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Teoria Geral do Processo - CADERNO

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TEORIA GERAL DO PROCESSO – GABRIEL SARTÓRIO
gfsartorio@hotmail.com
2MA – Déborah Cezar
1º Bimestre 
· Prova: 5pts
· Multidisciplinar: 2pts
· Trabalho (12/09) :3pts
2º Bimestre 
· Prova: 5pts
· Multidisciplinar: 2pts
· Trabalho : 3 pts
Bibliografia
· Fredie Didier Jr. - V1
· Ada Pellegrini/Cândido Rangel Dinamarco – Teoria Geral do Processo V.1
· Humberto Theodoro Jr. - V1
· Alexandre de Freitas Câmara – V.1 (objetivo)
· Luiz Guilherme Marinoni – V.1
· Marcus Vinicius Rios Gonçalves(voltado pra concurso) – V.1
· Pedro Lenza – V.1
· Elpídio Domzete – V.único
_____
Aula 01 – 08.08.2017
UNIDADE 1 – NOÇÕES GERAIS DA TEORIA GERAL DO PROCESSO
1. Direito Processual (é um direito de vertente/ramo público):
É um direito de caráter público, que é formado por um processo detentor de participação estatal, sendo assim, um sistema de leis que prevê todo um sistema/legislação de caráter procedimental para a solução de conflitos. 
Então, o direito processual é classificado como um ramo do direito público porque tem a participação do Estado juiz na solução dos conflitos sociais, devendo observar sempre as regras procedimentais criadas em ordem lógica para garantir uma decisão judicial repleta de segurança jurídica.
2. LIDE (litígio)
É o conflito em que as partes resistem mutuamente sobre o mesmo objeto que repercute de tal maneira sobre o direito, criando, uma necessidade de se levá-lo para o judiciário, para que se busque a solução do 	conflito. 
O autor, Enrico Tulio Liebman, conceitua a LIDE como sendo “o conflito de interesses classificado por uma pretensão resistida deduzida em juízo”. Isso significa que o litígio é um conflito entre partes opostas que resistem sobre o mesmo objeto e por isso deve ser levado a jurisdição, por ser competente em substituir a vontade das partes a solucionar o conflito. A solução dos conflitos se faz, muitas vezes, através da jurisdição, o que a doutrina denomina de heterocomposição.
· Obs.: AUTOTUTELA
· A autotutela é o exercício arbitrário das próprias razões, popularmente chamada de “justiça com as próprias mãos”. O nosso ordenamento admite excepcionalmente algumas situações de autotutela. Ex.: 
· Estado de perigo
· Legítima defesa
· Desforço imediato(proteção a posse de uma propriedade imóvel)
3. Princípios processuais
3.1. Princípios processuais constitucionais
A. Princípio do devido processo legal “Durante Process of Law” -> art.5º, LIV da CF/88
Ninguém será julgado se não por um devido processo legal previamente definido por lei, para que o processo não seja abusivo. 
Então, a constituição afirma que ninguém será processado e julgado se não por um devido processo legal. Em outras palavras, significa que o processo judicial deve seguir as regras procedimentais previamente dispostas em lei, garantindo a segurança jurídica no julgamento dos processos.
B. Princípio do contraditório -> art.5º, LV da CF/88
O contraditório é a garantia que os sujeitos do processo tem de conhecer os termos e atos praticados dentro do processo, possibilitando que os mesmos tenham a oportunidade de se manifestarem. A oportunidade deve ser sempre igualitária permitindo, o equilíbrio processual. Por exemplo, o recurso de apelação tem prazo de 15 dias, cabendo a parte contrária fazer a defesa também em um prazo de 15 dias.
· Obs.:
· É importante registrar que o processo judicial é uma arena de debates, sendo consagrado o contraditório a todos os sujeitos envolvidos (partes, juiz, ministério público, defensoria pública, etc).
C. Princípio da ampla defesa -> art.5º, LV da CF/88
A ampla defesa e a materialização do exercício da defesa, sempre baseada nos limites da lei. O legislador indiciou que a defesa pode ser feita de forma ampla, abrangendo todos os meios necessários, desde que não exista afronta a legislação. Por exemplo, a contestação e a materialização da defesa do réu contra as alegações do autor, podendo se valer de diversas provas admitidas em direito.
_____
Aula 02 – 15.08.2017
D. Princípio do Juiz Natural (art.5º, LII CF/88): Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente_ art.5º, LII
É aquele que garante o processamento e o julgamento de um processo através de autoridade judicial competente. Isso significa que a legislação constitucional e a legislação processual dispõem a respeito dos critérios para afixação de qual juiz ou tribunal é o competente para o caso concreto. A competência está previamente determinada nesses critérios legais, antes mesmo do fato se consumar
· Obs.:
· Assim sendo a CF/88 veda, proíbe a instauração do tribunal de exceção_ aquele criado após o fato consumado, afim de julgar algum fato específico. O texto maior impede esse tipo de tribunal, justamente porque contraria a importante característica da imparcialidade que deve estar presente em qualquer processo judicial.
