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Cruzeiro do Sul- Brasil no contexto global

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Comércio Exterior e 
Logística Internacional
Brasil no contexto global
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Giovana Gavioli
Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
5
•	O comércio internacional
•	Mercantilismo
•	Evolução e expansão do comércio internacional
Em tese, parece simples receber e enviar produtos do e para o exterior. Contudo, o comércio 
internacional tem um objetivo mais amplo, que é manter o equilíbrio entre as nações, 
abastecendo as menos favorecidas e promovendo a troca de recursos minerais, produtos, 
serviços, tecnologia e mão de obra. 
Para que ele seja realizado, uma série de fatores deve ser considerada pela empresa e diversos 
agentes intervenientes devem ser adicionados ao processo.
Nesta Unidade, vamos entender esta complexidade e conhecer a evolução do comércio 
internacional, sua importância, seus fluxos e sua estrutura.
 · O que é Comércio Internacional e como ele evoluiu ao longo do tempo?;
 · Quais os fatores a serem considerados para empresas que desejam 
participar do comércio internacional?;
 · De que forma a atividade logística se relaciona à compra e venda de 
produtos e serviços entre os países?;
 · Quais os benefícios do comércio internacional para o país?;
 · Quem são os agentes intervenientes do comércio exterior mundial e 
brasileiro? 
Brasil no contexto global
•	Fluxos da logística internacional
•	A importância do comércio internacional
•	Participantes do comércio internacional
•	Estrutura do comércio exterior brasileiro
•	Empresas atuantes no comércio exterior
6
Unidade: Brasil no contexto global
Contextualização
Para falar de comércio internacional, tema discutido nesta Unidade, precisamos entender o 
contexto global. 
Para isso, leia a reportagem disponível no link a seguir e veja os resultados do comércio 
internacional, assim como a situação das relações entre os países: http://opiniao.estadao.com.
br/noticias/geral,o-brasil-e-as-perspectivas-do-comercio-internacional-imp-,1139396.
http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral%2Co-brasil-e-as-perspectivas-do-comercio-internacional-imp-%2C1139396
http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral%2Co-brasil-e-as-perspectivas-do-comercio-internacional-imp-%2C1139396
7
O comércio internacional
O Comércio Internacional consiste na compra e venda de produtos e/ou serviços entre 
empresas estabelecidas em duas ou mais nações.
Glossário
Comércio – é a permuta, compra e venda de produtos, serviços ou valores.
Internacional – relativo a nações estrangeiras.
 
O Comércio Internacional pode ser dividido em dois segmentos:
1) Transações que envolvem mercadorias;
2) Transações que envolvem serviços, que podem ser financeiros ou não.
- Mercadorias – são as transações internacionais que envolvem a compra e venda de 
mercadorias, constituídas de importações e exportações:
a) Importação – entrada de mercadorias em um país, provenientes do exterior, 
compreendendo os serviços ligados à aquisição desses produtos no exterior, chamados 
de operações acessórias que são necessárias para sua concretização (fretes, seguros, 
serviços bancários);
b) Exportação – remessa de bens de um país para o outro, assim como as operações 
acessórias necessárias para sua concretização.
- Serviços – transações internacionais com fluxos de capital para o exterior ou do exterior, 
ligadas a investimentos, comissões, remessa de lucros e juros, doações, turismo, manutenção 
de brasileiros no exterior, tratamentos de saúde etc.
Você já pensou de onde vem o comércio internacional e como ele evoluiu ao longo do tempo? 
Vamos falar um pouco de história.
Mercantilismo
Bizelli (2001) define o Mercantilismo como um conjunto de práticas econômicas, desenvolvido na 
Europa, na Idade Moderna, que vai do século XV até o final do século XVIII. 
8
Unidade: Brasil no contexto global
O objetivo do Mercantilismo era angariar o máximo de moedas e ouro (metais preciosos) que 
representavam a riqueza de um país.
Algumas características eram inerentes ao Mercantilismo, como a prática do Metalismo. 
O país que acumulava a maior quantidade de moedas e metais preciosos era considerado 
uma nação muito rica. 
