Aula 02 - Pena Privativa de Liberdade xx

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Teoria das Penas
Docente: Profa. Msc. Fernanda P F Dantas
Semestre 2017.2
Revisão – Aula 01
1. Diferença entre Sanção Penal e Pena
2. Diferenças entre pena e medidas de segurança
3. Penas vedadas pela CF/88
4. Princípios aplicáveis às penas. Explique pelo menos 4.
5. Finalidades da pena: Explicar as 3 Teorias estudadas.
6. Espécies de Pena no CPB
Contextualização
(Você já ouviu falar?)
João progrediu de regime?
Ele está no semiaberto?
Ele está cumprindo pena de reclusão
Ele é reincidente
Qual o regime que ele vai cumprir a pena?
Quem fixa o tipo de PPL?
Objetivos da aula
(O que você tem que saber ao final desta aula?)
1. Diferença entre espécies de PPL e regimes penitenciários
2. Espécies de PPL e regimes cabíveis para cada uma
3. Regimes penitenciários e local de cumprimento
4. Três fatores importantes para a fixação do regime inicial
5. Progressão de regimes (conceito, requisitos e por saltos)
6. Regressão de regime? Conceito, hipóteses e por saltos).
7. Explicação das Súmulas estudadas.
Estrutura da Aula
Quadro
Pena Privativa de Liberdade
Espécie de PPL x Regimes Penitenciários: Diferenciar.
Qual o nosso sistema/ regime de PPL? Progressivo.
Art. 33, § 2º, CP: As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma 
progressiva, segundo o mérito do condenado (...)
O que é progressão de regime?
Pena Privativa de Liberdade
Conceito: É a modalidade de sanção penal que retira do condenado o seu direito de locomoção.
	Espécie	Regimes iniciais cabíveis
	Reclusão	F, SA, A.
	Detenção	SA, A. O fechado? Só para regressão.
	Prisão simples	Para contravenções penais. A e SA
Regimes penitenciários
Fechadoestabelecimento de segurança máxima ou média.
Semiaberto: colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar.
Aberto
a PPL é executada em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
Fixação do regime inicial de cumprimento de pena - Fatores importantes para o juiz sentenciante
Reincidência. Art. 63.
Espécie e Quantidade de pena Art. 33
Circunstâncias judiciais. Art. 59.
Culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima
Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
Regime inicial e crimes hediondos
A lei 8.072/1990 prevê no art. 2.º, parágrafo 1.º que crimes hediondos (art. 1.º do citado diploma legislativo), e delitos a estes equiparados (CF, art. 5.º, XLIII) sejam cumpridos em regime inicialmente fechado, independentemente de fatores objetivos e subjetivos. 
Todavia, o STF classificou como inconstitucional o regime inicial fechado nos crimes hediondos, no tráfico de drogas e no terrorismo, o reputa constitucional somente no crime de tortura
 Pena Privativa de Liberdade
Art. 33, p. 2º, CP: As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
 O condenado, cuja pena seja superior a 8 (oito) anos, deverá começar a cumpri-la no regime fechado;
O primário, cuja pena seja superior a 4 anos e não exceda a 8 anos, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto e
O primário, cuja pena seja igual ou inferior a 4 anos poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
Pena Privativa de Liberdade
 Em regra, o reincidente cumpre pena em qual regime?
Exceção: sum. 269 STJ: é admissível a adoção de regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 4 (quatro) anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.
Pena Privativa de Liberdade
Súmula 718 STF: “a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada. ”
Súmula 440 do STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.
Súmula 719 STF: A imposição de regime de cumprimento de pena mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea.
 Pena Privativa de Liberdade
	Quantidade de Pena	Regime
	Superior a 8	Fechado
	Primário, maior que 4 e não exceder a 8	Semiaberto
	Primário, menor ou igual a 4	Aberto
 Pena Privativa de Liberdade
Detenção - Deve ser cumprida inicialmente em regime semiaberto ou aberto; Não se admite o início do cumprimento de pena da detenção no regime fechado. Todavia, a regressão a esse regime é possível.
Logo: 
Inexiste regime inicialmente fechado na detenção. 
O regime inicial mais gravoso na detenção é o semiaberto
Assim, o condenado reincidente inicia o cumprimento de PPL no semiaberto, seja qual for a quantidade de pena.
 Pena Privativa de Liberdade
Pena de Prisão Simples
É cabível unicamente para contravenções penais.
Deve ser cumprida sem rigor penitenciário
Em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum
Em regime semiaberto ou aberto (não há o regime fechado)
Os condenados à prisão simples ficam separados dos condenados à pena de reclusão e detenção.
O trabalho é facultativo, se a pena aplicada não excede a 15 dias.
 Pena Privativa de Liberdade
Diferenças entre Reclusão e Detenção (ambas aplicáveis a crimes):
	Reclusão	Detenção
	Regime fechado, semiaberto e aberto	Regime semiaberto e aberto
	Em caso de aplicação cumulativa, aplica-se primeiro reclusão – Obrigatoriedade de prévia execução das penas mais graves	Em caso de aplicação cumulativa, a de detenção é aplicada depois
	Em caso de imposição de medida de segurança, há a internação.	O juiz poderá aplicar o tratamento ambulatorial.
Pena Privativa de Liberdade
Mais uma diferença entre reclusão e detenção:
Regra do art. 2.º, III, da lei 9.269/96, autorizando a interceptação de comunicações telefônicas de qualquer natureza como meio de prova somente nos crimes punidos com reclusão. 