Tribunal de Nuremberg é um tribunal de exceção sob o qual o princípio do juiz natural não se aplica. Assistir filme “Julgamento de Nuremberg”
E. Princípio do acesso à justiça ou princípio da inafastabilidade da jurisdição (art.5º, XXXV da CF/88): O constituinte cria uma estimulação de o legislador criar leis que possibilitem e facilitem o acesso dos cidadãos à justiça. 
A lei deve estimular melhores canais de proximidade entre o indivíduo e o seu acesso à ordem jurídica. O acesso consiste em estimular o melhor conhecimento a respeito da legislação, bem como o melhor acesso ao próprio poder judiciário. Podemos citar o exemplo da Lei 1.060/50 (assistência judiciária gratuita) que permite ao hipossuficiente ser dispensado do pagamento das custas de um processo judicial
· Obs.:
· Lei 1.060/50 (assistência judiciária gratuita)
· Hipossuficiente (pobre nos termos da lei)
F. Princípio da razoável duração do processo (Art.5º, LXXVII da CF/88):
Aos litigantes (partes) em processo judicial ou administrativo deve ser assegurado a razoável duração do processo. A razoável duração compreende a celeridade (ritmo processual) e a segurança das decisões, cujo o objetivo é o combate a morosidade processual.
· Obs.: 
· Emenda Constitucional (EC) 45/2004 (reforma do judiciário)
· Art.37, “caput” da CF + EC.19
· L(legalidade) I(imparcialidade) M(moralidade) P(publicidade) E(eficiência)
· Combate a morosidade processual
· Prescrição
G. Princípio da motivação das decisões judiciais (art.93, IX da CF/88): quando o juiz estiver tomando uma decisão no processo é necessário que ele apresente os motivos que o levaram a tomada daquela decisão em específico, de modo a convencer as partes acerca do seu entendimento a respeito do processo. Portanto, “o julgador deverá explicitar as razões pelas quais prolatou determinada decisão. Trata-se de um autêntico direito a uma accountabillity (Streck,op. cit.), contraposto ao respectivo deve de (has a duty) de prestação de contas. Ou seja, essa determinação constitucional se transforma em um autêntico dever fundamental”.
Significa que toda e qualquer decisão judicial deve ser fundamentada. A autoridade judicial deve apresentar os fundamentos de fato (análise do caso) e os fundamentos de direito (análise das fontes do direito_ lei, costumes, doutrina, jurisprudência, etc).
H. Princípio da Publicidade (art.93, IX da CF/88): 
É aquele princípio que permite qualquer pessoa ter conhecimento a respeito dos atos processuais, uma vez que deve se evitar a obscuridade e qualquer abusividade. O segredo de justiça é uma medida excepcional geralmente indicada a processos com cláusulas de intimidade ou processos que a publicidade possa prejudicar a realização de determinados atos. 
· Obs.:
· Os atos do processo como um todo são públicos, contudo, existem algumas exceções, tal como, os processos 
I. Princípio do duplo grau de jurisdição
O Supremo Tribunal Federal (STF) entende que o duplo grau de jurisdição é um princípio implícito no texto constitucional e não é considerado uma garantia fundamental. O duplo grau representa a possibilidade de revisar a decisão em outra instância, devido o recurso apresentado pela parte.
O Supremo Tribunal Federal (STF) se posicionou a respeitoda natureza jurídica do duplo grau de jurisdição, entendo que o mesmo é um princípio constitucional implícito do ordenamento constitucional, bem como não é considerado uma garantia fundamental. Portanto, o duplo grau de jurisdição pode ser relativizado ou limitado, justamente porque não é considerado uma cláusula pétrea.
O STF conceitua o duplo grau de jurisdição como aquele que permite a parte exercer o seu inconformismo através de recurso, muitas vezes encaminhados a instância superior, sem ser uma regra absoluta. Até mesmo porque o recurso, algumas vezes, pode ser processado e julgado na mesma instância que produziu a decisão recorrida. 
3.2. Princípios Processuais Infraconstitucionais (CPC/15)
O artigo1º do CPC/15 dispõe que a CF/88 é o fundamento de validade de todo o ordenamento jurídico, cabendo a legislação processual seguir todos os preceitos e princípios constitucionais. Os princípios abaixo descritos estão previstos no CPC/15.
Art.1º - O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na CRFB, observando-se as disposições deste código
Art.2º - O processo começa por iniciativa da parte e se 5Tdesenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
A. Princípio do Dispositivo/Demanda (art.2º do CPC/15)
A legislação processual exige que a parte que tem direito subjetivo é legitima para a propositura da demanda, não se admitindo que outra pessoa faça em seu lugar. 
· Observação.1.: O direito subjetivo é o direito violado, mas sendo para a parte a pretensão de se buscar a tutela (proteção) do judiciário. 
· Observação.2.: a autoridade judicial está autorizada em diversos casos a agir de oficio ou “ex officio”. Todavia, não se admite a instauração de processos judiciais de oficio, quando o conflito é de natureza privada. A doutrina conceitua a expressão “ex officio” como situações processuais que a autoridade judicial tem o dever de agir dentro do processo, independentemente da manifestação ou requerimento das partes.