Os governantes, então, objetivavam acumular estes metais e deixar suas nações ricas. Criou-
se, portanto, o Protecionismo alfandegário, ou seja, os reis criavam impostos e taxas para evitar 
ao máximo a entrada de produtos vindos do exterior por meio das importações, o que significava 
ter de pagar por elas, diminuindo o estoque de moedas. 
Era uma forma de estimular a indústria nacional e também evitar a saída de moedas para 
outros países.
Em contrapartida, as exportações eram incentivadas, para que os países pudessem receber 
os metais em troca, como pagamento. A exploração de novos territórios foi incentivada neste 
período, a fim de que outros produtos fossem adquiridos, para posteriormente serem exportados. 
Foi nesse contexto histórico que a Espanha explorou toneladas de ouro das sociedades 
indígenas da América como, por exemplo, os Maias, Incas e Astecas. 
Outro importante aspecto do Mercantilismo foi a Industrialização, na qual o governo estimulava 
o desenvolvimento de indústrias em seus territórios. Como o produto industrializado era mais caro 
do que matérias-primas ou gêneros agrícolas, exportar manufaturados era certeza de bons lucros. 
As colônias europeias deveriam fazer comércio apenas com suas metrópoles, o chamado 
Pacto Colonial. Era uma garantia de vender caro e comprar barato, obtendo ainda produtos 
não encontrados na Europa. 
Nesse contexto histórico, ocorreu o ciclo econômico do açúcar no Brasil Colonial. Por isso as 
metrópoles não ocupavam ou desenvolviam as suas colônias; somente as exploravam.
Outra característica do Mercantilismo foi o fortalecimento dos Exércitos e da Marinha a fim 
de proteger as rotas comerciais estabelecidas e a própria Colônia.
Algumas expedições marítimas desta época eram comandadas por piratas e financiadas pela 
coroa Britânica com o objetivo de acumular mais metais. 
Em 1530, sabendo da rota Europa-África, piratas interceptaram navios espanhóis com aval 
da realeza. Muitos destes piratas foram posteriormente “promovidos” a cavaleiros reais.
Da evolução do Mercantilismo, um dos conceitos que perduram até hoje é a noção de Balança 
Comercial Favorável, ou seja, sempre exportar mais do que importar. Desta forma, entrariam 
mais moedas no país do que sairiam, deixando-o em boa situação financeira.
Também devido ao Mercantilismo, foram criados os primeiros Bancos Centrais, com o 
objetivo de guardar a riqueza acumulada pelo país (ouro e prata).
Glossário
Vantagens – evolução nos setores.
Desvantagens – colonização exploratória e escravidão.
9
Após as contribuições do Mercantilismo, as 1ª e 2ª Revoluções Industriais (1780 a 1860 e 
1860 a 1914) também tiveram impacto na evolução do Comércio Internacional:
- artesãos passaram a trabalhar com máquinas, aumentando a produção;
- migração dos camponeses para as cidades;
- sistema monetário padrão ouro – moedas conversíveis em ouro.
A evolução continuou após a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais. Após esta época, 
estacionária para o crescimento do comércio internacional, países que antes mal conseguiam 
alimentar sua população viraram potência mundial (DAVID; STEWART, 2010).
As trocas geradas pelo Mercantilismo agora mudam de rumo. Ao invés de visar ao acúmulo 
de riquezas, o comércio internacional passa a ser visto como principal contribuinte para o bem 
estar da população mundial. 
As trocas econômicas fazem o papel de abastecimento dos países em produtos não disponíveis 
internamente, conforme exemplos de Bizelli (2001):
1) Igualar a distribuição de recursos minerais:
•	 80%	das	jazidas	e	da	produção	de	carvão	mineral	estão	na	Rússia,	China,	EUA,	Reino	
Unido, Alemanha e Polônia;
•	 85%	das	jazidas	de	petróleo	bruto	estão	no	Oriente	Médio,	Rússia,	EUA,	Venezuela,	Líbia,	
Nigéria, Canadá e México;
2) Equilibrar as diferenças de clima e solo:
•	 Caférequer	clima	especial	e	solo	rico	em	ferro,	como	o	brasileiro;
•	 Trigo	não	se	desenvolve	em	climas	quentes	e	úmidos	–	Argentina	produz	15	milhões	de	
ton. de trigo/ano e consome cerca de 5 milhões de toneladas – exportação do excedente;
3) Disponibilidade de capital e mão de obra ou estágios tecnológicos diferentes:
•	 Algumas	 nações	 possuem	máquinas,	 aparelhos,	 equipamentos	 e	 tecnologia	 avançada,	
como o Japão;
•	 Outras	possuem	abundância	de	mão	de	obra,	como	a	China	e	a	Índia.
