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EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO, EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR FEDERAL NÚMERO: 5054028-34.2017.4.04.7000 PARTE(S): CELIO ALVES TIBES JUNIOR E OUTROS PARTE(S): INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ - IFPR ÍNCLITOS JULGADORES CÉLIO ALVES TIBES JÚNIOR, já devidamente qualificado nos autos vem, por meio do seu advogado, constituído, em caráter urgente para este ato perante a Turma no julgamento desta apelação, apresentar: MEMORIAIS De forma bastante objetiva apresentam-se os seguintes argumentos: 1. A Liminar, confirmada pela sentença do juízo “a quo” confirmou a ilegalidade do indeferimento do afastamento do apelante, tanto pelo mérito dos quesitos alegados, quanto pela nulidade do ato de indeferimento por parte da Pró-Reitor de Gestão de Pessoas e do Reitor, que não foram motivadas. Portanto, nesse aspecto, a decisão não deve ser reformada; 2. O apelante se insurgiu apenas e tão somente ao fato de a decisão de primeiro grau ter “modulado” o afastamento com uma cláusula condicionante, ou seja, determinando que o afastamento deve ocorrer apenas nos períodos de créditos e atividades presenciais obrigatórias e/ou congressos científicos. Nesse sentido, juízo “a quo” determinou que nos períodos em que não seja comprovada atividade presencial obrigatória, como durante a redação da tese, não seja prorrogado o afastamento, devendo tais atividades serem feitas concomitantemente ao trabalho; 3. O IFPR, em sua manifestação nos autos da apelação pugnou pelo indeferimento do afastamento alegando que as atividades do doutorado do apelante já se encerraram de acordo com o cronograma/calendário de atividades apresentados na petição inicial, ainda em novembro de 2017; 4. Ocorre que o IFPR tentou induzir os nobres desembargadores em engano. Isto, pois, o curso de Doutorado é uma cotutela entre a universidade argentina e a Universidade Complutense de Madrid (UCM). Efetivamente o autor está residindo de forma legalizada na Espanha desde fevereiro de 2018, cumprindo as atividades e cronograma daquela universidade, após completar os créditos obrigatórios da Universidade Argentina; 5. Os cronogramas da universidade espanhola são publicados uma vez por ano, para o curso do período de 12 meses. Por isso, o cronograma é apresentado regularmente, perante o IFPR para garantir a manutenção do afastamento. Em fevereiro de 2019 foi apresentado o último cronograma que comprovou atividades até 30 de setembro de 2020. O novo calendário será publicado em setembro, com o prazo até final de 2021; 6. Ainda, levando em conta a Pandemia que já conta com 3 meses de suspensão das atividades da universidade, mais afastamentos de 3 meses para tratamento de saúde, obrigatoriamente o curso do apelante será prorrogado, pelo menos, em mais 6 meses além do calendário atualizado; 7. O apelante pode continuar comprovando suas atividades obrigatórias? Sim, contudo isso atrapalha, grandemente, o planejamento da residência da Espanha que demanda tramites burocráticos internacionais, contratos de aluguel, etc. Por isso, é importante que os nobres desembargadores reformem a sentença de primeiro grau de forma a garantir o afastamento integral no formato “padrão” definido pela Lei 8.112/90 e dos demais 173 servidores afastados no IFPR, pelo tempo completo previsto em Lei – que para o doutorado é de 4 anos; 8. Vale ressaltar ainda que a decisão de primeiro grau inovou no aspecto de modular o afastamento por períodos específicos de atividades presenciais obrigatórias. Isto, inclusive, está levando ao questionamento de todos os demais 173 processos de afastamentos do IFPR que foram definidos nos prazos completos – tal questão está sendo discutida na Ação Popular número 5022641-93.2020.4.04.7000, que foi levada a conhecimento da Turma para que se observe que a decisão nesta apelação também pode ter efeito “cascata” sobre os demais processo do mesmo órgão, IFPR. Assim, finalmente, reforçam-se os pedidos do apelante para garantir a manutenção do afastamento para doutorado no exterior que já ocorre por 2 (dois) anos e que, se interrompido neste momento, gerará um prejuízo incalculável para a vida acadêmica e carreira do servidor, bem como para o próprio erário que já investiu dois anos de “ônus limitado” na capacitação do servidor. A decisão mais justa deve ser a garantia do afastamento nos limites legais, até 4 anos. Nestes termos, Pede-se deferimento. Porto Alegre, 28 de maio de 2020. MATHEUS RAMON WENSE DE ALMEIDA GOMES OAB/MT 27.617
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