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5 2ATIVIDADE_ ESTUDO DIRIGIDO DO SUS

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ATIVIDADE: ESTUDO DIRIGIDO DO SUS 
 
OBJETIVO: ​Discorrer sobre a evolução do Sistema ùnico de Saúde (SUS) no Brasil 
e sua relação com fatos históricos mundiais na busca da atenção primária em saúde 
para a população. 
 
1 - Como a Declaração de Alma Ata se insere na história das políticas de 
saúde? 
Em setembro de 1978, a Conferência Internacional sobre Cuidados Primários 
de Saúde, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em Alma-Ata, na 
República do Cazaquistão, expressava a “necessidade de ação urgente de todos os 
governos, de todos os que trabalham nos campos da saúde e do desenvolvimento e 
da comunidade mundial para promover a saúde de todos os povos do mundo”. A 
Declaração de Alma Ata – documento síntese desse encontro – afirmava a partir de 
dez pontos que os cuidados primários de saúde precisavam ser desenvolvidos e 
aplicados em todo o mundo com urgência, particularmente nos países em 
desenvolvimento. 
 
http://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/entrevista/a-declaracao-de-alma-ata-se-revestiu-
de-uma-grande-relevancia-em-varios 
 
 
2 - Qual a importância dessa declaração e quais países/instituições 
influenciou? 
Melhor organização do sistema, importância de estabelecer e fortalecer 
atenção primária de saúde e de uma universalização, para que sejam a base de um 
sistema de qualidade e faça com que toda a população participe, permitindo que 
todos tenham acesso e os mesmos direitos ao sistema. A Alma Ata influenciou 
diversos países: África, Ásia e América Latina com foco nos países em 
desenvolvimento. A instituições influenciadas foram principalmente os sistemas de 
saúde de todos os países. 
No Brasil, havia uma ênfase diferente dessa, mesmo antes do Sistema Único 
de Saúde [SUS]. O movimento da Reforma Sanitária brasileira já propunha a ideia 
de um sistema universal de saúde, de uma APS forte, abrangente e integral, e isso 
foi se materializando com experiências que iam surgindo em vários lugares: no 
interior de Minas Gerais, em São Paulo, no Rio Grande do Sul, em muitos lugares 
do Nordeste, enfim, em 1978, quando a Alma-Ata define a sua proposta, já havia 
várias experiências coincidentes com essa leitura em desenvolvimento no Brasil. 
 
 
http://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/entrevista/a-declaracao-de-alma-ata-se-revestiu-
de-uma-grande-relevancia-em-varios 
http://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/entrevista/a-declaracao-de-alma-ata-se-revestiu-de-uma-grande-relevancia-em-varios
http://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/entrevista/a-declaracao-de-alma-ata-se-revestiu-de-uma-grande-relevancia-em-varios
http://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/entrevista/a-declaracao-de-alma-ata-se-revestiu-de-uma-grande-relevancia-em-varios
http://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/entrevista/a-declaracao-de-alma-ata-se-revestiu-de-uma-grande-relevancia-em-varios
 
 
https://scielosp.org/article/sdeb/2018.v42nspe1/434-451/ 
 
3 - O que são e quais foram as Conferências de saúde do Brasil? 
 
As Conferências Nacionais de Saúde (CNS) representam um importante 
momento de avaliação da situação da saúde no país e de formulação de diretrizes 
para as políticas públicas no setor, reunindo cidadãos pela defesa da garantia de 
direitos, em atenção às necessidades da população. Um exemplo é a 8ª 
Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, um marco na história da saúde 
no Brasil, que forneceu as bases para elaboração do capítulo sobre saúde na 
Constituição Federal de 1988 e criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Saiba os 
temas e assuntos discutidos desde a primeira edição da Conferência Nacional de 
Saúde, até a mais recente, realizada em 2019. 
 