Neste cenário, o comércio internacional funciona como um mantenedor do equilíbrio entre 
as nações, abastecendo as menos favorecidas e promovendo a troca de recursos minerais, 
produtos, serviços, tecnologia e mão de obra em todo o globo.
10
Unidade: Brasil no contexto global
Evolução e expansão do comércio internacional
Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (www.mdic.gov.
br),	o	comércio	internacional	cresceu	2.400%	entre	1950	e	2005	e	mais	de	225%	desde	1980,	
representando	uma	taxa	de	crescimento	anual	de	5%.
Tal crescimento acentuado demonstra a importância que o Comércio Internacional conquistou 
e que continua crescendo de forma contínua. 
É	 necessário,	 portanto,	 entender	 o	 funcionamento	 da	 Logística	 Internacional	 e	 como	 ela	
contribui para a troca internacional de mercadorias.
Silva	 (2008)	 afirma	 que	 a	 Logística	 é	 uma	 das	 ferramentas	 de	 gestão	moderna	 que,	 no	
contexto atual da globalização, pode assegurar a competitividade das corporações frente ao 
processo de abertura de mercados e blocos econômicos.
A troca entre as empresas em diversas partes do mundo somente pode ser alcançada com a 
utilização	da	Logística	Internacional.
David	 e	 Stewart	 (2010)	 definem	 a	 Logística	 Internacional	 como	 a	 atividade	 que	 engloba,	 além	
do transporte físico de mercadorias à montante (atividades de suprimento) e à jusante (atividades 
de distribuição) da cadeia de suprimentos, o gerenciamento das relações com fornecedores e 
consumidores, localizados em outros países.
O	gestor	de	Logística	Internacional	deve	assegurar	que	as	mercadorias	cheguem	a	seu	destino	
em boas condições e ao menor custo. Os profissionais se voltam para os aspectos táticos da 
cadeia de suprimentos global.
As atividades de logística internacional se relacionam ao movimento de 
mercadorias e documentos de um país para outro e atividades básicas das 
operações de exportação e importação (DAVID; STEWART, 2010).
Fluxos da logística internacional
A interligação e a rápida troca de informações, proporcionada pelas atuais tecnologias de 
informação,	fazem	com	que	os	fluxos	logísticos	se	tornem	a	essência	da	atividade	(SILVA,	2008).	
O gestor pode otimizar processos, reduzir tempo e custo e ganhar competitividade.
- Fluxo de Informações: integra toda a cadeia, facilitando todo seu controle gerencial. 
Possibilita manter o cliente informado sobre a situação do pedido, rastrear cargas e aprimorar 
o planejamento dos estoques, interação de todos os agentes envolvidos no processo;
http://www.mdic.gov.br
http://www.mdic.gov.br
11
- Fluxo de Materiais: diferente de um fluxo nacional, o tempo de trânsito internacional 
pode atingir meses de acordo com o modal utilizado devido a adaptações de produto, 
embalagens, distâncias, programação de embarques, alfândegas etc. Por isso existe 
a necessidade de se manter uma grande quantidade de estoque em trânsito e, como 
consequência, um melhor planejamento do momento da disponibilização do produto ao 
consumidor final com exatidão;
- Fluxo Financeiro: benefícios à exportação, linhas de crédito e financiamentos e ferramentas 
de antecipação de câmbio podem auxiliar os participantes do Comércio Internacional 
na gestão de seu fluxo financeiro a fim de equilibrar as finanças e auxiliar na saúde 
organizacional e equilíbrio de receitas e despesas;
- Fluxo Reverso: nos	dias	de	hoje,	 a	Logística	 reversa	 tomou	grande	 importância	 em	
relação	 aos	 temas	 de	 consumo	 responsável.	 Contudo,	 ao	 pensarmos	 em	 Logística	
Internacional, é possível imaginar a complexidade de realizar a logística reversa neste 
cenário. Recalls, falhas de processos, mercadorias com avarias e outros problemas 
tomam outras dimensões de tempo e custos que podem até inviabilizar o retorno do 
produto ao país de origem. 