B. Princípio da Inércia (art.2º do CPC/15)
A jurisdição é caracterizada por depender de provocação da parte interessada, ficando impossibilitada de conduzir qualquer processo sem a demanda. 
C. Princípio do Impulso Oficial (art.2º do CPC/15)
A jurisdição após a provocação da parte deve praticar todos os atos processuais necessários ao desenvolvimento do processo. Podemos citar o exemplo da jurisdição que foi provocada pelo autor, através de uma petição inicial. O juiz precisa analisar o seu conteúdo e determinar a expedição de mandado de citação ao réu, sendo uma forma de impulso a fim de comunica-lo a respeito da existência de um processo que foi movido contra a sua pessoa.
D. Princípio da Oralidade (distribuído ao longo do CPC/15)
Em regra, os atos processuais são praticados na forma escrita. No entanto a legislação processual dispõe que alguns atos precisam ser formados através de produção verbalizada. É o caso do depoimento pessoal das partes ou da oitiva das testemunhas, bem como os casos de sustentação oral de recursos nos tribunais.
4. Objeto de estudo da teoria geral do processo 
É a Trilogia Estrutural do processo Jurisdição; Ação; e Processo.} Exclusivamente nessa ordem
UNIDADE 2 - JURISDIÇÃO
1. Conceito de Jurisdição
 É a função estatal típica do poder judiciário, cujo o objetivo consiste em promover a paz social dos conflitos apresentados pelas partes.
2. Funções estatais
	Poderes
	Funções Típicas
	Funções Atípicas
	Poder Executivo
	 Administração dos interesses públicos (bens, serviços, orçamento, finanças, etc).
	 Poder Regulamentar/Legislar (decretos, portarias, instrução normativa, etc.)
	Poder Legislativo
	 Legislar (criação das leis)
 Fiscalizar o orçamento do poder executivo. 
	 Administração de seu orçamento, finança, pessoal, etc.
 Julgar os crimes de responsabilidade do presidente da república (art.52, I da CF/88), impeachment.
	Poder Judiciário
	Exercer a jurisdição: atividade de julgamento que busca a paz social.
	 Administração de seu orçamento, finança, pessoal, etc.
Poder regulamentar/legislar (editar os regimentos internos dos respectivos tribunais_art.96,I – a )
3. Características da jurisdição
3.1. Secundária
Significa que a legislação processual estimula em primazia que os conflitos sejam compostos (solucionados) pelas próprias partes envolvidas (autocomposição). Por essa razão, a jurisdição é caracterizada por ser secundária, desenvolvendo a sua atividade quando realmente existe a necessidade da intervenção estatal a fim de conseguir a paz social. 
3.2. Inércia
Significa que a jurisdição depende de provocação, não podendo a autoridade judicial instaurar o processo de oficio. A jurisdição depende de ser provocada, uma vez que o juiz não pode instaurar processo de officio
3.3. Imparcialidade
A jurisdição é representada por autoridades públicas, denominados de magistrados (Juiz, Desembargador e Ministros). Os magistrados precisam manter uma relação equidistante, ou seja, um tratamento de absoluta igualdade ou isonomia entre as partes e seus próprios advogados. 
Dessa maneira, a autoridade judicial não tem tratamento pessoal e pode conduzir o processo com estreita imparcialidade. A falta dessa característica provoca a parcialidade que torna necessária a substituição da autoridade judicial por outro. A parcialidade acontece nos casos de suspeição(art.145 do CPC) e impedimento (art.144 do CPC/15). 
___
Aula 04 - 29.08.2017
3.4. Indelegabilidade:
A jurisdição não pode delegar as suas funções a outro poder, haja vista o fato de a competência ser privativa ao poder judiciário. Ou seja, a competência jurisdicional é privativa do poder judiciário, não pode ser delegada a outro poder. 
3.5. Definitividade:
Significa que as decisões judiciais se submetem a coisa julgada. A coisa julgada é aquela cláusula de segurança jurídica que torna a decisão judicial irrecorrível ou imutável, não mais sujeita a nenhum outro recurso. 
3.6. Substitutividade
A jurisdição é aquela que profere o julgamento de mérito, declarado a quem pertence o direito, uma vez que foi demandada a substituir a vontade das partes.
3.7. Competência (não vai ser estudada agora, mas posteriormente)
4. Jurisdição contenciosa e jurisdição voluntária (graciosa)
	Jurisdição Contenciosa
	Jurisdição Voluntária
	LIDE – conflito
	ACORDO DE VONTADES – divórcio consensual 
	PARTES – autor e réu 
	INTERESSADOS
	SENTENÇA DE MÉRITO – julgamento de mérito 
	SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA DE ACORDO
A jurisdição contenciosa é aquela atuação do judiciário que se caracteriza pela presença da lide apresentada pelas partes, sujeitos parciais e em polos opostos, que submetem o conflito ao julgamento de mérito de uma autoridade judicial. 