1ª CNS (1941) 
Temas: 1. Organização sanitária estadual e municipal; 2. Ampliação e 
sistematização das campanhas nacionais contra a hanseníase e a tuberculose; 
3. Determinação das medidas para desenvolvimento dos serviços básicos de 
saneamento; 4. Plano de desenvolvimento da obra nacional de proteção à 
maternidade, à infância e à adolescência. 
2ª CNS (1950) 
Tema: Legislação referente à higiene e à segurança do trabalho. 
3ª CNS (1963) 
Temas: 1. Situação sanitária da população brasileira; 2. Distribuição e 
coordenação das atividades médico-sanitárias nos níveis federal, estadual e 
municipal; 3. Municipalização dos serviços de saúde. 4. Fixação de um plano 
nacional de saúde. 
4ª CNS (1967) 
Tema: Recursos humanos para as atividades em saúde. 
5ª CNS (1975) 
https://scielosp.org/article/sdeb/2018.v42nspe1/434-451/
Temas: 1. Implementação do Sistema Nacional de Saúde; 2. Programa de Saúde 
Materno-Infantil; 3 Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica; 4. Programa 
de Controle das Grandes Endemias; e 5. Programa de Extensão das Ações de 
Saúde às Populações Rurais. 
6ª CNS (1977) 
Temas: 1. Situação atual do controle das grandes endemias; 2. 
Operacionalização dos novos diplomas legais básicos aprovados pelo governo 
federal em matéria de saúde; 3. Interiorização dos serviços de saúde; e 4. 
Política Nacional de Saúde. 
7ª CNS (1980) 
Tema: Extensão das ações de saúde por meio dos serviços básicos. 
8ª CNS (1986) 
Temas:1. Saúde como direito; 2. Reformulação do Sistema Nacional de Saúde; e 
3. Financiamento setorial. 
9ª CNS (1992) 
Tema central: Municipalização é o caminho. Temas específicos: 1. Sociedade, 
governo e saúde; 2. Implantação do SUS; 3. Controle social; 4. Outras 
deliberações e recomendações. 
10ª CNS (1996) 
Temas: 1. Saúde, cidadania e políticas públicas; 2. Gestão e organização dos 
serviços de saúde; 3. Controle social na saúde; 4. Financiamento da saúde; 5. 
Recursos humanos para a saúde; e 6 Atenção integral à saúde. 
11ª CNS (2000) 
Tema central: Efetivando o SUS – Acesso, qualidade e humanização na atenção 
à saúde com controle social. 1. Controle social; 2. Financiamento da atenção à 
saúde no Brasil; 3. Modelo assistencial e de gestão para garantir acesso, 
qualidade e humanização na atenção à saúde, com controle social. 
12ª CNS (2003) 
Tema central: Saúde direito de todos e dever do Estado, o SUS que temos e o 
SUS que queremos. 
Eixos temáticos: 1. Direito à saúde; 2. A Seguridade Social e a saúde; 3. A 
intersetorialidade das ações de saúde; 4. As três esferas de governo e a 
construção do SUS; 5) A organização da atenção à saúde; 6. Controle social e 
gestão participativa; 7. O trabalho na saúde; 8. Ciência e tecnologia e a saúde; 9. 
O financiamento da saúde; 10. Comunicação e informação em saúde. 
13ª CNS (2007) 
Tema central: Saúde e qualidade de vida, políticas de estado e desenvolvimento 
Eixos temáticos: 1. Desafios para a efetivação do direito humano à saúde no 
Século XXI: Estado, sociedade e padrões de desenvolvimento; 2. Políticas 
públicas para a saúde e qualidade de vida: o SUS na Seguridade Social e o 
pacto pela saúde; 3. A participação da sociedade na efetivação do direito 
humano à saúde. 
14ª CNS (2011) 
Tema: Todos usam o SUS! SUS na seguridade social - política pública, 
patrimônio do povo brasileiro 
A 15ª CNS (2015) 
Tema central: “Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas: direito 
do povo brasileiro”. 
A 16ª CNS (2019) 
Tema central: Financiamento do SUS. 
 