Silva (2008) afirma que é necessário o desenvolvimento de um canal reverso a fim de reaproveitar 
as matérias primas a fim de que a empresa possa ganhar vantagem competitiva no futuro.
A empresa precisa entender os fluxos a fim de ingressar com sucesso no Comércio Internacional, 
pois, apesar dos benefícios, algumas empresas não se preparam adequadamente para participar 
desta cadeia e acabam perdendo, ao invés de aumentarem sua lucratividade.
Para Pensar
Veja alguns erros comuns de empresas que desejam participar do Comércio Internacional:
- Um produtor de roupas íntimas, na sua primeira exportação para os EUA, exportou peças da sua 
coleção utilizadas no mercado interno. Não foram vendidas, pois as cores preferidas e os tamanhos 
utilizados naquele mercado eram outros;
- Um produtor mexicano de artigos em couro contatou 40 escritórios de promoção comercial em 
vários países, mas só tinha possibilidade de exportar para quatro mercados;
- Um fabricante de eletrodomésticos vendeu muitos produtos ao exterior. Quando surgiu a necessidade 
de fornecer componentes para manutenção, não tinha peças suficientes.
12
Unidade: Brasil no contexto global
A importância do comércio internacional
A participação do país em mercados internacionais traz desenvolvimento econômico, 
substituição de técnicas primitivas de produção por uma economia moderna, alta tecnologia 
para produtos importados e exportados, desenvolvimento de parque industrial e ampliação do 
mercado consumidor.
Você Sabia ?
Maior mercado = mais produção = mais vendas = mais lucros = mais impostos = mais 
assistência social = mais qualificação = mais postos de trabalho.
Para as empresas, a importância em atuar nos mercados internacionais deixou de ser uma 
estratégia de diferencial competitivo para ser uma necessidade pura de sobrevivência e condição 
básica de equilíbrio. Ela consegue reduzir a instabilidade e diluir seus riscos.
A empresa que participa do mercado internacional também consegue novos clientes em seu 
país de origem. Isso se deve a uma campanha indireta de marketing, ou seja, o consumidor 
acredita que, pelo produto também ser aceito no mercado internacional, ele possui maior 
qualidade que outros produtos comercializados somente no mercado interno. 
A empresa pode também prolongar o ciclo de vida do produto, ou seja, um produto que já 
não é aceito no mercado nacional, pode ser vendido no mercado internacional. 
Para Pensar
Vamos conhecer alguns exemplos de como as empresas podem se beneficiar do Comércio Internacional? 
As novelas produzidas e exibidas no Brasil passam também em outros países. A novela Avenida Brasil, 
exibida em 2012, teve sua exibição em mais de 50 países; em alguns, com muito sucesso, como na 
Argentina. Isso também pode acontecer com outros produtos. Peças de moda praia, como biquínis, 
maiôs e sungas podem ser vendidas no Brasil na época do verão e em países do hemisfério norte, como 
Estados Unidos, Inglaterra, França e Alemanha, nas demais estações do ano. Desta maneira, a empresa 
transforma meses que seriam de baixa venda, por causa do inverno e do frio, em meses de venda 
normal ou até superior, aproveitando-se do verão nestes países. Outro exemplo de sucesso é a empresa 
Alpargatas e seu produto Havaianas. Visto no Brasil como um produto para as classes econômicas C e 
D, a empresa foi buscar mercados estrangeiros, posicionando seu produto como item de luxo e status. 
O resultado foi um sucesso e esta mudança também afetou a percepção do consumidor brasileiro, que 
passou a enxergar o produto como alto padrão, voltado para as classes A e B.
Ideias-chave
Para as empresas e para o país, participar do Comércio Internacional significaCOMPETITIVIDADE.
13
O Comércio Internacional também tem grande importância econômica. David e Stewart (2010) 
estimam	que	o	custo	da	atividade	de	Logística	Internacional	seja	de	aproximadamente	15%	do	
volume total do Comércio Internacional, o que seria de aproximadamente US$ 1,4 trilhão. 