A jurisdição pode atuar também de maneira voluntária, a partir da apresentação de acordo de vontades de interessados, sujeito que caminham em sentido comum. A autoridade judicial tem um papel meramente administrativo, pois não há necessidade de se fazer um julgamento de mérito. A autoridade judicial produz uma sentença homologatória de acordo, na qual apenas confirma os termos do acordo apresentado, desde que não encontre nenhum vício de consentimento (ex.: coação).
5. Jurisdição comum e jurisdição especial:
A jurisdição comum é a terminologia utilizada aos órgãos jurisdicionais competentes para processar e jugar os conflitos sociais inerentes ao direito civil e penal. Essas áreas são consideradas as mais abrangentes no que se refere a extensão de conteúdo e quantidade de processos judiciais, o que gera o termo jurisdição comum.
A jurisdição especial é a terminologia utilizada aos órgãos jurisdicionais competentes para processar e julgar conflitos sociais que não se encaixam nas áreas acima mencionadas. A jurisdição especial abrange as áreas trabalhista, eleitoral e militar. 
6. Organização do Judiciário (art.101 e seguintes da CF/88)
· Instância superior – sede em Brasília 
· O STF é o órgão máximo da matéria constitucional 
Supremo Tribunal Federal – STF 
É a corte constitucional, então, oSTF se encontra acima de todos os outros órgãos, uma vez que ele é o órgão responsável por guardar a constituição. As instâncias superiores têm como função principal a produção de jurisprudência e a guarda das normas. Para ser ministro Reputação Ilibada- sem qualquer antecedência criminal; notável saber jurídico; deve ser indicado pelo presidente da república.
O STF é o órgão máximo da estrutura judiciária brasileira. A doutrina costuma chamar o STF de guardião da Constituição, uma vez que tenha competência de unificar a jurisprudência constitucional. 
Observação.1: a unificação da jurisprudência é realizada através de súmulas, a partir do momento que a jurisprudência encontra-se devidamente pacificada, sem qualquer divergência naquela corte constitucional.
Observação.2: o STF é o único órgão do judiciário autorizado a editar súmula vinculante, caracterizada pela sua força normativa. Sendo assim, o conteúdo da súmula impõe vinculação as demais autoridades judiciais e administrativas, obrigadas a seguir o posicionamento da corte constitucional. Podemos citar o exemplo da sumula vinculante número 11, que impõe a não utilização das algemas a pessoa presa ou conduzida, salvo se provado que o risco a dignidade da própria pessoa ou terceiros.
Obsevação.3: o STF é composto por onze ministros, brasileiros, com notável saber jurídico (reconhecida atuação forense e produção acadêmica), reputação ilibada (sem antecedentes criminais) e idade mínima de 35 anos de idade. 
Observação.4: o Ministro deve preencher os requisitos mencionados e o seu nome deve ser indicado pelo Presidente da República, dependendo da aprovação do Senado Federal pelo quórum de maioria absoluta (maioria dos membros)
Observação.5: os Ministros do STF não precisam preencher requisito de aprovação anterior a concurso público de magistratura. O requisito obrigatório é o notável saber jurídico, comprovado pela experiência profissional e acadêmica (entendimento do STF).
O Superior Tribunal de Justiça – STJ 
Jurisdição Comum Direito Civil e Penal. O STJ possui o papel de unificar jurisprudências que envolvem o direito civil e o direito penal.
O STJ é a instância máxima da jurisdição comum (civil e penal). O papel do STJ também segue a sentido de unificação da jurisprudência tanto no Direito Civil (obrigações, reponsabilidade civil, família, sucessões, direitos das coisas, consumidor, empresarial, administrativo, tributário, etc.) quanto no Direito Penal.
Observação.1: o STJ pode editar súmulas. A sumula vinculante é de competência exclusiva do STF.
Observação.2: o STJ é composto por 33 Ministros, brasileiros, com idade mínima de 35 anos, notável saber jurídico e reputação ilibada.
Observação.3: o STJ segue a regra do terço constitucional, sendo então composto de uma reserva de vagas de 1/3 de seus membros as carreiras do ministério público e da advocacia (OAB). O motivo da regra constitucional se justifica pela ideia de tornar a representação mais democrática ou heterogênea. Até mesmo porque a presença de advogados e de representantes do ministério público (“Parquet”_ expressão francesa que se refere ao promotor de justiça) torna as decisões judiciais mais técnicas porque o debate incluiu pensamento diferentes sobre o direito. 
Observação.4: a nomeação de qualquer ministro do STJ, independentemente da carreira de origem, segue o seguinte procedimento:
1) Elaboração de lista sêxtupla (seis nomes) apresentada pela carreira que tem direito a preencher a vaga (magistratura, ministério público ou advocacia)
2) Encaminhamento da lista tríplice com os três nomes mais votados pelos membros da carreira, ao presidente da república.
3) Indicação do presidente da república de um nome que consta na lista tríplice. 
4) Aprovação do nome pelo Senado Federal, mediante aprovação de maioria absoluta (maioria dos membros do Senado).
Tribunal Superior do Trabalho
É o órgão máximo na jurisdição trabalhista, contudo, essas jurisprudências são um pouco diferentes, uma vez que elas não são sistemáticas.