https://portal.fiocruz.br/linha-do-tempo-conferencias-nacionais-de-saude#1941 
 
https://conselho.saude.gov.br/16cns 
 
4 - Qual conferência é considerada o marco fundamentaldo SUS? 
O relatório final da 8° conferência nacional de saúde apontava o consenso 
em relação à formação de um sistema único de saúde, separado da previdência, e 
coordenado, em nível federal, por um único ministério. O financiamento se daria por 
impostos gerais e incidentes sobre produtos e atividades nocivas à saúde. Também 
https://portal.fiocruz.br/linha-do-tempo-conferencias-nacionais-de-saude#1941
https://conselho.saude.gov.br/16cns/
foram aprovadas as propostas de integralização das ações, de regionalização e 
hierarquização das unidades prestadoras de serviço e de fortalecimento do 
município (...) O relatório aponta ainda a necessidade de participação popular, 
através de entidades representativas, na formulação da política, no planejamento, 
na gestão e na avaliação do sistema. 
 
http://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/reportagem/oitava-conferencia-nacional-de
-saude-o-sus-ganha-forma 
 
5 - Em que contexto histórico ela ocorreu? 
A convocação da 8ª CNS se deu durante um conflito entre o Ministério da 
Saúde e o Ministério da Previdência e Assistência Social. Uma das propostas do 
movimento sanitário era levar o Inamps para dentro do Ministério da Saúde, de 
forma que a assistência à saúde, restrita aos previdenciários, pudesse ser 
estendida. De acordo com a professora da Escola Nacional de Saúde Pública 
(Ensp/Fiocruz) Sarah Escorel, o impasse foi uma das razões para a convocação da 
8ª: “Na hora de fazer a unificação, os dois ministérios vestiram a sua camisa e 
começaram uma grande discussão a esse respeito. A 8ª Conferência foi feita na 
tentativa de resolver o problema”. A 8ª foi a primeira conferência que contou com a 
participação de usuários. Antes dela, os debates se restringiam à presença de 
deputados, senadores e autoridades do setor. “As conferências eram intra 
ministério. 
http://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/reportagem/oitava-conferencia-nacional-de-saud
e-o-sus-ganha-forma 
 
6 - Como foram definidos os princípios e diretrizes do SUS? 
 
Foram definidos mediante as reivindicações da sociedade civil através de 
movimentos pela reforma sanitária, que buscava a "Saúde como um Direito do 
Cidadão e Dever do estado”, e regulamentado em duas leis federal n.º ​8.080/90 e 
n.º ​8.142/90 ​como descrito na Constituição federal de 1988: O art. 196º Saúde é 
direito de todos. É dever do estado garantir a saúde por meio de políticas sociais e 
econômicas. O objetivo é reduzir o risco de doença com acesso universal e 
igualitário às ações de proteção e recuperação. O art. 7º As ações e serviços 
públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram 
o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes 
previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes 
princípios: 
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de 
assistência; 
http://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/reportagem/oitava-conferencia-nacional-de-saude-o-sus-ganha-forma
http://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/reportagem/oitava-conferencia-nacional-de-saude-o-sus-ganha-forma
http://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/reportagem/oitava-conferencia-nacional-de-saude-o-sus-ganha-forma
http://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/reportagem/oitava-conferencia-nacional-de-saude-o-sus-ganha-forma
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das 
ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada 
caso em todos os níveis de complexidade do sistema; 
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e 
moral; 
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer 
espécie; 
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; 
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua 
utilização pelo usuário; 
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação 
de recursos e a orientação programática; 
VIII - participação da comunidade; 
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de 
governo: 
 a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; 
 b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; 
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e 
saneamento básico; 
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços 
de assistência à saúde da população; 
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e 
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para 
fins idênticos. 
http://cmdss2011.org/site/wp-content/uploads/2011/07/Declaração-Alma-Ata.pdf 
 
7 - Quais são os princípios ético/doutrinários e qual é sua importância? 
 