Além disso, o Comércio Internacional gera uma quantidade considerável de receita adicional 
para os governos, vez que a maioria dos produtos importados está sujeita a tarifas. 
Diversos outros fatores podem levar empresas a buscar mercados internacionais. 
David e Stewart (2010) citam quatro fatores, como podemos a seguir.
Quadro 1 . Fatores motivadores para o Comércio Internacional.
FATORES MOTIVAÇÃO DA EMPRESA
Custo A empresa busca um mercado maior para suas vendas, a 
fim de otimizar seus custos de produção; a empresa busca 
fornecedores com custos menores que os fornecedores locais 
a fim de minimizar seus custos de fabricação
Concorrência A empresa investe em outros países, conforme a movimentação 
de seus concorrentes, a fim de evitar a perda de mercado.
Mercado A empresa deseja disponibilizar seus produtos para aquisição 
de seus clientes em qualquer mercado.
Tecnológicos Os consumidores podem adquirir os produtos de qualquer 
parte do mundo – competição global
Fonte: Adaptada de David e Stewart (2010).
É necessário, portanto, saber quais passos a empresa deve seguir para poder ter sucesso 
participando do mercado internacional e aumentando sua lucratividade e competitividade. 
Um dos conhecimentos iniciais principais é conhecer os principais agentes participantes do 
Comércio Internacional.
Participantes do comércio internacional
A criação de uma regulamentação mundial e unificada para o comércio internacional teve 
início após a Segunda Guerra, em 1946, com o surgimento de um acordo geral sobre tarifas, 
chamado de GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) e assinado por 148 países. 
O acordo evoluiu com o tempo, adicionando mais países e modificando seu objetivo principal, 
que era regulamentar o comércio entre países. 
Em 1994, o GATT foi substituído pela Organização Mundial do Comércio (OMC) que passa 
a ter como funções:
- o gerenciamento dos acordos multilaterais de comércio;
- servir de fórum para acordos internacionais;
- supervisionar a adoção e prática dos acordos firmados.
14
Unidade: Brasil no contexto global
A OMC funciona como um órgão regulador do comércio mundial, facilitando a comunicação 
entre os países e concentrando os acordos feitos. 
E no Brasil? Quem são os responsáveis? Veja na figura 1.
Estrutura do comércio exterior brasileiro
Figura 1. Intervenientes do Comércio Internacional Brasileiro.
O Comércio Exterior brasileiro está subordinado à Presidência da República e a quatro 
intervenientes principais: a CAMEX, o MF, o MDIC e o MRE. 
Vamos conhecer cada um deles e como eles atuam nas operações de Comércio Internacional.
CAMEX – Câmara de Comércio Exterior
A Camex é um órgão consultivo, ou seja, serve de conselho para as decisões da Presidência 
da República, relacionadas ao Comércio Internacional. 
Seus participantes são os ministros do MDIC, o Chefe da Casa Civil, dos Ministérios da 
Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão, Relações Exteriores e da Agricultura, Pecuária 
e Abastecimento. Qualquer outro representante de órgãos do governo podem ser convidados, 
principalmente de áreas estratégicas para o país, como abastecimento, por exemplo.
15
A Camex tem como função:
- Formular, decidir e coordenar políticas e atividades relativas ao comércio exterior de bens 
e serviços, incluindo o turismo;
- Servir de instrumento de diálogo e articulação junto ao setor produtivo e seus agentes 
econômicos. É uma ponte de diálogo entre governo, indústria e comércio;
- Definir diretrizes e orientações sobre normas e procedimentos de credenciamento para a 
atividade de comércio exterior, nomenclatura de mercadoria, classificação e padronização 
de produtos, marcação e rotulagem de mercadorias, regras de origem e procedência;
- Fixar diretrizes para política de financiamentos das exportações de bens e serviços e 
cobertura de operações a prazo relativas a seguro de crédito às exportações;
- Fixar alíquotas de Impostos de Importação e Exportação; regulamentar e fiscalizar 
normas antidumping e subsídios compensatórios, provisórios, definitivos, salvaguardas 
e eventuais suspensões.
MF – Ministério da Fazenda
O Ministério da Fazenda é responsável pela formulação, orientação, coordenação e execução da 
política de comércio exterior do país, atuando nos campos fiscal, tributário, aduaneiro e cambial. 