É a instância máxima na jurisdição especial trabalhista. O TST é competente para unificar a jurisprudência trabalhista através de súmulas ou enunciados.
Observação.1: o TST é composto por 27 Ministros, que devem ter idade mínima de 35 anos, notável saber jurídico e reputação ilibada. 
Observação.2: o TST segue a regra do quinto constitucional, sendo então reservado 1/5 das vagas de seus membros as carreiras do ministério público e da advocacia (OAB).
Observação.3: a nomeação dos ministros, independentemente da carreira de origem, depende do procedimento de lista sêxtupla, lista tríplice, indicação do nome pelo Presidente da República e aprovação do Senado Federal. 
Supremo Tribunal Eleitoral - TSE
É o órgão máximo na jurisdição especial eleitoral. O STE é competente para unificar a jurisprudência eleitoral.
Observação.1: o TSE unifica a jurisprudência através de súmulas. O TSE não edita sumula vinculante.
	Observação.2: o TSE é composto por 7 Ministros, brasileiros, com idade mínima de 35 anos, notável saber jurídico e reputação ilibada. 
	Observação.3: o TSE é composto obrigatoriamente por 3 ministros do STF.
	Observação.4: o TSE é presidido obrigatoriamente por um Ministro do STF.
	Observação.5: o TSE pode ser composto por magistrados, representantes do Ministério Público e advogados de carreira (OAB).
	Observação.6: o TSE não segue regra de quinto constitucional.
	Observação.7: os Ministros do TSE depende de nomeação do presidente da república, não se aplica as regras procedimentais citadas ao STF, STJ ou TST.
CORTES RECURSAIS (TRT + TRF + TJ + TRE) – julgam e analisam recursos advindos da 1ª instância.
Tribunal Regional Federal – TRF
É o órgão de competência recursal que analisa os recursos com origem na primeira instância federal.
Observação.1: o TFR é composto pelo mínimo de 7 Desembargadores.
Observação.2: os Desembargadores precisam preencher os requisitos de notável saber jurídico, ter reputação ilibada e também ser brasileiro.
Observação.3: O TRF segue a regra do quinto constitucional e as mesmas regras do procedimento de nomeação (lista sêxtupla, lista tríplice e etc.). 
Observação.4: o TRF analisa os recursos dos processos da 1ª instância, no qual encontra-se presente as pessoas jurídicas de direito público federal e a empresa pública federal. Nesse caso, as pessoas mencionadas são partes do processo (autor ou réu), determinando que as ações sejam encaminhadas a jurisdição federal. 
Observação.5: a União Federal é uma pessoa jurídica de direito público interno que pode ser parte de um processo, cuja a competência deve ser da jurisdição federal.
Observação.6: a união federal está autorizada a criar outras pessoas jurídicas, através do instituto chamado de descentralização. A descentralização permite a ampliação na eficiência da administração pública. As pessoas jurídicas criadas pela União Federal podem ser nomeadas da seguinte maneira:
1) Autarquias Federais:
· Pessoa Jurídica de Direito Público que atua em atividade assistencial.
2) Fundações Públicas:
· Pessoa Jurídica de Direito Público que atua em atividade social.
3) Empresa Pública:
· Pessoa Jurídica de Direito Privado que atua em atividade econômica e financeira. O capital totalitário é da própria União Federal.
4) Sociedade de Economia Mista:
· Pessoa Jurídica de Direito Privado que atua em atividade econômica e financeira. O capital majoritário é da União Federal.
Observação.7: A jurisdição federal é competente para atuar nos processos e recursos que envolvam a União Federal, Autarquia Federal, Fundações Públicas Federais e Empresa Pública Federal. A jurisdição federal não é competente para atuar nos processos e recursos que envolvam as sociedades de economia mista federais (competência da jurisdição estatal_ Banco do Brasil).
Tribunal de Justiça – TJ
Sobre a jurisdição estadual, não se encontra nada sobre esse assunto distribuído na constituição, uma vez que a competência estadual é uma COMPETÊNCIA RESIDUAL, sendo assim, a maioria dos processos se encontramsob o âmbito dessa jurisdição. A sede do tribunal de justiça se encontra na capital do Estado, ou seja, sempre na Sede de seu Estado-membro.
O tribunal de justiça é o órgão de competência recursal que analisa e julga os recursos dos processos oriundos da 1ª instância da justiça estadual. O TJ é competente para a analisar e julgar os processos de jurisdição comum (Civil e Penal). A doutrina comenta que a competência da jurisdição estadual é residual, pois não há previsão constitucional que faça qualquer especificação de suas competências, sendo certo que lhe compete tudo aquilo que não compete aos demais órgãos do judiciário. 
Observação.1: o TJ é um órgão estadual e tem a sua sede na capital do respectivo Estado-membro.
	Observação.2: o TJ segue a regra do quinto constitucional.
	Observação.3: a nomeação dos desembargadores depende do procedimento de lista sêxtupla, lista tríplice, indicação pelo governador de estado e aprovação da assembleia legislativa. 