Universalização: ​a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao 
Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser 
garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou 
outras características sociais ou pessoais. 
Equidade: ​o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as 
pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm 
necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente 
os desiguais, investindo mais onde a carência é maior. 
Integralidade: ​este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a 
todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, 
incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a 
reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a articulação da 
http://cmdss2011.org/site/wp-content/uploads/2011/07/Declara%C3%A7%C3%A3o-Alma-Ata.pdf
saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre 
as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos 
indivíduos. 
Sua importância: 
Garantir o acesso em saúde em todo território nacional, assim como garantia de 
assistência direta como consultas, exames e assistência indireta a saúde a exemplo 
dos serviços de vigilância em saúde. Essa garantia consta no artigo 196 da 
Constituição federativa do Brasil. 
https://www.saude.gov.br/sistema-unico-de-saude/principios-do-sus 
 
8 - Quais são os princípios organizativos e qual é sua importância? 
Os princípios organizativos do SUS são: 
Regionalização e Hierarquização: ​os serviços devem ser organizados em níveis 
crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, 
planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da 
população a ser atendida. A regionalização é um processo de articulação entre os 
serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos. Já a 
hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de 
acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos 
limites dos recursos disponíveis numa dada região. 
Descentralização e Comando Único: ​descentralizar é redistribuir poder e 
responsabilidade entre os três níveis de governo.Com relação à saúde, 
descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir o controle 
e a fiscalização por parte dos cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela saúde 
deve ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao 
município condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer 
esta função. Para que valha o princípio da descentralização, existe a concepção 
constitucional do mando único, onde cada esfera de governo é autônoma e 
soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a 
participação da sociedade. 
Participação Popular: ​a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para 
isto, devem ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam 
formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde. 
Sua importância: 
A organização e a gestão do SUS são pautadas na lei 8080/90. O ​Art. 8º aponta as 
ações e serviços de saúde serão executadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), 
seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão 
https://www.saude.gov.br/sistema-unico-de-saude/principios-do-sus
organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade 
crescente e no ​Art. 9º consta que a direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é 
única, de acordo com o ​inciso I do art. 198 da Constituição Federal​, sendo exercida 
em cada esfera de governo (Municipal, Estadual e Federal). 
https://www.saude.gov.br/sistema-unico-de-saude/principios-do-sus 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm 
 
9 - Como os princípios e diretrizes influenciam a organização e fluxo de 
serviços de saúde no SUS? 
Considerando os artigos 8° e 9° da lei 8080/90, cada esfera da Gestão são 
responsáveis pela organização em seu âmbito de atuação. 
 
10 - Com relação a Reforma Sanitária e o estabelecimento do Sistema Único de 
Saúde (SUS), apresente e comente as concepções de saúde ao longo da 
história – internacionalmente e nacionalmente. 
Na antiguidade, quando das religiões politeístas, acreditava-se que a saúde 
era dádiva e a doença castigo dos deuses, com o decorrer dos séculos e com o 
advento das religiões monoteístas a dádiva da saúde e o castigo da doença passou 
a ser da responsabilidade de um único Deus. No entanto, 400 anos AC, Hipócrates 
desenvolve o tratado “Os Ares e os Lugares” onde relaciona os locais da moradia, a 
água para beber, os ventos, com a saúde e a doença. Séculos mais tarde, as 
populações passam a viver em comunidade e a teoria miasmática toma lugar. Tal 
teoria consiste na crença de que a doença é transmitida pela inspiração de “gases” 
de animais e dejetos em decomposição (BUCK et al., 1988). Tal teoria permanece 
até o século XIX; no entanto, “ao final do século XVIII, predominavam na Europa 
como forma de explicação para o adoecimento humano os paradigmas 
socioambientais, vinculados à concepção dinâmica, tendo se esboçado as primeiras 
evidências da determinação social do processo saúde-doença. Com o advento da 
Bacteriologia, a concepção ontológica firmou-se vitoriosa e suas conquistas levaram 
ao abandono dos critérios sociais na formulação e no enfrentamento dos problemas 
de saúde das populações” (OLIVEIRA; EGRY, 2000). A teoria microbiana passa a 
ter, já nos fins do século XIX, uma predominância de tal ordem que, em boa medida, 
fez obscurecer algumas concepções que destacavam a multicausalidade das 
doenças ou que apontavam para os fatores de ordem socioeconômica, descritos por 
Hidden (1990). Na atualidade, identifica-se o predomínio da multicausalidade, com 
ênfase nos condicionantes individuais. Como alternativa para a sua superação, 
propõe-se a articulação das dimensões individual e coletiva do processo 
saúde-doença, que tudo tem a ver com a prática da Estratégia Saúde da Família. A 
base conceitual do movimento da medicina preventiva foi sistematizada no livro de 
Leavell & Clark, “Medicina Preventiva” (1976), cuja primeira edição surge em 1958: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#cfart198
https://www.saude.gov.br/sistema-unico-de-saude/principios-do-sus
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm
sobre a tríade ecológica que define o modelo de causalidade das doenças a partir 
das relações entre agente, hospedeiro e meio-ambiente. O conceito de história 
natural das doenças é definido como “todas as interrelações do agente, do 
hospedeiro e do meio ambiente que afetam o processo global e seu 
desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no 
meio ambiente ou em qualquer outro lugar (pré-patogênese), passando pela 
resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, 
invalidez, recuperação ou morte (patogênese)”. 
 