Sob seu comando estão a Receita Federal e o Banco Central, que tem como funções:
RFB – Receita Federal do Brasil:
- Fiscalizar a exportação e importação de mercadorias e serviços;
- Verificar a correta utilização dos estímulos fiscais concedidos pela legislação;
- Controlar a arrecadação dos tributos aduaneiros incidentes sobre a importação/exportação.
BACEN – Banco Central do Brasil:
- Planejar e executar a política cambial brasileira, mediante controle da entrada e saída de 
divisas do país;
- Administrar o balanço de pagamentos do país e acompanhar a realização de compras e 
vendas de divisas;
- Guardar as reservas oficiais em ouro ou em moeda estrangeira;
- Autorizar e fiscalizar as instituições financeiras que operem com a troca de moedas (câmbio);
- Atuar no mercado de câmbio a fim de manter a estabilidade relativa às taxas e equilíbrio 
no balanço de pagamentos.
16
Unidade: Brasil no contexto global
MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
É o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio que regulamenta e supervisiona 
todas as atividades de comércio exterior do país. Ele é responsável pela aplicação dos 
mecanismos de defesa comercial, aumentar e melhorar a relação comercial do Brasil com os 
demais países, participando ativamente em negociações de comércio exterior e divulgação dos 
produtos brasileiros para a conquista de novos mercados.
 Estão subordinados a este ministério as Secretarias de Comércio Exterior (SECEX) e 
as delegacias e departamentos atuantes em suas respectivas áreas. Vamos conhecer as 
responsabilidades de cada um:
SECEX – Secretaria de Comércio Exterior:
- Formula propostas de políticas e programas de comércio exterior, estabelecendo normas 
necessárias à implementação destes programas;
- Propõe medidas fiscais e cambiais, de financiamento, de recuperação de créditos à 
exportação, de seguro, de transportes, fretes e promoção comercial;
- Incrementa a participação brasileira no comércio internacional, apoiando e ampliando 
polos exportadores, como o polo calçadista de Franca;
- Realiza estatísticas e controla a entrada e saída de mercadorias impondo licenciamentos, 
procedimentos e outras exigências.
DECEX – Delegacia de Comércio Exterior:
- Realiza estudos sobre a evolução da comercialização de produtos estratégicos para o 
comércio exterior brasileiro;
- Zela pelo cumprimento das normas estabelecidas;
- Organizar palestras e treinamento a empresários;
DECOM – Departamento de Defesa Comercial:
- Assegura que os produtos importados estão em boas condições, visando à lealdade do 
mercado internacional;
- Instaura processos de investigação de preços (dumping) de acordo com a OMC;
- Analisa processos de subsídios dentro e fora do país;
- Responsável pela preparação e defesa em processos contra empresas brasileiras.
17
DEINT – Departamento de Negociações Internacionais:
- Informa a posição brasileira nos acordos internacionais;
- Participa de negociações no âmbito da OMC e de conferências internacionais;
- Regula a emissão de Certificados.
DEPOC – Departamento de Políticas de Comércio Exterior:
- Propõe e acompanha políticas e programas de Comex;
- Analisa problemas e causas e estabelece de medidas para sua solução.
MRE – Ministério das Relações Exteriores:
O MRE tem como objetivo receber diplomatas e dar assistência a Consulados e Embaixadas 
de outrospaíses no Brasil, assim como cuidar das embaixadas e consulados brasileiros em 
outros países. 
Por meio do Itamaraty, organiza cerimônias para recebimento de Chefes de Estado no país 
e fora dele assim como divulga a cultura brasileira no exterior, buscando oportunidades de 
investimento e transferência de tecnologia. É o MRE que regula o fluxo de turistas brasileiros no 
exterior e vice-versa.
Outros Órgãos Intervenientes
- BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social: financia a execução de 
projetos industriais, comerciais ou de infraestrutura no território brasileiro, além da importação 
de bens de capital, sem similar nacional e as exportações de produtos manufaturados;
- APEX – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos: incrementa as 
exportações brasileiras por meio da participação das micro, pequenas e médias empresas 
no mercado internacional, orientando quanto à busca de oportunidades, participação em 
feiras e exposições e organização de missões comerciais.
