente textual, quer seja um nome, um verbo ou uma frase, pode ser omitido
através da elipse.
Exemplo: Temos ingressos a mais para o concerto. Você os quer?
(A segunda oração é perceptível mediante o contexto. Assim, sabemos que o que está sendo oferecido são ingressos para o concerto.)
*Conjunção
A conjunção liga orações estabelecendo relação entre elas.
Exemplo: Nós não sabemos quem é o culpado, mas ele sabe. (adversativa)
*Coesão Lexical
A coesão lexical consiste na utilização de palavras que possuem sentido aproximado ou que
pertencem a um mesmo campo lexical. São elas: sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos, entre outros.
Exemplo: Aquela escola não oferece as condições mínimas de trabalho. A instituição está
literalmente caindo aos pedaços.
*Coerência Textual
A Coerência é a relação lógica das ideias de um texto que decorre da sua argumentação -
resultado especialmente dos conhecimentos do transmissor da mensagem.
Um texto contraditório e redundante ou cujas ideias iniciadas não são concluídas, é um
texto incoerente. A incoerência compromete a clareza do discurso, a sua fluência e a eficácia da leitura.
Assim a incoerência não é só uma questão de conhecimento, decorre também do uso de
tempos verbais e da emissão de ideias contrárias.
Exemplos:
O relatório está pronto, porém o estou finalizando até agora. (processo verbal acabado e
inacabado)
Ele é vegetariano e gosta de um bife muito mal passado. (os vegetarianos são assim
classificados pelo fato de se alimentar apenas de vegetais)
Fatores de Coerência
São inúmeros os fatores que contribuem para a coerência de um texto, tendo em vista a sua
abrangência. Vejamos alguns:
Conhecimento de Mundo
É o conjunto de conhecimento que adquirimos ao longo da vida e que são arquivados na
nossa memória.
São os chamados frames (rótulos), esquemas (planos de funcionamento, como a rotina alimentar: café da amanhã, almoço e jantar), planos (planejar algo com um objetivo, tal como jogar um jogo), scripts (roteiros, tal como normas de etiqueta).
Exemplo: Peru, Panetone, frutas e nozes. Tudo a postos para o Carnaval!
Uma questão cultural nos leva a concluir que a oração acima é incoerente. Isso porque “peru, panetone, frutas e nozes” (frames) são elementos que pertencem à celebração do
Natal e não à festa de carnaval.
83
Inferências
Através das inferências, as informações podem ser simplificadas se partimos do pressuposto
que os interlocutores partilham do mesmo conhecimento.
Exemplo: Quando os chamar para jantar não esqueça que eles são indianos. (ou seja, em
princípio, esses convidados não comem carne de vaca)
Fatores de contextualização
Há fatores que inserem o interlocutor na mensagem providenciando a sua clareza, como os títulos de uma notícia ou a data de uma mensagem.
Exemplos:
- Está marcado para às 10h.
- O que está marcado para às 10h? Não sei sobre o que está falando.
Informatividade
Quanto maior informação não previsível um texto tiver, mais rico e interessante ele será.
Assim, dizer o que é óbvio ou insistir numa informação e não desenvolvê-la, com certeza
desvaloriza o texto.
Exemplo: O Brasil foi colonizado por Portugal.
Princípios Básicos
Após termos visto os fatores acima, é essencial ter em atenção os seguintes princípios para
se obter um texto coerente:
Princípio da Não Contradição - ideias contraditórias
Princípio da Não Tautologia - ideias redundantes
Princípio da Relevância - ideias que se relacionam
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Diferença entre Coesão e Coerência
Coesão e coerência são coisas diferentes, de modo que um texto coeso pode ser incoerente.
Ambas têm em comum o fato de estarem relacionadas com as regras essenciais para uma
boa produção textual.
A coesão textual tem como foco a articulação interna, ou seja, as questões gramaticais. Já a
coerência textual trata da articulação externa e mais profunda da mensagem.
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