https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/modulo_politico_gestor/Unidad
e_6.pdf 
 
11 - Como surgiu e o que foi o movimento de Reforma Sanitária no Brasil? 
Explicite qual era o contexto histórico, político e social vigente no país. Qual 
era o conceito de saúde e modelo de atendimento à saúde neste contexto? 
 
Embasado na concepção de saúde enquanto direito de todos e dever do 
Estado. A construção do SUS rompeu com o caráter meritocrático que caracterizava 
a assistência à saúde no Brasil até a Constituição de 1988, e determinou a 
incorporação da saúde, como direito, numa ideia de cidadania, que naquele 
momento se expandia, e que considera não apenas o ponto de vista de direitos 
formais, de direitos políticos, mas principalmente a ideia de uma democracia 
substancial, de direitos substantivos, que envolviam certa igualdade de bem-estar. 
A assistência à saúde no Brasil eclode na previdência social, que foi o marco 
básico do sistema de proteção social montado no Brasil. Foi por meio da 
previdência social que se desenvolveu a sustentação dos direitos sociais pelo 
Estado. E essa previdência, quando surge, já traz a segmentação de suas 
clientelas. Inicialmente nas Caixas, ligadas às empresas, e depois nos Institutos de 
Aposentadorias e Pensões, os IAPs, construídos em torno de categorias 
profissionais, sendo que cada Instituto prestava também residualmente assistência 
à saúde 
O mais importante nessa história é que o benefício era vinculado ao contrato 
de trabalho formal, tendo as características de seguro e não de direito de cidadania. 
Nesse sentido, reveste se do caráter meritocrático vinculado à inserção no mercado 
de trabalho, cujas diferenciações reproduz. Além disso, a política de saúde brasileira 
apresentava diferenciação funcional e institucional: ao Ministério da Saúde cabiam 
as ações de caráter coletivo e algumas de assistência básica, e à Previdência 
Social, a saúde curativa restrita aos segurados. ​Então, se num momento a 
assistência empresarial era complementar à assistência pública, passa a ser 
suplementar, ou seja, passa a ter independência, vida própria e adquire 
importância como política de pessoal, passando a fazer parte, aliás, das 
negociações coletivas dos trabalhadores, que reivindicam mais e mais planos 
https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/modulo_politico_gestor/Unidade_6.pdfhttps://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/modulo_politico_gestor/Unidade_6.pdf
de saúde empresariais. A consequência política disso para o SUS é muito 
grande, uma vez que perde significativo apoio de um ator político que é 
exatamente a massa de trabalhadores organizados. Daí advêm consequências 
muito complexas. As decisões de políticas do passado explicam por que na 
Constituinte teremos forte embate entre os novos atores − os novos sujeitos 
coletivos, que se organizam a partir de meados da década de 1970 no Brasil, o 
chamado movimento sanitário, com propostas inovadoras no sentido de um 
sistema de saúde universal e de caráter igualitário. 
 