	Observação.4: os desembargadores dependem do preenchimento dos seguintes requisitos:
6.1. Ser brasileiro nato ou naturalizado
6.2. Notável saber jurídico 
6.3. Reputação ilibada
Observação.5: não há previsão a respeito do critério de idade mínima
Tribunal Regional do Trabalho – TRT
É o órgão de competência recursal que analisa e julga os recursos dos processos oriundos da primeira instância da justiça do trabalho. 
Observação.1: o TRT é um órgão federal que tem a sua sede na capital do respectivo Estado-membro.
Observação.2: o TRT é composto pelo número mínimo de sete desembargadores. 
Observação.3: o TRT segue a regra do quinto constitucional.
	Observação.4: o TRT é composto por desembargadores que são nomeados pelo procedimento da lista sêxtupla, lista tríplice, indicação do presidente da república e aprovação do senado.
	Observação.5: os desembargadores precisam preencher os seguintes requisitos:
a. Ser brasileiro nato ou naturalizado
b. Idade mínima de 35 anos
c. Notável saber jurídico
d. Reputação ilibada
Tribunal Regional Eleitoral – TER
O TRE é composto por 7 desembargadores, sendo necessariamente a sua sede na capital do respectivo Estado-membro.
· 02 Desembargadores do TJ 
· 01 Presidente
· Presidente da República
· 02 Juízes de direito (Estadual)
· 01 Juiz Federal
· 02 Advogados (OAB) 
· Lei 8.906/94 – Estatuto da OAB : art.8º
É o órgão recursal que tem competência para analisar e julgar os recursos dos processos oriundos da primeira instância da justiça eleitora.
	Observação.1: o TRE tem a sua sede na capital do respectivo Estado-membro.
	Observação.2: o TRE é composto pelo número de 7 desembargadores que precisam seguir a seguinte divisão:
a. Dois desembargadores cedidos pelo Tribunal de Justiça do mesmo Estado do TER
b. Dois juízes de direito (Estadual) cedidos pelo tribunal de justiça do mesmo Estado do TRE. 
c. Um juiz federal cedido TRF, locado no mesmo Estado do TRE. 
d. Dois advogados indicados pelo Conselho Seccional (Estadual) da OAB do mesmo Estado do TER.
Observação.3: os desembargadores do TRE devem seguir os seguintes requisitos:
a. Ser brasileiro nato ou naturalizado 
b. Idade mínima de 35 e máximo de 65 anos de idade
c. Notável saber jurídico
d. Reputação ilibada 
Observação.4: os desembargadores do TRE são nomeados pelo Presidente da República.
Observação.5: o mandato é de dois anos, prorrogável por igual período. Logo, o limite é de dois biénios 
	Observação.6: os advogados indicados a desembargadores do TRE, são impedidos (proibição parcial) de exercerem a advocacia particular na jurisdição eleitoral. O impedimento é enquanto durar o mandato do advogado. 
Justiça Trabalho + Justiça Federal + Justiça Estadual + Justiça Eleitoral
Justiça do Trabalho – JTrab.
Justiça do Trabalho é o órgão de 1ª instância na jurisdição especial trabalhista. A doutrina costuma dizer que é o órgão singular porque compete isoladamente o dever de julgar as ações trabalhistas. As ações trabalhistas são chamadas de reclamações trabalhistas ou dissídios. 
Observação.1: o cargo de juiz do trabalho depende de aprovação em concurso público. 
Observação.2: o concurso público deve ser obrigatoriamente de provas e títulos. Importante entender que o termo provas significa a aplicação de fases no certame (fase objetiva, discursiva, prática e oral). Além disso, o certame se caracteriza pela apresentação de títulos que computam pontos no resultado final (publicação de livros, capítulos de livros, artigos científicos, aprovação em concurso público anterior, pós-graduação, mestrado, doutorado, etc.).
Justiça Federal – JF
É o órgão de 1ª instância da jurisdição comum (Civil e Penal) competente para analisar e julgar os processos que envolvam a União Federal, a Autarquia Federal, Fundação Pública Federal e Empresa Pública Federal. 
	Observação.1: o cargo de Juiz Federal depende de aprovação em concurso público. 
Observação.2: o concurso público é de Provas e Títulos. 
Justiça Estadual - JE
É o órgão de 1ª instância da jurisdição comum (Civil e Penal), nos casos de competência residual. 
Observação.1: o cargo de Juiz de Direito depende de aprovação em concurso público. 
Observação.2: o concurso público deve ser de Provas e Títulos
Justiça Eleitoral – JE	
É o órgão de 1ª instância da jurisdição especial eleitoral. 
	Observação.1: os juízes eleitorais são cedidos pelo tribunal de justiça do mesmo Estado do TRE.
	Observação.2: o Juiz Eleitoral deve ter sido aprovado em concurso 	público da Justiça Estadual. 
7. Prerrogativa da Magistratura
As prerrogativas são instrumentos a garantia da independência funcional dos magistrados. São prerrogativas dos magistrados:
a) Irredutibilidade dos Subsídios
Os juízes não recebem salários, haja visto que eles não são submetidos a CLT. 