- Órgãos anuentes como o IBAMA, Ministério da Agricultura e ANVISA: atestam o cumprimento 
das condições para fins de licenciamento da operação de importação ou exportação.
O licenciamento é obrigatório para alguns produtos, veja alguns exemplos:
- IBAMA: licencia a exportação ou importação de produtos químicos da família do 
propano e metano, madeira, lenha, serragem, carvão vegetal etc.;
- Ministério da Agricultura e Abastecimento: frutas, cascas, farinha, pimenta, soja, 
mármores, granito, arroz, malte etc.;
- ANVISA: produtos médicos e de saúde como vacinas, instrumentos cirúrgicos, 
próteses, aparelhos para reconstrução etc.
18
Unidade: Brasil no contexto global
Empresas atuantes no comércio exterior
Para que a empresa possa atuar na importação e exportação de mercadorias ou serviços, ela 
irá contar com diversas outras empresas no processo:
- Companhias marítimas, aéreas, ferroviárias, dutoviárias, rodoviárias: são as empresas que 
detém os veículos para transporte dos produtos como a empresa dona do navio ou da 
aeronave. Tais empresas mantêm rotas em todo o globo e negociam os espaços em seus 
equipamentos para o transporte de produtos;
- Agentes de carga: fazem a ponte entre o cliente/consumidor e as companhias. É por meio 
do agente que a empresa que deseja importar ou exportar seus produtos reserva espaço 
em navios, aviões, trens, caminhões etc.;
- Despachantes Aduaneiros: a figura do despachante atua entre a empresa e a Receita Federal 
do Brasil e o Banco Central do Brasil. É o despachante que possui acesso aos sistemas 
de controle aduaneiro (SISCOMEX e SISBACEN), e fica responsável pela entrada e 
acompanhamento da liberação dos processos de importação e exportação.
Você Sabia ?
O Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX) tem grande importância para o controle 
do comércio exterior brasileiro. Este sistema permite ao governo efetuar a gestão estratégica das 
exportações e das importações. O sistema é utilizado para o desenvolvimento de estatísticas e 
serve de base para a implementação de novas políticas de comércio internacional.
O Sisbacen é um sistema de gestão do processamento dos contratos de câmbio entre bancos 
e clientes. Nele, o governo identifica o andamento dos fechamentos de contratos de câmbio 
das operações que estão registradas no Siscomex. É possível, por intermédio das informações 
cadastradas neste sistema, conhecer o volume de transações de comércio exterior que ainda serão 
objeto de contratação de operações de câmbio. O Sisbacen é um gerador de diversas estatísticas 
que serão utilizadas na tomada de decisões do governo. 
Resumindo
•	 O	Comércio	 Internacional	consiste	na	compra	e	venda	de	produtos	e/ou	serviços	entre	
empresas estabelecidas em duas ou mais nações;
•	 Pode	envolver	transações	de	mercadorias	(importação	e	exportação	ou	de	serviços);
•	 O	Mercantilismo	foi	um	conjunto	de	práticas	econômicas,	desenvolvido	na	Europa,	com	o	
objetivo de angariar o máximo de moedas e ouro (metais preciosos) que representavam a 
riqueza de um país;
19
•	 Algumas	de	suas	características	são	o	metalismo,	o	protecionismo	alfandegário,	a	balança	
comercial favorável à industrialização, o pacto colonial e o fortalecimento dos exércitos e 
da marinha;
•	 O	comércio	internacional	tem	como	funções	igualar	a	distribuição	de	recursos	minerais,	
equilibrar as diferenças de clima e solo, equalizar a disponibilidade de capital e mão de obra 
ou estágios tecnológicos diferentes, mantendo o equilíbrio entre as nações, abastecendo 
as menos favorecidas e promovendo a troca de recursos minerais, produtos, serviços, 
tecnologia e mão de obra em todo o globo;