https://docs.google.com/document/d/1KkeWSb-JJmmAQE_xt13rwTxK-MNfoC
BRKVZj0UA1FtI/edit# 
 
 
12 - Quais foram os reflexos da Reforma Sanitária no que diz respeito à 
concepção, conquistas históricas e legais da saúde no país? 
Os aspectos relevantes: 
(*) a Constituição define saúde como direito social e universal; 
(*) às ações em serviço de saúde são caracterizadas como de relevância pública, 
cabendo ao poder público dispor sobre sua regulamentação, fiscalização e controle 
que permite priorizar a saúde – o controle é algo em que precisamos avançar: o que 
significa isso? que tipo de regulação é essa?; 
(*) Ocorre a criação do SUS, organizado segundo as diretrizes de descentralização, 
atendimento integral e participação da sociedade. Isso não é pouco. É preciso 
defender esse gigante que é o SUS num país do tamanho do Brasil, em que de fato 
se efetivou uma descentralização. Antes havia o Instituto Nacional de Assistência 
Médica da Previdência Social, o Inamps, órgão federal completamente centralizado, 
e o SUS vai para os cinco mil e tantos municípios brasileiros, concretizando a ideia 
do atendimento integral em todos os níveis de complexidade da atenção; e da 
participação da sociedade, que reflete todo o contexto de democratização, da ação 
de movimentos sociais para ampliação da democracia. 
(*) Simultaneamente, porém, a constituição define que a iniciativa privada é livre no 
setor, com garantias que contrariam o espírito da oitava Conferência, o caráter 
complementar do setor privado prestador de serviço. Com isso, priorizou-se a rede 
pública e privada sem fins lucrativos. 
(*) Vedou-se a destinação de recursos públicos para auxílios e subvenções em 
instituições privadas com fins lucrativos, mas não se tratou da questão dos 
subsídios indiretos ao sistema de saúde privado. 
 
http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v21n1/0104-5970-hcsm-21-1-00077.pdf 
 
13 - Sobre o que dispõe a Lei nº 8.080 de 1990 e quais são os principais 
aspectos abordados pela Lei? 
https://docs.google.com/document/d/1KkeWSb-JJmmAQE_xt13rwTxK-MNfoCBRKVZj0UA1FtI/edit#
https://docs.google.com/document/d/1KkeWSb-JJmmAQE_xt13rwTxK-MNfoCBRKVZj0UA1FtI/edit#
http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v21n1/0104-5970-hcsm-21-1-00077.pdf
Os aspectos mais relevantes são voltadas às ações de promoção, proteção 
e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes e dá outras providências, regula em todo o território nacional as 
ações e serviços de saúde. 
-A lei trata da organização, da direção e da gestão do SUS; das competências e 
atribuições das três esferas do governo; do funcionamento e da participação 
complementar dos serviços privados de assistência à saúde; 
-Política de recursos humanos; 
-Recursos financeiros, da gestão financeira, do planejamento e do orçamento. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm 
 
 
14 - Sobre o que dispõe a Lei nº 8.142 de 1990 e qual é sua importância na 
organização do SUS? 
 
A lei dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único 
de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos 
financeiros na área da saúde e dá outras providências. 
- Conferência de Saúde que se reúne a cada quatro anos com representantes de 
vários segmentos sociais, para assim avaliar a situação de saúde e propor diretrizes 
para formulação da política de saúde nos níveis correspondentes. 
-Conselho de Saúde que contém representantes do governo, prestadores de 
serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no 
controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive 
nos aspectos econômicos e financeiros, cujas as decisões serão decididas pelo 
chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo. 
-O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de 
Secretários Municipais de Saúde (Conasems) terão representantes no Conselho 
Nacional de Saúde. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8142.htm 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8142.htm

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