Significa que a remuneração da magistratura segue o regime jurídico do subsídio. O subsídio é regulamentado por lei. A legislação pode aumentar o subsídio, mas jamais reduzi-lo. 
b) Inamovibilidade:
A autoridade judicial não será transferida da localidade sob a qual ele se encontra permanente, a não ser que haja um ato que demonstre o interesse público na movimentação, transferência desse local.
Significa que o magistrado não pode ser transferido a localidade diversa de sua titularidade, salvo nos casos de interesse público. 
c) Vitaliciedade:
O afastamento se dá apenas por processo judicial transitado em julgado.
O afastamento do magistrado é apenas permitido através de sentença condenatória transitada em julgado. Portanto, o afastamento se dá pela via judicial, cuja a decisão não caiba mais recurso. 
· Matéria da prova é até o item 7 – Prerrogativa da Magistratura
8. Competência 
8.1. Conceito
A competência é a exata medida da jurisdição_ Carmellutte. O juiz atua naquilo que ele possui competência para julgar. A lei define quais são os limites de atuação do Juiz, ou seja, é a lei quem diz sob o que o juiz pode julgar.
O autor Carmellutte define a competência como “A exata medida da jurisdição”. Em outras palavras, o autor entende que a competência é aquela que define o espaço de atuação do magistrado. 
8.2. Critérios para fixação da competência: artigos 319 e 320 do CPC
O ato do autor que provoca a jurisdição _ Art.319(requisitos da petição inicial).
Os critérios abaixo assinalados são importantes para a determinação da competência originária de um processo, ou seja, identificação do juiz ou tribunal competente para o caso concreto. Os critérios precisam ser analisados de uma forma conjunta, pois somente assim é possível a fixação da competência. 
A. Critério Material: 
o critério material é aquele que define a competência a partir da natureza da demanda. Isso significa que é preciso entender a área do direito material no qual o conflito está devidamente inserido. Para isso, deve-se mencionar que a jurisdição está classificada a partir das áreas materiais, seguindo a seguinte estrutura:
· Jurisdição Comum
É aquela que atua nas áreas do Direito Civil e Direito Penal. O Direito Civil é a área do direito material que regulamenta as relações patrimoniais (direito da personalidade,direito real ou direito sobre a coisa, Direito de Família, direito à sucessão, Direito Empresarial, Direieto do Consumidor, etc) entre particulares (pessoa natural e pessoas jurídicas de direito privado). Já o Direito Penal é a área que regulamenta as relações sociais a partir dos fatos típicos (crimes e contravenções).
· Jurisdição Especial: 
É aquela que organiza separadamente as áreas do Direito do Trabalho, Direito Eleitoral e Direito Militar. O Direito do Trabalho é a área que regulamenta as questões de ordem patrimonial inerentes às relações de trabalho (salário, verbas trabalhistas, verbas rescisórias, condições de trabalho, jornada de trabalho, férias, etc.). O Direito Eleitoral é a área que regulamenta as questões dos direitos políticos, especialmente os direitos ativos (direito ao voto) e os direitos passivos (direito de ser votado). Por fim, o Direito Militar é a área que regulamenta a organização das carreiras militares (planos de carreira, composição hierárquica, condutas, remunerações, etc.), bem como trata das questões de ordem disciplinar (infrações). 
B. Critério Pessoal (partes): 
O critério é aquele que define a competência a partir da compreensão de quais partes estão envolvidas no processo civil. 
Observação.1: a Justiça Federal é competente para os processos civis que envolvam como parte (autor ou réu) a União Federal, Autarquia Federal, Fundação Pública Federal ou Empresa Pública Federal. 	
Observação.2: a Justiça Estadual é competente para os processos civis que envolvam as demais pessoas. Sendo assim, a Justiça Estadual atua nos processos que envolvam como parte os Estados, Distrito Federal, Municípios, bem como as respectivas pessoas jurídicas criadas por cada um ente da Federação mencionado (Autarquia, Fundação Pública, Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista). 	
Observação.3: a Justiça Estadual é competente para os processos civis que envolvam como parte as Sociedades de Economia Mista Federal (ex.: Banco do Brasil e Petrobras).
Observação.4: a Justiça Estadual é competente para os processos civis que envolvam como parte as pessoas naturais, mediante conflito entre si.
Observação.5: a Justiça Estadual é competente para os processos civis que envolvam como parte as pessoas naturais e pessoas jurídicas de direito privado, mediante conflito entre si.
Observação.6: a Justiça Estadual é competente para os processos civis que envolvam como parte as pessoas jurídicas de direito privado, mediante conflito entre si.
C. Critério Funcional
O Critério Funcional é aquele que define a competência dos processos civis através do plano vertical e plano horizontal. 
· O plano vertical está regulamentado no próprio texto constitucional, a partir do art. 101 da CF/88. O plano vertical é exatamente a organização hierárquica, de modo que é possível determinar a qual instância o processo tem a sua origem. Por exemplo, a ação direta de inconstitucionalidade deve ser proposta no próprio STF.