•	 As	empresas	participam	do	comércio	internacional	devido	a	fatores	de	custo,	concorrência,	
mercado e tecnologia;
•	 O	comércio	 internacional	vem	crescendo	ao	 longo	dos	anos,	apresentando	2.400%	de	
crescimento	entre	1950	e	2005	e	mais	de	225%	desde	1980,	representando	uma	taxa	de	
crescimento	anual	de	5%;
•	 As	atividades	de	 logística	 internacional	 se	 relacionam	ao	movimento	de	mercadorias	e	
documentos de um país para outro e atividades básicas das operações de exportação e 
importação;
•	 Para	os	países,	o	comércio	internacional	representa	maior	mercado,	produção,	vendas	e	
lucros. Gerando mais impostos, que são revertidos em assistência social que, por sua vez, 
geram mais qualificação e postos de trabalho;
•	 Para	as	empresas,	participar	do	Comércio	Internacional	significa	maior	competitividade;
•	 Os	 fluxos	do	comércio	 internacional	 são	divididos	em	 fluxo	de	 informações,	materiais,	
financeiro e reverso;
•	 A	OMC	atua	na	regulação	do	comércio	internacional,	gerenciando	acordos	multilaterais	
de comércio, servindo de fórum para acordos internacionais e supervisionando a adoção 
e prática dos acordos firmados;
•	 A	estrutura	do	comércio	exterior	brasileiro	conta	com	a	CAMEX,	como	órgão	consultivo	e	
ponte de diálogo entre a Presidência da República, seus ministérios e a sociedade;
•	 O	Ministério	da	Fazenda	atua	no	comércio	exterior	brasileiro	por	meio	da	RFB	e	do	
BACEN;
•	 O	Ministério	do	Desenvolvimento,	Indústria	e	Comércio	intervém	por	meio	da	Secex	e	as	
demais delegacias e departamentos como o DECEX, DECOM, DEINT e DEPOC;
•	 O	Ministério	das	Relações	Exteriores	atua	por	intermédio	do	Itamaraty	nas	negociações	
diplomáticas;
•	 Outras	 entidades	 importantes	 para	 o	 comércio	 internacional	 são	 o	 BNDES,	 a	 Apex	 e	
entidades anuentes como a ANVISA e o IBAMA;
•	 Outros	agentes	intervenientes	do	comércio	internacional	são	as	companhias	marítimas,	
aéreas, ferroviárias, dutoviárias e rodoviárias, os agentes de carga e os despachantes 
aduaneiros, que atuam por intermédio dos sistemas de comércio exterior SISCOMEX 
e SISBACEN.
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Unidade: Brasil no contexto global
Material Complementar
Segue dica de leitura e links interessantes para leitura e aprofundamento no tema de 
Comércio Internacional e Estrutura:
•	 CAVUSGIL,	 T.;	 KNIGHT	 G.,	 RIESENBERGER,	 J.R.,	 Negócios internacionais: 
estratégia, gestão e novas realidades. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010, cap. 2;
•	 MACHADO	NETO,	Alfredo	José;		ALMEIDA,	Fernando	Carvalho	de.	A internacionalização 
da indústria calçadista francana. RAM, Rev. Adm. Mackenzie (Online) [online]. 2008, 
vol.9, n.8, pp. 88-111. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ram/v9n8/a06v9n8.pdf. 
•	 SILVA,	Orlando	M.	da;	ALMEIDA,	Fernanda	M.;		OLIVEIRA,	Bethania	M.	de.	Comércio 
internacional “x” intranacional no Brasil: medindo o efeito-fronteira. Nova 
econ.[online]. 2007, vol.17, n.3, pp. 427-439. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/
neco/v17n3/v17n3a03.pdf. 
http://www.scielo.br/pdf/ram/v9n8/a06v9n8.pdf
http://www.scielo.br/pdf/neco/v17n3/v17n3a03.pdf
http://www.scielo.br/pdf/neco/v17n3/v17n3a03.pdf
21
Referências
BIZELLI,	J.	dos	Santos;	BARBOSA,	R.	Noções Básicas de Importação. 8.ed. São Paulo: 
Aduaneiras, 2001.
BRASIL,	Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio. Disponível em 
<http//:www.mdic.gov.br>.Acesso em: 08 ago. 2011
DAVID, P., STEWART, R. Logística Internacional.	São	Paulo,	Cengage	Learning,	2010.
SILVA,	L.	A.	T.	Logística no Comércio Exterior. 2.ed.São Paulo: Aduaneiras, 2008.
22
Unidade: Brasil no contexto global
Anotações
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