Progressão de Regime Prisional
Art. 112 da Lei de Execução Penal: A pena privativa de liberdade será executada de forma progressiva, com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos 1/6 da pena (critério objetivo) no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário (critério subjetivo), comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. 
Exemplo:
Progressão de Regimes
Requisitos para a progressão de regimes (art. 112, caput, LEP):
Objetivo: cumprimento de, no mínimo, 1/6 da pena no regime anterior;
Nas condenações superiores a 30 anos, o montante de 1/6 deve ser calculado sobre o total da pena imposta, pois o limite de 30 anos se destina exclusivamente ao cumprimento da pena privativa de liberdade.
SUM 715 do STF: A pena unificada para atender ao limite de 30 (trinta) anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do CP, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou o regime mais favorável de execução.”.
Progressão de Regimes
Requisitos para a progressão de regimes (art. 112, caput, LEP):
Subjetivo: é o mérito, presente quando o condenado ostentar bom comportamento carcerário (art. 112, caput, do CP).
Proibição da progressão “por saltos”:
É a proibição da passagem direta do regime fechado para o aberto em razão da necessidade de recuperação gradativa do condenado para o retorno à sociedade.
SUM 491 STJ: É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.
Só se admite essa progressão quando, por ex., não há vaga no regime que o condenado deveria ir.
Progressão de Regimes
Progressão e crimes contra a Administração Pública
Requisitos:
Cumprimento de 1/6 da pena no regime anterior
Mérito do condenado
Reparação do dano causado ou na devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.(art. 33, p. 4° do CP).
Progressão de Regimes
Progressão e crimes hediondos ou equiparados
-O p. 2° dispõe que a progressão de regime dar-se-á após o cumprimento de 2/5 da pena, se o apenado por primário e 3/5 se reincidente. Deve ser exigido o mérito do condenado.
Para crimes anteriores a 29/03/2007), a progressão obedece ao requisito temporal de 1/6 de pena (art. 112, caput, da LEP)
Processamento do pedido de progressão
É endereçado ao juízo da vara das execuções penais.
A decisão será sempre motivada e precedida da manifestação do Ministério Público (sob pena de nulidade) e do Defensor (art. 112, p. 1° da LEP);
O mérito será comprovado mediante atestado de boa conduta carcerária, emitido pelo diretor do estabelecimento prisional.
Sum 439 STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada”. Ele é exceção.
Súmula 534 STJ: “A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração”.
Prática de falta grave
A contagem do tempo para progressão de regime prisional é zerada se o preso comete falta grave.
O novo prazo inicia-se a partir da falta grave.
Incide sobre o remanescente da pena e não sobre a totalidade dela.
Condenação: 12 anos de PPL. Início de cumprimento: 01.02.2012.
Falta grave em 01.01.2014
Zera o prazo.
Regressão
Contrário de progressão
É a transferência do condenado para regime prisional mais severo do que aquele em que ele se encontra. Art. 118, I e II, p. ° da LEP:
Prática de fato definido como crime doloso ou falta grave
Falta grave  art. 50, caput, da LEP, rol taxativo, incompatível com a interpretação extensiva.
Regressão
Art. 50, caput, da LEP, rol taxativo, incompatível com a interpretação extensiva.
Art. 50: Comete falta grave o condenado à PPL que:
I – incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou disciplina;
II – fugir
III – possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
IV – provocar acidente de trabalho;
V – descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
VI – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V do art.39 desta lei;
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
Regressão
b) Sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (independe de oitiva do condenado)
c) O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução (conduta indicativa de sua incompatibilidade com o regime aberto) ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.
Regressão
Regressão por saltos: é possível, uma vez que a LEP refere-se à transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos.
Mas é permitida a progressão per saltum?
Questões em sala
Responder - Revisar
1. Diferença entre espécies de PPL e regimes penitenciários
2. Espécies de PPL e regimes cabíveis para cada uma
3. Regimes penitenciários e local de cumprimento
4. Três fatores importantes para a fixação do regime inicial
5. Progressão de regimes (conceito, requisitos e por saltos)
6. Regressão de regime? Conceito, hipóteses e por saltos).
7. Extra: Explicação das Súmulas estudadas.
Leitura em casa - Progressão de Regimes
Existem 3 sistemas clássicos que disciplinam a progressão de regime de cumprimento de pena privativa de liberdade:
Sistema da Filadélfia: o preso fica isolado da cela, sem dela sair, salvo esporadicamente para passeios em pátios fechados.
Sistema de Auburn: o condenado, em silêncio, trabalha durante o dia com outros presos e submete-se a isolamento no período noturno.
Sistema inglês ou progressivo: Inicialmente, o condenado é isolado. Num segundo momento, é autorizado a trabalhar na companhia de outros presos e, na última etapa, é colocado em liberdade condicional.
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Para casa - Regressão
c) O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução (conduta indicativa de sua incompatibilidade com o regime aberto) ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.
Quanto a pena de multa, há controvérsias. (revogação tácita dessa parte final do p. 1°). O art. 51 do CP vedou a conversão da pena de multa em pena privativa de liberdade. Logo, a inadimplência não poderia gerar restrições à liberdade do condenado.
Em ambos os casos, exige-se previamente à regressão a oitiva do condenado.
Qual caso não exige a prévia oitiva do condenado? NC e F.