· Já o plano horizontal é aquele regulamentado pelo código de organização dos tribunais, sempre baseados nas normas constitucionais. Dessa maneira, o plano horizontal organiza a quantidade de varas, câmaras ou turmas a serem destinadas a cada órgão. Por essa razão, pode-se perceber a existência de mais de um juiz (vara) competente para o mesmo assunto, sendo necessário a distribuição pelo sorteio eletrônico.
Por fim, vale mencionar, por exemplo, que a quantidade de varas depende da quantidade de processos existentes naquela localidade.
D. Critério Territorial ou Critério em razão do Foro: 
Em regra, o CPC/15 adota o domicílio do réu naquelas ações que envolvam direitos pessoais ou direitos reais de bens móveis. No entanto, existem exceções à localidade das ações, que por sua vez serão tratadas nas observações abaixo assinaladas.
Observação.1: no caso do requerido não possuir domicílio certo, caberá ao autor definir se a ação será proposta em seu próprio domicílio ou na última localidade em que houver notícias a respeito do requerido. 	
Observação.2: no caso do requerido possuir mais de um domicílio, caberá ao autor a escolha entre os mesmos.	
Observação.3: no caso de requeridos com domicílios cituados em localidades diferentes, caberá ao autor a escolha entre os mesmos.	
Observação.4: no caso do processo civil discutir bem imóvel, caberá ao autor a propositura no local da situação da coisa (local da coisa). Isso significa que tanto as ações possessórias quanto as ações de propriedade imóvel devem ser propostas na situação da coisa.	
Observação.5: nas ações consumeristas (Direito do Consumidor) o foro competente é o domicílio do autor (consumidor).	 
Observação.6: nas ações de execução fiscal (execução de tributos) o foro competente é o domicílio do réu ou executado (contribuinte). 	
Observação.7: nas ações de execução de cheque o foro competente é o da praça do cheque (local da agência da abertura de conta).
Observação.8: nas ações de alimentos, o foro para a propositura das ações é o local do alimentando(é aquele que tem necessidade para receber os alimentos).Nas ações de alimentos o foro competente é o domicílio do alimentando_ aquele que recebe os alimentos. 
Observação.9.: Divórcio, Separação e Anulação de casamento: 
1. Filho incapaz: é necessário estabelecer o guardião deste incapaz, com isso, a ação será proposta no domicilio do guardião.
2. Inexistência: o local de propositura da ação é o último domicilio do casal.
As ações de divórcio, separação e anulação de casamento, o foro competente é o domicilio do guardião, naqueles casos em que exista filho incapaz. 
Observação.10.: nas ações de divórcio, separação e anulação de casamento, o foro competente é o último domicílio dos cônjuges, naqueles casos em que inexiste filho incapaz. No entanto, é possível que a ação seja proposta no domicilio do réu, quando ambos os cônjuges não tiverem mais os seus domicílios na localidade do último domicilio do casal. 
Observação.11.: nas ações que envolvam alguma pessoa jurídicas de direito público(P.J.D.Pub.)_União, Estados, Distrito Federal, Autarquias ou Fundações públicas_ é preciso identificar a posição jurídica, ativa ou passiva. Nesses termos, caso a pessoa jurídica de direito publico permaneça no polo ativo, deve-se entender como o foro competente o domicílio do réu. Além disso, caso a pessoa jurídica de Direito publico permaneça em um polo passivo (réu), deve-se entender como competente o domicílio do autor. 
· Autora: foro competência é o domicílio do réu 
· Réu: foro competência é o domicilio da autora
Observação.12.: nas ações pessoa jurídica de direito privado (P.J.D._ réu_ , o foro competente é o local da sede da empresa. No entanto, é possível o ajuizamento no local da agência ou sucursal, naqueles casos em que exista uma matriz e filiais.
E. Critério do valor da causa (art. 291 a 296 do CPC)
O critério do valor da causa é importante a definição da competência entre as faras cíveis e os juizados especiais cíveis.
O juizado especial cível é competente nas ações tidas como simples (sem necessidade de perícia) e como um limite máximo de valor. No juizado Estadual as ações não podem ultrapassar o limite de 40 salários mínimos vigentes a época da propositura da ação. Já o Juizado Federal tem o limite de 60 salários mínimos vigentes. 
As varas cíveis são competentes para os processos com maior complexidade, independentemente do valor. 
Observação.: o juiz especial Estadual permite a renúncia de valores, pois, a sua competência é relativa. Portanto, a parte pode renunciar o valor excedente ao teto do juizado com o objetivo da sua ação ter condições de ser distribuída para o Juizado Estadual. Essa regra não é admitida no juizado Federal, por ser um critério absoluto. 
8.3. Competência absoluta e competência relativa
	Competência Absoluta
	Competência Relativa
	Critério material, funcional e pessoal
	Critério territorial* e valor da causa*
	Matéria de ordem pública 
	Matéria de ordem pública 
	Permite a manifestação “ex oficio” e a manifestação em sede de preliminar de contestação.
	Permiteapenas a manifestação em sede de preliminar de contestação.
	Não permite a renúncia e a transação 
	Permite a renúncia e a transação. 
	Não permite a prorrogação da competência. 
	Permite a prorrogação da competência. 
Observação.1.: 
Observação.2.: 
Observação.3.:

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